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INFLUÊNCIA DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO SOBRE O INTRUSIONAMENTO DE


RAÍZES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM GOTEJAMENTO SUBSUPERFICIAL

Conference Paper · July 2012

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Ronaldo S. Resende Julio Roberto Araujo de Amorim


Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA) Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA)
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X Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería
Agrícola e
XLI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola
CLIA/CONBEA 2012
Londrina - PR, Brasil, 15 a 19 de julho 2012

INFLUÊNCIA DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO SOBRE O INTRUSIONAMENTO DE


RAÍZES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM GOTEJAMENTO SUBSUPERFICIAL

RONALDO S. RESENDE1, JULIO R. A. DE AMORIM2, ANNY K. M. RODRIGUES3


1
Engº Agrônomo, Dr., Pesquisador, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Av. Beira Mar, 3250, Aracaju - SE, CEP: 49025-040, Fone: (79) 4009-
1346, chpd@cpatc.embrapa.br.
2
Engº Agrônomo, M. Sc., Pesquisador, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Av. Beira Mar, 3250, Aracaju - SE.
3
Graduanda em Eng. Agronômica, Universidade Federal de Sergipe, Estagiária da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju - SE.

Apresentado no
X Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería Agrícola - CLIA 2012
XLI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2012
15 a 19 de julho de 2012 - Londrina - PR, Brasil

RESUMO: Entre os sistemas de irrigação localizada, o gotejamento subsuperficial é o


predominantemente utilizado no cultivo da cana-de-açúcar. Um dos principais problemas
associados a esse sistema é a ocorrência de intrusionamento radicular através do orifício dos
gotejadores. A assertiva de que o manejo da irrigação deficiente pode contribuir para a
intensidade dessa ocorrência é comumente enunciada. O objetivo deste estudo foi avaliar o
efeito de diferentes níveis de reposição da demanda evapotranspirativa da cana-de-açúcar (W1
= 45%, W2 = 90%, W3 = 135% e W4 = 180% da ETo) sobre o processo de intrusão radicular
em gotejadores, com a instalação de tubogotejadores em duas profundidades (P1 = 0,35 m e
P2 = 0,25 m). Para tanto, foram avaliadas linhas laterais de irrigação utilizadas por quatro
ciclos de cultivos da cana-de-açúcar (2008 a 2011). Para cada um dos quatro tratamentos, as
vazões individuais de uma amostra de 20 gotejadores foram medidas em quatro repetições,
perfazendo um total de 80 gotejadores por tratamento, em delineamento experimental em
blocos ao acaso. A relação entre o manejo da umidade na zona radicular da cultura da cana-
de-açúcar e a ocorrência de intrusionamento de raízes no orifício de gotejadores não está
claramente definida. Ela foi verdadeira quando os emissores se encontravam enterrados à
profundidade de 0,35 m (P1), mas esse comportamento não se repetiu na profundidade de
enterrio de 0,25 m (P2).

PALAVRAS-CHAVES: gotejamento enterrado, quimigação, trifluralina.

IRRIGATION MANEGMENT INFLUENCY ON ROOT INTRUSION OF SUGAR-CANE


SUBSURFACE DRIP IRRIGATION

ABSTRACT: Among the microirrigation systems the subsurface drip irrigation is the
prdominant used in sugacane cultivation. A major problem associated with this system is the
occurrence of root intrusion through the drippers orifice. The assertion that inadequate
irrigation management can contribute to the intensity of this occurrence is commonly
accepted. The objective of this study was to evaluate the effect of different replacement levels
of the sugarcane evapotranspiration demand (W1 = 45%, W2 = 90%, W3 = 135%, and W4 =
180% of ETo) on the root intrusion process in drippers, with the installation of driplines at
two depths (0,25 m and 0,35 m). Thus, lateral driplines used for four cycles of sugarcane crop
(2008-2011) were evaluated. For each of the four treatments, the individual flow rates of a
sample of 20 drippers were measured in four replications, making up a total of 80 emitters per
treatment, in randomized complete block design. The relationship between the soil moisture
management in the root zone of the sugarcane crop and the occurrence of root intrusion in
drippers orifice is not clearly defined. It was found when the emitters were buried at the depth
of 0.35 m (P1), but this behavior was not repeated in the depth of burial of 0.25 m (P2).

