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Evasão Maçónica – Causas & Consequências

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24/01/2019

A MaçonariaHistória

14/09/2020

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evasão maçónica

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O objectivo da presente obra de arquitectura é apresentar as causas que levam à
desmotivação e consequente evasão dos membros da Maçonaria. Para tal, utilizamos como
expediente, resumir o livro de mesmo nome do tema proposto, do Ir∴ Cassiano Teixeira de
Morais, Grão-Mestre da GLMDF, ao qual dou os parabéns pelo brilhante trabalho, onde
foram pesquisadas as teorias da motivação, as causas que levam ao recrutamento do
voluntariado bem como os factores da desmotivação.

Analisando algumas informações, foi possível conhecer o perfil dos maçons que deixaram a
Maçonaria, que na sua maioria são mestres maçons, com menos de 10 anos de instituição,
casados, católicos, com curso superior e com rendas entre 5 e 10 mil Reais.

Vamos aproveitar esta pesquisa e trazer a nossa realidade da GLEMT e consequentemente


a A∴ R∴ L∴ S∴ Rômulo Rampini.

Kennyo Ismail, no seu livro “História da Maçonaria Brasileira para Adultos”, apresenta
um prognóstico para a Maçonaria brasileira no Século XXI, no qual estamos surfando sobre
o ápice da parábola de quantitativo de membros por média de idade. O termo surfando é
usado porque esta parábola terá mesmo um formato de onda, já que a queda será brusca e
rápida quando toda a actual geração maçónica predominante, com idade concentrada na
faixa dos 60 anos, vier a se ausentar involuntariamente (evasão involuntária) e de forma
massiva da Maçonaria (velhice ou morte) a partir de 2030 até 2045.

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Nesse período, Lojas inteiras abaterão colunas ou fundir-se-ão com outras em situação
similar, lutando pela sobrevivência. Imóveis de Lojas serão vendidas pela dificuldade em
mantê-los a um custo alto com um contingente baixo de pessoas que os subutilizam.

A Maçonaria brasileira, ou melhor, o que sobreviverá da mesma, iniciará a segunda metade


deste Século XXI sendo outra, provavelmente com 20% do tamanho da actual. Isto se nada
for feito nesse período até 2030.

E o que poderia ser feito a respeito? Iniciar mais homens livres e de bons costumes? Numa
visão bastante simplificada de tão complexo problema, sim, mas somente iniciar mais
candidatos na Maçonaria não resolverá o problema se a média de idade for superior a 40
anos, como tem sido.

O grande problema é: e o que fazer quando, mesmo ao iniciar muitos membros, se perdem
muitos destes e tantos outros, que pedem para sair (evasão voluntária)?

Em alguns casos, o contingente que sai da Ordem é maior do que o que se consegue iniciar
num período! Então, qual a solução para este problema de frear a evasão involuntária,
quando se tem um alto índice de evasão voluntária?

Para resolver um problema, precisa-se, antes de mais nada, compreendê-lo. Ou melhor,


para se curar um paciente doente, precisa-se, antes de mais nada, de o diagnosticar.

É exactamente isto que vamos tentar fazer, buscar as verdadeiras causas da evasão
voluntária e propor soluções para a redução desta evasão, chamando a atenção para uma
doença comum a todas as Lojas brasileiras, que, se não tratada imediatamente, reduzirá em
muito as chances de sobrevivência desses pacientes quando a versão mais implacável da
doença (a evasão involuntária) bater à porta deles dentro de alguns anos.

O estudo, que se aprofunda na compreensão dos diferentes motivos que levam os irmãos a
se desligarem voluntariamente da Maçonaria, além da análise das características desses
evasores, em busca de elementos comuns entre os mesmos. A partir do conhecimento
gerado, acções poderão ser planejadas.

Agora, cabe-nos a nós, não nos deixarmos levar pela cultura nacional da ausência de
planeamento, da preferência pela remediação em detrimento da prevenção, e não
esperarmos sentados pelo pior para somente então reagirmos, pois poderá ser tarde
demais. Devemos quebrar este ciclo vicioso que leva à evasão voluntária, de forma a
estarmos fortes o bastante para sobrevivermos ao que nos espera nos próximos anos.

