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Aula 04

UFMS - Raciocínio Lógico - 2022


(Pós-Edital)

Autor:
Equipe Exatas Estratégia
Concursos

22 de Outubro de 2022

95094172115 - Ivan Wagner Ostorari Filho


Equipe Exatas Estratégia Concursos
Aula 04

Índice
1) Argumentos - Estrutura Básica e Classificação
..............................................................................................................................................................................................3

2) Argumentos Falaciosos e Apelativos


..............................................................................................................................................................................................
23

3) Defeitos de argumentação
..............................................................................................................................................................................................
49

4) Questões Comentadas - Argumentos - Estrutura Básica e Classificação - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
62

5) Questões Comentadas - Argumentos Falaciosos e Apelativos - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
74

6) Lista de Questões - Argumentos - Estrutura Básica e Classificação - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
85

7) Lista de Questões - Argumentos Falaciosos e Apelativos - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
91

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APRESENTAÇÃO DA AULA
Fala, pessoal!

Nessa aula, vamos apresentar a estrutura básica de um argumento e suas três classificações: argumentos
dedutivos, indutivos e abdutivos.

Em seguida, abordaremos os argumentos falaciosos e apelativos, os quais, embora exprimam uma


aparência de corretos, apresentam erros de raciocínio.

Como de costume, vamos exibir um resumo logo no início de cada tópico para que você tenha uma visão
geral do conteúdo antes mesmo de iniciar o assunto.

Conte comigo nessa caminhada =)

Prof. Eduardo Mocellin.

@edu.mocellin

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ARGUMENTOS: ESTRUTURA BÁSICA E CLASSIFICAÇÕES


Argumentos: estrutura básica e classificação
Estrutura básica dos argumentos
Argumento é a relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma
conclusão.
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Indica
as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita.
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões apresentadas. Indica o
que se quer demonstrar.

Indicadores de conclusão: Logo; Portanto; Então; Por conseguinte; Consequentemente; Por isso; Assim;
==3690f==

Deste modo; Pode-se inferir que.


Indicadores de premissa: Pois; Porque; Tanto que; Dado que; Visto que; Uma vez que; Devido a;
Admitindo que; Assumindo que.

Classificação dos argumentos

Argumentos dedutivos
Argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional.
Eles não produzem conhecimentos novos. Isso significa que a informação presente na conclusão já
estava presente nas premissas.
Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos.

Argumentos indutivos
O argumento indutivo é aquele em que a conclusão apresenta conhecimentos novos que não estão
presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as
premissas.

Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega a uma conclusão que estende
esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização.

Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo,
podendo serem eles considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados.
Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável".

Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas
como forma de se realizar a indução.

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Argumentos abdutivos
Na argumentação por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos
enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa.

Argumentos abdutivos também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz
sobre eles é subjetivo, podendo ser considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas
informações forem introduzidas no contexto analisado.

Anteriormente, tratamos exclusivamente dos argumentos que são relacionados à lógica de proposições, isto
é, os argumentos dedutivos. No presente tópico, abordaremos o conceito de argumento de uma forma mais
ampla, trazendo também as definições de argumentos indutivos e abdutivos.

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Estrutura básica dos argumentos

Argumento

Ao tratar dos argumentos dedutivos, já definimos o que é um argumento:

Argumento é relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à


defesa de uma conclusão.

Em resumo, a estrutura básica de um argumento é composta por um conjunto de premissas e por uma
conclusão que estão conectados por meio de um vínculo lógico.

Premissa

Para fins de identificação das premissas em argumentos dedutivos, ou seja, em argumentos que pertencem
ao âmbito da lógica proposicional (fazendo uso de proposições, conectivos, etc.), nós definimos que
premissas são proposições que se consideram verdadeiras para se chegar a uma conclusão.

Dada a riqueza de possibilidades da língua portuguesa, e uma vez que existem outras formas não dedutivas
de argumentação, vamos ampliar o conceito de premissa para abranger as outras formas de se argumentar:

Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é
construída.

As premissas indicam as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. Elas procuram responder aos
seguintes questionamentos: "Por que devo aceitar essa conclusão? Quais são as evidências?".

Conclusão

Podemos definir a conclusão da seguinte maneira:

Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais


razões apresentadas.

(ANVISA/2016) A sentença "As consequências de nossos atos são florestas devastadas, descongelamento
das calotas polares, extinção de dezenas de espécies animais, poluição dos rios e diminuição drástica das
reservas de água potável" apresenta um argumento válido.
Comentários:
Um argumento é relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma
conclusão.
A assertiva em questão apresenta apenas uma proposição simples. Não se trata, portanto, de um argumento.
Gabarito: ERRADO.

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Reconhecimento da estrutura básica dos argumentos

É muito importante para fins de provas de concurso público saber reconhecer quais são as premissas e qual
é a conclusão de um determinado argumento. Vamos a um exemplo:

"Esse ventilador será uma boa compra, pois o último produto que comprei desta marca foi uma boa
compra e três amigos meus adquiriram esse ventilador e não tiveram problemas."

Observe que "esse ventilador será uma boa compra" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por
meio das seguintes evidências (premissas): "o último produto que comprei desta marca foi uma boa compra"
e "três amigos meus compraram esse ventilador e não tiveram problemas".
Podemos dispor o argumento da seguinte maneira:
Premissa 1: O último produto que comprei da mesma marca do ventilador foi uma boa compra.
Premissa 2: Três amigos meus compraram o ventilador e não tiveram problemas.
Conclusão: O ventilador será uma boa compra.

A conclusão pode ser apresentada tanto no início, quanto no meio, quanto no final de um argumento. Não
há uma ordem pré-estabelecida. No exemplo anterior, a conclusão foi apresentada no início. Veja um outro
exemplo, em que a conclusão aparecerá no meio do argumento:

"Gatos não precisam ser levados para passear, logo, comparativamente aos cães, dão menos trabalho
para seus donos. Além disso, gatos não necessitam de banho semanal."

Observe que "comparativamente aos cães, gatos dão menos trabalho para seus donos" é a afirmação que se
quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "gatos não precisam ser
levados para passear " e "gatos não necessitam de banho semanal".
Podemos dispor o argumento da seguinte forma:
Premissa 1: Gatos não precisam ser levados para passear.
Premissa 2: Gatos não necessitam de banho semanal.
Conclusão: Comparativamente aos cães, gatos dão menos trabalho para seus donos.

Vamos praticar esse reconhecimento com dois exercícios.

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(PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a uma
conclusão.
a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão.
b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso.
c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo.
d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã.
e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre.
Comentários:
Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão:

Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída.
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais razões
apresentadas.

Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar a uma conclusão,
que é um julgamento.
Vamos analisar cada uma das alternativas.

a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no
chão. CERTO.
Veja que "ouvi o barulho de um gambá na cozinha" é um fato que deve ser tomado por verdade para se
chegar à conclusão de que "a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão".
Como inicialmente temos uma premissa que leva a uma conclusão subsequente, essa alternativa é o
gabarito da questão.

b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. ERRADO.
Veja que "ninguém mais telefonou, reclamando do atraso" é um fato que deve ser tomado por verdade
para se chegar à conclusão de que "todos já devem ter chegado à festa".
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão.

c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo.
ERRADO.
Veja que "(nossos amigos) estudaram bastante tempo" é um fato que deve ser tomado por verdade para
se chegar à conclusão de que "nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso".
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão.

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d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. ERRADO.


Veja que "partiremos depois de amanhã" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à
conclusão de que "talvez as encomendas cheguem a tempo".
Apesar de não parecer que a premissa dá suporte à defesa da conclusão, note que "talvez as encomendas
cheguem a tempo" é um julgamento feito no argumento apresentado, uma vez que a palavra "talvez" indica
uma probabilidade. Logo, "talvez as encomendas cheguem a tempo" é a conclusão.
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão.

e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. ERRADO.
Veja que "senti um odor de coisa podre" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à
conclusão de que "o lixeiro deve estar passando em nossa porta ".
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão.
Gabarito: Letra A.

(Pref. 7 Lagoas/2014) O texto a seguir constrói um argumento:


É lógico que o time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol, uma vez que o referido
time tem o melhor ataque, sua defesa é a defesa menos vazada e, além disso, tal time possui o maior número
de pontos ganhos na tabela geral do campeonato.
A conclusão do argumento construído nesse texto é que o time A
a) é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol.
b) possui o maior número de pontos ganhos no campeonato brasileiro de futebol.
c) tem a melhor defesa do atual campeonato brasileiro de futebol
d) tem o melhor ataque do atual campeonato brasileiro de futebol.
Comentários:
Observe que "O time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol" é a afirmação que se
quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "o time A tem o melhor
ataque", "a defesa do time A é a defesa menos vazada " e "o time A possui o maior número de pontos ganhos
na tabela geral do campeonato".
Podemos recompor o argumento da seguinte forma:
Premissa 1: O time A tem o melhor ataque.
Premissa 2: A defesa do time A é a defesa menos vazada.
Premissa 3: O time A possui o maior número de pontos ganhos na tabela geral do campeonato.
Conclusão: O time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol.
Gabarito: Letra A.

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A seguir será apresentada uma lista de expressões que indicam premissas e conclusões. Essa lista não exaure
todas as possibilidades e, por isso, o entendimento dos conceitos de premissa e conclusão é fundamental
para identificar corretamente a estrutura básica dos argumentos.

Indicadores de conclusão Indicadores de premissa

• Logo; • Pois;
• Portanto; • Porque;
• Por isso; • Tanto que;
• Então; • Dado que;
• Por conseguinte; • Visto que;
• Consequentemente; • Uma vez que;
• Assim; • Devido a;
• Deste modo; • Admitindo que;
• Pode-se inferir que. • Assumindo que

(BNB/2018) A partir do argumento “A saúde é uma fonte de riqueza, pois as pessoas saudáveis são muito
trabalhadoras, e as pessoas trabalhadoras sempre enriquecem.”, julgue o próximo item.
A proposição “A saúde é uma fonte de riqueza.” é a conclusão do referido argumento.
Comentários:
Observe que "a saúde é uma fonte de riqueza" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por meio
das seguintes evidências (premissas): "as pessoas saudáveis são muito trabalhadoras" e "as pessoas
trabalhadoras sempre enriquecem".
Vale observar que o conectivo "pois" presente no argumento está indicando que, após ele, serão
apresentadas premissas.
Podemos reestruturar o argumento da seguinte maneira:
Premissa 1: As pessoas saudáveis são muito trabalhadoras.
Premissa 2: As pessoas trabalhadoras sempre enriquecem.
Conclusão: A saúde é uma fonte de riqueza.
Gabarito: CERTO.

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Tipos de inferência

O conceito de inferência engloba as três classificações de argumentos. Pode-se inferir por meio de um
argumento analítico (dedutivo) ou por meio de argumentos sintéticos, sendo estes classificados como
indutivos ou abdutivos.

Vamos entender esses conceitos com mais detalhes.

Argumentos dedutivos

Conforme já visto, os argumentos dedutivos são aqueles que não produzem conhecimento novo. Isso
significa que a informação presente na conclusão já estava presente nas premissas.

Lembre-se que um argumento dedutivo pode ser construído com proposições categóricas (argumentos
categóricos) ou então por meio do uso dos cinco conectivos (argumentos hipotéticos).

Em resumo, os argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica
Proposicional.

Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. Lembre-se que:

• Um argumento dedutivo é válido quando a conclusão é necessariamente verdadeira quando se


consideram as premissas verdadeiras.
• Um argumento dedutivo é inválido quando, consideradas as premissas como verdadeiras, a
conclusão obtida é falsa.

Por outro lado, como veremos em seguida, o juízo que se faz sobre argumentos construídos por indução ou
por abdução é subjetivo, não sendo possível afirmar que sejam válidos ou inválidos.

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Argumentos indutivos

Definição de argumento indutivo

O argumento indutivo é aquele em que a conclusão traz conhecimentos novos que não estão presentes nas
premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as premissas.

Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega em uma conclusão que estende
esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização.

(TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se
a ser injusto até mesmo com os malfeitores.”
O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura;
c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã;
d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.
Comentários:
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização.
Veja que essa generalização ocorre na alternativa E, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a
"ontem" (ontem nevou bastante) para estender esse fato para um novo caso relacionado ao tempo
presente (as estradas devem estar intransitáveis).
As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são
raciocínios indutivos.
a) Parte-se de uma generalização (os funcionários públicos folgam amanhã) para o caso particular do marido
de quem fala, que se pressupõe ser funcionário público (meu marido ficará em casa).
b) Parte-se de uma generalização sobre os juízes (todos os juízes procuram julgar corretamente) para um
caso particular (é o que ele também procura).
c) Parte-se de uma generalização sobre o horário de funcionamento dos mercados (nos dias de semana os
mercados abrem) para aplicá-la para o caso particular de amanhã (deixarei para comprar isso amanhã).
d) Parte-se de uma generalização (no inverno, chove todos os dias) para uma decisão particular (vou
comprar um guarda-chuva).
Gabarito: Letra E.

