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Belo Horizonte
2021
Vitor de Souza Guerra
Belo Horizonte
2021
Aos profissionais e admiradores
da tecnologia que integram
a Polícia Militar de
Minas Gerais.
AGRADECIMENTO
Ao Deus Portador da Luz, por permitir as inúmeras vitórias ao longo da minha vida
pessoal e profissional. Não há lugar que eu percorra aqui na terra sem que as Vossas
legiões tenham passado. Dedico a Vós, meu mestre, toda a honra e toda a glória.
A todos que contribuíram direta e indiretamente para que eu chegasse até esse
momento.
“A tecnologia move o mundo”
Steve Jobs
RESUMO
This monograph refers to a technological analysis with a view to enhancing the use of
video surveillance by the Military Police of Minas Gerais. The general objective is to
study the main technologies capable of enhancing the use of video surveillance.
Therefore, specific objectives were defined as conceptualizing video surveillance, its
implementation history in Belo Horizonte, identifying the main technologies for video
surveillance, analyzing the current technological park used in the system, its evolution
over time to the present day, in addition to knowing its prospects for the future in order
to glimpse where the PMMG wants to reach in terms of employment potential.
Addressing technological analysis with a view to enhancing the use of video
surveillance is justified by the fact that there is an increasing trend towards a greater
rationalization of the use of logistical and human resources in order to achieve greater
efficiency, effectiveness and effectiveness in actions of prevention and qualified
repression of violence in the State. Thus, understanding the technologies studied at
PMMG will enable a prospective vision of the future to better face the threats to social
peace. Therefore, it is necessary to recognize new technologies, assess their impact
in the context of public security in terms of criminal prevention, aiming at optimizing
video surveillance in Belo Horizonte and branching out to other municipalities in the
state. This study uses a descriptive and exploratory research method with a qualitative
and quantitative approach based on primary sources obtained through interviews, in
addition to secondary sources obtained from a literature review. With the survey and
analysis of data and information, it was possible to conclude that the studied
technologies related to video surveillance present a trend of potentialization and
reliability of results from the association of fixed cameras installed at strategic points
for recording suspicious social events, mobile cameras in vehicles intended for blitzen
operations, portable cameras coupled to military police, public and third-party fixed
cameras, in addition to the creation and implementation of a program capable of
working and managing multiple cameras and images from different sources, based on
obtaining access to an integrated State database, applied to an analytical program
associated with artificial intelligence, will enhance the results for purposes of
prevention and qualified repression.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................12
3 VIDEOMONITORAMENTO ................................................................................ 25
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 64
GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 68
............................................................................................................................97
12
1 INTRODUÇÃO
Com base nos fatores norteadores citados, destaca-se a relevância tecnológica e seus
reflexos no sentido de alinhamento estratégico adotado pela PMMG no cumprimento
do seu papel constitucional de preservação da ordem pública.
13
A caracterização do objeto da pesquisa está focada no estudo histórico que vai desde
a implantação do videomonitoramento em Belo Horizonte e suas transformações ao
longo do tempo até os dias atuais e prospecção de futuro no sentido de vislumbrar
16
De acordo com a delimitação do tema até aqui apresentado, define-se como objetivo
geral da pesquisa estudar as principais tecnologias capazes de potencializar o
emprego do videomonitoramento na PMMG, e estabelecem-se, ainda, os seguintes
objetivos específicos:
A Primeira Revolução Industrial, segundo Paulo Samuel de Almeida (2019) teve uma
duração de duzentos e um anos, iniciando no ano de 1712 a 1913 e foi marcada pelo
surgimento das máquinas a vapor. Nesse período ocorreu uma alienação profissional
onde os indivíduos passaram a raciocinar menos e a produzir mais, em outras
palavras, o trabalho tornou-se mais mecânico e menos intelectual. Divergente do
autor, para Quintino et al. (2019) a Primeira Revolução Industrial iniciou-se por volta
do ano de 1750, tendo como marco fundamental o surgimento da tecelagem em uma
projeção industrial na Inglaterra.
Nesse período surgiu a primeira máquina a vapor criada pelo engenheiro britânico
James Watt no ano de 1765. A maneira de fabricar produtos refletiu no mercado e no
comportamento social, uma vez que pessoas da classe mais baixa tiveram acesso a
produtos que até então apenas a classe alta da sociedade tinha acesso.
No mesmo sentido, Quintino et al. (2019), afirmam que a Primeira Revolução Industrial
foi marcada pela mecanização da produção com a utilização de máquinas a vapor,
acompanhada pela considerável aceleração da produção, resultando migração de
mão de obra camponesa para as indústrias.
18
A partir do ano de 1969 surge uma nova era, que ficou conhecida como a terceira
revolução industrial, a indústria 3.0.
A terceira revolução industrial surgiu a partir do ano de 1969 e durou até o ano de
2010. Ficou marcada como a era da automação com a implantação de computadores,
controles eletrônicos, sensores, atuadores, além de dispositivos com capacidade de
gerenciamento de uma elevada quantidade de variáveis de produção. Os produtos
tiveram a qualidade e a quantidade aumentadas. Fatores também predominantes
foram a elevação da segurança de produção e a potencialização da gestão dos custos
(DE ALMEIDA, 2019). Quintino et al. (2019) acrescenta que a Terceira Revolução
Industrial pode ser denominada como a Revolução Digital e também como Revolução
Técnico-Científica.
Para o autor, o conceito de Indústria 4.0 expandiu para outros países levando
empresas a contarem com um número reduzido de profissionais altamente
qualificados. Com a evolução tecnológica e integração dos processos, surgem
sistemas de produção cada vez mais inteligentes, apontando oportunamente
necessidades produtivas, de suprimentos e matéria prima, resultado de uma
integração de tecnologias físicas, digitais e etapas do desenvolvimento dos produtos
e processos.
22
O terceiro fundamento, segundo o autor, trata-se da Análise de Dados e Big Data que
envolve um grande volume de dados a serem trabalhados com o objetivo de
otimização dos processos, melhoria do consumo de energia e qualidade de produção
de produtos ou serviços. A análise e a gestão desse grande volume de dados têm um
papel fundamental no desempenho da empresa e devem ser mantidos em segurança.
Ainda, após o terceiro fundamento surge a Robótica que na Indústria 4.0, mesmo com
a flexibilidade no processo, são fundamentais para padronização e controle dentro da
cadeia produtiva. Podem ser programados para atuarem em diversas tarefas e sem a
necessidade de supervisão humana levando grande vantagem para trabalhos
repetitivos e exaustivos para pessoas envolvidas nesse processo.
uma plataforma única. Esses sistemas permitem uma maior harmonia em todo o
ecossistema automatizando as cadeias de valor.
