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08/02/2022 16:31 As Boas Novas do Yom Kippur – Estudos Adventistas

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ESTUDOS ADVENTISTAS
EXAMINANDO AS ESCRITURAS

As Boas Novas do Yom Kippur


Hugo Martins 04/11/2016 0

AS BOAS NOVAS DO YOM KIPPUR

Richard M. Davidson é professor de Exegese do Antigo


Testamento na Andrews University e antigo presidente da
ATS (Adventist Theological Society). É autor de diversos
livros e artigos, com destaques para “Flame of Yahweh: A
Theology of Sexuality in the Old Testament” [A Paixão de
Yahweh: Uma Theologia da Sexualidade no Antigo
Testamento], “A Love Song for the Sabbath” [Uma Canção
de Amor para O Sábado] e New Testament Use of the Old
Testament [O Uso do Antigo Testamento no Novo
Testamento].

Tradução: Hugo Martins

“As Boas Novas do Yom Kippur” (Original em Inglês: “The


Good News of Yom Kippur”) foi primeiramente publicado, em 1991, no Journal of the Adventist

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Theological Society da ATS (Adventist Theological Society [Sociedade Teológica Adventista]), a


detentora dos direitos deste artigo que permitiu a tradução e a publicação da tradução para o nosso
site.

Como você reage quando lê tais solenes pronunciamentos da vinda do juízo? “assentou-se o
tribunal, e se abriram os livros” (Dn 7:10). “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do
seu juízo” (Ap 14:7). “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão
escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec 12:14). “Pois o SENHOR conhece o caminho
dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá“ (Sl 1:5).

Essas passagens são boas novas ou têm elas um efeito perturbador? Nem sempre considerei o
juízo como parte da certeza das boas novas do evangelho.[1] Conforme crescia na Igreja
Adventista do Sétimo Dia, costumava ter calafrios ao se mencionar o juízo investigativo. O cenário
do meu nome aparecendo na corte celestial, com todos os meus pecados trazidos diante de Deus
e do universo inteiro, fizera-me pensar: “que jamais aconteça! Espero que meu nome não apareça
hoje.”

Imagine a minha surpresa quando, pela primeira vez, li diversas orações nos Salmos as quais o
salmista parecia, realmente, querer e esperar pelo juízo. A súplica mais profunda por juízo pareceu,
a mim, bem chocante: “Levanta-te, ó Deus, julga a terra” (Sl 82:8). Ainda mais estarrecedoras eram
as expressões de exuberante júbilo pela vinda do juízo: “Alegrem-se os céus, e a terra exulte; . . .
regozijem-se todas as árvores do bosque, na presença do SENHOR, porque vem, vem julgar a
terra” (Sl 96:11–13). Mas simplesmente além da minha compreensão estavam as passagens onde
Davi esperava que seu próprio caso viesse a juízo. Diversas vezes Davi orou: “Julga-me, Senhor!”
(Sl 7:8; 26:1; 35:24; 43:1). Ele parecia, verdadeiramente, estar dizendo: apresse-se, Senhor! Faça
o juízo. Que meu nome seja julgado. Não posso esperar!

São as boas novas do juízo para você como parecem ter sido para Davi? Porventura seria um teste
prático, para saber se são ou não são boas novas em sua vida, perguntar a si mesmo: já orei
alguma vez a oração de Davi? Esta manhã, orei eu “Julga-me, Senhor; suplico que meu nome seja
julgado?”

Como pode Davi fazer tal oração. Com seu registro de pecados hediondos como assassinato e
adultério, apenas como exemplos. Não entendia ele a pecaminosidade do pecado ou a gravidade
do juízo? Ele entendia. Observe sua oração de mais profundo arrependimento após o caso com
Bate-seba e o assassinato do marido dela:

Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira
que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar (Sl 51:3–4).

Davi compreendia a atrocidade do seu pecado e a realidade do juízo. Mas ele compreendia,
também, a mensagem da justificação pela fé. Ele reconhecia que, embora fosse pecador, seus
pecados poderiam ser cobertos e limpos pelo sangue do Substituto. Ele orou: “Purifica-me com
hissopo [o instrumento usado para aplicar o sangue do sacrifício, Lv 14:4–6; Nm 19:18; Ex 12:22],

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e ficarei limpo” (Sl 51:7). Em alegria pode clamar: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é
perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32:1).

As Escrituras, consistentemente, enfatizam a seriedade do pecado e a certeza do juízo. Mas,


revela, também, que o Cordeiro de Deus, nosso Substituto, fora aceito em nosso lugar. Conforme
recebamos a Cristo, somos cobertos com a manta de Sua justiça. Deus diz ao Grande Acusado: “O
SENHOR te repreende, ó Satanás” (Zc 3:2). Fomos adquiridos, perdoados e purificados. Não
estamos mais “ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de
Cristo, nosso Substituto.”[2]

Certeza da Vindicação

Quando pertencemos a Cristo, as mesas são viradas no juízo. Não mais ficamos ali como um réu
acusado. Cristo pagara o preço pela nossa possessão. Nos tornamos, agora, os peticionários;
clamando por redenção contra as falsas acusações de Satanás. Agora, como Davi, podemos
aguardar e saudar o juízo. Podemos orar “Julga-me, SENHOR, Deus meu, segundo a tua justiça”
(Sl 35:24).[3]

O resultado deste juízo é certo. É em “favor dos santos do Altíssimo” (Dn 7:22 [NVI]). Não apenas é
Cristo nosso Substituto, tendo pago culpa pelos nossos pecados com Seu sangue. Mas Ele é,
também, nosso Defensor, nosso Advogado que nunca perdeu um caso que tenha sido confiado a
Ele. Eloquente e persuasivamente Ele defende nossa causa na instância celestial.[4] Aquelas
ilustrações que descrevem o pecador arrependido implorando ele mesmo em meio ao tribunal
celeste não descreve a realidade. “[Ele, nosso Advogado] vive sempre para interceder por eles”
(Hb 7:25 [NVI]). Para aqueles em Cristo, a corte celeste é um lugar amigável.

Nosso Advogado celeste fica ao lado deles com Seu exército em volta; Ele “não lhes justifica os
pecados, mas apresenta o seu arrependimento e fé, e, reclamando o perdão para eles, ergue as
mãos feridas perante o Pai e os santos anjos, dizendo: Conheço-os pelo nome. Gravei-os na palma
de Minhas mãos.”[5]

Não apenas é Cristo nosso Substituto e Advogado, Ele é a testemunha-chave em nossa causa!
Sendo a Testemunha Fiel e Verdadeira (Ap 3:14), ele traz a evidência que nos vindica diante do júri
celeste e silencia as falsas acusações do adversário.

Ademais, como se as boas novas não fossem o suficiente, consideremos que nesta corte celestial
Cristo é, também, nosso Juiz.[6] Este Juiz nunca cometera um engano, e Ele está do nosso lado.
Ele não é um magistrado severo, inflexível, procurando prejudicar a todos a quem Ele puder, mas
um Deus gracioso e bondoso buscando salvar a todos que Ele puder. Com um apelo tenro Ele
admoesta-nos a aceitar as provisões da corte objetivando absolver-nos:

Portanto, eu vos julgarei, a cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o
SENHOR Deus. Convertei-vos e desviai-vos de todas as vossas transgressões; e a
iniquidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com
que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó
casa de Israel? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus;
Portanto, convertei-vos e vivei” (Ez 18:30–32).

