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JESUS ABRE O CAMINHO ATRAVÉS DO VÉU

SÁBADO, 26 FEVEREIRO

Leitura para o Estudo desta Semana: Hebreus 9:24; Êxodo 19:3 e 4; Hebreus 12:18-
21; Levítico 16:1 e 2; Hebreus 10:19-22; Colossenses 3:1.

Verso Áureo: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do
verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de
Deus” (Hebreus 9:24, ARC).

Quando os discípulos voltaram do Monte das Oliveiras, logo depois de Jesus ter ascendido ao Céu,
estavam cheios de alegria e de coragem. O seu Mestre e Amigo tinha subido para uma posição de
poder sobre o mundo e tinha-os convidado a aproximarem-se de Deus em Seu nome, com a
absoluta confiança de que Deus responderia favoravelmente às suas orações (João 14:13 e 14).
Embora continuassem no mundo, atacados pelas forças do mal, a esperança deles era forte. Sabiam
que Jesus tinha subido para preparar um lugar para eles (João 14:1-3). Sabiam que Jesus era o
Príncipe da sua salvação, e que, pelo Seu sangue, tinha aberto um caminho para o lar celestial.

A ascensão de Jesus ao Céu é central na teologia de Hebreus. Marca o começo do governo de Jesus
e o início do Seu ministério sumo-sacerdotal em nosso favor. Finalmente, e mais importante, a
subida de Jesus marca o momento em que o novo concerto, que providencia os meios através dos
quais podemos aproximar-nos confiantemente de Deus pela fé, foi inaugurado. É nosso privilégio
agora aproximarmo-nos de Deus com confiança através de Jesus e dos méritos da Sua justiça.

JESUS ABRE O CAMINHO ATRAVÉS DO VÉU


SÁBADO, 26 FEVEREIRO

Que fonte de alegria para os discípulos saberem que tinham … um Amigo assim no Céu para
interceder em seu favor! Mediante a visível ascensão de Cristo, toda a sua visão e contemplação
do Céu ficam alteradas. … Agora o Céu estava relacionado com o pensamento de Jesus, a quem
tinham amado e reverenciado acima de todos os outros. …

Agora olhavam para ele como o seu futuro lar, onde mansões estavam a ser preparadas para eles
pelo seu amoroso Redentor. A oração revestia-se de novo interesse, uma vez que era uma
comunhão com o seu Salvador. Com novas e vibrantes emoções e uma firme confiança de que a
sua oração seria respondida, eles foram para o cenáculo a fim de apresentar as suas petições e
clamar pelo cumprimento da promessa do Salvador, que tinha dito: “Pedi e recebereis” (Mateus
7:7) “para que a vossa alegria seja completa” (João 17:13). Eles oravam no nome de Jesus.
– Comentários de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, vol. 6, p. 1054.
Jesus está no Santo dos Santos, para comparecer agora perante Deus em nosso favor. Ali,
incessantemente, momento a momento, apresenta o Seu povo, aperfeiçoado n’Ele. Mas, porque
somos assim representados diante do Pai, não devemos pensar que podemos abusar da Sua
misericórdia e tornar-nos descuidados, indiferentes e comodistas. Cristo não é o ministro do
pecado. Somos aperfeiçoados n’Ele, aceites no Amado, unicamente ao permanecermos n’Ele
pela fé.

Nunca poderemos alcançar a perfeição através das nossas boas obras. O indivíduo que
contempla Jesus pela fé, repudia a sua própria justiça. Ele vê-se a si próprio como imperfeito, o
seu arrependimento insuficiente, considera fraqueza a sua maior demonstração de fé, inferior o
seu mais dispendioso sacrifício, e então mergulha em humildade junto à cruz. Mas uma voz,
vinda dos oráculos divinos, fala-lhe. Com assombro, ele ouve a mensagem: “Nele, estais
aperfeiçoados” (Colossenses 2:10). Agora tudo está em repouso no seu espírito. Ele não precisa
mais de se empenhar em descobrir algum valor em si próprio, algum ato meritório através do
qual obter o favor de Deus. – Refletindo a Cristo (Meditações Matinais, 1987), p. 68.

E o amado João, sob inspiração do Espírito Santo, diz, com grande clareza e confiança: “Se
pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em
tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizermos.” I João 5:14 e 15.
Portanto, insistamos nas nossas petições ao Pai em nome de Jesus. Deus honrará esse nome.

O arco-íris que rodeia o trono é a garantia de que Deus é verdadeiro e de que n’Ele não há
mudança nem sombra de variação. Temos pecado contra Ele e não merecemos o Seu favor; no
entanto, … quando vamos a Ele, confessando a nossa indignidade e o nosso pecado, Ele
compromete-Se a atender ao nosso clamor. A honra do Seu trono foi-nos dada como penhor do
cumprimento da Sua palavra.

Como Aarão, que simbolizava Cristo, o nosso Salvador no santuário celestial traz sobre o
coração o nome do Seu povo. O nosso grande Sumo-Sacerdote lembra-Se de todas as palavras
com as quais nos animou a confiar. Lembra-Se continuamente do Seu Concerto. – Parábolas de
Jesus, pp. 93 e 94, ed. P. SerVir.

JESUS PERANTE O PAI


DOMINGO, 27 FEVEREIRO

Leia Hebreus 9:24. De acordo com esta passagem, qual foi o propósito da ascensão de
Jesus ao Céu?

Deus instruiu Israel de que os seus homens deviam subir três vezes a Jerusalém, para
“aparecerem diante do Senhor” com uma oferta. As vezes escolhidas foram a festa da Páscoa
(Pães Asmos), a Festa das Semanas (Pentecostes) e a Festa dos Tabernáculos (Cabanas) (Êxo.
23:14-17; Deut. 16:16). A Páscoa celebrava a libertação de Israel do Egito. O Pentecostes
festejava a colheita da cevada e, na altura do Novo Testamento, foi associada com a doação da
Lei no Sinai. A Festa das Cabanas celebrava o cuidado de Deus por Israel durante a sua
passagem pelo deserto. Segundo o Novo Testamento, todas as festas do Velho Testamento
também têm importância profética.
Hebreus 9:24 descreve a ascensão de Jesus à presença do Pai. Ele chegou ao santuário celestial,
“o verdadeiro”, para “aparecer” diante de Deus com um sacrifício melhor (Heb. 9:23 e 24, NVI)
– o Seu próprio sangue.

