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AUTISMO NA ESCOLA

U M G U I A P A R A P R O F I S S I O N A I S D E E D U C A Ç Ã O F Í S I C A
ISBN: 978-65-902060-0-8 - São Paulo/ Jan-2020

P R O F D R A . C A R O L I N A Q U E D A S
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Profa. Dra Carolina Quedas

Linhas de pesquisa:
educação física adaptada, avaliação
motora, intervenção precoce,fisioterapia
adaptada e Psicomotricidade

Doutora e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pelo


Mackenzie;
Pós graduação em Psicomotricidade e Educação Física para
populações especiais;
Graduada em Fisioterapia e Educação Física.

Experiência profissional
* 14 anos na área escolar e com Educação Física Inclusiva e Adaptada
* Fisioterapia adaptada para crianças com TEA e Síndrome de Down
* Professora Universitária e de cursos de Pós graduação
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SUMÁRIO

4 O QUE É O TEA? 16 DICAS

5 PREVALÊNCIA 17 EDUCAÇÃO FÍSICA E TEA


Meninos e Meninas
Estados Unidos e Canadá

6 TRIAGEM
19
O QUE FAZER NA AULA
M-Chat DE EF COM O ALUNO?
ABC
Avaliação Física...........................19
Avaliação Motora.......................20
7 CRITÉRIO DE Formulário de Observação de
Referência....................................21
DIAGNÓSTICO

22
DSM-5....................8,9,10 e 11
PEI

11 CARACTERÍSTICAS
23 ROTINA

12 EDUCAÇÃO FÍSICA 24 AULA DE EDUCAÇÃO


FÍSICA
Avaliação Inicial....................13
Dicas............................................25
Entrevista com a Família.....14
Entrevista com a Professora

27
da Classe ...............................15
REFERÊNCIAS............26
O que é o Transtorno do
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Espectro Autista?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que está
classificada no The Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, 5ª edição - DSM-5, (2013) na categoria Transtornos de
Neurodesenvolvimento. O TEA é definido como um distúrbio de
desenvolvimento neurológico que deve estar presente desde a infância,
apresentando comprometimentos de ordem sociocomunicativa e
comportamental (APA, 2013)

Prevalência Dados mais atuais divulgados


pelo CENTER OF DISEASE
CONTROL AND
PREVENTION – CDC indicam
Já no Canadá que a prevalência de crianças
aproximadamente 1 em diagnosticadas com
66 crianças e jovens são TEA vem crescendo em todo o
diagnosticados com TEA mundo; a estimativa nessa
no Canadá ( Relatório do faixa etária de 8 anos foi
Sistema Nacional de de 1:59 nos Estados Unidos
Vigilância do Transtorno (BAIO 2018).
do Espectro do
Autismo,2018)

Estudos que revelem uma estimativa epidemiológica oficial no Brasil são escassos,
por razões provavelmente relacionadas às condições do sistema de saúde e às
diversidades de um país composto por cinco regiões distintas. Paula et al. (2011) 18
verificaram, em estudo piloto, a prevalência de TEA no município de Atibaia em um
grupo de 1.270 crianças com idades entre 7 a 12 anos. Encontraram 0,3% dos
participantes diagnosticados com TEA. De acordo com os próprios autores, este
estudo possui várias limitações. A principal está relacionada ao pequeno tamanho da
amostra, o que reduziu a precisão das estimativas e aumentou a probabilidade de viés
de amostragem.

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Prevalência
Níveis de prevalência do
TEA na proporção de 4:1 para os meninos
(HILL, ZUCKERMAN, FOMBONNE, 2014),

fonte: https://www.canada.ca/en/public-health/services/publications/diseases-conditions/autism-spectrum-disorder-children-
youth-canada-2018.html#fig4

1 em 37 x 1 em 151

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Triagem
Temos alguns testes de triagem que podem alertar pais e ou
responsáveis sobre algum atraso no neurodesenvolvimento,
incluindo o TEA. Se orientados podem ser aplicados pela equipe
escolar.

