Após a visualização do filme ‘Matrix’, é possível concluir que são abordados diversos

temas não só recentes, mas também bastante relacionados com a área da filosofia.
Alguns deles são, por exemplo, o problema do conhecimento (David Hume), o
problema do génio maligno (Descartes), entre outros. Neste texto vou abordar o tema da
alegoria do mito da caverna de Platão.
A alegoria da caverna, consiste na narração de uma história, pelo filósofo Platão, que
terá acontecido entre Sócrates e Glauco, em que o primeiro pede que o segundo imagine
uma caverna subterrânea, onde todos os homens vivem presos desde o início das suas
vidas, nunca contactando com o mundo exterior. Para os prisioneiros, o mundo era a
projeção das suas sombras nas paredes, iluminadas por uma fogueira. A um certo ponto,
um deles encontra uma saída da caverna, deparando-se com a realidade e o mundo
exterior. Ao longo do tempo, este homem começa a adaptar-se à luz solar e percebe que
o universo é muito maior do que o que conhecia anteriormente. Após esta descoberta, o
antigo prisioneiro depara-se com duas escolhas: retornar à caverna e informar os
restantes do verdadeiro mundo, podendo ser considerado louco, ou viver a sua vida no
exterior.
É possível observar diversas semelhanças entre esta situação e o filme ‘Matrix’.
Começando pelos prisioneiros, também no filme as pessoas pensam que vivem na
realidade quando na verdade, estão a ser ‘controladas’ por um programa designado
matrix. Também o sobrevivente que saiu da caverna pode ser utilizado nesta
comparação, neste caso sendo comparado a Neo, o protagonista, quando este se depara
com a verdade por trás da matrix. No filme, esta personagem é também deparada com
duas alternativas, sendo uma delas esquecer a existência deste programa e a outra ajudar
as pessoas envolvidas na missão de libertar os humanos desta simulação. Neste caso,
Neo escolheu, usando a história de Platão, retornar à caverna, correndo os riscos e
incertezas a que poderia estar submetido.