Jesus cumpriu o significado profético das festas de peregrinação com extraordinária exatidão.
Morreu no dia de preparação para a Páscoa, à hora nona, o momento em que os cordeiros da
Páscoa eram sacrificados (João 19:14;Mat. 27:45-50). Jesus ressuscitou ao terceiro dia e subiu
ao Céu para receber a garantia de que o Seu sacrifício tinha sido aceite (João 20:17; I Cor.
15:20), quando o sacerdote devia agitar o molho de cevada madura como primícias (Lev. 23:10-
12). Depois, subiu 40 dias mais tarde para Se sentar à direita de Deus e inaugurar o novo
concerto no Dia de Pentecostes (Atos 1 e 2).

O propósito da peregrinação no antigo Israel era “ver a face de Deus” (Sal. 42:2, A21). Isto
significava experimentar o favor de Deus (Sal. 17:15). De forma semelhante, a expressão
hebraica “procurar a face de Deus” significava pedir ajuda a Deus (II Cró. 7:14; Sal. 27:8; Sal.
105:4). Este é o sentido, em Hebreus, da ascensão de Jesus. Jesus subiu para Deus com o
sacrifício perfeito. Ascendeu ao Céu também como nosso precursor na presença de Deus (Heb.
6:19 e 20). Ele tornou real a promessa para os crentes que viajam “em busca de uma pátria”,
desejando “um país melhor”, esperando “a cidade cujo artífice e construtor é Deus” (Heb. 11:10,
13-16, ARA).

Mais uma vez, por que motivo deve a realidade do que Cristo fez na cruz e do que está a
fazer agora no Céu dar-nos a garantia da salvação?

JESUS PERANTE O PAI


DOMINGO, 27 FEVEREIRO

A morte do cordeiro pascal era uma sombra da morte de Cristo. Diz Paulo: “Cristo, nossa
Páscoa, foi sacrificado por nós” (I Coríntios 5:7). O molho das primícias, que por ocasião da
Páscoa era movido perante o Senhor, simbolizava a ressurreição de Cristo. Falando da
ressurreição do Senhor e de todo o Seu povo, diz Paulo: “Mas cada um por sua ordem: Cristo as
primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda” (I Coríntios 15:23). Semelhante ao molho
que era agitado, constituído pelos primeiros grãos amadurecidos que se colhiam antes da ceifa,
Cristo é as primícias da ceifa imortal de resgatados que, por ocasião da ressurreição futura, serão
recolhidos para o celeiro de Deus.

Aqueles símbolos cumpriram-se, não só quanto ao acontecimento, mas também quanto ao


tempo. No dia catorze do primeiro mês judaico, no mesmo dia e mês em que, durante quinze
longos séculos, o cordeiro pascal tinha sido morto, Cristo, tendo comido a Páscoa com os
discípulos, instituiu a solenidade que deveria comemorar a Sua própria morte como o “Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo”. Naquela mesma noite, Ele foi agarrado por mãos ímpias,
para ser crucificado e morto. E, como o antítipo dos molhos que eram agitados, o nosso Senhor
ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, como “as primícias dos que dormem” (I Coríntios
15:20), exemplo de todos os ressuscitados justos. – O Grande Conflito, p. 333, ed. P. SerVir.

Contemplando a perfeição do caráter de Cristo, contemplando a Sua missão, o Seu amor, a Sua
graça, a Sua verdade, [os crentes] ficam encantados; é satisfeita a grande necessidade do
coração, e dizem com o salmista: “Satisfar-me-ei da Tua semelhança quando acordar” (Salmo
17:15). Veem que é Jesus Cristo o divino objetivo da fé e amor; para eles o amor do mundo e o
culto de tesouros terrestres chegaram ao fim.

Essa pessoa apropria-se da Palavra de Deus. Vê que os milagres de Cristo, a Sua renúncia, o Seu
sacrifício, a Sua morte na cruz, foram por sua causa. A linguagem do seu coração será: “Ele
morreu por mim. Triunfou na morte para que eu não perecesse, mas sim cresse n’Ele como meu
Salvador pessoal, e tivesse aquela vida que se mede pela vida de Deus. Nas riquezas da Sua
graça, tenho na minha posse tesouros que duram como a eternidade.” – Para Conhecê-
l’O (Meditações Matinais, 1965), p. 213.

Por vezes, um profundo sentimento da nossa indignidade enche o coração, num estremecimento
de terror; mas isto não é evidência de que Deus tenha mudado para connosco, ou nós em relação
a Ele. Nenhum esforço deveria ser feito quanto a dirigir a mente a certa intensidade de emoção.
Podemos não sentir hoje a paz e o gozo que sentíamos ontem; mas devemos, pela fé, agarrar a
mão de Cristo e confiar n’Ele tão completamente nas trevas como na luz. – Santificação, p. 100.

O CONVITE DE DEUS
SEGUNDA-FEIRA, 28 FEVEREIRO

Leia Hebreus 12:18-21. Qual foi a experiência de Israel no Monte Sinai?

Quando Deus chamou Israel do Egito, o Seu plano era criar um relacionamento pessoal e íntimo
com eles. Ele disse: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de
águias, e vos trouxe a mim” (Êxo. 19:3 e 4, ARC).

Assim, através de Moisés, Deus deu as instruções necessárias para preparar o povo para se
encontrar com Ele. O povo precisava primeiro de se consagrar (Êxo. 19:10-15). Aqueles que
chegassem ao sopé da montanha sem preparação morreriam. No entanto, depois de o povo se
preparar durante dois dias, então “soando a buzina longamente” no terceiro dia, Deus instruiu o
povo a subir ao monte (Êxo. 19:13, ARC). Queria que eles tivessem a experiência que Moisés e
os líderes do povo teriam quando subissem à montanha e vissem Deus, e comessem e bebessem
na Sua presença (Êxo. 24:9-11, ARC). Mais tarde, o povo reconheceu que tinha visto a glória de
Deus e que era possível Deus falar “com o homem, e o homem fica[r] vivo” (Deut. 5:24, ARC).
Mas, quando chegou o momento, faltou-lhes a fé. Moisés explicou, anos mais tarde: “Temestes
o fogo, e não subistes ao monte” (Deut. 5:5, ARC). Antes, pediram a Moisés que fosse o seu
intermediário (Deut. 5:25-27, compare com Êxo. 20:18-21).