M-CHAT

O M-CHAT é uma escala


de rastreamento que pode
ser utilizada em todas as
crianças durante visitas
pediátricas, com objetivo
de identificar traços de
autismo em crianças com ABC
idade precoce (Antes dos
40 Meses de vida). O Autim Behavior Checklist
(ABC) é uma lista contendo 57
comportamentos atípicos (Krug
et al., 1980). No Brasil, a lista
foi traduzida, adaptada e pré-
validada com o nome de
Inventário de Comportamentos
Autísticos (ICA) (Marteleto &
Pedromônico, 2005).
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Críterios de Diagnóstico
O diagnóstico final é realizado por um neuropediatra ou um psiquiatra
infantil embasado no DSM-5. Além do manual de diagnóstico o
recomendado é que o diagnóstico seja feito de uma maneira
multidisciplinar, envolvendo outros profissionais da área de saúde
como: Psicólogos, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais etc...

•Agrupamentos de transtornos, exclusão da síndrome da Rett e


mudança de nomenclatura;
•Redução do número de sintomas (de 12 para 7);
•Mudança de tríade (déficits de interação social, de
comunicação/linguagem e padrões repetitivos de
comportamento/estereotipias) para díade diagnóstica baseada na
presença dos seguintes critérios: Déficits de comunicação social e
presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades,
interesses e comportamentos.

7
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Críterios de Diagnóstico
Critérios Diagnósticos: Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, fifth edition (DSM-5)

Déficits persistentes na comunicação social e na interação


social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo
que segue, atualmente ou por história prévia (os exemplos
são apenas ilustrativos, e não exaustivos):

Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de


abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma
conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses,
emoções ou afeto, e dificuldade para iniciar ou responder a
interações sociais.

Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para


interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e
não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e
linguagem corporal, ou déficits na compreensão e uso gestos a
ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.

Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos,


variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento
para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em
compartilhar brincadeiras imaginativas, ou em fazer amigos a
ausência de interesse por pares.

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Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses


ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia (os exemplos são
apenas ilustrativos, e não exaustivos):

Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou


repetitivos (por exemplo, estereotipias motoras simples, alinhar
brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).

Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões


ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (como sofrimento
extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com
transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação,
necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos
alimentos diariamente)

Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em


intensidade ou foco (por exemplo, forte apego a ou preocupação com
objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou
perseverativos).

Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse


incomum por aspectos sensoriais do ambiente (como indiferença
aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas
específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação
visual por luzes ou movimento).

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Para uma avaliação diagnóstica, atualmente utiliza-se o DSM-5


(2013) que caracteriza os TEA em 3 níveis de gravidade:

•Nível 3 – o apoio exigido ao indivíduo é muito substancial. Há


déficits graves na habilidade de comunicação verbal e não verbal
que podem causar prejuízos graves de funcionamento.
Limitações na iniciativa de interações sociais e nas respostas
mínimas.

•Nível 2 – o apoio ao indivíduo é substancial isso quer dizer que


há déficits graves nas habilidades de comunicação verbal; com
isso, ocorrem prejuízos sociais graves mesmo com o apoio,
resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem
dos outros.

•Nível 1 - o apoio ao indivíduo é necessário. Quando não há


apoio, o individuo te prejuízos notáveis na comunicação social.
Ele não inicia interações sociais mostra exemplos claros de
respostas atípicas ou sem sucesso em abertura sociais de
outrem.to

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Características
•Dificuldades de relacionar com pessoas, objetos e eventos;
•Incapacidade de estabelecer relações sociais com outras
pessoas;
•Incapacidade de ter consciência dos outros;
•Dificuldade no contato visual, sendo normalmente evitado;
•Incapacidade de receber afeto;
•Intolerância a contatos físicos;
•Dependência de rotina e resistência a mudança;
•Comportamentos convulsivos e ritualísticos;
•Comportamentos que produzem danos físicos próprios;
•Acesso de calma, muitas vezes sem razão aparente;
•Ecolalia (repetição de palavras);
•Recusa-se a ouvir.
Wing ( 1982)

As características de uma pessoa que tenha o TEA não


necessariamente acompanham traços específicos, como em
comparado a Síndrome de Down . Há uma heterogeneidade de
características e nem sempre uma pessoa com autismo apresentam
todos os sinais elencados anteriormente como mencionou Wing.

