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Curiosidades Diversas

P: Quais os livros da Bíblia que tem apenas 1 capítulo ?


R: Obadias, Filemom, II João, III João e Judas.

P: Quais os livros da Bíblia que terminam com um ponto de interrogação ?


R: Lamentações, Jonas e Naum.

P: Qual o menor livro da Bíblia ?


R: II João (possui somente 13 versículos).

P: Qual o maior livro da Bíblia ?


R: Salmos (possui 150 capítulos).

P: Qual o menor capítulo da Bíblia ?


R: Salmo 117 (possui 2 versículos).

P: Qual o maior capítulo da Bíblia ?


R: Salmo 119 (possui 176 versículos).

P: Qual o menor versículo da Bíblia ?


R: Jó 3:2 (possui 07 letras).

P: Qual o maior versículo da Bíblia ?


R: Ester 8:9 (possui 415 caracteres).

P: Quantas palavras a Bíblia contêm aproximadamente ?


R: 773.693 palavras.

P: Quantas letras a Bíblia contêm aproximadamente ?


R: 3.566.480 letras.

P: Quantos capítulos e quantos versículos a Bíblia possui ?


R: 1.189 capitulos e 31.102 versículos.

P: Qual é o versículo que está no centro da Bíblia?


R:O capítulo que está no centro da Bíblia é o SALMO 118. Antes do salmo 118, há 594 capítulos e depois do
salmo 118, há 594 capítulos = 1188 capítulos. exatamente o versículo do salmo 118:8, ele diz: É melhor
confiar no SENHOR do que confiar no homem.

P: Em quais os livros da Bíblia não encontramos a palavra Deus ?


R: Ester e Cantares de Salomão.

Curiosidade de Gênesis

P: Quem foi o primeiro bígamo citado na Bíblia e quais eram os nomes das esposas ?
R: Lameque. Ada e Zilá. Gênesis 4:19.

P:Quem foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado ?


R: Jabal. Gênesis 4:20.
P: Quem foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta ?
R: Jubal. Gênesis 4:21.

P: Quem era rei e sacerdote ao mesmo tempo ?


R: Melquisedeque. Gênesis 14:18.

P: Qual é a única mulher cuja idade é mencionada na Bíblia ?


R: Sara. Gênesis 23:1.

P: Onde lemos na Bíblia de camelos se ajoelhando ?


R: Gênesis 24:11.

P: Quais os nomes dos filhos de Abraão ?


R: Zinrá, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque, Sua (filhos de Quetura), Isaque (filho de Sara) e Ismael (filho de
Hagar). Gênesis 25:2,9.

Curiosidades de Êxodo

P: Qual a mãe que recebeu um salário para criar o seu próprio filho?
R: Joquebede, mãe de Moisés. Êxodo 2:8,9,10.

P: Qual o nome do homem acusado por sua esposa de derramar sangue ?


R: Moisés. Êxodo 4:24,25.

P: Qual o sobrinho que se casou com a sua tia ?


R: Anrão, pai de Moisés. Êxodo 6:20.

P: Onde se lê na Bíblia que as águas, por serem amargas, não serviam para consumo, porém
tornaram-se doces depois ?
R: Êxodo 15:23,24,25.

P: Onde se encontra a lei, por meio da qual um escravo ganhava liberdade por perder um dente ?
R: Êxodo 21:27.

P: Onde se lê na Bíblia que os israelitas foram advertidos para obedecerem a um Anjo ?


R: Êxodo 23-20,21.

Curiosidades de Números

P: Qual o rei teve os seus inimigos abençoados pelo profeta que ele tinha chamado para os
amaldiçoar ?
R: Balaque, rei de Moabe. Números 22-5,6,12 + Números 23:11,12.

P: Qual o cavaleiro que teve o seu pé imprensado contra o muro?


R: Balaão. Números 22:25.

Curiosidades Gerais

• A Bíblia se divide em duas partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. Tem 66 livros, sendo 39 no
Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.
• O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito versículos. Cada uma das seções inicia com uma letra do
alfabeto hebraico, de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia com a letra da seção.

• Que "o caminho de um sábado" era o caminho permitido no dia de sábado; a distância que ia da
extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no deserto, isto é, cerca de 1.200 metros.

• O capítulo 19 de II Reis é igual ao 37 de Isaías.

• No livro Lamentação de Jeremias, os capítulos 1, 2 e 4 têm versículos em número de 22 cada,


compreendendo as letras do alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três
deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto.

• A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da
Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar de ser tão pequenina,
contém 878 páginas, possui uma séria de gravuras ilustrativas e pode ser lida com o auxílio de uma lente.

• A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de
espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho
ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja superfície estão gravados
os textos.

• Vamos Ler a Bíblia ? A Bíblia contém 31.000 versículos e 1.189 capítulos. Para sua leitura completa, são
necessárias 49 horas, a saber, 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 horas para a do Novo
Testamento. Para lê-la audivelmente, em velocidade normal de fala, são necessárias cerca de 71 horas. Se
você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia.

• Tradução: Você sabia que das 2.000 líguas e dialetos falados no mundo, cerca de 1.200 já possuem a
Bíblia ou textos bíblicos traduzidos?

• O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar
a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.;

• Ao comparar as diferentes cópias do texto da Bíblia entre si e com os originais disponíveis, menos
de 1% do texto apresentou dúvidas ou variações, portanto, 99% do texto da Bíblia é puro. Vale lembrar
que o mesmo método (crítica textual) é usado para avaliar outros documentos históricos, como a
Ilíada de Homero, por exemplo;

• É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 11 milhões de exemplares na versão
integral, 12 milhões de Novos Testamentos e ainda 400 milhões de brochuras com extratos dos textos
originais;

• Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, em seu recém inventado prelo manual, que dispensava
as cópias manuscritas;

• A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen Langton, em 1227, que
viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois. A divisão em versículos foi introduzida em 1551,
pelo impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as
citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;

• A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das
regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica;

• Com exceção de alguns textos do livro de Ester e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram
escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de
consoantes;
• A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em
sua peregrinação, vindo da terra de Ur;

• Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócrifos) estavam compilados desde
cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos,
Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;

• A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e
iniciou-se com D. Diniz (1279-1325).

• A primeira citação da redondeza da terra confirmava a idéia de Galileu, de um planeta esférico. Bastava que
os descobridores conhecessem a bíblia. (Isaías 40:22)

• Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais. (Amós 6:5)

• O tio e a tia de Jesus se tornaram "crentes" na sua pregação antes de sua crucificação. (Lucas 24:13:18,
João19:25)

• O nome "cristão" só aparece três vezes na Bíblia. (Atos 11:26, Atos 26:28 e I Pedro 4:16)

• A "Epístola da Alegria" , a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões de alegria
aparecem 21 vezes na epístola.

• Quem dá aos pobres, empresta a Deus, e Ele lhe pagará. (Provérbios 19: 17)

• O trânsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faróis acesos aparecem descritos exatamente como nos
dias de hoje. (Naum 2:4)

• A mensagem através de "out-doors" é uma citação bíblica detalhada. (Habacuque 2:2)

• Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas um homem. (Juízes 16: 19)

• O nome mais comprido e estranho de toda a bíblia é Maersalalhasbas - filho de Isaias. (Isaías 8:3-4)

• Você sabia que a palavra fé é encontrada apenas quatro vezes no Antigo Testamento? (Hc 2:4; Jz 9:16,
9:19; e 1Sm 21:5)

• Você sabia que a palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no V.T. e 1.170 vezes no N.T. num total de
3.828 vezes?

• Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários nomes.

• O maior versículo é no livro de Ester capítulo 8 versículo 9.

• O menor versículo é no livro de Êxodo capíluto 20 versículo 13.

• O versículo central da Bíblia é o Salmo cap: 118 ver:8, o qual divide a mesma ao meio.

• Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem a palavra DEUS.

• A expressão "Assim diz o Senhor" e equivalentes encontram-se cerca de 3.800 vezes na Bíblia.

• A Vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo
Testamento.
• Sobre os Livros Bíblicos: O Velho Testamento foi escrito em Hebraico, enquanto que o Novo Testamento foi
originalmente escrito em Grego. Nenhum dos 66 livros da Bíblia recebeu qualquer título na época em foram
escritos. Os títulos vieram muitos anos depois que os mesmos já estavam circulando.

• Sobre os Livros Bíblicos - II: Os livros de Filemom, II João, III João, Judas e Obadias possuem
apenas 1 capítulo cada um. Já os livros das Lamentações, Jonas e Naum terminam com um ponto de
interrogação. Os livros de Cantares, Ester e Salomão inexistem a palavra "Deus".

• Sobre os Livros Bíblicos - III: Algumas passagem bíblicas destacam alguns problemas atuais como a
conservação da natureza (Deuteronômio 20-19) e os problemas decorrentes do trânsito pesado e veloz, dos
cruzamentos entre ruas e os faróis de carros (Naum 2:4). A Bíblia também relatava a invenção de máquinas
muito antes da Revolução Industrial (II Crônicas 26:15).

• Vale a pena ler de novo: Os Salmos 14 e 53 são idênticos entre si, sendo a única diferença entre eles
é a forma em que as palavras foram distribuídas. No Salmo 14 as palavras foram divididas em 7
versículos, enquanto que no Salmo 53, em 6 versículos.

• Ocorrência de algumas palavras na Bíblia: Na Bíblia, a palavra "imortal" é encontrada apenas 1 vez (I
Timóteo 1-17), enquanto que "Cristão" está registrada somente em 3 ocasiões (Pedro 4:16 / Atos 11:26 / Atos
26:28). Já a frase "Não temais!" aparece 366 vezes ao longo da Bíblia.

• Significado de algumas palavras na Bíblia: A palavra "Bíblia" vem do grego "Biblion", que significa
simplesmente "livros". Já a palavra "Evangelho" significa "Boa Notícia". Entretanto, os textos bíblicos
esta palavra adquire um outro significado, referindo-se à história de Jesus (suas obras, morte e
ressurreição) (Mc. 1.1). Finalmente, a palavra "Apocalipse" vem do grego "apocalipto", que significa
"tirar o véu" ou "revelação".

• Relações Bíblicas Condenáveis: Na Bíblia existem citações curiosas de relacionamentos humanos.


Podemos citar que Anrão, pai de Moisés casou-se com sua própria tia (Êxodo 6-20). Já Lameque foi o
primeiro bígamo a ser citado na Bíblia, sendo Ada e Zilá o nome de suas esposas (Gênesis 4-19). Já
Joquebede, mãe de Moisés, recebeu um salário para criar o próprio filho. (Êxodo 2-8,9,10).

• Mulherengo a toda prova: Baraque, um dos comandantes do exército de Israel só iria à batalha se
uma mulher fosse com ele (Juízes 4-4, 6, 8, 9).

• O mais velho e o mais belo homem bíblicos: O homem que viveu por mais tempo na face da Terra foi,
Matusalém, que morreu com 969 anos de idade! (Gênesis 5: 25-27). Já Absalão era o nome de um homem
israelita celebrado por sua beleza (II Samuel 14-25). Dono de uma vasta cabeleira, ele cortava seus cabelos
no fim de cada ano, pois os mesmos muito lhe pesavam (II Samuel 14-25,26).

• Estatura de Golias: A estatura do gigante Golias, vencido por Davi, era de seis côvados e um palmo,
o que equivale a quase três metros de altura! (I Samuel 17:4).

• Sobre o Rei Salomão: Deus apareceu duas vezes ao rei Salomão (I Reis 11-9). Isto fez com que ele
compusesse ao todo 1005 cânticos de louvor a Deus e escrevesse 3000 provérbios! (I Reis 4:32).

• Sobre o Dilúvio: Segundo a Bíblia, o dilúvio não foi apenas uma grande chuva, mas foi a primeira
chuva que veio sobre a terra. (Gn 2:6 ; 7:4). Por causa da imensa quantidade de água despejada sobre
a Terra, Noé passou 382 dias na arca com a sua família e os animais durante o dilúvio.(Gênesis 7:9-11 /
8:13-19).

• O poder da oração versus medicina tradicional: O Rei Ezequias teve sua vida aumentada por 15 anos pelo
poder da oração (II Reis 20-1, 2, 3, 4, 5, 6). Em contrapartida, dizem que o Rei Asa morreu porque buscou
mais aos médicos do que a Deus.(II Crônicas 16:12).

• O primeiro aposentado: O primeiro aposentado que relata a Bíblia foi o Rei Joaquim. (Jeremias 52: 33
e 34).

• Nome dos Discípulos de Jesus: Os nome dos 12 discípulos de Jesus são (em ordem alfabética): André,
Bartolomeu, Filipe, João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus, Simão (o Zelote), Simão Pedro, Tiago (filho
de Alfeu), Tiago (filho de Zebedeu) e Tomé, (Mateus 10-2, 3, 4). Pedro e João, os apóstolos que mais faziam
milagres, eram incultos e totalmente analfabetos (Atos 4:13). Mesmo assim, conquistaram a admiração de
muitos pela intrepidez e autoridade que exerciam, mesmo sendo iletrados.

• Para todo mundo ler: Na cruz em que Jesus foi crucificado, escreveu-se "Jesus Nazareno, o Rei dos
Judeus", em três idiomas diferentes: Hebraico, Latim e Grego. (João 19-19, 20).

• Sobre Maria Madalena: Maria Madalena foi a 1ª pessoa para a qual Jesus apareceu após a sua
ressurreição. (Marcos 16-9).

Curiosidade do Novo Testamento

• A Palavra "Senhor" é encontrada na Bíblia 1.853 vezes e "Jeová (YHVH)" 6.855 vezes.

• A expressão "Não Temas!" é encontrada 366 vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano!

• No Salmo 107 há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o 31.

• Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma maneira.

• Para aprender mais, LEIA A BÍBLIA EM 100 DIAS

Introdução ao Livro de Gênesis

Gênesis

Autor: Tradicionalmente Moisés


Data: Cerca de 1440 a.C.

Autor

A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro livros que o seguem, juntos,
estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus disse: “Se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim,
porque de mim escreveu ele” (Jo 5.46) O próprio Pentateuco descreve Moisés como alguém que escreveu
extensivamente. Ver Ex 17.14; 24.4; Dt 31.24; At 7.22 nos conta que “Moisés foi instruído em toda ciência dos
egípcios.” Nas notas que acompanham o texto nós observamos que Gênesis emprega um bom número de
termos emprestados dos egípcio, sendo este um fato que sugere que o autor original tenha as suas origens
no Egito, como era o caso de Moisés.

Data

A data tradicional do êxodo do Egito se encontra no meio do décimo quinto século a.C. 1Rs 6.1 afirma que
Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do
Egito”. Entende-se que Salomão tenha iniciado a construção em cerca de 960 a.C., datando assim o êxodo
em 1440 a.C. Desta forma Moisés redigiu o Êxodo depois de 1440 a.C., durante os quarenta anos no deserto.

Conteúdo

Gênesis inicia com a formação do sistema solar, os preparativos da terra para sua habitação, e a criação da
vida sobre a terra. Todos os oito atos da criação foram executados em seis dias.

Os dez capítulos seguintes explicam as origens de muitas qualidades misteriosas da vida: a sexualidade
humana, o matrimônio, o pecado, a doença, as dores do parto, a morte, a ira de Deus, a inimizade do ser
humano contra o próprio ser humano e as dispersão das raças e línguas sobre toda a terra. Iniciando no cap.
12, Gênesis relata o chamado de Abraão e a inauguração do concerto de Deus com ele, um concerto glorioso
e eterno que foi renovado com Isaque e Jacó. Gênesis é impressionante pela forma característica da sua
narrativa, realçada pelo relato inspirador de José e pela multiplicação do povo de Deus no Egito. Trata-se de
uma lição na eleição divina, conforme encontrado por Paulo em Rm 9.

Gênesis antecipa o NT de muitas maneiras: o próprio Deus pessoal, a Trindade, a instituição do matrimônio, a
seriedade do pecado, o julgamento divino e a justificação pela fé. A Árvore da Vida, perdida em Gênesis, é
restaurada em Ap 22. Gênesis conclui com a bênção de Jacó sobre Judá, de cuja tribo viria o Messias: “O
cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão
os povos” (49.10). Muitos séculos e muitas lutas seguir-se-ão antes que esta profecia encontre o seu
cumprimento em Jesus.

Cristo Revelado

O Cristo preexistente, a Palavra viva, estava muito envolvido na criação. “Todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). O ministério de Jesus está antecipado em Gn 3.15, sugerindo
que a “semente” da mulher que ferirá a cabeça da serpente (satanás) é Jesus Cristo, a “posteridade” de
Abraão mencionada por Paulo em Gl 3.16. Melquisedeque é o misterioso rei-sacerdote do cap. 14. Uma vez
que Jesus é rei e também sumo sacerdote, a carta aos Hebreus faz, de forma apropriada, esta identificação
(Hb 6.20).

A grande revelação de Cristo em Gn se encontra no estabelecimento do concerto de Deus com Abraão nos
caps. 15 e 17. Deus fez promessas gloriosas a Abraão, e Jesus é o maior cumprimento destas promessas,
uma verdade que é explicada de forma detalhada por Paulo em Gálatas. Boa parte da Bíblia está
fundamentada sobre o concerto abraâmico e o seu desenvolvimento em Jesus Cristo. A dramática história da
prontidão de Abraão em sacrificar a Isaque segundo a ordem de Deus apresenta uma incrível semelhança
com o evento crucial do NT. “Toma agora teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas... E oferece-o em
holocausto” (22.2), lembra-nos da prontidão de Deus em sacrificar o seu único Filho pelos pecados de todo o
mundo. Por fim, a bênção de Jacó sobre Judá antecipa a vinda de “Siló”, a ser identificada como o Messias. “
E a Ele se congregarão os povos (49.10).

O Espírito Santo em Ação

“O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (1.2). Desta forma achamos o Espírito envolvido na
criação. O Espírito Santo também operou em José, um fato que foi óbvio pra o Faraó: “Acharíamos um varão
como este, em quem haja o Espírito de Deus?” (41.38).

Embora o Espírito Santo não seja mencionada de outra forma em Gênesis, nós o vemos em ação ao atrair os
animais dos quatro cantos da terra para dentro da arca de Noé. Nós também percebemos a sua operação
através das vidas dos patriarcas: Ele protegeu os patriarcas e as suas famílias e os abençoou materialmente.
Todo tipo de dificuldades e situações impossíveis cercaram a família escolhida, tentando frustrar, onde
possível, o cumprimento das promessas de Deus a Abraão; porém o Espírito de Deus resolveu, de maneira
sobrenatural cada um destes desafios.

Introdução ao Livro de Êxodo

Êxodo

Autor: Tradicionalmente Moisés


Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor

Moisés, cujo nome significa “tirado das águas”, é a figura centra de Êxodo. Ele é o profeta hebreu que liderou
os israelitas em sua saída do Egito. Êxodo é tradicionalmente atribuído a ele. Quatro passagens em Ex dão
forte apoio à autoria mosaica de pelo menos boa parte do livro (17.14; 24.4,7; 34.27). Através de eventos
variados e de encontros face a face com Deus, Moisés recebeu a revelação daquelas coisas que Deus
desejava que ele soubesse. Assim, através do processo de inspiração do Espírito Santo, Moisés comunicou
ao povo hebreu, tanto na forma oral como na escrita, esta informação que lhe foi revelada.

Data

A Tradição conservadora data a morte de Moisés em algum temo ao redor de 1400 aC. Desta forma, é
provável que o Livro de Êxodo tenha sido compilado nos quarentas anos anteriores, durante a caminhada
pelo Deserto.

Contexto Histórico

Êxodo é a continuação do relato do Gênesis, mostrando o desenvolvimento dum pequeno grupo familiar de
setenta pessoas numa grande nação com milhões de pessoas. Os hebreus viveram no Egito por 430 anos,
sendo que a maior parte do tempo em regime de escravidão. Êxodo registra o desenvolvimento de Moisés , a
libertação de Israel do seu cativeiro, a sua caminhada do Egito até o monte Sinai para receber a lei de Deus e
as instruções divinas a respeito da edificação do tabernáculo. O livro termina com a construção do
tabernáculo como um lugar da habitação de Deus.

Conteúdo

O Livro de Êxodo pode ser dividido em três seções principais: a libertação miraculosa de Israel (1.1-13.6), a
jornada miraculosa até o Sinai (13.17-18.27) e as revelações miraculosas junto ao Sinai (19.1-40.38). A
primeira seção (1.1-13.6) inicia com os hebreus sendo oprimidos no Egito (1.10-14). Como qualquer outro
grupo sob pressão, os hebreus reclamavam. A sua reclamação chegou não somente diante dos seus
opressores, mas chegou até o seu Deus (2.23-25). Deus ouviu o seu clamor e colocou em ação um plano ora
libertá-los. Ele acompanhou esta libertação através da seleção dum profeta chamado Moisés (3.1-10). A
libertação não ocorreu de forma instantânea; porém constituiu-se num processo. Um período considerável de
tempo e dez pragas foram utilizadas pra ganha a liberação dos hebreus das garras do Faraó. As pragas
realizaram duas coisas importantes: primeiro, elas demonstraram a superioridade do Deus hebreu sobre os
deuses egípcios e, segundo, elas trouxeram liberdade aos hebreus.

A Segunda seção narra a jornada milagrosa até o Sinai (13.17-18.27). Quatro grandes eventos ocorrem nesta
seção. Primeiro, os hebreus testemunharam o poder miraculoso e libertador de Deus (13.17-18.27). Quatro
grandes eventos ocorrem nesta seção. Primeiro, os hebreus testemunharam o poder miraculoso e libertador
de Deus (13.17-15.21). Segundo, eles experimentaram, de forma direta, a capacidade que Deus tem de
cuidar do seu povo (15.22-17.7). Terceiro, eles receberam proteção em vista dos seus inimigos, os
amalequitas (17.8-16). Quatro, anciãos com a tarefa de supervisão foram estabelecidos a fim de manter a paz
entre o povo (18.1-27). Estes quatros grandes eventos ensinam um conceito importante: a mão de Deus está
presente na vida do seu povo especial. Tendo testemunhado a sua presença e conhecido a forma como Deus
agiu em seu benefício, eles poderiam ajustar as suas vidas ao seu jeito de ser a fim de continuar recebendo
as suas bênçãos.

A última seção enfoca as revelações miraculosas junto ao Sinai (19.1-40.38). A libertação divina da nação tem
o objetivo especifico de edificar um povo pactual. Esta seção tem três componentes principais. Primeiro, são
dados os Dez mandamentos e todas aquelas instruções que explicam em maiores detalhes como estes
mandamentos devem transparecer na vida do povo em aliança com Deus (19.1-23.19) Os resultados duma
vida fora desta estrutura pactual são demonstrados pelo incidente que envolveu o bezerro de ouro (32.1-35).
Segundo, trata-se das instruções referentes à edificação dum tabernáculo e do seu mobiliário (25.1-31.18).
Terceiro, trata-se da construção, de fato, do tabernáculo, do seu mobiliário, e da habitação da presença de
Deus no edifício após o encerramento da obra (35.4-40.33).

Cristo Revelado
Moisés é um tipo de Cristo, pois ele liberta da escravidão. Arão funciona como um tipo de Jesus assim como o
sumo sacerdote (28.1) faz intercessão junto ao altar do incenso (30.1). A Páscoa indica que Jesus é o
Cordeiro de Deus que foi oferecido pela nossa redenção (12.1-22).

As passagens “EU SOU” no evangelho de João encontram a sua origem primeira no livro de Êxodo. João
afirma que Jesus é o Pão da Vida; Moisés fala de duas maneira do pão de Deus: o maná (16.35) e os pães da
proposição (25.30). João nos conta que Jesus é a luz do Mundo; no tabernáculo, o candelabro serve como
fonte de luz permanente (25.31-40).

O Espírito Santo em Ação

No Livro de Êxodo, o óleo representa, de forma simbólica, o Espírito Santo. Por exemplo, o óleo da unção é
um tipo do Espírito Santo, o qual é utilizado pra preparar tanto os fiéis como os sacerdotes para o culto divino
(30.31).

O Fruto do Espírito Santo está listado em Gl 5.22,23. Uma listagem paralela também pode ser encontrada em
Ex 34.6,7, que descreve os atributos de Deus como compassivo, clemente, longânimo, bom, fiel, e perdoador.

As referências mais diretas ao Espírito Santo podem ser encontradas em 31.3-11 e 35.30-36.1, quando
cidadãos individuais são capacitados a tornarem-se exímios artífices. Através da obra capacitadora do
Espírito Santo. As habilidades naturais destas pessoas foram enriquecidas e aumentadas a fim de que
executassem as tarefas necessárias com excelência e precisão.