KEYWORDS: subsurface drip irrigation, chemigation, trifluralin.

INTRODUÇÃO

Os principais desafios na utilização de sistemas de irrigação subsuperficial, em longo


prazo, são o potencial succionamento de partículas do solo e a intrusão de raízes através do
orifício dos gotejadores (DALRI, 2001; RESENDE, 2003). Suarez-Rey et al. (2000) afirmam
que, uma vez que a raiz tenha penetrado no labirinto dos gotejadores, torna-se muito difícil
sua remoção; e, dessa forma, a intrusão de raízes deve ser encarada como um sério obstáculo
ao sucesso da irrigação localizada subsuperficial em longo prazo.
Duas formas para se prevenir a intrusão de raízes são utilizadas: a primeira refere-se a
emissores projetados para oferecer uma barreira física à intrusão (BARTH, 1999) e a segunda,
ao uso de emissores que apresentam o herbicida trifluralina incorporado ao polietileno durante
o processo de extrusão do gotejador. Entretanto, evidências recentes relatadas sobre intrusão
de raízes através da barreira física têm indicando necessidade de novos estudos e avaliações
(GUSHIKEN, 1995).
Na irrigação por gotejamento superficial a vazão média e a variação da vazão de uma
amostra de gotejadores têm sido utilizadas como indicadores da ocorrência de intrusão de
raízes nos mesmos. Embora outros fatores possam interferir nessas variáveis, como partículas
de solo succionadas para o interior do gotejador, a intrusão de raízes tem se mostrado a
principal causa de redução e incremento da variabilidade das vazões, conforme evidenciado
por Resende (2003).
Em trabalho conduzido por Suarez-Rey et al. (2000), com análise destrutiva de
emissores utilizados em gotejamento subsuperficial de grama-bermuda, foi constatada uma
redução significativa no coeficiente de uniformidade estatístico, em relação a emissores
novos; esses autores constataram que alguns emissores apresentavam problemas com intrusão
de raízes, resultando em moderada redução de vazão. Mitchell (1981), irrigando milho com
cintas de exsudação, afirmou que o sistema apresentou significativa redução de vazão.
Posteriormente, Mitchell e Sparks (1982) observaram que as raízes do milho chegaram a
“envelopar” a cinta de exsudação. O manejo da irrigação pode influenciar a probabilidade de
ocorrer intrusão de raízes, dado que interfere no ambiente imediatamente adjacente ao
emissor; isso porque a irrigação de alta freqüência, que mantém o solo em volta do emissor
sempre próximo à saturação, pode inibir o crescimento radicular nessa área para algumas
plantas, mas não, para outras. De modo contrário, déficit de umidade do solo, algumas vezes
imposto com o objetivo de controle da frutificação ou da qualidade na maturação ou no
crescimento vegetativo, pode aumentar a intrusão como consequência da alta concentração de
raízes na área do emissor (CAMP et al., 2000). Mead (2002) afirma que o sistema radicular
não invade emissores em solos saturados ou próximos à saturação; portanto, se não houver
depleção elevada de água no solo, não ocorrerá intrusão radicular.
O objetivo do presente estudo foi avaliar diferentes níveis de irrigação e da
profundidade de instalação do tubogotejador na ocorrência de intrusão radicular no sistema de
irrigação por gotejamento subsuperficial em cana-de-açúcar.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido em área experimental localizada na Usina Coruripe, município


