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CLIMATOLOGIA

Clima é o conjunto dos determinados estados de tempo num período de 30 anos.


Climatologia e a ciência que se dedica ao estudo do clima nos vários lugares na Terra.
Estado de tempo são as condições meteorológicas num dado lugar e num momento exato.
Meteorologia e a ciência que estuda os diversos estados de tempo.

Principais elementos climáticos


• temperatura;
• precipitação;
• humidade atmosférica;
• pressão atmosférica;
• insolação;
• evaporação;
• vento;
• radiação solar.

Fontes de informação climática


Dados analíticos; Cartas sinópticas; Imagens de satélite;

Principais elementos climáticos:


Temperatura- • medida do movimento molecular ou do grau de calor de uma substância • é
medida em diversas escalas a partir do zero absoluto.
Termómetros de solo • Introduzidos em furos verticais feitos no terreno. • Um chapéu de metal,
ligado por uma corrente, protege o termómetro e mantém-no à profundidade desejada, cuja
medida se faz desde a superfície do terreno até o reservatório. • As profundidades mais usadas
são: 40, 80, 160, 320 centímetros.
Termómetros de relva • Termómetro de relva, também chamado termómetro de mínima na
relva, • É idêntico ao termómetro de mínima (termómetro de álcool) e deve instalar-se num
canteiro de relva, horizontalmente, sobre duas forquilhas de madeira a uma pequena altura do
solo, tocando ao de leve na relva. • Destina-se a obter informação sobre a geada.
Humidade Atmosférica- quantidade de vapor de água existente na atmosfera Humidade
Absoluta – quantidade de massa de vapor de água numa unidade de volume de ar. Exprime-se
em (g/m3) Humidade relativa – relação entre a humidade absoluta e a quantidade máxima de
vapor de água que esse volume pode conter a uma determinada temperatura (ponto de
saturação). Exprime-se em %.
Instrumentos: psicrómetro higrómetro higrógrafo termo higrógrafo (regista a temperatura e a
humidade atmosférica)
Psicrómetro • Mede a humidade relativa do ar, de modo indireto (Tabelas Psicrométricas), em
percentagem (%). • O Psicrómetro é constituído por dois termómetros: o termómetro molhado
e o termómetro seco. • O termómetro molhado é um termómetro vulgar cuja extremidade se
encontra mergulhada num recipiente com água destilada. • Termómetro seco, como é um
termómetro sensível, indica-nos a temperatura real do ar no momento da observação e refere-
se sempre à temperatura à sombra e sob as condições do abrigo.
Termohigrógrafo- regista, simultaneamente, a temperatura (°C) e a humidade relativa do ar (%).
Caixa metálica que contém: • Um cilindro com um dispositivo de relojoaria, sobre o qual se
coloca duplo gráfico; • Uma barra de metal com duas agulhas de registo • Uma das extremidades
da agulha encontram-se presa a uma fibra sintética • Esta fibra contrai ou distende de acordo
com as variações da humidade do ar e da temperatura, provocando oscilações nas agulhas •
Devido ao movimento de rotação do gráfico as agulhas vão registando as variações de
temperatura e de humidade relativa ao longo dos dias.
Pressão atmosférica • Peso que a atmosfera exerce sobre a superfície terrestre • Ao nível do
mar, em condições ideais, esta pressão é de 1013 milibares (mb), que equivale ao peso de uma
coluna de mercúrio de 76 cm de altura. • Valor da pressão atmosférica normal: 1013 mb; valores
superiores ao da pressão atmosférica normal consideram-se altas pressões e valores inferiores
consideram-se baixas pressões. Instrumentos: barómetros barógrafos
Barógrafo • É constituído por uma pilha de caixas caneladas fixas umas às outras. • A expansão
e contração destas caixas é amplificada por um sistema de alavancas apropriado. • Este
movimento é depois transmitido ao ponteiro, que vai registando sobre um gráfico enrolado em
volta de um cilindro.
Evaporação • Passagem de uma substância do estado líquido ao estado gasoso. • Medida em
milímetros (mm) Instrumentos: evaporímetros tinas de evaporação. Mede a evaporação - em
mililitros (ml) ou em milímetros de água evaporada (mm) - a partir de uma superfície porosa,
mantida permanentemente humedecida por água.
Precipitação • Água que cai num dado local e num dado período sob a forma líquida ou sólida •
Exprime-se em termos da lâmina líquida que se forma sobre uma superfície plana sem perdas
por infiltração ou evaporação – 1mm equivale a 1 Litro por m2 (l/ m2 ) Instrumentos: udómetros
e udógrafos pluviómetros e pluviógrafos Pluviómetro ou Udómetro • constituído por um cilindro
metálico, seccionado a meio e com uma abertura superior horizontal (boca) onde se situa um
funil. • No interior deste cilindro existe um recipiente de recolha de água. • A precipitação entra,
escorre peles paredes do funil sendo recolhida no recipiente. • A medição da precipitação é feita
vazando a água do recipiente ou do próprio cilindro, no caso daquela ter transbordado, numa
proveta graduada em mm. Um udógrafo ou pluviógrafo é constituído por: • Um funil de receção
da precipitação; • Um reservatório que contem um flutuador; • Um cilindro sobre o qual é
colocado o udograma (gráfico do registo da queda pluviométrica) • Um depósito destinado a
recolher a água. • À medida que o nível da água sobe no reservatório o movimento vertical do
flutuador é transmitido a um apêndice metálico, que se desloca sobre o gráfico. • Quando atinge
os 10 milímetros ocorre uma descarga automática da água para o depósito situado na parte
inferior do aparelho. • A boia, após a descarga, retoma a sua posição inicial que corresponde à
posição zero no udograma.
Insolação • Número de horas durante as quais o Sol se encontra a descoberto. • Exprime-se em
horas (inteiras e décimas). • É complementar da nebulosidade Instrumentos: Heliógrafo
(heliograma – papel de registo)
Vento • Ar em movimento; • Caracterizado por duas grandezas: direção e velocidade • Direção:
exprime-se em 8, 16 ou 32 rumos da Rosa-dos-ventos ou em graus a partir do Norte Geográfico;
• Velocidade: exprime-se em metros por segundo (m/s); quilómetros por hora (Km/h) ou em
nós (1 nó = 1,85 Km/h ou 0,52 m/s) Instrumentos: anemómetros e cataventos
Anemómetros • Para medir a velocidade do vento utilizam-se anemómetros. • Os mais usados
são os anemómetros de copos de forma hemisférica. • Estes copos movimentam-se com uma
velocidade proporcional à do vento. • A velocidade média pode ser calculada num curto espaço
de tempo, bastando para isso, observar o mostrador e registar duas leituras
Temperatura (ºC):
• temperatura média diária, mensal e anual;
• temperatura média diária, mensal e anual das máximas;
• temperatura média diária, mensal e anual das mínimas;
• nº de dias com temperaturas superiores a 30ºC/35ºC;
• nº de dias com temperaturas inferiores a 0ºC/ -5ºC Precipitação (mm):
• precipitação total diária, mensal e anual;
• duração da precipitação (em nº de horas);
• nº de dias em que a precipitação ultrapassou 1, 5, 10, 20, e 100 mm ou l/m2;
• nº de dias com o solo coberto de neve;
• nº de dias com gelo, geada e orvalho Vento (m/s):
• velocidade média diária, mensal e anual;
• velocidade média às 6h, 12h e 18h;
• velocidade máxima absoluta (hora do dia, dia do mês, mês do ano)
• nº de dias em que o vento ultrapassou os 16m/s;
• frequência de ocorrência de cada um dos quadrantes (dia, mês e ano);
• frequência de calmas (dia, mês e ano) Insolação (h):
• duração total diária, mensal e anual (em nº de horas);
• nº de dias com insolação nula Humidade Relativa (%):
• valor médio às 6h, 12h e 18h;
• valor médio da mínima e máxima diária Pressão Atmosférica (mb):
• média diária, mensal e anual;
• mínimo e máximo absoluto (diária, mensal e anual).