Toda a conectividade entre diversas áreas está sujeita a invasões e até mesmo falhas
e aí, entra em ação o oitavo fundamento descrito pelo autor, a Cibersegurança.
3 VIDEOMONITORAMENTO
Segundo De Alves e Sabará (2015), iniciou-se em Belo Horizonte no ano de dois mil
e quatro a instalação de setenta e duas câmeras de monitoramento nos centros
comerciais, sendo expandida para outros municípios do Estado de Minas Gerais. Tais
câmeras passaram a fazer parte da vida dos cidadãos, sendo denominado “Projeto
Olho Vivo BH”. Isso foi possível devido uma parceria público-privada entre a Prefeitura
de Belo Horizonte, Secretaria de Estado de Defesa Social, Polícia Militar de Minas
Gerais e Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, ocorrendo a partir desse
momento a assinatura de um convênio no mesmo ano de instalação e no ano seguinte
originando a criação de uma Lei Estadual que veio a disciplinar o uso de câmeras de
vídeo para fins de segurança. Divergindo do autor, consta no memorando nº 40307
(2016) que o primeiro sistema de videomonitoramento da Polícia Militar de Minas
Gerais em Belo Horizonte surgiu na forma de um projeto piloto implantado no Bairro
27
O artigo 128 do mesmo dispositivo, traz um outro conceito de sistema que é o sistema
privado de vídeomonitoramento (SPVM). Assim, é possível dizer que uma outra
vertente surge com a busca de parcerias com municípios em prol da segurança
pública. Portanto, surge uma forma de potencializar o vídeomonitoramento sem a
necessidade de maiores investimentos por parte do Estado, respeitadas as
especificações técnicas dos equipamentos definidas pela DTS.
Documentos Descrição
Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de informações coletadas durante as entrevistas na DTS, 2021.
29
Conforme apresentado ao longo deste capítulo, foi possível perceber alguns conceitos
sobre o vídeomonitoramento, o atual cenário do parque tecnológico na capital do
Estado e no interior. Assim, é possível perceber a importância de conhecer a respeito
do vídeomonitoramento, as normas mais recentes que tratam do assunto, os sistemas
envolvidos, a exemplo do que será estudado na seção seguinte, o sistema Hélios.
31
De acordo com a etimologia da palavra, o nome Hélio tem origem no grego Hélios,
que quer dizer literalmente “sol” e era representado por um jovem com a cabeça
adornada por uma coroa de raios dourados, e que conduzia sua carruagem com
quatro cavalos em torno da Terra. (RODEGHIERO, 2014, p.23).
1
Java é uma tecnologia usada para desenvolver aplicações que tornam a Web mais divertida e útil.
Difere do javascript, que é uma tecnologia simples usada para criar páginas Web e só é executado
no seu browser.
2
Node JS é caracterizado como um ambiente de execução Javascript. Com ele, o usuário pode criar
aplicações sem depender do browser para isso. Possui alta capacidade de escalabilidade, boa
flexibilidade, arquitetura e baixo custo, torna-se uma ótima opção para programação.
32
O sistema Hélios está liberado para receber as imagens dos veículos capturados
durante as passagens por locais que possuem câmeras dotadas de tecnologia de
reconhecimento automático de caracteres.
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de imagens obtidas junto a DTS, 2021.
Com base no que foi tratado a respeito do sistema Hélios ao longo deste tópico, surge
uma tecnologia muito importante, a tecnologia OCR, que é primordial para as demais
etapas do processo e esse conceito será desenvolvido na subseção seguinte.
35
Segundo Martins (2018), para que ocorra o processo de identificação das placas, os
veículos passam por um estágio dentre os diferentes processos de detecção, sendo,
detecção por laço indutivo, detecção por magnetômetro, detecção por emissão de
ondas eletromagnéticas ou detecção por câmeras de vídeo.
O conceito de OCR foi definido por Shinde e Chougule (2012, p.1, tradução nossa 3)
como “O reconhecimento óptico de caracteres (OCR) é uma conversão de imagens
de texto digitalizadas ou impressas, texto manuscrito em texto editável para
processamento posterior ”.
3
Optical character Recognition (OCR) is a conversion of scanned or printed text images, handwritten
text into editable text for further processing.
36
Para Thomas Deselaers et al. (2012) o sistema OCR pode ser utilizado para
reconhecer caracteres manuscritos, assim as tecnologias que utilizam o OCR
proporcionaram um avanço considerável na automatização de processos com maior
velocidade e eficiência se comparado com o trabalho desenvolvido pelo ser humano.
Pode-se concluir, portanto, que os sistemas que utilizam a tecnologia de
reconhecimento automático de caracteres aumentam a capacidade de identificação
de placas veiculares para aplicação na segurança pública. A Figura 11 mostra o
momento exato da captura da placa de um veículo ao passar em um local onde existe
uma câmera com tecnologia OCR, possibilitando ao algoritmo o processamento dos
caracteres e a realização da comparação em um banco de irregularidades.
Uma vez discutidos alguns dos principais conceitos que envolvem o reconhecimento
ótico de caracteres, passa-se a discussão a um conceito não menos importante e que
certamente contribuirá para o alcance da efetividade das ações dos agentes públicos
guiados por agentes tecnológicos inteligentes alicerçados no campo da inteligência
artificial.
37
4 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Uma das principais contribuições para a inteligência artificial surge com uma pesquisa
pioneira no processo de tomada de decisão em organizações econômicas. A criação
de novas metodologias a partir da determinação de simulação de computador, levou
aos estudos de ciência da computação, tornando Herbert Alexander Simon um dos
fundadores da inteligência artificial.
Para Russell e Norvig (2013, p.24), o “campo da inteligência artificial, ou IA, vai ainda
mais além: ele tenta não apenas compreender, mas também construir entidades
inteligentes“.
O termo inteligência artificial surgiu após a Segunda Guerra Mundial, recebendo essa
denominação no ano de 1956 e é um termo muito abrangente com subcampos que
variam de níveis mais gerais, a exemplo de processos de aprendizagem e percepção,
além de tarefas mais específicas.