Os números da Maçonaria são expostos e analisados, evidenciando a queda no número de


maçons e Lojas Maçónicas em vários países ao redor do mundo.

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Neste ponto, procuramos responder à seguinte indagação: Caso o número de maçons
continue a diminuir, em quanto tempo a Maçonaria deixaria de existir? Na Inglaterra? Nos
Estados Unidos? No Brasil?

Especificaremos o nosso foco na Grande Loja do Estado de Mato Grosso, uma célula
representativa desta organização centenária.

Com o intuito de descobrir quais as principais características da evasão dos seus membros
ao longo dos anos, qual o perfil socioeconómico do Maçon que abandona a sua Loja e as
suas diferenças em relação aos membros que permanecem na instituição.

Actualmente, a Maçonaria está presente nos cinco continentes do planeta, contando com
mais de 200 Grandes Lojas e com aproximadamente 3 milhões de maçons, isto não
considerando as outras obediências ou potências maçónicas.

No Brasil, contamos com cerca de 300.000 maçons presentes em 26 Estados e no Distrito


Federal. A Grande Loja Maçónica do Estado de Mato Grosso é composta por 2.362 maçons,
(dados de 2016), dispostos em 87 Lojas Maçónicas.

A Maçonaria é definida como “um sistema de moralidade e ética social, que tem, entre
outros, a felicidade dos seus membros e o auxílio ao próximo como objectivo institucional”.

O trabalho que o Maçon desempenha nas Lojas é voluntário, espontâneo e não


remunerado. Na verdade, na totalidade das vezes, os seus membros são responsáveis pela
manutenção da estrutura da Maçonaria, com pagamento de mensalidades, taxas ou
doações.

Tendo a Maçonaria estas características, é de se esperar que as razões que impulsionam as


pessoas a entrarem na instituição sejam similares às de outras organizações do terceiro
sector (Lions e Rotary).

Esta suposição foi confirmada por uma pesquisa realizada com 1.571 maçons brasileiros,
das 27 unidades da federação.

Os motivos que levam os indivíduos a entrarem na Maçonaria, são definidas as seguintes


categorias e subcategorias:

Categoria 1. Vontade de ajudar o próximo: esta categoria refere-se à entrada na


Maçonaria com intenção de participar de projectos e trabalhos sociais, de cunho filantrópico
e caritativo.

Categoria 2. Busca por conhecimento: está relacionada ao acesso a conhecimento sobre


história, filosofia, simbologia e afins.

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Categoria 3. Valores morais: remete a questão relacionadas a valores morais. Emergiram
cinco categorias distintas:

1. – Aperfeiçoamento moral e espiritual;


2. – Admiração pela instituição ou membros;
3. – Identificação com os valores morais;
4. – Questões familiares;
5. – Convite de amigos.

Categoria 4. Outros motivos: referem-se à entrada com interesses diversos, divididos em


duas subcategorias:

1. Curiosidade;
2. Socialização.

Se a evasão é uma questão crucial para as organizações que utilizam o trabalho voluntário
(Lions e Rotary), também o é para a Maçonaria.

Os maiores centros mundiais da Maçonaria são os Estados Unidos e a Inglaterra. São de


longe os países com o maior número de Lojas e consequentemente de maçons. Mas, ao
avaliarmos os números oficiais destes dois países, podemos facilmente notar os efeitos da
evasão demonstrados no acentuado declínio numérico. Conforme ilustração na Tabela 1.

2008 2012 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons Lojas Maçons

USA 11.610 1.534.821 11.504 1.339.051 11.319 1.232.832

Tabela 1 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008, 2012 e 2016.

Como vemos é expressiva a redução dos números da maior nação maçónica do mundo. Em
apenas 8 anos, foram fechadas 291 Lojas Maçónicas, representando uma queda de 2,5%.
Já em relação ao número de maçons, houve um declínio de 301.989 membros, o que
corresponde a uma queda de 19,7%.

Esta tendência de declínio repete-se, com agravamento, no país que possui a mais antiga
Grande Loja do mundo, a Grande Loja Unida da Inglaterra. A Inglaterra também é a
segunda nação maçonicamente mais populosa, segundo dados expressos na Tabela 2.