Introdução ao Livro de Levítico

Levítico

Autor: Tradicionalmente Moisés


Data: Cerca de 1445 a.C.

Autor

O Livro de Levítico é o terceiro livro das Escrituras Hebraicas do AT atribuídos a Moisés. Em 1.1, o texto se
refere à palavra do Senhor, que foi proferida a Moisés do tabernáculo da assembléia; isso forma a base de
todo este livro das Escrituras. Os sacerdotes e levitas preservaram seu conteúdo.

Data

Os sábios datam o Livro de Levítico da época das atividades de Moisés (datando mais antigamente no séc.
XV aC e a última alternativa no séc. XII aC) até a época de Esdras, durante o retorno (séc.VI aC). A aceitação
da autoria mosaica para Levítico dataria sua escrita por volta de 1445 aC. O livro descreve o sistema de
sacrifícios e louvor que precede a época de Esdras e relembra a instituição do sistema de sacrifícios. O livro
contém pouca informação histórica que forneceria uma data exata.

Contexto Histórico

A teologia do Livro de Levítico liga a idéia de santidade à vida cotidiana. Ela vai além do assunto de sacrifício,
embora o cerimonial do sacrifício e a obra dos sacerdotes sejam explicados com grande cuidado. O conceito
de santidade afeta não somente o relacionamento que cada indivíduo tem com Deus, mas também o
relacionamento de amor e respeito que cada pessoa deve ter com o seu próximo. O código de santidade
permeia a obra porque cada indivíduo deve ser puro, pois Deus é puro e porque a pureza de cada indivíduo é
a base da santidade de toda a comunidade do concerto. O ensinamento de Jesus Cristo—”Portanto, tudo o
que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12)-
reflete o texto de Lv 19.18, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Conteúdo

Em hebraico, o Livro de Levítico recebeu o nome de Vayikra, que significa “E ele chamou”. O título hebraico é
tirado da primeira palavra do livro, que era uma forma costumeira de dar nome às obras antigas. O título
“Levítico “ é derivado da versão grega da obra e significa “assuntos pertencentes aos levitas”. O título é um
pouco enganoso, uma vez que o livro lida com muito mais assuntos relacionados à pureza, santidade, todo o
sacerdócio, a santidade de Deus e a santidade na vida cotidiana. A palavra “santo” aparece mais de oitenta
vezes no livro.

Algumas vezes, o Livro de Levítico tem sido encarado como uma obra de difícil compreensão; entretanto, de
acordo com a tradição primitiva, foi o primeiro livro a ser ensinado para as crianças na educação judaica. Ele
lida com o caráter e a vontade de Deus especialmente em assuntos de santidade, que os sábios judeus
consideravam de importância primária. Eles sentiram que, antes de proceder a outros texto bíblicos, as
crianças deveriam, antes de mais nada, ser educadas sobre a santidade de Deus e a responsabilidade de
cada indivíduo pra viver uma vida santa. A Santidade (hebr. Kedushah) é uma palavra-chave em Levítico,
descrevendo a santidade da presença divina. A santidade está sendo separada do profano, e santo é oposto
do comum ou secular.

Outro tema principal do Livro de Levítico é o sistema sacrificial. Os holocaustos (hebr.olah) referem-se ao
único sacrifício que é totalmente consumido sobre o altar e, portanto, algumas vezes é chamado de oferta
queimada. As ofertas de manjares (hebr. Minchah) são uma oferta de tributo feita a fim de garantir ou manter
o favor divino, indicando que os frutos do trabalho de uma pessoa devem ser dedicados a Deus. Os sacrifícios
de paz ou das graças (hebr.shelamim) são designados para fornecer expiação e permitem que a pessoa que
faz a oferta como da carne do sacrifício. Isso costumava acontecer em ocasiões de alegria. O sacrifício pelos
erros (hebr.chatta’t) é empregado para tirar a impureza do santuário. O sacrifício pelo sacrilégio (hebr.
Asham), também conhecido como oferta pela culpa ou oferta de compensação, é preparado para a violação
da santidade da propriedade de Deus ou de outras pessoas, normalmente pelo uso de um falso testemunho.
Os erros profanaram a santidade de Deus e é exigida uma oferta.

Além dos sacrifícios, o calendário litúrgico tem uma posição significativa no Livro de Levítico. O Ano de
Descanso refere-se à emancipação dos escravos israelitas e pessoa endividadas, bem como à redenção da
terra (ver também Ex 21.2-6; 23.10,11; Dt 15.1-18). O Ano de Jubileu refere-se ao fato de que as terras de
Israel, bem como o povo, pertencem a Deus e não a qualquer indivíduo. As terras, portanto, devem ter um
descanso depois de cada período de quarenta e nove anos (Lv 25.8-17), o que ensina o domínio de Deus, a
santidade de seu caráter e a necessidade de a congregação se aproximar dele com pureza de coração e
mente.

Cristo Revelado

Cristo não é especificamente mencionado em Levítico. Entretanto, o sistema de sacrifícios e o sumo


sacerdote no Livro de Levítico são tipos que retratam a obra de Cristo. O Livro de Hebreus descreve Cristo
como o sumo sacerdote e usa o texto de Levítico como base para ilustrar a sua obra. Alguns usaram formas
extremas de alegoria do Livro de Levítico a fim de revelar Cristo, entretanto, esse método de interpretação
bíblica deve ser cautelosamente usado a fim de garantir que o significado original histórico e cultural sejam
preservados. O Livro de Levítico enfoca a vida e o louvor do antigo povo de Israel.

O Espírito Santo em Ação

Apesar de o termo “Espírito Santo” nunca ser mencionado no Livro, a presença de Deus é sentida em todo o
livro. A santidade do caráter de Deus é constantemente mencionada na designação de santidade às ações e
louvor do povo. Ele não é visto como nos cultos pagãos da época em que os ídolos eram venerados, mas
está no meio das pessoas, à medida que elas o louvam. Elas devem ser santas como Ele é santo.

Introdução ao Livro de Números

Números
Autor: Tradicionalmente Moisés
Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor

Tradicionalmente, a autoria é atribuída a Moisés, a personalidade central do livro. Nm 33.2 faz uma referência
especifica a Moisés, registrando pontos sobre a viagem no deserto.

O título em português Números é tirado de seu título (arithmoi) na tradução grega do AT (a septuaginta),
seguido pela Vulgata (numeri). No texto hebraico, o nome do livro é No Deserto , tirado da linha de abertura.
“Falou mais o senhor a Moisés, no deserto do Sinai”.

Data

Assumindo a autoria mosaica, provavelmente o livro tenha sido escrito por volta de 1400 aC., pouco antes de
sua morte. Os acontecimentos deste livro ocorrem durante cerca de 40 anos, começando logo após o Êxodo,
em 1400 aC.

Conteúdo

A divisão dos livros de abertura do AT em cinco livros ou pergaminhos (chamado “o Pentateuco”, significa
“Cinco pergaminhos”) não deve obscurecer o fato de que cada um dos cinco livros é uma continuação do
precedente. Moisés, cujo nascimento é contato no Ex 2 e cuja morte é narrada em Dt 34, é a figura que une a
história do Êxodo até Deuteronômio.

O Livro de Número continua o relato do período mosaico, que se inicia com o Êxodo. Começa com Israel
ainda no Sinai. A entrada dos israelitas no deserto do Sinai é registrada em Ex 19.1. Israel deixa o Sinai em
Nm 10.11.

Número tem duas divisões principais: 1) a seção contendo instruções enquanto ainda no Sinai (1.1-10.10); 2)
a viagem no deserto que cobre o itinerário do Sinai até as planícies de Moabe através do Jordão da Terra
Prometida (10.11-36-13). As instruções no Sinai lidam com a preparação para a viagem, e o resto do livro
conta a viagem em si.

As instruções no Sinai (1.1-10.10) cobrem uma variedade de tópicos, mas aqueles que lidam com o preparo
da viagem dominam. Os caps. 1-4 lidam com uma série de instruções para numerar (fazer o censo de) vários
grupos, seguido de um relatório de concordância com o mandamento. Os caps. 5-6 lidam com a imundície
ritual, a infidelidade marital, e os nazireus. No cap. 7, os líderes do povo trazem ofertas para o tabernáculo. O
cap. 8 fala da consagração dos levitas. O cap.9 lida com a Páscoa e a nuvem e o fogo; o motivo do preparo é
reconsiderado em 10.1-10, onde são dadas instruções para que sejam feitos sinais com as trombetas.

A seção de Nm que lida com a viagem (10.11-36.13) tem duas partes principais. Em primeiro lugar, 10.11-
25.18 descreve a destruição de geração que vivenciou a libertação do Egito por meio do Senhor. Os pontos-
chave nesta parte são os relatos das queixas, rebeliões e desobediência da primeira geração, que levou à
morte deles.

A segunda subseção (26-36) narra a preparação da segunda geração para a entrada na Terra Prometida.
Começa com um novo censo (comparar com o cap. 1), observando que toda a primeira geração, exceto
Josué, Calebe e Moisés, morreu no deserto. Essa seção termina com a distribuição da terra entre as tribos
depois de elas terem entrado na Terra Prometida.

Cristo Revelado

Jesus Cristo é retratado em Nm como aquele que provém. O Apóstolo Paulo escreve sobre Cristo que ele era
a pedra espiritual que seguiu os israelitas pelo deserto e deu-lhes a bebida espiritual (1Co 10.4). A pedra que
deu água aparece duas vezes na história do deserto (cap 20; Ex 17). Paulo enfatiza a provisão de Cristo às
necessidades de seu povo, a quem libertou do cativeiro.

A figura messiânica do rei de Israel é profetizada por Balaão em 24.17, “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-
lo, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel”. A tradição judaica
interpretava este verso messianicamente, conforme atestado pelos textos de Qumran. Jesus Cristo é o
Messias, de acordo com o testemunho uniforme do NT, e o verdadeiro rei sobre quem Balaão fala.

O Espírito Santo em Ação

Fala-se diretamente sobre o E. Santo no cap. 11. Lá o Espírito é retratado como realizando duas funções:
ungido para a liderança e inspirando a profecia. No v. 16, Moisés está pedindo ajuda ao Senhor em seus
deveres de liderança. A resposta é que o Senhor tomará o Espírito que está sobre Moisés (identificado no v.
29 como o Espírito do Senhor) e o passará para seus líderes. Mesmo um líder como Moisés era incapaz de
fazer tudo e precisava de uma liderança doada pelo Espírito para a realização de sua tarefa.

Quando o Espírito é dado aos anciãos, ele causa a profecia (v. 25). Somente o setenta anciãos nomeados
profetizam. Quando Josué se queixa que dois dos anciãos no acampamento também estão profetizando,
Moisés expressa o desejo de que todo o povo de Deus também recebesse seu Espírito e profetizasse. Essa
esperança de Moisés é retomada em Jl 2.28-32 e é definitivamente cumprida no Dia de Pentecostes (At 2.16-
21), quando o Espírito foi derramado e tornou-se disponível a todos.

Introdução ao Livro de Deuteronômio

Deuteronômio

Autor: Tradicionalmente Moisés


Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor

Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: “Estas são as palavras que Moisés falou a todo o
Israel” (1.1). “Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes” (31.9) também pode ser indício de que tenha
escrito todo o livro. O nome de Moisés aparece quase quarenta vezes, e o livro reflete claramente a
personalidade de Moisés. O uso corrente da primeira pessoa do singular em todo o livro apóia ainda mais a
autoria mosaica.

Tanto a tradição judaica quanto a samaritana são unânimes em identificar Moisés como o autor. Assim como
Cristo, Pedro e Estevão também reconhecem Moisés como o autor do livro (mt 19.7,9; Mc 10.3,4; At 3.22;
7.37) O último capítulo, que contém o relato da morte de Moisés, foi escrito, provavelmente, por seu amigo
íntimo, Josué.

Data

Moisés e os israelitas iniciaram o Êxodo do Egito por volta de 1440 aC. Chegaram à planícies de Moabe,
onde Deuteronômio provavelmente tenha sido escrito, em cerca de 1400 aC, na ocasião do discurso do
conteúdo do livro ao povo, “no mês undécimo, no primeiro dia do mês”, no ano quadragésimo de sua
peregrinação pelo deserto (1.3). Isso foi um pouco antes da morte de Moisés e do início da liderança de Josué
em guiar os israelitas a Canaã. Portanto, Dt cobre um período inferior a dois meses, incluindo os trinta dias de
lamento pela morte de Moisés

Contexto Histórico

Moisés tinha então 120 anos, e a Terra Prometida estava a sua frente. Ele tirou os israelitas da escravidão no
Egito e os guiou pelo deserto para receber a lei de Deus no monte Sinai. Por causa da desobediência de
Israel em se recusar a entrar na terra de Canaã, a Terra Prometida, os israelitas perambularam sem destino
no deserto por trinta e oito anos. Agora se achavam acampados na fronteira oriental de Canaã, no vale
defronte de Bete-Peor, na região montanhosa do Moabe, de vista para Jericó e a planície do Jordão. Quando
os israelitas se preparavam para entrar na Terra Prometida, depararam-se com um momento crucial em sua
história - novos inimigos, novas tentações e nova liderança. Moisés reuniu o grupo para lembrá-los da
fidelidade do Senhor e para encorajá-los a serem fiéis e obedientes ao seu Deus quando possuíssem a Terra
Prometida.

Conteúdo

Dt é uma série de recomendações de Moisés aos israelitas enquanto ele se prepara para morrer e eles se
aprontam para entrar na Terra Prometida. Embora Deus o tivesse proibido de entrar em Canaã, Moisés
experimenta um forte sentimento de antecipação pelo povo. O que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e
Jacó séculos antes está prestes a se tornar realidade. Dt é proclamação de uma segunda chance para Israel.
A falta de fé e a infidelidade de Israel tinham impedido a conquista de Canaã anteriormente. A maioria do
povo junto de Moisés à entrada da Terra Prometida não tinha testemunhado as cenas no Sinai; eles eram
nascido e criados no deserto. Sendo assim, Moisés os exorta trinta e cinco vezes para “entrar e possuir” a
terra. Ele os recorda trinta e quatro vezes de que essa é a terra que Deus lhes está dando.

Enquanto essa nova geração de israelitas se prepara para entrar na Terra Prometida, Moisés lhes recorda
com vivacidade a fidelidade de Deus por toda a história e os relembra de seu relacionamento singular de
concerto com o Senhor. Moisés percebe que a maior tentação dos israelitas na nova terra será abandonar a
Deus e cair na idolatria dos ídolos cananeus. Por conseguinte, Moisés está preocupado com a perpetuação
do concerto. Para preparar a nação para vida na nova terra, Moisés expõe os mandamentos e os estatutos
que Deus deu em seu concerto. A Obediência a Deus equivale a vida, bênção, saúde e prosperidade. A
desobediência equivale a morte, maldição, doença e pobreza. O concerto mostrou aos filhos de Deus o
caminho para viver em comunhão com ele e uns com os outros. A mensagem de Dt é tão poderosa que é
citada mais de oitenta vezes no NT.

Cristo Revelado

Moisés foi o primeiro a profetiza a vinda do Messias, um Profeta como o próprio Moisés (18.15).
Notadamente, Moisés é a única pessoa com quem Jesus se comparou: “Porque, se vós crêsseis em Moisés,
creríeis em mim, porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas
minhas palavras?” (jo 5.46,47). Jesus costumava citar Dt. Quando lhe perguntavam o nome do mandamento
mais importante, ele respondia com Dt 6.5. Quando confrontado por satanás em sua tentação, ele citava
exclusivamente Dt (8.3; 6.16; 6.13; 10.20). É muito significativo o fato de Cristo, que era perfeitamente
obediente ao Pai, mesmo até a morte, ter usado este livro sobre a obediência para demonstrar a sua
submissão à vontade do Pai.

O Espírito Santo em Ação

O tema unificador em toda a Bíblia é a atividade redentora de Deus. Dt recorda ao povo que o Espírito de
Deus havia estado com eles desde o tempo da sua libertação do Egito até o momento presente e que ele
continuaria a guiá-los e protegê-los se permanecessem obedientes às condições do concerto.
Em 2Pe 1.21 se descreve Moisés claramente: “homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito
Santo”. Como porta voz de Deus, Moisés demonstrou a presença do E. Santo enquanto profetizava para o
povo. Várias de suas profecias mais significantes incluíam a vinda do Messias (18.15), a dispersão de Israel
(30.1), o arrependimento (30.2) e a restauração (30.5) de Israel, a restauração e a conversão nacional e futura
de Israel (30.5,6) e a prosperidade nacional de Israel (30.9)

Introdução ao Livro de Josué

Josué

Autor: Incerto (Josué)


Data: Cerca de 1400—1375 a.C.
Autor

O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. O uso do pronome “nós” e “nos” (como
em 5.6) sustenta a teoria de que o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram
durante estes período. Js 24.26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué.

Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escrita por Josué. Sua morte é registrada no capítulo
final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são mencionados: A
conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47).
Passagens paralelas em Jz 1.10-16 e Jz 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram ap´´os a morte
de Josué. É mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor
posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.

Data

O Livro de Js cobre cerca de vinte anos da história de Israel sob a liderança de Josué, assistente e sucessor
de Moisés.
A data comumente aceita da morte de Josué é por volta de 1375 aC. Portanto, o livro engloba a história de
Israel entre 1400 aC e 1375 Ac e é provável que tenha sido compilado pouco tempo depois.

Contexto Histórico

O livro começa nas vésperas da entrada de Israel em Canaã. Politicamente, Canaã se dividia em várias
cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático e todas hostis umas com as outras. Moralmente, as
pessoas eram depravadas; a anarquia e a brutalidade eram comuns. A religião Cananéia enfatizava a
fertilidade e o sexo, adoração da serpente e o sacrifício de crianças. O cenário estava estabelecido e a terra
propícia para a conquista.

Em contrapartida, o povo de Israel estava sem pátria havia mais de quatrocentos anos (Gn 15.13). Eles
tinham vivido em servidão aos Faraós egípcios e depois ficaram perambulando sem rumo no deserto por mais
de quarenta anos. Entretanto, embora imperfeitamente, continuavam fiéis ao único e verdadeiro Deus e se
apegavam à promessa que ele tinha feito ao antepassado deles, Abraão. Séculos antes, Deus havia
prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma grande nação e dar-lhes Canaã como pátria sob
a condição de que eles continuassem fiéis e obedientes a ele (Gn 17) . Agora, eles estavam prestes a
vivenciar o cumprimento dessa promessa.

Conteúdo

O Livro de Josué é o sexto do AT e o primeiro de um grupo de livros chamado os Profetas Anteriores.


Coletivamente, esses livros traçam o desenvolvimento do Reino de Deus na Terra Prometida até o cativeiro
da Babilônia— Um período de cerca de novecentos anos. Josué narra o período da entrada de Israel em
Canaã através da conquista, divisão e estabelecimento da Terra Prometida.

Cristo Revelado

Cristo é revelado no Livro de Js de três maneiras; por revelação direta, por modelos e por aspectos
iluminantes de sua natureza. Em 5.13-15, o Deus Triúno apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do
SENHOR” . Através de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era o responsável. Era tarefa
de Josué, bem como nossa , seguir os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe.

Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em uma pessoa, em um ritual religioso
e mesmo em um acontecimento histórico. O próprio Josué era um modelo de Cristo. Se nome, que significa
”Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a possessão
de sua herança prometida, bem como cristo nos leva à possessão da vida eterna.
O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (2.18,21) ilustra a obra de redenção de Cristo na cruz. O
Pano cor de sangue pendurado na janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também
derramou seu sangue e foi pendurado na cruz para nos salvar da morte.

Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa cumprida. No final de sua vida,
Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR,
vosso Deus” (23.14). Deus, em sua graça e fidelidade, sustentou e preservou seu povo tirando-os do deserto
e levando-o à Terra Prometida. Ele fará o mesmo por nós através de Cristo, que é a Promessa.

O Espírito Santo em Ação

Uma tendência constante da obra do ES flui através do Livro de Js. Inicialmente, sua presença surge em 1.5,
quando Deus conhecendo a esmagadora tarefa de comandar a nação de Israel, forneceu a Josué a promessa
de seu Espírito sempre presente.

O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as pessoas a um relacionamento de
salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai. Seu objetivo em Josué, bem como no AT, era a salvação
de Israel, pois, foi através dessa nação que Deus escolheu salvar o mundo (Is 63.7-9)

Várias características sobre a maneira como o Espírito opera podem ser vistas em Josué. A obra do Espírito
Santo é contínua: “Não te deixarei nem te desampararei” (1.5). O Espírito Santo está comprometido a realizar
a tarefa, independentemente de quanto tempo demore. Sua presença contínua é necessária para o sucesso
do plano de Deus na vida dos homens. A obra do Espírito Santo é mútua: “Tão somente sê forte e mui
corajoso para teres cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te
desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares”
(1.7). Foi dito: “Sem ele, não podemos; sem nos ele não quer”. A cooperação com o Espírito Santo é
essencial à vitória. Ele nos habilita a cumprir nosso chamado e a completar a tarefa ao nosso alcance. A obra
do Espírito Santo é sobrenatural. A queda de Jericó foi obtida mediante a destruição milagrosa de seus muros
(6.20). A vitória foi alcançada em Gibeão, quando o Espírito deteve o sol (10.12,13). Nenhuma obra de Deus,
seja a libertação da servidão ou possessão da bênção, é realizada sem ajuda do Espírito.

Introdução ao Livro de Juízes

Juízes

Autor: Desconhecido
Data: Entre 1050 e 1000 aC

Autor

O autor de Juízes é desconhecido. O Talmude atribui o livro de Juízes a Samuel. Este bem pode ter escrito
partes do Livro, já que se afirma que era um escritor (1Sm 10.25).

Data

O Livro de Juízes cobre o período entre a morte de Josué e a instituição da monarquia. A data real da
composição do livro é desconhecida. No entanto, evidências internas indicam que ele foi escrito durante o
período inicial da monarquia que se seguiu à coroação de Saul. Porém antes da conquista de Jerusalém por
Davi, cerca de 1050 a 1000 aC. Esta data tem o apoio de dois fatos: 1) As palavras “naqueles dias, não havia
rei em Israel” (17.6) foram escritas num período em que Israel tinha um rei. 2) A declaração de que “os
jubuseus habitaram com os filhos de Benjamim em Jerusalém até ao dia de hoje” (1.21) aponta para um
período anterior à conquista da cidade por Davi (2Sm 5.6,7).

Contexto Histórico
Juízes cobre um período caótico na história de Israel: cerca de 1380 a 1050 aC. Sob a liderança de Josué,
Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser
conquistadas pelas tribos individualmente. Israel praticava continuamente o que era mau aos olhos do Senhor
e “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de
forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava a sua aliança com o Senhor. Em
conseqüência, o Senhor os entregava nas mãos dos opressores. Cada vez que o povo clamava ao Senhor,
este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juizes, a quem o Senhor
escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram militares e civis. O Livro de Juizes não olha apenas
retroativamente para a conquista de Canaã, liderada por Josué, registrando as condições em Canaã durante
o período dos juízes, mas também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel.

Conteúdo

O Livro de Juizes está dividido em três seções principais: 1) Prólogo (1.1-3.6) 2) narrativas (3.7-16.31); e 3)
epílogo (17.1-21.25). A primeira parte do prólogo (1.1-2.5) estabelece o cenário histórico para as narrativas
que seguem. Ali é descrita a conquista incompleta da Terra Prometida (1.1-36) e a reprimenda do Senhor pela
infidelidade do povo à sua aliança (2.1-5). A segunda parte do prólogo (2.6-3.6) oferece uma visão geral do
corpo principal do Livro, que são as narrativas. Estas descrevem os caminhos rebeldes de Israel durante os
primeiros séculos na Terra Prometida e mostram como o Senhor se relacionou com a nação naquele período,
um tempo caracterizado por um ciclo recorrente de apostasia, opressão, arrependimento e libertação.

A parte principal do livro (3.7-16.31) ilustra esse padrão que se repete na história antiga de Israel. Os
israelitas faziam o que era mau aos olhos do Senhor (apostasia); o Senhor os entregava nas mãos de
inimigos (opressão); o povo de Israel clamava ao Senhor (arrependimento); e, em resposta ao seu clamor, o
Senhor levantava libertadores a que ele capacitava com o seu Espírito (libertação). Seis indivíduos— Otniel,
Eúde, Débora, Gideão, Jefté e Sansão—, cujo papel de libertadores é narrado com mais detalhes, são
classificados como “juízes maiores”. Seis outros, que são mencionados rapidamente— Sangar, Tola, Jair,
Ibsã, Elom e Abdom—, são conhecidos como “juízes menores”. Um décimo terceiro personagem,
Abimeleque, está vinculado à história de Gideão.