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(SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, suficientemente
constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas partes examinadas.

Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir.


Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos.
a) 1, 2 e 3.
b) 1 e 2, somente.
c) 1 e 3, somente.
d) 2 e 3, somente.
e) 3, somente.
Comentários:
Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas
premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os
casos, por meio de uma generalização.

Veja que o Raciocínio 01 é indutivo, pois utiliza como premissas o fato de metais específicos conduzirem
eletricidade (cobre, zinco e cobalto) para concluir, por meio de uma generalização, que todos os metais
conduzem eletricidade.

Por outro lado, o Raciocínio 02 é dedutivo. Isso porque a conclusão sugerida, "todo homem é vertebrado",
decorre imediatamente das premissas. Em outras palavras, podemos obter a conclusão de maneira
inequívoca por meio de Diagramas Lógicos. Note que, ao desenharmos as premissas por meio de Diagramas
Lógicos, a conclusão é necessariamente verdadeira.

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"Todo mamífero é vertebrado."


Nesse caso, o conjunto dos mamíferos deve ser desenhado dentro do conjunto dos vertebrados.

"Todo homem é mamífero."


Nesse caso, o conjunto dos homens deve ser desenhado dentro do conjunto dos mamíferos.

Note, portanto, que uma decorrência lógica das premissas é que "todo homem é vertebrado", pois o
conjunto dos homens necessariamente está dentro do conjunto dos vertebrados.

Por fim, o Raciocínio 03 também é indutivo, pois utiliza como premissas algumas observações particulares
quanto à cor dos corvos para concluir, por meio de uma generalização, que existe uma probabilidade maior
de que todos os corvos sejam negros.
Portanto, são exemplos de raciocínios indutivos 1 e 3, somente.
Gabarito: Letra C.

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Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz sobre eles é
subjetivo, podendo eles serem "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. Consequentemente,
chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". Veja o exemplo a seguir:

Premissa 1: Vi um cachorro comendo brócolis.

Premissa 2: Vi dois cachorros comendo brócolis.

Premissa 3: Vi três cachorros comendo brócolis.

Premissa 4: Vi quatro cachorros comendo brócolis.

Premissa 5: Vi cinco cachorros comendo brócolis.

Conclusão: Logo, a maioria dos cachorros come brócolis.

Veja que a conclusão traz um conhecimento novo não presente nas premissas: "a maioria dos cachorros
come brócolis". Perceba que as premissas nos induzem a crer que muitos dos cachorros comem brócolis, e
tal generalização é obtida de informações particulares.

Note, também, que a inclusão de novas informações, como o aumento do número de observações de
cachorros comendo brócolis, poderia tornar o argumento "mais forte". Novas informações também
poderiam tornar o argumento "mais fraco", pois alguém poderia dizer algo como: "Não é verdade! O meu
cachorro e o cachorro do meu vizinho não comem brócolis!"

Além da inclusão de novas informações nas premissas, a alteração da conclusão também pode tornar o
argumento "mais forte" ou "mais fraco". No exemplo acima, se alterássemos a conclusão para "mais de 20%
dos cachorros comem brócolis", o argumento seria mais forte. Isso porque, ao se comparar com "a maioria
dos cachorros", é mais provável que ao menos 20% dos cachorros comam brócolis.

Perceba que um argumento "mais forte" ou "mais fraco" nada nos diz sobre a validade da conclusão. Com
base nas premissas, não podemos afirmar nem negar categoricamente que "a maioria dos cachorros comem
brócolis".

Vejamos um outro exemplo de argumento indutivo:

Premissa 1: 80% dos professores do Instituto de Tricô de Arapongas são mestres.

Premissa 2: Fulano é professor do Instituto de Tricô de Arapongas.

Conclusão: Logo, Fulano tem um mestrado.

Perceba que o argumento acima transcende o conteúdo das premissas, pois Fulano pode ser parte dos 20%
dos professores que não têm mestrado ou então pode realmente fazer parte dos 80% dos professores que
têm um título de mestrado (mais provável). Além disso, o argumento parte de fatos apresentados nas
premissas ("80% dos professores são mestres") para chegar em uma conclusão que estende o fato para um
novo caso.

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Perceba que, se alterássemos a primeira premissa para "50% dos professores do Instituto de Tricô de
Arapongas são mestres", o novo argumento ficaria "mais fraco" do que o anterior, pois a alteração da
premissa faria com que a conclusão ficasse "menos provável".

(SEFAZ SP/2002) Assinale o argumento indutivo que estabelece sua conclusão de modo mais forte:
a)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 30 reais.
b)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 30 reais.
c)Os livros em oferta custam entre 5 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 25 reais.
d)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 15 e 30 reais.
e)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 20 reais.
Comentários:
Note que, em todos os argumentos apresentados nas alternativas, temos uma premissa da forma "os livros
em oferta custam entre 𝒙 e 𝒚 reais" e uma conclusão no formato "este livro em oferta custa entre 𝒛 e 𝒘
reais".
Trata-se de um argumento indutivo, uma vez que a conclusão transcende o conteúdo das premissas. Para
determinar qual argumento é mais forte, devemos observar qual das alternativas apresenta uma conclusão
mais provável em face à premissa apresentada. Vamos analisar cada alternativa:

a)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 30 reais.
Note que a premissa apresenta um intervalo de 40−10 = 30 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de
30−20 = 10 reais. Logo, a conclusão abrange 10/30 = 1/3 do intervalo original.

b)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 30 reais.
Note que a premissa apresenta um intervalo de 40−10 = 30 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de
30 − 10 = 20 reais. Logo, a conclusão abrange 20/30 = 2/3 do intervalo original.

c)Os livros em oferta custam entre 5 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 25 reais.
Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−5 = 45 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de
25− 20 = 5 reais. Logo, a conclusão abrange 5/45 = 1/9 do intervalo original.

d)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 15 e 30 reais.
Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−10 = 40 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de
30− 15 = 15 reais. Logo, a conclusão abrange 15/40 = 3/8 do intervalo original.

e)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 20 reais.
Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−10 = 40 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de
20−10 = 10 reais. Logo, a conclusão abrange 10/40 = 1/4 do intervalo original.

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Note que em B tem-se a conclusão mais provável em face à premissa apresentada, pois a conclusão dessa
alternativa abrange a maior parte do intervalo considerado na premissa dessa alternativa. Isso porque 2/3 é
o maior número dentre as frações apresentadas:
1 𝟐 1 3 1
; ; ; ;
3 𝟑 9 8 4
Para verificar que 2/3 é de fato o maior número, uma possibilidade é realizar a divisão do numerador pelo
denominador:
0,33 … ; 𝟎, 𝟔𝟔 … ; 0,11 … ; 0,375 ; 0,25
Gabarito: Letra B.

Observe que o argumento por indução é muito utilizado por ciências experimentais:

Premissa 1: Dois corpos A e B se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas
e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.

Premissa 2: Dois corpos C e D se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas
e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.

Conclusão: Logo, dois corpos quaisquer se atraem por uma força que é proporcional ao produto
das massas e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.

Perceba que as ciências experimentais observam casos particulares e formulam uma conclusão ampliativa,
transcendendo o caso particular por meio de uma generalização.

(MPE SP/2011) Dados os argumentos:


I. Sejam a, b, c números naturais, onde a = b e b = c; logo a = c
II. Num escritório; 5/6 dos funcionários têm nível superior; José é funcionário do escritório, logo José tem
nível superior.
Assinale a alternativa correta:
a) Ambos são argumentos dedutivos
b) O argumento I é um exemplo canônico de um argumento indutivo e o argumento II é um típico argumento
dedutivo.
c) O argumento II apenas estaria correto se fosse: "No escritório 5/6 dos funcionários tem nível superior;
José é funcionário do escritório; logo José não é de nível superior.
d) O argumento I é exemplo canônico de um argumento classificado como válido pela lógica dedutiva. O
argumento II é um argumento que não é classificado como válido pela lógica dedutiva, denominado indutivo.
Comentários:
O argumento I é um argumento dedutivo. Trata-se de um argumento válido, pois as premissas, consideradas
verdadeiras, levam a uma conclusão necessariamente verdadeira. Observe:

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Premissa 1: a, b, c são números naturais.


Premissa 2: a = b.
Premissa 3: b = c.
Conclusão: a = c
O argumento II, por sua vez, não pode ser classificado como válido. Trata-se de um argumento indutivo.
Premissa 1: "Num escritório; 5/6 dos funcionários têm nível superior."
Premissa 2: "José é funcionário do escritório."
Conclusão: "José tem nível superior."
Perceba que nesse caso a conclusão transcende o conteúdo das premissas.
Gabarito: Letra D.

Analogias

Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas como
forma de se realizar a indução. Veja um exemplo:

"Pessoas bilionárias acordam muito cedo todos os dias, fazem atividade física regularmente,
leem muito e fazem sessões mensais de coach empresarial. Joaquim acorda muito cedo todos os
dias, faz atividade física regularmente, lê muito e faz sessões mensais de coach empresarial.
Concluo que Joaquim é bilionário."

O argumento indutivo acima ressaltou diversas características presentes em pessoas bilionárias e em


Joaquim como forma de induzir à conclusão apresentada.

Veja que o argumento apresentado nos parece um tanto fraco pelo fato de as características apresentadas
não serem tão relevantes para a conclusão a que se quer chegar. Isso porque a relevância das características
comparadas influencia a força da analogia. Veja esse novo argumento:

"Muitas pessoas bilionárias são acionistas majoritários de companhias lucrativas, trabalham no


setor de tecnologia e sabem liderar equipes. Joaquim é acionista majoritário de uma companhia
lucrativa, trabalha no setor de tecnologia e sabe liderar equipes. Concluo que Joaquim é
bilionário."

Note que "ser acionista majoritário de uma companhia lucrativa", "trabalhar no setor de tecnologia" e "saber
liderar equipes" são características mais relevantes para a conclusão que se quer obter. Logo, o argumento
por analogia acima é "mais forte" do que o apresentado anteriormente.

Outro fator que pode tornar uma nova analogia "mais forte" ou "mais fraca" com relação à anterior é a força
da conclusão com relação às premissas:

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"Muitas pessoas bilionárias são acionistas majoritários de companhias lucrativas, trabalham no


setor de tecnologia e sabem liderar equipes. Joaquim é acionista majoritário de uma companhia
lucrativa, trabalha no setor de tecnologia e sabe liderar equipes. Concluo que Joaquim não é
pobre."

Perceba que a conclusão "Joaquim não é pobre" é mais provável do que "Joaquim é bilionário", tornando o
argumento mais forte.

O argumento indutivo por analogia é muito utilizado no dia a dia. Observe:

"Há cinco anos, comprei o carro A da fabricante X, o qual nunca apresentou problemas de
manutenção. Recentemente, a fabricante X lançou um novo modelo B. Vou trocar meu carro
pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção."

Veja que ambos os modelos de automóvel, A e B, apresentam a característica comum de terem sido
fabricados pela fabricante X e que o interlocutor tem conhecimento, por sua própria experiência, que o
modelo A nunca apresentou problemas quanto à manutenção. Em razão disso, infere, por analogia, que o
modelo B, recentemente lançado pela mesma fabricante, não trará problemas quanto à manutenção.

Perceba que o número de comparações realizadas também afeta a força da analogia. Veja o exemplo a
seguir:

"Há cinco anos, comprei um carro do modelo A, produzido pela fabricante X, o qual nunca
apresentou problemas de manutenção. Tenho três amigos que têm carros produzidos pela
mesma fabricante e nunca tiveram problemas de manutenção. Recentemente, a fabricante X
lançou um novo modelo B. Vou trocar meu carro pelo modelo B, pois este automóvel não deverá
apresentar problemas de manutenção."

Perceba que a inclusão da informação de que outras três pessoas compraram um carro da fabricante X faz
com que a analogia seja "mais forte", pois há um maior número de comparações.

Outro fator que pode tornar uma analogia mais forte ou mais fraca é a quantidade de características
comparadas.

"Há cinco anos, comprei o carro A, da fabricante X, na concessionária Y e esse carro nunca
apresentou problemas de manutenção. Tenho três amigos que também adquiriram automóveis
da mesma fabricante X, na concessionária Y, e nunca tiveram problemas. Recentemente, a
fabricante X lançou um novo modelo de automóvel B. Vou na concessionária Y trocar o meu carro
A pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção."

Perceba que a inclusão de uma nova característica para integrar a comparação aumenta o grau de persuasão
do argumento, tornando a analogia "mais forte".