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A função múltipla de um simples indivíduo no julgamento pode parecer estranha a nosso moderno
sistema legal ocidental, mas está inteiramente de acordo com o conceito bíblico de administração
judicial.[7] Nos portões da cidade os mesmos anciãos poderiam convocar procedimentos judiciais,
argumentar como advogado, dar testemunho e dar o veredito. No santuário israelita, o sacerdote
não apenas fazia tudo isto (Ver Dt 17:8–13), mas, também, arcava com a penalidade dos pecados
(ver Lv 10:17).

Com Cristo como nosso Substituto e Fiador, nosso Advogado e Mediador, nosso Amigo,
Testemunha e Juiz, o que mais poderíamos querer?

Estas maravilhosas boas novas acerca da certeza da redenção no juízo tornar-se-á mais e mais
preciosa a nós quando o gatilho da perseguição for pressionado, quando a as falsas testemunhas
acusarão o povo de Deus de causar todas as calamidades na terra e quando os mais altos
tribunais terrestres promulgarem vereditos de culpa contra nós. Em face de tal evento sombrio,
podemos ter a esperança e a confiança que no juízo investigativo a verdade prevalecerá. Como Jó,
que em um cenário de juízo investigativo[8] fora confrontado com falsos acusadores, podemos,
confiantemente, proclamar: “Porque eu sei que o meu Redentor [Vindicador] vive e por fim se
levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a
Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo” (Jó 19:25–27).[9]

Ellen White descreve, comoventemente, nossa redenção final no juízo investigativo:

João, em santa visão, contempla os fiéis que saem de grande tribulação, em volta do trono
de Deus com vestes brancas, e coroadas de glória imortal. Isso, embora tenham sido
consideradas a escória da Terra! No juízo investigativo sua vida e caráter são levados em
revista perante Deus, e aquele tribunal solene inverte a decisão de seus inimigos. Sua
fidelidade a Deus e a Sua Palavra torna-se manifesta, e as altas honras do Céu são-lhes
conferidas, como vencedores na luta com o pecado e Satanás.[10]

Portanto, o juízo investigativo revela ao universo os santos que se apresentam diante de Deus.
Não põe salvação do povo de Deus em risco. Enquanto é algo terrível para aqueles que tem
negligenciado e rejeitado as provisões feitas por sua própria salvação, para aqueles em Cristo, o
juízo investigativo é uma razão para louvar.

Desde 1844, os santos de Deus podem proclamar: “finalmente, chegou!” Por 6000 anos (desde a
morte de Abel) o sangue dos mártires tem clamado: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e
verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Ap 6:10). O
tempo do fim chegou. O Yom Kippur está aqui. O juízo final chegou—o processo de investigação,
seguido por uma revisão milenial e a execução final da sentença. Por fim, Satanás será calado.
Será vista a verdade que redime o povo de Deus. Verdadeiramente, a mensagem do primeiro anjo
—“É chegada a hora do seu juízo”—é parte do “evangelho eterno [boas novas]” (Ap 14:6–7).

Redenção e certeza no juízo são as boas novas—quase bom demais para ser verdade. Eu,
dificilmente, ousaria acreditar, mesmo como um teólogo na universidade, como um estudante
seminarista e como um jovem pastor. Declarações inspiradas, tais como a seguir, são músicas
tocando para os meu ouvidos: “Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto

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sincera sua conversão, que digam ou sintam que estão salvos.”[11] O que eu não compreendia era
que tais palavras estavam refutando a crença errônea de “uma vez salvo, salvo para sempre.”
Pensava que ela queria dizer que nunca poderíamos expressar a certeza da salvação. Quão
trágico era que eu não via, no mesmo parágrafo, a certeza de Deus que “podemos nos entregar a
Cristo e saber que Ele nos aceita.” Por mais de dois anos eu pregava sermões sobre Cristo, mas
eles estavam desprovidos de certeza. Finalmente, por meio de uma guia maravilhosa e
providencial, a beleza e a simplicidade do evangelho começaram a me iluminar.

As sublimes promessas saltaram das Escrituras em mim: “Em verdade, em verdade vos digo:
quem crê em mim tem a vida eterna” (João 6:47). “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em
mim tem a vida eterna” (1 João 5:13; ver vv. 11–12). Encontrei a mesma revelação gloriosa nas
palavras de Ellen White:

Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por
pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de
Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não
houvésseis pecado.[12]

As maravilhosas novas que eu sou “aceito no amado”, que cristo é minha justiça, trouxe a minha
alma uma alegria e uma paz como que descrita por aqueles que ouviram a mensagem do
evangelho no despertar da sessão da Conferência Geral de 1888. Ellen White capturou meus
sentimentos quando ela descreveu a experiência de muitos na campal de Ottawa, Kansas, em
1889:

Brilhou sobre a Palavra de Deus, em relação à lei e ao evangelho, e em relação a ser


Cristo nossa justiça, uma luz que às almas famintas da verdade se afigurava preciosa
demais para ser recebida.[13]

Senti-me como o jovem pastor na campal do Kansas que “viu que era privilégio seu ser justificado
pela fé; tinha paz com Deus, e com lágrimas confessou que alívio e bênção lhe viera à alma.”[14]

Desde essa introdução experimental à certeza do evangelho quando era um jovem pastor, a beleza
da justificação pela fé tornou-se ainda mais preciosa. Devo confessar que algumas vez parece
quase bom demais para ser verdade. Vejo-me, inconscientemente, voltando aos velhos hábitos de
tentar ser bom o suficiente para merecer a salvação, e tendo, novamente, que descobrir a alegre
verdade de “jogar a glória do homem no pó”[15] e confiar, inteiramente, na justiça de Cristo.

Quão preciosa, então, é a doutrina da certeza cristã! No Yom Kippur, o Dia da Expiação, esta
certeza não é menos certa do que outras vezes. No Antigo Israel, no Dia da Expiação, o sacrifício
diário (tamîd) continuava a queimar no altar de bronze (Nm 28:2–7; 29:7–11), e o incenso
continuava a pairava sobre o véu interno e cobrir a arca sagrada (Ex 30:7–10). Desde 1844, ainda
somos aceitos por Deus tão somente com base no sangue expiatório e nos méritos intercessores
de Cristo.

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A Purificação do Santuário

Naturalmente, o Dia da Expiação, enquanto mantendo o ministério contínuo (tamîd); acrescenta,


também, um serviço adicional—a purificação do santuário—que envolve a remoção ou eliminação
dos pecados. Alguns ficam nervosos acerca do ensinamento adventista sobre a eliminação final
dos pecados. Ele citam passagens tais como Isaías 43:25: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as
tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” e argumentam que a
eliminação dos pecados vem quando se confessa, primeiramente, seus pecados e, então, se
recebe o perdão. Mas esta questão surge de uma falha em entender o contexto escatológico de
Isaías 43 e de uma falha em compreender a natureza do cumprimento escatológico das promessas
do Antigo Testamento.

A escatologia neotestamentária tem tanto um aspecto iniciático quanto um consumativo. Os


grandes temas do evangelho têm tanto uma dimensão “já” quanto uma “não ainda” na era cristã.
[16] Portanto, somos, agora, justificados pela fé (Rm 3:28), ainda embora aguardando a justificação
final (Tg 2:22–23). Somos, agora, redimidos (Gl 3:13; 1 Pe 1:18), ainda embora aguardando a
redenção final (Ef 4:30). Somo, agora, adotados (Rm 8:14–17), ainda embora aguardando a
adoção final (Rm 8:23). Somos, agora, salvos (2 Tm 1:9), ainda embora aguardando a salvação
final (Mt 24:13).