Duas histórias são acrescentadas ao Livro de Juízes (17.1—21.15) na forma de um epílogo. O propósito
desses apêndices não és estabelecer um final ao período dos juízes, mas descrever a corrupção religiosa e
moral existente nesse período. A primeira história ilustra a corrupção na religião de Israel. Mica estabeleceu
em Efraim uma forma pagã de culto ao Senhor, a qual foi adotada pelos danitas quando estes abandonaram o
território que lhes coube por herança e migraram para o norte de Israel. A segunda história no epílogo ilustra a
corrupção moral de Israel ao relatar a infeliz experiência de um levita em Gibeá, no território de Benjamim, e a
conseqüente guerra benjamita. Aparentemente, o propósito desta seção final do livro é ilustrar as
conseqüências da apostasia e anarquia nos dias em que “não havia rei em Israel”.

O Espírito Santo em Ação

A atividade do Espírito Santo do Senhor no Livro de Juízes é claramente retratada na liderança carismática
daquele período. Os seguintes atos heróicos de Otniel, Gideão, Jefté e Sansão são atribuídos ao Espírito do
Senhor: O Espirito do Senhor veio sobre Otniel (3.10) e o capacitou a libertar os israelitas das mãos de Cusã-
Risataim, rei da Síria.

Através da presença pessoal do Espírito do Senhor, Gideão (6.34) libertou o povo de Deus das mãos dos
midianitas. Literalmente, o Espírito do Senhor se revestiu de Gideão. O Espírito do Senhor capacitou este líder
escolhido por Deus e agiu através dele para implementar o ato salvífico do Senhor em benefício do seu povo.
O Espírito do Senhor equipou Jefté (11.29) com habilidades de liderança no seu empreendimento militar
contra os amonitas. A vitória de Jefté sobre os amonitas foi o ato de libertação do Senhor em benefício de
Israel.

O Espírito do Senhor capacitou Sansão e executar atos extraordinários. Ele começou a impelir Sansão para
sua carreira (13.25). O Espírito veio poderosamente sobre ele em várias ocasiões. Sansão despedaçou um
leão apenas com as mãos (14.6). Certa vez matou trinta filisteus (14.19) e, em outra ocasião, livrou-se das
cordas que amarravam as suas mãos e matou mil filisteus com uma queixada de jumento (15.14,15). O
mesmo Espírito Santo que deu condições a esses libertadores para que fizesse façanhas e cumprissem os
planos e propósitos do Senhor continua operante ainda hoje.
Introdução ao Livro de Rute

Rute

Autor: Desconhecido (Samuel)


Data: Entre 1050 e 500 aC

Autor

Os estudiosos discordam quanto à data do livro, porém o seu cenário histórico é evidente. Os episódios
relatados nos livro de Rute se passam durante o período de Juízes, sendo parte daqueles eventos que
ocorrem entre a morte de Josué e a ascensão da influência de Samuel (provavelmente 1150 e 1100 aC). A
tradição rabínica assegura que Samuel escreveu o livro na segunda metade do séc. XI aC. Apesar do
pensamento crítico mais recente sugerir uma data pós-exílica bem mais tardia (cerca de 500 aC), há
evidências na linguagem da obra bem como referencias a costumes peculiares próprios do séc. XII aC que
recomendam a aceitação da data mais antiga. É razoável supor que Samuel, que testemunhou o declínio do
reinado de Saul e foi divinamente instruído para ungir Davi como escolhido de Deus para o trono, tivesse
redigido o livro. Uma história tão comovente como essa certamente já teria sido passada adiante oralmente
entre o povo de Israel, e a genealogia que a conclui indicaria uma conexão com os patriarcas, oferecendo
assim uma resposta a todos aqueles que, em Israel, indagassem pelo passado familiar do seu rei.

Cristo Revelado

Boas representa uma das mais dramáticas figuras do AT que antecipa a obra redentora de Jesus. A função
de “parente remidor” cumprida de forma tão elegante nas ações que promoveram a restauração pessoal de
Rute, dá testemunho eloqüente a respeito disso. As ações de Boaz efetuam a participação de Rute nas
bênçãos de Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias (Ef 2.19). Eis aqui uma magnífica silhueta do
Mestre, antecipando em muitos séculos a sua graça redentora. Como nosso “parente chegado”, ele se torna
carne—vindo como um ser humano (Jo 1.14; Fp 2.5-8)

Introdução ao Livro de 1 Samuel

1 Samuel

Autor: Incerto (Samuel)


Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor

O autor de 1Sm não é nomeado neste livro, mas é provável que Samuel ou tenha escrito ou fornecido a
informação para. 1.1-25.1, o que engloba sua vida e ministério até sua morte. A autoria do restante de 1Sm
não pode ser determinada com certeza, mas alguns supõem que seja do sacerdote Abiatar.

Data

Por causa da referência à cidade de Ziclague, que “ pertence aos reis de Judá, até o dia de hoje” (27.6), e por
outras referencias a Judá e a Israel, sabemos que 1Sm foi escrito depois da divisão da nação em 931 aC.
Além disso, como não há menção à queda de Samaria em 722 aC, deve ser datado antes deste evento. O
livro de 1Sm cobre um período de cerca de 140 anos, começando com o nascimento de Samuel em redor de
1150 aC e terminando com a morte de Saul em redor de 1010 aC.

Conteúdo
Israel havia sido governado por juizes que Deus levantou em momentos cruciais da história da nação; no
entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia estado sob a investida violentas e
desalmadas dos filisteus. O templo de Siló fora profanado e o sacerdócio se mostra corrupto e imoral. Em
meio a essa confusão política e religiosa surge Samuel, o milagroso filho de Ana. De uma forma notável, a
renovação e a alegria que esse nascimento trouxe à sua mãe prefiguram o mesmo para a nação.

Os próprios filhos de Samuel não eram reflexo do seu caráter piedoso. O povo não tinha confiança nos seus
filhos; mas a medida em que Samuel envelhecia, pressionavam-no para que lhes desse um rei. Com
relutância, ele acaba cedendo. Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido para tornar-se o primeiro rei. O
seu ego era tão grande quanto a sua estatura. Pela sua impaciência, exerceu funções sacerdotais, em vez de
esperar por Samuel. Depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa
rejeição, Saul tornou-se uma figura trágica, consumida por ciúme e medo, perdendo gradualmente a sua
sanidade. Gastou os seus últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das regiões
montanhosas e desérticas do seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo. Davi, no entanto,
encontrou um aliado em Jônatas, filho de Saul. Ele advertiu Davi sobre os planos do seu pai para matá-lo.
Finalmente, depois que Saul e Jônatas são mortos em batalha, o cenário está pronto para que Davi se torne o
segundo rei de Israel.

Cristo Revelado

As semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes. Ambos são filhos de promessa.
Ambos foram dedicados a Deus antes do nascimento. Ambos forma pontes de transição de um estágio da
história da nação para outro. Samuel acumulou os ofícios de profeta e sacerdote; Cristo é profeta, sacerdote e
rei.
O fim trágico de Saul ilustra o destino final dos reinos terrenos. A única esperança é um Reino de Deus na
terra, cujo soberano seja o próprio Deus. Em Davi começa a linhagem terrena do Rei de Deus. Em Cristo,
Deus vem como Rei e virá novamente como Rei dos reis. Davi, o pequeno e humilde pastor, prefigura a
Cristo, o bom pastor. Jesus torna-se o Rei-pastor definitivo.

O Espírito Santo em Ação

1Sm contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas, bem como sobre Saul e seus
servos. Em 10.6, o Espírito Santo vem sobre Saul, que profetiza e “se transforma em outro homem”, isto é, é
equipado pelo Espírito para cumprir o chamado de Deus.

Depois de ser ungido por Samuel, “desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi”
(16.13). O fenômeno do Espírito inspirando a adoração ocorre no cap. 10 e em 19.20. Esse fenômeno não é
como o frenesi impregnado de emotividade dos pagãos, mas verdadeira adoração e louvor a Deus pela
inspiração do Espírito, em semelhança ao ocorrido no dia de Pentecostes (At 2).

Mesmo nos múltiplos usos do éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente pelo momento em que o
“Espírito da Verdade” nos irá guiar em “toda a verdade”, nos falará sobre “o que há de vir” e “há de receber do
que é meu (de Jesus)” e no-lo “há de anunciar” (Jo 16.13,14).

Introdução ao Livro de 2 Samuel

2 Samuel

Autor: sacerdote Abiatar, Samuel e outros.


Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor

Os dois livros hoje conhecidos como 1 e 2 Sm eram originalmente um só livro denominado “O Livro de
Samuel”. Não se sabe com exatidão quem realmente escreveu o livro. Sem dúvida, Samuel registrou boa
parte da história de Israel neste período. No entanto, outros materiais haviam sido colecionados e puderam
ser usado como fontes pelo autor real. Três dessas fontes são mencionadas em 1Cr 29.29, a saber: as
“crônicas de Samuel, o vidente”, as “crônicas do profeta Natã” e as “crônicas de Gade, o vidente”. Tanto Gade
como Abiatar tinham acesso aos eventos da corte do reino de Davi, de forma que ambos são candidatos à
autoria desses dois livros.

Data

Os dois livros devem receber uma data posterior à divisão do reino em duas partes, divisão que aconteceu
logo depois do governo de Salomão, 931 aC, por causa do comentário encontrado em 1Sm 27.6 “pelo que
Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje”. Embora, com freqüência, fosse traçada uma
diferenciação entre Israel e Judá, e embora Davi tenha reinado em Judá por sete anos e meio antes da
unificação do reino, não havia reis em Judá antes desta data.

Conteúdo

2 Sm trata da ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu reinado. O livro está enfocado na
sua pessoa. E começa com a morte de Saul e Jônatas na batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei
sobre Judá, sua própria tribo. Há um jogo de pode pela casa de Saul entre Isbosete, filho de Saul e Abner
comandante-chefe dos exércitos de Saul. Embora a rebelião tenha sido sufocada, esse relato sumário
descreve os sete anos e meio anteriores à unificação do reino por Davi. “E houve uma longa guerra entre a
casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo”
(3.1)
Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do Testemunho da casa de
Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada dos filisteus (6.1-7.1).

O tema do Rei vindouro, o Messias, é introduzido quando Deus estabelece uma aliança perpétua com Davi e
seu reino. “Teu trono será firme para sempre” (7.16)
Davi derrota com sucesso os inimigos de Israel, e inicia-se um período de estabilidade e prosperidade.
Tristemente, porém, a sua vulnerabilidade e fraqueza o leva ao pecado com Bate-Seba e ao assassinato de
Urias, esposo dela.

Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado com o profeta Natã, as conseqüências da sua ação
são declaradas com todas as letras: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais de tua casa” (12.10).
Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga uma rebelião contra o rei, e Davi
foge de Jerusalém. A rebelião termina quando Absalão, pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por
Joabe.

Há uma desavença entre Israel e Judá a respeito da volta do rei a Jerusalém. Um rebelde chamado Seba
instiga Israel a abandonar Davi e a voltar para casa. Embora Davi tome uma série de decisões
desafortunadas e pouco sábias, a rebelião é sufocada, e Davi é mais uma vez estabelecido em Jerusalém. O
livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi e com o pecado de Davi em fazer o
censo dos homens de guerra de Israel. Davi se arrepende, compra a eira de Araúna e apresenta oferendas ao
Senhor no altar que constrói.

Cristo Revelado

Davi e seu reino esperavam a vinda do Messias. O cap. 7, em especial, antecipa o futuro Rei. Deus
interrompe os planos de Davi de construir uma casa para a arca e explica que enquanto Davi não pode
construir uma casa para Deus, Deus está construindo uma casa para Davi, ou seja, uma linhagem que dure
para sempre.
Pela sua vitória sobre todos os inimigos de Israel, pela sua humildade e compromisso com o Senhor, pelo seu
zelo a favor da casa de Deus e pela associação dos ofícios de profeta, sacerdote e rei na sua pessoa, Davi é
um precursor da Raiz de Jessé, Jesus Cristo.

O Espírito Santo em Ação


Jesus explicou a obra do Espírito em Jo 16.8: E, quando ele vier convencerá o mundo do pecado, e da justiça,
e do juízo.” Nós vemos claramente a ação do Espírito Santo através desses dois modos em 2 Sm. Ele atuava
com mais freqüência através do sacerdócio. Sua atuação como conselheiro pode ser apreciada nas muitas
ocasiões em que Davi “consultou o Senhor” através do sacerdote e do éfode.

A obra de convencer e de condenar do Espírito é claramente percebida quando o profeta Natã enfrenta Davi
por causa do seu pecado com Bate-Seba e Urias. O pecado de Davi é desnudado, a justiça é feita, e o
julgamento é anunciado. Isso, no quadro microcósmico de 2 Sm, ilustra o amplo ministério do Espírito Santo
no mundo através da igreja investida do poder do Espírito.

Introdução ao Livro de 1 Reis

1 Reis

Autor: Desconhecido, ( Jeremias )


Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor

Como 1 e 2 Rs eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da
tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este
autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com
segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador, enquanto outros
apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido
ou um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos
abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que o profeta
Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse
famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52.
Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi
provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data

Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que a sua forma final
estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI aC. O último acontecimento mencionado em 2
Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi
feito prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 aC para que esta
informação pudesse ser incluída. O autor de Rs teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão
importante como a queda da Babilônia para a Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse
evento. Como não há menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido escrito,
provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs tenha ocorrido uns trezentos anos
mais cedo.

Contexto Histórico

Os acontecimentos descritos em 1 Rs abrangem um período de cerca de 120 anos. Recorda as turbulentas


experiências do povo de Deus desde a morte de Davi, em cerca de 971 aC, até ao reinado de Josafá (o
quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do Reino de Israel), em cerca de 853 aC.
Esse foi um período difícil da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia luta
interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso, em que um reino estável, dirigido por um
líder forte, dividiu-se em dois.

Conteúdo

1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores do AT


grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis”
se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis
que governaram durante este período.

Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que 1 e 2 Sm


interrompem. No entanto, Reis é mais do que uma simples compilação de acontecimentos políticos
importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica
tão detalhada como se poderia esperar (400 anos em 47 capítulos). Ao contrário, 1 e 2 Rs são uma narrativa
histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que
são significativos no plano moral e religioso. Em 1 e 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.

O Espírito Santo em Ação

1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. As
palavras de Obadias lá indicam que o ES algumas vezes transportou Elias de um lugar para outro (ver
também 2Rs 2.16) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma
experiência similar.

Há uma alusão, em 18.48 (“a mão do SENHOR”), à ação do ES em capacitar Elias para operar milagres, A
fórmula “mão do SENHOR” é uma referência à inspiração dos profetas pelo Espírito de Deus (ver 2Rs 3.15 e
Ez 1.3; comparar com 1Sm 10.6,10 e 19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao ES que dotou Elias
com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente.

Além dessas passagens, 1Rs 22.24 pode ser outra referência ao ES. Esse versículo se refere a um “espírito
do SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de profecia vinha do Espírito de
Deus (ver 1Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em paralelo com 1Co 12.7-11,
que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma manifestação do ES.

Introdução ao Livro de 2 Reis

2 Reis

Autor: Desconhecido, ( Jeremias )


Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor

2 Rs era originalmente a segunda metade de um livro que incluía 1 e 2Rs. Esta obra deve ter sido compilada
algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de
um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser
determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador,
enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um
profeta desconhecido ou um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis
aos “profetas”, muitos abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a
de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha
escrito Rs. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece
em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-
30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data

Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que a sua forma final
estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI aC. O último acontecimento mencionado em 2
Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi
feito prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 aC para que esta
informação pudesse ser incluída. O autor de Rs teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão
importante como a queda da Babilônia para a Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse
evento. Como não há menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido escrito,
provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs tenha ocorrido uns trezentos anos
mais cedo.

Contexto Histórico

Os acontecimentos descritos em 2 Rs abrangem um período de cerca de 300 anos. Recorda as turbulentas


experiências do povo de Deus desde o reinado de Acazias (o nono rei Israel) ao redor de 853 aC., incluindo a
queda de Israel para a Assíria em 722 aC, passando pela deportação de Judá para a Babilônia em 586 aC e
terminando com a libertação do rei Joaquim em 560 aC. Esse foi um período difícil da história do povo de
Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um
momento tenebroso na história do povo de Deus: colapso e conseqüente cativeiro de ambas as nações.

Conteúdo

1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores do AT


grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis”
se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis
que governaram durante este período.

Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que 1 e 2 Sm


interrompem. No entanto, 2Rs é mais do que uma simples compilação de acontecimentos políticos
importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica
tão detalhada como se poderia esperar (300 anos em 25 capítulos). Ao contrário, 2 Rs são uma narrativa
histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que
são significativos no plano moral e religioso. Em 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.

2Rs retoma a história trágica do “reino divido” quando Acazias está no trono de Israel e Josafá governando
sobre Judá. Assim como 1Rs, é dificil seguir o fluxo da narrativa. O Autor ora está falando do Reino do Norte,
Israel, ora do Reino do Sul, Judá, traçando simultaneamente suas histórias. Israel teve 19 governantes, todos
ruins. Judá foi governado por 20 regentes, dos quais apenas oito foram bons. 2Rs recorda a história do
últimos 10 reis e dos últimos 16 governantes de Judá. Alguns desses 26 governantes são mencionados em
apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida
àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram
em colapso.

Cristo Revelado

O fracasso dos profetas, sacerdotes, e reis do povo de Deus aponta para a necessidade do advento de Cristo.
Cristo é a combinação ideal desses três ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do
ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do grande profeta Elias (Mt 17.1-5), Muitos
dos milagres de Jesus são reminiscências das maravilhas que Deus fez através de Elias e Eliseu em Reis.
Além disso, Cristo é um sacerdote superior a qualquer daqueles registrados em Reis (Hb 7.22-27). 1Rs ilustra
vivamente a necessidade de Cristo como o nosso Rei em exercício de suas funções. Quando perguntado se
era rei dos judeus, Jesus afirmou que era (Mt 27.11). No entanto, Jesus é um Rei maior do que o maior dos
seus reis (Mt 12.42). O reinado de cada um desses 26 governantes já terminou, mas Cristo reinará sobre o
trono de Davi pra sempre (1Cr 17.14; Is 9.6), pois ele é “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap
19.16).

O Espírito Santo em Ação

1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. As
vezes transportava Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 18.12) Percebe-se uma relação com At
8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar. Há uma referência indireta ao ES na
frase “Espírito de Elias” em 1.9,15. Aqui Eliseu tenta receber o mesmo poder de Elias para levar adiante o
ministério profético do seu antecessor. O espírito enérgico ou o poder que capacitava Elias a profetizar era o
Espírito de Deus. 2Rs 2.9,16 fornece um paralelo interessante entre o AT e At 1.4-9 e 2.1-4. Elias foi elevado
ao céu, Eliseu procurou a promessa de que receberia poder para levar adiante o ministério do seu mestre, e a
promessa foi cumprida. Da mesma maneira, Jesus ascendeu, os discípulos aguardaram o cumprimento da
promessa, e o ES desceu para capacitá-los a levar adiante a obra que seu mestre começou. Uma alusão final
ao ES aparece em 2Rs 3.15. Aqui a “mão do Senhor” veio sobre Eliseu, capacitando-o a profetizar ao rei
Josafá. A formula “a mão do SENHOR” se refere à inspiração divina dos profetas.

Introdução ao Livro de 1 Crônicas

1 Crônicas

Autor: Atribuído a Esdras


Data: Entre 425 e 400 aC

Autor

1 e 2 Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada em 1 nem
em 2 Cr, muitos optaram por se referir a esse autor desconhecido simplesmente como “o cronista”. No
entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude
afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 cr (2Cr 36.22,23) repetem-se como
os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não apenas reforça o argumento que aponta Esdras como
autor de 1Cr, mas pode ser também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum
momento uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estido, vocabulário e conteúdo
similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de
exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é
razoável assumir que “ o cronista” tenha sido Esdras.

Data

Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Cr, é provável que a sua forma final tenha surgido lá
pelo final do séc. V aC. O último evento registrado nos versículos finais de 2 Cr é o decreto de Ciro, rei da
Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538 aC e dá a impressão de que
Crônicas tenha sido composto pouco tempo depois. No entanto, a última pessoa mencionada em 1 e 2 Cr é
realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver 1Cr 3.24). Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia
em 597 aC. Dependendo de como essas gerações são medidas (cerca de 25 anos), o nascimento de Anani
pode ter acontecido entre 425 e 400 aC. Portanto, a data para 1 e 2Cr pode ser situada entre 425 e 400 aC.

Contexto Histórico

O livro de 1Cr cobre o período que vai de Adão até a morte de Davi, ao redor de 971 aC. É um período de
tempo extraordinário, pois abrange o mesmo período coberto pelos primeiros 10 livros do AT, de Gn até 2Sm.
Se as genealogias de 1 Cr 1-9 fosse ignoradas, 1 e 2Cr cobririam aproximadamente o mesmo período de
tempo de 1 e 2Rs. No entanto, o cenário específico de 1 e 2Cr é o período de tempo que vem depois do
exílio. Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle do poderoso Império Perda. Tudo o que
restou dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi a pequena província de Judá. Os persas substituíram o
rei por um governador provincial. Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para
Jerusalém e reconstruir o templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e
Salomão.

Conteúdo

No texto original hebraico, 1 e 2Cr formavam um só livro chamado de “Acontecimentos dos Dias”. Foi dividido
e recebeu um novo nome pelos tradutores do AT em grego (septuaginta ou LXX): “Coisas que Acontecem”. O
nome atual, Crônicas, foi dado por Jerônimo. Não é uma continuação da história do povo de Deus, mas uma
duplicação e um suplemento de 1 e 2Sm e 1 e 2Rs. Se 1 e 2Cr são considerados uma única obra, podem ser
divididos em quatro seções principais: 1Cr é composto por genealogias (caps. 1-9) e descreve em linhas
gerais o reinado de Davi (caps. 10-29). 2Cr relata o reinado de Salomão (caps. 1-9) e descreve o reinados
dos vinte governantes de Judá (caps.10-36).

O livro de 1Cr tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída por 9 capítulos de genealogias. As
genealogias começa com Adão e continuam, atravessando todo o período do exílio, até àqueles que
retornaram para Jerusalém. Com freqüência não se dá muita importância a esta seção. Contudo, assim como
nos Evangelhos de Mt e Lc, as genealogias forma a base das narrativas que se seguem. 1Cr está carregado
de genealogias para sublinhar a necessidade de pureza racial e religiosa. As genealogias são compiladas
seletivamente para realçar a linhagem de Davi e da tribo de Levi.

A segunda parte de 1Cr (caps. 10-29) registra os eventos e realizações do rei Davi. O cap. 10 serve como
prólogo para resumir o reinado e a morte ro rei Saul. Nos caps. 11 e 12, Davi se torna rei e conquista
Jerusalém. O restante das narrativas sobre Davi está enfocada sobre três aspectos significativos do seu
reinado, ou seja, o transporte da arca do Testemunho pra Jerusalém (caps. 13-17), suas proezas militares
(caps. 18-20) e os preparativos para a construção do tempo (caps. 21-27). Os dois últimos capítulos de 1Cr
recorda os últimos dias de Davi.

O Espírito Santo em Ação

Há duas referências claras ao ES em 1Cr. A primeira´está em 12.18, em que o “Espírito” entrou em Amasai e
o capacitou a fazer uma declaração inspirada. E a segunda em 28.12, a qual explica que por meio do
ministério do Espírito (ânimo) os planos do templo foram revelados a Davi.

Introdução ao Livro de 2 Crônicas

2 Crônicas

Autor: Atribuído a Esdras


Data: Entre 425 e 400 aC

Autor

1 e 2 Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada em 1 nem
em 2 Cr, muitos optaram por se referir a esse autor desconhecido simplesmente como “o cronista”. No
entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude
afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 cr (2Cr 36.22,23) repetem-se como
os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não apenas reforça o argumento que aponta Esdras como
autor de 1Cr, mas pode ser também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum
momento uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estido, vocabulário e conteúdo
similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de
exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é
razoável assumir que “ o cronista” tenha sido Esdras.

Data

Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Cr, é provável que a sua forma final tenha surgido lá
pelo final do séc. V aC. O último evento registrado nos versículos finais de 2 Cr é o decreto de Ciro, rei da
Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538 aC e dá a impressão de que
Crônicas tenha sido composto pouco tempo depois. No entanto, a última pessoa mencionada em 1 e 2 Cr é
realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver 1Cr 3.24). Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia
em 597 aC. Dependendo de como essas gerações são medidas (cerca de 25 anos), o nascimento de Anani
pode ter acontecido entre 425 e 400 aC. Portanto, a data para 1 e 2Cr pode ser situada entre 425 e 400 aC.

