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CRISTO NO TABERNÁCULO

Capítulos 25:10-40, 27:1-8, 30:1-10, 17-21

O tabernáculo terrestre, seus móveis e o sacerdócio arâmico foram instituídos


segundo um modelo que o SENHOR mostrou a Moisés e eram figura e sombra
das cousas celestes (Hebreus 8:5).

A idéia de que Deus mora em um edifício feito por mãos humanas não é
verdadeira, mas pagã. Alguns gostam de chamar de casa de Deus o prédio em
que uma igreja se reúne para seus cultos e outras atividades. Só é correto no
sentido que é uma casa dedicada ao serviço de Deus, mas não é, e nunca foi, a
moradia de Deus (1 Reis 8:27).

Deus nunca disse que iria morar no tabernáculo no sentido de se restringir a um


ponto geográfico. Ele disse que iria morar entre os querubins (1 Samuel 4:4; 2
Samuel 6:2; 2 Reis 19:15, Salmo 99:1 e Isaías 37:16): sendo Israel uma teocracia
da qual o SENHOR era o Rei, Ele colocou Seu trono entre os querubins do
propiciatório, que ficava sobre a arca do concerto, sendo este o lugar em que
seus súditos, representados pelo sacerdote, iriam se encontrar com Ele.

O fato da arca do concerto ser o primeiro móvel mencionado é significativo: o


tabernáculo é visto do ponto de vista de Deus, a partir do Seu trono, colocado no
recinto Santo dos Santos, olhando de dentro para fora. A perspectiva humana
começaria de fora para dentro, a partir do portão do átrio, do altar de bronze, e
da bacia com água.

A arca, feita de madeira de acácia e coberta por dentro e por fora de ouro, é um
perfeito símbolo de Cristo, representando as Suas duas naturezas, a divina e a
humana: sua divindade é representada pelo ouro incorruptível, e sua
humanidade pela madeira, corruptível. As duas matérias formam a arca, mas
sem se fundirem. Assim também Cristo é o Filho de Deus que se revestiu da
substância humana mantendo distintas as duas naturezas em Sua pessoa (João
14:1,9, Colossenses 2:9).

O conteúdo da arca (Hebreus 9:4) também era simbólico de Cristo:

1. O maná nos fala dele, o verdadeiro Pão da Vida (João 6:32,35) que nos dá a
vida eterna, e, o Profeta, o Verbo de Deus que traz a mensagem final de Deus
para a humanidade. Depois dele veio o silêncio, pois Ele é a última palavra.

2. A vara de Arão nos lembra a Sua ressurreição, e da Sua posição como Sumo
Sacerdote oferecendo-se a Si mesmo em sacrifício pelo pecado de muitos.
3. As tábuas com os dez mandamentos da aliança nos indicam que quando aqui
viveu Ele cumpriu a Lei em todos os seus detalhes. A Lei também nos lembra
que Ele é o Rei, que assim nasceu, viveu, morreu, e ressuscitou e vai voltar para
tomar o Seu reino, como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

O propiciatório era como uma bandeja colocada em cima da arca. Era uma
peça à parte, feita de ouro puro com um querubim em cada um dos dois lados,
cobrindo-a com suas asas e olhando para baixo onde anualmente era colocado o
sangue do sacrifício pelo povo. Este é um perfeito símbolo do sacrifício do
sangue de Cristo, oferecido em resgate dos que nele crêem (1 Pedro 1:18,19). Só
podemos nos aproximar de Deus mediante o nosso Sumo Sacerdote que está à
sua mão direita, Jesus Cristo ressuscitado. Ele ofereceu seu próprio sangue para
remissão de nossos pecados, uma só vez para todo o sempre (Hebreus 7:26-28).
É através dele que encontramos misericórdia e socorro em nossas aflições
(Hebreus 2:17, 18, 4:15,16).

