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O TABERNÁCULO:

3ª LIÇÃO: TIPOLOGIA DOS MATERIAIS SANTOS


“O Véu Do Santuário”

VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: Marcos 15.38

Qual a importância do véu do templo ter sido


partido em dois quando Jesus morreu?

Resposta: Durante a vida de Jesus, o Santo Templo em Jerusalém era o centro da vida religiosa dos
judeus. Era aqui onde os sacrifícios de animais eram executados e onde a adoração de acordo com a
Lei de Moisés era seguida fielmente. Hebreus 9:1-9 nos diz que no Templo um véu separava o
Santo dos Santos – a habitação terrena da presença de Deus- do resto do Templo onde os homens
habitavam. Isso significava que o homem era separado de Deus pelo pecado (Isaías 59:1-2). Apenas
o Sumo Sacerdote tinha a permissão de passar pelo véu uma vez por ano (Êxodo 30:10; Hebreus
9:7), de entrar na presença de Deus representando Israel e de fazer expiação pelos seus pecados
(Levítico 16).

O Templo de Salomão tinha 30 côvados de altura (1 Reis 6:2), mas Herodes tinha aumentado sua
altura para 40 côvados de acordo com as escritas de Josefo, um historiador do primeiro século. Não
temos certeza a que um côvado se compara em metros e centímetros, mas podemos supor que esse
véu tinha mais ou menos 18 metros de altura. Josefo também nos diz que o véu tinha 12 cm de
grossura, e que cavalos puxando o véu dos dois lados não podiam parti-lo. A narrativa no livro de
Êxodo nos ensina que esse grosso véu era feito de material azul, roxo e escarlate e de linho fino
torcido.

O tamanho e grossura do véu deram muito mais importância aos eventos que aconteceram no exato
momento da morte de Cristo na cruz. “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o
espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mateus 27:50-51a).

O que podemos aprender disso tudo? Qual a significância do véu partido para nós nos dias de hoje?
Acima de tudo, o rasgar do véu no momento da morte de Jesus dramaticamente simboliza que Seu
sacrifício e o derramamento do seu próprio sangue serviram como uma expiação suficiente pelos
pecados para sempre. Significa que o caminho para o Santo dos Santos estava aberto para todas as
pessoas, em todos os tempos, tanto aos judeus quanto aos gentios.

Quando Jesus morreu, o véu rasgou e Deus saiu daquele lugar para nunca mais habitar em um
Templo feito por mãos humanas (Atos 17:24). Deus deu um fim ao Templo e seu sistema religioso
e de adoração. O Templo e Jerusalém ficaram “desolados” (destruído pelos Romanos) em 70 D.C,
assim como Jesus tinha profetizado em Lucas 13:35. Enquanto o Templo continuasse a existir, isso
significava a continuação da Antiga Aliança. Hebreus 9:8-9 se refere à Aliança que estava passando
e à Nova Aliança que estava sendo estabelecida (Hebreus 8:13).

De uma certa forma, o véu era um símbolo de Cristo como sendo o único caminho ao Pai (João
14:6). Isso é simbolizado pelo fato de que o Sumo Sacerdote tinha que entrar no Santo dos Santos
através do véu. Agora Cristo é o nosso superior Sumo Sacerdote, e quando acreditamos no Seu
trabalho completo, passamos a compartilhar do Seu sacerdócio. Podemos então entrar no Santo dos
Santos através dEle. Hebreus 10:19-20 diz que os fiéis entram no santuário através do “sangue de
Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua
carne”. Vemos aqui a imagem da carne de Jesus sendo rasgada a nosso favor no momento em que
Ele partia o véu por nós.

O véu sendo rasgado de cima para baixo é um fato histórico. O significado profundo desse evento é
explicado em grande detalhe em Hebreus. Essas coisas eram uma sombra das coisas por vir, e todas
apontam para Jesus. Ele era o véu do Santo dos Santos e, através de Sua morte, os crentes têm
acesso direto a Deus.

O véu do Tabernáculo era um lembrete constante de que o pecado nos torna ineptos para entrar na
presença de Deus. O fato de que a oferenda de pecado era oferecida anualmente e inúmeros outros
sacrifícios eram repetidos diariamente serviam para nos mostrar graficamente que sacrifícios de
animais não podiam permanentemente expiar o pecado. Jesus Cristo, através de sua morte, removeu
as barreiras entre Deus e o homem. Por isso podemos agora nos aproximar dEle com confiança e
audácia (Hebreus 4:14-16).

INTRODUÇÃO:

O QUE É TIPOLOGIA?

É o estudo das figuras e símbolos da Bíblia, com os quais Deus procura mostrar, por meio de coisas
terrestres as coisas espirituais. Visto a incapacidade da mente humana de compreender as coisas
divinas, nos mesmos termos encontramos no Antigo Testamento Deus falando das glórias celestiais
através de coisas terrestres, ou sejam, TIPOS, ou o que revelam o ANTI-TIPO. Não se pode
conhecer o ANTI-TIPO, sem antes conhecer o TIPO.