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Por fim, o número de pontos de diferença (desanalogias) entre os exemplos mencionados é outro ponto
que modifica a força do argumento. Veja o novo exemplo a seguir:

"Não compre automóveis do fabricante X. Conheço três pessoas que compraram carros deste
fabricante que apresentaram problemas de manutenção"

Se, no argumento acima, acrescentarmos a informação de que se trata de um modelo de carro específico, e
que os três amigos compraram este mesmo modelo, as novas informações reduzem a força do argumento.
Isso porque, eventualmente, quem procura um automóvel pode estar interessado em modelo ou categoria
diversa daquele referido.

Outra desanalogia que enfraqueceria o argumento ocorreria se incluíssemos a informação de que uma
quarta pessoa comprou um carro do fabricante X, o qual jamais apresentou problemas de manutenção.

(FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir.


No diálogo a seguir, a resposta de B é fundamentada em um raciocínio por analogia.
A: O que eu faço para ser rico assim como você?
B: Como você sabe, eu não nasci rico. Eu alcancei o padrão de vida que tenho hoje trabalhando muito duro.
Logo, você também conseguirá ter esse padrão de vida trabalhando muito duro.
Comentários:
Perceba que B apresenta uma característica em comum com a A: "não nascer rico".
Nota-se que, por meio dessa característica, B faz uma indução por analogia ao afirmar que A também
"conseguirá ser rico trabalhando muito".
Gabarito: CERTO.

Argumentos abdutivos

No argumento por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos enunciados
nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa.

O exemplo citado por C.S. Peirce1 mostra bem a diferença entre os argumentos por dedução, por indução e
por abdução. Considere as seguintes proposições:

P1: "Todos os feijões do saco são brancos."

P2: "Todos os feijões da mesa vieram do saco."

P3: "Todos os feijões da mesa são brancos."

1
PEIRCE, C. S. Collected papers of Charles Sanders Peirce. Elements of logic, Volume II. Harvard University Press. 1932.

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No argumento por dedução não se produz conhecimento novo. Se as premissas são tratadas como
verdadeiras, o argumento válido apresenta uma conclusão verdadeira. Veja que o argumento abaixo pode
ser deduzido com o uso de diagramas lógicos:

Argumento por dedução

Premissa P1: Todos os feijões do saco são brancos.

Premissa P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco.

Conclusão P3: Todos os feijões da mesa são brancos.

O argumento por indução traz uma conclusão que transcende o conteúdo das premissas, estendendo o caso
das premissas para um novo caso ou generalizando para todos os casos:

Argumento por indução

Premissa P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco.

Premissa P3: Todos os feijões da mesa são brancos.

Conclusão P1: Todos os feijões do saco são brancos.

No argumento por abdução, a conclusão é obtida por melhor representar a explicação dos fatos enunciados
nas premissas.

Argumento por abdução

Premissa P1: Todos os feijões do saco são brancos.

Premissa P3: Todos os feijões da mesa são brancos.

Conclusão P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco.

Argumentos por abdução também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz
sobre eles é subjetivo, podendo serem considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas
informações forem introduzidas. Veja um novo exemplo:

"Pedro foi diagnosticado com uma doença cardíaca há 5 anos. Hoje, Pedro faleceu. Portanto,
pode-se supor que Pedro morreu em decorrência de sua doença cardíaca.

Note que o argumento apresentado mostra uma conclusão que representa a melhor explicação para os fatos
enunciados nas premissas. Se incluíssemos a informação de que, no dia anterior ao falecimento, Pedro havia
relatado dores no peito, a hipótese explicativa exposta na conclusão seria "mais provável", tornando o
argumento "mais forte". Por outro lado, caso incluíssemos a informação de que Pedro tinha outras
comorbidades além da sua doença cardíaca, tal fato tornaria o argumento "mais fraco".

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(FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir.


O texto que se segue, produzido por um detetive durante uma investigação criminal, ilustra um raciocínio
por indução.
Ontem uma senhora rica foi assassinada em sua casa. No momento do crime, havia uma festa na casa da
vítima e nela estavam presentes umas cinquenta pessoas. Dessas cinquenta, é sabido que nove tinham algum
tipo de problema com a senhora assassinada. Assim, é plausível supor que o assassino esteja entre essas
nove pessoas.
Comentários:
A questão trouxe um argumento por abdução cuja a conclusão representa a melhor explicação para os fatos
enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa.
Gabarito: ERRADO.

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ARGUMENTOS FALACIOSOS E APELATIVOS

Argumentos falaciosos e apelativos


Falácia = Sofisma: erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Pode ser utilizado deliberadamente em
uma investida fraudulenta de convencer pessoas.

Falácias formais

Falácia formal = Argumento dedutivo inválido


Afirmação do consequente: P1: p→q. P2: q. C: p.
Negação do antecedente: P1: p→q. P2: ~p. C: ~q.
Falácias informais

Argumentos contra a pessoa (ad hominem)


Nesta falácia, ocorre a desqualificação da pessoa.
Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente.
Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra,
coloca em dúvida a imparcialidade.
Ad hominem "você também": a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano.

Apelo à autoridade: suposta autoridade declara X. Logo, X é verdadeiro.
Apelo à ignorância: não há provas de que X é verdadeiro/falso. Logo, X é verdadeiro/falso.
Falso dilema ou falsa dicotomia: somente X ou somente Y é verdadeiro. Y é falso. Logo, X é verdadeiro.
Pergunta complexa: associação de 2 temas para serem tratados como uma única assertiva. Ex.: Deputado,
o sr. já deixou de desviar recursos públicos?
Espantalho ou homem de palha: pessoa A apresenta a afirmação X. Pessoa B apresenta razões contra Y,
que é diferente de X.
Petição de princípio ou raciocínio circular: Apresenta-se a afirmação Y que, para ser verdadeira,
pressupõe-se X verdadeiro. Logo, X é verdadeiro.
Conclusão irrelevante (ignoratio elechi): É apresentada uma afirmação Y que não apresenta uma
correlação relevante com X. Conclui-se que X é verdadeiro.
Falso escocês: pessoa A apresenta uma afirmação X. Pessoa B mostra um contraexemplo que se opõe à
afirmação X. Pessoa A alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X.

Falácias que apelam às emoções
Apelo popular ou apelo ao povo: todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como
verdadeiro. Logo, X é verdadeiro.
Apelo à piedade: a afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um
sentimento de piedade. Logo, X é verdadeiro.
Apelo à força: a afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. Logo, X
é verdadeiro.
Apelo às consequências: X apresenta consequências positivas/negativas. Logo, X é verdadeiro/falso.

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Acidente: ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser
excepcionada.
Inversão do acidente: é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser
aplicada.
Divisão: X apresenta a característica C. Logo, as partes de X apresentam a característica C.
Composição: as partes de X apresentam a característica C. Logo, X apresenta a característica C.

Falácias indutivas
Uma indução não necessariamente é uma falácia.
Generalização apressada: conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa.
Falsa analogia: as entidades comparadas são tão distintas que a indução realizada é fraca demais para se
concluir algo.
Falácia do jogador: consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não
ter ocorrido ao longo de um certo tempo.

Derrapagem ou bola de neve: uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias
afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa

Falácias causais
Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente:
correlação entre a causa e o efeito; precedência temporal da causa; e eliminação de outras possíveis
causas.
Falácia da falsa causa: quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, em verdade, não se
pode atribuir essa relação de causa e efeito.
Causa comum ou do efeito conjunto: X e Y estão correlacionados. Ignora-se uma possível causa Z que
pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. Logo, X é a causa de Y.
Depois disso, logo, por causa disso: X ocorreu antes de Y. Logo, X é a causa de Y.
Inversão de causa e efeito: ocorre inversão da causa e do efeito dos eventos em questão.
Causa complexa: um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas
uma parte delas é apresentada.
Causa insignificante: uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais
fatores.

Falácias de ambiguidade
Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na
afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase.
Equívoco: ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio.
Anfibologia: ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua.
Ênfase: ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa
por meio do modo com que as palavras são enfatizadas.

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Uma falácia ou um sofisma é um erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Por conta da capacidade de
persuasão, as falácias podem ser utilizadas deliberadamente em uma investida fraudulenta de convencer
as pessoas. O objeto do nosso estudo será, portanto, os argumentos equivocados que são aparentemente
verossímeis.

Podemos dividir as falácias em dois grupos: falácias formais, que são as falácias dedutivas, e falácias
informais.

Falácias formais ou dedutivas

As falácias formais são aquelas em que o erro decorre da forma em que o argumento é construído. Essas
falácias verificam-se quando temos um argumento dedutivo inválido.

Falácia formal = Argumento dedutivo inválido

Lembre-se que podemos ter argumentos dedutivos válidos com premissas falsas. Esses argumentos não são
falácias.

As falácias formais que nos interessam são aquelas que apresentam uma aparência de estarem corretos. As
principais são: afirmação do consequente e negação do antecedente.

Falácia da afirmação do consequente

Afirmação do antecedente (Modus ponens) é uma regra de inferência que apresenta um formato de
argumento que é sempre válido:

Argumento válido: afirmação do antecedente (Modus ponens)


Premissa 1: Se p, então q.
Premissa 2: p.
Conclusão: q.

A falácia formal denominada "afirmação do consequente" consiste no argumento dedutivo inválido em que
uma das premissas é um condicional (p→q) e a outra premissa é a afirmação do consequente desse
condicional (q).

Argumento inválido: afirmação do consequente


Premissa 1: Se p, então q.
Premissa 2: q.
Conclusão: p.

Vamos a um exemplo dessa falácia:

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Premissa 1: Se João for decapitado, então João morre.


Premissa 2: João morreu.
Conclusão: Logo, João foi decapitado.
Nesse exemplo, perceba que o fato de João ter morrido não implica ele ter sido decapitado, pois ele pode
ter morrido por qualquer outra causa.

Falácia da negação do antecedente

A negação do consequente (Modus tollens) é uma regra de inferência que apresenta um formato de
argumento que é sempre válido:

Argumento válido: negação do consequente (Modus ponens)


Premissa 1: Se p, então q.
Premissa 2: ~q.
Conclusão: ~p.

A falácia formal denominada "negação do antecedente" consiste no argumento dedutivo inválido em que
uma das premissas é um condicional (p→q) e a outra premissa é a negação do antecedente desse condicional
(~p).

Argumento inválido: negação do antecedente


Premissa 1: Se p, então q.
Premissa 2: ~p.
Conclusão: ~q.

Vamos a um exemplo:

Premissa 1: Se João for decapitado, então João morre.


Premissa 2: João não foi decapitado.
Conclusão: Logo, João não morreu.
Nesse exemplo, perceba que o fato de João não ter sido decapitado não implica que ele não morreu, pois
ele pode ter morrido por qualquer outra causa.

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Falácias informais

As falácias informais ou não-formais são erros de raciocínio que, embora possam parecer convincentes,
apresentam erro no conteúdo do argumento.

Essas falácias não são identificadas com a utilização de regras de inferência ou com o uso de métodos de
verificação da validade de um argumento.

Existem inúmeras falácias e diversas formas de se classificá-las. Vamos aprender as que apresentam maior
chance de aparecer em provas de concurso público, apresentando exemplos para facilitar o entendimento.1

Em geral, questões de concurso público estão mais voltadas para o reconhecimento de


uma falácia, não sendo necessário o conhecimento das classificações.

Argumentos contra a pessoa (ad hominem)

Os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um argumento é
rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o consequente
afastamento da discussão sobre o teor das afirmações.

Os argumentos contra a pessoa geralmente seguem a seguinte forma:

- Pessoa A afirma X;
- Pessoa B faz um ataque à pessoa A;
- Logo, X é falso.

Ad hominem ofensivo ou abusivo

O ad hominem ofensivo funciona com um ataque direto à pessoa do oponente, com o afastamento da
discussão sobre as ideias apresentadas.

Pessoa A: Eu sou contra a reforma da previdência pelos motivos X, Y e Z.


Pessoa B: O que você fala não tem valor, você trai a sua mulher.

1
Os exemplos didaticamente ampliados não expressam visão/opinião de natureza política, religiosa ou social de seu autor.

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O ataque realizado nem sempre precisa apresentar uma ofensa clara como no exemplo anterior. Ele pode
ser articulado por meio de aspectos morais, religiosos, profissionais, de gênero, de classe social, etc.

Pessoa A: Eu sou contra o aborto pelos motivos X, Y e Z.


Pessoa B: É claro que você é contra o aborto, você é um padre.

Note que, no exemplo anterior, a pessoa B não contra-argumentou os motivos X, Y e Z, mas desqualificou o
posicionamento de A em razão do ofício que A exerce.

Veja outro exemplo de argumento ad hominem:

Pessoa A: Podemos resolver os problemas das periferias por meio das políticas X e Y, pelos motivos Z e W.
Pessoa B: Quem é você para falar dos problemas da periferia? Você reside em bairro nobre!
==3690f==

Ad hominem circunstancial

No ad hominem circunstancial, o ataque à pessoa ocorre ao se expor circunstâncias individuais de quem


apresentou a declaração. Via de regra, essa falácia coloca em dúvida a imparcialidade da pessoa que fez a
afirmação original.