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Educação Física
A Educação Física é uma área que engloba aspectos biológicos,
psicológicos, sociológicos e culturais e faz com que haja relação
entre eles (cf. STRAPASSON & CARNIEL, 2007). Cidade & Freitas
(2005), afirmam que a EF na escola se constitui como uma grande
área de adaptação ao permitir a participação de crianças e jovens
em atividades físicas adequada a suas possibilidades,
proporcionando que eles sejam valorizados e se integrem no mesmo
mundo.
Summerfield (1976), diz que a educação física tem aspectos
positivos no desenvolvimento global da criança com TEA, pois seus
atributos específicos contribuem para a estruturação do corpo no
espaço e tempo e incentivam a imitação, o que a torna
indispensável para adaptações sociais e aprendizagem formal. Por
esse motivo acreditamos na importância da participação desse
alunado em aulas de Educação Física. Por princípio, a educação
física tem como finalidade fornecer à criança qualidade de vida,
saúde satisfatória, proporcionando-lhe o alcance de motricidade e
facilitando sua consciência corporal no espaço, de forma a favorece
sua capacidade de adaptação ao meio, além de cooperação e
satisfação de obstáculos vencidos (cf. SILVA, 2008)
Segundo Favoretto (2014) é de extrema relevância que o professor
esteja sempre capacitado a atender as demandas de seus alunos,
uma vez que este profissional é responsável pela mediação
pedagógica, além de ser responsável por tornar o ambiente
prazeroso para uma melhor qualidade no processo de ensino-
aprendizagem.

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Avaliação Inicial
Quando falamos de avaliação dentro da área da educação física
pensamos rapidamente em avaliação física, essa muito importante
para uma prática que envolve atividades físicas. Porém, em um
ambiente escolar a avaliação física deve compor o planejamento
sim, mas para alunos com deficiência e principalmente aluno com
TEA deve -se seguir alguns passos importantes em uma avaliação
inicial para que você conheça o aluno e consiga trabalhar no ano
letivo.

Inicialmente uma conversa com a família é primordial para que você


conheça a bagagem motora dessa criança qual as atividades que
faz ou não fora do ambiente escolar.

Vamos ao Check List para seu


planejamento!

Entrevista com a Família


Entrevista com a Professora da
Classe
Observação no contexto de
Aula
Avaliação Física e Motora

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Entrevista com a Família

Histórico familiar
História gestacional
Rotina do aluno
Terapias realizadas
Medicamentos
objetos, desenhos, brinquedos que o aluno
goste.
Histórico Motor ( quando começou a
engatinhar,ficar em pé e andar)
Houve algum estímulo motor ( fisioterapia e ou
esportes)
O aluno brinca? como brinca?
Quais são as atividades que ele mais gosta?
O que a criança não gosta?

14
Entrevista com a
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Professora de Classe
A professora da Classe, pode oferecer muitas
informações pertinentes, pois ela que fica a maior
parte do tempo com o aluno. Faça uma entrevista
com a professora para que você consiga planejar
de uma maneira assertiva e interdisciplinar.

O aluno(a) interage?
Como ele interage com os outros colegas?
Ele se comunica?
Como se comunica: Gestos, olhar, aponta,
fala?
Dentro de sala de aula ele atende a
comandos? se sim qual é a reação do aluno ao
comando?
Qual situação dentro de sala de aula que se
percebeu uma alteração no comportamento do
aluno. Houve algum momento de irritabilidade
e alterações de humor?
O aluno já se autoagrediu ou agrediu outro
colega?

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Dica
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O PAEDI está em fase de validação, porém o artigo da pesquisa


está em anexo para poderem ler e já entender como funciona a CIF
e a utilização do protoolo como forma de integar sua avaliação.

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Educação Física e TEA

Considerando- se a prevalência de alunos com TEA hoje presente


nas escolas, bem como as características peculiares de alunos
com esse diagnóstico, especialmente aquelas ligadas aos
aspectos sensoriais, motores e comportamentais é que devem
receber especial atenção, em seu processo educacional como um
todo, e em especial, da Educação Física,que dispõe de métodos e
técnicas que podem ser aplicadas a esse alunado, pela via de
atividades lúdicas, podendo favorecer seu desenvolvimento e
aprendizagem em atividades coletivas.

Mas como oferecer um atendimento de qualidade, principalmente


nas aulas de Educação Física?