A mesa dos pães da propiciação tinha sobre ela doze pães, cada um dos
quais representava uma das tribos de Israel, indicando igualdade para todos. Os
pães são um símbolo de Cristo: eles eram feitos de grão de trigo moído e sem
fermento; Ele se comparou com um grão de trigo (João 12:24), foi moído pelas
nossas iniqüidades (Isaías 53:5), mas sem pecado, do qual o fermento é um
símbolo. Todos podem participar dele, sem distinção. Já a mesa sugere muitas
coisas: sustento, provisão, suprimento. É a mesa da

 salvação: todos estão convidados a virem participar da salvação que se acha


em Cristo.

 provisão: Cristo, mediante quem tudo o que existe foi feito, nos fornece de
tudo que precisamos para nosso sustento, tanto material como espiritual.

 a santa ceia: estabelecida por Cristo antes da Sua morte; tomando do pão e do
cálice, os que nele crêem lembram-se da sua morte e a anunciam até que Ele
volte.

O candelabro feito de uma só peça de ouro, lindamente trabalhada, representa


para nós a divindade perfeita de Cristo - ouro puro. Ele é a Luz do mundo (João
8:12-26), dando visão espiritual a todos os que se chegam a Ele. Não foram
dadas medidas para o candelabro: também não podemos por limites à
divindade de Cristo, pois não existem. Isto é além da nossa compreensão, que é
limitada ao tempo e ao espaço que nos rodeiam. O candelabro segurava as sete
lâmpadas que iluminavam o santuário, o lugar de adoração, e ao mesmo tempo
revelavam a beleza do candelabro. As lâmpadas eram alimentadas com azeite,
um símbolo do Espírito Santo na Bíblia. O Senhor Jesus falou a respeito dele o
Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (João
14:26). Assim como as lâmpadas revelavam a beleza do candelabro, quando nos
reunimos para estudar a Palavra de Deus, em nome de Cristo, é o Espírito Santo
de Deus que nos revela as coisas maravilhosas referentes ao Senhor Jesus, como
o Filho de Deus, nosso Redentor e Intercessor.

O altar de incenso (capítulo 30:1-10) estava junto ao véu que dava entrada ao
Santo dos Santos, a presença do SENHOR. Não era para ser usado para
sacrifícios, apenas continha um tipo especial de incenso (nenhum outro era
permitido), que devia ser queimado todas as manhãs, quando Arão ia preparar
as lâmpadas, e todas as tardes quando fosse acendê-las. Incenso é um símbolo
de oração na Bíblia (Salmo 141:2, Apocalipse 8:3), e o altar nos fala novamente
do Senhor Jesus, pois somente através dele podemos chegar ao Trono de Graça
em oração. Deus houve as nossas orações porque as fazemos em nome de Cristo,
que morreu na cruz por nós (Efésios 1:6, João 14:14). Somente sacerdotes - os
verdadeiros crentes em Cristo - podem orar assim, e devem orar sem cessar (1
Tessalonicenses 5:17).

O recinto do Santo dos Santos onde estava o trono do SENHOR nos lembra
a Nova Jerusalém, a cidade dos santos (também em forma de cubo), chamada o
tabernáculo de Deus com os homens, onde Deus habitará com eles (Apocalipse
21:3).

O santuário, também chamado templo do SENHOR nos recorda a igreja de


Cristo (1 Coríntios 3:16,17). As paredes e travessas de tábuas, de madeira
coberta de ouro, nos falam de Cristo, também as quatro coberturas: azul do céu
de onde veio, púrpura da sua realeza, escarlate do seu sangue.

O altar de bronze onde eram feitos os sacrifícios, representa o sacrifício feito


pelo pecado de muitos pela morte do nosso Salvador, Jesus Cristo. Bronze na
Bíblia é símbolo de julgamento. Ninguém pode entrar no santuário, sem ter
aceito este sacrifício pelos seus pecados (João 1:12,29, Efésios 5:2).

A bacia de bronze onde os sacerdotes se lavavam nos lembra a Palavra de


Deus: como o bronze polido ela nos mostra a sujeira do pecado, e como água
limpa ela nos purifica mediante o Espírito Santo (Efésios 5:26). É depois desta
santificação, feita repetidamente, que podemos entrar na presença de Deus para
adorá-lo.
R David Jones

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