Pessoa A: O edital do concurso X será divulgado em no máximo 2 meses, pois a autorização já foi publicada.
Pessoa B: É claro que você está falando isso! Você é dono de uma empresa que vende cursos preparatórios!

Observe que, no exemplo dado, a pessoa B não apresentou suas considerações sobre a não divulgação do
edital no prazo sugerido, mas sim colocou em dúvida a imparcialidade da pessoa A por meio de uma
circunstância individual.

Ad hominem "você também" (tu quoque)

No ad hominem "você também", a depreciação da pessoa declarante ocorre por meio da exposição de um
comportamento contraditório para esvaziar o teor da argumentação.

Pessoa A: Baseado em X, Y e Z, é errado utilizar couro animal para o vestuário.


Pessoa B: Olha quem está falando! Mês passado eu vi você com uma jaqueta de couro!

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(CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre Feijó, figura
importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem excepcional
nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma visão mais larga
nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, nenhuma ideia mais alta ou
mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos que defendeu até a velhice, e
nenhum deles de maior mérito”.
Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma
pessoa.
O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que:
a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição
lógica entre diferentes elementos argumentativos;
b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua
personalidade nas suas relações sociais;
c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se
prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa;
d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político;
e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o
discurso que apresenta.
Comentários:
Vimos que os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um
argumento é rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o
consequente afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. Vimos, ainda, que os argumentos ad
hominem costumam ser classificados em três tipos:
• Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente.
• Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra,
coloca em dúvida a imparcialidade.
• Ad hominem "você também" (tu quoque): a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no
quotidiano.

Veja que, no texto apresentado, ocorre um ad hominem ofensivo, pois ocorre um ataque direto à pessoa
do padre Feijó. Esse ataque direto pode ser observado em expressões como "...quanta mediocridade,
quanta incoerência!", "não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura" e "teimoso e
limitado".
Vamos avaliar a alternativa que apresenta a descrição do tipo de argumento ad hominem representado no
texto: ad hominem ofensivo.

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a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a


contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos. ERRADO.
Note que não há uma falácia formal no texto apresentado. O argumento ad hominem é classificado como
falácia informal.

b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua
personalidade nas suas relações sociais. ERRADO.
Não há no texto apresentado considerações sobre a posição mantida pelo padre Feijó nas suas relações
sociais. O texto apresenta um ataque direto à pessoa do padre.

c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas
se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa. CERTO. Esse é o gabarito.
Note que, na argumentação do texto, de fato não se procura desacreditar uma ideia do padre Feijó. O que
ocorre é o afastamento da discussão sobre as ideias dele por meio de um ataque direto à pessoa,
destacando-se as marcas negativas do padre. O gabarito, portanto, é letra C.

d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido
político. ERRADO.
Note que não há uma mudança de ideia por parte do padre Feijó. O texto destaca características contrárias
a isso pois, segundo o autor, o padre era "teimoso e limitado".

e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o
discurso que apresenta. ERRADO.
Nessa alternativa, apresenta-se a definição do ad hominem "você também" (tu quoque). No texto
apresentado, temos o ad hominem ofensivo.
Gabarito: Letra C.

Apelo à autoridade

O apelo à autoridade costuma seguir o seguinte formato:

- A pessoa A é supostamente uma autoridade em determinado assunto;


- A pessoa A faz uma afirmação X sobre o assunto;
- Logo, X é verdadeiro.

Esse recurso é muito utilizado na venda de produtos ou de ideias. Veja o exemplo a seguir:

Fulana, participante do Big Brother Brasil, usa o xampu X. Vou comprar esse xampu, pois deve ser bom.

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Deve-se tomar cuidado com o apelo à autoridade porque, em algumas situações, é lícito o uso de uma
autoridade para sustentar um argumento, especialmente quando, cumulativamente:

• A pessoa citada de fato tem uma expertise no assunto;


• Há uma certa concordância entre outros experts do assunto;
• Há outros elementos que suportam o argumento além da palavra da autoridade citada; e
• A autoridade é identificada.

Veja que o argumento a seguir constitui uma falácia porque a suposta autoridade não é de fato uma
autoridade no assunto comentado.

Arnaldo disse que a idade média foi um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso da
sociedade. Eu acredito nele, pois Arnaldo é PhD em Matemática Pura.

O apelo a uma autoridade não identificada constitui uma falácia muito comum. Geralmente a pessoa que
realiza esse erro de raciocínio utiliza expressões como "especialistas dizem...", "cientistas acreditam que...",
"tenho um livro que diz que...", etc. Veja um exemplo:

Os especialistas recomendam comer dois ovos por dia.

Observe agora o argumento a seguir:

Pessoa A: Não acredito nessa história de que dois corpos de massa não nula sempre se atraem.
Pessoa B: É claro que sempre se atraem! Dois corpos com massa não nula estão sempre submetidos a uma
força de atração mútua! Isaac Newton pensava assim e é por isso que os corpos celestes ficam confinados
às suas órbitas!

Veja que, se as pessoas A e B são leigas no assunto, a citação de Isaac Newton, que é uma grande autoridade
em mecânica clássica, de fato reforça o argumento da pessoa B. Uma situação diferente seria se as duas
pessoas em questão fossem físicos teóricos discutindo sobre avanços mais recentes da física: nesse caso, é
possível que não haja concordância no assunto e que outros elementos relevantes suportem um argumento
que contrapõem a autoridade citada.

Apelo à ignorância

O apelo à ignorância consiste em considerar verdadeira uma argumentação porque não há provas de que
ela é falsa. Outra possibilidade de uso dessa falácia é considerar uma argumentação falsa porque não há
provas de que ela é verdadeira. O apelo à ignorância costuma seguir o seguinte formato:

- Não há provas de que X é verdadeiro;


- Logo, X é falso.
Ou
- Não há provas de que X é falso;
- Logo, X é verdadeiro.

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Vamos a dois exemplos:

Você não é capaz de provar que Papai Noel não existe. Portanto, Papai Noel existe.
Deus não existe! Você consegue provar que Ele existe?

Falso dilema ou falsa dicotomia

O falso dilema é uma falácia em que são apresentados um número limitado de opções, geralmente duas,
para que o interlocutor fique restrito a escolher entre opções que podem ser todas falsas. O falso dilema
costuma seguir o seguinte formato:

- Somente X ou somente Y é verdadeiro.


- Y é falso;
- Logo, X é verdadeiro.

Vamos a um exemplo:

Ou você vota no candidato X ou você odeia os pobres.

No exemplo acima, veja que não é dada mais opções à outra parte, de modo que se a pessoa não votar no
candidato X, ela supostamente seria alguém que odeia os pobres. Como, via de regra, há uma rejeição natural
à segunda opção, a pessoa ficaria compelida a votar no candidato X.

Veja um outro exemplo:

Brasil: ame-o ou deixe-o.

Novamente, o falso dilema restringe as possibilidades de uma maneira falaciosa, pois seria plenamente
possível uma pessoa não amar o Brasil sem o deixar.

(Pref. Cruzeiro do Sul/2019) “O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa-
se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Na lógica e na retórica, uma falácia é um
argumento logicamente incoerente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente
o que alega.” Wikipedia, Falácia. É possível se agrupar as falácias em termos de muitos subconjuntos, dentre
eles os listados abaixo, com uma rápida definição em cada caso.
Falso Dilema: limita-se a escolha, escondendo demais possibilidades.
Ignorância: considerar verdadeiro porque não há provas para afirmar se verdadeiro ou falso.
Ad Hominem: desconsidera verdade para atacar quem fala a verdade.
Apelo à autoridade: fulano disse, então é verdade por ele ter dito.

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Considere as proposições abaixo.


I. João nunca fez terapia, então não pode falar sobre terapia.
II. Se o terapeuta vota nesse partido, então ele é um mau terapeuta.
III. A terapia sempre funciona pois ninguém mostrou que não funciona.
Assinale a alternativa correta que classifica adequadamente em termos das categorias, cada afirmativa.
a) I. Falso Dilema II. Ignorância III. Ad Hominem
b) I. Ad Hominem II. Ad Hominem III. Ignorância
c) I. Falso Dilema II. Apelo à autoridade III. Falso Dilema
d) I. Apelo à autoridade II. Ad Hominem III. Apelo à autoridade
Comentários:
Vamos comentar cada falácia apresentada.
João nunca fez terapia, então não pode falar sobre terapia.
Trata-se de uma falácia ad hominem. Veja que João foi desqualificado do debate por uma circunstância
pessoal: o fato dele nunca ter feito terapia.
Se o terapeuta vota nesse partido, então ele é um mau terapeuta.
Trata-se novamente de uma falácia ad hominem. Veja que o terapeuta foi atacado por uma característica
pessoal, que é o fato dele votar em um determinado partido. Essa particularidade em nada modifica a
capacidade dele como terapeuta.
A terapia sempre funciona pois ninguém mostrou que não funciona.
Trata-se do apelo à ignorância. Veja que o enunciador da frase tenta comprovar que a terapia sempre
funciona por meio do fato de ninguém ter provado o contrário.
Gabarito: Letra B.

(DPE RO/2015)
TEXTO 1 – O mito da maioridade penal
Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015

“Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que
banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso Nacional
sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados
aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”.
O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma correta
e adequada ao texto é:

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a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
dos Deputados;
b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular;
c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa
juventude;
d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”;
e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela
redução da maioridade penal.
Comentários:
Vamos verificar as alternativas e assinalar aquela que apresenta a estratégia argumentativa utilizada no
texto.
a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
dos Deputados. ERRADO.
A citação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados não é utilizada como um
argumento de autoridade, pois a comissão não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida
pelo autor do texto.

b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular. ERRADO.
O emprego da primeira pessoa reforça apenas o caráter opinativo do argumento. Nesse sentido, aumenta-
se a subjetividade do texto, o que acaba por enfraquecer o argumento.

c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa
juventude. ERRADO.
O autor não fala sobre perigos sociais a respeito de jovens delinquentes.

d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos
réus”. CERTO. Esse é o gabarito.
Veja que o autor utiliza a falácia "ou um ou outro", mais conhecida como falso dilema ou falsa dicotomia,
para defender o seu ponto de vista contrário à redução da maioridade penal. Isso porque o autor restringe
as opções do problema a dois extremos, o "banco da escola" ou o "banco dos réus", para que o leitor do
artigo fique restrito a escolher entre as duas opções.

e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela
redução da maioridade penal. ERRADO.
A opinião do autor é contrária à redução da maioridade penal. Além disso, a citação do Congresso Nacional
não é utilizada como um argumento de autoridade, pois essa citação não é utilizada de modo a validar ou
reforçar a tese defendida pelo autor do texto.
Gabarito: Letra D.

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Pergunta complexa

A pergunta complexa consiste na associação de dois temas para serem tratados como uma única assertiva.
A ideia pretendida com essa falácia é que o interlocutor aceite ou rejeite ambos os tópicos quando, em
verdade, ele poderia aceitar um e rejeitar o outro.

Vamos a um exemplo:

Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos?

Veja que essa pergunta induz o deputado a responder "sim" ou "não". Se ele responder "sim", isso significa
que o deputado desviava recursos públicos e agora não desvia mais. Se ele responder "não", significa que o
deputado desviava recursos públicos e continua desviando. A pergunta, em verdade, deveria ser quebrada
em duas:

1. Deputado, o sr. desviava recursos públicos?


2. E agora, o sr. desvia recursos públicos?

Para se defender da acusação embutida na pergunta, o deputado deve respondê-la evitando as respostas
monossilábicas do tipo "sim" ou "não", dividindo a resposta em duas partes:

Pessoa A: Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos?


Deputado: Nunca desviei e nunca vou desviar recursos públicos.

Vamos a um exercício.

(TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura da
argumentação.
A pergunta complexa: “Você deixou de roubar dinheiro de seus pais?” se baseia na pressuposição de que o
interlocutor a quem essa pergunta se dirige não rouba mais dinheiro de seus pais.
Comentários:
Veja que a questão apresenta uma pergunta complexa, falácia em que dois temas distintos são associados
para serem tratados como uma única assertiva.
Note que a acusação embutida na pergunta se trata de uma pressuposição de que a pessoa, no passado,
roubava dinheiro dos seus pais. Quanto ao presente, nada se pode pressupor. O gabarito é ERRADO.
Lembre-se que, para evitar a falácia, a primeira pergunta deveria ter sido quebrada em duas:
1. Você roubava dinheiro dos seus pais? − A pergunta complexa original pressupõe que sim.
2. E agora, você rouba dinheiro dos seus pais?
Gabarito: ERRADO.

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Falácia do espantalho ou do homem de palha

A falácia do espantalho consiste em argumentar sobre uma afirmação diversa da apresentada pelo
oponente. Geralmente a nova afirmação é uma distorção tendenciosa da original.

- Pessoa A apresenta a afirmação X;


- Pessoa B apresenta razões contra a afirmação Y, que é uma visão distorcida de X.