Contexto Histórico
O livro de 2Cr cobre o período que vai do começo do reinado de Salomão, em 971 aC, até ao final do exílio ao
redor de 538 aC. No entanto, o cenário específico de 1 e 2Cr é o período de tempo que vem depois do exílio.
Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle do poderoso Império Perda. Tudo o que restou
dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi a pequena província de Judá. Os persas substituíram o rei por
um governador provincial. Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e
reconstruir o templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.

Conteúdo

No texto original hebraico, 1 e 2Cr formavam um só livro chamado de “Acontecimentos dos Dias”. Foi dividido
e recebeu um novo nome pelos tradutores do AT em grego (septuaginta ou LXX): “Coisas que Acontecem”. O
nome atual, Crônicas, foi dado por Jerônimo. Não é uma continuação da história do povo de Deus, mas uma
duplicação e um suplemento de 1 e 2Sm e 1 e 2Rs.

O livro de 2Cr tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída pelos primeiros 9 capítulos (caps.
1-9) descreve em linhas gerais o governo do rei Salomão. A narrativa dá bastante importância à construção
do templo (caps. 2-7) bem como à riqueza e à sabedoria desse extraordinário rei (caps. 8-9). A narrativa, no
entanto, termina abruptamente e não faz menção das fraquezas de Salomão, conforme registradas em 1Rs
11.

A segunda seção do Livro é formada pelos caps. 10 a 36. Depois da divisão do reino, se concentram quase
que exclusivamente no Reino do Sul, Judá, e discorre sobre a história do Reino do Norte, Israel, só
ocasionalmente. 2Cr traça a hist´´oria dos reinados dos 20 governantes de Judá até ao cativeiro babilônico do
Reino do Sul em 586 aC. O livro conclui com o decreto de Ciro libertando e permitindo a volta do povo p ara
Judá (36.22,23).

O Espírito Santo em Ação

Há dtrês referências claras ao ES em 2Cr. É identificado como o “Espírito de Deus” (15.1; 24.20) e como o
“Espírito do SENHOR” (20.14). Nessas referências, o ES inspirou ativamente Azarias (15.1), Jaaziel (20.14) e
Zacarias (24.20) para que falassem da parte de Deus.
Além dessas referências, muitos vêem a presença do ES na dedicação do templo (5.13,14).

Introdução ao Livro de Esdras

Esdras

Autor: Atribuído a Esdras


Data: Entre 538 e 457 aC

Autor

O livro de Esdras, cujo nome provavelmente signifique “ O Senhor tem ajudado”, deriva o seu título do
personagem principal dos caps. 7-10. Não é possível saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras
quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que
Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2 Crônicas e Neemias. A Bíblia hebraica
reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.
O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR” (7.11).
Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto,
estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7.10).

Data

Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos
distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que
retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo. Depois de mais de 60 anos de cativeiro
babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, para publicar um édito que
dizia que todo judeu que assim desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a
cidade. Um grupo de fiéis responde e partiu em 538 aC sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo
é iniciada, mas a oposição dos habitantes não judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus,
então, levanta os ministério proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a obra.
Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo templo é completado e dedicado
em 515 aC.

Aproximadamente 60 anos depois (458aC), outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por
Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Ataxerxes, com somas adicionais de dinheiro e valores para
intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para
supervisionar o povo. Já em Jerusalém, Esdras assumiu o ministério de reformador espiritual, o que deve ter
durado cerca de um ano. Depois disso, viveu, provavelmente, com um influente cidadão até à época de
Neemias. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um Israel que tinha adotado muitas das práticas dos
habitantes pagãos; ele chama Israel ao arrependimento e a uma renovada submissão à Lei, ao ponto do
divórcio de suas esposas pagãs.

Conteúdo

Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem. Deus havia
prometido através de Jeremias (25.12) que o cativeiro babilônico teria duração limitada. No momento
apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e induziu o espírito do rei Ciro da Pérsia a publicar um édito
para o retorno dos exilados (1.1-4). Fielmente, concedeu liderança (Zorobabel e Esdras), e os exilados são
enviados com despojos, incluindo itens que haviam sido saqueados do templo de Salomão (1.5-10)

Quando o povo desanimou por causa da zombaria dos inimigos, Deus fielmente levantou Ageu e Zacarias
para encorajar o povo a completar a obra. O estímulo dos profetas trouxe resultados (5.1,2). Finalmente,
quando o povo se desviou das verdades da sua apalavra, Deus fielmente enviou um sacerdote dedicado que
habilidosamente instruiu o povo na verdade, chamando-o à confissão de pecado e ao arrependimento dos
seus caminhos perversos (caps. 9-10).

A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Apesar do seu retorno e das promessas
divinas, o povo se deixou influenciar pelos seus inimigos e desistiu temporariamente (4.24). Posteriormente,
depois de completada a obra, de forma que pudesse adora a Deus em seu próprio templo (6.16.18), o povo
se tornou desobediente aos mandamentos de Deus; desenvolve-se uma geração inteira cujas “iniqüidades se
multiplicaram sobre as vossas cabeças” (9.6). Contudo, como foi dito acima, a fidelidade de Deus triunfa em
cada situação.

O Espírito Santo em Ação

A obra do ES em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de Deus em cumprir as suas
promessas. Isto é indicado pela frase “ a mão do Senhor”, que aparece seis vezes. Foi pelo Espírito que
“despertou o Senhor o espírito de Ciro” (1.1) e “tinha mudado o coração do rei da Assíria” (6.22). Teria sido
também pelo ES que “Ageu, profeta e Zacarias... Profetizaram aos Judeus” (5.1). A obra do ES é vista na vida
pessoal de Esdras, tanto no sentido de obrar nele (“Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei
do Senhor”, 7.10), como no sentido de atuar em seu favor (“o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira”. 7.6)

Introdução ao Livro de Neemias

Neemias

Autor: Neemias
Data: Cerca de 423 aC

Autor
O título atual do livro é derivado do seu personagem principal, cujo nome aparece em 1.1. A nossa primeira
imagem de Neemias é quando ele aparece em seu papel de copeiro na corte de Artaxerxes. Um copeiro tinha
uma posição de grande confiança como conselheiro do rei e a responsabilidade de proteger o rei de
envenenamento. Enquanto Neemias, sem dúvida, desfrutava o luxo do palácio, o seu coração estava em
Jerusalém, uma pequena cidade nas longínquas fronteiras do império. A oração, o jejum, as qualidade de
liderança, a poderosa eloqüência, as habilidades organizacionais criativas, a confiança nos planos de Deus e
a rápida e decisiva resposta aos problemas qualificavam Neemias como um grande líder e como um grande
homem de Deus. Mais importante ainda: ele deixa transparecer um espírito de sacrifício, cujo único interesse
é resumido na sua repetida oração: “Lembra-te de mim pra bem, ó meu Deus!”

Data

Nas escrituras, o livro de Neemias formava uma unidade com Esdras. Muitos estudiosos consideram Esdras
como o autor/compilador de Esdras -Neemias bem como de 1 e 2 Crônicas. Ainda que não tenhamos muita
certeza, parece que Neemias contribuiu com parte do material contido no livro que leva o seu nome (caps.1-7;
11-13). Jerônimo, que traduziu a Bíblia ao latim, honrou Neemias ao dar o seu nome ao livro em que aparece
como personagem principal. Neemias significa “Jeová consola”. A história começa no livro de Esdras e se
completa em Neemias. Neemias, que serviu duas vezes como governador da Judéia, deixa a Pérsia para
realizar a sua primeira missão no vigésimo ano de Artaxerxes I da Pérsia, que reinou de 465 até 424 aC (2.1).
Retorna à Pérsia no trigésimo segundo ano de reinado de Artaxerxes (13.6) e volta novamente para
Jerusalém “ao cabo de alguns dias”.

Pelo conteúdo do livro, sabe-se que a obra somente pode ter sido escrita algum tempo depois da volta de
Neemias da Pérsia para Jerusalém. Talvez a sua redação final tenha sido completada antes da morte de
Artaxerxes I em 424 aC; ao contrário, a morte de um monarca tão benigno provavelmente teria sido
mencionada em Ne.
O período histórico coberto pelos livros de Esdras e Neemias é de cerca de 110 anos. O período de
reconstrução do templo sob Zorobabel, inspirado pela pregação de Zacarias e Ageu, foi de 21 anos. 60 anos
mais tarde, Esdras causou um despertar do fervor religioso e promoveu um ensino adequado sobre o culto no
templo. 13 anos depois, Neemias veio pra construir os muros. Talvez Malaquias tenha profetizado durante
aquela época. Se foi assim, Neemias e Malaquias trabalharam juntos para erradicar o mal que significava o
culto a muitos deuses e atacaram o pecado da associação com o povo que havia sido forçada a recolonizar
aquelas regiões pelos assírios cerca de 200 anos antes. Tiveram tanto sucesso, que durante o período
intertestamental o povo de Deus não voltou à idolatria. Dessa maneira, quando veio o Messias, pessoas como
Isabel e Zacarias, Maria e José, Simeão, Ana, os pastores e outros eram pessoas piedosas com que Deus iria
se comunicar.

Conteúdo

Neemias expressa o lado prático, a vivência diária da nossa fé em Deus. Esdras havia conduzido o povo a
uma renovação espiritual, enquanto Neemias era o Tiago do AT, desafiando o povo a mostrar a sua fé por
meio das obras.
A primeira seção do livro (caps. 1-7) fala sobre a construção do muro. Era necessário para que Judá e
Benjamim continuassem a existir como nação. Durante o período da construção dos muros, os crentes
comprometidos, guiados por esse líder dinâmico, venceram a preguiça (4.6), zombaria (2.20), conspiração
(3.9)e ameaças de agressão física (4.17).

A segunda seção do Livro (caps. 8-10) é dirigida ao povo que vivia dentro dos muros. A aliança foi renovada.
Os inimigos que moravam na cidade foram exposto e tratados com muita dureza. Para guiar esse povo, Deus
escolheu um home de coração reto e com uma visão clara dos temas em questão, colocou-o no lugar certo no
momento certo, equipou-o com o seu Espírito e o enviou pra fazer proezas.

Na última seção (caps.11-13), o povo é restaurado à obediência da Palavra de Deus, enquanto Neemias, o
leigo, trabalha junto com Esdras, o profeta. Como governador durante esse período, Neemias usou a
influência do seu cargo para apoiar a Esdras e exercer uma liderança espiritual. Aqui se revela um homem
que planeja sabiamente suas ações (“considerei comigo mesmo no meu coração”) e um homem cheio de
ousadia (“contendi com os nobres”)

O Espírito Santo em Ação


Desde a criação, o ES tem sido o braço executivo de Deus na terra. Eliú falou a verdade quando disse a Jó:
“O Espírito de Deus na terra me fez” (Jó 33.4). Aqui aparece um padrão constante: é o Espírito de Deus que
age para fazer de nos o que Deus quer que sejamos. Ne 2.18 diz: “Então, lhes declarei como a mão do meu
Deus me fora favorável.” A mão de Deus, seu modo de agir sobre a terra, é o Espírito Santo. Neemias, cujo
nome significa “Jeová conforta”, foi claramente um instrumento do ES. Sob o poder do ES, certamente se
tornou modelo da forma de atuar do ES e foi uma dos primeiros cumprimentos dessa memorável profecia.

Introdução ao Livro de Ester

Ester

Autor: Desconhecido
Data: Cerca de 465 aC

Autor

O nome do autor é desconhecido,. Mas o livro foi escrito por um judeu que conhecia os costumes e a
linguagem dos persas. Talvez Mardoqueu ou Esdras tenha sido o autor.

Data

O livro de Ester é uma narração bem elaborada, que relata como o povo de Deus foi preservado da ruína
durante o séc. V aC. O livro toma seu nome de uma mulher judia, bela e órfã, que tornou-se rainha do rei
persa Assuero. Acredita-se que este rei tenha sido Xerxes I, que sucedeu Dario I, em 485 aC, e governou 127
províncias, desde a Índia até a Etiópia, durante vinte anos. Viveu em Susã, a capital persa. Naquela época,
certo número de judeus ainda se encontrava na Babilônia sob o governo persa, embora tivesse liberdade para
retornar a Jerusalém (Et 1-2) há mia de cinqüenta anos. A história se desenrola num período de quatro anos,
iniciando no terceiro ano do reinado de Xerxes.

Conteúdo

Ester é um estudo da sobrevivência do povo de Deus em meio à hostilidade. Hamã, o homem mais importante
depois do rei, deseja a aniquilação dos judeus. Ele manipula o rei para que execute os judeus. Ester é
introduzida em cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado; e Mardoqueu, líder dos
judeus no Império Persa, se torna primeiro ministro. A festa de Purim é instituída para marca a libertação dos
judeus.

Um aspecto peculiar no Livro de Ester é que o nome de Deus não é mencionado. No entanto, vestígios de
Deus e seus caminhos transparecem em todo o livro, especialmente na vida de Ester e Mardoqueu. Da
perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram as duas pessoas do povo menos indicadas pras desempenhar
funções importantes na formação da nação. Ele era um judeu benjamita exilado; ela era prima órfã de
Mardoqueu, adotada por este (2.7). A maturidade espiritual de Ester se percebe na virtude dela saber esperar
pelo momento que Deus julgou adequado, para, então, pedir ao rei a salvação do povo e denunciar Hamã
(5.6-8; 7.3-6).

Mardoqueu também revela maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe
orientasse. Em conseqüência, ele soube o tempo certo de Ester desvendar sua identidade judaica (2.10). Esta
espera divinamente orientada provou se crucial (6.1-14; 7.9,10) e comprova a base espiritual do livro.
Finalmente, tanto Ester quanto Mardoqueu temiam a Deus, não a homens. Independentemente das
conseqüências, Mardoqueu recusou-se a prestar honras a Hamã. Ester arriscou sua vida por amor do seu
povo quando foi ao rei sem ter sido convidada. A missão de Ester e Mardoqueu sempre foi salvar a vida que o
inimigo planejava destruir (2.21-23; 4.1-17; 7.1-6; 8.3-6) Como resultado, conduziram a nação à liberdade,
foram honrados pelo rei e receberam autoridade, privilégios e responsabilidades.

O Espírito Santo em Ação


Embora não se mencione diretamente o ES, sua ação produziu em Ester e Mardoqueu profunda humildade,
conduzindo-os ao amor mútuo e à lealdade (Rm 5.5)
O ES também dirigiu e fortaleceu Ester para jejuar pelo seu povo e pedir que este fizesse o mesmo. (Rm
8.26,27).

Introdução ao Livro de Jó

Autor: Incerto (Moises ou Salomão)


Data: Não especificada ( do séc. V ao II aC)

Autor

A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos antigos sábios,
cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu
autor.

Data

Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal (cerca de
2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é
obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés, acham que a
história surgiu lá pelo séc. XV aC. Ouros acham que surgiu lá pelo séc. II aC. A maior parte dos
conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela metade do séc. X aC.

Conteúdo

A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentil.
Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” - o Todo
Poderoso. (Há 30 referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida
siminômade.

O Livro de Jó tem sido chamado de “poema dramático de uma história épica”. Os caps 1-2 são um prólogo
que descreve o cenário da história. Satanás apresenta-se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a
piedade de Jó, dizendo: “Porventura, teme Jó a Deus debalde?” (1.9). Vai mais longe e sugere que se Jó
perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá licença a satanás para provar a fé que tinha Jó,
privando-o de sua riqueza, da sua família e, finalmente, da sua saúde. Mesmo assim, “em tudo isto não pecou
Jó com os seus lábios” (2.10). Jó, então, é visitado por três amigos—Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta e
Zofar, o naamatita; que ficam impressionados pela deplorável condição de Jó que permanecem sentados com
Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.

A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio de Eliú a Jó. Os
quatro homens tentam responder a pergunta: “ Por que sofre Jó?” Elifaz, argumentando a partir da sua
experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam são punidos. Como Jó
está sofrendo, obviamente pecou. Bildade, sustentando sua autoridade na tradição, sugere que jó é um
hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas vieram, então Jó deve ter pecado. “Se fores
puro e reto, certamente, logo despertará por ti” (8.6). Zofar condena Jó por verbosidade, presunção, e
pecaminosidade, concluindo que Jó está recebendo menos do que merece: “Pelo que sabe Deus exige de ti
menos do que merece a tua iniqüidade” (11.6)

Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é conseqüência direta do pecado, e a
iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor de Deus a alguém pela
prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender os caminhos
de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição divina podem ir além da vida presente.
Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova que tanto o
justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado
deplorável e as sua tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em
lugar de trazer-lhe consolo.

Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que prefere não
responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que
qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma
explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz. Ao
mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja,
uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender
com o seu sofrimento, Jó demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual
ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é: 1) ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo
explicação. 2) Mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.

Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se pensava de Deus
durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de Deus foi se fazendo conhecida através
da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram incompletas. Evidentemente,
isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um relato inspirado pelo ES dos incidentes
como realmente aconteceram.

Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um remoinho. A resposta de deus não é
uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, Deus procura tornar Jó mais
humilde. Quando relemos a fala de Deus através do remoinho, tiramos três conclusões a respeito do
sofrimento de Jó: 1) não aparece a intenção de se revelar a Jó a causa dos seus sofrimentos. Deus não
podia, provavelmente, explicar alguns aspectos do sofrimento humano, no momento em que acontece, sem o
risco de destruir o próprio objetivo que esse sofrimento é destinado a cumprir. 2) Deus se envolve com a
realidade do ser humano: Jó e o seu sofrimento são suficientes que Deus fale com ele. 3) o propósito de Deus
também era o de levar Jó a abrir mão da sua justiça própria, da sua defesa própria e sabedoria auto-
suficiente, de forma que pudesse buscar esses valores em Deus.

O Espírito Santo em Ação

Eliú, em seu debate com Jó , faz três declarações significativas sobre o papel do ES no relacionamento do
povo com Deus. Em 32.8, declara que o nível de compreensão de uma pessoa não está relacionada à sua
idade ou etapa de vida, mas é antes o resultado da operação do Espírito de Deus. O Espírito é o autor da
sabedoria dando a cada um a capacidade de conhecer e tirar lições pessoais das coisas que acontecem na
vida. Assim, conhecimento e sabedoria são bênçãos do Espírito aos homens.

O Espírito de Deus é também a fonte da própria vida (33.4). Se não fosse pela influência direta do Espírito, o
homem como nós o conhecemos não teria chegado a existir. Assim foi na criação original do homem, e assim
continua sendo. Eliú declara que a sua própria existência dá testemunho do poder criador do Espírito. O
Espírito de Deus é o Espírito da vida.

Como o Espírito de Deus dá vida e sabedoria ao homem, ele também é essencial à própria continuidade da
raça humana. Se Deus tivesse que desviar a sua atenção para outro lugar, se tivesse que retirar o seu
Espírito-que-dá-vida deste mundo, certamente a história humana chegaria ao seu fim (34.14,15). A intenção
de Eliú é deixar claro que Deus não é caprichoso nem egoísta, pois cuida do ser humano, sustenta-o de forma
constante pela abundante presença do seu Espírito. Dessa forma, o Espírito Santo no livro de Jó é o criador e
mantenedor da vida, conferindo –lhe significado e racionalidade.

Introdução ao Livro de Salmos

Salmos

Autor: Davi, Asafe, filhos de Coré e outros


Data: entre 1000 e 300 aC
Autor

O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias para o uso
tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Em algumas coleções, os compiladores
antigos reuniram a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras, eles coletaram salmos de uma
variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos são de
fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de “salmos órfãos”.

Data

O salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas que vão desde o êxodo até a
restauração depois do exílio babilônico. Mas as coleções menores parecem haver sido reunidas em períodos
específicos da história de Israel: o reinado do rei Davi (1Cr 23.5); o governo de Ezequias (2Cr 29.30); e
durante a liderança de Esdras e Neemias (Ne 12.24). Esse processo de compilação ajuda a explicar a
duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.

O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas variações, na época em que a
Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns séculos antes do advento de Cristo. Os texto Ugaríticos,
quando contrastados com os recentes escritos do mar Morto, mostram que as imagens, o estilo e o
paralelismo de alguns salmos refletem um vocabulário e estilo cananeus muito antigos. Assim, o Livro dos
Salmos reflete o culto, a vida devocional e o sentimento religioso de cerca de mil anos da história de Israel.

Conteúdo

O título hebraico deste livro, Sepher Tehillim, significa “Livro de Louvores”. Os títulos gregos, Psalmoi ou
Psalterion, denotam um poema que deve ser acompanhado por um instrumento de cordas. Entretanto, o
Saltério contém mais do que cânticos para o templo e hinos de louvor. Ele inclui elegias, lamentações,
orações pessoais e patrióticas, petições, meditações, instruções, antífonas histporicas e tributos em acrósticos
sobre temas nobres.

Em sua forma final no cânon das Escrituras, o Livro dos Salmos é subdividido em cinco livros menores. Cada
livro é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poemas. Uma doxologia apropriada foi
colocada pelos editores no final de cada livro. No livro I (Sl 1-41), a maioria dos cânticos são atribuídos a Davi.
O Livro II (Sl 42-72) é uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos de Corá, Asafe, Davi e Salomão;
nessa coleção, quatro escritos permanecem anônimos. O Livro III (Sl 73-89) é marcado por uma grande
coleção de cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7). Embora a maioria dos
salmos no Livro IV (Sl 90-106) não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão colaboraram
também. No Livro V (Sl 107-150) registram-se vários cânticos de Davi. A série de cânticos chamada de Hallel
Egípcio (Sl 113-118) também está no Livro V. Os cânticos finais nesse livro (Sl 146-150) são conhecidos
como o “Grande Hallel”. Cada cântico começa e termina com a exclamação hebraica de louvor, “Hallelujah!”.

Títulos informativos são encontrados no começo de muitos dos salmos. A preposição hebraica usada em
muitos títulos pode ser traduzida de três maneiras: “a”,”para”, e “de”. Ou seja, “dedicado a”, “para o uso de” e
“pertecente a”. Todos os títulos que descrevem a situação histórica do salmo tratam da vida de Davi. Os
salmos 7, 34, 52, 54, 56, 57, 59 e 142 referem-se aos eventos ocorridos durante o problemático
relacionamento de Davi com Saul; o salmos 3, 18, 51, 60 e 63 cobrem o período em que Davi reinou sobre
Judá e Israel. Outros títulos precedentes aos salmos referem-se aos instrumentos usados no
acompanhamento; à melodia ou música apropriada; que parte do coral deve guiar (por exemplo, soprano,
tenor, baixo); ou que tipo de salmo é (por exemplo: meditação, oração). Alguns dos significados destas
anotações musicais e litúrgicas são hoje desconhecidas.

Poesia Hebraica. Em lugar de rima de sons, a poesia e o cântico hebraicos são marcados pelo paralelismo,
ou rima de idéias. A maioria dos paralelismo são dísticos que expressam pensamentos sinônimos em cada
linha (36.5). Outros são antíteses, em que a segunda linha expressa a negativa da linha precedente (20.8).
Também há dísticos construtivos ou sintéticos, os quais tendem a adicionar ou a fortalecer um pensamento
(19.8,9). Alguns poucos paralelismos são causais, apresentando a justificativa da primeira linha (31.21). Às
vezes, o paralelismo envolve três linhas (1.1), quatro (33.2,3) ou mais linhas.
O Espírito Santo em Ação

O livro dos Salmos e os princípios de culto que eles refletem atendem à alma do homem e ao coração de
Deus, pois são produto da obra do ES. Davi, o principal colaborador do livro dos Salmos, foi ungido pelo ES
(1Sm 16.13). Essa unção não foi apenas pra o reinado, mas para o oficio de profeta (At 2.30); e as suas
afirmações proféticas foram feitas pelo poder do ES (Lc 24.44; At 1.16). Na verdade, as letras desses cânticos
foram compostas por inspiração do Espírito (2Sm 23.1,2), como também os planos de escolher maestros e
corais com orquestras de acompanhamentos (1Cr 28.12,13).

Portanto, os Salmos são únicos e imensamente diferente das obras de compositores seculares. Ambas
podem refletir a profundidade da agonia experimenta pelo espírito humano atormentado, com toda a sua
comoção, e expressar a alegria extasiante da alma libertada, mas apenas os Salmos chegam a um plano
superior através da unção criativa do ES. Relatos específicos mostram que o ES opera criando vida (104.30);
que acompanha fielmente os crentes (139.7); que guia e instrui (143.10); que sustém o penitente (51.11-12); e
que interage com o rebelde (106.33).