A IA para Kurzweil (1990) é “a arte de criar máquinas que executam funções que
exigem inteligência quando executadas por pessoas”. Rich e Knight (1991) definem a
IA como “o estudo de como os computadores podem fazer tarefas que hoje são melhor
desempenhadas pelas pessoas”. Para os autores, a IA aborda a questão do agir como
seres humanos.
39
Definida por agir racionalmente, a IA é abordada por Poole et al. (1998) no sentido de
que a “inteligência computacional é o estudo do projeto de agentes inteligentes”. No
mesmo campo de agir racionalmente, Nilsson (1998) define a “AI está relacionada a
um desempenho inteligente de artefatos”.
Capacidades Finalidade
Uma vez discutidos os principais conceitos relacionados aos agentes inteligentes nas
abordagens inerentes ao pensar e ao agir para máquinas, passa-se à discussão sobre
o relacionamento entre as novas tecnologias e a inteligência artificial.
42
A arquitetura básica do sistema Hélios é descrita por Martins (2018) da seguinte forma:
4
Aplicativo para dispositivos móveis como smartphones e tablets, desenvolvido pelo Centro de
Tecnologia e Sistemas (CTS), que congrega uma série de funcionalidades implementadas para facilitar
o exercício das atividades operacionais da PMMG, tais como: consultas sobre veículos e celulares
roubados ou furtados, indivíduos envolvidos em ocorrências policiais, envio de mensagens e gestão do
emprego operacional.
45
Durante o período de Carnaval do ano de dois mil e vinte na cidade de Belo Horizonte,
a DTS realizou um teste de reconhecimento facial com software integrado a uma
câmera do vídeomonitoramento. O equipamento cedido pelo fabricante para testes foi
instalado na viatura técnica da DTS, sendo estrategicamente posicionada em uma
entrada na Praça da Estação (Figura 14).
Com base nos testes realizados com o programa de inteligência artificial, verificou-se
que mais de uma centena de indivíduos foram abordados, contudo após as
abordagens e confirmações das identidades no sistema Sistema Integrado de Gestão
Prisional (SIGPRI), constatou-se apenas se tratar de pessoas com características
semelhantes.
Os testes realizados indicaram que um banco de dados com muitas fotos acusaram
muitos alarmes falsos, ao passo que em um banco de dados com poucas fotos
indicaram resultados mais certos.
Assim, torna-se cada vez mais relevantes os testes utilizando vários programas de
empresas diferentes, banco de dados com capacidades distintas e até mesmo
equipamentos variados.
47
É possível dizer, portanto, que uma série de fatores podem definir o grau de
confiabilidade nos produtos oferecidos no mercado, a exemplo das tecnologias
empregadas, do algoritmo utilizado, das variáveis relacionadas ao posicionamento
das câmeras, condiçoes do ambiente, dentre outros fatores.
5 PERCURSO METODOLÓGICO
Para o mesmo autor, consoante com Gil (2008), em uma pesquisa descritiva ocorre o
estabelecimento de relações entre variáveis ou até mesmo descrever fenômenos.
Vieira (2010, p. 47), descreve a pesquisa exploratória como uma pesquisa de base
que:
[...] é de caráter não tão profundo e levanta dados e problemas que podem
vir a servir de apoio para pesquisas futuras mais avançadas. [...] A pesquisa
exploratória é muito útil, em primeiro lugar, para fazer com que algum tema
até então desprezado ganhe relevância dentro de uma determinada área do
conhecimento e, por isso, deve ser respeitada como qualquer outro tipo de
pesquisa.
Pode-se concluir, portanto, que quanto aos objetivos da pesquisa, existe uma
coerência entre as classificações adotadas na presente monografia no sentido de
realizar um estudo de um objeto que ainda não tem um volume de conhecimento sobre
ele, relacionando variáveis que vão de encontro aos avanços tecnológicos exigidos
para a indústria 4.0.
O tema abordado no presente estudo acadêmico, tomando por base o atual cenário
Institucional, ganha força a cada dia no caminho da relevância tecnológica,
racionalidade dos recursos humanos e logísticos, conforme é evidenciado nos
objetivos estratégicos da PMMG.
50
Para Köche (2002, p. 126), “Na pesquisa exploratória não se trabalha com a relação
entre variáveis, mas com o levantamento da presença das variáveis e da sua
caracterização quantitativa ou qualitativa”. Para o autor “A revisão bibliográfica deve
ser atualizada e englobar a análise das obras básicas relacionadas ao problema
investigado”. Com base em Rodrigues et al. (2016, p. 55), quanto à abordagem, uma
pesquisa pode ser classificada em quantitativa e qualitativa. Na qualitativa “É utilizada
para investigar um determinado problema de pesquisa, cujos procedimentos
estatísticos não podem alcançar devido à complexidade do problema”. Os exemplos
mais característicos estão relacionados às opiniões, comportamentos e atitudes dos
indivíduos ou grupos.
A pesquisa documental é abordada por Godoy (1995) como uma das três
fundamentais no que diz respeito às pesquisas qualitativas. Guarda semelhanças com
a pesquisa bibliográfica, uma vez que em ambas há extração de informações de
documentos impressos ou eletrônicos podendo ser trabalhadas com o objetivo de
enriquecer a argumentação na pesquisa científica tratada.
E2 CEGESP 9 meses -
E3 Engenheiro 14 anos -
Eletricista
No mesmo sentido, o Entrevistado 3 (2021), relata que “Em dois mil e quatro a gente
começou com o vídeomonitoramento, no caso, a gente usava uma tecnologia
analógica e era muito baseada em uma arquitetura [...] vídeomonitoramento fechado.”.
54
Para o memorando 40307 (2016) do Estado Maior da Polícia Militar (EMPM), que trata
a respeito dos procedimentos para a implantação de sistemas de vídeomonitoramento
em seu item 3, vai mais além quanto à data de implantação do primeiro sistema de
vídeomonitoramento da PMMG, ocorrido no ano de 2002.
O memorando 40307 (2016) do EMPM, em seu item 12.3, sob o amparo legal dos
artigos 6º e 7º da Lei Estadual 15.435 de 11 de janeiro de 2005, considera a
possibilidade de implantação de câmeras de estabelecimentos mediante convênio e
parcerias diversas.
[...] o sistema de câmeras do City Câmeras que ele quer, é possibilitar uma
plataforma única que consiga receber câmeras de qualquer parceiro.
Qualquer pessoa que queira disponibilizar imagens de câmeras que façam
leitura de placas para a polícia militar, independente se a câmera faz leitura
na própria câmera ou que utiliza um sistema x ou um sistema z, não tem
problema. Qualquer empresa que queira integração com a polícia militar é
possível (ENTREVISTADO 1, 2021).