Vamos a um exemplo:

Pessoa A: Sou a favor de que as pessoas sejam julgadas de acordo com o devido processo legal.
Pessoa B: Você deseja que os criminosos estejam soltos? Não podemos mais tolerar os altos índices de
violência!

Veja que, no exemplo acima, a pessoa B distorce a declaração da pessoa A para criticar essa nova afirmação.
No caso, o opositor discorre sobre as razões pelas quais criminosos não deveriam estar soltos, enquanto a
enunciação original tratava sobre o respeito ao devido processo legal.

Petição de princípio ou raciocínio circular

A falácia da petição de princípio, também conhecida por raciocínio circular, utiliza uma premissa que, para
ser considerada verdadeira, exige que se pressuponha que a conclusão é verdadeira. A petição de princípio
costuma se apresentar no seguinte formato:

- É apresentada uma afirmação Y que, para ser verdadeira, pressupõe a veracidade de X;


- Logo, X é verdadeiro.

Veja um exemplo:

Deus existe porque está na bíblia, e a bíblia é um livro livre de erros, pois foi escrita por Deus.

Note que o fato de Deus estar na bíblia não prova a existência de Deus, pois para a bíblia ser um livro livre
de erros devemos pressupor a existência de Deus.

Conclusão irrelevante (ignoratio elechi)

A falácia da conclusão irrelevante ocorre quando se obtém uma conclusão equivocada a partir de premissas
que não lhe dão o suporte devido.

- É apresentada uma afirmação Y, que não apresenta uma correlação relevante com X;
- Conclui-se que X é verdadeiro.

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No exemplo abaixo, suponha que um vereador está defendendo um projeto de lei:

Desejo uma cidade que tenha crescimento econômico, com geração de emprego e de renda para todos os
munícipes. Portanto, devemos aprovar o projeto de lei para reduzir o imposto sobre serviços.

Veja que as considerações relacionadas ao crescimento econômico, geração de emprego e de renda são
irrelevantes para suportar a conclusão de que o projeto de lei deve ser aprovado. Presume-se que todos os
vereadores são a favor dessas considerações. As questões que precisam ser debatidas são as seguintes: o
projeto de lei realmente proporcionará crescimento econômico, emprego e renda? Se sim, trata-se da
melhor alternativa para o que se quer obter? O argumento apresentado, portanto, se trata de uma falácia.

Falácia do falso escocês

A falácia do falso escocês consiste na tentativa de manter um argumento mal fundamentado rejeitando as
refutações por meio de um "apelo à pureza" de um conceito. Esse erro de raciocínio costuma apresentar o
seguinte formato:

- Pessoa A: apresenta uma afirmação X;


- Pessoa B: mostra um contraexemplo que se opõe à afirmação X;
- Pessoa A: alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X.

Vamos a um exemplo:

Pessoa A: Todo escocês usa kilt.


Pessoa B: Meu avô é escocês e não usa kilt.
Pessoa A: Ah sim, mas seu avô não é um escocês de verdade, ele foi criado no Brasil.

Veja que, para evitar o contraexemplo apresentado por B, a pessoa A restringiu o conceito de escocês para
não abranger o caso apresentado.

Vejamos um outro exemplo em que ocorre a falácia do falso escocês:

Pessoa A: Trabalhador não vota em empresário.


Pessoa B: Eu sou trabalhador e votei em um empresário na última eleição.
Pessoa A: Ah sim, mas você não é um trabalhador de verdade, você trabalha em home office.

Veja que, após a apresentação de um contraexemplo, a pessoa A restringiu o conceito de trabalhador,


excluindo aqueles que trabalham em regime de home office.

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Falácias que apelam às emoções

As falácias reunidas nesse tópico apresentam apelos a emoções ou a outros fatores psíquicos que em nada
sustentam a argumentação pretendida.

Apelo popular ou apelo ao povo

A falácia do apelo ao povo ocorre quando se assume que uma afirmação é verdadeira com base no fato de
que todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam essa declaração como verdadeira.

- Todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como verdadeiro;


- Logo, X é verdadeiro.

Veja um exemplo em que um adolescente tenta convencer seu colega de escola a beber refrigerante de uma
determinada marca:

Por que você bebe refrigerante da marca X? Ninguém da escola bebe refrigerantes dessa marca. Todos
bebem refrigerante da marca Y.

Note que o uso generalizado de um produto não demostra que ele seja satisfatório. Trata-se, portanto, da
falácia do apelo popular. Veja um outro exemplo:

A maioria das pessoas acredita em astrologia, logo a posição relativa dos corpos celestes deve realmente
impactar a personalidade do ser humano.

Novamente temos um apelo popular, pois a crença generalizada em astrologia não demonstra que ela seja
razoável.

Apelo à piedade

O apelo à piedade é uma falácia em que a pessoa apresenta alegações não para suportar a conclusão do
argumento, mas para criar um sentimento de comiseração na outra parte.

- A afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um sentimento de


piedade.
- Logo, X é verdadeiro.

Vamos a um exemplo:

Professor, o senhor precisa arredondar a minha nota. Se eu repetir de ano, minha mãe vai me pôr de
castigo e, além disso, eu estudei dez horas por dia durante o mês inteiro.

Note que o possível castigo conferido pela mãe ao aluno e o fato de ele ter estudado 10 horas por dia são
expostos com o intuito de gerar sentimento de pena no professor.

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Apelo à força

O apelo à força é uma falácia em que uma pessoa apresenta alegações não para suportar a conclusão do
argumento, mas para criar medo na outra parte.

- Afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo.


- Logo, X é verdadeiro.

É possível que esse medo seja gerado por uma intimidação física, porém ele pode também ser causado por
outros tipos de ameaças. Vamos a um exemplo:

Professor, eu preciso que você me dê nota acima de 8,0 na última prova. Amanhã à tarde, passarei na casa
da minha mãe e, logo depois, irei até a sua residência para conversarmos a respeito dessa nota. Aliás,
minha mãe é a reitora da universidade.

Note que o fato de a mãe do aluno ser reitora da universidade em nada contribui para sustentar o
merecimento da nota postulada. Na verdade, a alegação constitui uma ameaça ao professor, que pode se
sentir compelido a aumentar a nota por medo em relação a possíveis retaliações por parte da mãe do
discente.

Apelo às consequências

O apelo às consequências é uma falácia em que uma pessoa apresenta alegações relacionadas às
consequências do aceite ou da recusa de uma conclusão. O apelo às consequências costuma seguir o
seguinte formato:

- X apresenta consequências positivas.


- Logo, X é verdadeiro.
Ou
- X apresenta consequências negativas.
- Logo, X é falso.

Vamos a um exemplo:

Não acredito que o mundo entrará em uma terceira guerra mundial. Se eu acreditasse, não conseguiria
viver tranquilamente.

Veja que a consequência negativa da possibilidade de uma guerra é utilizada para embasar a conclusão de
que o mundo não entrará em guerra. Trata-se da falácia do apelo às consequências.

Esse erro de raciocínio apelativa costuma funcionar muito bem no dia-a-dia das pessoas, pois o ser humano
tem uma tendência de ser menos crítico quanto a fatos que o beneficiam. Veja um novo exemplo:

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Você não pode ser favorável à reforma administrativa. Afinal, o senhor é servidor público, e se essa
reforma for aprovada você poderá perder seus adicionais por tempo de serviço.

Veja que uma consequência pessoal negativa relacionada à aprovação da reforma administrativa é utilizada
para sustentar a conclusão de que o servidor em questão não pode ser favorável à reforma.

Acidente

A falácia do acidente ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra
deveria ser excepcionada. Vejamos um exemplo:

O limite de velocidade na rodovia Presidente Dutra é de 110km/h. Logo, mesmo que sua esposa necessite
de atendimento médico imediato, você não pode passar dos 110km/h nessa rodovia.

Veja que, em que pese o limite máximo de velocidade, a circunstância apresentada sugere que a regra geral
é passível de ser excepcionada.

Veja um outro exemplo em que ocorre a falácia do acidente:

É correto devolver os objetos que nos emprestaram. Logo, devo devolver essa submetralhadora Uzi ao
maníaco que me emprestou.

Inversão do acidente

Inversão do acidente é uma falácia que consiste em tomar uma exceção como regra, ou seja, é o uso da
exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser aplicada. Trata-se do inverso da falácia
do acidente. Vejamos um exemplo:

Se deixarmos alguém, que tem epilepsia, cultivar a planta da maconha para uso medicinal, então
deveremos permitir que todos tenham plantações de maconha.

Note que a generalização da exceção apresentada constitui um erro de raciocínio, pois não foram
apresentadas razões suficientes para suportar a conclusão.

(ANPAD/2015/Adaptada) A falácia da inversão do acidente consiste em tomar uma exceção como regra.
Exemplo: Se deixarmos doentes terminais usarem heroína, devemos deixar todos usá-la.
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que apresenta uma falácia de inversão do acidente.
a) Se vamos tornar o cigarro uma droga ilícita, então devemos fazer o mesmo para o álcool.
b) Se somos o país da natureza, devemos preservá-la.
c) Quando você chora, uma estrela morre no céu. Logo, é melhor você não chorar.
d) Já que você pode ir à boate, então todos aqui de casa podem, oras.
Comentários:

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Note que apenas a alternativa D apresenta a falácia da inversão do acidente. A afirmação transforma uma
exceção (você pode ir à boate) em uma regra (então todos aqui de casa podem).
Gabarito: Letra D.

Divisão

A falácia da divisão consiste em afirmar, sem uma justificativa razoável, que as partes constitutivas de algo
possuem a mesma propriedade do que o todo. Esse todo pode ser inclusive um grupo que apresenta
características coletivas não aplicáveis aos indivíduos que o compõe.

- X apresenta a característica C.
- Logo, as partes de X apresentam a característica C.

Vamos a um exemplo:

O hipoclorito de sódio diluído a 2,5% (água sanitária) é um excelente desinfetante. Logo, o sódio, que
compõe a água sanitária, é um excelente desinfetante.

Note que não foi apresentado nenhum elemento plausível que justifique que o sódio é um bom desinfetante.

Observe um exemplo desse erro de raciocínio no caso de um grupo que apresenta propriedades não
extensíveis aos indivíduos:

No mundo, homens auferem um salário 30% maior do que as mulheres. Logo, João, morador da Etiópia,
recebe mais do que Maria, que é cidadã americana.

Veja que não foi apresentada nenhuma razão plausível que justifique o fato de João auferir maiores
rendimentos do que Maria. Em verdade, a partir das informações apresentadas, é mais provável que uma
cidadã americana receba um salário maior do que o de um morador da Etiópia.

Composição

A falácia da composição consiste em afirmar, sem uma justificativa razoável, que o todo possui as mesmas
propriedades das partes constitutivas. Esse todo pode ser inclusive um grupo cujos elementos apresentam
características individuais não aplicáveis ao coletivo. Trata-se do inverso da falácia da divisão.

- As partes de X apresentam a característica C;


- Logo, X apresenta a característica C.

Vamos a um exemplo:

Um átomo não tem cor. Carros são compostos por átomos. Logo, carros não apresentam cor.

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Observe um exemplo desse erro de raciocínio no caso de elementos apresentam características individuais
não aplicáveis ao grupo:

Uma fábrica de calçados consome mais energia do que uma residência. Logo, no mundo, todas as fábricas
de calçados consomem mais energia do que todas as residências.

Falácias indutivas

Já aprendemos que o raciocínio indutivo é uma das possíveis formas de argumentar. Uma inferência indutiva
bem realizada pode apresentar boas razões para sustentar uma conclusão e, portanto, uma indução não
necessariamente é uma falácia.

Em alguns casos, a indução é realizada com alguns erros de raciocínio: trata-se das falácias indutivas, que
serão apresentadas a seguir. Esses erros de raciocínio ocorrem principalmente devido à baixa probabilidade
indutiva do argumento.

Generalização apressada

A falácia da generalização apressada ocorre quando se realiza uma conclusão tendenciosa com base em uma
amostra que não é representativa.

Veja um exemplo:

Pedro estava indo a pé para o trabalho quando, de repente, um carro se aproxima da calçada e o motorista
começa a praguejar contra ele. Ao verificar que o veículo apresentava uma placa de Jacareí, Pedro conclui
que jacareienses são mal-educados.

Note que não se pode generalizar a conduta de uma população inteira com base em um único caso. Nesse
caso, atribuiu-se a característica de um único indivíduo à totalidade.

As falácias da inversão do acidente e da composição, assim como a generalização


apressada, apresentam um erro de generalização.

Falsa analogia

Sabemos que em uma analogia realiza-se um raciocínio indutivo com base em características comuns entre
dois entes. A falácia da falsa analogia ocorre quando as entidades comparadas são tão distintas, ou seja,
apresentam tantas desanalogias, que a indução realizada é fraca demais para se concluir algo.

