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Continuação do BGPM nº 044 de 03.11.

2022 15379

presente recurso em 15/09/2022, conforme registro de encaminhamento E-Docs 2022-TKSL5J,


tempestivamente dentro do prazo recursal de 15 (quinze) dias.
Importante frisar que, conforme pontuado pela douta defesa, o Recurso Especial, nos termos
da Lei Complementar 962/2020 (Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais), possui requisitos
específicos para a sua interposição, onde destaco, in verbis:
Art. 157. O Recurso Especial, exceto para o Conselho de Justificação, será
interposto perante o Comandante-Geral da respectiva Corporação após
esgotados os demais recursos disciplinares, quando a decisão recorrida:
I - afrontar o entendimento correcional consolidado em enunciados da
Corporação;
II - violar a competência fixada neste Código;
III - negar a eficácia de decisão judicial cujos efeitos sejam extensivos à ação
disciplinar.
Parágrafo único. No Recurso Especial caberá ao autor demonstrar com
clareza e de forma fundamentada tratar-se de situação particularizada em
uma das hipóteses fáticas previstas nos incisos do caput, sob pena de
inépcia.
Todavia, foi apenas apresentado decisão exarada em 2015, cujo expediente não é capaz de
cingir-se como jurisprudência reiterada, consolante ao previsto no art. 180 do CEDME:
Art. 180 Os Comandantes-Gerais da PMES e do CBMES, após manifestação
da Comissão, poderão baixar Portarias Regulamentares conjuntas
necessárias à aplicação deste Código nas respectivas Corporações, assim
como a homologação de enunciados contendo o resumo de decisões
reiteradas sobre o entendimento de determinada matéria.
Desta forma a defesa não apresentou nenhuma argumentação ou pedido que emoldurasse o
presente requerimento nas exigências de um Recurso Especial, segundo a legislação castrense, fato
que, por força da lei complementar Estadual 962/2020, o recurso não deve ser reconhecido.
Portanto, decido não conhecer do recurso por não atender o que preceitua os incisos do artigo
157 do CEDME, pugnando pelo seu INDEFERIMENTO.
Após esgotados os prazos para interposição do Recurso e encerramento da instância recursal,
deve-se aplicar o disposto no artigo 165 do mesmo dispositivo legal, e consequente efetivação da
sanção disciplinar imposta.
ISTO POSTO, RESOLVO:
1) NEGAR provimento ao Recurso Especial
2) HOMOLOGAR o parecer prolotado pelo Corregedor nos autos do
Conselho de Disciplina de Portaria n° 0006/2019;
3) DETERMINAR a publicação do presente Recurso especial e da decisão
homologatória em Aditamento da Corregedoria, na forma prevista no
parágrafo único do artigo 86 do CEDME;
4) DETERMINAR a DRH as providências necessárias para se efetivar a
DEMISSÃO do Cb QPMP-C LEANDRO DA SILVA PEREIRA, RG 18.625-
6/NF 879918, conforme decisão na solução exarada pelo Corregedor da
PMES, publicada no BGPM 0008, de 25.02.2022;
5) DETERMINAR ao Comandante do 4° BPM que tome as providências no
sentido de recolher a Cédula de Identidade Militar do Cb QPMP-C LEANDRO
DA SILVA PEREIRA, RG 18.625-6/NF 879918;
6) DETERMINAR a notificação do acusado por qualquer meio idôneo ou da
defesa constituída pelo meio disponibilizado em procuração juntada aos
autos;
7) DETERMINAR o arquivamento dos autos na Corregedoria.

3) ENCAMINHAMENTO E-Docs: 2022-R59CW5


Trata-se de requerimento administrativo impetrado pelo Sr. MARCUS ROBERTO RIBEIRO,
intitulado de PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO, contra decisão exarada pelo Comandante Geral, alegando
sua defesa que o requerente foi excluído a bem da disciplina, em razão do Conselho de Disciplina de
Portaria Nº 012/2008, conforme publicado no Adtº Corregedoria Nº 004 de 03.03.2011.
Em síntese, requer a defesa do impetrante:
a) Diante da absolvição da acusação imposta por sentença absolutória já transitada em julgado
para o ministério público, conforme publicação de certidão de objeto e pé, da Vara de Auditoria Militar,
Vitória-ES, no BGPM Nº 030 de 28.07.2022, sendo assim, REQUER a correção do ato administrativo,
Continuação do BGPM nº 044 de 03.11.2022 15380

