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O Tabernáculo: A Cortina

Por Benjamin Shaw em 26 nov, 2018


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o sumário
Quando Adão e Eva viviam no jardim, estavam na presença absoluta de
Deus. Depois de sua transgressão foram expulsos, separados da
presença de Deus. Querubins com uma espada flamejante estavam
posicionados a leste do jardim para impedir seu retorno e para impor
a separação da presença de Deus. Homens poderiam oferecer
sacrifícios a Deus, poderiam orar a ele, mas o caminho para a sua
presença permaneceria fechado. Os querubins, embora não
estivessem mais visíveis, permaneciam em guarda. E esta separação
permaneceu por gerações.

Quando Moisés recebeu a lei no Monte Sinai, essa lei incluía


instruções para a construção do tabernáculo, entre essas instruções
estava a confecção de uma cortina ou véu (Êx 26.30-35). O propósito
desta cortina era estabelecer uma divisão entre o Santo Lugar e o
Santo dos Santos. No Santo Lugar estavam o candelabro, a mesa para
o pão da proposição e o altar do incenso. No Lugar Santíssimo estava
a arca da aliança, coberta pelo propiciatório, sobre a qual dois
querubins guardavam a presença de Deus. Este era o lugar onde Deus
tornava visível sua presença e de onde falava a Moisés.

O véu que dividia o Santo Lugar do Lugar Santíssimo era bordado com
querubins, representando os querubins a leste do Éden, mantendo a
humanidade longe da presença de Deus. Mas uma mudança
aconteceu. A proibição absoluta de entrar na presença de Deus agora
já não era tão absoluta. A porta para a presença de Deus que tinha
sido tão firmemente fechada no Éden agora apresentava uma fenda.
Era, na verdade, ainda uma fenda muito pequena, mas era uma fenda
verdadeira. Agora o sumo sacerdote, uma vez por ano, acompanhado
pela fumaça que se levantava do incenso, e pelo sangue dos
sacrifícios, podia entrar no Lugar Santíssimo (Lv 16). Ele poderia
entrar no lugar da presença de Deus.

As pessoas saberiam disso se fossem devidamente instruídas. A lei


deveria ser lida diante do povo a cada sete anos (Dt 31. 9-13), os levitas
deveriam mencionar tais coisas em seu trabalho de instrução entre o
povo. Para a maioria das pessoas, no entanto, a mudança teria
parecido insignificante, afinal, afetava somente o sumo sacerdote e
apenas uma vez por ano. Além disso, à medida que mais gerações iam
se passando, não havia mais mudanças nos estatutos para indicar que
qualquer novo desenvolvimento poderia ser esperado. Quando o
templo foi construído, foi feito um novo véu, bordado com querubins
e separando o Santo dos Santos (2Cr 3.14), além disso, as paredes do
templo eram adornadas com querubins. Exceto pelo sumo sacerdote,
uma vez por ano, não havia entrada na presença de Deus.

Mas a era profética havia dado a entender que mais mudanças viriam.
Isaías 25.7 diz: “Destruirá neste monte a coberta que envolve todos os
povos e o véu que está posto sobre todas as nações”. A palavra
“coberta” não é o mesmo que a palavra “véu”. No entanto, a conexão
com a montanha sagrada do Senhor e a expectativa ansiosa do povo
pela sua vinda, ao menos sugerem uma mudança adicional, uma
mudança muito significativa.

Mais uma vez, um período de silêncio se seguiu. Então, no final do


ministério de Jesus, no instante exato de sua morte, a cortina do
templo foi rasgada em duas partes, de alto a baixo. Este testemunho
está incluído em todos os três Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos
e Lucas). Algo estranho, admirável e maravilhoso aconteceu. O
caminho para a presença de Deus foi mais uma vez aberto. Os
Evangelhos Sinóticos apresentam o fato, enquanto o autor de Hebreus
explica o que aconteceu.

Primeiro, lemos que o próprio Jesus penetra além do véu, a cortina


(Hb 6.19), como nosso Sumo Sacerdote. Como o Sumo Sacerdote no
tabernáculo e no templo, Jesus entrou no Santo dos Santos. No
entanto, Jesus não adentrou apenas a “representação” terrestre do
lugar mais santo do templo, ele entrou no verdadeiro Santo dos
Santos no céu, onde ancorou nossa esperança.
Além disso, Jesus não entrou no Santíssimo Lugar temporariamente,
como faziam os sumos sacerdotes do período do Antigo Testamento.
Em vez disso, ele entrou de uma vez por todas (9.11-12). Isto é, ele
entrou de uma vez por todas em favor de seu povo, e entrou
permanentemente, para nunca mais sair.

Finalmente, o autor de Hebreus nos diz que nós também temos o


privilégio de entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus (10.19-
20). Ele nos mostra ainda que a cortina representava o corpo de
Cristo, com o derramamento de seu sangue, essa cortina foi rasgada e
o caminho para a presença de Deus foi restaurado. Os querubins
guardiões com a espada flamejante foram removidos. O que foi
perdido em Adão foi recuperado em Cristo.

“Soli Deo gloria”.

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