Vamos a um exemplo:

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Os alunos do Instituto de Tricô de Arapongas são como diamantes. Diamantes são feitos sob pressão. Logo,
devemos pressionar os alunos.

Note, no exemplo acima, que os alunos e os diamantes são tão distintos que a característica de que os
diamantes são feitos sob pressão não pode ser imputada aos alunos por meio dessa analogia.

Falácia do jogador

A falácia do jogador consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não
ter ocorrido ao longo de um certo tempo. Esse erro de raciocínio ocorre por conta de uma falha de se
compreender a ideia de independência estatística.

Vamos a um exemplo:

É a décima vez que joguei uma moeda para cima e todas as vezes obtive "cara". Logo, é muito mais
provável que eu obtenha "coroa" no próximo lance.

Note que cada lance é um evento que independe dos anteriores, de modo que o fato da moeda ter
apresentado dez vezes "cara" em nada influencia a próxima jogada, que permanece com a probabilidade de
50% "cara" e 50% "coroa".

É comum investidores inexperientes sucumbirem a esse tipo de falácia. Veja o exemplo a seguir:

As ações que comprei se valorizaram durante dez dias úteis seguidos. Vou vendê-las, pois em seguida virá
uma queda.

Perceba que, no raciocínio apresentado acima, não há uma explicação racional que suporte a conclusão de
que as ações sofrerão uma queda em seus preços.

Derrapagem ou bola de neve

A falácia da derrapagem consiste no uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias
afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa.

Veja o exemplo abaixo:

Se você beber, verá que é difícil largar a bebida. Não largando a bebida, estarás habitualmente alcoolizado.
Acabarás sem disposição e tempo para trabalhar por conta de seus vícios. Sem trabalhar com assiduidade,
perderás o seu emprego e, sem emprego, sua família vai passar necessidade. Portanto, não se deve
consumir bebida alcoólica.

Note que, por conta de uma série de encadeamentos fracos, o autor da frase parte do consumo de bebida e
chega na previsão de que a família de quem bebe vai passar necessidade. Trata-se da falácia da derrapagem
ou da bola de neve.

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Falácias causais

Um ponto muito importante no estudo das falácias é o entendimento das relações de causalidade
apresentadas em uma situação-problema.

Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente:

• Correlação entre a causa e o efeito: a causa e o efeito devem estar correlacionados, isto é, deve-se
encontrar uma associação entre a causa e a consequência. Isso significa que a causa e o efeito devem
ser dependentes um do outro.
• Precedência temporal da causa: a causa deve ocorrer antes do efeito gerado por ela.
• Eliminação de outras possíveis causas: deve-se mostrar que a correlação entre a causa e a
consequência é uma hipótese convincente, de modo que não haja uma outra causa subjacente.

Podemos dizer de modo genérico que a falácia da falsa causa ocorre quando se conclui que um evento é a
causa de outro quando, na verdade, não se pode atribuir essa relação de causa e efeito por conta de um erro
de raciocínio.

Vejamos um exemplo:

Na Copa do Mundo de 2014, o Brasil apresentou um desempenho satisfatório até a semifinal. No jogo contra
Alemanha, em que Mick Jagger estava na torcida brasileira, o Brasil sofreu uma goleada de 7 a 1. Logo, a
torcida de Mick Jagger gerou a derrota do Brasil por uma ampla diferença de gols.

Note que, apesar de haver uma associação ou correlação entre a torcida do Mick Jagger e a goleada,
claramente existem outras possíveis causas que implicaram a derrota.

Serão apresentadas cinco falácias causais. As três primeiras são casos particulares da "falácia da falsa causa",
e as duas últimas apresentam causas genuínas, porém não suficientes para se obter a conclusão.

Falácia da causa comum ou do efeito conjunto

A falácia da causa comum ocorre quando se conclui que um evento é a causa de outro simplesmente porque
os dois fenômenos apresentam uma associação ou uma correlação. Nesse tipo de erro, a conclusão é obtida
ignorando-se um terceiro fator possível que pode ser a causa comum dos dois acontecimentos.

- X e Y estão correlacionados.
- Ignora-se uma possível causa Z que pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y.
- Logo, X é a causa de Y.

Vamos a um exemplo:

O aumento anual dos casos de poliomielite ocorre proporcional e concomitantemente ao aumento do


consumo de sorvetes. Logo, comer sorvete causa poliomielite.

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Veja que, mesmo que o número de casos de poliomielite aumente na mesma proporção e no mesmo período
em que se verifica o aumento do consumo de sorvetes, não se pode inferir que a ingestão de sorvete é a
causa dessa doença. Essa falsa relação de causa e efeito ocorreu porque se ignorou uma causa comum: o
verão. A transmissibilidade da poliomielite é maior no verão e, nessa mesma época do ano, as pessoas
costumam consumir mais sorvete.

Veja que esse exemplo pode parecer risível nos dias de hoje, porém, no fim da década de 40, antes de haver
a vacina para a doença, havia uma forte linha de pesquisa que sugeria que o consumo de sorvete era a causa
da poliomielite.

Depois disso, logo, por causa disso (post hoc ergo propter hoc)

A falácia "depois disso, logo, por causa disso" ocorre quando se considera que um evento é a causa de outro
simplesmente porque o primeiro evento ocorreu antes do outro.

- X ocorreu antes de Y.
- Logo, X é a causa de Y.

Vejamos um exemplo:

Antes do sol nascer, o galo canta. Logo, o sol nasce porque o galo canta.

Inversão de causa e efeito

Essa falácia de falsa causa acontece quando ocorre a inversão da causa e do efeito dos eventos em questão.
Vejamos um exemplo:

João coloca uma fatia de pão em um prato. Após alguns dias, ele nota que o pão está com mofo. João
conclui que o envelhecimento do pão produziu o bolor.

Note que, no exemplo acima, ocorreu uma inversão entre causa e efeito, pois é o fungo que causa o
envelhecimento do pão, não o contrário.

Causa complexa

A falácia da causa complexa ocorre quando um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as
diversas causas, apenas uma parte delas é apresentada.

Vejamos um exemplo:

O acidente de Chernobyl não teria ocorrido se os operadores fossem melhor treinados.

Um acidente nuclear geralmente é multifatorial, apresentando diversas causas para a sua ocorrência. A falta
de treinamento do pessoal realmente pode ter sido um dos fatores que desencadeou o acontecimento,

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porém existem diversos outros elementos que contribuíram para o desastre, dentre os quais as falhas de
projeto na construção do reator.

Causa insignificante

A falácia da causa insignificante ocorre quando uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante
perante os demais fatores que acarretam o efeito em questão.

Vejamos um exemplo:

Ao utilizar carvão para fazer um churrasco você está contribuindo para o aquecimento global.

Note que realizar um churrasco de fato contribui para o aquecimento global, pois ocorre uma emissão de
gás carbônico ao se queimar o carvão. Observe, porém, que o efeito poluente de um churrasco é
insignificante quando comparado com efeito poluente dos automóveis.

(FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
A assertiva “Sempre que venho aqui, chove. Logo, minha vinda é positiva, pois traz chuva para cá” apresenta
um raciocínio falacioso, mediante o qual se define erroneamente um evento como a causa de outro.
Comentários:
Observe que a assertiva apresenta a ida da pessoa para determinado lugar como causa do efeito "chover".
Trata-se de uma falácia da falsa causa, pois, mesmo na eventualidade de ocorrer uma mínima correlação
pontual entre a ida da pessoa ao local e a chuva, certamente outras possíveis causas podem ser identificadas
como melhores hipóteses para o efeito "chover".
Gabarito: CERTO.

Falácias de ambiguidade

Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na
afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase.

Equívoco

A falácia do equívoco ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de
raciocínio.

Loucos não devem ter porte de arma. Pedro é louco por futebol. Portanto, Pedro não deve ter porte de
arma.

Perceba que a palavra "louco" foi usada com dois significados diferentes: o primeiro uso se refere a um
distúrbio psíquico, e o segundo é sinônimo de "apaixonado".

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Anfibologia

A falácia da anfibologia ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua.

João praticou um homicídio depois de cumprimentar o irmão da vítima com uma pistola.

Perceba que, da forma com que o enunciado foi construído, são possíveis duas interpretações:

• João praticou o homicídio com uma pistola; ou


• João cumprimentou o irmão da vítima portando uma pistola.

Ênfase

A falácia de ênfase ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da
premissa por meio do modo com que as palavras são enfatizadas.

Vejamos exemplos adaptados de Irving Copi em que ocorre essa falácia2.

Premissa: Não devemos falar mal dos nossos amigos.


Conclusão: Logo, podemos falar mal de qualquer um que não seja nosso amigo.

Quando se lê a premissa sem qualquer ênfase, a proibição sugerida de que "não devemos falar mal dos
nossos amigos" é perfeitamente compreensível. Note, porém, que a conclusão sugerida só decorre da
premissa se dermos uma ênfase à expressão "nossos amigos":

Nova premissa: "Não devemos falar mal dos NOSSOS AMIGOS."

Nesse caso, o destaque feito gera uma nova premissa que é completamente distinta da original. Desta forma,
a conclusão de fato deriva dessa nova afirmação. Ocorre, porém, que a nova premissa já não é mais aceitável
como algo razoável.

O aspecto enganador da falácia decorre justamente do fato de não haver qualquer destaque na premissa,
deixando-a aceitável perante o interlocutor, para em seguida concluir-se algo que só poderia ser inferido
caso a premissa original apresentasse uma ênfase em certas expressões.

Note que inclusive uma afirmação verdadeira pode ser falaciosa quando se dá uma ênfase enganosa.
Suponha, por exemplo, que um jornal apresente a seguinte manchete:

PROTESTOS VIOLENTOS

2
Copi, I. M. Introdução à Lógica. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978, p.93-94.

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Em seguida, em letras bem menores, o jornal continua: "...são esperados pelas autoridades". Note que o
veículo de comunicação, nesse caso, acaba conferindo um significado falso a uma afirmação que pode ser
verdadeira.


É isso aí, pessoal! Acabamos de ver aqui um compilado de diversas falácias. Reforço, novamente, que para
fins de prova é mais importante você saber identificar esses erros de raciocínio do que saber classificar as
falácias.

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DEFEITOS DE ARGUMENTAÇÃO

Defeitos de argumentação
Incidência em provas: BAIXÍSSIMA.
Emprego de noções confusas
Trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções,
inclusive noções que podem ser contraditórias. Exemplos: democracia, liberdade, justiça, ordem,
honestidade, paz, idealismo, etc.

Emprego de noções de totalidade indeterminada


Trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete
a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns
aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados
por generalização. Exemplos: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém.

Emprego de noções semiformalizadas


Trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado
especializado, restrito a esse tipo de linguagem.

Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo


A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em alguns casos, o uso
de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade
ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada.

O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de
caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de
argumentação, porém ela deve ser representativa.

O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta
exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal
maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de
argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta
estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc.

Outros defeitos de argumentação


Utilização de conceitos e afirmações genéricos.
Uso de conceitos que se contradizem entre si.
Instauração de falsos pressupostos.

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Nessa seção, vamos tratar sobre defeitos de argumentação. Para desenvolver esse conteúdo, será tomado
como base a obra "Para entender o texto: Leitura e Redação" dos professores Fiorin e Savioli1.

Mesmo não estando explícito no edital, esse assunto chegou a ser cobrado em Raciocínio Crítico na prova
de Técnico Judiciário do TRF da 1ª Região realizada em 2017 pela banca CESPE.

Para complementar o assunto, além da questão da banca CESPE, serão apresentadas, ao final da seção,
outras duas questões de concursos públicos sobre o tema que originalmente foram cobradas na matéria de
Português.

Emprego de noções confusas

O emprego de noções confusas é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras que podem ser
aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias.

Não se trata de palavras de que apresentam um sentido especializado, mas sim de palavras que apresentam
uma extensão de significado muito ampla. Para o devido uso dessas palavras em um argumento, é necessário
defini-las previamente, pois do contrário o argumento se esvazia, podendo essas palavras serem utilizadas
para apoiar pontos de vistas opostos.

Exemplos de palavras com noções confusas: democracia, liberdade, justiça, ordem, honestidade, paz,
idealismo, etc.

Em defesa da democracia, o deputado federal X votou a favor do processo de impeachment da


presidente.
Note que a palavra "democracia" apresenta um conceito bastante elástico e poderia ser utilizada para
sustentar um ponto de vista oposto: "em defesa da democracia, o deputado federal Y votou contra o
processo de impeachment da presidente."

Em nome da liberdade do povo iraniano, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao Irã.
Perceba que a palavra "liberdade" apresenta um sentido vago, podendo ser utilizado justamente para
defender outro ponto de vista: "em nome da liberdade do povo iraniano, o Irã solicitou a órgãos
internacionais sanções aos Estados Unidos".