A Educação Física é uma área que engloba aspectos biológicos,


psicológicos, sociológicos e culturais e faz com que haja relação
entre eles (cf. STRAPASSON & CARNIEL, 2007). Cidade &
Freitas (2005), afirmam que a EF na escola se constitui como uma
grande área de adaptação ao permitir a participação de crianças e
jovens em atividades físicas adequadas a suas possibilidades,
proporcionando que eles sejam valorizados e se integrem no
mesmo mundo.

http://nutricionyeducacionnutricional.blogspot.com/
17
Para Chicon (2008), a inclusão do aluno com deficiência nas aulas de
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Educação Física está relacionada diretamente aos aspectos atitudinais,


e não apenas às barreiras físicas ou de adaptações, que se referem à
preparação do profissional, aceitação da diversidade e conceito de
homem que se quer formar. Igualmente, tal inclusão se relaciona às
barreiras procedimentais, que dizem respeito aos métodos de ensino
que serão escolhidos para chegar ao objetivo propostos. Podemos
concluir que não se trata, portanto, apenas de adaptação da disciplina,
mas de um comprometimento com a evolução de uma sociedade
inclusiva
A atitude do professor de Educação física vai muito além da técnica e
sim se enquadra na empatia e no verdadeiro querer de incluir o aluno.
Muitas vezes a escola quer que o aluno com TEA se adapte ao meio
que já está posto, cheio de regras e culturas, mas nem sempre essa
adaptação acontece. Cabe aos profissionais da escola identificarem as
dificuldades do aluno no meio ambiente escolar e diminuir esse impacto
diário.
Quando se começa a ter conhecimento do Transtorno muitas
atitudes dos professores mudam , pelo entendimento de como essa
criança funciona naquele meio, como ela pensa e como ela vai reagir a
situações e estímulos diversos que para ela é novo e muitas vezes não
sabe lidar com a situação, com isso, pode causar crises com gritos,
ansiedade, movimentos repetitivos, choro, automutilações e agressões.
Por isso a necessidade do profissional de Educação física, que esse
guia é destinado, conhecer o aluno e antecipar certos tipos de situações
que podem desencadear tais surtos ou comportamentos inadequados
como é mencionado por alguns autores.
O conhecimento é a chave para desvendar o quebra- cabeça e assim
nós profissionais podemos aos poucos entrar nesse mundo com
responsabilidade e segurança naquilo que iremos fazer.
A inclusão só acontece quando o profissional é inclusivo, ele traz pra si
a responsabilidade de fazer a diferença dentro do ambiente escolar,
com isso mudando a vida da criança e consequentemente de sua
família. 18
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O que fazer na aula com aluno ?


Primeiro como já descrito nesse E-book a avaliação. Após conhecer o
aluno por outros olhos ( pais e profissionais) é importante você como
profissional do movimento ter a sua visão e verificar quais são as
dificuldades e potencialidades do aluno.
Sempre quando falamos dessas questões muitos profissionais tem a
dificuldade em descobrir tais dificuldades , mas te digo!!! não é um bicho
de 7 cabeças

Vamos lá!!!!

Avaliação Física
Essa avaliação todo o profissional da área sabe fazer, uma
avaliação simples e objetiva do peso e altura do aluno. Avaliação de
alterações posturais é de suma importância para verificar escoliose,
cifoses e ou lordoses.
Muitas dessas alterações podem nos indicar uma hipotonia
muscular. Que podem causar principalmente problemas na marcha
do aluno e consequentemente problemas no correr, saltar e se
equilibrar.
Quando se é indicado esse tipo de déficit podemos orientar
trabalhos de fortalecimento muscular que pode auxiliar minimizando
significativamente esses problemas.

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Avaliação Motora
A avaliação motora é um requisito fundamental para a prática da Educação
Física escolar. Mas o que avaliar?
Todo profissional de EF sabe o que são as habilidades motoras básicas e são
essas habilidades que devemos ter um olhar diferenciado.

Quedas, Blascovi-Assis e D´Antino(2019) em seu estudo verificou que 83%


de crianças de 7 a 10 anos avaliadas com Autismo possui Deficiência motora
nas áreas de destreza manual, habilidades com bola e equilíbrio,
corroborando com estudos internacionais.
Essas habilidades são de extrema importância na aprendizagem por exemplo
de um esporte específico ou até mesmo em atividades de vida diária. Cabe ao
profissional de EF avaliar e intervir para minimizar os déficits.
Alguns testes podem ajudar na prática escolar.

