Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJ

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

Resenha Crítica

A EUGENIA EM PERIÓDICOS DA EDUCAÇÃO FISICA BRASILEIRA


(1930-1940)

Curso: Educação Física

Discentes:

Guilherme Sant’Anna/20210038680

Mayara da Conceição/20210033728

Gabriel Ricardo/2018145159

Disciplina: História da Educação Física

Docente: Prof. Dr. Ricardo Ruffoni

SEROPÉDICA, 2021
A EUGENIA EM PERIÓDICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA
(1930-1940)

Edivaldo Góis Júnior / Alessandro Barreta Garcia

Palavras-chave: Educação Física; Eugenia; higienismo; História; saúde.

O termo Eugenia, criado por Francis Galton, se definiu a partir do estudo de


agentes que podem melhorar ou empobrecer a influência das qualidades
raciais de gerações, sendo elas físicas ou mentais. O higienismo teve como
objetivo "a manutenção da saúde" que identificava hábitos coletivos e
individuais e na época foi entendida como ausência de doenças. Nesse
sentido, tinha caráter preventivo e de controle da proliferação de doenças.
Nesse contexto, uma das características do período histórico era o conflito e
a combinação de teorias diferentes.

Em um primeiro plano, na eugenia, os procedimentos defendidos foram


separados em positivos e negativos. A eugenia positiva se baseou na
conscientização e educação dos indivíduos para os princípios eugênicos,
enquanto a eugenia negativa se dividiu em três, sendo elas esterilização,
segregação e regulamentação dos casamentos. A esterilização se consistia
em impedir procriação através dos procedimentos cirúrgicos (com termos
equivalentes a doentes, incapazes, eugenicamente nocivos a sociedade e
etc); a segregação seria o isolamento dos considerados incapazes e a
regulamentação dos casamentos daria ao médico o poder de veto a um
matrimônio, a partir de um exame pré-nupcial, em relações consideradas
não sadias.
Ademais, uma característica destacada por André Silva (2009), nos primeiros
anos do século XX, a eugenia poderia auxiliar a limpar e civilizar a população
heterogênea brasileira. Alguns adeptos se diziam ser a "salvação" para o caso
de multirraças. A elite tinha olhares desanimosos para a miscigenação,
entretanto, negar a mestiçagem seria negar o Brasil.

A questão social higiênica se colocou acima de qualquer movimento que


fosse identificado como problema racial, pois, nesse contexto, o importante
era a intervenção social no campo da saúde e educação. A partir dessa
análise, destaca-se dois periódicos relevantes: A Revista Educação Física e a
Revista de Educação Física do Exército.

Às décadas de 1930 e 1940, a partir dos periódicos publicados,


representaram os debates na área da eugenia no Brasil e, também, a
organização da área de Educação Física, a criação de escolas de nível
superior e a maior frequência de aulas de educação física nas escolas
brasileiras. O objetivo dos hábitos nesse período era a saúde e regeneração
racial.

Para o professor Waldemar Areno, o principal defensor da eugenia nos


debates da Educação Física, os valores educativos não eram transmitidos
geneticamente. Ele afirmou que a Educação Física era um hábito higiênico
que aprimorava a Saúde coletiva e individual, mas não a raça que seria
função da Eugenia. Por conseguinte, a Revista Educação Física procurou
equacionar a formação da cultura brasileira e também a questão racial a
partir de artigos eugenistas.

Referências bibliográficas
Edivaldo Gois, Alessandro Barreto. A Eugenia em periódicos da Educação
Física brasileira.

CUNHA, J. M. Nos domínios da Eugenia: cuidados necessários à

conservação da saúde e melhoramento da raça. Revista de

Educação Física, Rio de Janeiro, n. 26, p. 6-7, 1935.

Você também pode gostar