Sistema • Conjunto estruturado de elementos ou variáveis, interdependentes, com organização


interna, que funcionam em conjunto através de uma combinação regular de conexões dentro
de limites definidos. • Sistemas isolados, fechados e abertos.
Conceitos gerais sobre sistemas • A compreensão das atividades e modificações que se
produzem em qualquer lugar da superfície da Terra precisa que o geógrafo físico pense em
termos de sistemas de fluxo de matéria e energia. • Cada sistema de fluxo consiste em trajetórias
de conexões, através das quais a matéria, ou a energia, ou ambas, se movem continuamente. -
A maior parte dos sistemas em geografia física são impulsionados pela energia solar e incluem
o ar, água, matéria mineral e organismos vivos.

Natureza dos sistemas:


Sistemas isolados – unidade completamente independente, sem intercâmbio de energia nem
de matéria entre os seus limites (raros na natureza, mas frequentemente utilizados em
laboratório para desenvolver conceitos termodinâmicos); fluxo de matéria Fluxo de energia
Sistemas fechados - há intercâmbio de energia com a sua envolvente natural, mas não existe
entrada nem saída de matéria. • O planeta Terra e um sistema fechado: recebe energia solar e
emite energia para o exterior, mas não há transferência de massa, que se confina no seu interior,
salvo a excecionalidade dos meteoritos ou dos satélites artificiais. Fluxo de matéria Fluxo de
energia

Sistemas abertos - Há intercâmbio de energia e de matéria entre os seus limites; • Todos os


sistemas do meio ambiente são sistemas abertos; • Geralmente, a matéria/energia que entra
compensa aquela que sai, originando um estado estável, em equilíbrio dinâmico, pelo qual o
sistema se autorregula; • Sistema aberto muito comum: sistema em cascata Fluxo de matéria
Fluxo de energia
Sistema climático - Sistema integrado por seis componentes interligadas entre si:  Atmosfera
– camada gasosa que envolve a Terra  Hidrosfera – superfícies liquidas da Terra (oceanos,
mares, lagos, rios…)  Criosfera – massas de gelo e depósitos de neve (cobrem 6% da superfície
terrestre)  Litosfera – camada solida da Terra (partículas em suspensão, albedo, etc.)  Biosfera
– Corresponde à biomassa, aos animais e ao Homem  Antroposfera - Subsistemas Termo
hidrodinâmicos heterogéneos, com propriedades físicas distintas; - Apresentam uma forte
conexão entre si, através de complexos processos que implicam fluxos de energia e massa
através dos seus “limites”; - São alimentados pela radiação proveniente do Sol. O clima da Terra
constitui a expressão de um amplo sistema físico, complexo e rico em conexões, cujo
funcionamento é dominado por intercâmbios energéticos.

Entradas:
Os mecanismos que condicionam o funcionamento do sistema climático são diversos e incluem:
- a radiação solar; movimentos de rotação e translação da Terra; a distribuição de terras e mares;
a topografia terrestre ou a composição da atmosfera e dos oceanos. Principal fator – Radiação
Solar - chega ao nosso planeta em forma de radiação eletromagnética de curto comprimento de
onda (c.c.o.). Uma parte é refletida e a restante absorvida pela atmosfera e pela superfície
terrestre; - sofre contínuas transformações noutras formas de energia como: calor sensível;
calor latente; energia potencial; energia cinética; - é reenviada para o exterior como radiação de
longo comprimento de onda (l.c.o.).
Parte Central Componente principal:
Atmosfera • as transferências de energia realizam-se sobretudo através da movimentação do
ar. Restantes componentes: hidrosfera; criosfera; litosfera; biosfera • hierarquizados em função
dos seus tempos de resposta relativamente a alguma perturbação, originando:
• escalas temporais de horas ou semanas: atmosfera (reage imediatamente às variações de
temperatura);
• escalas temporais de meses a séculos: atmosfera e hidrosfera; criosfera e biosfera;
• escalas temporais superiores: todos os componentes

Saídas:
Diversos Climas do globo, refletindo: • a influência dos mecanismos de partida • A ação dos
componentes internos do sistema climático

Composição e estrutura da atmosfera


O Sistema Climático é um sistema composto, aberto e não isolado, constituído por vários
subsistemas.

Atmosfera • Sistema complexo de gases e de partículas sólidas e líquidas em suspensão, que


envolve o globo terrestre e que é mantido sobre ele pela ação da gravidade. Funções da
atmosfera:
• Camada protetora
• Barreira à entrada de corpos estranhos na atmosfera
• Absorve uma parte significativa da radiação ultravioleta
• Evita que a radiação terrestre se perca para as altas camadas da atmosfera.
Estrutura • Gases permanentes • Gases variáveis • Partículas sólidas e líquidas (aerossóis) A
natureza, proporção e dinamismo destes constituintes varia com a altitude, originando uma
repartição vertical desigual da temperatura, humidade e da pressão  devido à força da
gravidade, quase toda a massa atmosférica se concentra nos primeiros quilómetros junto à
superfície: - os primeiros 5Km contém 50% da massa atmosférica total - até aos 10 km localizam-
se 2/3 da mesma - acima dos 60 km só se encontra uma pequeníssima parte da massa
atmosférica total.