TGMD-2 ou 3 - https://www.kines.umich.edu/tgmd3
EDM - Rosa Neto - http://www.motricidade.com.br/kit-edm.html
KTK - https://www.livrariaflorence.com.br/produto/livro-avaliacao-motora-em-educacao-
fisica-teste-ktk-gorla-134729
MABC-2 -
https://www.pearsonassessments.com/store/usassessments/en/Store/Professional-
Assessments/Motor-Sensory/Movement-Assessment-Battery-for-Children-%7C-Second-
Edition/p/100000433.html

Porém muitos desse testes são caros e uma outra forma de realizar uma avaliação é com
check Lists. Segue um modelo traduzido pelo Tiago Toledo do Esporte Inclusão que irá
auxiliar nesse processo.
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Formulário completo está disponibilizado em anexo

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PEI - Plano de Ensino Individual

Quem disse que na Educação Física não deve elaborar o PEI? Esse instrumento de
planejamento é de suma importância para todas as disciplinas, pois será o norteador após
sua avaliação na ação prática com seu educando.

fonte: Munster et.al (2014)

Segue link para baixar o artigo e o PEI -EF na íntegra .


http://revistas.marilia.unesp.br/index.php/sobama/article/view/4186

"Agradeço pela disponibilidade e a permissão da autora para fazer a divulgação nesse e-book desse
documento muito importante para a área".
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Rotina
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Saber se o aluno utiliza quadros de Rotinas é importante, pois isso pode ser um aliado em suas aulas.
Aulas sequenciadas, circuitadas tendem a darem certos para muitas crianças e adolescentes. Tudo
para eles tem que ter começo meio e fim e estarem bem definidos.

Comunicação Alternativa

Orientações pontuadas e visuais são de extrema importância para quem tem o TEA, auxilia no melhor
entendimento da tarefa.

Tem diversos programas que produzem os cartões para ser utilizados como forma de orientação e ou
comunicação. Porém esses programas são pagos. Temos um gratuito chamado Arassac que ajuda na
produção desses materiais.

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Aula de Educação Física


Para que as aulas de Educação Física aconteçam e o aluno possa se beneficiar do espaço
educacional inclusivo, com ganhos efetivos de aprendizado referente às competências e
habilidades propostas em uma aula de Educação Física, propomos a seguir, alguns
manejos comportamentais, que são fundamentais para a prática do professor, propostos
por Quedas e D´Antino ( 2016) apud Khoury (2014):

Reforçadores Positivos

A prática de reforçadores positivos de comportamento adequado


deve ser feita após uma tarefa bem executada. Ex: quando o
professor pede para o aluno que faça uma atividade com bola e o
mesmo a executa, o professor imediatamente deve falar palavras ou
fazer gestos de incentivo, ou deixa - ló utilizar um objeto que goste
após fazer a atividade proposta. Incentive-o imediatamente após
executar algo correto.

Toda criança independente se tem deficiência ou não gosta de


incentivos, tente fazer isso com sua turma.
Respeito ás regras

Independente do aluno, o aprendizado de regras deve ser de todos.


O aluno com TEA também tem conhecimento e entende regras.
Porém, por causa da deficiência pais e professores não exigem
dessas crianças e ou adolescentes esse tipo de comportamento.

Cabe ressaltar que regras devem ser ensinadas e respeitadas por


todos. Dessa forma, são oferecidas as condições para que o aluno
com TEA possa participar plenamente das atividades de Educação
Física, sendo incluído em todo o contexto da escola.

Os alunos com TEA, assim, terão plenas condições de evoluir em


suas especificidades. Por sua vez, o professor de Educação Física
terá segurança e subsídios técnicos para almejar desse, e de todos
os demais, as responsabilidades, cumprimento de regras e limites
nas atividades e relações interpessoais.

Atividades Concretas

Dependendo do aluno, as explicações devem ser mais concretas, demonstrando as atividades


propostas na prática. As crianças com TEA podem não entender conceitos básicos de uma
atividade. Uma simples queimada pode ser um jogo difícil, com isso o profissional Transtorno do
Espectro Autista e a Educação Física Escola deve fragmentar as explicações demonstrando
passo a passo a atividade para que o aluno assimile e tente fazer o que está sendo proposto.