O Olho Vivo em dois mil e dezessete, teve a questão desse memorando que
foi estabelecido que viu que a polícia não investiria mais nessa questão de
implementar câmeras. Aí, com isso, eu vou puxar pro Hélios, por quê? Porque
o sistema Hélios surgiu aproveitando esse projeto da 153, vieram pra cá 30
pontos de OCR que a prefeitura estava fornecendo esse projeto e não estava
sendo utilizado. Então, a época aqui, houve umas tratativas entre a DTS3 e
CTS pra poder desenvolver o sistema Hélios (ENTREVISTADO 1, 2021).
O sistema Hélios segundo o entrevistado 1, veio com a ideia de não ter custos para a
Instituição em relação à manutenção de câmeras, além de possuir atualmente umas
setecentas câmeras ativas. A integração com outros sistemas e com câmeras de
terceiros é uma realizada.
A ideia hoje do Hélios é integrar com câmeras de terceiros. Quando tiver uma
integração bacana com o DETRAN, a gente vai ter informações mais
fidedignas. O banco de dados grava mais ou menos seis meses. À medida
que mais câmeras são cadastradas, aí vai diminuindo. O ideal que tivesse um
storage maior (ENTREVISTADO 1, 2021).
Com base nos conteúdos referenciais, é possível notar como o tema vem sendo
abordado, em produções científicas, de forma aritmética. Também é possível perceber
que o assunto apresenta uma relação com a possibilidade de expansão da
interligação de câmeras de entidades públicas e particulares. Conforme é possível
58
Nos dados listados pela gerência de pesquisa e projetos da DTS3 (APÊNDICE B),
verifica-se o quantitativo de câmeras instaladas e em processo de implantação para o
59
Ainda no que diz respeito ao emprego da IA, para Russell e Norvig (2013), abrange
uma série de subcampos do conhecimento e está em pleno processo evolutivo de
forma a empregar máquinas capazes de pensar e agir como humanos, contribuindo
para resultados cada vez melhores e em um tempo cada vez menor.
O que a gente tem testado, a gente não teve aquela eficiência bacana, lógico,
é melhor do que nada, mas a gente não teve eficiência bacana. A gente não
tem um banco de dados fidedigno ainda. Esbarra muito em banco de dados,
sempre em banco de dados. Um banco de dados de pessoas para fazer
comparação. Se a gente não tiver como comparar, a gente não vai ter uma
eficiência, vamos dizer assim (ENTREVISTADO 3, 2021).
[...] o segundo erro que pode aparecer é que o dado está desatualizado na
base. A base também não é nossa porque não conseguimos construir uma
base. Então, eu acho que o sistema paga esse preço aí das falhas, dos
alarmes falsos positivos por querer ajudar, porque não é culpa dele. A câmera
não é nossa. A base de dados também não é nossa (ENTREVISTADO 4,
2021).
Fica claro, portanto, que o emprego de novas tecnologias contribui para um melhor
direcionamento de esforços, possibilitando uma maior economia de recursos humanos
e logísticos diante de um atual cenário pandêmico.
Tomando por base o objetivo do presente trabalho, que trata de uma análise
tecnológica com vistas a potencializar o emprego do vídeomonitoramento da PMMG
aplicadas na prevenção e repressão qualificada aos crimes incidentes no Estado, é
possível notar que os resultados são satisfatórios.
Desse modo, as principais informações a serem tratadas aqui passam por uma
necessidade de maior sistematização no âmbito da Corporação, permitindo assim
uma padronização de procedimentos voltado para o emprego dessas tecnologias.
61
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa científica teve como foco principal estudar quais as principais
tecnologias capazes de potencializar o emprego do vídeomonitoramento, analisando
o atual parque tecnológico e conhecer a tendência do vídeomonitoramento na PMMG.
Diante do estudo do sistema Hélios que utiliza tecnologia OCR para reconhecimento
ótico de caracteres constatou-se resultados aceitáveis. A partir das entrevistas
realizadas e da análise dos projetos em expansão dos sistemas de
vídeomonitoramento na capital do Estado e em municípios do interior, ficou evidente
a possibilidade de redução de custos quanto a manutenção dos sistemas, uma vez
que a normas vigentes permitem que prefeituras e empresas possam realizar
convênio e acordos de cooperação no sentido de implantação de sistemas de
vídeomonitoramento e interligação de câmeras ao sistema Hélios.
Ainda, a falta de um banco de dados atualizado e confiável para retorno das pesquisas
sobre a existência de irregularidades no caso do sistema Hélios, é um fator limitador.
Essa limitação seria melhor solucionada com a integração ao banco de dados do
DETRAN, conforme verificou-se nos relatos do entrevistado 1.
Apesar dos fatores limitadores de sucesso ainda continuarem sem solução, foi
perceptível por parte da Diretoria de Tecnologia e Sistemas, uma busca de caminhos
que levarão a Instituição a alcançar um patamar dentro do sonho de uma polícia com
sistemas interligados, com aplicações de inteligência artificial, processos
automatizados que possibilitarão fazer mais com menos, ou seja, produzir melhores
resultados em um menor tempo e utilizando menos recursos humanos e logísticos.
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
65
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Ediitora Atlas
SA, 2008.
HAUGELAND, J. (Ed.). (1985). Artificial Intelligence: The Very Idea. MIT Press.
KURZWEIL, Ray et al. The age of intelligent machines. Cambridge: MIT press,
1990.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Sistema Hélios. Belo Horizonte, 2021. Disponível em:
https://intranet.policiamilitar.mg.gov.br/. Acesso em: 28 jun. 2021.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Sistema Hélios. Belo Horizonte, 2021. Disponível em:
https://intranet.policiamilitar.mg.gov.br/. Acesso em: 18 ago. 2021.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Sistema Hélios. Belo Horizonte, 2021. Disponível em:
https://intranet.policiamilitar.mg.gov.br/. Acesso em: 29 ago. 2021.
66
QUINTINO, Luis. F.; SILVEIRA, Aline.Morais. D.; AGUIAR, Fernanda.Rocha. D.; AL.,
et. Indústria 4.0. Porto Alegre: Grupo A, 2019. 9788595028531. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595028531/. Acesso em: 13
nov. 2021. Acesso exclusivo para assinantes da Minha Biblioteca.
RODRIGUES, Auro de Jesus et al. Metodologia Científica. rev., ampl. Aracaju: Unit,
p. 77-87, 2011.