de Coruripe, AL, com coordenadas geográficas 10º01´29,15´´ de latitude Sul e 35º16´24,86´´
de longitude Leste e altitude de 108 m. O solo da área é um Argisolo amarelo coeso. A
cultura da cana-de-açúcar, variedade RB 86-7515, foi plantada em setembro de 2007, e o
quarto corte realizado em dezembro de 2011.
Os tratamentos consistiram em quatro lâminas ou níveis de irrigação (W) aplicados em
duas profundidades de instalação do tubogotejador: 0,35 m (P1) e 0,25 m (P2). As lâminas de
irrigação foram definidas como percentual da média diária da evapotranspiração de referência
(ETo) estimada na semana anterior, sendo esses percentuais 45, 90, 135 e 180% da ETo (W1,
W2, W3, W4). A ETo foi estimada utilizando o modelo de Penman-Monteith, a partir de
dados de uma estação climatológica automática instalada próxima à área experimenta.l A
evapotranspiração da cultura (ETc) foi estabelecida com base na ETo, utilizando-se os
coeficientes culturais (kcs) respectivos às fases de desenvolvimento da cultura.
Para cada profundidade de instalação do tubogotejador, foi delineado um ensaio em
blocos ao acaso, com quatro repetições por tratamento (níveis de irrigação). Para se comparar
as profundidades de instalação do tubogotejador, foi efetuada uma análise conjunta dos
experimentos. As irrigações foram aplicadas diariamente por meio de um sistema de
gotejamento subsuperficial com tubogotejadores espaçados de 1,8 m e gotejadores espaçados
de 0,5 m entre si.
A cana foi plantada em fileiras duplas, com espaçamento de 0,5 m entre fileiras
simples e de 1,3 m entre duplas. A parcela experimental consistiu em quatro linhas duplas,
com 11 m de comprimento, resultando em uma área de 79,2 m2. Ao final do quarto ciclo da
cultura, as duas linhas centrais de tubogotejadores de cada parcela foram retiradas do solo
para avaliação. De cada linha, foram escolhidos aleatoriamente dez gotejadores (resultando
em 20 gotejadores por parcela e 80 por nível de irrigação, para cada profundidade avaliada),
sendo esses remontados para terem sua vazão determinadas em bancada de ensaio. Para isso,
os emissores foram conectados espaçados de 0,20 m entre si. Na bancada, foram instalados
válvula reguladora de pressão e manômetro do tipo bourdon. A pressão de ensaio foi de 100
kPa e o tempo de coleta da vazão, de 3 minutos. Os volumes foram medidos em proveta
graduada em mL. O gotejador utilizado foi do tipo plano, não-compensante de pressão, com
vazão nominal (Qn) de 1,7 L h-1.
Com base nos volumes coletados, foram calculadas a vazão atual do gotejador, Qa, a
vazão média por tratamento, Qm, o coeficiente de variação de vazão, CV = (desvio
padrão/Qm) x 100), e a vazão relativa, Qr = (Qa/Qn) x 100. Com exceção do quarto ciclo, ao
final de cada cultivo foi efetuada a aplicação de 0,15 mL por gotejador do herbicida
trifluralina (TFN), via sistema de irrigação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1, são apresentados os resultados de vazão (Qm), coeficiente de variação


(CV) e nível de entupimento em função dos tratamentos aplicados. Para a profundidade P1, a
vazão observada para o menor nível de aporte de água (W1) foi significativamente inferior (p
< 0,05) aos demais níveis, não se verificando diferenças estatísticamente significativas (p >
0,05) entre estes. No entanto, esse comportamento não se repete para a profundidade P2, onde
a maior redução de vazão ocorreu no tratamento W3, não diferindo, no entanto, dos demais
níveis de água (p > 0,05).

Tabela 1. Vazão média de gotejadores (n=80) em função do manejo da irrigação e da


profundidade de instalação do tubogotejador.
Qm (L h-1) CV (%) Qr (%)
P1 P2 P1 P2 P1 P2
W1 1,26aA 1,40aA 42 36 74 82
W2 1,46aB 1,41aA 32 28 86 83
W3 1,54aB 1,36bA 19 38 90 80
W4 1,46aB 1,43aA 23 30 85 84
Média 1,43 1,40 29 33 84 82
CV 30,5 34,0
F ** ns
Letras minúsculas indicam diferenças de médias entre os níveis do fator P e maiúsculas indicam diferenças de médias entre
os níveis do fator W. ** p < 0,05, ns = não significativo.