Introdução ao Livro de Provérbios

Provérbios

Autor: Salomão, Agur e rei Lemuel


Data: Cerca de 950 aC

Autor

Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por quarenta anos, de 970 a 930 aC,
assumindo o trono quando tinha cerca de vinte anos de idade.
Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos deixou mais livros do que qualquer
outro escritor do AT, excetuando-se Moisés. Parece provável que Cantares de Salomão tenha sido escrito
quando ele era um jovem romântico; Provérbios, quando estava mais maduro e no auge de seu poder;
Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a conclusões filosóficas— e talvez mais cínico. Se
poder não se mostrava em campos de batalha, mas no domínio da mente: meditação, planejamento,
negociação e organização.

A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus resultados práticos, como no caso da
disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas também de declarações diretas das Escrituras. Em 1Rs 3.12 Deus
diz: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu
igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio do que todos os homens”, seguindo um
citação de vários nomes de homens sábios para comparação. A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1)
nada se sabe, exceto que, pelos seus nomes, não são israelitas. A sabedoria é universal, não nacional.

Data

Uma vez que o Livro de Pv é uma compilação, sua composição estendeu-se por um longo período, com a
obra principal datada de cerca de 950 aC. Os caps. 25-29 são identificados como transcritos pelos “homens
de Ezequias”, o que situa a cópia em cerca de 720 aC, embora o material em si fosse de Salomão, talvez
retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias.

Conteúdo

Sob a liderança de Salomão, Israel alcançou sua maior extensão geográfica e desfrutou da menor violência
de todos o período monárquico. “Pacifico”, o significado de seu nome, descreve o reinado de Salomão. E paz,
com sabedoria, trouxe prosperidade sem precedentes para a nação, o que se tornou motivo de respeito e
admiração para o rainha de Sabá (1Rs 10.6-9) e pra outros governantes da época. Palavras sábias, como
música ou outras formas de arte, tendiam a florescer em tal época, e então durar pelas gerações seguintes.
O livro de Pv não é apenas uma coleção de provérbios, mas uma coleção de coleções. Seu pensamento ou
tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (9.10), aparecendo de outra maneira
como: “O temor do SENHOR é o principio (ou parte principal) da ciência” (1.7). Dentre a diversidade de
exemplos, algumas verdades se repetem:

A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o mais valioso dos bens.
A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto.
A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa e vem por meio da atenção à instrução.
A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom.
O homem mau sofre as conseqüências de seus atos maus.
O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o pecador nunca devem ser admirados.

Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido de muitas palavras-
chaves. Entre várias ideias que são colocadas em contraste estão:

Sabedoria em oposição a Loucura


Justiça em oposição a Impiedade
Bem em oposição ao Mal
Vida em oposição a Morte
Prosperidade em oposição a Pobreza
Honra em oposição a Desonra
Permanente em oposição a Transitório
Verdade em oposição a Falsidade
Ação em oposição a Preguiça
Amigo em oposição a Inimigo
Prudência em oposição a Precipitação
Fidelidade em oposição a Adultério
Paz em oposição a Violência
Boa Vontade em oposição a Ira
Deus em oposição ao Homem

O Espírito Santo em Ação

O ES não é mencionado diretamente no Livro de Pv. Mas a sabedoria se refere ao seu espírito (1.23), que é,
sem dúvida, o ES. De fato, um ponto principal do livro é que a sabedoria sem Deus é impossível; assim,
nesse sentido, seu espírito tem destaque em toda parte. No entanto, a palavra predominante traduzida por
“espírito” no livro tem quase sempre o sentido de “atitude” ou “comportamento”, nunca implicando uma
personalidade.

Em nosso época, um tempo de ação especial do ES, é o Espírito que nos ajuda a garimpar as riquezas de Pv,
mais do que Pv nos ajuda a entender o Espírito. Foi dito a respeito do AT e do NT. “O Novo está encoberto no
Antigo; o Antigo está revelado no Novo”. No caso do Livro de Pv, o Espírito Santo no NT demonstra como a
sabedoria do Livro (que vem apenas através da justiça) é colocada em prática.

Introdução ao Livro de Eclesiastes

Eclesiastes

Autor: Salomão
Data: Cerca de 931 aC

Autor e Data

O nome Eclesiastes deriva do termo grego ekklesia (“assembléia”) e significa “aqueles que fala a uma
assembléia”. O termo hebraico correspondente é qohelet, que significa “aquele que convoca uma assembléia”
recebendo muitas vezes a tradução de “Professor” ou “Pregador” em outras versões da Bíblia. Eclesiastes e,
geralmente creditado a Salomão (cerca de 971 a 931 aC), escrito em sua velhice. O tom pessimista que
impregna o livro talvez seja um efeito do estado espiritual de Salomão na época (ver 1Rs 11). Embora não
mencionado em 1Rs, Salomão provavelmente recobrou a consciência antes de morrer, arrependeu-se e
voltou-se para Deus. Ec 1.1 parece ser uma referência a Salomão: “Palavra do pregador, filho de Davi, rei em
Jerusalém”. Alusões à sabedoria de Salomão (1.16), à riqueza (2.8), aos servos (2.8), aos prazeres (2.3)e a
atividade de edificação estão espalhadas por todo o livro.

Contexto

O livro evidencia um período em que, para o autor, as soluções tradicionais pras as grandes questões da vida,
particularmente para o sentido da vida, perderam a sua relevância. Ao invés de responder estas questões
com citações da Escritura, o Pregador introduz uma metodologia baseada na observação e na indução. A
sabedoria, quando encontrada em outra literatura sapiencial da Bíblia (Jó, Pv e certos Sl), é sinônimo de
virtude e piedade; e sua antítese, a loucura, representa a maldade. No livro de Ec, a palavra “sabedoria”, às
vezes, é usada nesse sentido quando se trata da interpretação israelita tradicional sobre a sabedoria (como
em 7.1-8.9; 10.1-11.16). Mas no capítulo de abertura (1.12-18), o autor lida com a sabedoria enquanto o
processo de puro pensamento, semelhante à filosofia frega, com questionamento dos valores absolutos.
Mesmo sem contestar a existência de Deus, a qual confere sentido à criação, o Pregador está determinado a
procurar esse sentido através da sua própria experiência e observação, a fim de poder verificar esse sentido
pessoalmente e transmiti-lo aos seus discípulos.

Conteúdo

O livro de Ec apresenta todos os indícios de ser um ensaio literário cuidadosamente composto que precisa ser
compreendido em sua totalidade antes de poder ser entendido em parte. O Conteúdo do livro é definido por
versos quase idênticos (1.2; 12.8), que circunscrevem o livro ao antecipar e resumir as conclusões do autor. O
tema é definido em 1.3: “Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?”
Ou, pode a verdadeira sabedoria ser encontrada por um ser humano à parte da revelação de Deus?

A busca do Pregador é por algum tipo de valor (“vantagem) fixo, imutável, que possa ser achado nesta vida
(“debaixo do sol”), que possa servir como base de uma vida adequada. O termo hebraico traduzido pro
“vantagem” é yitron (1.3) e também pode ser traduzido por “ganho”, “valor”. “Vaidade” é uma palavra –chave
no livro, traduzida do termo hebraico hebel (lit. “fôlego”), indicando assim aquilo que é mortal, transitório e
efêmero. Tentando cada um dos caminhos propostos pela humanidade para alcançar o valor procurado, ele
os acha evasivos (“aflição de espírito”), fugazes e transitórios (“vaidade”). A “sabedoria” de 1.12-18 está
desprovida de valor verdadeiro. E a resposta também não é encontrada no prazer, na riqueza, em grandes
realizações (2.1-11), em um doutrina de compensação (2.12-17) ou no materialismo (2.18-26).

Qual deve ser nossa atitude diante do fato de que nem as realizações nem as coisas materiais são yitron, ou
seja, não têm valor permanente? A resposta introduz o tema secundário do livro: devemos desfrutar tanto a
vida como também as coisas que Deus nos tem concedido (3.11-12; 5.18-20; 9.7-10), lembrando que, no
final, Deus nos julgará pelo modo como fizemos isso (11.7-10). Mesmo a própria vida humana, em qualquer
sentido humanista, secular, não pode ser considerada como o yitron que o Pregador procura. Mesmo a
relação de vida e morte é um tema subordinado no livro.

Mas retomando à busca principal do Pregador: será que essa busca está destinada a terminar (12.8) como
começou (1.2), numa nota de desespero? A constante investigação do Pregador por um sentido para toda a
existência demonstra que ele é um otimista, não um pessimista, e o seu fracasso em descobrir algum valor
absoluto, permanente, nesta vida (“debaixo do sol”), não significa que a sua busca seja um fracasso. Ao
contrário, ele se acha forçado (pela observação de Deus pôs ordem no universo quando este foi criado, 3.1-
14) a buscar o valor que tanto procura no mundo do porvir (não “debaixo do sol”, mas “acima do sol”, por
assim dizer). Embora não afirme isso especificamente, a lógica que envolve toda a sua busca compele a
encontrar o único verdadeiro yitron no temor (reverência) e na obediência a Deus (11.7-12.7). Isso é afirmado
no epílogo: o dever de toda a humanidade é a reverência a Deus e o cumprimento dos seus mandamentos
(12.13). Isso precisa acontecer, mesmo que durante esta vida não haja justiça verdadeira , pois Deus, no fim,
trará a juízo tudo o que existe (11.9; 12.14). Com esta observação profunda o livro termina.

O Espírito Santo em Ação


Toda as referencias ao “espírito” em Ec são referentes à força vital que anima o ser humano ou o animal (ver
3.18-21). Apesar disso, o livro antecipa alguns dos problemas enfrentados pelo apóstolo Paulo na
implementação de dons espirituais em 1Co 12-14. As pessoas que acreditam que Deus lhes fale através do
ES em sonhos e visões (Jl 2.28-32; At 2.17-21) agiriam bem se prestassem atenção na sábia advertência do
Pregador de que nem todo sonho é voz de Deus (5.3). Paulo aparenta ter isso em mente ao falar sobre os
dons de línguas e profecias em 1Co 14.9, aconselhando uma manifestação ordenada, seguida de um
julgamento da assembléia sobre a declaração. Da mesma forma, a ênfase do Pregador na reverência e na
obediência a Deus é paralela à preocupação de Paulo com a edificação da igreja (1Co 14.5). Os verdadeiros
dons espirituais— manifestações genuínas de ações ou expressões miraculosas– acontecem em espírito de
reverência pra a glória de Deus através de Cristo e para a edificação dos crentes.

Introdução ao Livro de Cântico dos Cânticos

Cântico do Cânticos

Autor: Salomão
Data: Entre 970 a 930 aC

Autor e Data

A autoria de Salomão é contestada, mas a glória do simbolismo salomônico é essencial em Cantares. Jesus
referiu-se duas vezes à glória e sabedoria de Salomão (Mt 6.29; 12.42). Como filho real de Davi, Salomão
tece um lugar singular na história da aliança (2Sm 7.12,13). Seus dois nomes de nascimento, que simbolizam
paz (Salomão) e amor (Jedidias), aplicam-se diretamente a Ct (2Sm 12.24-25); 1Cr 22.9). O glorioso reino de
Salomão foi como uma restauração do jardim do Éden (1Rs 4.20-34), e o templo e o palácio que construiu
personificam as verdades do tabernáculo e a conquista da Terra Prometida (1Rs 6.7). Salomão encaixa-se
perfeitamente como a benção personificada do amor da aliança, visto que ele aparece em Ct com toda a sua
perfeição real (1.2-4; 5.10-16). Embora Ct não forneça informações precisas sobre o contexto, Salomão
reinou em Israel de 970 a 930 aC. Linguagem e ideais similares também são encontrados na oração que Davi
fez no templo por Salomão e pelo povo durante a entronização de Salomão (1Cr 29).

Características e Conteúdo

O livro de Ct é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e uma obra– prima teológica. No
séc. II, um dos maiores rabinos, Akida bem Joseph, disse: “No mundo inteiro, não há nada que se iguale ao
dia em que o Cântico dos Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Ct, em si, é como a sua fruta favorita, a
romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante diferente de qualquer outro livro bíblico. Ele merece
consideração especial como arquétipo bíblico que apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das
relações humanas. Ct emprega linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao
Livro de Apocalipses.
Ct contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição completa dos produtos de seu jardim.
Isso deve ser entendido como um paralelo poético do amor conjugal e como bênçãos ao povo da aliança, em
sua terra.

Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te pelas pisadas das ovelhas” (1.8).
Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de calcanhar”, e pode ser uma alusão a Jacó, o patriarca cujo
nome conota “um calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua constante luta pela bênção de Deus e do
homem são citadas como a norma bíblica para o povo de Deus (Os 12.3-4,12,14). Ele nasceu segurando o
calcanhar do seu irmão, um manipulador congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser,
como ilustrado por seu mancar em Maanaim (Gn 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a ameaça de
uma irmão irado. Retornou pra sua terra depois de 20 anos com uma instituição familiar defeituosa. Ardil, falta
de amor, ciúme, raiva e amor de aluguel (de mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca
estrutura. Os próprios nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.

A sulamita ajuda e reescreve essa história. Ela executa a dança memorial de Maanaim (6.13); ver Gn 32.2).
Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o deixa partir (3.4; ver Gn 32.26). Mandrágoras perfumadas
crescem nos campos dela (7.11-13; ver Gn 30.14). Quando as filhas vêem, chama-na bem– aventurada ou
feliz (6.9; ver Gn 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore familiar produz “frutos excelentes”, os melhores
(7.13; ver Dt 33.13-17). As bênçãos da aliança que havia sido distorcidas são redimidas. Os mesmos
acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor conjugal. Dessa maneira, ela detém o seu
marido e não o deixa partir (3.4). É o seu marido que elogia sua beleza (6.4-10). E a procissão de um
casamento real e a alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem retratadas em 3.6-5.1.

O Espírito Santo em Ação

De acordo com Rm 5.5, “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo ES”. Baseado em Jesus
Cristo, o ES é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Ct é inconcebível à parte do
ES. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada especialmente ao Espírito, pois ele mesmo
faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At 2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no
“sopro” divino do fôlego da vida (o ES, Sl 104.29,30) de Gn 2.7 parece vir à tona em Ct. Isso acontece em
“antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e,
surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).

Introdução ao Livro de Isaías

Isaías

Autor: Isaias
Data: Entre 700 - 690 aC

Autor

O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o filho de Amoz, como o seu autor. O nome “Isaias” significa “O
SENHOR é salvação”. A visão e a profecia são reivindicadas quaro vezes por Isaías; seu nome é mencionado
mais doze vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes em 2Rs e quatro vezes em 2Cr.
O Livro de Is é citado diretamente no NT vinte e uma vezes sendo atribuído em cada caso ao profeta Isaías.
Argumentos diversos favorecem a autoria única: 1) palavras– chave e frases-chave estão igualmente
distribuídas através de todo o livro; 2) referências à paisagem e as cores locais são uniformes. A beleza de
estilo superior na poesia hebraica nos últimos capítulos de Is pode ser explicada pela mudança de assunto,
de julgamento e súplica para consolo e segurança.

Data

O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá”
(1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para o ofício profético tenha sido feito no ano que o rei Uzias
morreu, que foi em cerca de 740 aC (6.1,8). Entretanto, é provável que ele tenha começado durante a ultima
década do reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria, Senaqueribe, que morreu em
cerca de 680 aC (37.37,38), ele deve ter sobrevivido a Ezequias por alguns anos. A tradição diz que Isaías foi
martirizado durante o reinado de Manassés, filho de Ezequias. Muitos acreditam que a forma “serrados” em
Hb 11.37 é uma referência à morte de Isaías. A primeira parte do livro pode ter sido escrita nos primeiros anos
de Isaías, e oca capítulos posteriores, após a sua retirada da vida pública. Se Isaías começa profetizando em
cerca de 750 aC, o seu ministério pode ter se sobreposto aos ministérios de Amós e Oséias em Israel, bem
como o de Miquéias em Judá.

Contexto Histórico

Isaias profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e do Sul
haviam experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel, governado por
Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e
Ezequias, manteve uma conformidade exterior à ortodoxia, mas, gradualmente, caiu num sério declínio moral
e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres
negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se
bêbados que queriam agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14).
Embora estivesse para vir mais uma avivamento a Judá sob o rei Josias (640-609 aC), estava claro para
Isaías que a aliança registrada por Moisés em Dt 30.11-20 havia sido tão inteiramente violada, que o cativeiro
e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como o era para Israel. Isaías entrou em seu ministério
aproximadamente na época da fundação de Roma e dos primeiros Jogos Olímpicos dos gregos. As forças
européia ainda não estavam preparada para grandes conquistas, mas diversas potências asiáticas estavam
olhando para além de sua fronteiras. A Assíria, particularmente, estava inclinada a conquistas ao sul e ao
oeste. O profeta, que era um estudioso dos assuntos mundiais, podia ver que o conflito era iminente. A Assíria
conquistou Samaria em 721 aC.

Cristo Revelado

Depois de sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de seus discípulos e “explicava-lhes o que dele se
achava em todas a Escrituras” (Lc 24.27). Para fazer isso, ele deve ter extraído muita coisa do Livro de Is,
porque dezessete capítulos contém referências proféticas a Cristo. Cristo é citado como o “Senhor, Renovo do
Senhor, Emanuel, Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Raiz de Jessé,
Pedra Angular, Rei, Pastor, Servo do SENHOR, Eleito, Cordeiro de Deus, Líder e Comandante, Redentor e
Ungido”.

O Cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do Messias. Nenhum texto em ambos os
testamentos expõe de um modo tão completo o propósito da morte vicária de Cristo na cruz. Ele é citado
diretamente nove ou dez vezes por escritores do NT: 52.15 (Rm 15.21); 53.1 (Jo 12.38; Rm 10.16); 53.4 (Mt
8.17); 53.5 (Rm 4.25; 1Pe 2.24); 53.7-8 (At 8.32-33); 53.9 (1Pe 2.22); 53.10 (1Co 15.3-4); 53.12 (Lc 22.37).
Também existem muitos cumprimentos de detalhes no cap. 53 em adição às citações diretas.

O Espírito Santo em Ação

O ES é mencionado especificamente quinze vezes, sem contar as referências ao poder, efeito ou influência
do Espírito que não citam seu nome. Há três categorias gerais sob as quais a obra do ES pode ser descrita:

A unção do Espírito sobre o Messias pra fortalece-lo, para seu domínio e governo como Rei no trono de Davi
(11.1-12); como o Servo sofredor do Senhor, que irá fazer cura, libertação, iluminação e justiça às nações
(42.1-9); como o Ungido (Messias) em seus dois adventos (61.1-3; Lc 4.17-21). O derramamento do Espírito
sobre Israel para lhes dar triunfo em sua reabilitação conforme o padrão do Êxodo (44.1-5; 63.1-5), para
protegê-los de seus inimigos (59.19) e para preservar Israel em relacionamento de concerto com o SENHOR
(59.21). Entretanto, Israel deve ser cuidadoso para não se rebelar e contristar o ES (63.10; Ef 4.30). A
operação do ES na criação e na preservação da natureza (40.30; ver também 48.16). O Senhor Jesus, que
teve seu ministério terreno realizado no poder e unção do ES, como Isaías havia profetizado, prometeu
derramar seu Espírito sobre a Igreja, pra fortalecê-la para o ministério no cumprimento da Grande Comissão.

Introdução ao Livro de Jeremias

Jeremias

Autor: Jeremias
Data: Entre 626—586 aC

Autor

Jeremias, filhos de Hilquias, foi um profeta da cidade leveita de Anatote e talvez tenha sido descendente de
Abiatar. O significado do seu nome é incerto, mas “O SENHOR exalta” e “O Senhor lança” são possibilidades.
A vida pessoal desse profeta é mais conhecida do que a de qualquer outro profeta do AT porque ele nos
deixou muitas marcas de seus pensamentos, preocupações e frustrações.

Jeremias recebeu a ordem de não se casar ou ter filhos para ilustrar a sua mensagem: o julgamento era
iminente, e a próxima geração seria exterminada. Seu companheiro e amigo chegado era o seu escriba
Baruque. Jeremias tinha poucos amigos além dele. Ao que parece, são qualificados como amigos apenas
Aicão, Gedalias, filho de Aicão e Ebede-Meleque. Isso de deve em parte por causa da mensagem de ruína
proclamada por ele, uma mensagem contrária à esperança do povo e que incluía um sugestão de rendição
aos babilônios. Apesar dessa mensagem de ruína, da sua severa repreensão aos líderes e do desprezo pela
idolatria, o seu coração doía pelo povo, pois abia que a salvação de Israel não esta desassociada da fé em
Deus e de um relacionamento de aliança correto, expresso pela obediência.

Data

Jeremias profetizou a Judá durante os reinados de Josias, Jeoaqui, Jeconias e Zedequias. O seu chamado é
datado de 626 aC, e o seu ministério continuou até pouco tempo depois da queda de Jerusalém, em 586 aC.
O profeta Sofonias precedeu ligeiramente a Jeremias e Naum, Habacuque e Obdias forma contemporâneos
seus. Ezequiel foi um contemporâneo mais jovem, profeizando na Babilônia de 593 aC a 571 aC.

Contexto Histórico

Jeremias iniciou seu ministério no reinado de Josias, um rei bom que adiou temporariamente o juízo de Deus
prometido por causa do governo terrível de Manassés. Os acontecimentos estavam mudando rapidamente o
Oriente Próximo. Josias tinha iniciado uma reforma, a qual incluía a destruição dos lugares altos pagãos em
Judá e Samaria. Entretanto, a reforma teve um efeito pouco duradouro sobre o povo. Assurbanipal, o último
grande rei assírio, morreu em 627 aC. A Assíria estava enfraquecendo, e Josias expandindo o seu território
para o norte. A Babilônia, sob o domínio de Nabopolasar, e o Egito, sob Neco, estavam tentando sustentar
sua autoridade sobre Judá.

Em 609 aC, Josias foi morto em Megido ao tentar impedir o Faraó Neco de ir contra o que restava da Assíria.
Três filhos de Josias (Joacaz, Jeoaquim e Zedequias) e um neto (Joaquim) sucederam-no no trono. Jeremias
viu a insensatez da linha de ação política desses reis e alertou-os sobre os planos de Deus para Judá, mas
nenhum deles deu atenção à advertência. Jeoaquim foi abertamente hostil a Jeremias e destruiu um rolo
enviado a ele, cortando-o em algumas colunas e jogando-as no fogo. Zedequias foi um governante fraco e
vacilante, buscando às vezes os conselhos de Jeremias, outras vezes permitindo que os inimigos de Jeremias
o maltratassem e o aprisionassem.

Conteúdo

O livro consiste principalmente em uma breve introdução (1.1-3), uma coleção de oráculos contra Judá e
Jerusalém, que Jeremias ditou ao seu escriba Baruque (1.4-20.18), oráculos contra nações estrangeiras
(25.15-38; caps 46-51), acontecimentos sobre Jeremias escritos em terceira pessoa, provavelmente por
Baruque (caps 26-45), e um apêndice histórico (cap 52), que é quase idêntico a 2Rs 24-25. As profecias do
livro não estão em ordem cronológica. Jeremias tinha um coração compassivo para com o seu povo e orou
por ele mesmo quando o Senhor lhe disse que não fizesse isso. Ainda assim, condenou os governantes, os
sacerdotes e os falsos profetas por levar o povo à perdição. Atacou também o povo por sua idolatria e
proclamou um juízo severo a menos que o povo se arrependesse. Conhecendo as intenções de Deus,
defendeu a rendição à Babilônia e escreveu aos que já estavam no exílio para que se estabelecessem e
vivessem suas vidas normalmente. Foi estigmatizado por muitos como traidor por causa da sua pregação.
Entretanto, Jeremias tinha em seu coração o melhor para o povo. Sabia que a nação seria destruída caso a
aliança de Deus não fosse honrada. Mas Deus também se interessava pelos indivíduos e seu relacionamento
para com ele. Como Ezequiel, Jeremias enfatizou a responsabilidade individual.

Jeremias era apenas um jovem quando foi chamado para carregar uma severa mensagem de ruína ao seu
povo. Tentou evitar essa tarefa, mas foi incapaz de permanecer calado. O povo tornara-se tão corrupto sob
Manassés que Deus resolveu dar um fim à nação. Derrotado e levado ao exílio, o povo iria refletir sobre o que
lhe acontecera e por quê. E depois do castigo e arrependimento apropriados, Deus traria uma remanescente
de volta a Judá, puniria as nações que os havia punido e cumpriria a sua antiga aliança com Israel, Davi e os
levitas. E ainda lhes daria uma nova aliança e escreveria a sua lei em seus corações. O trono de Davi seria
novamente estabelecido, e sacerdotes fiéis serviriam ao povo. Os oráculos contra as nações estrangeiras
ilustram a soberania de Deus sobre todo o mundo. Todas as nações pertencem a ele e todas devem a ele por
sua conduta.