SIMON, Herbert Alexander. The Sciences of the Artificial. 3. ed. London: MIT
Press, 1996.
67
SIMON, Herbert. A behavioral model of rational choice. Models of man, social and
rational: Mathematical essays on rational human behavior in a social setting, p.
241-260, 1957.
GLOSSÁRIO
AUTOMATIC Automático
DIGITAL Digital
LICENSE Licença
LIST Lista
MANAGEMENT Gerenciamento
MOBILE Móvel
P3 Seção de Planejamento
PAN Panorâmico
PLATE Placa
RECORDER Gravação
RECOGNITION Reconhecimento
SYSTEM Sistema
TILT Inclinação
ZOOM Movimento de aproximação da imagem
69
1. Em relação ao entrevistado:
Legenda:
E – Entrevistado
P - Pesquisador
APÊNDICE B
mil e nove, na área do 34º Batalhão, que foi o projeto Mineirão que eles chamavam.
Com esses dois projetos aí a gente conseguiu cerca de cento e sessenta câmeras na
região central de Belo Horizonte e na região noroeste de Belo Horizonte.
Posteriormente, a gente ficou um tempo sem ter investimento por parte do Estado
nessa área de vídeomonitoramento. Em dois mil e treze, o Estado recebeu um grande
recurso, na verdade até antes um pouco, a prefeitura de Belo Horizonte investiu em
outros projetos que a gente chamava de 153, mais cento e cinquenta e três câmeras
que a prefeitura investiu no centro de Belo Horizonte e pegou a região do Cidade Nova
e Floresta, que é área do 16, região do Barreiro e região do Venda Nova. Isso foi
investido pela prefeitura de Belo Horizonte porque nessa época existia a questão do
orçamento participativo. Então ela começou a investir em meados de dois mil e doze
e dois mil e treze nessa parte também. E o Estado de Minas teve um grande recurso
por volta de dois mil e treze também pra poder investir cinquenta milhões através do
BID em todo o Estado de Minas. Nessa aí, a prefeitura de Belo Horizonte conseguiu
mais cento e vinte e oito câmeras e no Estado de Minas chegou por volta de
seiscentas câmeras mais ou menos. Em todo o Estado de Minas contemplou cerca
de vinte municípios. Na região metropolitana e nos principais municípios que tinham
maior incidência criminal na época. Teve um grande investimento nessa época.
E. O Olho Vivo em dois mil e dezessete, teve a questão desse memorando que foi
estabelecido que viu que a polícia não investiria mais nessa questão de implementar
câmeras. Aí, com isso, eu vou puxar pro Hélios, por quê? Porque o sistema Hélios
surgiu aproveitando esse projeto da 153, vieram pra cá 30 pontos de OCR que a
prefeitura estava fornecendo esse projeto e não estava sendo utilizado. Então, a
74
APÊNDICE B
época aqui, houve umas tratativas entre a DTS3 e CTS pra poder desenvolver o
sistema Hélios. O sistema, esse nome veio, foi até um analista lá do CTS que deu
esse nome em virtude do Deus Grego do Hélios, que vê tudo e tal. A concepção do
Hélios foi de pegar imagens de câmeras disponibilizadas por prefeituras,
concessionárias, pra poder fazer essa questão de leitura de placas. Então, hoje é um
projeto que ele não tem, tirando a hora/trabalho do analista, questão da hora dos
militares também que ficam à disposição do projeto às vezes, a ideia é não ter custo
nenhum para a polícia militar. Em dois mil e dezessete acabou com a questão da
polícia implementar o Olho Vivo. Então, estava gerando um custeio muito alto para a
Instituição. Quanto mais câmeras fosse implementar, a parte de custeio só iria
aumentar. O Hélios já veio com essa ideia de não ter custeio para a Instituição em
relação à manutenção de câmeras ou coisa do gênero. A ideia do sistema Hélios,
possivelmente o sistema de câmeras do City Câmeras que ele quer, é possibilitar uma
plataforma única que consiga receber câmeras de qualquer parceiro. Qualquer pessoa
que queira disponibilizar imagens de câmeras que façam leitura de placas para a
polícia militar, independente se a câmera faz leitura na própria câmera ou que utiliza
um sistema x ou um sistema z, não tem problema. Qualquer empresa que queira
integração com a polícia militar é possível. O que a gente vê de melhorias que podem
ser feitas no Hélios? É talvez uma participação maior das Unidades quando chamarem
essas empresas para conversar com a polícia militar. A gente percebe, agora eu
estando na seção, algumas empresas procuram a polícia militar, diretamente o CTS,
e não procuram o operacional, a Unidade tem a possibilidade de ter as câmeras no
Hélios e não utiliza. Ela nem conhece o sistema, nem sabe o que é sistema Hélios.
Uma possibilidade que a gente poderia dar para o Hélios, a gente vislumbra no futuro,
é a possibilidade de câmeras que estejam em viaturas, fazer a leitura de placas, jogar
pro Hélios e possibilitar fazer uma blitz já consultando o nosso sistema, uma blitz, no
caso, mais inteligente. Posicionava a viatura a trezentos, quatrocentos metros de uma
blitz, faria a leitura, indicaria só veículos com algum impedimento para eles poderem
fazer essa leitura de placas e essas consultas. Existe uma demanda muito nova em
relação ao sistema Hélios que o pessoal está pedindo atualmente, que é a verificação
de utilização de comboios. Isso o sistema Hélios faz simples ainda, já faz sem a ajuda
de empresas. Quanto o senhor define dois pontos, ele identifica quais veículos estão
75
APÊNDICE B
passando de forma conjunta. Não seria de uma forma mais inteligente ainda, mas de
uma forma manual. O próprio usuário já consegue verificar um, dois, três, quatro
pontos que ele queira verificar. Isso já é possível para fins de trabalho de inteligência.