2008 2012 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons Lojas Maçons

Inglaterra 8.220 258.033 7.850 231.074 7.476 201.286

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Tabela 2 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008, 2012 e 2016.

No caso da Inglaterra, o déficit de Lojas, no período, foi de 744, significando uma perda
relativa de 9%. Quanto à queda no número de membros, chegamos a 56.747 maçons a
menos, que totalizam 22 % de déficit.

Ainda de acordo com as publicações do List of Lodge, notamos uma tendência de retracção
numérico noutros países:

Com muita tradição maçónica, como a França, expressos na Tabela 3.

2008 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons

França 1.461 37.722 1.171 26.335

Tabela 3 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.

Com grandes extensões territoriais, como o Canadá, revelada pela Tabela 4.

2008 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons

Canadá 588 53.736 541 40.159

Tabela 4 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.

Orientais e populosos, como China e o Japão que apesar de aumentarem o número de


Lojas, decresceram à quantidade de maçons, conforme Tabela 5.

2008 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons

China 13 748 14 567

Japão 14 1.929 16 1.624

Tabela 5 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.

E, muito embora haja uma certa tendência de crescimento nos países considerados mais
jovens e onde a Maçonaria chegou recentemente, muitas nações com esta característica
apresentam retracção no número de maçons, como é o caso da África do Sul e do Peru,
exemplificados pela Tabela 6.

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2008 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons

África do Sul 84 1.522 64 1.271

Peru 175 5.000 188 4.508

Tabela 6 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.

Quando tratamos da realidade brasileira, notamos um crescimento relevante durante o


período avaliado. Tabela 7.

2008 2012 2016

País Lojas Maçons Lojas Maçons Lojas Maçons

Brasil 4.856 164.373 5.355 178.468 5.621 198.370

Tabela 7 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008, 2012 e 2016.

No nosso país, houve um aumento absoluto e relativo do número de Lojas, 765 e 15%,
respectivamente. Em relação à quantidade de maçons, o crescimento apresentado foi de
33.997 membros, que representa incremento de 20,7%.

À primeira vista, os números são animadores e induzem à conclusão de que a Maçonaria


brasileira está em franca expansão, não se devendo preocupar com a questão de evasão.
Entretanto, quando nos detemos sobre o levantamento numérico dos estados notamos que
alguns apresentam queda no número de membros, ou Lojas, em determinados períodos,
conforme dados da Tabela 8.

2008 2012 2016

Estados Lojas Maçons Lojas Maçons Lojas Maçons

AC 20 570 18 762 19 650

TO 28 673 27 686 28 685

AL 20 525 20 450 22 531

PE 51 1.150 42 965 52 1.300

PI 34 1.250 43 1.366 47 1.350

DF 31 815 38 1.000 38 1.015

RJ 115 9.700 177 7.453 196 5.765

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SP 648 18.157 640 21.351 712 23.005

Tabela 8 – Dados colectados no List of Lodge Massonic, anos 2008, 2012 e 2016, referentes
às Grandes Lojas Maçónicas do Brasil (Confederada à CMSB).

A Tabela 8 deixa bem claro que no estado do Acre, houve uma ligeira diminuição de Lojas
de 2008 para 2012 e uma queda mais acentuada na quantidade de membros, déficit de 112
maçons, no intervalo entre 2012 e 2016.

Tocantins apresentou ínfima diminuição de 1 integrante, entre 2012 e 2016.

Alagoas teve um déficit de 75 maçons entre 2008 e 2012, recuperando-se em 2016.

Pernambuco foi um estado com declínio de 9 Lojas e 185 maçons no período de 2008 a
2012, voltando a crescer em seguida.

Piauí teve uma discreta redução, 16 membros, entre 2012 e 2016, apesar do aumento em
número de Lojas.

Distrito Federal, notamos uma certa estagnação no número de Lojas e maçons. Apesar do
crescimento alcançado entre 2008 e 2012, desde então, nota-se uma clara dificuldade de
acompanhar os índices médios de crescimento.

Rio de Janeiro, um dos berços da Maçonaria brasileira, apresentou uma queda constante e
significativa ao longo dos 8 anos, decrescendo quase 4.000 maçons, apesar de um
desproporcional aumento no número de Lojas, 81 no período.