Similarmente, no santuário terrestre, os pecados do penitente eram expiados mediante o serviço


diário, ainda que houvesse uma expiação final[17] no fim do ano para lidar, de uma vez por todas,
com seus pecados (ver Lv 16:16) mediante a purificação do santuário. Semelhantemente, pecados
são eliminados quando eles são confessados e perdoados (como em Sl 51:1, 9), ainda embora a
eliminação final ou remoção do registro desses pecados tomam lugar em conexão com o juízo
investigativo (Ver Ap 3:5; Êx 32:33; Hb 10:14–18; Dn 12:3; Mt 10:32–33).

Adventistas do sétimo dia não têm mal aplicado At 3:19 em conexão com a eliminação dos
pecados, embora eles nem sempre possam ter reconhecido a amplitude do seu significado. O
contexto desta passagem contém tanto o “já” quanto o “não ainda”—o apelo aos judeus no primeiro
século no tempo de Pedro (vv. 1–18) e, também, o segundo advento (v. 20). Os “tempos de
refrigério” abrangem, portanto, tanto a chuva temporã no Pentecostes (e depois) e a Chuva Serôdia
precedendo o segundo advento.

A eliminação dos pecados refere-se, semelhantemente, ao perdão imediato do pecado e, ao


mesmo tempo, alude à eliminação apocalíptica do pecado em conexão com a chuva serôdia.

A doutrina do santuário da expiação final, ou eliminação dos pecados conforme enfatizada pelos
adventistas do sétimo dia é, além do mais, o clímax consistente ao ensinamento bíblico da
perseverança cristã: “aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mt 10:22). De
modo algum, a certeza encontra-se em perigo. Afinal, a eliminação final do pecado é, ainda, “pela
virtude do sangue da oferta para o pecado.”[18] A eliminação dos pecados é as boas novas. O
registro do pecado é removido de santuário para sempre. A profanação é extinguida, o lugar está
limpo—por toda a eternidade.

Enquanto a eliminação dos pecados é pela virtude do sangue de Cristo apenas, é verdade que
antes da eliminação dos pecados há um exame dos registros celestes. De acordo com a

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compreensão histórica adventista, a purificação do santuário envolve um juízo investigativo, em


efeito, um juízo pelas obras.

Podemos Conciliar A Certeza com O juízo Investigativo

Nos anos que se seguiram a 1888, alguns proponentes da certeza cristã (tais como Albion
Ballenger) sentiram que a doutrina cristã da certeza da salvação não poderia ser conciliada com o
ensinamento adventista concernente ao juízo investigativo pré-advento dos santos. Eles escolhem,
consequentemente, reter a primeira e rejeitar o último.[19] Esta visão, uma vez mais, tem sido
defendida por alguns adventistas em tempos recentes. Mas evidência bíblica posterior
(especialmente desde 1980) do Comitê de Daniel e Apocalipse e outras fintos é persuasivo: não é
uma questão de escolher entre a certeza cristã ou o juízo investigativo. Ambas são doutrinas
bíblicas sólidas.[20] Ademais, o juízo envolve um exame das obras dos santos, conforme os
adventistas têm, consistentemente, defendido.[21]

A igreja cristã tem longamente debatido sobre como podemos ter a certeza da salvação totalmente
pela graça, e ser, ainda, julgados pelas obras. Mas tenho me convencido que adventistas do sétimo
dia, com sua mensagem única do antítipo Dia da Expiação agora em vigência celestial, podem
pregar essas duas doutrinas com poder e clareza harmonicamente maiores do que qualquer
geração precedente. O Dia da Expiação contém a chave para harmonizar a relação entre graça e
obras, entre certeza e juízo.

Esta harmonização é ilustrada pela estrutura literária da passagem mais importante do Dia da
Expiação, Levítico 16. Estudos recentes têm mostrado que o Pentateuco (cinco livros de Moisés)
inteiro está organizado em uma estrutura quiástica, ou “piramidal”, em que os dois “lados” da
“pirâmide” pentateuca equivalem-se e o ápice da “pirâmide” contém o ponto focal central do
conjunto.[22]

Observe o seguinte diagrama:

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Diagrama de Levítico

Observe que o capítulo central do livro de Levítico, e do Pentateuco inteiro, é Levítico 16, que se
foca no Dia da Expiação. Aqui na Torah, a revelação fundamental para todo o restante das
Escrituras, o Kippur é ponto focal, o ápice.

Isto não deveria, realmente, nos surpreender se pensarmos sobre a importância deste dia no
calendário israelense. O Yom Kippur era o dia mais santo do ano, durante o qual a pessoa mais
santa em Israel (o sumo sacerdote) entrava no lugar mais santo na terra (o Santo dos Santos) para
realizar a obra mais santa de todas (a obra de purificação do santuário da expiação final).

Se Levítico 16, o Dia da Expiação, forma o ápice da Torá inteira dada ao antigo Israel, certamente
nós, como o Israel espiritual, não precisamos nos envergonhar de proclamar o antítipo Dia da
Expiação como a verdade presente crucial e singular para o fim do tempo. Pense—o período mais
santo da história da salvação durante o qual a Pessoa mais santa de todas as inteligências, entra
no Lugar mais santo no universo, fazer a obra mais santa de os tempos—, e termos o privilégio de
pregarmos esta mensagem ao mundo!

Mas o posicionamento do Dia da Expiação no coração do Pentateuco tem mais a nos dizer do que
do que destacar a sua importância. Observe a partir do diagrama que o livro de Levítico é dividido
em duas metades, cada uma com uma ênfase diferente. Nos capítulos 1–15, o tema destaque é o
sangue. Quase em qualquer lugar encontramos sangue, sacrifício e expiação substitutiva. Mas, na
segunda metade do livro, do capítulo 17 em diante, o sangue quase nunca é mencionado. Em vez
disso, tema preponderante torna-se a santidade. Bem no centro, encontra-se o capítulo 16, o Dia
da Expiação.

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Estou convencido que podemos, única e completamente, apreciar o significado do Dia da Expiação
quando o vemos em sua estrutura em Levítico. Até chegar ao Dia da Expiação, vemos sangue e
sacrifício substitutivo—nos termos do Novo Testamento, justificação. Certeza no Dia da Expiação é
baseada tão somente no sangue do substituto. Mesmo de Levítico 16 em diante, o restante do livro
apresenta um chamado a santidade, a santificação. O Dia da Expiação liga, portanto, sangue e
santidade, justificação e glorificação.

O arranjo estrutural de Levítico enfatiza a mensagem balanceada do evangelho: somos salvos pelo
sangue, pela graça, somente; mas somos julgados por nossas obras de santidade, o fruto natural
da graça expiatória. A eficácia do sangue torna-se manifesta a todos pelo seu fruto.[23]

Certeza e juízo—no Dia da Expiação, esses dois conceitos se encontram e tomam um significado
profundo. Este equilíbrio entre raiz e fruto, justificação e juízo, é encontrado não apenas na posição
estratégica de Levítico 16, mas, também, no conteúdo teológico deste capítulo e de seu correlato,
Levítico 23. Temos, aqui, não apenas o ritual sacerdotal a ser seguido no Dia da Expiação, mas,
também, as responsabilidades específicas da congregação nesse dia.

Qual A Importância??

A maior parte da discussão acadêmica recente desses capítulos tem se focado em demonstrar a
base bíblica teórica para o juízo investigativo. Mas tanto Levítico 16 quanto Levítico 23 contém,
também, informação concernente a relevância experimental do juízo pré-advento. Temos, aqui,
instrução para a congregação do antigo Israel quando eles celebravam o Dia da Expiação. Aqui, a
medida que temos respostas para as questões práticas: qual a importância se a mensagem
adventista histórica concernente ao antítipo Dia da Expiação é verdadeira? Que diferença isso faz
em nossas vidas pessoais? Como a doutrina do juízo investigativo afeta nosso estilo de vida, nossa
postura como uma igreja desde 1844?