Estrutura- critério térmico:


Troposfera(0-12km): • onde ocorrem praticamente todas as manifestações do tempo • contém
75% da massa molecular e a maior parte do vapor de água, dióxido de carbono e aerossóis • a
temperatura decresce, em regra, constantemente com a altitude (6.5ºC/Km) • camada limite
planetária - primeiro nível, definido pela influência do substrato geográfico • limite superior -
Tropopausa.
Estratosfera (12-50km): • até cerca dos 30Km de altitude os valores térmicos mantêm-se
constantes ou com um moderado incremento • acima, a absorção da radiação solar ultravioleta
e parte da radiação visível e infravermelha pelo ozono cria uma “camada quente”, com
temperaturas até aos 0ºC • culmina na Estratopausa
Mesosfera (50-80km): • a temperatura média volta a descer rapidamente até alcançar valores
na ordem dos –90ºC, • termina na Mesopausa
Termosfera (80-800km): • a temperatura sobe a partir do mínimo da Mesopausa, chegando a
atingir valores de temperatura da ordem dos 1500ºC • contribuição das bandas de absorção do
ozono e oxigénio molecular. Termopausa
Exosfera (>800km): • os átomos de oxigénio, hidrogénio e hélio formam a ténue atmosfera e as
leis dos gases deixam de ser válidas.

Estrutura – Critério da composição:


Homosfera (0-80km): • a composição do ar mantém-se mais ou menos constante • os gases são
misturados por turbulência
Heterosfera (>80km): • composição do ar varia devido à dissociação e à separação dos gases
por difusão – já não há mistura turbulenta • os gases mais pesados acumulam-se nos níveis
inferiores e os mais leves tendem a concentrar-se em níveis superiores

Composição Gases permanentes - Importantes para a vida, mas pouco importantes em termos
de interpretação dos fenómenos meteorológicos devido, precisamente, a esse carácter de
permanência.
Composição Gases Variáveis (+ importantes) - variam em função da latitude, altitude, …  C02
(Dióxido de Carbono)  03 (Ozono)  Vapor de água  presença relativamente diminuta na
atmosfera, sendo determinada pelo balanço entre as reações que o produzem e as que os
destroem.  formação na atmosfera superior pela dissociação das moléculas de oxigénio pela
radiação ultravioleta e sua recombinação em ozono. dissociação (O2=O+O) é particularmente
eficiente na camada entre o 80 e os 100 Km.  recombinação de parte dos átomos de oxigénio
(O) e moléculas de oxigénio (O2) ainda não dissociadas, formando o ozono (O+O2=O3). 
recombinação é pouco frequente entre os 80 e os 100 Km (baixa densidade da atmosfera) e
abaixo dos 35 Km (radiação ultravioleta é praticamente inexistente).  a formação do ozono
ocorre principalmente na camada entre os 30 e os 60 Km.  concentração máxima do ozono
entre os 20 e os 25 Km, a um nível inferior ao da sua  formação onde é menos sujeito à radiação
ultravioleta e, portanto, à destruição.  é o único gás atmosférico que absorve quase todas as
radiações ultravioletas solares,  constituindo uma capa protetora sem a qual a vida seria
impossível no planeta  diminuição da camada de ozono - a radiação solar atua sobre os CFC
libertando Cloro que  por sua vez reage com o ozono, decompondo-o em Oxigénio e Monóxido
de Cloro (ClO).
Vapor de água  elemento primordial da maior parte dos processos meteorológicos  agente
primordial no transporte de calor e como regulador térmico  difunde-se na atmosfera por
difusão e por turbulência  a quantidade de água retida na atmosfera na fase vapor depende
essencialmente da temperatura do ar – é maior no Verão do que no Inverno e decresce quase
exponencialmente com a altitude (exceções, desertos subtropicais)

Dióxido de Carbono  distribui-se quase uniformemente por toda a baixa troposfera  é


libertado para a atmosfera pela ação dos organismos vivos da terra e dos oceanos e, em menor
medida, pela decomposição de elementos orgânicos e pelos combustíveis fósseis.  é absorvido
pela fotossíntese e pela biosfera e oceanos, e por isso tem-se mantido em equilíbrio e em
quantidades reduzidas  observações recentes demonstram que a sua concentração tem vindo
a aumentar por razões antrópicas, o que pode conduzir, por ser um gás causador do efeito de
estufa, à modificação do balanço de radiação terrestre e a uma alteração global do clima.
Aerossóis  partículas suspensas na atmosfera – poeiras, cinzas, sais, matéria orgânica –
procedentes tanto da atividade humana como de fontes naturais  influenciam muito a
transparência do ar e desempenham funções decisivas para o clima, ao atuar como núcleos de
condensação a partir dos quais se formam nuvens e, podem serem causa de graves níveis de
contaminação do ar quando a sua concentração é muito elevada  a concentração de aerossóis
na baixa atmosfera aumenta o albedo atmosférico e portanto provoca um arrefecimento que
pode, em parte, compensar o aquecimento provocado pelo aumento do dióxido de carbono.
A energia no sistema climático Todas as formas de energia existentes na Terra são provenientes
direta ou indiretamente do Sol.
Constante Solar - Quantidade média de radiação solar que em cada segundo atinge uma
unidade de área no topo da atmosfera perpendicular à direção da propagação. E um corpo
Negro, ou seja, é um corpo hipotético que emite (ou absorve) radiação eletromagnética em
todos os comprimentos de onda, de forma que: - toda a radiação incidente é completamente
absorvida - é emitida a máxima radiação possível para a temperatura do corpo em todos os
comprimentos de onda e em todas as direções (lei de Planck).
Todos os objetos com uma temperatura acima de -273ºC emitem energia sob a forma de
radiação eletromagnética. M - Energia emitida por um objeto (W/m2) σ - Cte Stefan-Boltzman,
5.6697 *10-8 W/m2 K-4 T - temperatura absoluta do objeto (ºK) Num corpo negro, a energia
irradiada por unidade de superfície é proporcional à sua temperatura absoluta elevada à quarta
potência. Quanto mais alta for a temperatura do objeto, maior é o total de radiação que emite.
Distribuição da radiação solar no topo da atmosfera
A radiação solar recebida no topo da atmosfera varia em função:
1. Distância entre o sol e a terra
2. Altura do sol
3. Duração do dia