A manifestação que Deus fez da Sua santidade no Monte Sinai foi para ensinar o povo a
aprender a “temê-l’O”, isto é, ou a respeitá-l’O. O temor do Senhor leva à vida, à sabedoria e à
honra (Deut. 4:10; compare com Sal. 111:10; Prov. 1:7; Prov. 9:10; Prov. 10:27) – e também
a aprendermos que Ele é misericordioso e piedoso (Êxo. 34:4-8). Assim, embora Deus quisesse
que Israel fosse a Ele, o povo ficou com medo e pediu a Moisés que fosse o seu intermediário. A
descrição em Hebreus dos eventos no Sinai segue, principalmente, o facto de Moisés relembrar
ao povo a falta de fé e a apostasia dele com o bezerro de ouro, e como Moisés tinha medo de se
encontrar com o Senhor por causa dos pecados do povo (Deut. 9:19). A reação do povo não foi
o plano de Deus para ele; em vez disso, foi o resultado da sua falta de fé.

Graças a Jesus, por que motivo não devemos ter receio de nos aproximarmos de um Deus
santo? Contudo, quais são as condições para conseguirmos aproximar-nos?

O CONVITE DE DEUS
SEGUNDA-FEIRA, 28 FEVEREIRO

Apesar da oposição de Faraó, pelo Seu grande poder Deus libertou o Seu povo do Egito, a fim
de que pudesse guardar a lei que fora dada no Éden. Ele levou-os ao Sinai para que ouvissem a
proclamação dessa lei.

Ao anunciar os Dez Mandamentos aos filhos de Israel com a Sua própria voz, Deus demonstrou
a sua importância. Em maravilhoso esplendor, Ele tornou conhecida a Sua majestade e
autoridade como Governador do mundo. Fez isso para impressionar as pessoas com a santidade
da Sua lei e a importância de lhe obedecer. O poder e a glória com os quais a lei foi dada,
revelam a sua importância. Essa é a fé que foi entregue aos santos por Cristo nosso Redentor, ao
falar a partir do Sinai. – Testemunhos para a Igreja, vol. 8, pp. 197 e 198.

Fervorosamente [David] estudou os métodos de Deus, expressos por Cristo quando envolto na
coluna de nuvem, e dados a Moisés para serem fielmente repetidos a todo o Israel. … Quando
David analisou os votos e as promessas que Deus lhes tinha feito, sabendo que se destinavam a
todos quantos deles precisassem, assim como a Israel, apropriou-se também deles, dizendo:
“Lembrar-me-ei, pois, das obras do Senhor; certamente que me lembrarei das tuas maravilhas da
antiguidade. Meditarei também em todas as tuas obras e falarei dos teus feitos” (Salmo 77:11 e
12).

A sua fé apropriou-se de Deus, e foi fortalecido e encorajado; embora reconhecesse os métodos


de Deus como sendo misteriosos, sabia, porém, que eram misericordiosos e bons; pois, este era
o Seu caráter tal como foi revelado a Moisés: “E o Senhor desceu numa nuvem e se pôs ali junto
a ele; e ele apregoou o nome do Senhor. Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou:
Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e
verdade” (Êxodo 34:5 e 6). – Comentários de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, vol.
3, p. 1149.

O Capitão da nossa salvação fortalece os Seus seguidores, não com falsidades científicas, mas
com genuína fé na palavra de um Deus pessoal. Esta palavra é repetida sempre, sempre, e
sempre, cada vez com maior intensidade. Satanás reúne todas as suas forças para o assalto do
último conflito cerrado, e a resistência do seguidor de Cristo é provada ao máximo. Por vezes
parece que terá que ceder. Mas uma palavra de oração ao Senhor Jesus vai como uma seta para o
trono divino, e anjos de Deus são enviados ao campo de batalha. Inverte-se a maré … e os
oprimidos são libertados. Os crentes perseguidos são erguidos como por asas de águia, e é ganha
a vitória. …

Que lições maravilhosas aprenderemos como resultado de confiarmos constantemente na


suficiência de Cristo! Quem aprende estas lições não precisa de depender da experiência alheia.
Ele tem em si mesmo o testemunho, e a sua experiência é o real conhecimento de que Cristo é
totalmente suficiente, fiel e poderoso. Compreende a promessa: “A Minha graça te basta” (II
Cor. 12:9). – Nos Lugares Celestiais (Meditações Matinais, 2011), p. 294, ed. P. SerVir.

A NECESSIDADE DE UM VÉU
TERÇA-FEIRA, 01 MARÇO

As cortinas têm uma função dupla. O termo que Hebreus usa para cortina (katepetasma) pode
referir-se às cortinas do pátio (Êxo. 38:18), às cortinas à entrada do compartimento exterior do
santuário (Êxo. 36:37) ou à cortina interior que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo
(Êxo. 26:31-35). Estas três cortinas eram tanto entradas como limites que só algumas pessoas
podiam atravessar.

Leia Levítico 16:1 e 2 e Levítico 10:1-3. Que advertência temos nestas passagens?

A cortina era uma proteção para os sacerdotes ao ministrarem diante de um Deus santo. Depois
do pecado do bezerro de ouro, Deus disse a Moisés que não os acompanharia no caminho para a
Terra Prometida, para que não os consumisse, porque eram um “povo obstinado” (Êxo. 33:3).
Por isso, Moisés deslocou a tenda da congregação e montou-a longe, fora do campo (Êxo. 33:7).
Mas, depois da intercessão de Moisés, Deus concordou em ir com eles no seu meio (Êxo. 33:12-
20), mas estabeleceu várias medidas para proteger o povo enquanto habitava no meio deles.