Não há lugar melhor para encontrar a resposta para essas questões práticas do tipo “qual a
importância?” do que Levítico 16 e 23, onde o papel da congregação está tão claramente
manifesto. Esses capítulos descrevem cinco obrigações do povo de Israel durante o Dia da
Expiação, cada uma sendo instrutiva para o Israel espiritual no antítipo Yom Kippur.

As cinco atividades são as seguintes: (1) reunir-se no santuário para uma santa convocação (Lv
23:27); (2) identificar-se com o ritual do sacerdote quando ele apresenta uma oferta queimada (Lv
23:27); (3) abster-se de trabalho (Lv 16:29; 23:28, 30–31); (4) afligir a alma (Lv 16:29, 31; 23:27,
29, 32); e (5) purificar-se (Lv 16:30). Vamos explorar cada uma dessas por vez, com uma visão
voltada para sua aplicação no tempo presente no antítipo Dia da Expiação. Particularmente,
observaremos como cada uma dela mantém um equilíbrio entre fé e obras.

A primeira responsabilidade é ir ao santuário. Como o antigo Israel se reunia no santuário no Yom


Kippur para uma santa convocação, o antítipo Israel tem o privilégio de ir pela fé ao santuário
celestial. Aqui está o chamado para afastarmos o eu e aproximarmos de Jesus, focar-se nele e em
Sua obra em nosso favor. Agora é a hora para fixarmos nossas mentes na verdade presente do
santuário e de seu significado em nossas vidas.

Deve o povo de Deus ter agora os olhos fixos no santuário celestial, onde se está
processando a ministração final de nosso grande Sumo Sacerdote na obra do juízo — e
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onde está intercedendo por Seu povo.[24]

O assunto do santuário e do juízo investigativo deve ser claramente compreendido pelo


povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posição e obra
de seu grande Sumo Sacerdote. De outra forma, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que
é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar.[25]

Desde que “A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce de


nossa fé,”[26] requer de nós torná-la o foco do nosso estudo.

Particularmente, como uma segunda atividade, nos identificamos com a oferta queimada do
sacerdote. Focar-nos-emos em nosso Substituto, que “de tal modo imortalizou o Calvário que,
embora Ele viva para Deus, morre continuamente para o pecado.” [27] Como já temos visto,
unicamente no sacrifício substitutivo de Cristo encontra-se a base para a nossa certeza e alegria
no juízo. Como veremos, brevemente, unicamente, aqui, está o segredo de, com sucesso, realizar
outras responsabilidades delegadas a nós no Dia da Expiação. Tão somente focando-nos em
Cristo, nosso sacrifício, estaremos aptos em oferecer-nos como um sacrifício a Deus conforme
somos instigados fazer em Romanos 12:1.

Terceira, devemos observar um “sábado de solene descanso”. Obviamente, isto não significa que,
desde 1844, os cristãos não tenham quaisquer trabalhos físico. Hebreus 4 é útil, nesta altura, em
explicar a atitude do “descanso sabático” que deveria permear a vida do Cristão. Aqui, novamente,
temos a ênfase na justificação pela fé, atirando a glória do homem no pó,[28] experimentando o
descanso da graça,[29] o cessar de nossos labores.

O tipo especial de Sábado a celebrar-se apropriadamente no tempo do Dia da Expiação é descrito


em Isaías 58. Como mostrei anteriormente,[30] este capítulo está inserido no contexto do Dia da
Expiação. O antítipo Dia da Expiação envolverá uma “reparação de brecha” na lei divina pela
restauração do verdadeiro sábado.[31] Isaías 58 descreve, em detalhes, o modo de guardar o
sábado do Dia da Expiação (v. 13). A implicação deste capítulo (especialmente v. 14) é que a
experiência sábado semanal de deleite primoroso na santa companhia do Senhor produzirá frutos
em tudo na vida.[32]

A quarta atividade da congregação no Yom Kippur é a aflição da alma. O termo hebraico para
“afligir-se” (‘anah) significa, literalmente, “humilhar-se, diminuir-se, apequenar-se”, e, portanto,
temos uma outra afirmação da justificação pela fé. No tempo do juízo, devemos “lançar a glória do
homem no pó”[33] cessando de confiar em nossos próprios méritos e buscando a nosso perfeito
Substituto.

A “aflição da alma” é uma postura de submissão humilde diante de Deus, tanto em atitude quanto
em ação. Envolve jejum e oração, profundo exame do coração, pranto pelo pecado e
arrependimento sincero.[34]

É um tempo de solenidade para compreender-se a seriedade, a odiosidade, do pecado.


Reconhece-se que um pecado acariciado pode neutralizar o poder inteiro do evangelho, podendo

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tornar possível para Satanás tomar o controle da mente e da vida. Esta é a razão por detrás dos
fortes apelos e admoestações de Ellen White em suas descrições do juízo investigativo.[35]

Ao mesmo tempo: “O caráter se revela, não por boas ou más ações ocasionais, mas pela
tendência das palavras e atos costumeiros.”[36] Esta perspectiva equilibrada é ilustrada,
dramaticamente, na visão do juízo investigativo de Ellen White, em 1879, registrada em Life
Sketches, pp. 241–244. Nesta visão, pessoas foram classificadas em diferentes categorias que
melhor representavam a direção de suas vidas. Por exemplo: “Uma classe estava registrada como
empecilhos do terreno;” e do lado positivo, escreveu Ellen White: “Em uma página do livro-razão,
classificada como ‘Fidelidade’, estava o nome do meu esposo.”[37] Ainda que sobre Tiago White:
“O egoísmo, certas vezes, tem se mesclado com o trabalho,”[38] ainda que a direção de sua vida
fosse de fidelidade.

A obra solene de arrependimento humilde não é reduzida em face da alegria da certeza cristã. No
Salmo 51, Davi mostra como a vida do crente é uma espiral de arrependimento cada vez mais
profundo e alegria cada vez maior. O quanto mais nos aproximamos de Jesus e olhamos para a
sua benignidade, mais vemos nossa própria pecaminosidade por contraste. Isto remete-nos em um
arrependimento mais profundo com Jesus para perdão e purificação, que uma vez recebidos, leva
a uma alegria cada vez maior.[39] Isaías 58, que dá uma interpretação inspirada do verdadeiro
jejum durante o tempo do Dia da Expiação,[40] mostra como a libertação, atividade redentoras
levam a uma experiência de uma alegria vibrante, cura, satisfação e, até mesmo, santa celebração.
[41]

Esta quarta postura de aflição da alma durante o antítipo Dia da Expiação é, porventura, mais
instrutiva do que tem sido geralmente reconhecida em relação às questões de estilo de vida
particulares sendo, atualmente, discutidas na igreja. Assim como as primeiras três obrigações da
congregação envolvem questões vivenciais—o foco no santuário, justificação pela fé e a reforma
do sábado—, o chamado para afligir nossas almas parece apontar para áreas específicas do
comportamento cristão.