Cristo Revelado
Através de sua ação e atitude, Jeremias retrata um estilo de vida similar ao de Cristo e, por esta razão, pode
ser considerado um tipo de Cristo no AT. Ele demonstrou grande compaixão pelo seu povo e chorou por ele.
Sofreu muito nas mãos do povo, mas perdoou. Jeremias é uma das personalidades mais parecidas com
Cristo no AT. Diversas passagens de Jeremias são aludidas por Jesus em seu ensino: “é, pois, esta casa, que
se chama pelo meu nome, um caverna de salteadores aos vossos olhos?” (7.11; Mt 21.13); “que tendes olhos
e não vedes, que tendes ouvido e não ouvis” (5.21; Mc 8.18); “achareis descanso para a vossa alma”(6.16; Mt
11.19); “ovelhas perdidas forma o meu povo” (50.6; Mt 10.6).

O Espírito Santo em Ação

Um símbolo do ES é o fogo. Deus assegurou a jeremias: “converterei as minhas palavras na tua boca em
fogo” (5.14). Em certo momento, Jeremias quis parar de mencionar a Deus, mas “isso foi no meu coração
como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer e não posso” (20.9). Hoje,
chamaríamos a isso a obra do ES em Jeremias. Além do trabalho normal de inspirar o profeta e revelar-lhe a
mensagem de Deus, também é o ES quem cumpre a promessa do novo concerto que irá colocar a lei de
Deus na mente de seu povo e escrevê-la no seu coração.

Introdução ao Livro de Lamentações

Lamentações

Autor: Jeremias
Data: 587 aC

Autor

Como era o costumes, os judeus usavam a primeira palavra do livro como seu título, e isso originalmente ficou
conhecido como “ekah, “como!” Essa palavra era comumente usada para significar “Ai!” compara com seu uso
em 2.1; 4.1 Is 1.21. Alguns também de referiam ao livro como qinot ou “lamentações”, e é assim que
chegamos ao títulos que usamos. O autor não é mencionado, mas tradições que vêm de muito antes de Cristo
sustentam que Jeremias o tenha escrito. Existe muitas semelhanças entre os textos de Lm e Jeremias.

Contexto Histórico

O povo de Judá foi capaz de pensar que eles eram a única raça escolhida por Deus. Como tal, eles sentiram
que poderiam sempre experimentar boas coisas. Deus tinha feito um concerto de bênçãos com eles, mas isto
tudo era condicional. Uma descarada desobediência poderia significar que os bons aspectos das bênçãos
poderiam ser substituídos por um castigo. O cumprimento das promessas de bênção podiam sempre pular
algumas gerações de israelitas que eram desobedientes. Os Livros de 2Rs e 2Cr descrevem o declínio moral
do Reino de Judá (apesar das advertências proféticas), que conduzia à derrota e ao cativeiro (ver 2.17).
Quando o rei Zedequias se rebelou contra os babilônios, aos quais o povo de Judá ficou sujeito.
Nabucodonosor atacou Jerusalém (2Rs 24.20). Enquanto ele estava sitiando a cidade, o povo que estava
dentro da cidade estava faminto. Quanto eles romperam o muro, Zedequias e os soldados procuraram fugir
(2Rs 25.4). Mas eles logo foram levados cativos. Nubuzaradã, capitão da guarda de Nabucodonosor, destruiu
a mairo parte de Jerusalém, queimou o templo e levou a todos, exceto as pessoas mais pobres, para o exílio
(2Rs 25.8-12).

Os poemas deste livro parecem ter sido compostos durante e após o tempo no qual tudo isso estava
acontecendo. Esses poemas se tornam especialmente penetrantes quando contratam as antigas bênçãos e
forças de Judá com o caos e o sofrimento que seus pecados haviam levado sobre si. O povo escolhido e
protegido tinha perdido tudo e estava numa situação de desesperança. Tudo que tinha significado para esse
povo havia sido destruído. Mas os poemas também descreve o ministério de Jeremias, mandado novamente
como profeta para falar a respeito das circunstância modificadas do povo de Deus. Ele ajudou o povo a dar a
expressão necessária para as suas aflições e também deu conforto para ele. Ele também os ajudou a pensar
a respeito da mão de Deus sobre eles em forma de castigo e ajudou para se submetessem penitentemente ao
julgamento que eles mereceram até que isso tivesse passado (3.28-33) Somente após uma completa
humilhação é que o povo estaria em condições de pensar sobre uma restauração.
Temas

As lamentações caracterizam seis temas principais, todos relacionados com o conceito de sofrimento: O
sofrimento deles era o resultado dos seus pecados. Esse forte tema é visto em cada capítulo ( como em 1.5;
2.14; 3.42; 4.13; 5.16). No tempo em que foram escritos, isso era obviamente aceiro. Até mesmo os babilônios
reconheceram o fato (Jr 40.3). Eles sabiam que o seu sofrimento não havia v indo sobre eles por acaso. Ele
foi devido à ira de Deus provocada por seus pecados (2.1). Ele estava lidando com a situação espiritual deles,
e eles tinham de sentir isso de modo pessoal.

O sofrimento deles era visto como se causado por Deus e não por seres humanos. O sofrimento deles poderia
conduzi-los a Deus. O profeta está constantemente consciente de Deus, dos seus propósitos e do
relacionamento de Deus com seu povo. Aqui não há indicação de que o sofrimento seja resultado de um total
abandono de Deus ou de uma erradicação dos seus princípios da mente deles.
Sofrimento, lágrimas e oração devem andar juntos. Eles foram encorajados a abrir seu coração a Deus,
chorar diante dele e contar a ela todos dos detalhes de sua dor, mágoa e frustração. Cada capítulo, exceto o
4, termina com uma oração.

A oração deve ser sempre feita buscando algum fio de esperança. A oração nunca deve ser derrotada pela
aflição. Após detalhadas descrições de sofrimento e aflição, nos primeiros dois capítulos e meio, uma nova
compreensão parece surgir em 3.21-24. Aqui, fala acerca da esperança e, também, da misericórdia,
compaixão e fidelidade de Deus. Isso era uma prova de que uma manifestação da disciplina de Deus não
significava que o seu amor havia cessado. Quando a disciplina tivesse atingido seu propósito, as
circunstâncias mudariam (3.31,32). Deus pode ter usado a Babilônia, mas isso não significava que os
babilônios eram seus eleitos ou que ele era a favor de seus métodos cruéis (3.34-36). O futuro continha um
vindicação de Israel sobre seus inimigos (3.26.32). A responsabilidade deles era de submeter pacientemente
aos seus sofrimentos. As sua aflições tinha de ser aceitas com paciência, com a consciência de que isto iria
terminar quando a vontade de Deus tivesse sido cumprida (3.26-32).

O Espírito Santo em Ação

A aflição divina sobre os pecados de Israel (2.1-6) no lembra que o ES é, freqüentemente, entristecido pelo
nosso comportamento (Is 63.10). O arrependimento é também uma manifestação da obra do ES entre o povo
de Deus (3.40-42; Jo 16.7-11)

Introdução ao Livro de Ezequiel

Ezequiel

Autor: Ezequiel
Data: Entre 593 - 573 aC

Autor

O autor, cujo nome significa “Deus fortalece”. É identificado como “Ezequeil, filho de Buzi, o sacerdote” (1.3).
Embora essa identificação tenho sido questionada, parece não haver razão válida para se duvidar disso. Ele
era, provavelmente, um membro da família sacerdotal dos zadoqueus, que se tornaram importantes durante
as reformas de Josias (621 aC). Ele foi treinado para o sacerdócio durante o reinado de Joaquim, foi
deportado para a Babilônia (1.1; 33.21; 40.1) em 597 aC e estabeleceu-se em Tel– Abibe, situada no canal do
rio Quebar, perto de Nipur (1.1). Seu ministério coincidiu brevemente ao de Jeremias.

Data

O chamado de Ezequiel veio a ele em 593 aC, o quinto ano do reinado de Joaquim. A última data dada por
oráculo (29.17) é, provavelmente, 571 aC, fazendo de seu ministério cerca de vinte anos de duração. A morte
de sua esposa ocorreu ao mesmo tempo da destruição de Jerusalém, em 587 aC (24.1,15-17). Exilado por
ocasião do segundo cerco de Jerusalém, por volta de sua iminente e completa destruição, incluído a partida
da presença de Deus. Partes foram também, aparentemente escritas após a destruição de Jerusalém.

Conteúdo

A personalidade de Ezequiel reflete uma força mística. A proximidade de seu contato com o Espírito, suas
visões e a freqüência com a qual a palavra do Senhor vinha até ele fornecem uma conexão entre os profetas
extáticos mais antigos e os profetas e escritores clássicos. Suas experiências espirituais também anteciparam
a atividade do ES no NT. A ele adequadamente pertence o título de “carismático”.

A mensagem de Ez foi endereçada ao resto dos pervertidos de Judá exilados na Babilônia. A


responsabilidade moral do indivíduo é um tema de primeira importância em sua mensagem. A
responsabilidade coletiva não mais resguarda o indivíduo. Cada um deve aceitar uma responsabilidade
pessoal pela desgraça da nação. Cada um é responsável pelo seu pecado individual (18.24). Foi o peso do
pecado acumulado de cada indivíduo que contribui para o rompimento do concerto de Deus com Israel, e
cada qual leva uma porção da culpa pelo julgamento que resultou no exílio. O livro está facilmente dividido em
três seções: o julgamento de Judá (4-24), o julgamento das nações pagãs ( 25-32) e as futuras bênçãos pelo
concerto de Deus com o povo (33-48).

Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta. Na doutrina do homem em Ez, ele
colocou a ênfase no dever pessoal (18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”). Por outro lado, ele enfatizou a
graça divina no renascimento da nação. O arrependimento do remanescente fiel entre os exilados resultaria
na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14). O divino Espírito os estimularia a uma nova vida.
Por essa ênfase no ES na regeneração, Ez antecipava a doutrina do NT do ES, especialmente no Evangelho
de João.

O Espírito Santo em Ação

Quer a revelação profética seja apresentada simbolicamente em visões, sinais, ações de parábolas ou em
fala humana, Ez reivindica por eles o poder e a autoridade do ES. Além disso, há inúmeras referências ao
Espírito de Deus no livro. Alguém pode quase que caracterizar o Livro de Ez como “os Atos do ES” no AT.
Várias dessas referências merecem uma tenção em especial.

Em 11.5, o profeta afirma autobiograficamente que o Espírito do Senhor “caiu” sobre ele e lhe “disse”. O
oráculo que segue é, desse modo, a Palavra de Deus nas palavras de Ezequiel, inspirado pelo ES. O mesmo
(11.24) apresenta o Espírito como ativo em uma visão: “Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão à
Caldéia, para os do cativeiro.”

Talvez a situação melhor conhecida da atividade do Espírito esteja no cap. 37, a visão do vale dos ossos
secos: “Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em Espírito, e me pôs no meio de um vale
que estava cheio de ossos...”(v.1) A visão subseqüente relata o renascimento espiritual do restante do ovo
que estava, até então, no exílio.

Um aspecto final da ação do Espírito na vida do profeta é achado em 36.26: “E vos darei um coração novo e
porei dentro de vós um espírito novo.” Não é somente um ato externo do Espírito o “cair sobre” alguém, mas
também a profetizada experiência subjetiva da presença do Espírito dentro, tal como Ezequiel
inigualavelmente experimentou quando o Espírito “entrou” nele (2.2). Ezequiel antecipou a experiência do
concerto do “novo nascimento”, o qual seria dado pelo Espírito.

Introdução ao Livro de Daniel

Daniel

Autor: Daniel
Data: Final do séc. VI aC
Autor

Daniel foi deportado, enquanto adolescente, no ano de 605 aC, para a Babilônia, onde viveu mais de
sessentas anos. Possivelmente fosse de uma família de classe alta de Jerusalém. Isaias e Ezequias (Is 39.7)
haviam profetizado a deportação para a Babilônia dos descendentes da família real. Inicialmente, Daniel
serviu como estagiário na corte de Nabucodonosor. Mais tarde, tornou-se conselheiro de reis estrangeiros. A
importância de Daniel como profeta foi confirmada por Jesus em Mt 24.15. O nome Daniel significa “Deus é
meu juiz” Sua inabalável consagração a Jeová e sua lealdade ao povo de Deus comprovaram fortemente
essa verdade na vida de Daniel.

Data

Embora o cerco e a deportação de cativos para a Babilônia tenha durado vários anos, os homens fortes e
corajosos, os habilitados e os instruídos foram retirados de Jerusalém logo no início da guerra (2Rs 24.14). A
data do cativeiro de Daniel costumeiramente aceita é de 605 aC. Sua profecia abrange o espaço de tempo de
sua vida.

Contexto Histórico

Juntamente com milhares de cativos de Judá levados para o exílio na Babilônia, entre 605 a 582 aC, os
tesouros do palácio de Salomão e do templo também levados. Os babilônios haviam subjugado todas as
províncias governadas pela Assíria e haviam consolidado o seu império numa área que abrangia grande parte
do Oriente Médio.

Para governar um reino tão diversificado numa área de tamanha extensão, necessitava-se de uma burocracia
administrativa especial. Escravos instruídos ou habilitados que as circunstâncias requeriam tornaram-se a
mão de obra do governo. Por causa de sua sabedoria, conhecimento e boa aparência, quatro jovens hebreus
forma selecionados para o programa de treinamento (1.4). Devido ao caráter excepcional de Daniel,
Hananias, Misael e Azarias, estes jovens foram contemplados com funções relevantes no palácio do rei.
Daniel sobrepujou a todos os homens sábios daquele vasto império (6.1-3).

Conteúdo

O propósito é mostrar que o Deus de Israel, o único Deus, mantém sob seu controle o destino de todas as
nações. Daniel se compõe de três partes principais: Introdução à pessoa de Daniel (1), os testes decisivos do
caráter de Daniel e o desenvolvimento de suas habilidades de interpretação profética (2-7) e a série de visões
de Daniel sobre reinos e acontecimentos futuros (8-12). Nesta parte final, Daniel se apresenta como livro
profético básico para a compreensão de muitas coisas da Bíblia. Muitos aspectos de profecias relacionadas
com os tempos do fim dependem da compreensão deste livro. Os comentários de Jesus no Sermão do Monte
das Oliveiras (Mt 24; 25) e muitas das revelações dadas ao apóstolo Paulo encontram harmonia e coesão em
Dn (ver Rm 11; 2Ts 2). Da mesma forma, Daniel se torna um companheiro de estudo necessário do Livro de
Apocalipse.

Embora a interpretação de Daniel, como também Apocalipse, seja feita de maneira bastante diversificada,
para muitos o enfoque da dispensação tornou-se bastante aceito. Esse enfoque na interpretação encontra em
Dn as chaves que ajudam a desvendar os mistérios de assuntos como o Anticristo, a grande tribulação, a
segunda vinda de Cristo, os Tempos dos Gentios, as ressurreições futuras e juízos. Esse enfoque também vê
as profecias que ainda estão por se cumprir girando em torno de dois eixos principais: 1) o destino futuro da
cidade de Jerusalém; 2) o destino futuro do povo de Daniel; judeus nacionais (9.24). Os escritos de Daniel
cobrem o governo de dois reinos, Babilônia e Medo– Persa, e quatro reis: Nabucodonosor (2.11-4.37);
Belsazar (5.1-31); Dario (6.1-28) e Ciro (10.1-11.1).

Cristo Revelado

A primeira vez que se vê Cristo é na figura do “quarto” (homem) ao lado de Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego na fornalha de fogo (3.25). Os três permaneceram fiéis ao seu Deus; agora, Deus permanece fiel a eles
no fogo do julgamento e livra-os, inclusive do “cheiro de fogo” (3.27). Outra referência a Cristo se encontra na
visão da noite de Daniel (7.13). Ele descreve “que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do Homem”,
referindo-se à segunda vinda de Cristo. Outra visão de Cristo, se acha em 10.5-6, onde a descrição de Jesus
é bastante idêntica à de João em Ap 1.13-16.

O Espírito Santo em Ação

O Espírito Santo nunca anuncia sua presença em Daniel, mas ele está nitidamente em ação. A habilidade de
Daniel e dos outros hebreus de interpretarem sonhos se devia ao poder do ES. As profecias, tanto as que se
aplicavam ao local quanto ao futuro, indicam discernimento sobrenatural dado a Daniel pelo ES.

Introdução ao Livro de Oséias

Oséias

Autor: Oséias
Data: Cerca de 750 aC

Autor

Oséias cujo nome significa “salvação” ou “libertação”, foi escolhido por Deus pra levar sua mensagem a seu
povo através do seu casamento com uma mulher que seria infiel a ele. Sua sensibilidade em relação à
condição do pecado de seus compatriotas e sua sensibilidades em relação ao coração amoroso de Deus o
fizeram apto pra realizar esse difícil ministério.

Contexto Histórico e Data

Oséias mostra a situação histórica de seu ministério através da nomeação dos reais do Reino do Sul, de Judá
(Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias), e o rei do Reino do Norte, de Israel ( Jeroboão II), que reinou durante o
período de sua profecia (1.1). Isso estabelece as datas de 755 aC a 715 aC. Embora todas as indicações
quanto ao sucesso exterior parecessem positivas a Israel, um desastre vindo por baixo estava se
aproximando. O povo desse príodo regozijava-se na paz, abundância e prosperidade; mas a anarquia estava
preparando-se e ela traria o colapso político da nação em alguns curtos anos. Oséias descreve as condições
sociais características de seu tempo: líderes corruptos, vida familiar instável, imoralidade generalizada, ódio
entre classes e pobreza. Embora as pessoas continuasse uma forma de adoração, a idolatria era mais e mais
aceita, e os sacerdotes estavam falhando na tarefa de guiar o povo nos caminhos da justiça. Apesar das
trevas desse tempo, Oséias oferece esperança para inspirar seu povo a voltar-se novamente para Deus.

Conteúdo

O Livro de Oséias é a respeito de um povo que tinha necessidade de ouvir sobre o amor de Deus, de um
Deus que queria falar com eles e da maneira singular que Deus escolher para demonstrar seu amor a seu
povo. O povo pensava que o amor poderia ser comprado (“...mercou Efraim amores”, 8.9), que o amor era
uma busca de uma autogratificação (“Irei atrás de meus namorados, que me dão...” 2.5) e que amando
objetos sem calor, pudesse conseguir benefícios positivos (“... Se tornaram abomináveis como aquilo que
amaram”, 9.10). Deus quis que Israel conhecesse seu amor, um povo que buscou objetos sem valor (“Quando
Israel era menino, eu o amei...” 11.1), foi guiado com uma meiga disciplina (“cordas de amor”, 11.4) e que
persistiu, apesar de o povo correr e da resistência dele (“Como te deixaria?”, 11.8).
O problema era como levar a mensagem de um Deus de amor a um povo que não estava inclinado a dar
ouvidos e, provavelmente, não entender, se eles ouvissem. A solução de Deus era deixar o profeta ser seu
próprio sermão. Oséias se casaria com uma mulher impura (“mulher de prostituições”, 1.2), a amaria
inteiramente, e dela teria filhos (1.3), e iria atrás dela, e traria de volta quando ela se desviasse (“Vai outra
vez, ama uma mulher”, 3.1). Em resumo, Oséias tinha de mostrar seu próprio amor a Gomer, o tipo de amor
que Deus tinha por Israel.

Cristo Revelado
Os escritores do NT descrevem Oséias como o responsável por ensinar a vida e o ministério de Cristo.
Mateus vê em 11.1, uma profecia cumprida quando Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do
Egito, um paralelo com a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt 2.15). O Escritor de Hebreus acha em
Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis de louvor pelos quais nós nos
tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus (14.2; Hb 13.15). A Pedro, Jesus provê a base pela
qual aqueles que estavam fora da família de Deus agora são admitidos a um relacionamento com ele (1.6,9;
1Pe 2.10). A Paulo Jesus cumpre a promessa de Oséias de que Alguém quebraria o poder da morte e da
sepultura e traria a vitória da ressurreição (13.14; 1Co 15.55). Os ensinamentos de Paulo acerca de Cristo
como o Noivo e a igreja como a noiva correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus
entra num permanente relacionamento com Israel (2.19,20; Ef 5.25-32).

Jesus também, em pelo menos dois de seus sermões aos fariseus, tira seu texto de Oséias. Quando
questionado acerca da sua permanência no lar dos pecadores e cobradores de impostos, Jesus cita Oséias
para mostrar que Deus não deseja apenas palavras vazias ou rituais desumanos, mas um cuidado genuíno e
preocupação com mas pessoas (6.6; Mt 9.13). E, quando os fariseus acusam os discípulos de Jesus de violar
o sábado, Jesus os defende com o mesmo lembrete de que o coração de Deus coloca o interesse pelas
necessidades humanas acima das formalidades religiosas (Mt 12.7).

O Espírito Santo em Ação

O Livro de Oséias ensina duas notáveis lições a respeito do ES: 1) É importante depender da presença do
Espírito e 2) coisas negativas acontecem quando o Espírito está longe de uma vida. Uma vez Oséias usa a
frase “o espírito de luxuria”, e uma vez, “ o espírito da prostituição” (4.12; 5.4), e conta as conseqüências de
ser preenchido com um espírito impuro. Como Paulo em Efésios, Oséias relaciona tal espírito com o vinho,
que escraviza o coração. Esse espírito de luxuria também faz as pessoas se desvirem para falsos caminhos e
falas adorações, em contraste com o ES, que nos guia para caminhos verdadeiros e para a verdadeira
adoração (4.11-13; Ef 5.17-21).

Introdução ao Livro de Joel

Joel

Autor: Joel
Data: Entre 835—805 aC

Autor

O nome Joel significa, literalmente, “Jeová é Deus”. Este é um nome muito comum em Israel, e Joel, o
profeta, é especificado como o filho de Petuel. Nada é conhecido a respeito dele ou das circunstância de sua
vida. Provavelmente que ele tenha vivido em Judá e profetizado em Jerusalém.

Data

Não há como datar o livro com absoluta certeza, e os estudiosos variam em suas opiniões. Há referências
tanto em Amós como em Isaías, que também estão em Joel (comparar Am 1.2 com Jl 3.16 e Is 13.6 com Jl
1.15) É opinião de muitos conservadores que Amós e Isaias tenham tomado emprestado de Joel, fazendo-o
um dos mais antigos dos profetas menores. Além do mais, a adoração a Deus, a qual o sumo sacerdote
Joiada restaurou durante o reinado de Joás (2Rs 11; 2Cr 23.16), é suposta por Joel. Portanto muitos
sustentam que Joel profetizou durante os primeiros trinta anos do reinado de Joás (835-796 aC), quando
Joiada era o conselheiro do rei. Isso colocaria o ministério de Jl por volta de 835-805 aC.

Contexto Histórico

Joel profetizou numa época de grande devastação de toda a terra de Judá. Uma enorme praga de locustas
havia despido a zona rural de toda a vegetação, destruiu até as pastagens tanto das ovelhas como do gado,
até mesmo tirou a casca das árvores de figo. Em apenas algumas horas, o que tinha sido um terra bonita,
verdejante, havia se tornado um lugar de desolação e destruição. Descrições contemporâneas do poder
destrutivo dos enxames de locustas confirma a descrição de Jl acerca da praga. A praga das locustas acerca
do que Jl escreveu era maior que qualquer um jamais havia visto. Toda a safra foi perdida, e as sementes da
safra para o plantio seguinte também foram destruídas. A fome e a seca se apoderaram de toda a terra. Tanto
o povo como os animais estavam morrendo. Ela foi tão profunda e desastrosa, que Joel viu uma explicação:
era o julgamento de Deus.

Conteúdo

O Livro de Jl está naturalmente dividido em duas seções. A primeira (1.1-2.27) trata do presente julgamento
de Deus, um chamado ao arrependimento e a promessa de restauração. A segunda seção (2.28-3.21) explica
que essa praga, horrível como ela pode ser, não é nada comparada ao julgamento de Deus que está a
caminho . Este era um tempo em que não somente Judá, mas também todas as nações do mundo serão
chamadas diante de Deus.

