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Biofísica
Prof. Luís Eduardo Maggi
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Disciplina:
Biofísica
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M .m
1 BIOMECÂNICA F =G G = 6,67.10-11 N.m2.kg-2
d2
O campo gravitacional tem certa influência
1.1 Conceito sobre o organismo:
Tudo que tem massa cria em torno de si um Massa – é a quantidade de matéria de um corpo:
campo chamado Campo Gravitacional. Qualquer corpo grama (g), quilograma (kg) e outras unidades de
que possua massa “m” que penetre nesse campo será massa).
atraído por uma força F dada pela fórmula:
Peso – é a força de atração gravitacional que a Terra
exerce sobre um corpo. Sendo “m” a massa do corpo e
“g” a aceleração da gravidade, podemos aplicar o
F princípio fundamental da Dinâmica e obter o peso P do
corpo.
P = m. g
O Peso de um corpo é uma grandeza vetorial e
tem direção vertical orientada para o centro da Terra e
cuja intensidade depende da aceleração da gravidade.
Note que peso e massa são grandezas diferentes. A massa
de um corpo não depende do local onde ele se encontra, o
peso depende.
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a
Fr
m
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pode ser explicado exclusivamente pela teoria do
pêndulo passivo.
2 BIOCINEMÁTICA Ao longo do século XX, a compreensão da
Extraido de Cinesiologia do Aparelho locomoção foi bastante reforçada por muitos avanços
Músculoesquelético de Donald A Newmann ed. científicos. A instrumentação para documentar a
cinemática evoluiu a partir de câmeras de vídeo simples,
Elservier.
com filme que exigia análise minuciosa com uma régua e
transferidor, a sistemas altamente sofisticados de
É o ramo da Biomecânica que descreve o movimento de infravermelho, com o tempo real de dados coordenados
um corpo biológico, sem se preocupar com as forças ou dos segmentos do membro. Os pesquisadores notáveis
torques que podem produzi-lo. que contribuíram para a descrição da cinemática da
marcha com a utilização de uma variedade de técnicas de
imagem incluem Eberhart, Murray.
2.1 MARCHA Notável é o trabalho de Murray, fisioterapeuta e
pesquisador, que publicou vários artigos nos anos 1960,
1970 e 1980 descrevendo a cinemática de muitos
Embora para uma pessoa saudável caminhar aspectos da marcha normal e anormal. Entre outras
pareça fácil, o desafio da deambulação pode ser realizações, os dados de sua pesquisa sobre a cinemática
reconhecido ao se observar os indivíduos nos dois da marcha em indivíduos com deficiência influenciou o
extremos de vida. “Se um homem andar no chão, ao lado projeto das articulações artificiais e próteses de membros
de uma parede com uma pena mergulhada em tinta presa inferiores.
à sua cabeça, a linha traçada pela pena não seria reta, mas
em zig-zag, porque ela desce quando ele se inclina e se
eleva quando ele fica ereto e se levanta.” Este registro
inicial escrito por Aristóteles (384-322 a.C.) da
observação da locomoção e numerosas pinturas e
esculturas antigas de pessoas envolvidas no processo de
caminhar, são o testamento da observação casual e
detalhada da deambulação, que foi motivo de interesse ao
longo da história.
Os avanços no campo da cinematografia criaram
um meio eficaz para estudar e registrar os padrões
cinemáticos da locomoção dos seres humanos e dos
animais. Muybridge pode ser a pessoa mais reconhecida
do seu tempo a usar a cinematografia para documentar a
sequência de movimentos. Ele também foi o mais famoso
na resolução de uma antiga controvérsia a respeito de um
cavalo trotando. Em 1872, usando uma sequência de
fotografias, demonstrou que as quatro patas de um cavalo
trotando estão, na verdade, simultaneamente fora da terra
por períodos muito curtos de tempo. Muybridge criou
uma impressionante coleção de fotografias sobre a
marcha humana e animal, que foi publicada inicialmente
em 1887, e montada e reproduzida em 1979.
Por meio de quatro câmeras (dois pares de
câmeras de recodificação de movimento para cada lado
do corpo) e vários tubos de luz ligados a vários
Da mesma forma, uma compreensão mais ampla da
segmentos do corpo, documentaram a cinemática da
cinética da marcha foi possível através do
articulação em três dimensões. Eles também foram os
desenvolvimento de dispositivos para medir as forças que
primeiros a usar os princípios da mecânica para medir
ocorrem na interface pé-solo. Amar, Elftman, Bresler e
quantidades dinâmicas, como aceleração segmentar,
Frankel e Cunningham e Brown realizaram contribuições
propriedades inerciais segmentares e cargas
significativas neste campo. Com a capacidade de medir
intersegmentares (p. ex., torques articular e forças). Suas
forças entre o pé e o solo, surgiram métodos
análises dos torques articulares, limitadas à fase de
computacionais para calcular as forças e os torques que
balanço da marcha, refutam o conceito anterior, sugerido
ocorrem nas articulações dos membros inferiores durante
por Weber e Weber em 1836, de que o movimento dos
a fase de apoio da deambulação. O desenvolvimento da
membros inferiores durante a fase de balanço da marcha
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superfície e de eletrodos intramusculares promoveu a
oportunidade para registrar a atividade elétrica dos
músculos durante a marcha. Quando essa informação é
integrada à cinemática da locomoção, o papel que cada
músculo executa durante a marcha pode ser mais bem
apreciado e mais objetivamente descrito. Muitos
pesquisadores, incluindo Sutherland, Perry, Inman e
Winter realizaram contribuições notáveis para o estudo
da eletromiografia (EMG) durante a locomoção.
