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LIÇÃO 3
J
erusalém estava alegre. Tivera início a grande festa de Pentecostes, com
recordações do Sinai e com ações de graça pela colheita do trigo. “Va-
rões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu”, encami-
nhavam-se mais uma vez à sua querida cidade de Sião. Eles iam cele-
brar os feitos de Deus e adorar no Seu templo. Os filhos de Israel chegavam
dos lugares mais remotos. Os peregrinos vinham cantando pelo caminho
canções dulcíssimas e trazendo grande alegria a Jerusalém.
Apesar de tudo isto, Jerusalém não tinha paz. Os eventos ocorridos por
ocasião da recente Páscoa, projetavam uma sombra sobre os preparativos
desse dia santo ao Senhor; um dia para “comer, beber e enviar poções, e
fazer grandes festas”. A crucificação de Jesus de Nazaré, acompanhada de
trevas espessas, do terremoto espantoso, e do véu do templo rasgado, reper-
cutiam com grande inquietação em Jerusalém. E, mesmo depois da Sua mor-
te, a pessoa de Jesus continuava a ser o principal assunto da cidade, pois,
dizia-se que ressuscitara da morte e aparecera a muitos dos seus seguido-
res. Como no tempo do Seu ministério, “assim entre o povo havia dissensão
por causa dele” (Jo 7.43).
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LIÇÃO 3: A IGREJA REVESTIDA DO ESPÍRITO 29
ESBOÇO DA LIÇÃO
OBJETIVOS DA LIÇÃO
TEXTO 1
Todos juntos num mesmo lugar. Eram quase cento e vinte corações que
palpitavam como um só, enquanto assentados juntos aguardavam o poder que
os habilitaria a testificar do Senhor Jesus Cristo, “tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.8).
TEXTO 2
A multidão atônita
1. “Que quer isto dizer?” (At 2.12). Era esta uma pergunta
concernente à manifestação das línguas pelo Espírito Santo. Aos que fizeram
esta pergunta, respondeu o apóstolo Pedro: “Isto é o que foi dito pelo profeta
Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derra-
marei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão,
os vossos mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e
também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas
naqueles dias, e profetizarão” (2.16-18).
TEXTO 3
O SERMÃO DE PEDRO
O altruísmo de Pedro
costes duplo (Jl 2.28); a época da Igreja tem de encerrar-se como iniciou
com um Pentecostes.
3. “Ao qual Deus ressuscitou” (At 2.24). Pedro assim falou sem
expor qualquer prova. O povo que lhe escutava estava a par dos fatos, inde-
pendente da ação interior do Espírito. Todos sabiam que a história dos discí-
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pulos terem “levado” o corpo de Jesus do túmulo, não tinha qualquer dose de
verdade.
TEXTO 4
O SERMÃO DE PEDRO
(Cont.)
Pedro jamais esteve sob tão forte unção do Espírito Santo, como falou
no dia de Pentecostes. Suas palavras foram como flechas perfurando a cas-
ca dura do preconceito judaico, a ponto dos seus ouvintes sentirem remorso
diante da idéia de terem assassinado o próprio Messias. O incidente lembra o
futuro dia em que a nação inteira lamentará por causa daquele a quem tras-
passaram (Zc 12.10). A pergunta dos ouvintes faz lembrar de outra, feita pelos
seus antepassados: “Com que me apresentarei ao Senhor, e me inclinarei
ante o Deus excelso?” (Mq 6.6). Queriam saber como seriam perdoados por
tão grande pecado e como seriam aceitos no reino do Messias. Tal pergunta é
o primeiro passo a ser dado por aqueles que buscam a conversão.
A resposta de Pedro
messa” mencionada por Pedro nessa ocasião, já foi registrada por Lucas três
vezes antes (At 1.4; 2.33; Lc 24.49). É evidente que, de acordo com a leitura
destes versículos, “o dom do Espírito Santo” (v. 38) refere-se ao próprio batismo
com o Espírito Santo. Note também como as Escrituras acentuam o fato do
batismo com o Espírito Santo ser a promessa de Deus para nós também:
“Para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso
Deus, chamar.”.
Não é necessário que o sol brilhe sete vezes mais que o normal para dar
mais luz sobre este texto. Era isto mesmo o que Pedro estava dizendo: que a
experiência do batismo com o Espírito Santo, manifesta pela primeira vez no
dia de Pentecostes, era destinada por Deus a todos os crentes, em todos os
tempos e em todas as nações.
A primeira vez que a Lei foi proclamada, três mil pessoas foram mortas
(Êx 32.28). A primeira vez que a graça foi anunciada, quase três mil foram
salvos e batizados no mesmo dia. Que notável contraste!
TEXTO 5
Aqui temos o início histórico da Igreja. Num só dia, quase três mil pesso-
as foram convertidas. Certamente eram todos judeus ou prosélitos (gentios
recebidos no Judaísmo como nação e religião). Tais conversões se deram
enquanto Jerusalém estava cheia de judeus “de todas as nações que estão
debaixo do céu” (2.5). Estavam, então, ali representadas as regiões mais
afastadas do Império Romano, desde a Mesopotâmia, a leste, até Roma, a
oeste, e até a África, a sudoeste. Não é dito que os conversos pertenciam a
todas essas regiões; mas, as referências que encontramos, da existência de
cristãos em Damasco, Cirene, Chipre, Roma e outras partes, indicam isso.
vos davam-lhe lugar. Amavam de fato uns aos outros, de sorte que os que
possuíam bens materiais, estavam sempre a disposição dos demais.
Resultado esperado
O resultado de tudo isso é que muitas almas foram salvas (v. 47). Os
cristãos primitivos adornavam a doutrina do Senhor (Tt 2.10). Pessoas de
toda parte eram atraídas pelo gozo indizível dos crentes, nos cultos, e pela
vida que viviam no dia-a-dia.