Hoje o sistema Hélios tem três possibilidades, a página inicial com alertas de veículos
com queixa/furto. Esse veículo vai aparecer de acordo como perfil do usuário que a
P3 definir quais as câmeras que o usuário vai poder estar verificando. Essa,
basicamente é a parte de alertas. Tem uma outra parte que é a parte de pesquisas
em que o usuário vai pesquisar os veículos que ele quiser. Ele vai jogar a placa do
veículo, se ele não souber, a marca, modelo, algum caractere, ele consegue fazer na
parte de pesquisa para dar um norte em uma ocorrência. E a parte de operação na
qual o usuário determina, marca uma câmera no sistema Hélios e através dessa
câmera que ele marca, é possível verificar todas essas câmeras que passa com
queixa/furto nesse local, veículos que ele criou uma list anterior, lista de impedimento
ou que tenha problema administrativo, licenciamento atrasado, é possível fazer nessa
operação. Direcionaria para o policial aqueles veículos com problemas para poder
abordar. Atualmente não tem como saber a assertividade do sistema, se são setenta
ou oitenta por cento. A gente tem como saber a quantidade de veículos que passam
por dia, que são aproximadamente um milhão e seiscentos. A gente tem hoje umas
setecentas câmeras ativas. Esse número é muito dinâmico, ele varia de minuto a
minuto, porque a gente considera uma câmera inativa após vinte e quatro horas que
ela parou de mandar imagens pro sistema Hélios. A ideia hoje do Hélios é integrar
com câmeras de terceiros. Quando tiver uma integração bacana com o DETRAN, a
gente vai ter informações mais fidedignas. O banco de dados grava mais ou menos
seis meses. À medida que mais câmeras são cadastradas, aí vai diminuindo. O ideal
que tivesse um storage maior.
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APÊNDICE B
E. A gente não adquire nada para a polícia sem a gente testar. Sobre as body cam, a
gente já fez três testes. Já tem relatório dos testes e são passados para o Comando.
A gente não tem banco de dados para poder estar utilizando para o reconhecimento
facial. O grande gargalo é a questão do banco de dados. Vai reconhecer o quê? A
gente não tem o que comparar. A melhor alternativa seria ter no REDS a foto pra gente
começar a ter um banco de dados.
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Legenda:
E – Entrevistado
P - Pesquisador
está a sua aura. É criminologia avançada. Ele alia movimento corporal, tudo, tem uns
pontos lá de comparação, ele consegue saber se você está nervoso, se está falando
mentira, se tá tenso. Então isso gera um alerta. Eles têm usado nos aeroportos. Eles
usaram na copa do mundo. Só que eles estão precisando de grande massa de dados.
Ele não gera obrigatoriedade. Ele gera um alerta que tem que ser verificado. Ele ajuda
na identificação para gerar suspeição. Estamos querendo desenvolver um projeto todo
sistêmico. Câmera de vídeo é um sistema, Olho vivo, LPR, o que a gente quer ter
atrás disso é um sistema de inteligência artificial. Um sistema de câmera pública e
privada. Se a gente conseguir colocar na comissão da SEJUSP as ideias que a gente
teve no ano passado, para frente, eu acho que a polícia vai avançar, vai dar um passo
largo. Fotos no REDS, vídeos no REDS, inteligência artificial, REDS MOBILE, TC
REDS MOBILE, esses são apenas alguns dos projetos que estão sendo
desenvolvidos. No ano passado a gente conseguiu terminar a parte de implantação
do CAD nos destacamentos. Ainda tinha destacamento que estava fazendo REDS no
papel. Vamos fazer um chamamento público para a body cam, para o LPR. A visão
de futuro é trabalhar de forma sistêmica para que a gente consiga acessar esses
dados em um único programa para trabalhar em várias câmeras e imagens.
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Legenda:
E – Entrevistado
P - Pesquisador
E. Esse aqui é o quantitativo de câmeras por cidade que a gente tem instalado. Eu
vou falar uma parte mais técnica do vídeomonitoramento. Em dois mil e quatro a gente
começou com o vídeomonitoramento, no caso, a gente usava uma tecnologia
analógica e era muito baseada em uma arquitetura, numa empresa chamada Pell,
praticamente um sistema de vídeomonitoramento fechado. A gente sempre usou fibra
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ótica para evitar que travasse. No caso das câmeras analógicas, a gente precisava
sempre de um conversor que pegava o sinal de vídeo e transformava num sinal de
luz, vamos dizer assim, a gente chamava de conversor ótico, até chegar de novo,
pegar o sinal analógico e gravar no DVR. Esses foram os primeiros modelos aqui da
forma que era implantado o Olho Vivo. Foram substituídos, aqui foram substituídos.
Tem uma cidade que ainda usa essa tecnologia analógica. Está ocorrendo um
processo de digitalização, migrando do sistema analógico para o digital nos locais
remanescentes assim. A maioria é digital. Em Belo Horizonte começou dessa forma,
trocou as câmeras tudo, trocou os conversores e colocou um servidor com DIGIFORT,
software VMS. No reconhecimento facial quando a gente começou, salvo engano no
carnaval de dois mil e vinte, ele emprestou pra gente um servidor pra gente instalar
na praça da estação de forma que o pessoal ia entrando e a gente ia tentando fazer
esse reconhecimento. O que a gente tem testado, a gente não teve aquela eficiência
bacana, lógico, é melhor do que nada, mas a gente não teve eficiência bacana. A
gente não tem um banco de dados fidedigno ainda. Esbarra muito em banco de dados,
sempre em banco de dados. Um banco de dados de pessoas para fazer comparação.
Se a gente não tiver como comparar, a gente não vai ter uma eficiência, vamos dizer
assim.
E. A gente tem uma questão aqui que a gente discute a parte ideal. No caso, uma das
coisas que o vídeomonitoramento que às vezes peca é porque as câmeras são PTZ,
PAN, TILT e ZOOM, aí às vezes a câmera está virada para um lado e o delito está
ocorrendo do outro lado. Então a gente tem tentado sugerir, a questão de projetos da
gente para câmeras trezentos e sessenta graus. Então esse é um dos estudos que a
gente faz também de deixar filmando trezentos e sessenta graus e deixar para buscar
as imagens sob demanda porque a gente tá com problemas de pessoas pra poder
monitorar. Não dá para colocar um militar ou contratar pessoas. Uma das coisas que
acontecia também, a prefeitura contratava alguém para fazer o monitoramento, às
vezes mudava o prefeito, terminava e o prefeito falava “nós não vamos mandar”. Então
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às vezes acontecia de ter batalhões que o sistema estava funcionando e não tinha
ninguém para poder monitorar. No entanto, se a gente conseguisse filmar por vinte e
quatro horas filmando, gravando, a gente também não precisaria de ter uma pessoa
ali monitorando. Quando começou no analógico, havia uma pessoa para cada nove
câmeras. Depois colocou uma pessoa para cada dezesseis câmeras que era a parte
digital que a gente tinha como ideal. Só que hoje a gente não tem gente pra isso.