E São Paulo, a maior Grande Loja do Brasil em número de Lojas e de obreiros, registou
uma diminuição de 8 Lojas, de 2008 a 2012, retomando a ampliação de Lojas em seguida e
mantendo bom ritmo de crescimento no que se refere à quantidade de maçons.

Todos estes dados servem-nos de alerta e demonstram que a Maçonaria brasileira tem
motivos para ficar alerta quanto à progressão do seu número de membros. Embora a
maioria das Grandes Lojas esteja crescendo, oscilações são frequentes.

Finalmente, voltamos a nossa atenção para a Grande Loja Maçónica do Estado de Mato
Grosso, notamos, pela análise da Tabela 9, uma certa oscilação no número de Lojas e
maçons. Apesar do crescimento de obreiros alcançado entre 2008 e 2016, desde então,
nota-se uma clara dificuldade de acompanhar os índices médios de crescimento das demais
obediências maçónicas brasileiras.

2008 2012 2016

Estado Lojas Maçons Lojas Maçons Lojas Maçons

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MT 90 2349 84 2295 86 2362

Esmiuçando esta informação levamos a nossa pesquisa à A∴ R∴ L∴ S∴ Rômulo Rampini,


que ao longo dos últimos 9 anos teve mais evasão que iniciação, porém no cômputo geral,
entre todas as modalidades que movimentam uma Loja Maçónica estamos com um saldo
positivo de 1,19%, isto se considerarmos que a regularização é uma adesão, caso contrário,
o nosso saldo é 3, como mostra a Tabela 10.

Iniciação Filiação Regularização Morte Evasão

2008 2 0 0 0 2

2009 3 5 0 0 6

2010 3 0 1 0 2

2011 1 0 0 0 3

2012 0 0 0 0 1

2013 0 0 0 0 0

2014 0 0 0 1 0

Tabela 10 – Dados colectados junto a Secretaria da A∴ R∴ L∴ S∴ Rômulo Rampini

Consequências da evasão maçónica


A Maçonaria cresce e fortalece-se à medida que novos membros são iniciados ou
regularizados. E, de forma contrária, reduz o seu tamanho enquanto instituição quando os
seus integrantes morrem, são expulsos, suspensos ou abandonam as suas Lojas. Estas
entradas e saídas produzem um saldo.

Neste sentido, a evasão tem importância destacada, por normalmente ser o maior motivo de
saída, bem como por ser uma causa evitável. As mortes e expulsões ocorrem em número
menor e são mais difíceis de evitar.

Fazendo uma analogia com a área médica, podemos considerar a evasão maçónica como
algo que prejudica a saúde da instituição, algo indesejável, patológico: uma doença.

No curso de uma patologia podemos ter três desfechos distintos: cura, cronificação ou
morte.

Na melhor das hipóteses, a Maçonaria seria curada da evasão maçónica. Hipoteticamente,


isto tanto poderia ocorrer espontaneamente (o que não parece ser a tendência), quanto
através de um “tratamento”, da descoberta e implementação de um “remédio” ou “antídoto”

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para o problema.

Outra possibilidade é a evasão se tornar algo crónico. Neste contexto, a doença causaria
muitos danos, prejuízos e até sofrimento; entretanto, não seria capaz de aniquilar a Ordem
Maçónica.

Considerando um cenário sombrio, mas extremamente real e plausível, a evasão maçónica


teria a capacidade de se alastrar, crescer e abater uma a uma as obediências maçónicas
espalhadas pelo mundo. Seria a morte da Maçonaria.

Quantitativo X Qualitativo
O dilema da quantidade versus qualidade existe em vários contextos e em muitas
instituições. Isto não é diferente na Maçonaria.

É bastante comum escutarmos de algumas lideranças maçónicas que o importante é a


qualidade dos membros da instituição; que Lojas com muitos irmãos ou grande e
numerosas iniciações são prejudiciais e comprometem essas qualidades.

Embora comum, este argumento não se sustenta em nenhum dado ou estudo,


minimamente racional e objectivo. Ao contrário, tudo indica que que há uma relação
inversamente proporcional entre quantidade e qualidade.