Distância entre o sol e a Terra


A distância entre o sol e a Terra, que muda durante o ano, produz variações estacionais da
energia solar que recebemos, devido à excentricidade da órbita da Terra em redor do Sol. •
Periélio – ponto em que a Terra se encontra mais próxima do Sol (3 de janeiro); • Afélio – ponto
em que a Terra se encontra mais afastada do Sol (4 de julho).
Esfericidade da Terra • Determina diferenças na altura do sol
(ângulo que os seus raios solares fazem com uma tangente à
superfície da Terra no lugar onde se efetua a observação) • Quanto
maior é a altura do Sol, mais concentrada é a intensidade da
radiação por unidade de superfície. Inclinação do eixo da terra sobre
o plano da eclíptica O eixo da Terra está inclinado 66º 33’ em relação
ao plano da eclíptica, ou, se quisermos, o plano do equador e o
plano da eclíptica fazem um ângulo de 23º 27’. Esta posição é
constante ao longo de todo o ano – paralelismo do eixo.
A energia no sistema climático e o balanço térmico à superfície da Terra
Tipos de transferência de energia no sistema Terra-Atmosfera A energia pode ser transferida,
em termos genéricos, por três mecanismos:
CONDUÇÃO: a energia transmite-se de um corpo a outro, ou propaga-se dentro de um mesmo
corpo por contacto direto, mediante a transmissão do movimento das moléculas adjacentes.
(pouco eficaz na atmosfera)
CONVECÇÃO: Processo de propagação do calor, nos líquidos e nos gases, em que a transmissão
se faz por movimento relativo das partículas, por deslocamento da própria massa do corpo
aquecido (importante na dinâmica atmosférica)
RADIAÇÃO: A energia é transportada por ondas eletromagnéticas, sem a necessidade de um
suporte material radiação eletromagnética (energia radiante) • A energia recebida do Sol é
constituída quase na íntegra por energia radiante de natureza eletromagnética, propagando-se
sob a forma de ondas eletromagnéticas • A quantidade de energia radiante exprime-se em
unidades de energia (Joules) • A sua qualidade é caracterizada: o Frequência: quantidade de
ondas que passam por um ponto por unidade de tempo (segundo) 1 hertz = 1 ciclo/segundo; o
Comprimento de onda – distância entre duas cristas de ondas Unidades de comprimento –
micrómetro (μm – 10-6m), nanómetro (nm=10-9m) ou angström (Ǻ=10-10m).

RADIAÇÃO SOLAR – espectro da radiação eletromagnética


• O sol emite energia eletromagnética cujos comprimentos de onda vão desde as centenas de
metros até valores inferiores a 10-10 metros. • 99% da radiação solar está compreendida na
região espectral cujos comprimentos de onda estão entre 0.15 e 4.0 micrómetros. • Esta parte
do espectro designa-se, por isso, de região da radiação solar • As regiões mais importantes do
espectro solar são a do ultravioleta, a do visível e a do infravermelho. • As radiações de
comprimento de onda inferiores aos do ultravioleta e as radiações de comprimento de onda
superiores à dos infravermelhos são, praticamente, absorvidas pela atmosfera e não atingem a
superfície do globo terrestre. (Infravermelho-Luz Visível-UV)
Luz visível • Corresponde apenas a uma banda estreita do espectro em que a energia radiante
produz a sensação de luz quando atinge a retina. • Compreende a região entre os 0.40 e 0.70
micrómetros. • As cores, caracterizadas pelos vários comprimentos de onda vão desde o violeta
e o azul até ao vermelho.

O efeito da atmosfera da terra na radiação solar


Fenómenos de propagação de energia:
absorção pelos gases da atmosfera e pelas partículas de água
difusão pelas moléculas da atmosfera e por partículas em suspensão
reflexão pelas nuvens e pela superfície do globo
difração por gotas de água das nuvens
refração pelos cristais de gelo que formam as nuvens altas

Absorção • processo em que a energia radiante é transformada noutro tipo de energia •


absorção seletiva dos diferentes comprimentos de onda pelos vários gases atmosféricos • no
total, cerca de 23% da energia incidente é absorvida, sendo que cerca de 3% é absorvida pelas
nuvens • eliminação das radiações infravermelha e ultravioleta • a única radiação solar que
chega à superfície quase intacta é a da banda do visível.
Difusão • não envolve qualquer transformação de energia • origina apenas uma nova
distribuição de energia radiante
Reflexão • processo mais organizado na medida em que só há dispersão da energia num sentido
• na atmosfera os corpos que mais facilmente têm capacidade de reflexão (albedo*) são as
nuvens, nomeadamente as de grande espessura • a sua parte superior, estando no estado sólido
(gelo), possui um grande albedo* *Albedo ou Coeficiente de reflexão - % de energia refletida
por um corpo em relação ao total de energia incidente sobre ele. Em termos médios só 51% da
radiação global que incidiu no topo da atmosfera atinge a superfície terrestre. Destaca-se a ação
de 3 tipos de componentes atmosféricos: • vapor de água – grande capacidade de absorção da
radiação infravermelha • nuvens – grande capacidade de absorção e reflexão da radiação solar
• cristais de gelo – grande capacidade de reflexão da radiação solar.

TEMPERATURA
A temperatura é um dos elementos primordiais do tempo e do clima. A temperatura varia:
• No tempo: o Sazonalmente (regime térmico anual) o. Ao longo do dia (regime térmico diário)
• No espaço (de um local para outro) Medida do movimento molecular ou do grau de calor de
uma substância.
Os regimes térmicos Variação da temperatura ao longo de um dia ou de um ano, dependendo
diretamente do ciclo diário ou anual da radiação.
Diário - Similar em toda a superfície terrestre; - Mínimo pouco depois do nascer do sol; máximo
pouco depois da passagem do sol pelo seu meridiano; - Ciclo diário pode ser modificado –
nebulosidade (efeito mais perturbador – modifica o balanço da radiação atenuando os máx. e
os mín.), circulação geral da atmosfera.
Anual - Latitudes extratropicais – máximo em torno do solstício de Verão e mínimo em torno do
solstício de Inverno; - Latitudes intertropicais – dois máximos / dois mínimos Amplitude térmica
- Diferença entre a temperatura máxima e mínima (diária ou anual) - É explicada por fatores
cosmográficos e fatores geográficos.