Então, se tivesse gravando vinte e quatro horas, aí tendo uma demanda em tal lugar,
aí uma pessoa pra duzentas câmeras, aí ela só ia pegar uma câmera para aquele
determinado ponto e analisar as imagens daquela câmera. Aconteceu alguma coisa,
cria a demanda de imediato e já salva a imagem, porque depois de dois meses que
aconteceu não tem jeito. Aí a imagem já seria subscrita. No olho vivo acontece que
quando vai buscar uma imagem gravada, aí acontece que está em outro ponto.
Dificilmente dá sorte estar filmando lá e pegando ao vivo.
E. Muitas câmeras estão sem funcionar. No Barreiro tem muitas câmeras quebradas
porque parece que passa alguma coisa e arranca a câmera, um caminhão grande e
arranca a câmera, por exemplo. Um bate num poste, foi até recente, foi semana
passada. As bases comunitárias, aquelas que a gente chama de integradas, ela usa
a rede do Olho Vivo pra poder ter acesso às câmeras, pra poder ter acesso à internet.
Então, essa base especificamente que eu via no Barreiro, o poste que ela tem acesso,
parece que bateu um carro e derrubou o poste do Olho Vivo. A gente faz um link de
rádio, tem até uma ali no poste que a gente está fazendo teste.
Com isso a gente tem menos processamento no servidor. Mas pode também a câmera
captar a imagem e o servidor analisar aquela imagem, tirar o que a gente precisa e
mandar. Aí aumenta o processamento do servidor. A gente está falando de câmeras
digitais, mas nesse caso de usar um servidor para analisar uma imagem gravada, não
vai precisar ser necessariamente digital porque a imagem já está sendo digitalizada.
E. Essa viatura possui várias antenas para comunicação 4G e possibilitar não perder
o sinal.
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Legenda:
E – Entrevistado
P - Pesquisador
E. As últimas grandes implantações foram até 2015, o último foi em 2015/16 em Nova
Serrana. Então tem muito tempo que não se investe nisso e dos que foram instalados,
a maior dificuldade que nós temos é a de manter o sistema funcionando. Uma coisa
importantíssima a ser dita: - nada, absolutamente nada na polícia trabalha igual a uma
84
E. Hoje temos modelo analógico e digitais. Temos os dois funcionando. De 2012 para
cá, desde a época da Copa, o primeiro digital que foi instalado foi no entorno do
estádio Independência em 2012. Aí que a gente começou na época, foram os grandes
eventos lá né, de Copa, da Copa das Confederações, Copa do mundo aí que começou
com sistema digital, mas antes eram todos analógicos. Itabira já é analógico, ainda é
analógico e por aí vai. Para potencializar o que tá aí aproveitando o parque existente.
Aí eu aproveito o que? A câmera não dá para aproveitar mais. Eu vou aproveitar o
poste, a fibra, a energia elétrica, o que já está implantado lá. Aproveitar esse legado.
Aí a gente teria que buscar um outro tipo de câmera para aproveitar isso lá. E poderia
ser câmeras fixas apontadas em todas as direções ao invés de ter uma câmera
movimentando e girando, mesmo que eu perca um pouco e não consiga dar zoom,
mas eu tenha câmeras apontadas em todas as direções. Por quê? A que gira, ela é
muito útil quando eu tenho um monitorante. Se não tiver o monitorante, muitas vezes
o pessoal procura a imagem e a Câmera tava apontada para outro local. Até mesmo
furtou um veículo, uma ocorrência envolvendo militar e quando vai procurar a câmera
estava apontada para outro local. Então eu acho que um caminho, na minha
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todo mundo que transita por ali. Então a câmera do vizinho do Senhor a um quarteirão
pra baixo pode ser que vai filmar alguém, algum veículo de alguém que cometer um
delito na porta da casa do senhor. O senhor entendeu? Então ser um sistema
colaborativo. A vantagem, tem limitações? Tem limitações, mas a vantagem é que o
Estado não investe nada nisso. É uma, tipo assim, é uma revitalização, é uma
renovação da rede de vizinhos protegidos realmente monitorada. Isso está
acontecendo muito. Tem muitas cidades que os PM acessam câmeras de particulares
muito, mas não está regulamentado. Tem uma lacuna nisso na Instituição. Estão
fazendo por iniciativa, nada proibido. Agora o atual Coronel DTS, ele é a favor disso.
Tem buscado empresas para gente poder colocar isso no mapa e o senhor, o acesso
ser mais amigável. O senhor ter um mapa com a câmera de todo mundo. O senhor
clica ali e vai abrir. Posso até fazer um cerco e bloqueio virtual. Passou por aqui,
passou por ali, aí eu abro a câmera de um parceiro e volto as imagens. Então assim,
potencializar o vídeomonitoramento ou mesmo implantar onde não tem atualmente, o
caminho é esse utilizando câmeras de parceiros, câmeras de terceiros. Uma pergunta
que se faz: - a gente fica tentado, assim, eu sou favorável que não se coloque padrão
nenhum. Todo mundo contribui na medida que pode. Né? O nível da grade do portão
do muro do senhor é o que o senhor consegue pagar. Qualquer câmera, por mim ela
pode, eu acho que se a gente colocar um padrão, por mínimo que seja, a gente pode
estar cortando várias pessoas aí que poderiam contribuir de uma forma, ainda que
mais simples, de alguma forma contribuir. Às vezes o senhor quer só ver se um veículo
passou naquele ponto. Aí o senhor já sabe qual é o veículo alvo, se passou ou não
passou, por onde que ele foi. O senhor trabalhou no operacional, qualquer informação
que chegar é bem-vinda e por não ter custo nenhum pra polícia eu acho que se a
gente imprimir ao particular uma obrigação de melhorar o sistema dele, eu acho que
a gente vai estar restringindo o acesso. Não vamos ter ganho nenhum com isso. Só
pode ser pessoas que vão evitar. Já vai ter um custo de comprar a câmera, já vai ter
um custo de pagar internet. Eu, na minha opinião, o senhor entendeu? Mas também
não tem nada escrito disso. Aí a gente não deveria por um mínimo.
entendeu? Extrapola a nossa competência disso aí. Ou então nós vamos ter que
comprar câmeras. É o que não fazemos hoje. E vamos ter que construir uma base de
dados ou comprar ou contratar uma. Dessas questões, o que está mais próximo da
realidade de funcionamento é o de leitura de placas. Reconhecimento facial pra nível
de rua é muito difícil. Vai funcionar bem em metrô, condomínios, eventos específicos
que a gente consiga controlar pessoas ou uma outra faze do reconhecimento facial
que a gente já trabalhou nele aqui, inclusive com a PRODEMGE é o reconhecimento
facial feito pelo policial com o SMART FONE. Aí numa abordagem o senhor tira uma
foto, mas aí tem toda uma questão de jurídico-legal da possibilidade de fazer isso.
