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COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR ALFREDO VIANNA

ENSINO MÉDIO – 2° ANO D

LARISSA DA SILVA

CIÊNCIA EUGENISTA

JUAZEIRO – BA
2022
 O que é?

A eugenia, também chamada de eugenismo, consiste em uma série de


crenças e práticas cujo objetivo é o de melhorar a qualidade genética da
população. Uma das justificativas para a existência da eugenia é a de que as
raças humanas consideradas superiores prevalecem no ambiente de maneira
mais adequada.
Por este motivo, muitas pessoas consideradas não dignas de transmitir suas
respectivas hereditariedades a seus descendentes foram submetidas à
esterilização contra vontade. O conceito é tido por alguns estudiosos como uma
filosofia social, ou seja, uma eugenia social cuja filosofia teria fins de organização
da sociedade. No entanto, essa ideia não é aceita universalmente.
É um termo criado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando
"bem nascido". Galton definiu eugenia como "o estudo dos agentes sob o
controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das
futuras gerações seja física ou mentalmente". O tema é bastante controverso,
particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte
fundamental da ideologia de "pureza racial", a qual culminou no Holocausto.
Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético
usadas atualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos
quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas
declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana.
A eugenia defende que raças superiores e de melhores estirpes conseguem
prevalecer de maneira mais adequada ao ambiente. Com isso, busca-se aplicar
a teoria da seleção natural de Charles Darwin (1809 - 1882) à espécie humana.

 Eugenia negativa

No entanto, a eugenia acabou por assumir outras vertentes nos Estados


Unidos, sendo considerada não só para possibilitar a reprodução de gênios
(objetivo de Galton), como para evitar que pessoas consideradas inferiores e
indignas de transmitir suas hereditariedades pudessem se reproduzir. Surge
então o que foi designado de eugenia negativa.
A eugenia negativa tinha como objetivo impedir que pessoas consideradas
"limitadas" pudessem se reproduzir. Eram consideradas pessoas "limitadas", por
exemplo, aqueles que tinham problemas mentais, doenças hereditárias, doenças
contagiosas, etc. O conceito de eugenia negativa se tornou tão presente na
realidade dos Estados Unidos que chegou a se tornar constitucional no país.
 Eugenia positiva

A eugenia positiva, na verdade, consiste no conceito original da palavra


eugenia: incentivar as pessoas consideradas superiores e saudáveis a se
reproduzirem para, desta forma, dar seguimento a uma espécie humana com
características consideradas desejáveis.
Essas características consideradas desejáveis contemplavam uma série de
fatores como cor dos olhos, cor do cabelo, sobriedade e inclusive alguns pontos
curiosos como amor pelo mar e genes de guerreiros.

 Eugenia nazista

Apesar de ter se disseminado com maiores proporções nos Estados Unidos,


a verdade é que as ideias e os conceitos defendidos pela eugenia se espalharam
por todo o mundo. Muitos atribuem a Hitler a ideia fixa de tentar estipular que
determinada raça é superior à outra, mas a verdade é que basta um breve estudo
sobre o que significa eugenia para que fique claro que esse conceito é anterior
ao período da ditadura nazista.
No entanto, não se pode negar que Hitler colocou em prática os princípios
eugenistas no que podemos chamar de eugenia racial. A abordagem nazista não
se contentou com a esterilização para prevenção de nascimentos e em
determinados casos, aplicou o extermínio. Com essa medida, surgiram os
campos de concentração do Holocausto, onde milhares de judeus perderam as
vidas.

 Eugenia no Brasil

Os primeiros textos sobre eugenia surgiram no Brasil em 1910, através de


publicações da imprensa e de artigos acadêmicos no âmbito da medicina. Em
1918 foi fundada a Sociedade Eugênica de São Paulo, fazendo do Brasil o
primeiro país da América do Sul a sediar tal gênero de comunidade.
A Sociedade reuniu mais de cem associados, dentre eles engenheiros,
jornalistas, médicos e alguns nomes da elite intelectual da época, todos liderados
por aquele que foi considerado o pai da eugenia no Brasil: Renato Ferraz Kehl.
Além de fundador da Sociedade, Renato (que definia a palavra eugenia como
“religião da humanidade”) foi um médico natural de São Paulo, que trabalhou em
atividades voltadas para o saneamento rural e a educação higiênica e sanitária.

Foi também responsável pelo lançamento do Boletim de Eugenia (em 1929),


publicação que circulou durante quatro anos com o intuito de divulgar medidas
eugênicas entre os brasileiros. No mesmo ano, foi realizado o Primeiro
Congresso Brasileiro de Eugenia.
No início do século XX, acreditava-se que os negros eram responsáveis pela
existência de uma série de epidemias. Dessa forma, para os intelectuais da
época, a eugenia seria uma forma de realizar uma espécie de “higiene social”.
Todo aquele que não se enquadrava no conceito de raça superior estabelecido
era considerado um mal a ser combatido.
Um dos principais objetivos da eugenia brasileira era o de combater a
imigração para evitar misturas de raças no futuro, garantindo assim a
conservação de características raciais e físicas consideradas boas. De acordo
com os padrões da eugenia, o grande índice de mestiçagem brasileira tornava
inviável a existência do Brasil enquanto nação.
As ideias eugênicas consideradas capazes de solucionar o problema eram:

 Branqueamento: mistura de outras raças com a raça branca europeia com


o intuito de branquear a população.
 Seleção de imigrantes: criação de uma proposta que sugeria o fim da
imigração de não brancos.
 Educação sexual: com a intenção de garantir uma descendência sadia.
 Controle da reprodução humana: geração de filhos apenas entre casais
considerados sadios (tendo em conta os padrões eugênicos) com o intuito
de formar uma elite brasileira perfeita.
 Controle matrimonial: não realização de matrimônios entre raças e
classes sociais diferentes.

 Eugenia na Educação Física

A presença dos corpos mal acabados, atrelados à inatividade, serve para


referenciar o belo e o perfeito. Gordas, sedentárias, alcoólatras, sifilíticos e
tarados não eram vistos em poucos trajes, exercitando-se ao ar livre; entretanto,
seus corpos são fundamentais para dar devida centralidade ao “homem puro-
sangue” e atribuir às mulheres o imperativo da beleza. Ao lado dos concursos de
miss, da moda em poucos panos e da exposição de belos corpos na praia, a
educação física evidencia membros bem torneados, músculos trabalhados,
graça, beleza, força e robustez; atribui ao corpo eleito por Kehl valores como
disciplina e saúde, concorrendo, assim, para a educação ‘estética’ do povo.
Evidenciando a perfeição, os exercícios físicos ensinam quais os
“verdadeiros” atributos da formosura ensinando jovens e adultos a escolherem
devidamente bons maridos e boas esposas. Em meio ao processo de educação
da sensibilidade para a beleza eugênica, a educação física, ao lado de outras
formas de exposição do belo, vincula-se ao projeto de “Eugenia positiva”.

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