Para o antigo Israel, a “aflição da alma” era considerada como um chamado para o jejum [Sl 35:13;
Is 58:3, 5], e, no antítipo, podemos ver um paralelo na mensagem da reforma da saúde. Deus
chama Seu remanescente no tempo do fim para uma vida de verdadeira temperança, abstendo-se
de tudo que for prejudicial e usando, judicialmente, tudo o que for saudável.[42] Junto a todas as
outras boas razões, bíblicas e científicas, para abster-se do álcool, há alguma coisa a mais na
mensagem do santuário? Após a morte dos filhos beberrões de Aarão, que, descaradamente,
aventuraram-se a pisar no santuário, Deus instruiu que ninguém a entrar no santuário fizesse uso
de bebida forte. É, particularmente, importante destacar, que este incidente como um todo está
conectado com a revelação concernente ao Dia da Expiação (Lev 10:1–16; 1:2). Deveríamos, nós,
que pela fé nos juntamos a Cristo no santuário celestial, particularmente no tempo do Dia da
Expiação, adotarmos a postura apropriada de sobriedade sinalizando nossa identificação com a
obra que sendo feita ali?

A postura do Dia da Expiação pode, também, prover ainda mais fundamentação à posição
adventista histórica em relação ao adorno, e, particularmente, o uso de joias. Nossa igreja tem,
corretamente, explorado, enfatizando, princípios de humildade e economia modesta. Mas,
porventura, há uma questão teológica ainda mais profunda em consideração. Primeiro, devemos
corrigir a ideia errada, e tão comum de muitos, que joias, por si só, são algo como uma profanação
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“indecente”, de baixo calão ou maligna. A Bíblia é clara: joias são belas. Deus as fez. E ele as ama!
Antes que o pecado surgisse no universo, Lúcifer era coberto com joias; “de todas as pedras
preciosas te cobrias;” eram bela, esplêndidas e preparadas por Deus (Ez 28:13). No Antigo
Testamento, Deus comparar Sua salvação aos ornamentos de uma noiva (Is 49:18; 61:10). No fim
do milênio, a santa cidade descerá “ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21:2).

Um princípio primário é, então, que joias são belas e aprovadas por Deus. Mas a isto deve ser
acrescentado um outro princípio. Do relato do Antigo Testamento, aparece que em um momento de
juízo executivo e/ou investigativo coletivo, Deus pede, regularmente, a Seu povo para remover
seus ornamentos como um símbolo externo do juízo especial acontecendo.

O exemplo mais claro disto está registrado em Êxodo 33:5–6. Após a idolatria de Israel no Monte
Sinai, ordenou Deus:

Tira, pois, de ti os atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer [esta última frase indica
o juízo investigativo em andamento]. Então, os filhos de Israel tiraram de si os seus atavios
desde o monte Horebe em diante.[43]

Intérpretes judeus têm reconhecido que o princípio de tirar nesta passagem aplica-se ao Dia da
Expiação. Judeus praticantes ainda se vestem sem ornamentos de ouro no Yom Kippur; o Dia
Judaico de Juízo por excelência.

Outras passagens do Antigo Testamento parecem reforçar este princípio. Na época da monarquia
dividida, quando o Reino do Norte faceava juízo iminente por cativeiro, em um ambiente de juízo de
aliança divina, ou juízo investigativo, Deus indicou que jogaria fora a vestimenta das filhas de Sião,
incluindo, particularmente, suas joias (Ver Is 3:13–14, 16–23).[44] O mesmo veredito é dado no
juízo investigativo sobre o Reino do Sul, dois séculos depois (Ez 16:).[45]

Ao mesmo tempo, essas últimas passagens introduzem um princípio final. Jóia, no antigo Israel,
quando mencionada favoravelmente, está, quase sempre, conecta com vestes nupciais.[46] Por
exemplo, na alegoria de Ezequiel 16, Deus se casa com Israel, e, então, adorna-lhe com joias
nupciais (vv. 8–14).

Juntando esses princípios, é possível que, desde 1844, os adventistas do sétimo dia tenham o
privilégio de evitar o uso de joias como um sinal externo especial da verdade presente singular que
eles são Laodiceia, “povo do Juízo”, que eles vivem no tempo do juízo investigativo? É possível
que adventistas adotem, também, esta postura por de, embora a igreja estar espiritualmente
desposada com Cristo (Ef 5; 2 Co 11:2), o casamento não estar ainda consumado (Ap 19:7–8)?
Para aqueles que entendem as questões de forma mais profunda, usar ornamentos nupciais antes
do casamento é a postura de Babilônia, a meretriz (Ap 17:4–5), não da igreja verdadeira (Ap 12:1).
Não é que o uso de joias seja errado, mas temos o privilégio de esperar usá-las até a festa do
casamento, quando o próprio Jesus adornará Sua noiva com joias.[47] Esta discussão requer uma
investigação posterior, mas ilustra como a postura de “afligir nossas almas” no Dia da Expiação
pode esclarecer questões práticas de estilo de vida em nossa igreja.

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A quinta, e a responsabilidade final delegada a congregação de Israel durante o Dia da Expiação,


era o ritual de purificação. Assim como o santuário celestial está sendo purificado, há uma obra
correspondente de purificação a ser realizada no templo da alma de cada indivíduo adorador.[48]
Malaquias 3:1–3 descreve esta obra especial, assim como Ezequiel 36:25–28.

O Dia da Expiação faz um chamado a santidade. Mas devemos, imediatamente, acrescentar que
até mesmo a vida de santidade está enraizada na justificação pela fé no sangue expiatório de
Cristo.[49] Tão somente quando confiamos inteiramente nos méritos de nosso Substituto e Fiador,
podemos nós, verdadeiramente, obedecer a Deus em espírito, assim como verbalmente.

Antes de interiorizar as boas novas da justificação pela fé, tinha tentado confiar “na vigilância
contra a tentação e no cumprimento de certos deveres, para serem por Ele aceitas,” e descobri, de
fato, que “não há vitórias nesta espécie de fé.”

Há necessidade de constante vigilância e de fervorosa e terna dedicação; isso, porém, virá


naturalmente, se a alma é guardada pelo poder de Deus, mediante a fé. . . . Deus aceitará
a cada um dos que se chegam a Ele, confiando inteiramente nos méritos de um Salvador
crucificado. . . . O dever torna-se um deleite, e um prazer o sacrifício.[50]

É, também, crucial destacar que o chamado para a purificação do templo da alma não nos furta a
certeza, nem diminui o fundamento de nossa salvação. A vida cristã é uma questão de crescimento
contínuo, e se no processo de crescimento cometo enganos, isto não destrói minha certeza. Do
mesmo modo que uma criança dá seus primeiros passos não é rejeitada pelo seu pai quando ela
anda e cai, nosso Pai celestial não nos rejeita quando escorregamos e caímos (Ver Sl 37:24).

Tenho, com frequência, tido que me inclinar e chorar aos pés de Jesus por causa de meus erros e
enganos, mesmo diante da autoridade divina, eu não tenho que estar desencorajado. Mesmo que
eu seja vencido pelo inimigo, eu não sou lançado fora; nem esquecido, nem rejeitado por Deus.[51]
A santidade perfeita de Cristo expia minhas culpas; quando faço o meu melhor, Ele torna-se minha
justiça.[52] O Pai olha não para o meu caráter defeituoso, mas me vê como vestido na perfeição de
Cristo.[53]

Como, João, o amado, pontuou: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis.
Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1). Que
certeza da certeza Deus tem nos dado!

Sou grato que esta certeza não é dependente de nossos sentimentos. Não posso olhar para dentro
de mim em busca de evidências da minha aceitação diante de Deus, pois não encontrarei nada ali
além de desencorajamento. Minha única esperança recai em olhar para Jesus, minha justiça,
minha consolação, e meu regozijo.[54]

Como um final, e provavelmente a ponto mais importante em relação ao ritual de purificação do


juízo investigativo, devemos observar quem faz a purificação. “Porque, naquele dia, se fará
expiação por vós, para purificar-vos” (Lv 16:30).