Fatores condicionantes da variação da temperatura na superfície da terra


1. Latitude
2. Transparência da atmosfera
3. Natureza da superfície
4. Circulação atmosférica e as correntes marítimas
5. Altura sobre o nível do mar
6. Topografia
1 A Latitude Determina a radiação incidente no limite superior da atmosfera ao longo das
diferentes épocas do ano. Neste sentido, condiciona tanto os valores globais da temperatura
como os seus regimes.
2 A transparência da atmosfera determina o balanço da radiação do lugar ao condicionar tanto
nas perdas de energia por absorção e reflexão, como a retenção atmosférica da radiação
infravermelha emitida pela Terra. A nebulosidade (e o vapor de água) são as componentes
chave neste processo.
3 Natureza da superfície • Contrastes entre superfícies oceânicas e continentais
Resultado: oceanos como reguladores térmicos – reduzem as amplitudes térmicas oceanos
dotados de inércia térmica. Os contrastes entre o HN e o HS: • 81% do HS é coberto por oceanos:
+ 20% que o HN • As amplitudes térmicas anuais no HS são menores. • Superfícies com gelo -
dia: forte albedo - noite: grandes perdas atmosféricas - resultado: débil armazenamento de
calor / diminuição temperatura • Superfícies florestais - dia: forte absorção / temperaturas
moderadas (Radiação intercetada pelas copas das árvores não chega ao solo; grande parte do
calor é utilizado nos processos fisiológicos da vegetação, entre eles, a evapotranspiração) -
noite: arrefecimento moderado (vapor de água) (radiação emitida fica retida nas camadas de
ar mais baixas, as quais contêm grande quantidade de vapor de água) - resultado: função
termorreguladora
4 Circulação atmosférica e as correntes marítimas
• agentes de distribuição de calor • correntes frias e massas de ar frio – descida da temperatura;
• correntes quentes e massas de ar quente – subida da temperatura
5 Altura sobre o nível do mar (altitude)
Quanto maior for a altitude menor será a temperatura. A taxa de variação da temperatura é,
em termos médios, de aproximadamente 0,65º por cada 100 metros.
6 Topografia
A posição topográfica de um lugar condiciona a radiação solar que sobre ele incide e origina
importantes diferenciações térmicas locais em lugares com topografia acidentada, sendo
fundamental, as diferenças registadas nas vertentes solarengas (expostas a Sul (HN)) e umbrias
(expostas a Norte (HS)) das grandes cadeias montanhosas.

Conceitos introdutórios
Isotérmica – linha que une pontos de igual temperatura
Equador térmico - linha que une os pontos de temperatura média mais alta em cada
meridiano. Não é uma isotérmica.

Distribuição das isotérmicas em janeiro e em julho


Janeiro • Valores máx. nas latitudes baixas; Valores mín. nas latitudes altas; • Valores da
temperatura no Hemisfério Sul (lat. médias e altas) mais elevados do que no Hemisfério Norte
(Sol no H. Sul); • Os valores máximos não se aproximam do Equador, mas sim do Trópico de
Capricórnio; • Inflexão das isotérmicas nas zonas costeiras. Fenómeno mais visível no H. Norte
devido à maior quantidade de massa continental; • Em ambos os Hemisférios os valores
extremos situam-se sobre as superfícies continentais: • Máximos no interior dos continentes
africano; sul-americano-americano e australiano; • Mínimos nas latitudes setentrionais (70ºN a
80ºN) dos continentes Norte-Americano e Euroasiático. • Marcada assimetria entre a costa
ocidental dos continentes nas latitudes médias do H. Norte (Ex: Escócia e Costa Americana),
devido a ventos de Oeste e correntes marítimas frias (C. Lavrador) e quentes (C. Golfo).
Julho • As isotérmicas refletem a ação dos mesmos fatores, embora, agora, nos encontremos
próximo do solstício de Verão, o qual determina uma situação quase inversa à do mês de janeiro;
• Valores máx. nas latitudes baixas; Valores mín. nas latitudes altas; • Temperaturas mais altas
no H. Norte e mais baixas no H. Sul, situando-se o equador térmico próximo do Trópico de
Câncer; • O efeito da continentalidade é menos marcado, traduzindo-se numa maior
horizontalidade das isotérmicas e uma menor dissimetria entre as costas orientais e ocidentais
dos continentes. • Agora, nas costas ocidentais, o efeito moderador dos ventos marítimos de
Oeste, contrasta com o “aporte” de calor trazido pelas águas quentes da corrente do Golfo. •
Nas costas orientais, as correntes marítimas frias opõem-se aos ventos quentes do interior dos
continentes, tendo como resultado uma grande similitude dos valores da temperatura em
ambas as costas.

Amplitude térmica anual


Fatores de ordem geográfica que influenciam a radiação solar recebida à superfície da Terra:
1 Variações latitudinais das perdas da radiação solar ao atravessar a atmosfera
Máx. nas baixas latitudes (27%), diminuindo em direção aos Polos (15%). Variação do teor de
vapor de água atmosférico no mesmo sentido. Evaporação requer enormes quantidades de
energia (lat. baixas) e existe uma maior capacidade de armazenamento de água quanto mais
elevada for a temperatura. De uma forma geral as perdas são maiores nas latitudes
médias/altas, diminuindo nas latitudes mais baixas devido: • maior obliquidade dos raios solares
(altas latitudes); • abundância de cristais de gelo nas nuvens. 40º a 60º - Nuvens; 20º a 30º -
Desertos; 0º a 10º - Nuvens Latitude 50º a 60º - mais nuvens; Latitude 20º a 30º - menos nuvens.
Maiores valores nas latitudes mais elevadas (gelos e maior obliquidade) e menores nas latitudes
mais baixas.
2 Variação latitudinal da radiação solar em W/m2
Dos 100% da radiação que entra na parte superior da atmosfera: • aproximadamente 20% é
refletida de novo para o espaço pelas nuvens; • 3% pelo ar (poeiras e vapor de água) • 8% pela
superfície terrestre. Sensivelmente 3% é absorvida pelas nuvens; 18% pelo ar e 48% pela
superfície terrestre.

Calor latente- Quantidade de calor envolvida em mudanças de fase da água. Uma-


grande parte da energia solar que chega à superfície da Terra é utilizada nos fenómenos de
evaporação. O processo de evaporação converte a água do estado líquido para o gasoso
(vapor de água), um dos constituintes da atmosfera. A energia fica, então, contida no ar na
forma latente ou potencial. Quando se dá a condensação, liberta-se o calor latente,
aquecendo a atmosfera.

Calor sensível- Transferência de calor por convecção ou turbulência entre o solo e a


atmosfera

• Distribuição semelhante nos continentes e nos oceanos; • Maior contraste da radiação


líquida (Rn) entre oceanos e continentes verifica-se à latitude dos trópicos, onde os valores
dos continentes são, aproximadamente, 2/3 dos valores dos oceanos; • Maiores valores nas
latitudes mais baixas (menor obliquidade dos raios solares; igual duração do dia e da noite)
e mínimos nas latitudes elevadas (maior obliquidade dos raios solares; desigual duração dos
dias e das noites ao longo do ano. A transferência de energia é feita: • pelas correntes
oceânicas; • pela circulação atmosférica. Esta transferência faz-se em forma de calor
sensível (massas de ar e água oceânica) e calor latente (vapor de água atmosférico).