Atualmente, a análise da marcha é realizada
rotineiramente em laboratórios especializados de
biomecânica. Os dados tridimensionais cinemáticos são
obtidos por meio de duas ou mais câmeras de alta
velocidade sincronizadas. As forças de reação do solo são
medidas com a utilização de plataformas de força
embutidas no piso. Os padrões de atividade muscular são
registrados por vários canais, muitas vezes, telemetria e
sistemas eletromiográficos. Finalmente, as forças
conjuntas dos membros inferiores, os torques e a
potência são calculados com a combinação de dados
cinemáticos, forças de reação do solo e características
antropométricas do indivíduo. Esses dados são então
usados para descrever e estudar as marchas normal e
anormal.
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BIODINAMICA Fr
Fp
3.1 Alavancas dp Pf
dr
1. Conceito:
3. Classificação:
a) Interfixas
Para qualquer que seja o tipo de alavanca, a fórmula do
cálculo das forças resistente e potente ou das suas
Fr respectivas distâncias é:
Fp Fr . dr = Fp . dp
dr dp
Pf
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(panturrilha) durante o exercício físico. Adote g=
10 m/s2. 2. Compressão
F
Duas forças com sentido de aproximação
30 cm 40 cm
50 kg
60 cm 20 cm 3. Flexão
Ação de pelo menos 3 forças, sendo duas no
mesmo sentido e outra no sentido oposto.
60 kg
90o
F
F
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3.2.1 Lei de Hooke (Coeficiente de Ex 7. Sabendo-se que uma pessoa sofreu uma
Elasticidade) fratura no osso e que a parte lesada foi substituída
por um material cilíndrico de coef. de elasticidade
semelhante ao osso compacto (1,7 102 N/mm2),
De um modo geral, todos corpos sofrem raio 1,0 cm e comprimento 6 cm. Qual seria, em
deformações (alterações em suas dimensões lineares) cm, a deformação sofrida pelo material quando a
quando submetidos a uma força de compressão ou de pessoa estivesse com o peso de 600 N da sobre
tração. Essas alterações lineares L são determinadas ele? (Adote g = 10 m/s2 e
pela diferença entre o comprimento final e o inicial. A
R
= 3,14).
deformação sofrida pelo material depende de uma série
de fatores como a intensidade da força aplicada, a área de
contato com o material, o comprimento inicial e uma
característica típica de cada material chamada de Módulo h
de Young ou coeficiente de elasticidade. A função que
descreve essa deformação é chamada de Lei de Hooke.
F L
= Y.
A Lo
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3.3 Equilíbrio 3.4 Força de Atrito
Um corpo está em equilíbrio quando a resultante das O fato de tentarmos fazer um corpo desliza
forças que agem sobre ele é nula. Existem dois tipos de sobre uma superfície sem consegui-lo é justificado pelo
equilíbrio: Equilíbrio Estático e Equilíbrio Dinâmico. aparecimento de uma força entre as superfícies de
contato que impedem o movimento, denominada força de
a) Equilíbrio Estático. – Fr = 0 e velocidade = 0 atrito estático. Quando um corpo desliza sobre outro
(Repouso) surge uma força de contato que se opõe ao movimento,
b) Equilíbrio Dinâmico – Fr = 0 e velocidade → denominada força de atrito dinâmico. Enquanto o corpo
constante (MRU). não deslizar, à medida que cresce o valor de F, cresce
também o valor da força de atrito estático, de modo a
equilibrar a força F, impedindo o movimento. A partir
Ex 9. Calcule a força F em cada braço sabendo desse instante, com qualquer acréscimo que a força F
que a massa do rapaz é de 60 kg. e o ângulo entre sofra, o corpo começara a deslizar. Uma vez iniciado o
braço e a haste é de 60o. Qual seria a intensidade movimento a força de atrito estática deixa de existir
dessa força se o ângulo fosse 30o? dando lugar à força de atrito dinâmica de valor inferior
ao da força de atrito estática.
Condições de atrito zero (ou próximo de zero):
andar no gelo , andar no espaço.
60o
Fat = . N
F
F
N
P
F
Fat m
P
Ex 10. Em um aparelho de academia, uma atleta
eleva um peso de 80 kg conforme a figura a seguir. Qual
a intensidade da força F exercida pelos pés do atleta? O
que acontece com a intensidade dessa força quando se Tabela 01. Coeficientes de atrito estático
reduz o ângulo?
Material e
Junta óssea lubrificada 0,003
F
Junta tendão e bainha do músculo 0,013
Aço sobre gelo 0,03
Aço sobre aço lubrificado 0,10 a 0,15
Aço sobre aço seco 0,6
Fonte: Okuno, 1986
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