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E.E.

MARIA ANTONIETA MARTINS DE ALMEIDA

A minimização de uma simples emoção

17/10/2023

Embu das Artes – SP

Por: Ryan Ribeiro Lira


Turma:2°B

Sumário

1.Introdução.................................................................................................................................1
2.Desenvolvimento..................................................................................................................2
2.1 O poder da letra.................................................................................................................2
2.1 Sonhar demais, faz mal......................................................................................................5
1.Introdução

Como gosto de insinuar milhares de vezes, a música acompanha o ser humano antes
mesmo de se descobrir como derrubar a primeira árvore, acompanhava-nos desde os
cantos dos pássaros até as inúmeras cantorias sem sentindo formadas por seres não
totalmente evoluídos.
A música conseguiu se desenvolver em um nível ao passar dos anos, ao ponto, que
conseguimos transmitir mensagens, informações, ideias e até mesmo expandir
ideologias, de forma rápida, as vezes simples as vezes devagar com músicas de três
minutos, até músicas de 6 minutos.
A mensagens que são introduzidas nas músicas, nem sempre tem como papel realizar
uma crítica alta, complexa, ao nível

2.Desenvolvimento
2.1 O poder da letra

Como disse a momentos atrás, a música consegue designar e demonstrar diversas


mensagens e consegue variar em seus elementos, agora gostaria de apresentar uma
obra que comprova este meu ponto, o nome da obra se chama “Gangorra” escrita e
expressa pelo rapper “Sid”.
Gangorra

Tá tudo ao contrário
A vida olha pra mim e deve achar que eu sou um otário
Ou um vigarista ordinário pra ter que viver aqui
E você também, nós tá no mesmo barco

Sou mais um sobrevivente desse naufrágio


Vítima da geração de um ego tão frágil
Tudo é tão ágil
Todo mundo aponta o dedo porque o julgamento volta
Isso é um refúgio
Todo mundo luta pra ser feliz, original
Se você também sorri é plágio
Liberdade é teoria e não prática
Senão rodovia não teria pedágio
Filho da desigualdade no trópico
Questionar o mundo é o meu tópico
Achar alguma resposta é utópico
Igualdade por aqui é um termo impróprio

Coitado, ele não sabe que mérito


É um clássico protótipo
Típico de um discurso distópico
Pra trazer desigualdades do próximo
Através da ideia de que todo mundo pode
Mas isso é óbvio, é lindo, é ótimo
Mas na prática dinheiro é só um sonho erótico
Salário mínimo é um analgésico
Rede social é um narcótico
Psicótico, traz alucinação
De que todo mundo tá bem próspero
Só você que tá na merda
Seu fracasso é tão exótico
Teu mindset que é caótico

Afinal o capitalismo é ótimo


Todo mundo tem a mesma chance
Se você não conseguiu a culpa é sua que não se matou de trabalhar
Porra, mas isso é lógico
Não tem a ver com onde tu nasceu, onde tu estudou
Quanta grana tua família tem e o quão bom era teu professor
Só tem a ver com o quanto você se esforçou
Não tem a ver com ser homem ou mulher
Branco ou preto imagina, só tem a ver com a tua disciplina
A fala de mérito é fachada
Eu dei risada quando o Whindersson falou isso no Twitter
Porque só podia ser piada
De mau gosto, óbvio
Porque não foi engraçado só perpetuou desigualdade
Todo mundo pode ser rico isso é verdade
Basta ganhar na loteria ou virar politico na desonestidade
Ou ter a sorte de um em um milhão e fazer arte e virar celebridade
Ou ser herdeiro de um império da antiguidade
Capitania de um povo escravizado na maldade
Ou então passar na faculdade, trabalhar até a terceira idade
Morrer na classe média baixa e achar que você venceu nessa sociedade

Mais um aluno entrou na escola com uma faca, uma arma


Fez um atentado e tirou mais uma vida
Vamo fingir que isso foi mais um caso à parte
E não o espelho de uma geração adoecida
Esquecida, onde o celular que ilumina a ferida
Onde a comparação é a droga preferida
Automutilação virou um esporte sem torcida
E eu quero ouvir um viva, um viva, um viva

A gente finge que não vê, então tá tudo bem


Sempre tá tudo bem
Mais um que matou o outro, tudo bem
Se matou, tudo bem
Se cortou, tudo bem
O que chorou, tudo bem
Tudo bem pra quem?
Eu queria ser um mágico
Sim salabim pra pôr um fim
Nesse final tão trágico
Mas infelizmente eu sou um músico
Lúcido, cômico, inútil, inapto