O balanço calorífico
As variações anual e diurna da temperatura, estão diretamente relacionadas com o Balanço
Calorífico Local.
• O atraso da temperatura máxima do ar (14 hora local) relativamente à hora em que se
verifica a máxima radiação (12 h) deve-se ao aquecimento gradual do ar por transferência
convectiva do calor do solo para a atmosfera.
• A descida da temperatura depois do meio-dia é travada pelo calor fornecido pelo solo
• A temperatura mínima do ar dá-se pouco depois do nascer do sol devido ao atraso da
transferência do calor da superfície para o ar. A energia solar retida pela superfície terrestre
está disponível, principalmente, de 3 formas:
• Pelo fluxo de calor para o interior do solo;
• Pelo fluxo de calor para a atmosfera;
• Pelo fluxo de calor necessário para os fenómenos de evaporação das superfícies húmidas
e de evapotranspiração da vegetação.
• Vários tipos de superfície terrestre reagem de forma diferente quando sobre essas
superfícies incide a radiação solar, por isso, o seu potencial para aquecer a atmosfera varia.
• As superfícies líquidas aquecem e arrefecem mais lentamente quando comparadas com
as superfícies sólidas (continentais): grande mobilidade destas massas líquidas.
• A redistribuição do calor
ocorre, sobretudo, por
turbulência ou por convecção.
O calor, na superfície sólida da
Terra é redistribuído por
condução molecular.
• O processo mais importante
na transferência de calor na
interface Terra-Atmosfera é a
evaporação.
• Mais de metade desta
energia é fornecida às
camadas mais baixas da
atmosfera pelos oceanos
tropicais, entre 30º N e 30º S.

Distribuição global da transferência vertical de calor latente (LE) • Máximos nas


áreas oceânicas tropicais e subtropicais (160 W/m2); • É menor no equador porque a
velocidade dos ventos é mais baixa e o ar tem uma pressão de vapor próxima da saturação;
• As correntes marítimas quentes aumentam a taxa de evaporação; • A transferência de
calor latente é maior nas regiões quentes e húmidas e é menor nas zonas áridas e latitudes
altas (pouca energia disponível).

Distribuição global da transparência vertical de calor sensível (H) • Maiores valores


de calor sensível têm lugar nos desertos tropicais, transferindo-se para a atmosfera, mais
de 80 W/m2; • O calor sensível apresenta valores mais baixos sobre os oceanos, alcançando
valores ligeiramente mais elevados sobre as correntes quentes.

HUMIDADE ATMOSFÉRICA
A humidade pode ser expressa em:
Humidade Absoluta - é a massa de vapor de água contida numa unidade de volume de ar
(g/m3) - a capacidade higrométrica do ar varia em relação direta com a temperatura.
Humidade Relativa - é a relação existente entre a quantidade de vapor de água existente num
dado volume de ar e a quantidade de vapor de água necessária para que esse volume de ar
fique saturado à mesma temperatura. - a humidade relativa do ar varia em relação inversa
com a temperatura.
Humidade Específica - conteúdo de vapor de água numa dada massa de ar (gr de vapor de
água/kg de ar).
Teor de Humidade - massa de vapor de água numa dada massa de ar seca (gr vapor de água/kg
de ar seco).
Tensão de Vapor - pressão do vapor de água numa dada porção de ar (pascal/ milibares, etc.).

EVAPORAÇÃO
Em janeiro verificam-se valores mais elevados no H. Sul do que no H. Norte e superiores nos
oceanos relativamente aos dos continentes.
Em julho verificam-se valores mais elevados no H. Norte do que no H. Sul e superiores nos
oceanos relativamente aos dos continentes.
Para que se verifique a condensação do vapor de água existente na atmosfera é necessário que
haja um arrefecimento da atmosfera, ou seja, é necessário que se verifique uma diminuição da
temperatura.
Mecanismos de arrefecimento na atmosfera
• Arrefecimento por contato
• Arrefecimento por ascendência de uma massa de ar (mecanismo mais eficaz):
Origem dinâmica o Origem termodinâmica o Origem orográfica

CONDENSAÇÃO
• Mudança do estado gasoso para o estado líquido;
• Depende do equilíbrio entre o volume e do ar, a pressão, a humidade e a temperatura;
• O parâmetro físico mais importante é da diminuição da temperatura Movimentos verticais do
ar e processos adiabáticos (Gradiente térmico vertical)
! o ar comprimido aquece(descendente), e o ar descomprimido arrefece(ascendente), e o ar sem
qualquer troca com o exterior denomina-se de adiabático.
Principais formas de condensação
Nevoeiros - Aspeto e estrutura idêntico às nuvens - Mecanismo e lugar de formação diferentes

São necessárias quatro condições para que se origine precipitação:


1ª Ascendência do ar e seu arrefecimento - Origem dinâmica - Origem termodinâmica - Origem
orográfica
2ª Condensação do vapor de água e formação de nuvens - Ponto de saturação - Núcleos de
condensação
3ª Forte concentração de
humidade - O mecanismo de
precipitação é acompanhado pela
regeneração das nuvens com
novas entradas de vapor de água.
Caso contrário: - A precipitação
seria muitíssimo menor - As
nuvens desapareceriam
rapidamente
4ª Crescimento das gotas de água
da nuvem - É a condição mais
crítica. - As gotas das nuvens têm
de atingir um tamanho suficiente
que as permita vencer as
correntes ascendentes e
precipitar. - As gotas de chuva são
entre 50 e 100 vezes maiores do
que as gotículas que constituem
as nuvens.

Tipos de precipitação
As características da precipitação refletem - As circunstâncias em que se originou no interior da
nuvem, dando lugar a uma grande variedade de formas; - A temperatura e a humidade da
camada de ar situada entre a base da nuvem e o solo:
- A estrutura térmica ditará se a precipitação chega à superfície em forma líquida ou sólida; - A
humidade condicionará a evaporação nas pequenas gotas de precipitação e, portanto, o seu
tamanho final; - A velocidade de queda da precipitação, porque dela depende o tempo real de
intervenção dos processos anteriores.