Saindo dos exemplos pontuais e analisando num âmbito mais geral, percebe-se que os
maçons, na sua maioria, desejam que a Maçonaria permaneça existindo, que seja forte, que
tenha influência, que esteja presente no maior número possível de cidades, que possua
membros das mais variadas formações, para que possam aprender uns com os outros.
Estes mesmos maçons, certamente, preferem pagar taxas mais baratas para permanecer
na instituição, não querem sentir-se sobrecarregados na distribuição dos trabalhos
maçónicos, além de desejarem que as suas sessões estejam repletas de irmãos, tanto do
quadro da Loja, quanto visitantes.

Podemos perceber facilmente que o ambiente favorável que desejamos é aquele que a
nossa Ordem disponha de um grande número de irmãos. Se continuarmos com muita
evasão e poucos membros, consequentemente existirão menos Lojas, teremos de gastar
mais dinheiro e esforços para manter a instituição, seremos mais fracos e teremos menos
influência na sociedade.

Neste sentido, reparem que a existência de uma Maçonaria de melhor qualidade,


necessariamente, passa pela existência de maçons em boa e suficiente quantidade.

Evasão Maçónica:

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Na actualidade as evasões acontecem nas nossas Lojas simbólicas, com frequentes
ocorrências de vários tipos; vejamos:

1. Evasão em que o filiado simplesmente abandona a Loja e a Potência;


2. A que o filiado solicita a sua saída, recebe o seu Atestado de Quite e durante seis
meses visita outras Lojas, e não achando o que procura afasta-se da Ordem;
3. A que o filiado solicita o seu Atestado de Quite e se filia numa Loja de outra Potência;
4. Evasão interna, que se dá entre Lojas da mesma Potência, onde o obreiro se transfere
para uma outra Loja;
5. Evasão onde um certo número de obreiros sai da sua Loja e fundam uma nova Loja;
6. Evasão por morte do obreiro;
7. Insegurança pública, sentida pelos irmãos idosos;
8. Decepção;
9. Compromissos particulares;
10. Problemas financeiros;
11. Preguiça – um dos sete pecados capitais.

Não é possível avaliar quais modalidades de evasão é a que mais incomoda, que mais
causa prejuízos a uma Loja, ao constatar a redução do seu quadro social.

Durante esta pesquisa foram levantadas ainda como causas de evasão:

1. O abandono pelo padrinho;


2. Grupinhos ou isolamento de novos membros;
3. Fofocas, vaidades, “panelinhas”;
4. O uso do “EU”.

Em síntese, a existência da evasão é notória, bem como as suas causas e as suas


consequências. Ora se este facto é uma realidade, o que devemos fazer para reter por mais
tempo os nossos obreiros em plena actividade maçónica. A meu ver para combater de
frente este fenómeno associativo, devemos primeiro estudar o que oferecemos ou podemos
oferecer de estímulo para as Lojas e os seus membros.

Por outro lado, é do conhecimento de todos que há irmãos que ferem as normas, as
doutrinas e juramentos maçónicos agindo como verdadeiros inimigos dos seus irmãos e da
própria Maçonaria.

São aqueles que aproveitam o tríplice abraço para, covardemente, apunhalarem os irmãos
que, por fraternidade, confiança e por crédito aos juramentos maçónicos, entendem que
aqueles “cains” não vão intentar nada contra eles e as suas proles.

Muitos desencantam-se e fogem para nunca mais voltarem. Vão engrossar as fileiras
daqueles Ex maçons que têm uma história a contar para justificar a sua saída da Ordem.

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Outros enveredam pelos caminhos da corrupção, das negociatas e das falcatruas,
desmoralizando a Sublime Ordem.

Ainda existem aqueles que entram na Maçonaria à procura de vantagens económicas,


sociais e políticas, para logo de seguida se decepcionarem com a pureza da Maçonaria e
baterem em retirada.

Há algum tempo atrás, li uma parábola em Loja sobre “As Egrégoras e o Carvão”, na
verdade é que o “carvão” há de ser especial, o homem há de ser “livre e de bons costumes”,
caso contrário, vai-se malhar em ferro frio.

Neste redemoinho de verdades e de triste realidade fica a indagação do que vem


acontecendo. Por saber que o padrinho que indica o candidato e os sindicantes que
investigam são mestres maçons é que se questiona se a qualidade da iniciação à Ordem
Maçónica e a concretização da sindicância sobre o “modus vivendi” efectuada influenciem
significativamente para posterior evasão.