Por exemplo, Israel acampava numa ordem estrita, que criava um quadrado vazio no meio, onde
o tabernáculo era montado. Além disso, os levitas acampavam à volta do tabernáculo, de
maneira a protegerem o santuário e os seus móveis da invasão de estranhos (Núm. 1:51; Núm.
3:10). Eram, na realidade, uma espécie de cortina humana que protegia o povo de Israel: “Mas
os levitas assentarão as suas tendas ao redor do tabernáculo do testemunho, para que não haja
indignação sobre a congregação dos filhos de Israel; pelo que os levitas terão o cuidado da
guarda do tabernáculo do testemunho” (Núm. 1:53, ARC).

Jesus, como nosso Sacerdote, também tem sido o nosso véu (cortina). Através da Sua
encarnação, Deus montou a Sua tenda no nosso meio e tornou possível que contemplássemos a
Sua glória (João 1:14-18). Tornou possível que um Deus santo viva no meio de um povo
imperfeito.
Pense no que significava que o Deus Criador, Aquele que fez o Universo, viria habitar
entre o Seu povo, que, naquela altura, era uma nação de escravos fugitivos. O que nos
ensina isso acerca de quão próximo Deus pode estar de nós?

A NECESSIDADE DE UM VÉU
TERÇA-FEIRA, 01 MARÇO

No santuário do tabernáculo do deserto e do templo, que eram os símbolos terrestres da


habitação de Deus, havia um lugar sagrado para a Sua presença. O véu bordado de querubins, à
sua entrada, não devia ser erguido por nenhuma mão, exceto uma. Levantar aquele véu, e entrar,
sem ser mandado, no sagrado mistério do lugar santíssimo, era morte certa. Pois acima do
propiciatório repousava a glória do Santíssimo – glória para a qual homem algum podia olhar e
viver. No dia do ano que era designado para ministrar no lugar santíssimo, o sumo-sacerdote,
tremendo, entrava na presença de Deus, enquanto nuvens de incenso ocultavam aos seus olhos a
glória. Em todos os átrios do templo fazia-se silêncio. Nenhum sacerdote ministrava no altar. A
hoste de adoradores, curvados em respeitoso silêncio, orava implorando a misericórdia de Deus.
– A Ciência do Bom Viver, pp. 332 e 333, ed. P. SerVir.

A obra mais importante da educação não é meramente comunicar conhecimentos, mas transmitir
a energia vitalizante que é recebida através do contacto de mente com mente, de coração com
coração. É apenas a vida que pode gerar vida. Que privilégio, pois, foi o deles, de estarem
durante três anos em contacto com aquela vida divina de onde tem vindo todo o impulso doador
de vida que tem abençoado o mundo! Mais do que todos os seus companheiros, João, o
discípulo amado, entregou-se ao poder daquela maravilhosa vida. Ele diz: “A vida foi
manifestada, e nós a vimos, e testificámos dela, e vos anunciámos a vida eterna, que estava com
o Pai, e nos foi manifestada”. “Todos nós recebemos também da Sua plenitude, e graça por
graça.” I João 1:2; João 1:16.

Nos apóstolos de nosso Senhor não havia nada que trouxesse glória sobre si mesmos. Era
evidente que o êxito dos seus trabalhos se devia, unicamente, a Deus. A vida desses homens, o
caráter que desenvolveram e a poderosa obra que Deus realizou por seu intermédio, são um
testemunho do que Ele fará por todos quantos forem suscetíveis de ser ensinados e obedientes.
– O Desejado de Todas as Nações, pp. 198 e 199, ed. P. SerVir.

Aquele que se entregou a Cristo é mais precioso aos Seus olhos do que todo o mundo. O
Salvador teria passado pela agonia do Calvário para que uma única pessoa fosse salva no Seu
reino. Jamais abandonará alguém por quem morreu. A menos que os Seus seguidores O queiram
deixar, Ele segurá-los-á firmemente.

Através de todas as nossas preocupações, temos um infalível Ajudador. Não nos deixa a lutar
sozinhos com a tentação, combater o mal, e ser afinal esmagados sob o peso de fardos e dores.
Embora esteja agora oculto aos olhos mortais, o ouvido da fé pode ouvir a Sua voz, dizendo:
Não temas; Eu estou contigo. “Eu sou... o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para
todo o sempre.” (Apocalipse 1:18). Suportei as vossas dores, experimentei as vossas lutas,
enfrentei as vossas tentações. Conheço as vossas lágrimas; também Eu chorei. As aflições
demasiado profundas para sempre desafogadas em algum ouvido humano, Eu as conheço. Não
pensem que estão desprezados e abandonados. Ainda que a vossa dor não encontre eco em
nenhum coração da Terra, olhem para Mim e vivam. – O Desejado de Todas as Nações, p. 411,
ed. P. SerVir.

O NOVO E VIVO CAMINHO POR MEIO DO VÉU


QUARTA-FEIRA, 02 MARÇO

Leia Hebreus 10:19-22 (NAA). Que convite nos é feito nesta passagem?

O livro de Hebreus argumenta que Jesus entrou no santuário celestial e convida-nos a seguirmos
o Seu exemplo. Esta ideia concorda com o conceito apresentado antes de que Jesus é o
“príncipe” e precursor dos crentes (Heb. 2:10; Heb. 6:19 e 20; Heb. 12:2). O “novo e vivo
caminho” é o novo concerto que Jesus inaugurou com o Seu sacrifício e com a Sua ascensão. A
expressão “novo e vivo caminho” contrasta com a descrição do velho concerto como sendo algo
que “caducou e ficou velho” (Heb. 8:13, BpT). É o novo concerto, que providenciou perdão do
pecado e que pôs a Lei no nosso coração, que torna possível que nos aproximemos de Deus com
confiança, não por causa de nós mesmos ou de alguma coisa que tenhamos feito, mas apenas por
causa do que Jesus fez por nós, ao cumprir todas as obrigações do concerto.