Precipitação (água proveniente do vapor de água da atmosfera, depositada na superfície


terrestre) 1. Precipitações atmosféricas não-superficiais -engloba a chuva, a neve e o granizo -
desenvolvidas em sistemas nublosos -contribuição para os totais pluviométricos é a mais
significativa 2. Precipitações atmosféricas superficiais - Engloba o orvalho, a geada, o nevoeiro,
etc. - Origens e características distintas - Fraca contribuição para os totais pluviométricos
(precipitação oculta)
Algumas formas de precipitação
Chuva - Forma mais comum de precipitação - É formada por gotas líquidas de diâmetro variável
entre 1 e 2 mm, podendo alcançar um máximo de 7mm
Granizo - É constituído por acumulações mais ou menos concêntricas de gelo transparente e
opaco, com um diâmetro inferior a 5 mm. - Forma-se quando os cristais de gelo são bruscamente
arrastados para cima e para baixo no interior da nuvem por violentas correntes ascendentes e
descendentes, o que é típico do cumulonimbus.
Saraiva - Pequenos pedaços de gelo, com um diâmetro superior a 5 mm, que se formam a
grandes altitudes e atingem a superfície.
Neve - Precipitação de cristais de gelo provenientes da sublimação do vapor de água ou da
congelação lenta das gotículas de água nas altas camadas da troposfera - Em certas condições,
podem aglomerar-se produzindo flocos. - Produz-se quando o nível de congelação está tão
próximo da superfície que os cristais de gelo não têm tempo de fundir antes de alcançar o solo.
Orvalho - Resulta condensação do vapor de água sobre as superfícies arrefecidas - Tende a
formar-se em noites sem nebulosidade em que o calor do solo é perdido por irradiação
Geada - Forma-se pelo mesmo processo do orvalho, mas com temperaturas inferiores a 0ºC
Nevoeiro - É a condensação do ar junto à superfície (mais fria que o ar).
Características da precipitação (variável descontínua no espaço e no tempo)
Quantidade - Exprime-se pela altura de água recolhida ao nível do solo em mm ou l/m2
Intensidade, duração e frequência - Precipitação por unidade de tempo (diária, horária ou
intervalos mais curtos) ...necessidade de registos contínuos ou pluviográficos) - Normalmente
exprime-se em mm/h - Segundo a sua intensidade as distintas formas de precipitação podem
ser classificadas da seguinte forma
Variabilidade - Utilização de outras medidas estatísticas para além da média e do total: mediana,
quartis, desvio padrão, coeficiente variação.

Precipitação Frontal -associada às frentes (superfícies de contacto entre massas de ar quentes


e frias); -geralmente são chuvas contínuas e cobrem superfícies extensas, na direção de
deslocamento da frente; - é responsável pela maioria das precipitações das médias latitudes e
particularmente entre os paralelos 40º e 65º, mais afetados pelas perturbações da denominada
frente polar
Precipitação por Convergência - associada à ascendência de ar por convergência em centros de
baixas pressões; - típica da ZCIT.
Precipitação Convectiva - tem origem no aquecimento direto de uma massa de ar sobre a
superfície terrestre; - a ascensão vertical do ar provoca a condensação e a precipitação; - produz
precipitações intensas e de curta duração
Precipitação Orográfica - produz-se quando uma massa de ar é forçada a ascender devido a uma
barreira orográfica; - o ar arrefece adiabaticamente, condensa e precipita; - produz precipitação
pouco intensa e de grande duração.

Distribuição mundial das precipitações - Fatores explicativos


1. capacidade higrométrica do ar muito fraca nas altas latitudes e no interior dos continentes no
Inverno;
2. a circulação geral da atmosfera: distribuição dos centros de altas e baixas pressões;
3. distribuição das superfícies: continentais e oceânicas;
4. localização e disposição das cadeias montanhosas relativamente aos ventos dominantes;
Os regimes pluviométricos anuais
Os regimes pluviométricos anuais refletem, sobretudo: - a dinâmica da circulação geral da
atmosfera; - as variações em latitude dos cinturões globais de vento ao longo do ano. Os
principais são:
Equatorial - precipitação abundante e bem distribuída ao longo do ano - dois máximos
coincidentes com a passagem do sol sobre o zénite do lugar
Tropical - Alternância entre períodos chuvosos e secos, distinguindo-se vários grupos: -
subequatorial dois máximos coincidentes com a passagem do sol sobre o zénite do lugar -
Influenciado pelos Alísios - nas zonas costeiras expostas a estes ventos, proporcionando
precipitação durante todo o ano - Tropical de estação seca e húmida, com estação húmida no
Verão - de Monção – com precipitação intensa no Verão devido ao fluxo quente e muito húmido
da monção
Desértico - precipitação insignificante e irregular durante todo o ano.
Temperado - Característico das latitudes afetadas pela frente polar: - Mediterrânico – Inverno
com precipitação e Verão seco, devido à ação alternada de sistemas frontais e anticiclones
tropicais - Oceânico – característico da fachada ocidental dos continentes, com precipitação bem
distribuída ao longo do ano - Continental de fachada Este – precipitação regular ao longo do
ano, com quantitativos inferiores ao Oceânico - Continental – característico do interior dos
continentes, com precipitação fraca e dominante no Verão.
Polar - precipitação sempre escassa devido ao fraco conteúdo de humidade do ar.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Pressão atmosférica – força que o ar exerce por unidade de superfície. Unidades mais utilizadas:
mb ou hPa Aparelho: Barómetro Valor da Pressão Atmosférica Normal – 1013 mb • Valores
superiores a 1013 mb: Altas pressões; • Valores inferiores a 1013 mb: Baixas pressões; isóbara
ou linha isobárica – linha que une pontos com igual valor de pressão atmosférica.

A pressão atmosférica e os VENTOS


Escala de 0-12, sendo o 12 um furacão.
Leis que regem o movimento do ar:
-Força do gradiente de pressão -força de Coriolis -força centrífuga -forças de atrito
A força do gradiente de pressão impulsiona o ar a dirigir-se desde o ponto de maior pressão até
ao de menor pressão, pelo caminho mais curto, e a uma velocidade que é tanto maior quanto
mais forte for o gradiente de pressão existente entre ambos os pontos.
Força de Coriolis – força que atua modificando a trajetória inicial do vento. Desvio para a direita
no Hemisfério Norte e desvio para a esquerda no Hemisfério Sul. Origem: Movimento de
Rotação da Terra.
Movimento de rotação da Terra
A força centrífuga depende da posição do corpo em relação ao centro de rotação, e na maioria
das vezes não é nula, mesmo para partículas paradas em relação ao referencial em rotação.
Pode dizer-se que a força centrífuga é o componente estático da força inercial que se manifesta
no referencial em rotação enquanto a força de Coriolis é o componente dinâmico.
O movimento de um objeto (bola preta) conforme observado acima a partir de um referencial
inercial externo e abaixo a partir de um referencial dotado de movimento circular (ponto
laranja). A descrição do movimento conforme observado pelo referencial não inercial (abaixo)
requer a assunção de existência de forças: a destacar-se neste caso a força de Coriolis.
A inércia é uma propriedade física da matéria (e segundo a Relatividade, também da energia).
Considere um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a um conjunto de forças de
resultante nula; nesta condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isto significa que,
se está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento em
linha reta e a sua velocidade mantém se constante. Tal princípio, formulado pela primeira vez
por Galileu e, posteriormente, confirmado por Newton, é conhecido como primeiro princípio da
Dinâmica (1ª lei de Newton) ou princípio da Inércia.
Podemos interpretar o seu enunciado da seguinte maneira: - todos os corpos são "preguiçosos"
e não desejam modificar o seu estado de movimento: se estão em movimento, querem
continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa "preguiça" é chamada
pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa.
O princípio da inércia pode ser observado no movimento de um autocarro: - quando o autocarro
"arranca" a partir do repouso, os passageiros tendem a deslocar-se para trás. Da mesma forma,
quando o autocarro já em movimento trava, os passageiros deslocam-se para a frente, tendendo
a continuar com a velocidade que possuíam. A inércia refere-se à resistência que um corpo
oferece à alteração do seu estado de repouso ou de movimento.
Vento geostrófico – vento em altura que segue paralelo às isóbaras, como resultado da força do
gradiente de pressão e da força de coriolis (quando estas forças são iguais e de sentidos
opostos).