O problema dos posseiros e a luta pela terra não têm sentido, pois perturbam a ordem estabelecida.
Veja que o uso da expressão "ordem estabelecida" manifesta um julgamento de caráter moralizante
tomando por base palavras vazias com um significado muito amplo. Há a necessidade de se especificar que
tipo de ordem está sendo perturbada, uma vez que esse conceito de ordem pode ser diferente para os
posseiros ou para outras pessoas ligadas a essas questões sociais.

1
Fiorin, J. L.; Savioli, F. P. Para entender o texto: Leitura e Redação. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2003, p. 201-217.

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Emprego de noções de totalidade indeterminada

O emprego de noções de totalidade indeterminada é um defeito de argumentação que trata do uso de


palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete a argumentação
pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns aspectos. Esse defeito
de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados por generalização.

Algumas palavras podem indicar uma possível noção de totalidade indeterminada: sempre, tudo, todos,
nunca, nada, ninguém.

Todo gaúcho sabe fazer um bom churrasco.


Note que a palavra "todo" apresenta uma noção totalizadora que compromete a força argumentativa, pois
dá margem para contraexemplos imediatos. Para contrapor, bastaria identificar um gaúcho que não sabe
fazer churrasco.

Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, na concepção de vida,
nos valores, etc.
Novamente, o enunciador faz uso de uma noção totalizadora que pode ser contraposta com o fato de que
tanto o Chile quanto a Colômbia e a Venezuela são países latino-americanos de colonização espanhola com
uma população de maioria católica.

O comunismo e o capitalismo são a mesma coisa.


Novamente, a frase acima traz uma noção totalizadora, pois generalizou os conceitos de comunismo e
capitalismo para igualá-los quando, em verdade, é possível apontar diversas diferenças, a começar pelo
tratamento da propriedade privada.

Emprego de noções semiformalizadas

O emprego de noções semiformalizadas é um defeito de argumentação que trata do uso inadequado de


termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado especializado, restrito a esse tipo
de linguagem.

Ordenar o fechamento de igrejas em pleno natal é coisa de comunista.


Perceba que o termo "comunismo" se refere a uma ideologia política específica. O enunciador da frase
empregou o termo de forma equivocada, utilizando-o como sinônimo de autoritarismo.

Defender a reforma previdenciária é uma atitude típica de um fascista.


Note que o termo "fascismo" foi empregado de forma inadequada, pois esse termo se refere a uma ideologia
política em que prevaleciam conceitos de nação e de raça sobre os valores individuais, sendo representado
por um governo autocrático.

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Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo

Emprego indevido de exemplo

A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em verdade, trata-se de


uma ferramenta útil para dar suporte a conclusões.

Em alguns casos, o uso de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não
correspondem à realidade ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada.

Eram oito horas da noite: horário de verão. O sol, aos poucos caindo, parecia mergulhar nas profundezas
do mar, deixando atrás de si um rastro de cores indefiníveis e uma atmosfera de mistério e
compenetração. Contagiado por aquele momento de grandioso espetáculo da natureza, acabei por
concluir que a vida é cheia de altos e baixos e que precisamos enfrentar com coragem as dificuldades e
exultar com vibração diante do sucesso.

Note que há uma desconexão entre o exemplo e a conclusão apresentada, pois as conclusões "a vida é cheia
de altos e baixos" e " precisamos enfrentar com coragem as dificuldades e exultar com vibração diante do
sucesso" não são suportadas pelo exemplo do autor, especialmente no que se refere aos momentos baixos
da vida.

Emprego indevido de ilustração

O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de caráter
geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de argumentação,
porém ela deve ser representativa. Veja um exemplo de argumento defeituoso:

O brasileiro é péssimo em matemática. Veja, é a segunda vez nessa semana que eu recebi o troco errado
de uma atendente.
Note que, para refutar essa argumentação inconsistente, basta citar os diversos brasileiros medalhistas da
Olimpíada Internacional de Matemática.

Emprego indevido de modelo

O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta
exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal
maneira ou que nunca devemos agir assim.

É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de argumentação, porém no geral esse esquema tende
a cair no lugar-comum com modelos de conduta estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são
sempre corruptos, etc.

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Outros defeitos de argumentação

Os professores Fiorin e Savioli citam outros defeitos argumentativos além dos já apresentados.

Utilização de conceitos e afirmações genéricos

Um argumento pode ser frágil por conta da generalização excessiva de suas premissas.

As empresas estatais são ineficientes por natureza.


Observe que dizer que as empresas estatais são ineficientes por natureza implica dizer que todas as
empresas estatais, sem exceção, são ineficientes. A generalização realizada torna o argumento frágil, pois
bastaria citar uma empresa estatal eficiente para desacreditar a frase proposta.

Uso de conceitos que se contradizem entre si

O uso de conceitos que se contradizem entre é um procedimento argumentativo que contém defeito.

É muito fácil acenar para os desempregados com benefícios e sinecuras que, em muitos casos,
constituem a essência das empresas estatais.
Note que o autor da frase cai em contradição ao dizer que os benefícios e sinecuras constituem a essência
das empresas estatais ao mesmo tempo em que o ator restringe essa essência a "muitos casos". Isso porque
aquilo que constitui a essência de uma entidade necessariamente deve estar presente naquela entidade,
sem restrições.

Instauração de falsos pressupostos

Outro defeito argumentativo ocorre quando se instauram falsos pressupostos. Observe o exemplo abaixo:

As empresas estatais conferem poder político através do poder econômico que têm.
A depender do modo em que essa frase é inserida em um argumento, ela pode ser utilizada pelo autor como
um argumento contrário apenas às empresas estatais.
Isso leva o leitor da frase a pressupor que as empresas particulares não fazem uso do poder econômico para
conseguir poder político. Trata-se de um pressuposto falso, pois é plenamente possível ingerências de
empresas privadas no poder político.
Vamos praticar o assunto aprendido neste tópico.

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(TRF 1/2017) Venho acompanhando pelo jornal um debate acalorado entre professores universitários a
respeito de um tema da especialidade deles: sistemas de informação. O debate, que se iniciou com dois
professores e acabou envolvendo outros mais, terminou sem que se chegasse a uma conclusão uniforme.
Isso nos leva a concluir que o homem não é mesmo capaz de entrar em entendimento e que, por isso, o
mundo está repleto de guerras.
José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli. Para entender o texto: leitura e redação. 17.ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 211. (com adaptações).

Acerca do raciocínio analítico e da argumentação empregados no texto, julgue o item subsecutivo.


A conclusão apresentada no texto contém noções semiformalizadas.
Comentários:
Perceba que o texto não apresentou o uso inadequado de termos científicos ou filosóficos. O termo científico
utilizado, "sistemas de informação", foi apenas citado sem haver qualquer uso indevido do seu significado.
O defeito de argumentação apresentado no parágrafo corresponde ao emprego indevido de exemplo. Veja
que a conclusão apresenta uma generalização indevida ("o homem não é mesmo capaz de entrar em
==3690f==

entendimento") a partir de um exemplo que não apresenta valor comprobatório.


Gabarito: ERRADO.

(ALERR/2010) Na escrita, tudo deve ser dito com muita clareza para que o leitor possa compreender o que
se quer dizer. Todas as alternativas seguintes se referem aos defeitos de argumentação, EXCETO:
a) Emprego de noções de totalidade indeterminada. (O comunismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma
coisa.)
b) Utilizações de conceitos e afirmações genéricos. (As empresas estatais são ineficientes por natureza.)
c) Argumentar por meio de exemplos. (Uma linguagem diferente é uma visão da vida diferente.)
d) Instauração de falsos pressupostos. (As empresas estatais conferem poder político através do poder
econômico que têm).
e) Emprego de noções confusas. (O governador recusou-se ao debate por uma questão de honra.)
Comentários:
Vamos comentar cada alternativa apresentada.
Alternativa A
O emprego de noções de totalidade indeterminada é um defeito de argumentação, e o exemplo
apresentado é um exemplo desse tipo de defeito.
Veja que a frase "o comunismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma coisa" traz uma noção totalizadora,
pois generaliza os conceitos de comunismo e capitalismo para igualá-los quando, em verdade, é possível
apontar diversas diferenças, a começar pela questão da propriedade privada, que existe no capitalismo e
não existe no comunismo.
Alternativa B
A utilização de conceitos e afirmações genéricos é um defeito de argumentação apontado por Fiorin e
Savioli.

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Observe que dizer que "as empresas estatais são ineficientes por natureza" implica dizer que todas as
empresas estatais, sem exceção, são ineficientes. A generalização realizada torna o argumento frágil, pois
bastaria citar uma empresa estatal eficiente para desacreditar a frase proposta.

Alternativa C
A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em verdade, trata-se de
uma ferramenta útil para dar suporte a conclusões. O defeito de argumentação ocorre no emprego indevido
de exemplo.
A alternativa C é o gabarito, pois argumentar por exemplos não é um defeito de argumentação.

Alternativa D
A instauração de falsos pressupostos é um defeito de argumentação apontado por Fiorin e Savioli. Note que
o exemplo leva a pressupor que as empresas particulares não fazem uso do poder econômico para conseguir
poder político. Trata-se de um pressuposto falso, pois é plenamente possível ingerências de empresas
privadas no poder político.

Alternativa E
O emprego de noções confusas é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras que podem ser
aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias.
Veja que, no exemplo apresentado, a palavra "honra" apresenta uma noção confusa que poderia ser utilizada
para sustentar o ponto de vista oposto: "O governador deve ir ao debate por uma questão de honra".
Gabarito: Letra C.

(PC MS/2006) Na linguagem escrita, o interlocutor pode estar ausente e não há como interromper para
esclarecimentos; assim, o texto escrito deve ser independente quanto à clareza, à quantidade de
informações e, principalmente, quanto aos procedimentos da argumentação. A partir dessa informação, é
incorreto afirmar que, no trecho
a) “Pode-se esperar um futuro brilhante para o nosso país. Ele pode considerar-se privilegiado em relação
aos outros países do mundo: aqui não há preconceito racial, não temos problemas de catástrofes ou
diferenças de idioma; o povo é ordeiro e pacífico.”, ocorrem generalizações inconsistentes.
b) “Quando se fala em liberdade de expressão, é preciso tomar cuidado, porque liberdade é uma coisa e
libertinagem é outra. Se não houver nenhum tipo de censura, estabelece-se a anarquia e a baderna.”, o
esquema argumentativo está falho, pois não foi demarcado limite quanto à análise de palavras de noções
confusas.
c) “A educação pode ser considerada de muitos pontos de vista: o do Estado, o da Igreja, o do mestre-escola,
o dos pais ou mesmo (embora seja geralmente esquecido) o da própria criança. Cada qual destes pontos de
vista é parcial; cada um concorre com alguma coisa para o ideal da educação, porém também aduz elementos
maus. Examinemo-los sucessivamente e vejamos o que dizer contra e a favor deles.” (Bertrand Russell) – o
autor restringe a significação do vocábulo educação e pormenoriza os vários pontos de vista a partir dos
quais ela pode ser considerada.

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d) “Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, na concepção de vida,
nos valores, etc.”, ocorreu o uso de noções totalizadoras comprometendo a forca argumentativa,
demonstrando falta de visão analítica.
e) “Não se deve negar ao cidadão o direito de protestar: isso já é comunismo.”, houve defeito argumentativo
quanto ao mau emprego do vocabulário.
Comentários:
Vamos comentar cada alternativa apresentada.
Alternativa A
Note que a alternativa de fato apresenta generalizações inconsistentes, tanto na conclusão do argumento
("pode-se esperar um futuro brilhante para o nosso país"), que não é devidamente suportada pelos
exemplos, quanto nos próprios exemplos apresentados: "aqui não há preconceito racial", " não temos
problemas de catástrofes" e "o povo é ordeiro e pacífico".

Alternativa B
A alternativa identificou corretamente o defeito de argumentação: emprego de noções confusas. As
palavras "liberdade", "libertinagem", "anarquia" e "baderna" são palavras que podem ser aplicadas em
diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Para o devido
uso dessas palavras em um argumento, é necessário defini-las previamente, pois do contrário o argumento
se esvazia.

Alternativa C
Em momento algum o autor restringe a significação do vocábulo educação. Em verdade, uma restrição típica
da palavra educação seria aquela que é responsabilidade da escola. O autor da frase tenta justamente
abranger a maior significação possível para o vocábulo, incluindo os pontos de vista do Estado, da Igreja, dos
pais e da própria criança. A alternativa C é o gabarito da questão, pois apresenta uma afirmação incorreta.

Alternativa D
O defeito de argumentação apresentado nessa alternativa é o emprego de noções de totalidade
indeterminada. Note que a frase faz uso de uma noção totalizadora que pode ser contraposta com o fato de
que tanto o Chile quanto a Colômbia e a Venezuela são países latino-americanos de colonização espanhola
com uma população de maioria católica.