Hebreus destaca que a entrada em vigor do velho concerto envolveu a inauguração do santuário
e a consagração dos sacerdotes (Heb. 9:18-21; compare com Êxodo 40; Levítico 8 e 9). O
propósito do concerto era criar um relacionamento íntimo entre Deus e o Seu povo (Êxo. 19:4-
6). Quando Israel aceitou esse relacionamento, Deus imediatamente ordenou que um santuário
fosse construído, para que Ele pudesse viver entre eles. A inauguração do santuário e a presença
de Deus no meio do Seu povo foi o momento em que o concerto entre Deus e Israel foi
completado.

O mesmo é verdade para o novo concerto. Ele também implica a inauguração do ministério
sacerdotal de Jesus em nosso favor (Heb. 5:1-10; Heb. 7:1-8:13).

A ascensão de Jesus à presença do Pai deu início a uma nova era para o povo de Deus. Zacarias
3 menciona que Satanás estava na presença do Senhor para acusar o povo de Deus, que era
representado pelo sumo-sacerdote Josué. Este acusador é o mesmo que levantou dúvidas acerca
da lealdade de Job a Deus (Job 1 e 2). No entanto, com o sacrifício de Jesus Satanás foi expulso
do Céu (Apoc. 12:7-12; compare com João 12:31; João 16:11). Agora é Jesus Quem intercede
por nós e, através do Seu sacrifício e fidelidade, reclama salvação para nós!

Que acusações poderia Satanás fazer contra si diante de Deus, se isso lhe fosse permitido?
Embora seja mentiroso, quanto teria ele de mentir a seu respeito para tentar a sua
condenação? Qual é a sua única esperança?

O NOVO E VIVO CAMINHO POR MEIO DO VÉU


QUARTA-FEIRA, 02 MARÇO

Aqueles que verdadeiramente creem em Cristo sentam-se com Ele nos lugares celestiais.
Aceitemos o emblema do Cristianismo. Este não é um sinal exterior, não é a exibição de uma
cruz ou uma coroa, mas algo que revela a união do homem com Deus. …

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo
novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne, e tendo grande
sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé,
tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos
firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é fiel. Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto
vedes que o dia se aproxima” (Hebreus 10:19-23, 25). – Olhando para o Alto (Meditações
Matinais, 1983), p. 254.

A intercessão de Cristo em nosso favor é a de apresentar os Seus méritos divinos ao Se oferecer


a Si mesmo ao Pai, como nosso substituto e fiador, pois ascendeu às alturas para fazer expiação
pelas nossas transgressões. ... “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se
chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Com base … [nisto] é
evidente que não é da vontade de Deus que sejamos desconfiados e nos torturemos com o temor
de que Deus não nos aceitará pelo facto de sermos pecaminosos e indignos. Apresentemos o
nosso caso na Sua presença, reivindicando os méritos do sangue derramado por nós na cruz do
Calvário. Satanás acusar-nos-á de sermos grandes pecadores, e precisamos de admitir isso, mas
cada um pode dizer: “Eu sei que sou um pecador, e esta é a razão por que necessito de um
Salvador. Jesus veio ao mundo para salvar pecadores. ‘O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos
purifica de todo pecado’ (I João 1:7). Não tenho qualquer mérito ou bondade através dos quais
possa requerer salvação, mas apresento perante Deus o sangue expiatório do Cordeiro imaculado
de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é o meu único argumento. O nome de Jesus dá-me
acesso ao Pai. Os Seus ouvidos e o Seu coração estão atentos à minha mais débil súplica, e Ele
supre as minhas necessidades mais prementes.” – Refletindo a Cristo (Meditações Matinais,
1987), p. 67.

Cristo veio para dar ao mundo um exemplo do que poderia ser a humanidade perfeita, quando
unida à divindade. Apresentou ao mundo um novo aspeto de grandeza na Sua exibição de
misericórdia, compaixão e amor. Deu aos homens uma nova interpretação de Deus. Como
Criador da Humanidade, ensinou aos homens lições na ciência do governo divino, através das
quais revelou a razão da reconciliação entre a misericórdia e a justiça. – Mensagens Escolhidas,
vol. 1, p. 260.

ELES VERÃO A SUA FACE


QUINTA-FEIRA, 03 MARÇO

Leia Hebreus 12:22-24. Em que sentido chegámos à Jerusalém celestial e entrámos na


presença de Deus?
Tem sido dito que os crentes “chegaram” ao Monte de Sião, a Jerusalém celestial, pela fé. Neste
sentido, a experiência deles antecipa o futuro. Portanto, a Jerusalém celestial pertence ao reino
das coisas “que se esperam” e “que se não veem”, mas que nos foram garantidas pela fé (Heb.
11:1).

Embora seja verdade, este não é o único significado desta passagem. Nós também chegámos ao
Monte de Sião, precisamente à presença de Deus, através do nosso representante Jesus (Efé. 2:5
e 6; Col. 3:1). A ascensão de Jesus não é uma questão de fé, mas um facto. É esta dimensão
histórica da ascensão de Jesus que dá uma força motivadora à exortação de Hebreus para
retermos firmemente a nossa confissão (Heb. 4:14; Heb. 10:23). Paulo diz: “Visto que temos
um grande sumo-sacerdote, ... que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa
confissão; ... cheguemo-nos, pois, com confiança” (Heb. 4:14, 16).

Portanto, já chegámos através do nosso representante, e, sendo assim, devemos agir em


conformidade. Através d’Ele, nós provámos “o dom celestial, ... e ... a boa palavra de Deus e as
virtudes do século futuro” (Heb. 6:4 e 5). A realidade da ascensão e do ministério de Jesus no
santuário celestial é uma “âncora da alma, segura e firme” (Heb. 6:19), a garantia de que as
promessas têm substância e merecem confiança (Heb. 7:22). Para nós, a fé é uma âncora
histórica.