EXEMPLOS TIPO ANTI-TIPO:


 Adão homem carnal Cristo homem espiritual;
 Enoque no carro de fogo O arrebatamento da Igreja
 O Sacerdote Melquizedeque Cristo, o Sumo Sacerdote
 Davi rei de Judá
 Cristo, Rei dos reis
 Maná no deserto Alimento espiritual
 Libertação do Egito Libertação do mundo
 Marcha no deserto Nossa peregrinação na terra

Êxodo 25 e 27 Deus mandou Moisés subir no monte Sinai e, lá ordenou-lhe que construísse em
santuário. Moisés ficou 40 dias e 40 noites para receber a planta do Tabernáculo.

O Tabernáculo estava dividido internamente por uma cortina que recebeu o nome de Véu. Esta
cortina o fez em dois compartimento, o primeiro recebeu o nome de Lugar Santo, o segundo
compartimento era chamado de Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos. Havia também a parte
externa do Tabernáculo e esta parte é conhecida como Pátio ou Átrio. Para ajudar Moisés na
construção do Tabernáculo, Deus escolheu dois homens, Besaleel para trabalhar com madeira,
couro, prata, bronze, e na lapidação de pedras preciosas e Aoliabe para trabalhar com as cortinas,
bordados, com linho e na confecção das roupas do Sumo Sacerdote e nas coberturas exteriores do
Tabernáculo. Significa lugar de habitação ou seja o lugar onde Deus iria se manifestar aos homens.
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O VÉU DO TABERNÁCULO

ÊXODO 26.31-37

-Entendendo que Deus já está agradado completamente pelo sacrifício de Cristo, que é bem
constado pelo Novo Testamento, por quê voltar ao passado e estudar as figuras que apontam a este
sacrifício de Cristo no Velho Testamento?

-É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais de nossa Salvação por Cristo. A lei (o
Pentateuco) tem “a sombra dos bens futuros” (a Pessoa e Obra de Cristo) e conhecendo essas
sombras perceberemos melhor o Real (Hebreus 10.1). Por isso convém estudar o que diz a Bíblia
sobre o tabernáculo.
Introdução

-O titulo dessa mensagem sobre o véu do Tabernáculo poderia ser: De Separação À Entrada
Ousada. O véu era posicionado entre o santuário, onde o sacerdote ministrava pelos outros, e o
lugar santíssimo, onde Deus habitava entre os querubins sobre o propiciatório da arca do
testemunho ou da aliança. Fez separação entre o que não era santo e Aquele que é santíssimo.

-O Tabernáculo, com todas as cerimônias ritualísticas, não passou a ser nada mais além de “a
sombra dos bens futuros” (Hb 1.1; 10.1). Por mais bela a sombra esteja, ela não é o Verdadeiro.

-O véu do Tabernáculo representava uma triste verdade: o homem é pecador e é vedado O caminho
para ele ir sozinho a Deus (Ex 26.33; Lv 16.2, “que não entre no santuário em todo o tempo, para
dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque Eu
aparecerei na nuvem sobre o propiciatório”; Is 59.1-3, “Mas as vossas iniqüidades fazem separação
entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”;
Rm 3.23, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”).

-Enquanto o véu ficava no seu lugar a consciência pesada do homem existia. Enquanto o véu
separava o homem pecador do Deus santo, o pecador teve medo do julgamento do seu pecado por
este Deus que é um fogo consumidor (Hb 10.2,3).

-A entrada ousada na presença deste Deus é uma realidade hoje através de umas condições,
condições estas que foram preenchidas completamente e somente por Jesus Cristo.

O Material Usado na Construção do Véu do Tabernáculo – Ex 26.31

-O véu do Tabernáculo era feito de linho fino torcido com azul, púrpura, carmesim, com a imagem
de querubins de obra prima bordada nele. Desde que tudo no Tabernáculo eram sombras ou tipos
simbólicos de Cristo, esse material apontava ao Cristo.

 O azul representava: Natureza Celestial de Cristo, Cristo O Espiritual, ou homem celestial,


I Coríntios 15.47,48; João 1.18; Hebreus 7.26; a origem celestial de Cristo.

 A púrpura representava: Realeza, Soberania de Cristo, o “Rei dos reis, e Senhor dos
senhores”, Apocalipse 19.16; Marcos 15.17-18.