Todavia, nós não podemos deixar de notar a mais notável seção desta curta profecia. Através do ES, Joel
olha centenas de anos à frente, para um tempo em que Deus irá derramar o seu Espírito “sobre toda a carne”
(2.28). Isso será um prelúdio da devastação e julgamento do Dia do Senhor. Será um tempo em que todos os
crentes sentirão a habitação do ES e irão formar uma comunidade profética na terra. Será um tempo em que
a profecia virá de jovens e velhos, de igual modo; quando tanto homens como mulheres irão profetizar. A
salvação não será apenas a ingualável bênção sobre Judá. Será um tempo em que “todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo” (2.32).

O Espírito Santo em Ação

Joel é notável em suas referências ao ES. Foi obviamente o ES que inspirou o profeta a ver a mão do Senhor
em tudo o que está acontecendo e ser capaz de saltar em direção ao terrível Dia do Senhor. Mas a passagem
mais espantosa em Jl é 2.28-32. Ali, o profeta vê um tempo futuro, “depois”, quando o Espírito de Deus for
derramado “sobre toda a carne”. Jovens e velhos, de igual modo, tanto homens como mulheres, irão
experimentar esse derramamento.

Introdução ao Livro de Amós

Amós

Autor: Amós
Data: Entre 760 –750 aC

Autor

Amós, cujo nome significa “Aquele eu suporta o jugo”, era um nativo da pequena cidade de Tecoa, situada
nas colinas de Judá, a cerca de 16 km ao sul de Jerusalém. Ele é o primeiro dos assim chamados profetas
escritores do séc. VIII aC. Os outros incluem Oséias a Israel e Miqueias e Isaias a Judá. Amós rejeitou
treinamento como um profeta profissional, admitindo que ele era um pastor de ovelhas e cultivador de
sicômoros. Apesar do seu histórico não-profissional, Amós foi chamado para entregar a mensagem de Deus
ao Reino do Norte, Israel.

Data

Amós profetizou durante os reinados de Uzias, de Judá (792-740 aC), e Jeroboão II de Israel (793-753 aC).
Seu ministério foi realizado entre 760 e 750 Ac e parece ter ocorrido em menos de dois anos.

Contexto Histórico
A metade do séc. VIII aC foi uma época de grande prosperidade tanto para Israel como para Judá. Sob o
domínio de Jeroboão, Israel havia conquistado novamente o controle das rotas internacionais do comércio— a
Rodovia do Rei, através da transjordânia, e o Caminho do Mar, através do vale de Jezreel e ao longo da
planície da costa. De acordo com 2Rs 14.25, ele restaurou as fronteiras de Israel desde Lebo Hamate (ao
norte) até o mar da Arabá (o mar Morto, ao sul). Judá, sob o domínio de Uzias, reconquistou Elatae ( o porto
marítimo de Ácaba) e expandiu-se para o sudeste às custas dos filisteus. Israel e Judá haviam atingido novos
auges políticos e militares, mas a situação religiosa estava fraca o tempo todo. A idolatria estava exuberante;
os ricos estavam vivendo na luxuria, enquanto os pobres estavam oprimidos; a imoralidade havia
generalizado; e o sistema judicial estava corrompido. O povo interpretava sua prosperidade como um sinal da
bênção de Deus sobre eles. A tarefa de Amós era entregar a mensagem de que Deus estava descontente
com a nação. Sua paciência já havia se esgotado. O castigo era inevitável. A nação seria destruída a menos
que houvesse uma mudança no coração deles— uma mudança na qual a “Corra, porém, o juízo como as
águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso” (5.24).

Conteúdo

O livro de Am é basicamente uma mensagem de julgamento> julgamento sobre as nações, oráculos e visões
de julgamento divino sobre Israel. O tema central do livro é que o povo de Israel havia quebrado seu concerto
com Deus. Como resultado, o castigo de Deus sobre eles por causa do pecado será severo. Amós começa
com uma série de acusações contra os sete vizinhos de Israel, incluindo Judá, e, depois, ele acusa Israel (1.3-
1.16). Cada nação estrangeira tem de ser castigada por ofensas especificas, seja contra Israel ou qualquer
outra nação. Esse julgamento sobre as nações nos ensina que Deus é um Monarca universal. Todas as
nações estão sob seu controle. Elas têm de prestar contas a Deus pelos maus tratos às outras nações e
povos. Israel e Judá, todavia serão punidos porque eles quebraram seu concerto com Deus. A seção seguinte
(3.1-6.14) é uma série de três oráculos ou sermões direcionados contra Israel. Eles incluem a ameaça de
exílio. Uma terceira seção (7.1-9.10) é uma série de cinco visões e julgamento, em duas das quais Deus se
retira. Finalmente, Amós promete restauração para Israel (9.11-15).

O Espírito Santo em Ação

A obra do ES não é mencionada especificamente em Am. O processo da inspiração do profeta e a revelação


da mensagem de Deus são geralmente atribuídos por outros profetas ao Espírito (Is 48.16; Ez 3.24; Mq 3.8).
Como é o caso da maioria dos profetas, é quase impossível fazer uma distinção entre o Senhor e seu Espírito.
Am não menciona o Espírito em sua obra, mas aquelas ações atribuídas ao Espírito por outros profetas estão
presentes em Amós.

Introdução ao Livro de Obadias

Obadias

Autor: Obadias
Data: Após 586 aC

Autor

O profeta, é conhecido somente como Obadias, “Servo/adorador de Jeová”. Nenhuma outra informação está
disponível a respeito dele.

Data

O fundo histórico da destruição de Jerusalém coloca a data da profecia de Obadias logo após 586 aC, o ano
no qual a cidade sagrada foi derrotada pelos babilônios. A mensagem foi, provavelmente, dada durante o
período do exílio de Judá, quando Obadias alerta Edom sobre a vingança de Deus, que estava se
aproximando, e assegura a Judá quanto ao contínuo cuidado do Senhor.

Contexto Histórico
As relações entre Israel e Edom foram marcadas pela hostilidade através do período do AT. O rancor
começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e Jacó se dividiram em disputa (ver Gn 27; 32– 33). Os
descendentes de Esaú, conseqüentemente, se estabeleceram numa área chamada Edom, situada ao sul do
mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó continuaram em direção à Terra Prometida, habitaram em
Canaã e se tornaram o povo de Israel. Com o passar dos anos numerosos conflitos se desenvolveram entre
os edomitas e os israelitas.

Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia de Obadias. Ao longo do período de cerca de 20
anos (605-586 aC), os babilônios invadiram a terra de Israel e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual
foi finalmente devastada em 586 aC. Os edomitas viram essas incursões como uma oportunidade para
extinguir sua amarga sede contra Israel. Então, os edomitas juntaram-se aos babilônios contra seus parentes
e ajudaram a profanar a terra de Israel.

Conteúdo

Obadias é o menor livro do AT. Ele começa com um título que identifica a profecia como “visão de Obadias” e
que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1). O livro é dividido em duas seções principais. A primeira
(vs 1-14) é endereça a Edom e anuncia sua inevitável queda. Da sua posição de soberba e falsa segurança,
Deus irá derribá-lo (vs 2-4). A terra e o povo serão saqueado e espoliados, a destruição final e completa (vs 5-
9). Por quê? Por causa da violência que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom de
regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia da
sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas impediram a fuga do povo de Judá e os entregou aos
invasores (v.14).

A segunda seção principal da profecia reflete sobre o Dia do Senhor (vs 15-21). Esse dia será um tempo de
retribuição, de colher o que se havia plantado. Para Edom, este é um pronunciamento de perdição (vs 15-16),
mas, para Judá de proclamação de liberdade (vs 17-20) Edom será julgado severamente, mas o povo de
Deus experimentará a abençoada e gloriosa restauração de sua terra. O monte Sião governará as montanhas
de Esaú, e o reino pertencerá ao Senhor (v.21)

O Espírito Santo em Ação

Em nenhum lugar Obadias faz referência específica ao ES ou ao Espírito de Deus. A sua obra, todavia, deve
ser admitida. Ele serve como a fonte de inspiração para Obadias, como Aquele que comunica a “visão” (v.1)
que constitui a mensagem de Obadias. Além disso, embora não especificamente identificado como tal, ele
funciona como Aquele que instiga o julgamento de Edom, chamando as nações para se levantarem contra o
inimigo do povo de Deus. Embora Deus use agentes humanos para executar sua justiça, atrás disso tudo,
está a obra do seu Espírito, empurrando, instigando e punindo de acordo com o plano de Deus.

Introdução ao Livro de Jonas

Jonas

Autor: Jonas
Data: Por volta de 760 AC ou após 612 Ac

Autor e Data

As questões da data e autoria de Jonas estão profundamente relacionas. Se Jonas escreveu o Livro seria,
obviamente, datado durante o reinado de Jeroboão II. No início do séc. VIII, cerca de 793 a 753 aC. Se um
narrador escreveu o livro, ele poderia sido em qualquer tempo depois do acontecimento descrito nele. Dentre
aqueles que sustentam outro autor, que não seja Jonas, alguns datam o livro na segunda metade do séc. VIII
ou no início do século VII, baseado nas datas pós-exílica, após a destruição de Nínive em 612 aC Essa
disputa é baseada em 3.3, que diz que Nínive era uma grande cidade. Aqueles que apóiam a data pré-exílica
explicam que isso pode ser meramente uma forma literária usada para contar a história ou que Nínive existia,
mas não era uma grande cidade.
Como indicado em 2Rs 14.25, Jonas era filho de Amitai e um nativo de Gate-Hefer, um vilarejo situado a 5 Km
em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais de Zebulom. Profetizando durante o reinado
de Jeroboão II e precedendo imediatamente Amós, ele foi um forte nacionalista que estava completamente
consciente da destruição que os assírios haviam feito em Israel através dos anos. Jonas achou difícil aceitar o
fato de que Deus pudesse oferecer misericórdia a Nínive da Assíria, uma vez que seus habitantes mereciam
um julgamento severo.

Ele foi o único profeta mandado para pregar aos gentios. Elias foi mandado para Sarepta para morar lá
durante uma temporada (1Rs 17.8-10), e Eliseu viajou a Damasco (2Rs 8.7), mas somente a Jonas é que foi
dada uma mensagem de arrependimento e misericórdia, para pregar diretamente a uma cidade gentia. Sua
relutância em ir pregar estava baseada num desejo de ver seu declínio culminar numa completa perda de
poder. Também ele temeu que Deus pudesse mostrar misericórdia , deste modo oferecendo aos assírios a
oportunidade de molestar Israel.

O nome de Jonas significa “pomba” ou “pombo”. Quanto ao caráter, ele é representado como obstinado,
irritado, mal-humorado, impaciente e por seu hábito de viver somente com seu clã. Politicamente, é obvio que
ele era um amante leal de Israel e um patriota comprometido. Religiosamente, ele professava um temor ao
Senhor como Deus do céu, o Criador do mar e da terra. Mas sua primeira desobediência intencional, sua
posterior re relutante obediência e a sua ira sobre a extensão de misericórdia aos ninivitas revelam óbvias
incoerência na aplicação da sua fé. A história termina sem indicar como Jonas respondeu à exortação e à
lição objetiva de Deus.

Contexto Histórico

Os assírios pagãos, inimigos de Israel de longa data, eram uma força dominante entre os antigos de
aproximadamente 885 a 665 aC. Relatos do AT descrevem seus saques contra Israel e Judá, onde eles
destruíram a zona rural e levaram cativos. O poder assírio era mais fraco durante o tempo de Jonas, e
Jeroboão II foi capaz de reivindicar áreas da Palestina desde Hamate localizada em direção ao sul, até o mar
Morto, como havia sido profetizado por Jonas (2Rs 14.25)

Conteúdo

O livro de Jonas, embora tenha sido colocado entre os profetas no cânon, é diferente do outros livros
proféticos, pois ele não tem uma profecia que não contenha uma mensagem; a história é a mensagem. A
história recorda um dos mais profundo conceitos teológicos encontrados no AT. Deus ama todas as pessoas e
deseja compartilhar seu perdão e misericórdia com elas. Israel havia sido encarregado de entregar aquela
mensagem, mas, de algum modo, eles não compreenderam a importância dela. Essa falha
conseqüentemente levou-os a um orgulho religioso extremo. No Livro de Jonas, pode ser encontrada a
semente do farisaísmo no NT.

Deus pediu a Jonas, o profeta, para levantar-se e ir 1300 km pra o oriente, a Nínive, uma cidade dos temidos
e odiados assírios. Sua mensagem é pra ser um chamado ao arrependimento e uma promessa de
misericórdia, caso eles responda positivamente. Jonas sabe que, se Deus poupar Nínive, então aquela cidade
estará livre para saquear e roubar Israel novamente. Esse patriotismo nacionalista e seu desdém a que a
misericórdia seja oferecida para pessoas que não fazem parte do concerto induzem Jonas a decidir deixar
Israel e “fugir de diante da face do Senhor”. Sem dúvida, ele esperava que o Espírito da profecia não o
seguisse. Jonas está descontente e. algum modo se convence do que uma viagem a Társis irá livra-lo da
responsabilidade que Deus colocou sobre ele.

A viagem a Társis logo fornece a evidência de que a presença e a influência do Senhor não está restrita à
Palestina. Deus manda uma tempestade para golpear o navio e causar circunstâncias que conduzem Jonas
face à face ao seu chamado missionário. Após determinarem que Jonas e seu Deus são responsáveis pela
tempestade, e após esgotarem todas as alternativas, os marinheiros atiraram Jonas ao mar. Sem dúvida,
Jonas e os marinheiros acharam que esse seria o fim de Jonas; mas Deus havia preparado um grande peixe
para engolir Jonas e, após três dias e três noites, o peixe o jogou em terra firme.

Novamente, Deus manda Jonas levantar e ir a Nínive para entregar a mensagem de libertação. Desta vez, o
profeta concorda relutantemente em fazer a viagem e entregar a mensagem de Deus. Para seu espanto, os
ninivitas, desde a pessoa mais humilde até o rei, se arrependeram e mostraram isso através do jejum
cerimonial, vestindo-se de panos de saco e assentando-se sobre a cinza. Até mesmo os animais são
obrigados a participar dessa conduta humilde.
O coração de Jonas ainda não está mudado, e ele reage com ira e confusão. Por que Deus teria misericórdia
de pessoas que abusaram da nação de Israel? Talvez esperando que o arrependimento não tivesse sido
genuíno, ou que Deus fosse escolher outra estratégia, Jonas constrói um abrigo numa colina, com vista para
a cidade do lado oriente. Lá. Ele aguarda do dia indicado para o julgamento.

Deus usa esse tempo de esperar para ensinar uma valiosa lição a Jonas. Ele prepa uma aboboreira para
crescer durante a noite, num lugar que fizesse sombra sobre a cabeça de Jonas. O profeta se regozija na sua
boa sorte. Então, Deus prepara um bicho pra comer o caule da aboboreira e a faz secar.
Ele, mais adiante, intensifica a situação desconfortável de Jonas, ao trazer um vento calmoso, vindo do
oriente, para secar o corpo morto de sede de Jonas. Ele lamenta a morte da aboboreira e expressa seu
descontentamento a Deus. Deus lhe responde mostrando a incoerência de estar preocupado com uma
aboboreira, mas estar totalmente despreocupado acerca do destino dos habitantes de Nínive, a quem Deus
amava.

O Espírito Santo em Ação

E Espírito de Deus inspirou Jonas a profetizar naquela terra e a sua posição seria recuperada por Israel. Isso
aconteceu sob a liderança de Jeroboão II (2 Rs 14.25). Quando o Espírito conduziu Jonas para ir a Nínive
profetizar contra o povo lá, o profeta se recusou a seguir a orientação do Senhor. O Espírito de Deus não
cessou sua obra, mas continuou a intervir na vida de Jonas e a induzi-lo a faze a vontade de Deus. Quando
Jonas se arrependeu, o Espírito operou um arrependimento piedoso no coração do povo e eles responderam
à mensagem de julgamento. Quando Jonas se recusou a aceitar esta obra divina, o ES mostrou a ele o
contraste entre sua preocupação com uma aboboreira e a preocupação de Deus com os habitantes da
cidade.

Introdução ao Livro de Miquéias

Miquéias

Autor: Miquéias
Data: Entre 704 e 696 Ac

Autor

Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no séc. VIII aC. Ambos concentraram seu ministério no Reino do Sul,
Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações” no objetivo das sua profecias. Durante alguns anos, no começo
da sua carreira, Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um profeta que morava no Reino do Norte.
Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km a sudoeste de Jerusalém e profetizou principalmente
naquela região.

O Nome de Miquéias, pressupõe uma semelhança com o Senhor: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti”.
Miquéias era tão sincero e completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com
que sua mensagem fosse compreendida (1.8). A profecia de Miquéias produziu um impacto que se estendeu
muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi lembrada e citada (Jr 26.17-19), e
acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a autenticidade da profecia de Miquéias (Mt 2.1-6;
Jo 7.41-43).

Data

Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1.1), durante os reinados dos reis do Sul, Jotão
(740-731 aC), Acaz (731-716 aC), e Ezequias (716-686 aC). Visto que ele morreu durante a administração de
Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-642 aC), uma data entre 704 e 696 aC
parece ser provável.
Contexto Histórico

No período entre o início do reino dividido de Salomão (Israel ao Norte e Judá ao Sul) e a destruição do
templo, muitos “altos” haviam sido introduzidos em Judá através da influência de Samaria. Isso colocou a
idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração no templo do Senhor (1.5). Miquéias mostra
como essa degeneração espiritual levará inevitavelmente o julgamento sobre toda a terra. E, embora o rei
Ezequias tenha tido uma notável vitória sobre Senaqueribe e o exercito assírio, Judá estava presstes a cair, a
não se que a nação se voltasse para Deus, arrependendo-se de todo coração.

Conteúdo

O Livro de Mq é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados e na
compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e seus
descendentes. A “excelência do nome do Senhor” (5.4) está caracterizada, bem como a face do Senhor (3.4),
seu louvor (2.9), seus caminhos (4.2), seus pensamentos (4.12), sua força (5.4), suas justiças (6.5; 7.9) e sua
conseqüente ira (7.9) e furor (5.15; 7.18) contra todas as formas de rebelião moral.

Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para ser testemunha contra o povo
(1.2). O fator mais notável no manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua
contenda (6.2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar qualquer queixa
quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6.3). Além disso, aquele que verdadeiramente se
arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7.9)

Enquanto a Babilônia ainda não era um poder mundial que podia permanecer independente da Assíria, o
cativeiro babilônico (mais de um século depois) foi claramente predito como o julgamento de Deus contra a
rebelião feita contra ele (1.16; 2.3,10; 4.10; 7.13). Mas, assim como Isaías, colega de Miquéias, a esperança
foi estendida pra um restante a ser restaurado, que seja desse cativeiro ou de um povo espiritualmente
restaurado ( a igreja) nos dias do Messias (2.12-13; 4.6-7; 5.3,7-8; 7.18). O Senhor libertaria o restante (2.12-
13; 4.3-8,10; 5.9; 7.7)

Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por destruir o rebanho que lhes foi confiado. Entretanto, a
grande compaixão de Deus colore cada uma das sua atitudes e ações em relação ao seu povo,
representando-o como uma filha extraviada (1.13; 4.8,10,13), pois sua compaixão, que, uma vez, redimiu a
Israel do Egito 96.4), irá também redimir Judá da babilônia (4.10). Sua fidelidade compassiva a Abraão e aos
pais (7.20) é atualizada a cada nova geração. Essa mensagem está focalizada num única pergunta central
para toda a profecia: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e que re esqueces da
rebelião do restante da tua herança?” (7.18). A compaixão de Deus (7.18-19) é um atributo precioso a que
nenhuma deidade pode se igualar. A compaixão e a fidelidade do concerto são exclusivos a Deus. A
esperança do povo de viver sob a completa bênção de Deus estava ligada à vinda de Messias. Deus, em seu
amor, prevendo as glórias da sua graça a ser manifesta em Jesus, manteve-se proclamando aquele Dia e
reino futuros como o acontecimento no qual o fiel devia por sua esperança.

Cristo Revelado

As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento. O livro se inicia
com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias posteriores afirmarão o aspecto
pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida
no princípio.

A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido
corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunidos como ovelhas num curral. Então, alguém
quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu
“rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da
liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e físicos.

Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como “a Palavra do
Senhor” (1.1; 2.7; 4.2). A expressão “a Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap
19.13). A profecia de Mq 5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”) e especifica seu lugar de
nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida. Suas palavras foram pronunciadas
muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra
característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem
em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas
origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Esta profecia confirma tanto a
humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.

A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor de Messias (“apascentará o povo”), sua unção (“na força
do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”) e sua humanidade (“seu Deus”), seu
domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até aos fins da terra”) e a sua posição como líder de
um reino de paz (“E este será a nossa paz”).

O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias,
definitivamente refere-se a ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que
“subjugará as nossas iniqüidade”, lançando-as nas profundezas do mar para que Deus possa perdoar os
pecados e trocar o pecado pela verdade.

O Espírito Santo em Ação

Um referência singular ao ES ocorre no contraste feito por Mq da autoridade que está por trás de seu
ministério com aquela dos profetas falsos de seus dias. Enquanto outros homens eram feitos corajosos pelos
tóxicos para fabricar contos na forma de profecias, o verdadeiro poder, a força e justiça que estão por trás da
mensagem de Mq vieram da sua unção pela “força do Espírito do Senhor” (3.8).

Introdução ao Livro de Naum

Naum

Autor: Naum
Data: Pouco antes de 612 aC

Autor

Naum, cujo nome significa “confortador” ou “cheio de conforto”, é desconhecido, a não ser pelo breve título
que inicia sua profecia. Sua identificação como um “elcosita” não ajuda muito, visto que a localização de
Elcose é incerta. Carfanaum, uma cidade da Galiléia, tão proeminente no ministério de Jesus, significa “Aldeia
de Naum”, e alguns têm especulado mas, sem prova concreta, que seu nome deriva do profeta. Ele profetizou
a Judá durante os reinados de Manassés, Amom e Josias. Seus contemporâneos foram Sofonias, Habacuque
e Jeremias.

Data

Em Na 3.8-10, o profeta narra o destino da cidade egípcia de Tebes, que foi destruída em 663 aC. A queda de
Nínive, ao redor da qual todo o livro gira, aconteceu em 612 aC. A profecia de Naum deve ser datada entre
esses dois acontecimento, visto que ele olha para trás para um e à frente para outro. É mais provável que sua
mensagem tenha sido entregue pouco antes da destruição de Nínive, talvez quando os inimigos da Assíria
estavam colocando suas forças em ordem de batalha para o ataque final.

Contexto Histórico

O reino dos assírios, havia sido uma nação próspera durante séculos, quando o profeta Naum entrou em
cena. Seu território, se mudou com o passar dos anos por causa das conquistas e derrotas dos seus
governantes, localiza-se ao norte da Babilônia, entre e além dos rios Tigre e Eufrates. Documentos antigos
atestam a crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis assírios vangloriam-se de sua brutalidade,
celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram sobre os povos conquistados.
A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive, em 612 aC, é o assunto da
profecia de Naum. O juízo que cai sobre o grande opressor do mundo é o único motivo para o
pronunciamento de Naum. Conseqüêntemente, o profeta é judicial em seu estilo, incorporando antigos
“oráculos de julgamento”. A linguagem é poética, vigorosa e figurada, sublinhando a intensidade do tema com
o qual Naum luta.

Conteúdo

O livro de Naum focaliza-se num único interesse: a queda da cidade de Nínive. Três seções principais,
correspondentes aos três capítulos, abrangem a profecia. A primeira descreve o grande poder de Deus e
como aquele poder opera na forma de proteção pra o justo, mas de julgamento para o ímpio. Embora Deus
nunca seja rápido em julgar, sua paciência não pode ser admitida sempre. Toda a Terra está sob o seu
controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a natureza treme diante dele (1.1-8). Na sua condição
de miséria e aflição (1.12), Judá podia facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os
inimigos de seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição do juízo sobre
Nínive forma uma mensagem de consolação para Judá (1.15)

A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3). Tentativas de defender a cidade
contra seus atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a queda de Nínive e a ascensão de Judá
(2.1-7). As portas do rio se abrirão, inundando a cidade e varrendo todos os poderosos, e o palácio se
derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros fugirão com terror (2.8). Os tesouros
preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se consumirão (2.10). O covil do leão poderoso
será desolado, porque “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).

O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece excessivamente cruel, mas ele é
justificado em sua condenação. Nínive era uma “cidade ensangüentada” (3.1), uma cidade culpada por
espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ele era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade rapina e
devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus; portanto, seu veredicto de julgamento era inevitável (3.2-
3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes
defesas. Nínive não pode escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes
sucumbirão e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus sobreveio, e os povos que
a Assíria fez outrora vítimas tão impiedosamente baatem palmas e celebram em resposta às boas-novas
(3.19).

