Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARTIGO: ÉTICA
02/2017
São Paulo
SUMÁRIO
1.2.“Matrix” – O Filme4
2.2.Encarar a realidade6
2
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo a análise e reflexão de três materiais designados pelo
docente da respectiva matéria, sendo eles: a leitura do livro paradidático “O caso
dos exploradores de Caverna” (Fuller, 2008); a leitura do Capítulo “Neo e a Matrix”
do livro didático “Convite à Filosofia” (Chaui,2005) e assistir ao filme “Matrix” (1999)
o primeiro da trilogia. Cada discente então tendo cumprido essas tarefas
individualmente, produzimos em grupo todo o conteúdo que virá a seguir,
relacionando-o e apresentando os fundamentos do estudo dos três materiais citados
ao nosso conhecimento adquirido no semestre com a matéria “Éticas e Bases
Humanas”.
3
1. Apresentação dos materiais designados à leitura
Essas são algumas das questões que o filme Matrix e o livro O caso dos
exploradores da caverna nos trazem.
Em seu livro Convite à Filosofia, no capítulo Neo e a Matrix, publicado pela Editora
Ática, a filósofa e professora Marilena Chauí, traça um paralelo entre características
próprias da mitologia grega e a obra das irmãs Wachowski, exibida pela primeira vez
nos cinemas no fim da década de 1990. Apesar de curto, o capítulo traz informações
úteis para entender a complexidade que há entre os personagens da obra de
Hollywood e elementos pertencentes à obra dos gregos antigos.
No filme a pílula azul retrata a volta à sua ilusória e superficial vida, e a pílula
vermelha a verdade por detrás do mundo que julgamos ser real, que nada mais é
que uma metáfora da condição humana em que ou o homem se resigna de forma
dogmática e aceita passivamente tudo o que existe à sua volta ou o homem
liberta-se e conhece a verdade absoluta das coisas.
Dentro dessa ótica, é como se fosse exposto a cada ministro, a opção em se manter
dentro da matrix e continuar seguindo cegamente a manutenção do sistema
vigente (pílula azul), ou transcender valores éticos e leis vigentes (pílula vermelha)
"Você precisa entender, a maioria destas pessoas não está preparada para
despertar. E muitas delas estão tão inertes, tão desesperadamente
dependentes do sistema, que irão lutar para protegê-lo."
Já o ministro Foster se posicionou de uma maneira diferente. Ele argumenta que as leis
postas se fundamentam no direito natural e que as situações extremas excluíram o
comportamento dos réus da esfera da lei positiva, análogo à legítima defesa. Sob a
perspectiva jusnaturalista, o direito à vida se sobrepõe às leis. Adicionalmente, se o
Estado esteve disposto a sacrificar dez vidas para salvar outras (morreram dez
pessoas durante o resgate), o mesmo Estado deveria aceitar o direito de viver
desses quatro. Propõe uma teoria do propósito da lei para interpretação do tipo
6
penal. Seu voto é pela absolvição dos acusados, pois conseguiu colocar uma ótica
para além do direito positivo, e conclui sua análise defendendo óticas para além da
matriz vigente.
“Eu gostaria de te contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela
me ocorreu quando eu tentei classificar sua espécie e me dei
conta de que vocês não são mamíferos. Todos os mamíferos
do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio
ambiente. Mas os humanos não. Vocês vão para uma área e
se multiplicam e se multiplicam, até que todos os recursos
naturais sejam consumidos. A única forma de sobreviverem é
indo para uma outra área. Há um outro organismo neste
planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe qual é? Um
vírus. Os seres humanos são uma doença. Um câncer neste
planeta. Vocês são uma praga. E nós somos a cura”
(Agente Smith – Filme: Matrix, 1999)
E isso explica exatamente a afirmação de Hobbes. Como consolo nos resta uma
constatação psicanalítica de que caso nosso comportamento se assemelhe a um
vírus de fato, teoricamente somos uma espécie que tem consciência dos erros
cometidos.
Assim também conseguimos relacionar a Freud que dizia que a cultura é um produto
da auto repressão aos instintos primários, um conflito que poderia ser resolvido por
meio da criatividade. Sendo assim, seria possível a imaginação nos ajudar a diminuir
a propagação desse vírus?
7
3. Análise ética e moral do livro "O caso dos exploradores de caverna"
9
pode tocar a cabeça de um humano e fazê-lo adormecer e, desta forma, entrar nos
sonhos de quem considerasse necessário. No sonho, Morpheus era capaz de
assumir a forma humana e se comunicar com a pessoa adormecida.