Se eu não te conheço dou um beijo


Se você morar na minha casa toma tapa
Tá tudo invertido, saca?
A gente tá afiando o queijo e tá comendo a faca
Tá comendo o tempo que não volta
Vida pacata, eu fico puto quando vocês me idolatram
Porque eu não sou um gênio, eu sou um babaca
Levei duas décadas pra entender que a grana mata
Que a comparação mata, que autoestima é ouro
Dinheiro é mato e amor ainda é prata
No fundo nós não passa de primata
Que grita e ataca
Pra ficar no galho mais alto dessa mata
Porra, que lixo, que zona, que várzea, que zorra

Eu não quero subir se for pra tu descer


A vida é um pula-pula e não gangorra

Fonte: https://www.letras.mus.br/mc-sid/gangorra/

“em preciso cometar muito sobre a letra, visto que tudo é bastante claro, a letra da
música citada acima, remete uma sociedade na qual sempre alguém deve se
aproveitar da outra pessoa, como sempre vai haver alguém por cima de outra pessoa,
visto que vivemos em uma espécie de pirâmide social que consegue titular tudo sobre
nós.
A música gosta consegue demonstrar a ideia de uma pessoa que defende o
capitalismo, e vive sempre à beira dele, essa ideia apresenta uma realidade na qual,
se você não trabalhou e lutou o suficiente para realizar algum sonho, o errado aqui é
você, se você não fez literalmente das tripas um coração em suas apresentações,
provas, cursos, trabalhou incansavelmente por mais de 9 horas do que deveria ser o
normal, dormindo menos de 7 horas, no qual é recomendada, a culpa aqui é sua. Um
ponto importante para se destacar é que, o rapper Sid, não apresenta essa ideia como
algum tipo de resolução para problemas na sociedade ou até mesmo como se você
algo inteligente de ser falar em meio ao público, o rapper gosta de fazer deboche
daqueles que costumam usar essa ideia em suas opiniões, pessoas que adotam isso
como argumento inúmeras vezes.
No começo podemos notar também a presença de um dialeto usado por muitas
pessoas que costumam criar cursos para ensinar “a método para vencer o
capitalismo”, por assim dizer, o que estou me referindo é a palavra “Mindset”, muitas
pessoas costumam falar que o segredo para você, simplesmente largar a pobreza de
vez e se tornar o novo chefe de muitos, você precisa mudar seu cronograma, o modo
como age, etc. Uma coisa que nem precisamos usar mais do que 2 neurônios, é
concluir que isso é se trata de uma bobagem, insinuar isso é está ignorando todos os
problemas sociais, raciais e problemas que gêneros diversificados sofrem.
Ignorar que todos desastres e atos polêmicos que estão ocorrendo recentemente, são
culpa de uma geração que tem muita informação, mas não sabe lidar com as
consequências de inúmeras informações entregues tão repentinamente, ignorar que a
taxa dos problemas mentais terem aumentados de forma tão repentina durante 2020,
se trata exatamente do grande poder que as redes e os celulares conseguem oferecer
para pessoas tão jovens que ainda estão se desenvolvendo e se descobrindo, e que
por causa disso não conseguem administrar suas condições mentais como deveriam.

Por outro lado, podemos minimizar essa música, por um minuto imaginando um outro
mundo, com outros eventos e outros acontecimentos, um mundo no qual o cotidiano
se demonstrar mais amigável, e menos depressivo.

2.1 Sonhar demais, faz mal

"Gangorra”

Tá tudo tão perfeito


A vida olha pra mim e deve achar que eu sou um sortudo
Ou um milionário pra ter que viver nesse luxo
E você também, nós tá no mesmo barco

Sou mais um admirador desse lindo riacho


participante da geração que não existe ego frágil
Tudo é tão ágil
Todo mundo quer dar a mão, porque a ajuda volta
Isso é uma forma de matar o absurdo
Todo mundo luta pra ser feliz, original
Se você também sorri é agrado
Liberdade é teoria e não prática
Senão rodovia ainda teria pedágio
Filho da igualdade no trópico
Questionar o mundo já não é meu tópico
Achar alguma resposta já deixou de ser utópico
Igualdade por aqui é um termo mais do que próprio