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“Porque ele [o mensageiro da aliança] é como o fogo do ourives e como a potassa dos
lavandeiros. Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; Assentar-se-á como
derretedor e purificador de prata; eles trarão ao SENHOR justas ofertas” (Ml 3:2–3).

“Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; e todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei
dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis
os meus juízos e os observeis” (Ez 36:25–27).

As boas novas do Yom Kippur são que o próprio Deus tomará a responsabilidade pela obra de
purificação.

Que obra maravilhosa Ele promete realizar! Em cada estágio de nosso crescimento na graça,
somos perfeitos em Cristo,[55] mas na consumação da história, no juízo investigativo, Deus
promete trazer o cumprimento completo das bênçãos da nova aliança.

Ele promete derramar a chuva serôdia para “ceifar” a colheita (Ap 14:15). Conforme continuemos a
nos focar em Cristo, a nossa justiça, o resultado certo é inevitável: contemplando, seremos
transformados—“somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem” (2 Co 3:18).
[56]

Tornar-nos-emos completamente estabelecido na verdade, como ela é em Jesus, para não


morrermos por desobediência ao nosso Senhor que é benevolente. Selados como o 144000
espiritual, teremos o nome (ou caráter) do Cordeiro e do Pai escritos em nossas frontes (Ap 7:4). O
juízo investigativo pode, então, encerrar-se para os que vivem e Cristo pode vir para colocar o
toque final da imortalidade e glorificação sobre Seus santos fiéis (1 Co 15:35–58). Que boas novas
gloriosas![57]

A Vindicação de Deus

As boas novas da purificação no Yom Kippur têm implicações muito além de nossas experiências
pessoais. O plano da redenção foca-se não apenas (ou nem mesmo primariamente) em nossa
salvação pessoal. A Bíblia apresenta uma visão teocêntrica da história da salvação. Por exemplo,
Ezequiel, no contexto mais amplo do tipo terrestre do juízo investigativo,[58] ressalta a “grande
questão”—a dimensão cósmica. Em Ezequiel 36:22–23 e 39:27–28, Deus revela a Judá o
resultado final do juízo deles: “Vindicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre
as nações, o qual profanastes no meio delas.” É em favor deles, para vindicar o caráter de Deus
diante das inteligências expectadoras, que Deus age. O juízo investigativo não é conduzido para
revelar a Deus quem são Seus e quem não são. Ele, que é onisciente, sabe quem são os Seus (Jo
10:4, 14, 27; Is 46:9, 10; Hb 4:13; 2 Tm 2:19). É em favor do universo expectante que serve como o
júri na revisão cósmica. Deus, que através da história tem, consistentemente, dado transparência a
evidência em corte aberta antes do encerramento probatório para quaisquer indivíduos ou nações,
[59] não se exime deste procedimento na revisão final.[60] No fim do Grande Conflito, o universo
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inteiro terá a oportunidade de testemunhar “uma grande e final reafirmação de tudo o que Ele
[Cristo] tem realizado por meio do plano da salvação,”[61] e eles serão capazes de atestar a justiça
e a veracidade dos feitos de Deus à humanidade. As acusações de Satanás contra Deus provar-
se-ão falsas.

O aspecto extraordinário deste julgamento cósmico é que temos uma parte em vindicar o caráter
de Deus. Em Ezequiel 36:23 [NVI], Deus diz que “Então as nações saberão que eu sou o Senhor,
palavra do Soberano Senhor, quando eu me mostrar santo por meio de vocês diante dos olhos
delas.” Nos versos que se sucedem, Ele descreve a obra de purificação que Ele realizará por Seu
povo.

No tipo, os pecados de Israel, e cativeiro que resultou disso fizeram com que as nações ao redor
dissessem que Deus não era capaz de manter Suas promessas a Seu povo. Em livrá-los do
cativeiro e purificá-los, Ele vindicou seu caráter santo de tais falsas acusações (ver Ez 26:17–32).
No antítipo, também, contra os falsos clamores de Satanás que Deus não pode cumprir as
promessas de Sua nova aliança, Deus livra uma geração inteira para Si na consumação da história
que demonstra a efetividade grandiosa do evangelho. A promessa da nova aliança: “Porei dentro
de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os
observeis” (Ez 36:27), encontrará o cumprimento completo entre o povo remanescente de Deus.
Nenhuma glória acumular-se-á ao povo. “Não é por amor de vós que eu faço isto, ó casa de Israel,
mas pelo meu santo nome” (Ez 36:32). A Deus, apenas, seja a glória!

Não apenas os santos servem para vindicar o caráter de Deus. Ezequiel usa a mesma linguagem
para descrever o juízo final sobre os pecadores, e, particularmente, o líder deles:

“Nos últimos dias, hei de trazer-te [Gog, símbolo de Satanás liderando as hordas
pecaminosas] contra a minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu
tiver vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, perante elas . . . Contenderei com ele
[Gog] por meio da peste e do sangue; chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e
enxofre farei cair sobre ele, sobre as suas tropas e sobre os muitos povos que estiverem
com ele. Assim, eu me engrandecerei, vindicarei a minha santidade e me darei a conhecer
aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o SENHOR (Ez 38:16, 22–23).

O juízo final revela não apenas a efetividade máxima do evangelho, mas, também, o clímax da
iniquidade. Em Apocalipse 16, as sete últimas pragas servem como propósito de revelar que os
juízos finais de Deus não encontram quaisquer resquícios de arrependimento nos corações dos
pecadores—Ele apenas fazem amaldiçoar a Deus mais do que tudo (Ap 16:9, 11). Deus mostra-se
justo e, também, misericordioso em trazer o grande conflito a um fim. Antes de tudo terminar, até
mesmo os rebeldes, embora não arrependido, admitirão que Deus é justo (Ver Rm 14:11; Is 45:20–
23; Fl 2:10–11).

E no ápice do grande conflito, haverá um tempo de grande regozijo. As grandes boas novas serão
a vindicação de Deus no juízo. Os redimidos cantarão o cântico de Moisés e do Cordeiro:

Grandes e admiráveis são as tuas obras,

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Senhor Deus, Todo-Poderoso!

Justos e verdadeiros são os teus caminhos,

ó Rei das nações! (Ap 15:3).

O anjo das águas dirá: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas” (Ap
16:5). Do altar clamar-se-á: “Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são
os teus juízos!” (Ap 16:7).

Após isto, ouve-se “no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia!  A
salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus
juízos” (Ap 19:1–2).

A mensagem do Yom Kippur—do juízo final, incluindo o juízo investigativo, a revisão milenial e a
execução da sentença—é as boas novas vindicando nosso grande Deus.

Conclusão

Neste artigo, temos explorado as três principais razões o porquê o Yom Kippur é as Boas Novas. É
as boas novas porque: (1) restaura o evangelho ao seu lugar por direito, trazendo ao crente a
certeza e a vindicação no juízo; (2) realiza a purificação do santuário celestial e sua contraparte
terrestre: os templos das almas dos santos; e (3) vindica o caráter de Deus.