A importância das obras antigas como referência para a criação de Matrix não se
limita aos nomes dos personagens principais e à mitologia grega. Ainda segundo
Chauí, o próprio título do filme norte-americano está intrinsecamente ligado a uma
língua antiga e praticamente fora de uso no século XXI. O nome Matrix é de origem
latina e significa útero, ou o órgão das fêmeas dos mamíferos onde o embrião e o
feto se desenvolvem.
No filme, Matrix é uma rede inteligente e interligada de computadores que se utiliza
da energia humana para criar uma realidade virtual e, desta forma, se manter
atuante. Apesar de complexo, o conceito filosófico é simples e parte do princípio de
que há uma verdade maior por trás daquilo que consideramos uma verdade
absoluta.
Após a leitura do capítulo e uma análise crítica da obra cinematográfica é possível
traçar um paralelo com a filosofia e, consequentemente, com a ética e a moral –
objeto de estudo deste artigo. Quando Neo encontra com Morpheus em uma sala de
um prédio aparentemente abandonado, dentro da Matrix, o seu interlocutor oferece
duas pílulas, uma vermelha – que lhe garante a possibilidade de tomar
conhecimento de uma verdade absoluta e, consequentemente, do que é a Matrix em
toda a sua complexidade – e uma outra azul, que segundo Morpheus, lhe garantia
que todas aquelas indagações desaparecessem de sua cabeça e, com isso, Neo
poderia seguir sua vida da forma como lhe era comum até então.
Motivado pela dúvida, o protagonista opta pela pílula vermelha e, a partir deste
ponto, ele começa a ter conhecimento sobre o que é a Matrix: um sistema de
computadores baseado em códigos e em portas lógicas para definir sensações
impossíveis de serem descritas por uma máquina, como, por exemplo, o sabor de
uma refeição.
Através dos conhecimentos oferecidos por Morpheus e seus tripulantes, Neo passa
a ter a real dimensão sobre o mundo e suas verdades. Se dentro da Matrix, o
personagem consegue ter conhecimentos avançados de técnicas de combate, no
mundo real ele percebe que a ilusão é o que faz com que o sistema permaneça
operante. Com esta informação e com os ‘olhos abertos’ por Morpheus, a saga do
personagem - vale destacar o ”jovem na força e no ardor da juventude” – passa a
ser derrotar a Matrix se utilizando das próprias ferramentas inerentes ao sistema
formulado pela inteligência artificial.
A relação entre a obra de Chauí e a obra das irmãs Wachowski pode ser definida
como um mergulho na filosofia como forma de encontrar a explicação de um mundo
complexo e repleto de possibilidades. No caso de Neo, a opção em tomar a pílula
vermelha e conhecer uma verdade mais ampla resultou em uma série de mudanças
em sua vida, sua forma de viver e, principalmente, sobre uma alteração do seu
conceito de moral. Afinal, com uma nova sociedade e com uma nova verdade, todos
seus conceitos e valores foram modificados.
10
O mesmo fenômeno pode ser percebido ao longo da história da humanidade e, de
certa forma, possui relação direta com o nascimento de uma atitude filosófica. Assim
que uma sociedade avança no aspecto sócio-político, uma nova verdade é
concebida e, com isso, valores são alterados. Uma das consequências práticas
desta importante mudança é a alteração dos conceitos moralmente aceitos por esta
mesma sociedade.
11
6. Conclusão
O filme Matrix antes subestimado, ganhou admiradores por todo o mundo. Com um
roteiro rico em influências e temas. Em Matrix aparece a mitologia grega, filosofia,
distopia, cibercultura, teorias conspiratórias, messianismo, entre outros. Neste artigo,
trouxemos a relação direta entre o filme com os materiais designados: “O caso dos
exploradores da caverna” e com o capítulo “Neo e Matrix”, do livro “Convite à
filosofia”, de Chauí.
Durante todo o artigo muitas questões éticas foram levantadas em relação aos
exploradores, a Neo e à relação filosófica entre a mitologia e o filme. Podemos
perceber que com o tempo, as situações mudam, a forma de pensar muda e a forma
de fazer leis também deveria mudar. O que vemos muitas vezes é um conjunto de
leis retrógrado que não coincide mais com a sociedade atual e julgamos situações e
pessoas de forma errônea.
12
7. Bibliografia
7.1. LIVROS
CHAUÍ, M., Convite à Filosofia, São Paulo, 13a. ed., Ática, 2003.
7.2. FILME
13
7.3. MATERIAL DE APOIO
14