Ainda bem, ele esqueceu o que é desigualdade


É um clássico falar da igualdade
Típico de um discurso que está nos tópicos
Pra trazer a humildade ao próximo
Através da ideia de que todo mundo pode
Mas isso é óbvio, é lindo, é ótimo
E na prática dinheiro já passou de ser apenas um sonho erótico
Salário mínimo é um pé em nossa liberdade
Rede social é um braço da nossa humildade
Psicótico, já é algo fora da antiga ilusão
De que todo mundo tá bem próspero
Esqueça, ninguém tá na merda
Isso sim é lusão
Aquele fracasso deixa de ser exótico
Belo Mindset, esqueça aquele seu passado caótico

Afinal o capitalismo é ótimo


Todo mundo tem a mesma chance
Se você não conseguiu a culpa é sua que não quis trabalhar
Porra, mas isso é lógico
Não tem a ver com onde tu nasceu, onde tu estudou
Quanta grana tua família tem e o quão bom era teu professor
Só tem a ver com o quanto você se esforçou
Não tem a ver com ser homem ou mulher
Branco ou preto imagina, só tem a ver com a tua disciplina
A fala de mérito é aberta.
Eu bati palmas quando o Whindersson falou isso no Twitter
Porque a verdade tava na cara
Bem esfregada, óbvio
Porque não foi engraçado só perpetuou o bem da igualdade
Todo mundo sabe disso, a verdade está estampada
Todo mundo pode ser rico isso é a maior verdade, entrega de cara lavada
Basta ganhar na loteria ou virar político na honestidade
Ou ter a graça, que já é comum, e fazer arte e virar celebridade
Ou ser herdeiro de um império da antiguidade
Capitania de um povo civilizado na irmandade
Ou então passar na faculdade, trabalhar pouco e se aposentar na terceira idade
Morrer na classe alta e ter a prova que você venceu nessa sociedade
são inúmeras formas de o topo poder alcançar

Jamais que um aluno entraria na escola com uma faca, uma arma
Jamais faria um atentado e tiraria mais uma vida
Se isso ocorresse, seria mais um caso à parte
E não o espelho de uma geração adoecida
Em uma dimensão distorcida
Esquecida, onde o celular que ilumina a ferida
Onde a comparação é a droga preferida
Automutilação virou um esporte sem torcida
E eu quero ouvir um viva, um viva, um viva

Já não é mais necessário fingir que não vê, então tá tudo bem
Sempre tá tudo bem
não lembro de ver mais um que matou o outro,
tudo bem
Só lembro daqueles que,
ajudou, tudo bem
com um corte ajudou, tudo bem
O que levou lenços para o choro, tudo bem
Queria eu ser esse mágico
Aquele que fez um salabim pra pôr um fim
Nesse final tão melodramático
Mas em um contraponto eu sou um músico
Lúcido, cômico, inútil, inapto
Sonhador, lutador, útil, tão apto

Mesmo que não lê conheça ofereço um beijo


Se você morar na minha casa toma cachaça
Tá tudo tão divertido, saca?
Com a faca e o queijo, só falta misturar com uma maça
Tá comendo o tempo que prospera
Não sou um gênio, eu sou um admirador
Levei duas décadas pra entender a mudança da grana no mundial
Que a comparação levou ao novo “Ouro”, isso é sensacional
Dinheiro é mato e amor ainda é prata
No fundo nós não passa de primata
Que involuiu, para amar e prosperar
Pra ficar no galho mais alto dessa mata
Admirando a última visão, da área verde, que ainda consegue ser tão mágica

Bora subir junto, jamais quero ver tu descer


A vida é um pula-pula e não gangorra!

3.CONCLUSÃO

Bom, consegue ver?


A música mudou bastante, é até difícil olhar para ela e falar que tudo isso e natural, a forma
forçada como a letra agora consegue ignorar todo o caos que está ao nosso lado, a forma como
consegue descrever um mundo que não conseguimos alcançar, um mundo que sinceramente
parece mais mórbido do que antes, tudo soa de uma forma que entrega a farsa, uma versão do
mundo no qual não tem mais sentindo lutar, não tem movimentos, problemas, polêmicas, não há
mais pelo o que lutar sabe.
Modificar a letra honestamente tirou uma parte da minha humanidade, agora gostaria apenas de
encerrar este texto com uma frase de um dos meus incontáveis ídolos brasileiros “Baco exu dos
Blues”.
“Não sou o melhor, mas gosto do meu jeito de ser”
Gosto dos desafios cotidianos e os motivos que me desempenham a crescer, embora esses
motivos não sejam os mais agradáveis, meus problemas criam algo novo e único de certo modo.

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