Dessa forma, considerando-se a variável vazão média, os dados não permitem


estabelecer uma relação clara entre o nível de depleção da umidade do solo permitida no
manejo da irrigação e a intensidade do processo de intrusionamento de raízes, como apontado
por Camp et al. (2000) e Mead (2002). Em estudo realizado em ambiente controlado, Resende
(2003) avaliou o potencial de intrusão radicular em 14 modelos de gotejadores e observou
comportamento contrário ao enunciado por aqueles autores; nesse estudo, o nível de intrusão
foi maior na situação de solo irrigado diariamente do que naquela em que a irrigação era
efetuada quando o potencial de água no solo alcançava 60 a 70 kPa; para cana-de-açúcar, a
faixa limite crítica do potencial de água no solo é comumente apontado como de 80 a 100 kPa
(PIRES et al., 2008).
Leituras diárias de umidade realizadas em diferentes profundidades e distâncias transversais
ao tubogotejador, correspondente ao período seco da região e quando a cana se encontrava de
55 a 120 dias após o corte (DAC), revelaram que a umidade volumétrica média do solo na
camada 0–0,40 m foi de 8,5%, 10,5%, 11,5% e 12,5% nos tratamentos W1, W2, W3 e W4,
respectivamente. Nessa camada, a umidade nas condições de capacidade de campo e de ponto
de murcha permanente equivale a 13,5% e 4,5%, respectivamente. Dessa forma, o regime de
umidade mantido no período correspondeu a 45%, 67%, 78% e 89% da capacidade de
armazenamento da água do solo para os tratamentos W1, W2, W3 e W4, respectivamente.
Observa-se que o tratamento W1 resultou em manutenção do solo abaixo do limite
crítico de depleção da umidade considerado na literatura (50%), enquanto o tratamento W4 a
umidade foi mantida próxima a capacidade de campo. O solo da área do ensaio, classificado
como um Argisolo amarelo, apresenta como característica marcante a presença de camada
coesa, a qual se constitui em uma zona de adensamento de origem pedogenética e comumente
localizada na profundidade de 0,20–0,40 m. Essa camada impõe uma restrição ao
aprofundamento das raízes da cana. Levantamentos efetuados na área demonstraram que a
maior parte do sistema radicular da cultura se mantém restrita à camada do solo que vai da
superfície até 0,20 m de profundidade.
Analisando-se o desdobramento da profundidade dentro de cada nível de água,
somente se constatou diferença significativa (p < 0,05) de redução de vazão entre P1 e P2
para o tratamento W3, onde o nível de redução de vazão foi maior na instalação do
tubogotejador mais superficial P2. A dispersão dos valores de vazão, representada pelos CV’s
das amostras dos gotejadores, revelou comportamento idêntico ao observado para a variável
Qm; de modo análogo, na profundidade P1, o maior valor de CV foi observado no tratamento
W1; enquanto, na profundidade P2, a maior dispersão foi observada no tratamento W3. A
obstrução de gotejadores por intrusionamento de raiz frequentemente resulta em entupimento
total do gotejador (Qa = 0); assim, medidas de dispersão de dados, como o CV, constituem
um bom indicador da ocorrência daquele. Para as duas profundidades avaliadas, observou-se
uma relação inversa ente CV e Qm.
Com base nos valores médios de Qr para as profundidades P1 e P2 (Tabela 1),
verifica-se que o nível de entupimento dos gotejadores (100 - Qr) ao longo dos quatro anos de
utilização foi de 16% e 18%, respectivamente, corroborando a pequena diferença entre as
duas profundidades nesse aspecto. Assim, considerando-se somente o aspecto do potencial de
intrusão de raízes, a profundidade P1 apresenta vantagem comparativa em relação à P2, visto
que demanda menor energia para sua instalação. O maior e o menor nível de intrusionamento
foram observados nos níveis de irrigação W1 e W3 da profundidade P1, respectivamente.
Nas Figuras 1 e 2, são apresentados os percentuais de gotejadores avaliados em cada
tratamento, por faixa de redução de vazão, para as profundidades P1 e P2, respectivamente.
Na profundidade P1, o tratamento W1 foi o que resultou em menor proporção de gotejadores
com menores níveis de entupimento (39% dos gotejadores com Qr > 90%), ou seja, mais de
60% deles com obstrução superior a 10%; enquanto os tratamentos W3 e W4 apresentaram as
maiores proporções (63% e 61% dos gotejadores com Qr > 90%, respectivamente),
significando menos de 40% desses com obstrução acima de 10%. Também, no tratamento
W1, ocorreu a maior proporção de gotejadores (6%) com redução total de vazão (Qr = 0);
enquanto, nos tratamentos W3 e W4, ocorreram as menores (0% e 3%). Desse modo, para a
profundidade P1 (Figura 1), o tratamento equivalente ao menor nível de umidade na zona
radicular (W1) foi o que resultou em maior nível de redução de vazão e, consequentemente,
maior incidência de entupimento, corroborando a hipótese defendida por Camp et al. (2000) e
Mead (2002 ).