Uma reflexão metodológica:


Os métodos e as normas para a admissão maçónica são obsoletos ou talvez inadequados?

Em resposta a esta indagação destaca os integrantes e os temperos que compõem o


cardápio que vai sendo confeccionado e servido no banquete do dia a dia maçónico, sem
que os seus comensais percebam o fel nele adicionado.

“O relacionamento e a convivência com os irmãos facultam conhecer vários problemas


originados de política de grupos demandando supremacia doutrinárias, traições de irmãos
contra irmãos, quebra de juramento maçónico. Outros casos são aqueles em que os irmãos,
com toda a razão do mundo, saem da sua Oficina, inconformado pelos maus exemplos que
vão surgindo.”

Existem outras deficiências como, por exemplo, a má administração de uma Loja e


formação de grupos com atitudes mais materialistas e reprováveis possíveis contra aqueles
que almejam praticar a verdadeira Maçonaria, sem mácula e sem sentimentos subalternos.

A ambição desmedida do poder faz que surjam dentro das Lojas grupos inconfidentes
liderados por péssimos irmãos que se julgam “donos” das Lojas e de todas as verdades. E a
partir daí destilam toda a sua mágoa contra quem quer os contrarie e não se coadune com
os seus desmandos, hipocrisias, indignidades, corrupções e imoralidades!

Eis aí o que pode acontecer nos nossos orientes espalhados por esses cantos fora!

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Há irmãos que não suportam tanta hipocrisia, maldade e tirania, preferindo assim sair das
suas Lojas, pedir o seu Atestado de Quite e muitas das vezes nem pedem nada! Saem
correndo para nunca mais voltarem, enojados de “profanos de avental”!

Surgem aí os dissidentes!

A Maçonaria, desta forma, tende a enfraquecer, mediante tantos e constante reveses.

A doutrina da Maçonaria é manter os irmãos unidos de modo que seja um só corpo, uma só
alma, voltados para o eterno trabalho maçónico, qual seja, o bem-estar da humanidade.

Caso não existissem tantas rivalidades entre irmãos, as brigas e as querelas inexistiam e a
Maçonaria seria beneficiada.

Diante de tudo que foi exposto, sugiro, para que os trabalhos na nossa Ordem melhorem
factorialmente, e que se eternizam para sempre justos e perfeitos.

É importante mudar tudo aquilo que for detectado como procedimento erróneo.

É hora de sacudir e espanar as nossas colunas!

É hora de prever e prover!

É hora de fiscalizar para moralizar! Exigir responsabilidade para com a Maçonaria daqueles
que prestaram o juramento de zelar por ela e protegê-la custe o que custar.

Encerro!
É sabido que temos problemas no relacionamento interpessoal e inter-autoridades, que
muito nos preocupam. E é por isto que urge sejam adoptadas providências e decisões para
que possamos melhor arrumar a nossa casa; por outras palavras, precisamos de concluir o
dever de casa.

Mesmo porque, enquanto perdurar as evasões dos nossos quadros, não teremos como
pensar num retorno a elite do nosso país, como bem o fizemos no passado, liderado por
meio dos nossos obreiros os grandes acontecimentos para a construção da nossa
identidade nacional.

Finalizo com o seguinte pensamento:

“É duro para um agricultor após arar a terra, adubá-la, prepará-la e semeá-la e,


com toda a esperança do mundo e defrontar-se, meses depois, com um arbusto
mal crescido e um fruto minguado, não chegando perto do que se espera obter
em tal empreitada!”

Obrigado!

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Luiz Alberto Abdalla da Silva – M∴ M∴

Referência Bibliográfica:
Evasão Maçónica – Causas & Consequências – Morais, Cassiano Teixeira de –
Brasília/DF: DMC (Difusora Maçónica de Conhecimento), 2017

Dos Operativos aos Especulativos: o catalisador


Como é a sua Maçonaria? Como é a sua Loja?
Venerável ruim, loja ruim e irmãos insatisfeitos
A Convenção de Baltimore de 1843 – Aquela que mudou a cara da Maçonaria

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