com fundamento na Súmula 473 do STF, e consequente anulação do ato de exclusão do militar, com
sua reintegração aos quadros da PMES e seus reflexos.
É o que cumpre relatar.
O processo administrativo demissionário (Conselho de Disciplina) atualmente é regulamentado
pela Lei Complementar 962/2020 (Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais) que prevê
a possibilidade de revisão dos processos, porém com regramento específico para que seja verificado
o mérito das questões suscitadas.
O CEDME, em seu Art. 160, determina as condições de admissibilidade dos recursos, assim
vejamos in verbis:
Art. 160. O recurso não será conhecido quando:
I – interposto fora do prazo;
II – verificada a ilegitimidade recursal da parte;
III - exaurida a esfera administrativa;
IV – não previsto neste Código.
Conclui-se, diante da situação fática que a peça recursal não detém fundamentos legais para
análise de mérito, portanto, não conheço o RECURSO Impetrado por não está previsto no CEDME.
Isto posto, RESOLVO:
1) NEGAR provimento ao requerimento impetrado;
2) PUBLICAR em BGPM a presente decisão;
3) NOTIFICAR o Recorrente ou a defesa da presente decisão;
4) ARQUIVAR o presente requerimento administrativo junto aos autos do CD
Nº 012/2008 para futuras consultas.

4) Ref.: E-Docs. 2021-FSFKL2 Edocs 2022 – GD21PG


Trata-se de requerimento administrativo impetrado pela defesa do Sr MARCELO CARLOS
ANTÔNIO, C.I. 1.013.632 SSP/ES, apresentando um Requerimento Administrativo requerendo a
REINTEGRAÇÃO DO AUTOR, aos quadros da PMES. Requerimento este que foi encaminhado por
meio do Edocs 2022 – GD21PG.
Em síntese, requer a defesa:
a) O retorno do militar aos quadros da PMES, visto, segundo alega a defesa, o injusto
desligamento ocorrido em processo que ainda não alcançou a prescrição.
É o que cumpre relatar.
O Autor fora excluído dos quadros da PMES no ano de 1995 na condição de Aluno Soldado e
reintegrado por ordem judicial através do Processo nº 1047596-63.1998.8.08.0024. No entanto,
sobreveio ao Autor nova exclusão com base em fatos diversos, sendo o processo administrativo da
exclusão do Autor arquivado em 2004, sem registro de decisão em esfera recursal ou mandado judicial
que modificasse tal resolução.
Analisando-se as preliminares de mérito, como bem destacou a defesa, o prazo de recurso
para as decisões nos processos administrativos disciplinares na PMES está previsto no art. 159 do
CEDME (LC ES 962/2020), sendo que o § 1º, do art. 153, discrimina com clareza quais são os recursos
possíveis na esfera administrativa disciplinar para os servidores militares do Estado do Espírito Santo,
assim vejamos:
Art. 153. Da decisão proferida pela autoridade competente em Processo
Administrativo Disciplinar é cabível a interposição de recurso disciplinar.
§ 1º São recursos disciplinares:
I - reconsideração de ato;
II - recurso ordinário;
III - recurso especial.
§ 2º Os recursos disciplinares previstos no § 1º serão cabíveis uma única vez.
Art. 159. É de 15 (quinze) dias o prazo para interposição de recurso
disciplinar, contado da data da notificação do militar estadual.
(...)
§ 3º Os prazos começam a correr a partir da data da notificação, excluindo-
se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
A notificação recebida pela defesa na data de 18.03.22, trata-se de decisão proferida pelo
Comando Geral da PMES, publicada no BGPM nº 010, de 11.03.22, o qual arquivou o pleito sem análise
de mérito, por não haver requisitos para ser recepcionado.
Trazendo esse cenário para os termos do art. 160 da LC 962/2020 (CEDME) constata-se que
o recurso ora apresentado é declaradamente inexistente no âmbito da legislação processual disciplinar
da PMES, portanto, não pode ser reconhecido.
Art. 160. O recurso não será conhecido quando:

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