70 W1 70 W2
60 60 54
% de gotejadores
% gotejadores

50 50
39
40 40
30 30
20 16 20 15
11 10 11
4 4 5 6 10 6 4
10 1 3 1 3 1 1 0 1 3
0 0
>90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0 >90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0
Qr Qr

70 63 W3 70 61 W4
60 60
% de gotejadores
% de gotejadores

50 50
40 40
30 30
18
20 14 20
9 6
10 5 10 5 5 4 3
1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 1
0 0
>90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0 >90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0
Qr Qr

Figura 1. Percentual do número total de gotejadores avaliados, por faixa de redução de vazão,
para diferentes níveis de irrigação (W), na profundidade P1.

A tendência verificada na profundidade P1 não se repetiu na profundidade P2. Nessa


profundidade (Figura 2), o tratamento W3 foi o que resultou no menor percentual de
gotejadores (43%) na faixa mais alta de Qr (> 90%) e comportamento similar aos outros
níveis de W nas demais faixas de Qr.

70 W1 70 W2
54 60 56
60

% de gotejadores
% gotejadores

50 50
40 40
30 30
21
20 20 12 10
9
10 5 3 3
10 5 3 4 4 4 5 0 1 0 1
1 0 0 0
0
>90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0
>90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0
Qr
Qr

70 W3 70 W4
60 60 54

% de gotejadores
% de gotejadores

50 43 50
40 40
28 30
30
20 16
20 11
6 8 10 6 5
10 4 3 4 4 3 1 1 0 0 1
1 1 0
0 0
>90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0
>90 80-90 70-80 60-70 50-60 40-50 30-40 20-30 10-20 0-10 0
Qr
Qr

Figura 2. Percentual do número total de gotejadores avaliados, por faixa de redução de


vazão, para diferentes níveis de irrigação (W), na profundidade P2.

Na Figura 3 é apresentado o percentual acumulado do total de gotejadores por faixa de


redução de vazão, evidenciando a maior ocorrência de redução de vazão no tratamento W1 de
P1; no entanto, esse comportamento não se apresenta tão bem definido no tratamento P2,
onde o tratamento W3 é o que apresenta os maiores valores de percentual de gotejadores na
maioria das faixas de Qr.

100 P1 100 P2
% de gotejadores
% de gotejadores

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
0 0-10 10-20 20-30 30-40 40-50 50-60 60-70 70-80 80-90 >90 0 0-10 10-20 20-30 30-40 40-50 50-60 60-70 70-80 80-90 >90

Qr Qr
W1 W2 W3 W4 W1 W2 W3 W4

Figura 3. Percentual acumulado do número total de gotejadores avaliados, por faixa de


redução de vazão, para diferentes níveis de irrigação (W), nas profundidades P1 e P2.

Um aspecto a ser considerando na interpretação dos resultados, é o fato de que as


reduções de vazão podem ter como causa tanto a intrusão de raízes no orifício do gotejador
como a entrada de solo no emissor, seja por efeito da ocorrência de vácuo na linha lateral ou
quando da execução de manutenções no sistema para retirada de vazamentos. Dissecações
efetuadas em diversos gotejadores, após a realização dos testes de vazão, revelaram que as
duas causas de entupimento ocorrem isoladamente ou conjuntamente (CAMP et al., 2000;
DARLI, 2001; RESENDE, 2003).
CONCLUSÕES

1. Ocorreu diferenciação entre os níveis de irrigação avaliados apenas na profundidade 0,25,


com o nível de irrigação correspondente a 40% da ETo apresentando o maior nível de redução
da vazão.

2. Não houve diferença na vazão média dos gotejadores entre as profundidades 0,25 m e 0,35
m, para nenhum dos níveis de irrigação avaliados.

3. A relação entre o manejo da umidade na zona radicular da cultura da cana-de-açúcar e a


ocorrência de intrusionamento de raízes no orifício de gotejadores não foi claramente
estabelecida.

AGRADECIMENTOS: Nossos sinceros agradecimentos aos Gerentes e Técnicos da Usina


Coruripe SA, pelo contínuo e empolgante apoio em todas as fases de desenvolvimento do
trabalho.

REFERÊNCIAS

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PIRES, R. C. de M.; ARRUDA, F. B.; SAKAI, E. Irrigação e drenagem. In: Cana-de-açúcar.


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