Classificação dos ventos segundo as forças que nele atuam:


-Vento barostrófico – São ventos em que a força do gradiente exerce grande influência por não
se fazer sentir a força de Coriolis. Desenvolvem-se nas camadas superficiais e constituem os
ventos locais, tais como as brisas de terra e mar, dos vales e das montanhas e as monções.
-Vento geostrófico – São ventos resultantes do equilíbrio entre a força do gradiente e a força de
Coriolis. Observam-se em altitude com isóbaras retilíneas ou de pequena curvatura.
-Vento do gradiente – É o vento que resulta do equilíbrio entre a força do gradiente, força de
Coriolis e a força centrífuga. Observa-se
em altitude (ausência de atrito) com
isóbaras curvilíneas.
-Vento ciclostrófico – É o vento que
resulta do equilíbrio entre a força do
gradiente e a força ciclostrófica (força
centrífuga). Os ventos deste tipo
desenvolvem-se nos ciclones tropicais
onde a força centrífuga tem maior
importância. O ar mover-se-á em
espiral, com grandes velocidades.
Grandes teorias da circulação geral da atmosfera
Explicações clássicas • Explicações sustentadas em mecanismos essencialmente térmicos. •
Pensava-se que o aquecimento das massas de ar equatoriais era o motor fundamental da
circulação atmosférica. • No século XVII Halley determinou os alísios; o movimento de
compensação em altitude fechava o circuito. • O conjunto do sistema funcionava como uma
máquina térmica entre uma fonte quente (Equador) e uma fonte fria (Polos). • Permite-nos
compreender o cinturão equatorial de baixas pressões e as altas pressões polares.

Na realidade:  os alísios não provêm dos Polos  não têm uma trajetória meridiana • No século
XVIII, Hadley fez intervir o fator rotação da Terra – o efeito de Coriolis  os alísios são ventos de
Este/Nordeste  os contra-alísios são ventos de Sul/Sudoeste  não conseguem, deste modo,
atingir os Polos – nas latitudes subtropicais o ar descende para formar as altas pressões
Limitações: • o circuito é limitado às regiões tropicais e equatoriais • exige um gradiente térmico
marcado entre o Equador mais quente e os Trópicos mais frios – a situação é invariavelmente
inversa • aplicação do efeito Coriolis aos movimentos meridianos permite compreender 
ventos polares de Este à superfície (para o H.N. uma deslocação N-S é desviada para a direita)
 ventos de Oeste em altitude (transferência de ar do Equador para o Polo com desvio para a
direita no H.N.)
Continuam incompreensíveis:  a barreira fundamental das altas pressões subtropicais  a
importância do fluxo de Oeste nas latitudes médias. • Ferrel, na segunda metade do século XIX
tentativa de explicação do fluxo de Oeste à superfície nas latitudes médias • conservação do
momento de rotação para um objeto que se desloque de forma circular, denominamos de
«momento de rotação» o produto da sua velocidade pelo raio do círculo (vr2)  o anel de ar
equatorial está animado da mesma velocidade de rotação da terra, de Oeste para Este.  a
velocidade do ar tende a aumentar com a latitude, pois o raio da terra é menor  a velocidade
do vento torna-se superior à velocidade de rotação da terra, traduzindo-se num vento relativo
de Oeste • podia-se assim explicar a importância crescente do fluxo de Oeste para as médias e
altas latitudes • mas as observações demonstram que as velocidades mais elevadas não se
situam na vizinhança dos Polos, mas sim nas médias latitudes (os jetstreams) • este princípio
elementar não podia explicar todos os comportamentos verificados.

Explicações modernas  Segunda metade do século XIX  Carácter zonal da circulação e


importância dos fenómenos dinâmicos  Progressos no conhecimento da alta troposfera
demonstraram a importância dos fluxos zonais.  Os ventos deixam de ser considerados como
simples tributários dos centros de ação, mas sim como fruto do ajustamento recíproco entre a
força do gradiente e a força do Coriolis.  Partindo desta constante interação entre fluxos e
centros de ação constituiu-se o esquema tricelular da circulação geral (Rossby).  é de salientar
a barreira fundamental das altas pressões subtropicais como peça fundamental de toda a
circulação  alimentadas em altitude pelo ar equatorial e pelo ar polar  comportam-se como
gigantescos anticiclones mistos muito estáveis.

Limitações:  não é dada a importância devida à célula das latitudes médias, sendo, no entanto,
aqui que se verificam os maiores gradientes térmicos horizontais e os ventos mais fortes (jet-
streams)

Ideias revolucionários  Transferências por turbulência e fluxo de Oeste  Defant propõe uma
explicação original para as trocas de calor e humidade entre as altas e baixas latitudes  as
trocas mais ativas são realizadas graças aos movimentos por turbulência, sobretudo graças
àqueles que representam as perturbações das zonas temperadas  o fluxo zonal de Oeste e os
jet-streams têm a sua fonte na circulação turbulenta das médias latitudes, aumentando a sua
velocidade quanto mais ativas estão as perturbações da frente polar, no Inverno.
Formação das ondas de Rossby
A. Frente polar completamente plana, em condição de estabilidade
B. Ondulações começam a acentuar-se
C. O ar frio penetra nas baixas latitudes, formando baixas pressões em altitude o ar quente
desloca-se para altas latitudes, formando «cunhas» entre as depressões e constituindo núcleos
de altas pressões em altitude
D. 0 aprofundamento das ondas provoca um «estrangulamento» das depressões, que ficam
separadas da massa inicial – oclusão ciclónica também pode suceder um isolamento do ar
quente, formando-se uma oclusão anticiclónica.

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