O Espírito Santo em Ação

Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Naum. Todavia, a obra do Espírito na
produção da profecia e na direção dos acontecimentos descritos no livro deve ser admitida. O cabeçalho do
livro descreve-o como “visão de Naum “ (1.1). O ES funciona aqui como o Revelador, Aquele que abre pra
Naum o drama que revela diante e comunica a mensagem do Senhor que ele está encarregado de entregar.

O ES também deve funcionar como o Grande Instigador na queda de Nínive. Os inimigos, dentre eles os
filhos da Babilônia, os medos e os citas, juntam suas forças contra os assírios e saqueiam a cidade. Deus usa
agentes humanos para executar seu julgamento, mas atrás disso tudo está a obra do seu Espírito, instigando,
impelindo e punido de acordo com a vontade de Deus. Pela obra do Espírito, o Senhor convocou suas tropas
e as levou para a batalha vitoriosa.

Introdução ao Livro de Habacuque

Habacuque

Autor: Habacuque
Data: Cerca de 600 aC

Autor
O nome “Habacuque” significa “abraço” ou significando que ele foi “abraço por Deus” e, desse modo,
fortalecido por ele para sua difícil tarefa, ou “abraçando outros”, dessa maneira encorajando-os nos tempos de
crise nacional. A notação musical encontrada em 3.19, pode indicar que Habacuque era qualificado para
liderar a adoração no templo como um membro da família levítica. O profeta está imbuído de um senso de
justiça, o qual não o deixará ignorar a violenta injustiça existente em volta dele. Ele também aprendeu a
necessidade de levar as questões mais importantes sobre a vida para Aquele que criou e redime a vida.

Contexto Histórico

Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seu país havia caído do auge das reformas
de Josias para as profundezas do tratamento violento de seus cidadãos, medidas opressoras contra o
necessitado e a ruína do sistema legal. O mundo localizado ao redor de Judá estava em guerra, com a
Babilônia levantando-se em ascensão sobre a Assíria e Egito. A ameaça de invasão do Norte foi adicionado à
desordem interna de Judá. Habacuque , provavelmente, tenha escrito durante o intercalo entre a queda de
Nínive, em 612 aC e a queda de Jerusalém, em 586 aC.

Conteúdo

O Livro de Hc dá um relato de uma jornada espiritual, contando sobre a trajetória de um homem da duvida à
adoração. A diferença entre o início do Livro (1.1-4) e o final do livro (3.17-19) é impressionante.

Nos primeiros quatro versículos, Hc é oprimido por circunstância existente ao redor dele. Ele não consegue
pensar em nada além da iniqüidade e da violência que ele vê entre o seu povo. Embora Hc se dirija a Deus
(1.2), ele crê que Deus se retirou do cenário da terra: as palavras de Deus foram esquecidas; suas mãos não
se manifestam; Deus não pode ser encontra em lugar algum. Os homens estão na direção, e os homens vis,
por isso mesmo, também. E eles agem como seria esperado que agissem os homens sem o controle de
Deus. Estas palavras e frases descrevem a cena: “iniqüidade... Vexação... Destruição... Violência...
Contenda... Litígio... A lei se afrouxa... A sentença nunca sai... O ímpio cerca o justo... Sai o juízo pervertido”.

Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro (3.17-19)! Tudo mudou. O profeta não é mais
controlado, nem ansioso por causa das circunstâncias, pois sua visão foi elevada. Questões temporais não
mais ocupam seus pensamentos, mas seus pensamentos estão nas coisas do alto. Ao invés de estar sendo
regido por considerações mundanas, Hc fixou sua esperança em Deus, pois ele percebe que Deus tem
interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da alegria e força do profeta. Hc descobriu que ele foi feito para
algo acima: “E me fará andar sobre as minhas alturas” (3.19). As palavras do último parágrafo contrastam
vividamente com aquelas no primeiro: “... Me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.
Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os das cervas... Andar sobre as minhas alturas” (3.18,19).
Assim, Hc foi da queixa à confiança, da dúvida à confiança, do homem a Deus , dos vales aos montes altos.

Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Hc demonstra essa renovação


evangélica. No centro da mudança e no centro do livro, está este nítido credo da fé: “O justo, pela sua fé,
viverá (2.4). Para o profeta, a promessa é para proteção física em tempo de grande sublevação. Quando a
invasão, que foi predita, pelas forças estrangeiras se tornar uma realidade, aquele remanescente justo cujo
Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão nele, será liberto, e eles viverão. Para os escritores do
NT, tais como Pauo e o autor de Hebreus, essa afirmação de fé confiante se torna uma demonstração do
poder do evangelho para dar a segurança da salvação eterna.

Cristo Revelado

Os termos usados em Hc 3.13 ligam a idéia de salvação com mo ungido do Senhor. As raízes hebraicas
dessas palavras refletem os dois nomes do nosso Senhor: Jesus, que significa “salvação”, e Cristo “o ungido”.
O contexto aqui é o grande poder de Deus manifestado em favor do seu povo, através de um Rei davídico,
que lhes traria libertação dos seus inimigos. O Messias veio no tempo determinado (2.3; Gl 4.4), foi dado a ele
o nome de “Jesus” como a profecia pré-natal de seu ministério (Mt 1.21), e nasceu “na cidade de Davi, o
Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2.11).

Enquanto Hc espera pela resposta às suas perguntas, Deus lhe concede o presente de uma verdade que
satisfaz suas ansiedades não-expressas, bem como apresenta a solução para sua situação presente: “ O
justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O Apóstolo Paulo vê essa afirmação da Hc como a pedra fundamental do
evangelho de Cristo (Rm 1.16-17). Cristo é a resposta para as necessidades humanas, incluindo a purificação
do pecado, o relacionamento com Deus e a esperança para o futuro.

O Espírito Santo em Ação

Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Hc, existem sugestões da sua vida operando
no profeta. À medida que o profeta examina a destuição causada pelos exércitos invasores, ele, contudo,
expressa uma alegria inabalável que nem mesmo um desastre de tão ampla escala pode roubar dele, nos
lembrando que “o futuro do Espírito é... Gozo” (Gl 5.22).

Introdução ao Livro de Sofonias

Sofonias

Autor: Sofonias
Data: Cerca de 630 aC

Autor

O nome “Sofonias” significa “O Senhor escondeu” , foi um profeta de Judá. Ele se indentificou melhor do que
qualquer outro dos profetas menores, remontando sua linhagem quatro gerações até Ezequias, um bom rei
que levou o povo de volta a Deus durante o tempo do profeta Isaías. Sofonias foi contemporâneo ao rei Josias
e seu parente distante, há uma possibilidade que eram amigos.

A intimidade de emoção bom como a familiaridade de lugar, quando Sofonias escreve a respeito de
Jerusalém (1.10-11), indicam que ele havia crescido lá. De acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas,
Sofonias foi o último profeta a escrever antes do cativeiro.

Data

Sofonias dá o período de tempo geral do seu escrito como sendo “nos dias de Josias, filho de Amom, rei de
Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 aC. O auge da reforma de Josias foi nos anos 620. Visto que a queda de
Nínive em 612 aC ainda não havia acontecido (2.13,15), a maioria dos estudiosos estabelece a data dos
ecritos entre 630 3 627 aC. Seus contemporâneos incluem Jeremias e Naum.

Contexto Histórico

Aproximadamente 100 ano antes dessa profecia, o Reino do Norte ( Israel) havia sido derrotado pela Assíria.
O povo havia sido levado cativo, e a terra havia sido recolonizada por estrangeiros. Sob o reinado de
Manassés e do rei Amom, pai do rei Josias, tributos haviam sido pagos para se evitar que a Assíria invadisse
o Reino do Sul.

A aliança com a Assíria não somente afetou a Judá politicamente , mas também as práticas religiosas, sociais
e de comportamento da Assíria impuseram sua tendências em Judá. Proteção oficial foi dada em Judá para
as artes mágicas e adivinhados e encantadores. A religião astral se torno tão popular, que o rei Manassés ,
construiu altares para adoração do sol, lua , estrelas, signos do zodíaco e todos os astros dos céu, à entrada
da Casa do Senhor (2Rs 23.11). A adoração da deusa– mãe da Assíria se tornou uma prática que envolvia
todos os membros das famílias de Judá (Jr 7.18). Todavia à medida que o jovem Josias foi tomando conta
das rédeas do governo, a ameaça assíria foi diminuindo. O golpe final ao seu poder veio com uma revolta de
uma Babilônia em ascensão, que resultou, finalmente, na destruição de Nínive.

Conteúdo
Sofonias considerava o desenvolvimento político de Israel, de Judá e todas as nações circunvizinhas da
perspectiva de que o povo devia aprender que Deus estava envolvido em todos os assuntos da história.
Falando como um oráculo de Deus, ele entende que Deus usa governos estrangeiros pra levar julgamento
sobre se rebelde povo escolhido. Sf está apavorado com o fato de que, após a catástrofe das tribos do Norte,
o povo de Judá ainda mantinha a absurda noção de que Deus fosse incapaz de fazer bem ou mal ( 1.12). Os
escritos de Sofonias tem três componentes: 1) o pronunciamento de um julgamento específico e,
freqüentemente, o julgamento universal do pecado; 2) um apelo ao arrependimento, porque Deus é justo e
deseja perdoar; 3) uma promessa segundo a qual o restante que fez de Deus seu refúgio será salvo.

Cristo Revelado

O significado do nome de Sofonias “ O Senhor Encobriu” conduz ao ministério de Jesus. A verdade da Páscoa
no Egito, onde aqueles que foram encobertos pela marca de sangue nas portas foram protegidos do anjo da
morte, é repetida na promessa de 2.3, onde aqueles mansos da Terra que preservaram a justiça de Deus
serão encoberto no Dia da ira do Senhor. Cl 3.2-3 explica esse aspecto do ministério de Cristo: “Pensai nas
coisas que são de cima e não na que são terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com
Cristo em Deus“ O regozijo sobre um restante salvo (3.16-17) está relacionado com a Obra de Jesus. Ele
disse:” Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa
e nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lc 15.7) A figura de um alegre Redentor que aguarda
receber os seus é, novamente, descrita em Hb 12.2.

O Espírito Santo em Ação

Jesus disse que uma das obras do ES seria convencer o mundo do julgamento, porque já o príncipe deste
mundo está julgado (Jo 16.8-11). Desde a sua vinda, o ES tem estado proclamando ao mundo, como
Sofonias fez: “Congrega-te... Antes que saia o decreto, e o dia passe como a palha; antes que venha sobre
vós a ira do Senhor”. (2.1-2). Uma obra mais prazerosa do Es é encontrada na promessa de que Deus irá
restaurar nos lábio puros, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo
espírito (3.9).

Antigo Testamento - Introdução ao Livro de Ageu

Ageu

Autor: Ageu
Data: Cerca de 520 aC

Autor

Ageu, cujo nome significa “Festivo”, foi um dos profetas pós-exílicos, um contemporâneo de Zacarias. Ageu
tinha as qualidades de um bom pastor. Em encorajador cuja palavra estava em sintonia com o coração do
povo e a mente de Deus, ele foi o mensageiro do Senhor, com a mensagem do Senhor, levando ao seu grupo
desanimado a segurança da presença de Deus.

Data

O ministério de Ageu cobriu um período de um pouco menos de quatro meses, durante o segundo reinado do
rei Dario, que governou a Pérsia de 522 a 486 aC, Isso localiza Ageu na história em 520 aC.

Contexto Histórico

Ageu em 520 aC, ajuntou aos exilados que haviam retornada à sua terra natal em 536 aC, para reconstruir o
templo do Senhor. Eles haviam começado bem, construindo um altar e oferecendo sacrifícios, estabelecendo,
então, o fundamento para a Casa do Senhor no ano seguinte. A construção havia cessado, todavia quando os
inimigos zombaram dos esforços dos construtores . Mas, o ministério de Ageu e o de Zacarias fizeram com
que o povo se reanimasse e completasse a tarefa em cinco anos. O templo reconstruído foi dedicado em 515
aC.

Conteúdo

O livro de Ag trata de três problemas comuns a todos os povos em todos os tempos oferecendo soluções
inspiradores. O primeiro problema: o desinteresse (1.1-15) Para despertá-los da sua atitude de indiferença,
Deus fala duas vezes ao povo. Primeiro, eles precisam perceber que são infrutíferos (1.5-6), porque eles
tinham abandonado a Casa de Deus e ido para sua própria casa (1.7-9). Todo esforço deles para construir
seu próprio reino nunca produzirá resultados permanentes. Após ver seu problema, o povo, então, precisa
entender que Deus irá aceitar o que eles fazem a fim de que Deus seja glorificado, se eles entregarem a ele o
que eles têm (1.8)
O Segundo problema: Desencorajamento (2.1-9) Ageu leva uma mensagem destinada a tratar decisivamente
do desencorajamento. A solução tem duas partes: uma trata do problema urgente; a outra trata de uma
solução a longo alcance. Por hora, basta ao povo esforçar-se e trabalhar (2.4). A outra chave para combater o
mal é para os construtores saberem que eles estão construindo para o dia em que Deus encher essa Casa
com a glória que será maior do que a Glória do templo de Salomão (2.9)

O terceiro problemas: Insatisfação (2.10-23) Agora que o povo está trabalhando, eles esperam uma inversão
imediata de todos os seus anos de inatividade. Então o profetas vai com uma pergunta aos sacerdotes (2.12-
13) acerca das coisas limpas e imundas e da influência deles sobre a outra. A resposta dos sacerdotes é que
a imundície é infecciosa, enquanto a santidade não é. A aplicação é obvia: Não espere que o trabalho de três
meses desfaça a negligência de dezesseis anos. A próxima palavra do Senhor ao povo é uma surpresa: “Mas
desde este dia vos abençoarei” (2.19). O povo precisava entender que as bênçãos de Deus não podem ser
ganhas como pagamento, mas vão como dádivas graciosas de um Deus doador. Deus escolheu Zorababel
para ser um anel de sela (2.23), isto é, para representar a natureza do servo a ser cumprida, finalmente, no
mais importante Filho de Zorababel, Jesus. Notar o nome de Zorobabel em ambas as listas genealógicas dos
Evangelhos (Mt 1; Lc 3), indicando que a benção final, a maior delas, é uma Pessoa, seu Filho Jesus Cristo.

Cristo Revelado

Duas referências a Cristo no Livro de Ag são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando que o
Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional. Após um transtorno entre os povos
da terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que todas
as nações desejaram será mostrado em esplendor no templo. A presença dele irá fazer com que a memória
do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da
presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.
A segunda referência á vinda do Messias é 2.23. O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que liga
esse livro, perto do final do AT, ao primeiro do NT: Zorobabel é uma pessoa listada nas genealogias de Jesus.

O Espírito Santo em Ação

Uma breve mas bonita referência ao ES é encontrada em 2.5. Os versículos anteriores mostram o povo de
Deus desencorajado, enquanto comparam o templo que eles estão, agora, construindo com o glorioso templo
de Salomão, que o novo templo vai substituir. A palavra do Senhor a eles é: “Esforça-te... E esforçaí-vos.” A
motivação para fazer isso também está mencionada: “Porque eu sou convosco.” Ag 2.5, então explica como o
ES vai interagir com o espírito do povo, a fim de ter o trabalho concluído.

O v. 5 inclui estes importantes pontos:

O ES é uma parte vital no concerto de Deus com o seu povo, “segundo a palavra que concertei convosco.”
O ES é um dom constante para o povo de Deus: “E o meu Espírito habitava no meio de vós.”
A presença do ES remove o medo do coração do povo de Deus. Portanto: “não temais.”

No centro do concerto de Deus com seu povo, está a constante operação do ES, operando para os libertar do
medo, a fim de que eles possam se mover corajosamente no cumprimento da comissão divina.
Introdução ao Livro de Zacarias

Zacarias

Autor: Zacarias
Data: 520—475 aC

Autor

Zacarias, cujo nome significa “O Senhor se Lembra”, foi um dos profetas pós – exílicos, um contemporâneo de
Ageu. Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de
reconstruir o templo (ver Ed 6.14). Como filho de Baraquias, filhos de Ido, ele era de umas das famílias
sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do AT, dado referências
distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.

Data

O ministério de Zacarias começou em 520 aC, dois meses após Ageu haver completado sua profecia. A visão
dos primeiros capítulos foi dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era um jovem (2.4). Os caps 7-8
ocorrem dois anos mais tarde, em 518 aC. A referência à Grécia em 9.13 pode indicar que os caps. 9-14
foram escritos depois de 480, quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande poder mundial. As profecias
que abrangem o Livro de Zacarias foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 aC.

Contexto Histórico

Os exilados que retornaram à sua terra natal em 536 aC sob o decreto de Ciro, estavam entre os mais pobres
dos judeus cativos. Cerca de cinqüenta mil pessoas retornaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel
e Josué. Rapidamente, reconstruíram o altar e iniciaram a construção do templo. Logo, todavia, a apatia se
estabeleceu, à medida que eles foram cercados com a oposição dos vizinhos samaritanos, que, finalmente
foram capazes de conseguir uma ordem do governo da Pérsia para interromper a construção. Durante cerca
de doze anos a construção foi obstruída pelo desânimo e pela preocupação com outras atividades. Zacarias e
Ageu persuadiram o povo a voltar ao Senhor e aos seus propósitos para restaurar o templo. Zacarias
encorajou o povo de Deus indicando-lhe um dia, quando o Messias reinaria de um templo restaurado, numa
cidade restaurada.

Conteúdo

O livro de Zc começa com a veemente palavra do Senhor para o povo se arrepender e se voltar novamente
para seu Deus. O livro está repleto de referências de Zc à palavra do Senhor. O profeta não entrega sua
própria mensagem, mas ele, fielmente, transmite a mensagem dada ele por Deus. O povo é chamado para se
arrepender de sua apatia e completar a tarefa que não foi terminada.

Deus, então, assegura ao seu povo o seu amor e cuidado por eles, através de oito visões. Avisão do homem
e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de Deus. A Visão dos quatros chifres e dos quatro ferreiros trazem à
memória o julgamento de Deus. A Visão do homem com um cordel de medir, existe uma olhada apocalíptica
na vele e pacífica cidade de Deus. A visão grandiosa do castiçal todo revestido de ouro entre os vasos de
azeite assegura a Zorobabel que os propósitos de Deus serão cumpridos somente pelo seu Espírito. A visão
do rolo voante emite o pronunciamento de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A visão da mulher
num efa significa a santidade de Deus e a remoção do pecado. A visão dos quatro carros retrata o soberano
controle de Deus sobre a Terra.

As visões são seguidas por uma cena de coroação na qual Josué é coroado tanto como rei como sacerdote.
Isso é poderosamente um simbolismo da vinda do Messias. Nos caps 7-9, Deus usa a ocasião de uma
questão sobre o jejum para reforçar sua ordem para justiça e juízo, para substituir as formalidades religiosas.
Os caps 9-14 Contêm muita escatologia. (Estudos das últimas coisas)
Cristo Revelado

Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de toso os livros do AT. Os caps 9-14 sãos as seções
mais citadas dos profetas nas narrativas dos Evangelhos. No apocalipse, Zacarias é citado mais do que
qualquer profeta, exceto Ezequiel.

Ele profetizou que o Messias virá como o Servo do Senhor, o Renovo (3.8), como o homem cujo nome é
Renovo (6.12); tanto como Rei como sacerdote 96;13), e como o verdadeiro Pastor (11.4-11). Ele dá um
expressivo testemunho sobre a traição de Cristo por trinta moedas de prata ( 11.12-13), sua crucifixão (12.10),
seus sofrimentos (13.7) e sua segunda vinda (14.4).

Duas referências a Cristo são de profundo significado. A entrada triunfante de Jesus em Jerusalém é descrita
com detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes do acontecimento (ver Mt 21.4; Mc 11.7-10). Um dos
versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é encontrado em 12.10, quando, na maioria dos
manuscritos a primeira pessoa é usada: “E olharão para mim, a quem traspassaram.” Jesus Cristo,
pessoalmente, profetizou sua definitiva recepção pela cada de Davi.

O Espírito Santo em Ação

O versículo mais freqüentemente citado do AT em referência à obra do ES é 4.6. Zorobabel é confortado na


segurança de: 1) que a reconstrução do templo não será por força militar ou por proeza humana, mas pelo
ministério do ES; 2) que o ES removerá cada obstáculo que está no caminho, que impede a conclusão do
templo de Deus. Um triste comentário em 7.12 recorda ao povo sua rebelião contra as palavras do Senhor
pelos profetas. Essas palavras foram transmitidas pelo ES.

Introdução ao Livro de Malaquias

Malaquias

Autor: Malaquias
Data: Cerca de 450 aC

Autor

Embora alguns atribuam Malaquias a um escritor anônimo, considerado por alguns ter sido Esdras, usando o
pseudônimo Mal’aki (“Meu mensageiro”), é melhor considerar o livro como escrito pelo próprio profeta.
Malaquias não é mencionado em mais nenhum lugar na Bíblia, mas, de seus escritos, podemos aprender que
ele teve um grande amor pelo povo de Judá e pelas cerimônias do templo. Ele foi, provavelmente, um
contemporâneo de Neemias.

Data

A falta de menção de qualquer rei ou de incidentes históricos identificáveis torna a datação um tanto difícil. O
uso de várias palavras persas no texto e a referência a um templo reconstruído (1.10) tornam a data pós–
exílica simultânea com Neemias mais provável ( cerca de 450 aC).

Contexto Histórico

Como já foi mencionado, Malaquias é o último de muitos homens divinamente inspirados que, num período de
uns mil anos, predisseram a vinda do Justo. Não somente eles profetizaram acerca da vinda do Messias, mas
também explicaram detalhadamente ao povo seus pecados e os advertiram a respeito do justo julgamento de
Deus.

Conteúdo
Na sua declaração de abertura, Malaquias salienta o amor imutável de Deus por seu povo, devido à sua
misericórdia, que dura para sempre. Este é o fundo paras as reprovações e exortações que se seguem.
Primeiro, o profeta salientam o desdém aberto e arrogante dos sacerdotes pela Lei e sua influência negativa
sobre o povo. O profeta mostra que eles provocam muita queda no pecado. Portanto, ele os adverte de que o
Senhor não será um espectador inativo, mas, a não ser que eles se arrependam, serão castigados
severamente.

Depois, ele salienta, em termos não –ambíguos, a traição dos sacerdotes leigos no divórcio de esposas fiéis e
casamento de mulheres pagãs que praticam adoração de ídolos. Isso é seguido por uma súplica fervorosa
para vigiarem suas paixões e serem fieis às esposas da sua mocidade, dadas a eles pelo Senhor. O profeta,
além disso, censura as práticas não-religiosas do povo, sua recusa da justiça de Deus e sua defraudação ao
Senhor, por reterem os dízimos e as ofertas exigidas.

Numa linguagem fervorosa e brilhante, Malaquias continua a descrever o tipo original do sacerdócio. Ele
profetiza sobre o Sol da Justiça, sobre o Mensageiro do concerto e o grande e terrível dia do julgamento
divino, no qual o justo será galardoado, e o ímpio, castigado. Finalmente, ele exorta o povo a observar as Leis
dadas a Israel através de Moisés e promete a vinda do Messias e do seu precursor, Elias (João Batista). Essa
declaração conclui o AT e o liga à boas-novas da provisão de Deus no Sol da Justiça descrita no NT.

Cristo Revelado

No último livro do AT, nós encontramos claras elocuções proféticas com respeito ao repentino aparecimento
de Cristo—o anjo do (novo) concerto (3.1). Aquele dia será um tempo de julgamento. “Quem subsistirá,
quando ele aparecer?” (3.2) Ninguém , por suas próprias forças pode, mas, para aqueles que temem ao
Senhor, “o Sol da Justiça, Jesus (3.1) nascerá e salvação trará debaixo das suas asas”, isto é, um triunfo
vitorioso (4.2).

O Espírito Santo em Ação

A Obra do ES em Malaquias é evidente na sua pessoa e no ministério profético. Seus escritos demonstram
que ele foi um profeta dedicado— Uma pessoa nitidamente em sintonia com o ES. Como tal, ele podia ser
efetivamente usado para advertir o povo sobre seu comportamento pecaminoso e persuadi-lo a conformar sua
vida com a lei do Senhor. O ES, além disso, outorgou a ele o privilégio de levar a linhagem de profetas
escritores fiéis e dedicados a um término, permitindo a ele proclamar com clareza e fervor a sua visão da
vinda de Cristo.

NOVO TESTAMENTO

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