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http://dx.doi.org/10.21527/2179-1309.2022.117.12871
PUBLIC HEALTH POLICIES IN BRAZIL: A TRAJECTORY OF THE EMPIRE TO THE CREATION OF SUS
ABSTRACT
The trajectory of health policies in Brazil is directly related to the political, social and economic evolution of Brazilian society,
and it is not possible to dissolve them, the logic of the evolutionary process has always obeyed the perspective of the advan-
ce of capitalism, suffering strong pressure and international intervention. The article presents the changes that have occurred
during the history of public health in Brazil, with the aim of briefly presenting the path of Brazilian Public Health, from the
first steps in the period of Colonization, through the times of the Empire, the Republic, Militarism, Redemocratization, to the
emergence of the Unified Health System (SUS). This study is a theoretical literature review that used sources such as: books,
scientific articles, research platforms such as Scielo (Scientific Electronic Library Online), Google Scholar, website of the Minis-
try of Health and the National Health Foundation. It was concluded that health has never occupied a central place within the
brazilian state policy, being always left on the periphery of the system, both with regard to the solution of the major health
problems that afflict the population, as well as in the allocation of resources directed to the sector. This critical situation im-
posed the need for changes in this system and triggered the process of implementation of the health reform in Brazil, which
has as its fundamental perspective the construction of the Unified Health System.
Keywords: Public policy; health; historical evolution; Unified Health System.
ACEITO EM 19/12/2021
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Autor correspondente: Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo. Av. Jacob Reinaldo Haupenthal, 1580 – Bair-
ro São Pedro, Cerro Largo/RS, Brasil. CEP 97900-000. http://lattes.cnpq.br/8368653290392866. https://orcid.org/0000-0001-6888-5798.
karinawkucharski@gmail.com
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Universidade Federal da Fronteira Sul (UFSS) – Campus Cerro Largo. Cerro Largo/RS, Brasil. http://lattes.cnpq.br/3720178010744127. ht-
tps://orcid.org/0000-0001-9740-4199. iara.battisti@uffs.edu.br
3
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFSS) – Campus Cerro Largo. Cerro Largo/RS, Brasil. http://lattes.cnpq.br/7903808619800540.
https://orcid.org/0000-0001-5684-0453. denise.fernandes@uffs.edu.br
4
Centro de Investigação em Estudos da Criança – Universidade do Minho. Braga/Portugal. https://orcid.org/0000-0002-3786-6559.
zeliaf@ie.uminho.pt
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UMA TRAJETÓRIA DO IMPÉRIO À CRIAÇÃO DO SUS
Karina Wahhab Kucharski – Iara Denise Endruweit Battisti
Denise Medianeira Mariotti Fernandes – Zélia Ferreira Caçador Anastácio
INTRODUÇÃO
A evolução histórica das políticas públicas de saúde no Brasil e suas intervenções
em cada período histórico estabeleceram estreita ligação com os movimentos políticos,
sociais e econômicos correspondentes. Ela sempre acompanhou as tendências vigentes
na sociedade, organizando-se de acordo com as necessidades e interesses específicos
da população e/ou dos governos.
As conquistas dos direitos sociais, de saúde e previdência social são resultado de
muita luta da população, dos trabalhadores, de entidades sociais, e tantas outras orga-
nizações, que travaram muitas batalhas no decorrer da História, o que culminou com a
conquista dos direitos sociais assegurados pela Constituição Federal de 1988. Direitos
estes que vêm sendo ameaçados constantemente pelas fragilidades que o próprio siste-
ma enfrenta, de falta de reajuste dos valores repassados, atrasos nos repasses financei-
ros, gestão desqualificada em alguns setores, entre outros (POLIGNANO, 2020).
Foram décadas de luta por um sistema mais igualitário e universal, com necessida-
de de uma estrutura organizativa, participativa e transparente, por meio da elaboração
de políticas públicas, formação dos profissionais da saúde, gerenciamento, fiscalização,
investimento de recursos e participação da comunidade, para garantir a existência e efi-
ciência de um Sistema Único de Saúde – SUS (HOCHMAN, 2005). O objetivo do estudo é
apresentar, resumidamente, o percurso da saúde pública brasileira, desde os primeiros
passos no período da colonização, passando pelas épocas do Império, da República, do
Militarismo, da Redemocratização, até o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a justificativa de que o conhecimento deste processo histórico é importante para
defesa, manutenção e qualificação do SUS, atualmente fragilizado pelas medidas pró-cí-
clicas de austeridade fiscal, baseadas na redução do gasto público com políticas sociais
adotadas pelo governo desde 2015 (VIEIRA, 2016).
A partir de uma revisão bibliográfica, o estudo será descrito em períodos históri-
cos, partindo do período do descobrimento do Brasil ao Primeiro Reinado, Primeira Re-
pública (1889 até 1930), o nascimento da previdência social, primeiro governo Vargas,
o Estado Novo e a previdência social, o golpe de 64 e suas consequências na saúde e a
criação do Sistema Único de Saúde – SUS.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica teórica, para o qual utilizou-se como
fonte: livros, artigos científicos, plataformas de pesquisa como: SciELO (Scientific Electro-
nic Library Online), Google acadêmico, revistas científicas, sites do Ministério da Saúde e
da Fundação Nacional de Saúde. O estudo foi iniciado em fevereiro de 2020 e concluído
em setembro do mesmo ano, tendo como palavras-chave: política-pública, Saúde, evolu-
ção histórica, Sistema Único de Saúde. O texto abordará a evolução das políticas públicas
de saúde no Brasil, do Império até a criação do Sistema Único de Saúde – SUS. Os dados
foram analisados e organizados de acordo com os materiais publicados relacionados ao
tema da pesquisa. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos que abordassem a his-
tória da saúde no Brasil, publicados a partir da década de 80 até 2020. Os critérios de ex-
clusão estão associados a artigos que não contemplem o tema proposto pela pesquisa.
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DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta breve trajetória de construção das políticas públicas podemos concluir que
as narrativas em torno da Reforma Sanitária não são unânimes e, em alguns casos, são
até concorrentes. Em disputa, partem e constroem quadros bastante diferentes sobre a
reforma da saúde no Brasil. O que chamamos de Reforma Sanitária brasileira, envolve,
portanto, posições e perspectivas bastante distintas a respeito da organização setorial
da saúde, como também das relações desse setor com a sociedade.
Esses diferentes entendimentos por vezes não deixam de repercutir no modo
como a trajetória da reforma é compreendida e contada, mais do que isso, conforma e
legitima parte de suas diferentes formas de condução, bem como alimenta expectativas
e frustrações vividas pelos mais diferentes atores em nossos dias. De uma forma ou de
outra, a maneira como descrevemos as experiências vividas na construção da reforma
sanitária e do SUS nos desafia a pensar no que ainda precisamos construir e o quanto
necessitamos lutar para manutenção daquilo que já conquistamos no decorrer da Histó-
ria. Sendo assim, a história da Reforma Sanitária brasileira, e de suas diferentes narrati-
vas, não deixa de ser, portanto, a matriz de sua experiência presente e futura.
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