Contudo, o propósito de Deus será cumprido não só em Jesus, mas também em nós. Dissemos
que a ascensão de Jesus cumpria a tipologia das duas primeiras peregrinações anuais de Israel, a
Páscoa e o Pentecostes. De acordo com Hebreus e Apocalipse, a última peregrinação, a Festa
das Cabanas (ou Tabernáculos), ainda não está cumprida. Festejá-la-emos com Jesus, quando
estivermos na “cidade ... cujo arquiteto e edificador é Deus”, na pátria celestial (Heb.
11:10, NVI, 13-16). Não vamos construir cabanas, mas a cabana de Deus, a Sua tenda, descerá
do Céu, e viveremos com Ele para sempre (Apoc. 7:15-17; Apoc. 21:1-4; Apoc. 22:1-5; Núm.
6:24-26).

Como é que podemos aprender a tornar real para nós, agora, a promessa da vida eterna,
num mundo tão cheio de dor e sofrimento? Que resposta pode dar àqueles que dizem que
tudo isto não passa de uma fantasia para nos ajudar a sentirmo-nos melhor a respeito da
nossa vida aqui e agora?

ELES VERÃO A SUA FACE


QUINTA-FEIRA, 03 MARÇO

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de factos que se não veem”
(Hebreus 11:1). Não temos nós comprovado isto no passado ao sairmos em fé para produzir as
coisas que agora se veem? Fé não é somente olhar para a frente, para coisas invisíveis; deve ser
confirmada ao olhar para as experiências do passado, para resultados tangíveis, o comprovativo
da Palavra de Deus. Orem: “Senhor, aumenta a minha fé.” A fé desperta os sentidos para
trabalharem diligentemente a fim de produzir resultados. A fé eleva e enobrece os poderes da
alma, capacitando-a a lançar mão do invisível. …

Olhando para Jesus, não só como nosso Exemplo, mas como Autor e Consumador da nossa fé,
avancemos para a frente, tendo confiança de que Ele nos suprirá toda a força necessária para
todo o dever. – Olhando para o Alto(Meditações Matinais, 1983), p. 68.

Necessita-se de fé tanto nas pequenas coisas da vida como nas grandes. Em todos os nossos
interesses e em todas as nossas ocupações diárias, a força sustentadora de Deus torna-se real
para nós por meio de uma confiança permanente.

Só o sentimento da presença de Deus pode banir o medo que, para a criança tímida, tornaria a
vida num fardo. Que ela fixe na sua memória a promessa: “O anjo do Senhor acampa-se ao
redor dos que o temem, e os livra” (Salmo 34:7). Que ela leia a maravilhosa história de Eliseu na
cidade da montanha, e como, entre ele e as hostes dos inimigos armados, havia um poderoso
grupo de anjos celestiais que o rodeava. Que ela leia como o anjo de Deus apareceu a Pedro, na
prisão, e condenado à morte; como, depois de passarem pelos guardas armados, pelas portas
maciças e pelo grande portão de ferro, com os seus ferrolhos e trancas, o anjo conduziu o servo
de Deus em segurança. Onde quer que haja corações com fé para serem canais do Seu poder, Ele
trabalhará agora de maneira não menos notável do que trabalhou no passado. – Refletindo a
Cristo (Meditações Matinais, 1987), p. 119.

“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em Mim tem a vida eterna.” Por
intermédio do amado João, que escutou estas palavras, o Espírito Santo declarou às igrejas: “E o
testemunho é este: que Deus deu-nos a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o
Filho tem a vida.” I João 5:11 e 12. E Jesus disse: “Eu o ressuscitarei no último dia.” Cristo
tornou-Se numa mesma carne connosco, para nos podermos tornar num mesmo espírito com
Ele. É em virtude desta união que havemos de ressurgir do sepulcro – não meramente como
manifestação do poder de Cristo, mas porque, mediante a fé, a Sua vida se tornou a nossa. Os
que veem a Cristo no Seu verdadeiro caráter e O recebem no coração têm a vida eterna. É por
meio do Espírito que Cristo habita em nós; e o Espírito de Deus, recebido no coração pela fé, é o
princípio da vida eterna. – O Desejado de Todas as Nações, p. 323, ed. P. SerVir.

SEXTA-FEIRA, 04 MARÇO

Estudo Adicional: “A ascensão de Cristo ao Céu foi, para os Seus seguidores, um sinal de que
estavam para receber a bênção prometida. Deviam esperá-la antes de iniciarem a tarefa que lhes
tinha sido entregue. Ao transpor as portas celestiais, Jesus foi entronizado enquanto os anjos O
adoravam. Assim que esta cerimónia terminou, o Espírito Santo desceu em torrentes sobre os
discípulos, e Cristo foi de facto glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a
eternidade. Este derramamento do Pentecostes foi uma afirmação do Céu de que o Redentor
tinha sido confirmado. De acordo com a Sua promessa, Jesus enviou o Espírito Santo sobre os
Seus seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, tinha recebido todo o poder no Céu
e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre o Seu povo. ...

“Podiam falar no nome de Jesus com segurança: pois não era Ele o seu Amigo e Irmão mais
velho? Levados a uma íntima comunhão com Cristo, sentaram-se com Ele nos lugares celestiais.
Quando testemunhavam d’Ele, a sua linguagem e as suas ideias estavam revestidas de uma
convicção profunda.” – Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, cap. 4, pp. 29, 34, ed. P. SerVir.
Perguntas para Reflexão:

1. O salmista disse: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e
me apresentarei ante a face de Deus?” (Sal. 42:2). Como é que podemos ter a mesma
sede de estarmos na presença de Deus? Se não nos alegramos agora na presença de
Deus quando O adoramos e estamos na Sua presença pela fé, iremos alegrar-nos no
futuro? Quais são os fatores que levam à alegria na presença de Deus?
2. Num livro que zombava da fé, alguém criou um robô que supostamente acreditava por
nós. Embora isto fosse uma diversão, quão cuidadosos devemos ser para não fazermos
como Israel no deserto, isto é, pedir intermediários entre nós e Deus? Temos a
tendência de deixarmos que outras pessoas estudem a Bíblia em nosso lugar e
descubram as gemas da verdade na Bíblia. Algumas pessoas podem sentir-se tentadas a
pensar que as orações de outros em seu favor têm mais peso diante de Deus do que as
suas orações pessoais. Por que razão devemos evitar essa armadilha espiritual? Por
que motivo, graças a Jesus, podemos aproximar-nos de Deus sem necessidade de mais
ninguém?
3. Hebreus tem a ver com a certeza da salvação. Contudo, quão cuidadosos devemos ser
para não confundirmos presunção com certeza?

