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http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1751194-anisio-teixeira-foi-assassinado-defende-relatorio
Investigação
Quando prosseguia com sua descrição, o legista foi interrompido com a entrada na
sala de dois funcionários da polícia, que vinham do local de onde o corpo fora retirado
e, de forma categórica, afirmaram que tinha sido "morte acidental por queda no
fosso".
A partir do memorial, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e Comissão da Memória
e Verdade Anísio Teixeira, da UnB, iniciaram investigação em 2012 mas o trabalho não
foi concluído. Rocha disse, no entanto, que a CNV conseguiu avançar. Obteve fotos do
local onde o cadáver foi encontrado, e o Auto de Exame Cadavérico.
"Este material, não processado por ela, foi repassado à família de Anísio que, por sua
vez, passou para mim, no final do ano passado, permitindo a produção do material
conclusivo que vou apresentar agora".
Rocha e a família de Anísio vão requisitar à Comissão Especial de Mortos e
Desaparecidos Políticos, "primeiro, que reconheça Anísio Teixeira como vítima de
morte suspeita, provavelmente perpetrada pelo regime militar. Segundo,
solicitamos investigação, de agora para frente para identificar quem o matou, como e
por que ele foi morto".
Política Sex, 11/03/2016 às 12:51 Tags: anisio teixeira regime militar política ditadura
Acesso em 14/03/2016, disponível em: http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1751245-relatorio-sobre-
assassinato-de-anisio-teixeira-e-detalhado
Escritor João Augusto de Lima Rocha contesta versão do Regime Militar de que Anísio morreu em
queda
Com base em laudos técnicos, exames cadavéricos, fotos e relatos, o escritor João
Augusto de Lima Rocha, professor da Escola Politécnica da Universidade Federal da
Bahia (Ufba), chegou à conclusão de que o educador baiano Anísio Teixeira foi
assassinado (texto anterior) em 1971 e não sofreu um acidente, segundo informa a
versão oficial apontada pelo regime militar.
O relatório feito por Rocha foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 11, quando se
completam 45 anos do desaparecimento de Anísio, no auditória da Escola Politécnica.
O relatório traz provas de que Anísio foi morto e depois levado para o fosso do
elevador de um prédio no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro - na versão do regime
militar, ele caiu acidentalmente no fosso do elevador.
O ex-deputado federal Haroldo Lima, sobrinho de Anísio, lembra que quando o tio
sumiu, a família procurou o então governador da Bahia, Luiz Viana Filho, que informou
que o educador havia sido detido pela Aeronáutica, mas que logo seria liberado.
"Então, é muito provável que ele tenha morrido sob tortura, sendo acrescidos ao
corpo traumas posteriores, com o intuito de simular uma queda no fosso do elevador",
aponta o relatório feito por João Rocha.
Outra prova trazida pelo documento é uma avaliação técnica apontando a
impossibilidade de - levando em consideração a hipótese de queda - o corpo de Anísio
ter passado entre duas vigas, num espaço de 20 centímetros, para atingir o fundo do
fosso.
"Nosso objetivo é provar que ele não morreu na queda. Pelo visto, o contexto da
morte de Anísio é, em muitos aspectos, assemelhado aos das mortes de Rubens Paiva,
ocorrida em janeiro, e de Stuart Angel Jones, em maio do mesmo ano de 1971.
Portanto, o roteiro de investigação do assassinato de Anísio pode ser montado a partir
de caminhos abertos pelas duas últimas investigações", afirma Rocha.
Reprodução da página do laudo cadavérico de Anísio Teixeira
Sociedade - Artigo / Emiliano José
Acesso em 10/03/2016, disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-assassinato-de-anisio-teixeira-
2603.html