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Democracia cultural linguistica

A língua portuguesa é conhecida por sua complexidade e variações


regionais e sociais, o que torna cada vez mais importante o desenvolvimento da
competência da oralidade nas aulas de língua portuguesa. A Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) estabelece que, desde as séries iniciais do ensino
básico, a oralidade deve ser uma das competências trabalhadas em sala de aula,
com o objetivo de desenvolver a capacidade do aluno de compreender, utilizar e
valorizar as diferentes variedades linguísticas.

Desmitificar a ideia de que o "certo" é apenas a norma culta é


fundamental para valorizar a riqueza e diversidade da língua portuguesa e
combater o preconceito linguístico. Infelizmente, ainda é comum a discriminação
velada em relação às diferentes variações linguísticas, o que pode levar à
exclusão e ao reforço de estereótipos prejudiciais.

Nesse sentido, o trabalho da oralidade pode ser uma ferramenta


importante para a construção do conhecimento e das relações interpessoais. Ao
estimular atividades que envolvam a fala, os estudantes podem trocar ideias,
argumentar e desenvolver o raciocínio crítico. É também um importante meio de
expressão da subjetividade, da emoção e da criatividade, permitindo ao aluno
aperfeiçoar sua capacidade de comunicação, independente de sua origem ou
classe social.

Para que o trabalho da oralidade seja efetivo, é fundamental que os


educadores
estejam atentos ao preconceito linguístico, que pode ser expresso através
do comportamento dos professores e colegas em relação às diferenças de
pronúncia, construção frasal, entonação e vocabulário. Promover um ambiente
inclusivo e democrático, que respeite e valorize todas as formas de expressão, é
fundamental para combater o preconceito linguístico.

Dessa forma, ao desenvolver a competência da oralidade nas aulas de


língua portuguesa, os estudantes podem se tornar cidadãos mais capazes de se
expressar, dialogar e compreender a variedade de formas de falar presentes na
sociedade brasileira. Essa habilidade é essencial para a inclusão social e a
promoção da democracia cultural em uma sociedade cada vez mais diversa e
plural.

Referências bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular:


Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília, 2017.

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 47ª ed. São
Paulo: Loyola, 2021.

FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. 3ª


ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2019.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC,


2017.

MATENCIO, Maria Isabel. A língua portuguesa em debate. Campinas,


SP: Editora da

Unicamp, 2020

A educação é a arma para mudar o mundo Pá gina 2 de 3


MARTINS, Maria Helena. O que é letramento. 5ª ed. São Paulo: Contexto,
2021.

MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Oficina de linguística aplicada.


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PRETI, Dino. A oralidade em sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial,


2022.

A educação é a arma para mudar o mundo Pá gina 3 de 3

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