Textos-chave: Hebreus 9:24; Êxodo 19:3 e 4; Hebreus 12:18-21; Levítico 16:1 e 2; Hebreus 10:19-
24; Colossenses 3:1.

Parte I: Vista Geral

Temas da Lição: Em Hebreus, a ascensão de Cristo marca o início do Seu governo e do Seu ministério
sumo-sacerdotal no Céu. Quando Cristo ascendeu ao Céu, foi à presença de Deus em nosso favor (Heb.
9:24). Nos tempos do Velho Testamento, cada elemento masculino devia comparecer diante de Deus três
vezes por ano. As festas de peregrinação eram a Páscoa, a Festa do Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos
(Êxo. 23:14-17). O seu propósito era aparecer diante de Deus (Salmo 42:2).

No Céu, Cristo apareceu na presença de Deus em nosso favor. De acordo com as festas do Velho
Testamento, Cristo morreu na Páscoa. Em seguida, depois da Sua ressurreição, ascendeu inicialmente para o
Seu Pai na altura em que os sacerdotes agitavam o seu molho de cevada (ver João 20:17; Efé. 4:8). Cristo
ascendeu de novo, uma última vez, passados 40 dias, para se sentar à direita de Deus. Quando se realizou no
Céu o empossamento de Cristo como nosso Sumo-Sacerdote, o Espírito Santo foi derramado sobre os
seguidores de Cristo na Terra durante o Pentecostes.

Quando Deus apareceu aos Israelitas no Monte Sinai, eles temeram a presença de Deus. Moisés tornou-se no
seu intermediário. Ao longo de toda a história de Israel, os sacerdotes foram os mediadores. Mas mesmo eles
estavam proibidos de entrar quando quisessem no Lugar Santíssimo do tabernáculo. As cortinas
funcionavam como limites e como proteção para os sacerdotes quando ministravam no santuário. Hebreus
convida os seus ouvintes, e, por extensão, nós, a aproximarmo-nos do santuário através do véu, quer dizer,
através da carne de Cristo (Heb. 10:20).

Parte II: Comentário


Os Espíritos dos Justos Aperfeiçoados

Em Hebreus 12:22 e 23, Paulo dirige-se aos seus ouvintes com estas palavras: “Mas tendes chegado ao
monte Sião, à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, ao incontável número de anjos em reunião
festiva; à igreja dos primogénitos registados nos céus, a Deus, o juiz de todos, aos espíritos dos justos
aperfeiçoados” (A21). A pergunta que vamos analisar a propósito desta passagem é: Quem são “os espíritos
dos justos aperfeiçoados”? Quer dizer, que espécie de seres são?

Como preparação para respondermos a esta pergunta, vamos dar uma vista de olhos ao contexto de Hebreus
12:22 e 23, que é Hebreus 11. Em Hebreus 11, Paulo louva os heróis da fé, seguindo-se uma forte exortação
no início de Hebreus 12 para fixarmos os nossos olhos em Jesus, “autor e consumador da fé, o qual, pelo
gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à dextra do trono de
Deus” (Heb. 12:2, ARC). Depois, a secção que se segue em Hebreus 12 trata da disciplina de Deus na vida
cristã. O facto de pessoas justas sofrerem não é sinal de desagrado de Deus, mas do afeto paternal de Deus.
Por isso Paulo diz: “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Heb.
12:6, ARA).

Segue-se uma dupla exortação à paz e à santidade: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Heb. 12:14, ARC). Para reforçar a advertência, Paulo apresenta a ilustração de
Esaú, descrito como sendo uma pessoa “imoral e profana” – precisamente a antítese do exemplo de fé de
Hebreus 11 – que trocou os direitos da sua primogenitura pelo prazer imediato de uma refeição (Hebreus
12:16, A21). Finalmente, Paulo compara a geração do Êxodo com os seus ouvintes. A primeira foi
confrontada com uma teofania no Monte Sinai. Moisés relembrou a cena e declarou: “Estou apavorado e
trémulo” (Heb. 12:21, NVI). Em contraste, os ouvintes de Hebreus não chegaram a uma montanha
aterrorizadora, mas ao lugar celestial da habitação de Deus, a “Jerusalém celestial” (Heb. 12:22, ARC). Têm
acesso “a Deus, juiz de todos”, à “igreja dos primogénitos registados nos céus” e “aos espíritos dos justos
aperfeiçoados” (Heb. 12:23, A21).

Quem são os “espíritos dos justos aperfeiçoados”? A maioria dos eruditos que estudam o livro de Hebreus
usa a literatura apocalíptica judaica (p. ex.: Jubileus 23:30 e 31; I Henoch 22:9; I Henoch 102:4; I Henoch
103:3 e 4; II Apocalipse de Baruch 30:2) para entender a frase “espíritos dos justos aperfeiçoados”. Nesta
base, concluem que estes espíritos devem ser almas imateriais, sem corpo, que habitam no Céu. Essa
conclusão deve ser desafiada pelos dados apresentados no próprio livro de Hebreus. Para isso, vamos
analisar o substantivo “espíritos”, o adjetivo “justos” e o adjetivo verbal (particípio) “aperfeiçoados”.

O substantivo “espíritos”, ou “espírito”, tem três usos diferentes na carta aos Hebreus. Primeiro, “espíritos”
é usado para designar anjos que são espíritos ministradores (Heb. 1:7, 14). Segundo, “espírito” designa o
Espírito Santo que dá dons, fala acerca do novo concerto e dá testemunho dele (Heb. 2:4; Heb. 3:7; Heb.
6:4; Heb. 9:8; Heb. 10:15). Por vezes, o Espírito Santo parece ser descrito como “o Espírito da graça”
(Heb. 10:29), ou o “Espírito eterno” (Heb. 9:14). Terceiro, “espíritos” refere-se a seres humanos que estão
vivos e que estão sujeitos à penetrante observação da Palavra de Deus Viva (Heb. 4:12). Igualmente,
quando Paulo fala acerca de Deus corrigir os Seus filhos, diz: “Tínhamos os nossos pais humanos para nos
disciplinar, e nós os respeitávamos. Logo, não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e assim
viveremos?” (Heb. 12:9, A21). Assim, podemos concluir que “espíritos” na frase “os espíritos dos justos
aperfeiçoados” (Heb. 12:23, A21) não são anjos, nem o Espírito Santo, mas seres humanos que, pela fé, se
aproximaram do Monte de Sião, a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial (Heb. 12:22).