Esta tríplice boa nova é sumarizada em Daniel 8:14, em uma simples palavra: “Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado [nitsdaq].” Os três principais significados
de nitsdaq são “restaurar, purificar e vindicar.”[62] Observe como eles se correlacionam com os três
problemas mencionados no verso anterior (v. 13). O evangelho da justificação pela fé—a
ministração diária de Cristo no santuário celestial que tem sido ofuscada pelo chifre pequeno—será
restaurada. A transgressão dos santos, que causa horror no santuário celestial, será purificada. E o
caráter de Deus, que é difamado pela opressão aos santos e ao santuário, será vindicado. Louvado
seja Deus pela restauração, purificação e vindicação das boas novas do Yom Kippur!

Notas

[1] O retrato escrito de minha experiência pessoal e algumas outras partes deste artigo são
revisões de meu antigo anterior, “Certeza no Juízo,”  Adventist Review, 7 de janeiro de 1988, pp.
18-20.

[2] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pp. 32–33.

[3] Ver, também, as seguintes passagens traduzidas mais apropriadamente pela RSV quando
relacionadas à vindicação do povo de Deus: Dt 32:36; 1 Rs 8:32; 2 Cr 6:23, Jó 6:29; 13:18; 19:25
(margem); Sl 7:8; 17:2; 24:5; 26:1; 35:27; 37:6; 43:1; 54:1; 103:6; 135:14; Is 50:8; 54:17; 62:1, 2;
63:1; Jr 51:10; Jl 2:23.

[4] Observe que o termo “pleitear” aqui, e nas descrições de Ellen White do juízo investigativo, é
um termo forense e não se refere ao “suplicar” ao Pai por misericórdia, como alguns têm

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conjecturado. O Pai não necessita ser suplicado—Ele tem posto a Cristo ali para ser nosso
Representante. Ele está do nosso lado.

[5] O Grande Conflito, p. 484.

[6] Ver João 5:22, 27, 30; Comentários de Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible
Commentary, vol. 7, p. 989; idem, O Desejado de Todas As Nações, p. 210; idem, Testemunhos
para A Igreja, vol. 9, p. 185. É verdade que, de acordo com Daniel 7, o Ancião de Dias preside no
juízo investigativo (O Grande Conflito, p.479), mas parece que quando o juízo investigativo se
encerra, Cristo assume, então, o papel de Supremo Juiz para pronunciar a sentença e executar o
juízo. Ver a análise das citações pertinentes de Ellen White em Robert W. Olson, compilador, “The
Investigative Judgment in the Writings of Ellen G. White,” Ellen G. White Estate pamphlet, 25 de
fevereiro de 1980.

[7] Ver Hans J. Boecker, Law and the Administration of Justice in the Old Testament and Ancient
Near East (Minneapolis, MN: Augsburg Press, 1980), pp. 34–35; cp. Gerald Wheeler, “The Judge is
on Our Side,” Insight, 2 de novembro de 1982, pp. 8-10.

[8] Para uma análise recente do Livro de Jó como uma alegoria ou uma aliança, ver,
especialmente, “The Rîb or Controversy Pattern in Hebrew Mentality,” em Wisdom in Israel and in
the Ancient Near East, ee. Martin Moth e D. Winton Thomas, Vetus Testament Supplements (1955),
3: 122-125; Heinz Richter, Studien zu Hiob (Berlin: Evangelische Verlagsanstalt, 1959); Sylvia
Scholnick, “Lawsuit Drama in the Book of Job” (Ph.D. diss., Brandeis University, 1976); e Claus
Westermann, The Structure of the Book of Job (Philadelphia: Fortress, 1981).

[9] Ver a análise desta passagem por Gordon Christo em sua sua tese de doutorado, “The
Eschatological Judgment in Job 19:23-29” para a Andrews University. De acordo com a minha
análise literária do Livro de Jó, esta passagem encontra-se no vértice quiástico do livro.

[10] Nossa Alta Vocação, p. 361.

[11] Parábolas de Jesus, p. 155.

[12] Caminho a Cristo, p. 62.

[13] Mensagens Escolhidas, Vol. 1, p. 355.

[14] Ibid., 356.

[15] Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 456.

[16] Ver minha discussão em “Typology in Scripture: A Study of Hermeneutical Typos Structures,”
Andrews University Seminary Doctoral Dissertation Series, vol. 2 (Berrien Springs, MI: Andrews
University Press, 1981), pp. 391-397. Observe que há, de fato, três fases na escatologia do NT:
iniciada, apropriada e consumada. O “já” pode ser visto como incluindo a primeira e a segunda
fases—o que Cristo tem feito em Seu ministério terrestre (iniciado) e as realidades do evangelho
fluindo de Sua obra que estão agora disponíveis a nós por meio do Espírito (apropriada).

[17] O Dia da Expiação ou o Yom Kippur é, literalmente, em hebraico, Yom Hakippurim, Dia das
Expiações—expiação final ou completa.

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[18] Patriarcas e Profetas, p. 358.

[19] Ver a análise e a crítica a visão de Ballenger em Roy Adams, The Sanctuary Doctrine: Three
Approaches in the Seventh-day Adventist Church, Andrews University Seminary Doctoral
Dissertation Series, vol. 1 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1981), pp. 91–164.

[20] Ver, especialmente, Ivan Blazen, “Justification and Judgment,” em Seventy Weeks, Leviticus,
and the Nature of Prophecy, ed. Frank Holbrook, Daniel and Revelation Committee Series, vol. 3
(Washington, DC: Biblical Research Institute, (1986), pp. 339–388.

[21] Ibid., pp. 353–368, examina as principais passagens que dão base a esta posição (2 Co 5:9,
10; Rm 14:10, 12; Rm 2:16, 1 Co 3:13; 4:5; Cl 3:5, 6; 1 Ts 4:6; Gl 5:21; 1 Cor. 6:9; Ef. 5:5, 6; Gl 6:7,
8; Rm 8:5–13; Hb 2:1–3; 10:26–31). Revê, também, as várias tentativas de solucionar a tensão
entre justificação e juízo, e demonstra a legislação bíblica para aliviar a tensão e entendê-la em
termos da perspectiva “dinâmica, histórico-salvífica do “já” e do “não ainda” que temos discutido
acima.

[22] Ver Yehuda Radday, “Chiasm in Tora,” Linguistica Biblica 19 (1972): 21-23; idem, “Chiasmus in
Hebrew Biblical Narrative,” em Chiasmus in Antiquity, ed. John Welch (Hildesheim: Gerstenberg
Verlag, 1981), pp. 84-86; e William Shea, “Literary Form and Theological Function in Leviticus,” em
Seventy Weeks, pp. 131-168.

[23] Parábolas de Jesus, p. 312 (discutindo o juízo investigativo): “Justiça é fazer o bem, e é pelos
atos que todos serão julgados. Nosso caráter é revelado pelo que fazemos. As obras mostram se a
fé é genuína.” Blazen, Seventy Weeks, pp. 379-380, sumariza sucintamente: “ O juízo investigativo,
corretamente entendido, está em harmonia com a justificação pela fé e o juízo de acordo com as
obras. Inclui, dentro de si, os ingredientes desses dois ensinamentos fundamentais . . .
Evidentemente, o juízo investigativo não lida meramente com os pecados da humanidade, mas
com o perdão de Cristo. Consequentemente, quando o pacote inteiro é ajuntado, e a justificação
pela fé e o juízo futuro de acordo com as obras são vistos como o conteúdo do juízo investigativo,
pode-se declarar que há duas questões que este juízo responde. Primeiro, tem o pecador
procurado e recebido o perdão de Cristo dos seus pecados? Segundo, tem este perdão gerado
bons frutos em sua vida? . . . Apenas quando a resposta para tais questões for, fundamentalmente,
um “sim”, poderá a revelação final do perdão de Deus e a misericórdia ser estendidas aos crentes.”