Essa sim, o senhor vai controlar, o senhor vai tirar uma foto ali e vai submeter aquela
foto à pesquisa na base de dados. Hoje a gente tem a dificuldade de abordar pessoas,
esses nomes falsos. Nomes de outros que eles passam durante abordagem. A gente
não tem senhor capitão uma base 2021, recurso nenhum para evitar isso, né? O
senhor imagina num TCO, um TCO que está o policial, o senhor está aí no interior,
um militar em uma fração do senhor faz um TCO, sei lá, de um usuário de droga e ele
der os dados de um terceiro. Como que o militar vai garantir isso daí? Não foi até a
delegacia. Como que ele vai confirmar isso?
E. O que a gente está testando agora pra polícia adquirir é a câmera na viatura para
poder fazer leitura de placas. A Capitão Audiléia pegou a viatura aqui hoje pra poder
usar no batalhão de trânsito para fazer isso. Tem câmera instalada na viatura pra
poder ler placa nas blitz, nas operações, fazer isso. Pode ir pra qualquer lugar e fazer
isso. De reconhecimento facial com câmeras nós não temos nesse momento na DTS
nenhum estudo em andamento. O que existe é um teste em conjunto com a
89
PRODEMGE com o smartphone, mas a gente também não sabe aonde isso vai
chegar quanto à questão da legalidade, se vai ser possível colocar isso, utilizar isso
na prática. Mas no aspecto técnico o que vai trazer melhor resultado é com o
smartphone para o polícia abordar. Não temos base de dados também. Não temos
nenhum. O próprio Major Ladeira já tentou com o TRE e eles responderam
formalmente o seguinte: - se vocês quiserem, se a PM quiser uma parte específica,
fazer formalmente um ofício pedindo, a gente manda daquele, mas nós não vamos
ceder a base de dados toda, porque o objetivo não é esse, de segurança, é só da
biometria do sistema eleitoral. Agora senhor Capitão, o senhor imagina se em todo o
REDS a gente colocasse a foto dos envolvidos. O senhor coloca lá os dados, o nome
da mãe, dos indivíduos, CPF, RG. O senhor concorda? São todos dados até mais
sensíveis do que a própria foto, que podem causar mais transtorno do que a própria
foto. Considerando que a gente faz no mínimo um milhão de REDS por ano, daqui a
pouco as instituições é que estarão nos procurando. A gente está alimentando um
banco de dados de forma dinâmica e atualizado. O senhor concorda? Em um ano a
gente teria um milhão de faces cadastradas. O REDS já está sendo atualizado para
poder colocar outras imagens, não só nos acidentes de trânsito, mas outras imagens
como provas. Está sendo feito com a PRODEMGE. O Coronel Pongianelo está
tratando isso aqui na cadeia de custódia das provas para poder colocar no REDS tanto
vídeo quanto imagens, fotos dos crimes. No meu entendimento, era uma excelente
oportunidade da gente colocar foto aí, até mesmo para desonerar o PM. O senhor
imagina no caso do TCO, uma pessoa se identifica como tal. Foi esse indivíduo aqui
que apresentou como tal. Eu não tenho como conferir, confirmar a identidade. Eu acho
que a gente deveria pelo menos suscitar. Até mesmo para o Judiciário ia ser bom. O
senhor concorda? Quando a gente começou a fazer o teste de reconhecimento facial,
uma das primeiras bases que a gente pegou foi do sistema prisional, pelas fotos do
INFOPEN. Aí eles reportando pra gente que tinha um indivíduo lá que tinha entrado,
quatro vezes, o mesmo indivíduo com quatro nomes diferentes. Só na hora que eles
fizeram o reconhecimento facial dele lá para confirmar que esse aqui é a face do
mesmo. Não tem controle. Não tem forma de. Ninguém é obrigado a portar identidade,
obrigado a portar documento. Nas identificações sem um reconhecimento facial ficaria
muito fragilizado.
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P. Dependeria de uma autorização judicial? Uma garantia jurídica para esse sistema
desenvolver com fotos?
E. Pra gente colocar foto no REDS eu acho que dependeria do colegiado colocar aí e
deixar alguém questionar. Eu acho que já colocam dados muito mais sensíveis,
endereços, concorda? É muito mais fácil localizar pessoas pelo endereço, pelo nome
completo, pelo RG, o que tiver lá, do que pela foto propriamente dita, até mesmo, o
senhor vai entrar em qualquer prédio eles tiram a foto do senhor. Na polícia civil eles
estão aprimorando é o de habilitação, porque aquele do Instituto de identificação, não
dão qualidade para isso não, o senhor entende? Eu vi em uma reportagem. Eles
comparam a foto do senhor com a carteira anterior. Estão comparando se o senhor
for fazer um exame com a foto da carteira anterior. Reconhecimento facial de um pra
um.
E. Olha pro senhor ver. O que a gente tem hoje, o que eu acredito que funciona hoje
é só o leitor de placa. Reconhecimento facial está um pouco mais distante e as
empresas oferecem por aí identificações de padrões que tendem a ser crime, tipo, a
pessoa sacou uma arma e a câmera identificar aí, pessoa correu, alguém levantou as
mãos, ou um tumulto, mais a gente não viu nenhuma funcionando com bom
desempenho. Se tem e eles estão querendo vender, eles deveriam no mínimo
apresentar isso pra gente. O senhor entendeu? Inúmeras empresas chegam, fazem
propaganda na internet. Ah! Aqui em Salvador tá assim, no Rio está assado, em São
Paulo está assado. Agora, na hora que chegam pra testar, isso eu registro, nenhuma
consegue fazer funcionar de forma adequada. Aí eu acho assim: - a eficiência desses
sistemas é muito baixa.
P. Você teria mais alguma questão que gostaria de contribuir em relação a tudo isso
que foi falado?
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E. As empresas, o que elas vêm vender aqui ou demonstrar é o que tem em outros
Estados, eles vendem aqui facilmente ou apresentam aqui. O senhor entendeu? Então
a gente compara, mas não tenho viajado para visitar outras instituições pra ver isso
não, mas pelo através das próprias empresas dos fornecedores que apresentam aqui.
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