 O carmesim representava: Sacrifício, Apocalipse 5.9-10; Números 19.6; Levítico 14.4; Heb
9.11-14, 19, 23, 28.
 O linho fino representava: Justiça, Cristo é o Justo, e os que são dEle tem a Sua justiça, II
Coríntios 5.21; Apocalipse 19.8; I Coríntios 1.30. Sendo torcido, era dobrado o fio seis vezes
fazendo o véu grosso e pesado (Gill).
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 O branco, do linho fino torcido representava: perfeição, pureza e santidade de Deus em
Cristo, e aos que são lavados no sangue de Cristo (Ap 7.9-17; Sl 132.9).

 Os querubins representavam: somando tudo que fala dos querubins pela Bíblia podemos
resumir que eles representam a autoridade e poder judicial de Deus (Gn 3.24). Não há como
chegar a Deus sem responder pelo julgamento dos pecados. Pelos querubins terem presença no
véu do Tabernáculo entende-se que a entrada à presença de Deus é somente através do
julgamento dos pecados. Assim aponta ao Cristo: O Espiritual com natureza celestial (azul), O
Soberano (púrpura), O Sacrifício idôneo (carmesim), O Justo (linho fino) e O Perfeito (branco
do linho fino). Cristo, nessas qualidades, deu-Se a Si mesmo na cruz, recebendo assim o
julgamento do pecado de todo pecador arrependido (II Co 5.21; Tt 3.5; I Pd 1.18-21) e
repassando à estes as Suas justiças (II Co 5.21; I Pe 3.18).

A Posição Do Véu No Tabernáculo – Ex 26.32-35

-O véu do Tabernáculo fazia separação entre o santuário e o lugar santíssimo. Dentro do véu era a
Arca do Testemunho. Fora do véu eram a mesa e o candelabro.

-O véu do Tabernáculo foi pendurado debaixo dos colchetes sobre quatro colunas de madeira de
Acácia, representando a humanidade incontaminável de Cristo. Essas colunas eram cobertas de
ouro, representando a divindade pura de Deus. Cristo é tanto homem quanto Deus, fatos declarados
pela simbologia destas colunas que existem para que o véu do tabernáculo fosse pendurado.
As bases que fixava as colunas no lugar eram de prata. Prata representa a redenção por ser ela a
moeda da expiação (Levítico 5.15; 27.3; 6,16; Êxodo 30.12-16; Números 18.16).

-O fundamento destas bases era a redenção. A redenção, representada pela prata, é a base da
encarnação de Cristo, representado pelas colunas. A entrada à presença terrível de Deus é somente
pelo julgamento dAquele que é Celestial, Soberano, o Puro Sacrifício Eterno e Justo, o Único que
pode agradar a Deus, o Seu Filho Unigênito, O Jesus Cristo.

A Representação do Véu do Tabernáculo – Hb 10.1-23; Is 53.10-12

-O véu a todos mostrava a separação do homem do Santo Deus. Por Deus ser santo, e o homem ser
destituído da glória de Deus, ou seja, da glória da santidade, há separação (Is 59.1-3).

-O véu mostrava a maneira de aproximação do homem pecador para o Santo e Glorioso Deus.

 Essa aproximação era somente por um sacerdote idôneo e somente com sangue (Lv 16.14;
Jo 9.7, 14).

 Cristo é Quem foi representado pelo véu do Tabernáculo (Hb 10.19, 20, “Tendo, pois,
irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho
que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,”; Ef 2.12-16; Cl 2.13-15; 3.7-11).
Cristo é a Entrada – Isa 53.10, 11.

 Por Ele, o pecador arrependido e crente pela fé em Cristo Jesus, não apenas tem entrada à
presença de Deus, mas, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus (Hb 10.19).

 Cristo, em Hb 10.10-23, é o grande Sacerdote que se ofereceu a Si mesmo como o


verdadeiro sacrifício aceitável que purifica os nossos corações da má consciência (v12-14,
21, 22).
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 Ele é o sangue que abriu o caminho pelo véu (v. 19), sendo Ele mesmo o próprio véu e o
Caminho novo e vivo a Deus (v. 20; Jo 1.29; 14.6).

 Tudo o que Ele é foi aceito pelo Pai e percebemos isso na Sua morte (Mc 15.38, “E o véu
do templo se rasgou em dois, de alto a baixo”), na Sua ressurreição (At 17.30,31, v. 31,
“Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do
homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos), e na
Sua ascensão (Jo 7.39; At 2.31-36, v. 33, “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e
tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e
ouvis”).

-Por Cristo ser tudo na aproximação do pecador remido a Deus, somos incentivados a reter firme a
confissão da nossa esperança, a estimular uns aos outros às boas obras e congregar sempre que
temos oportunidade; porque fiel é Ele que prometeu tais bênçãos (v. 23-25).

Conclusão

Cristo é a gloriosa e única entrada à presença de Deus. Ele é somente a entrada para os que se
arrependeram dos seus pecados e creram nEle pela fé. Como é contigo e Deus? É ainda separado,
ou tem ousadia para entrar? O diferencial é Cristo, o próprio véu e o caminho para Deus.
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