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Por fim, destaca-se que alguns dos atalhos aqui apontados possam
favorecer a inclusão, de fato, de todos os alunos. A despeito desse
difícil, complexo e tortuoso caminho em direção à inclusão,
independentemente das características e idiossincrasias próprias da
diversidade do alunado que compõe todo e qualquer espaço social,
os alunos com TEA
possam participar, efetivamente, da comunidade escolar e o
professor de Educação Física tem papel fundamental e
indispensável nesse processo de construção de uma Educação
mais justa, participativa, solidária, tolerante, respeitosa e,
consequentemente, inclusiva.

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Dicas

Conhecer a família e a história desse aluno podem trazer dados significativos para sua
prática,
Não deixe a professora de sala de lado , ela será fundamental em todo o processo,
Falar com o aluno, olhar em seus olhos e observar as ações dele em todo o contexto
escolar também é fundamental para seu planejamento,
Avaliar é indispensável para todo o processo,
LEMBRE-se antes de ter o Trastorno é uma criança ou um adolescente, precisa
ser tratado como tal e ser respeitado
Lembre-se de estimular seu aluno com reforçadores POSITIVOS
Toda pessoa com TEA deve seguir regras e aprende-las, só porque tem a deficiência
não quer dizer que é "café com leite"
Paciência e consciência é a palavra para o trabalho, o resultado vem mas não no nosso
tempo e em nossa velocidade.

E a dica mais importante!!!!!!! Quebre todas as Barreiras atitudinais que possam


existir em sua prática. Um professor inclusivo faz diferença na vida de uma pessoa
com deficiência.

Inclua-se

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Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
(5ª ed.) Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013.

BAIO, JON et al. “Prevalence of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 8 Years - Autism
and Developmental Disabilities,2018.

CHICON, J.F. Inclusão e Exclusão no Contexto da Educação Física Escolar. Movimento, V.14, n. 1,
2008, p.13-38.

CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Noções sobre Educação Física e Esporte para Pessoas Portadoras de
deficiência. Uberlândia, 1997.

FAVORETTO, N.C; LAMÔNICA D.A.C. Conhecimentos e necessidades dos professores em relação


aos transtornos do espectro autístico. Rev. bras. educ. espec. vol.20 no.1 Marília Jan./Mar. 2014

HILL, A. P., ZUCKERMAN, K. E., & FOMBONNE, É. Epidemiology of Autism Spectrum Disorders. In
Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders p. 57–96, 2014

KHOURY, Laís Pereira et al. Manejo comportamental de crianças com Transtornos do Espectro do
Autismo em condição de inclusão escolar: guia de orientação a professores [livro eletrônico]. São
Paulo: Memnon, 2014.

MARTELETO, Márcia Regina Fumagalli; PEDROMONICO, Márcia Regina Marcondes. Validity of


Autism Behavior Checklist (ABC): preliminary study. Rev.
Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 27, n. 4, p. 295-301, Dec. 2005 .

MICCAS C, D’ÁNTINO M. E. F. Avaliação de funcionalidade em atividades e participação de alunos


com deficiência intelectual: estudo-piloto para elaboração de protocolo escolar. Tema sobre
desenvolvimento, 2011;18 (102), p. 82-85.

Monitoring Network, 11 Sites, United States, 2014.” Morbidity and mortality weekly report.
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2002) vol. 67,6 1-23. 27 Apr. 2018.

Munster et. al. Plano de Ensino Individualizado Aplicado à Educação Física: Validação de
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PAULA, C. S., et al. Brief Report: Prevalence of Pervasive Developmental Disorder in Brazil: A Pilot
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Quedas, Carolina Lourenço Reis. Adaptação transcultural do MABC-2 e avaliação de


crianças com Transtorno do Espectro Autista entre 7 e 10 anos. Tese (Doutorado em Distúrbios do
Desenvolvimento) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.

SILVA, R.F; SEABRA JUNIOR, L; ARAÚJO, P.F. Educação Física Adaptada no Brasil: da História à
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STRAPASSON, A.; CARNIEL, F. A educação física na educação


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SUMMERFIELD, L. Physical education, recreation and related programs for autistic and
emotionally disturbed children. Washington: AAHPER, 1976.

4
WING, Everard et al. (1982). Autismo infantil: aspectos médicos y educativos. Madrid: Editorial
Santillana..
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