[24] White, Life Sketches, p. 278.

[25] Spirit of Prophecy, p. 313.

[26] Evangelismo, p. 221.

[27] Mensagens Escolhidas, Vol. 1, p. 343.

[28] Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 456.

[29] Comentários de Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 928.

[30] Richard M. Davidson, A Love Song for the Sabbath (Washington, DC, Hagerstown, MD:
Review and Herald Publishing Assoc., 1988), pp. 91, 107.

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[31] A tradução na LXX de Isaías 58:12 e o consonante texto hebraico apoiam a conexão do verso
12 com a instrução do Sábado no verso seguinte. Ver a discussão no documento não publicado de
“Isaiah 58:13, 14: Its Unity with the Rest of the Chapter, Its Meaning and Implications for Sabbath
Observance,” 1988, TMs [fotocópia], pp. 17–23, Adventist Heritage Center, James White Library,
Andrews University, Berrien Springs, MI; e White, O Grande Conflito, Capítulos 25 e 26, pp. 433–
460. Observe que, mais adiante, a mensagem do primeiro anjo (Ap 14:6–7) conecta, também, o
juízo com o Sábado—ver Davidson, Love Song, pp. 77–78.

[32] Ver a discussão e a fundamentação deste ponto em Davidson, Love Song, pp. 118–121.

[33] Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 456.

[34] Ver, especialmente, Sl 35:13; O Grande Conflito, pp. 420, 490.

[35] Patriarcas e Profetas, p. 452; idem, Caminho a Cristo, p.34; idem, O Grande Conflito, p. 489.

[36] Caminho a Cristo, pp. 57–58.

[37] Life Sketches, p. 242.

[38] Ibid., p. 243.

[39] Note como a oração de Davi por perdão e purificação (vv. 9–10) leva à alegria da salvação (v.
12) e à contrição mais profunda (v. 17). Ver Atos dos Apóstolos, p. 561; idem, Parábolas de Jesus,
p. 106; idem, Caminho a Cristo, p. 65 para descrições desta espiral.

[40] Ver nota número 30 acima.

[41] Ver Is 58:6–14. Aqueles que se posicionam que durante o antítipo Dia da Expiação “não era
momento de celebrar”, não têm compreendido a perspectiva equilibrada das Escrituras e dos
escritos de Ellen White. Isaías 58:13–14 mostra o estado de “grande deleite” que acompanha a
guarda do sábado do Dia da Expiação. Celebramos em companheirismo com Deus, nosso criador,
Redentor, Santíssimo e Glorioso [Ver Davidson, Love Song, passim]. A parábola de Jesus
concernente ao juízo investigativo (Mt 22) mostra o contexto nupcial do Dia da Expiação. Aqueles
convidados para a festa que tinham aceitado a presente do Rei da veste nupcial podem começar a
celebrar mesmo quando o Rei inspeciona os convidados. Ellen White aponta, claramente, para
seriedade do juízo investigativo, assim como, claramente, nos chama para tempos de celebração.
Por exemplo: “Bom seria que o povo de Deus na atualidade [durante o juízo investigativo!] tivesse
uma Festa dos Tabernáculos – uma jubilosa comemoração das bênçãos de Deus a eles”
(Patriarcas e Profetas, pp. 540–541). Embora vivamos no antítipo Dia da Expiação, podemos,
também, prolepticamente (em antecipação) celebrar as alegrias da Festa dos Tabernáculos.

[42] Patriarcas e Profetas, p. 562. Temperança, p. 138.

[43] Note que a NIV incorretamente lê “no Monte Horebe”, ao passo que o prefixo mem indica,
claramente, “do Monte” Horebe [em diante], como empregado pela RSV. Parece que muito destas
joias foram empregadas na construção do santuário (Êx 35:22). Durante a maior parte da
peregrinação de Israel no deserto, o povo estava em um período de juízo: não havia circuncisão
nem a celebração da Páscoa por cerca de 38 anos após passarem por Kadesh até que eles

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entraram na Terra Prometida sob a liderança de Josué (Js 5:2–12; cp. Patriarcas e Profetas, pp.
485–486).

[44] Note a referência explícita ao rîb da aliança em Is 3:13–14.

[45] O capítulo inteiro segue a estrutura clássica do pacto legal ou juízo investigativo: preâmbulo (v.
1); prólogo histórico (vv. 3–14); acusações (vv. 15–34); sentença judicial das maldições
compactuadas (vv. 35–52); testemunhas (v. 37). O julgamento está explicitamente mencionado no
verso 38.

[46] Por exemplo, Is 49:18; 61:10, Jr 21:32; Ez 16:8-14.

[47] Ap 21:2; ver Ap 2:10; 4:4, 10; 1 Pe 5:4; Tg 1:12; Zc 9:16; Dn 12:3; Primeiros Escritos, p. 288.

[48] Lv 16:30; Testemunhos para A Igreja, vol. 5, p. 214.

[49] Ver Lv 16:30, onde declara que “naquele dia [Yom Kippur], se fará expiação por vós, para
purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o SENHOR.” Observe que
o foco até mesmo da purificação do povo está sobre a expiação feita pelo sangue do Substituto.

[50] Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pp. 353–354.

[51] Caminho a Cristo, p. 64.

[52] Mensagens Escolhidas, Vol. 1, p. 368.

[53] O Desejado de Todas As Nações, p. 357.

[54] Caminho a Cristo, pp. 64–65. cp. Sl 51; Is 6.

[55] Parábolas de Jesus, p. 65.

[56] Ver Parábolas de Jesus, p. 160; idem, Caminho a Cristo, p. 65.

[57] Ver Doug Bennett, “The Good News About the Judgment of the Living,” Adventist Review, 16
de junho de 1983, pp. 14–15, para evidência que o tempo probatório não se encerra sobre os
viventes até após a chuva serôdia e o selamento; ver Mensagens Escolhidas, Vol. 1, p. 66; idem,
Primeiros Escritos, pp. 85–86.

[58] Ver Richard M. Davidson, “In Confirmation of the Sanctuary Message,” Journal of the Adventist
Theological Society, 2/1 (Spring 1991): 97–100.

[59] Ver Davidson, “In Confirmation of the Sanctuary Message,” pp. 96–100, para discussão deste
procedimento consistente de Deus através da história.

[60] Em um sentido de juízo investigativo pode, também, ser visto como um balanço geral no fim do
ano. Os registros são fielmente guardados durante o ano, e o auditor verifica a completude e
acurácia dos registros. A auditoria é uma vindicação pública de quem está sendo auditado, que tem
conduzido seus negócios com integridade, de acordo com as práticas aceitáveis de administração.
No fim da história, Deus abre os livros, como estavam, para uma auditoria pública de Suas práticas
administrativas. Os auditores testificam de Sua integridade impecável.

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[61] William Shea, “Theological Importance of the Preadvent Judgment,” em Seventy Weeks, p.
327. Richard Rice, “The Relevance of the Investigative Judgment,” Spectrum, 14/1 (1983): 32–38,
enfatiza, corretamente, a questão mais ampla no Grande Conflito de demonstrar o caráter de Deus
e demonstra, corretamente, como isto deve ocorrer no fim da história para revelar o efeito máximo
da obra salvífica de Deus na luz como um todo da história que precede. Infelizmente, Rice vai na
direção contrária da evidência bíblica por insistir demais que o juízo investigativo é, também,
necessário para informar a Deus porque Ele não é onisciente em relação ao futuro.

[62] Davidson, “In Confirmation of the Sanctuary Message,” pp. 105, 106.

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