Em Hebreus, o adjetivo “justo” aparece apenas duas vezes fora da passagem que estamos a analisar. A
primeira vez em que aparece, é usada no contexto da resiliência: “o meu justo viverá pela fé” (Heb.
10:38, ARA). Deus não tem qualquer prazer naqueles que recuam por causa de dúvidas ou de descrença. A
segunda vez, o adjetivo é usado no contexto de a oferta de Abel ser um sacrifício melhor do que a oferta de
Caim. Devido a esse sacrifício melhor, Abel recebe o testemunho de que é “justo” (Heb. 11:4). Os dois
casos referem-se a pessoas que estavam vivas, não mortas ou num estado desencarnado. Portanto, essas
pessoas não são descritas como almas imateriais. Logo, podemos concluir que os “justos” são pessoas que
vivem pela fé e que expressam a sua fé através dos sacrifícios que fazem.

O termo “aperfeiçoado” aparece várias vezes em Hebreus, usado de três maneiras. Primeira, Cristo foi
aperfeiçoado através do sofrimento e torna-Se a fonte de eterna salvação (Heb. 2:10; Heb. 5:9; Heb. 7:28).
Segunda, a Lei não pode aperfeiçoar a consciência do adorador (Heb. 7:19; Heb. 9:9; Heb. 10:1). Terceira,
os seres humanos são aperfeiçoados. Em Hebreus 10:14, Paulo afirma: “Pois, com uma só oferta, [Cristo]
tem aperfeiçoado para sempre os que são santificados” (TB) e em Hebreus 12:23 os “espíritos dos justos”
são aperfeiçoados. Logo, os objetos do aperfeiçoamento são Cristo e os seres humanos, não seres
desencarnados numa esfera metafísica.

Finalmente, a frase “igreja dos primogénitos” parece ser parte de um paralelismo, sinónima com a frase que
a segue, “cujos nomes estão escritos nos céus” (Heb. 12:23, NVI). A ideia de os nomes de pessoas justas
estarem escritos nos livros do Céu é vulgar nas Escrituras (Êxo. 32:32; Sal. 69:28; Dan. 12:1; Lucas
10:20; Apoc. 13:8; Apoc. 17:8; compare com Fil. 3:20). Moisés contendeu com Deus para que Ele
perdoasse o pecado de Israel, ou então, tirasse o seu nome do livro da vida. Por conseguinte, os “espíritos
dos justos aperfeiçoados” devem ser interpretados como sendo seres humanos, e não almas imateriais de
pessoas que morreram.

Em resumo, a evidência textual aponta para o facto de que o substantivo “espíritos” é usado para anjos, o
Espírito Santo e seres humanos. O adjetivo “justos” é usado para pessoas fiéis, como Abel e os ouvintes de
Hebreus. O termo “aperfeiçoados” é usado para descrever Jesus a ser aperfeiçoado, a incapacidade da Lei
para aperfeiçoar qualquer coisa e seres humanos que foram aperfeiçoados pelo sacrifício de Cristo. Assim,
podemos concluir com segurança que os “espíritos dos justos aperfeiçoados” não são almas imateriais,
destituídas de forma corporal, que habitam no Céu depois da sua passagem pela Terra e subsequente morte,
e que estão agora a desfrutar de paz celestial. Antes, os “espíritos dos justos aperfeiçoados” são seres
humanos cujos nomes foram registados no Céu. Pela fé, os destinatários de Hebreus chegam a Deus, a Jesus,
o Mediador de um novo concerto, à Jerusalém celestial, aos incontáveis anjos, e estes são seres humanos que
foram aperfeiçoados pela fé e cujos nomes estão registados no Céu. Esta passagem deve ser entendida como
uma exortação para os crentes, semelhante à exortação do autor para os seus ouvintes, quando diz:
“Cheguemo-nos, pois, com confiança, ao trono da graça” (Heb. 4:16, ARC).

Parte III: Aplicação

Como Adventistas do Sétimo Dia, temos muitas crenças em comum com outras denominações Cristãs, como
a oração, a justificação pela fé, a santificação, a Trindade, o dízimo, etc.. Além das crenças distintivas
Adventistas, como as ligadas à doutrina do santuário e à nossa compreensão de que somos o remanescente
do fim, mencionado em Apocalipse, podem encontrar-se algumas denominações dentro do Cristianismo que
partilham as nossas crenças no Sábado, na Segunda Vinda, no dom de profecia e no estado dos mortos.
Durante a lição desta semana, vimos o estado dos mortos através da passagem de Hebreus 12:22 e 23.
Sendo Adventistas do Sétimo Dia, distinguimo-nos de outros grupos cristãos, mas não de forma exclusiva,
ao crermos que a alma não é imortal. Cremos que Deus criou Adão “do pó da terra. Soprou o fôlego da vida
em suas narinas, e o homem se tornou um ser vivo” (Gén. 2:7, NVT). Outras traduções transcrevem “ser
vivo” como “alma vivente”. Com a morte, o ser vivo deixa de existir. Por influência da filosofia grega, a
maioria dos Cristãos ao longo da História tem acreditado que os seres humanos nasceram imortais, e que,
quando alguém morre, o seu espírito vai para o Céu, para viver com Deus, ou para o inferno, para arder
eternamente.

1. Que perigos surgem quando impomos as nossas ideias preconcebidas ao texto bíblico,
em vez de permitirmos que a Bíblia fale por si mesma?
2. Podemos, de facto, ser completamente objetivos e isentos de preconceitos? Porquê, ou
porque não?

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