Alternativa E
O defeito de argumentação apresentado nessa alternativa é o emprego de noções semiformalizadas. Esse
defeito argumentativo de fato se refere ao mau emprego do vocabulário.
No exemplo apresentado, perceba que o termo "comunismo" se refere a uma ideologia política específica
em que os meios de produção são propriedade do Estado. O enunciador da frase empregou o termo de
forma equivocada, utilizando-o como sinônimo de autoritarismo.
Gabarito: Letra C.

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RESUMO
Argumentos: estrutura básica e classificações
Estrutura básica dos argumentos

Argumento é a relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma
conclusão.
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Indica
as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita.
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões apresentadas. Indica o
que se quer demonstrar.

Indicadores de conclusão: Logo; Portanto; Consequentemente; Por isso; Assim; Deste modo; Pode-se
inferir que;
Indicadores de premissa: Pois; Porque; Tanto que; Dado que; Visto que; Uma vez que; Assumindo que.

Classificação dos argumentos

Argumentos dedutivos
Argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional.
Eles não produzem conhecimentos novos. Isso significa que a informação presente na conclusão já
estava presente nas premissas.
Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos.

Argumentos indutivos
O argumento indutivo é aquele em que a conclusão apresenta conhecimentos novos que não estão
presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as
premissas.

Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega a uma conclusão que estende
esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização.

Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo,
podendo serem eles considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados.
Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável".

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Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas
como forma de se realizar a indução.
Argumentos abdutivos
Na argumentação por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos
enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa.

Argumentos abdutivos também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz
sobre eles é subjetivo, podendo ser considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas
informações forem introduzidas no contexto analisado.

Argumentos falaciosos e apelativos


Falácia = Sofisma: erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Pode ser utilizado deliberadamente em
uma investida fraudulenta de convencer pessoas.

Falácias formais

Falácia formal = Argumento dedutivo inválido


Afirmação do consequente: P1: p→q. P2: q. C: p.
Negação do antecedente: P1: p→q. P2: ~p. C: ~q.
Falácias informais

Argumentos contra a pessoa (ad hominem)


Nesta falácia, ocorre a desqualificação da pessoa.
Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente.
Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra,
coloca em dúvida a imparcialidade.
Ad hominem "você também": a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano.

Apelo à autoridade: suposta autoridade declara X. Logo, X é verdadeiro.
Apelo à ignorância: não há provas de que X é verdadeiro/falso. Logo, X é verdadeiro/falso.
Falso dilema ou falsa dicotomia: somente X ou somente Y é verdadeiro. Y é falso. Logo, X é verdadeiro.
Pergunta complexa: associação de 2 temas para serem tratados como uma única assertiva. Ex.: Deputado,
o sr. já deixou de desviar recursos públicos?
Espantalho ou homem de palha: pessoa A apresenta a afirmação X. Pessoa B apresenta razões contra Y,
que é diferente de X.
Petição de princípio ou raciocínio circular: Apresenta-se a afirmação Y que, para ser verdadeira,
pressupõe-se X verdadeiro. Logo, X é verdadeiro.
Conclusão irrelevante (ignoratio elechi): É apresentada uma afirmação Y que não apresenta uma
correlação relevante com X. Conclui-se que X é verdadeiro.
Falso escocês: pessoa A apresenta uma afirmação X. Pessoa B mostra um contraexemplo que se opõe à
afirmação X. Pessoa A alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X.

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Falácias que apelam às emoções


Apelo popular ou apelo ao povo: todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como
verdadeiro. Logo, X é verdadeiro.
Apelo à piedade: a afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um
sentimento de piedade. Logo, X é verdadeiro.
Apelo à força: a afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. Logo, X
é verdadeiro.
Apelo às consequências: X apresenta consequências positivas/negativas. Logo, X é verdadeiro/falso.

Acidente: ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser
excepcionada.
Inversão do acidente: é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser
aplicada.
Divisão: X apresenta a característica C. Logo, as partes de X apresentam a característica C.
Composição: as partes de X apresentam a característica C. Logo, X apresenta a característica C.

Falácias indutivas
Uma indução não necessariamente é uma falácia.
Generalização apressada: conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa.
Falsa analogia: as entidades comparadas são tão distintas que a indução realizada é fraca demais para se
concluir algo.
Falácia do jogador: consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não
ter ocorrido ao longo de um certo tempo.

Derrapagem ou bola de neve: uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias
afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa.

Falácias causais
Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente:
correlação entre a causa e o efeito; precedência temporal da causa; e eliminação de outras possíveis
causas.
Falácia da falsa causa: quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, em verdade, não se
pode atribuir essa relação de causa e efeito.
Causa comum ou do efeito conjunto: X e Y estão correlacionados. Ignora-se uma possível causa Z que
pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. Logo, X é a causa de Y.
Depois disso, logo, por causa disso: X ocorreu antes de Y. Logo, X é a causa de Y.
Inversão de causa e efeito: ocorre inversão da causa e do efeito dos eventos em questão.
Causa complexa: um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas
uma parte delas é apresentada.
Causa insignificante: uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais
fatores.

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Falácias de ambiguidade
Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na
afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase.
Equívoco: ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio.
Anfibologia: ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua.
Ênfase: ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa
por meio do modo com que as palavras são enfatizadas.

Defeitos de argumentação
Incidência em provas: BAIXÍSSIMA.
Emprego de noções confusas
Trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções,
inclusive noções que podem ser contraditórias. Exemplos: democracia, liberdade, justiça, ordem,
honestidade, paz, idealismo, etc.

Emprego de noções de totalidade indeterminada


Trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete
a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns
aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados
por generalização. Exemplos: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém.

Emprego de noções semiformalizadas


Trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado
especializado, restrito a esse tipo de linguagem.

Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo


A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em alguns casos, o uso
de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade
ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada.

O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de
caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de
argumentação, porém ela deve ser representativa.

O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta
exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal
maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de
argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta
estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc.

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Outros defeitos de argumentação


Utilização de conceitos e afirmações genéricos.
Uso de conceitos que se contradizem entre si.
Instauração de falsos pressupostos.

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QUESTÕES COMENTADAS

Argumentos: estrutura básica e classificação

CESPE

Texto para as próximas questões


O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua candidatura. Mas,
enganoso é o coração do homem. Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas.
Por isso, todos precisam ser fiscalizados. E a alternância no poder é imprescindível.
Considerando o argumento citado, julgue os itens subsequentes.

(CESPE/TRT 21/2010) A sentença “Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos
dadas” é uma premissa desse argumento.

(CESPE/TRT 21/2010) A afirmação “E a alternância no poder é imprescindível” é uma premissa desse


argumento.

(CESPE/TRT 21/2010) Esse é um argumento válido.

Comentários:

Questão 01

Em um argumento, premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é
construída. Note que a sentença em questão é uma premissa, pois ela indica uma das razões pelas quais a
conclusão deve ser aceita. Observe o argumento:

Premissa 1: O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua
candidatura.
Premissa 2: Enganoso é o coração do homem.
Premissa 3: Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas.
Conclusão: Todos precisam ser fiscalizados e a alternância no poder é imprescindível.

O gabarito, portanto, é CERTO.

Questão 02

Em um argumento, a conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões


apresentadas.

Veja que o termo "por isso" indica que será apresentada uma conclusão na sequência, pois esse termo
retoma as ideias das premissas anteriores para concluir algo. O termo "a alternância no poder é

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imprescindível" é um julgamento feito com base nas premissas que o precedem, compondo parte da
conclusão. Observe o argumento:

Premissa 1: O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua
candidatura.
Premissa 2: Enganoso é o coração do homem.
Premissa 3: Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas.
Conclusão: Todos precisam ser fiscalizados e a alternância no poder é imprescindível.

O gabarito, portanto, é ERRADO.

Questão 03

Sabemos que somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos.

Note que não podemos afirmar categoricamente que a conclusão é necessariamente verdadeira quando
se consideram as premissas verdadeiras. Isso porque tal conclusão não pode ser obtida extraída por meio de
métodos dedutivos (diagramas lógicos, método da conclusão falsa, etc.).

O gabarito, portanto, é ERRADO.

Gabarito: 01 - CERTO. 02 - ERRADO. 03 - ERRADO.

Texto para as próximas questões


Considere o seguinte argumento: "O boto-cor-de-rosa possui asas e possui patas, pois todo animal
amazônico possui patas, todo animal fluvial possui asas, e o boto-cor-de-rosa é um animal fluvial amazônico".
Considerando o argumento citado, julgue os itens subsequentes.

(CESPE/Pref. B dos Coqueiros/2020/Adaptada) "O boto-cor-de-rosa é um animal fluvial amazônico" é a


conclusão desse argumento.

(CESPE/Pref. B dos Coqueiros/2020/Adaptada) Esse argumento possui três premissas.


Comentários:
Questão 04

Em um argumento, a conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões


apresentadas.

Observe que "o boto-cor-de-rosa possui asas e possui patas" é a afirmação que está querendo ser
demostrada por meio das razões (premissas) indicadas após o termo "pois".

O gabarito, portanto, é ERRADO.

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Questão 05

Note que o termo "pois" indica que em sequência serão apresentadas as razões pelas quais a conclusão deve
ser acatada, ou seja, indica as premissas do argumento.

Além disso, pode-se observar que "o boto-cor-de-rosa possui asas e possui patas" é a afirmação que se quer
demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "todo animal amazônico possui
patas", "todo animal fluvial possui asas" e "o boto-cor-de-rosa é um animal fluvial amazônico".

Podemos estruturar o argumento da seguinte forma:

Premissa 1: Todo animal amazônico possui patas.


Premissa 2: Todo animal fluvial possui asas.
Premissa 3: O boto-cor-de-rosa é um animal fluvial amazônico.
Conclusão: O boto-cor-de-rosa possui asas e possui patas.
Logo, o argumento apresenta três premissas. O gabarito, portanto, é CERTO.

Gabarito: 04 - ERRADO. 05 - CERTO.

(CESPE/INPI/2013) Hoje vou ser muito feliz, pois as crianças são felizes em dias ensolarados. Nos dias
nublados, algumas pessoas ficam tristes e a previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado.
Julgue os itens subsequentes, com base nesse argumento.
A proposição “A previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado” é a conclusão desse argumento.
Comentários:

Em um argumento, a conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões


apresentadas.

Note que que "hoje vou ser muito feliz" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por meio das
seguintes evidências (premissas): "as crianças são felizes em dias ensolarados ", "nos dias nublados, algumas
pessoas ficam tristes" e " a previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado".

Podemos estruturar o argumento da seguinte forma:

Premissa 1: As crianças são felizes em dias ensolarados.


Premissa 2: Nos dias nublados, algumas pessoas ficam tristes
Premissa 3: A previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado
Conclusão: Hoje vou ser muito feliz.

Gabarito: ERRADO.

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(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com argumentos
racionais.
Situação hipotética: Ao arrumar a sala de um professor, o faxineiro encontrou, no chão, dois livros escritos
em língua estrangeira. Como havia várias estantes na sala, o faxineiro as observou e desenvolveu o
seguinte raciocínio: “De todos os livros que estou vendo aqui, os que são escritos em língua estrangeira
ficam na estante de madeira. Esses dois livros são escritos em língua estrangeira. Logo, eles devem ficar
na estante de madeira. Vou colocá-los lá.”. Assertiva: Nessa situação, o empregado desenvolveu um
raciocínio dedutivo válido.
Comentários:

O que ocorreu no caso foi um raciocínio por abdução, pois a conclusão obtida representa a melhor
explicação para os fatos enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. Poderíamos,
sinteticamente, montar o argumento apresentado da seguinte forma:

Premissa 1: Os livros da estante de madeira são escritos em língua estrangeira.


Premissa 2: Os dois livros do chão são escritos em língua estrangeira.
Conclusão: Os dois livros vieram da estante de madeira.

Veja que o argumento apresentado apresenta as mesmas características do argumento utilizado por C.S.
Peirce para exemplificar uma abdução:

Premissa 1: Todos os feijões do saco são brancos.


Premissa 2: Todos os feijões da mesa são brancos.
Conclusão: Todos os feijões da mesa vieram do saco.

Note que, para marcar a questão como ERRADA, bastaria observar que, com base nas premissas, não é
possível afirmar categoricamente que a conclusão "os dois livros vieram da estante de madeira" é verdadeira
ou falsa, portanto não se trata de um argumento dedutivo.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com argumentos
racionais.
Considere o texto a seguir: “No meu trabalho, troquei meu computador usado por um novo, da marca X,
e ele parou de funcionar quando ainda estava na garantia. Preciso comprar um computador para o meu
filho, mas não vou comprar um da marca X porque, com certeza, esse também vai apresentar algum
problema antes de expirar a garantia.”. É correto afirmar que a argumentação apresentada no texto foi
construída com base em um raciocínio por abdução.
Comentários:

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A conclusão do argumento apresentado não é uma hipótese explicativa e, portanto, não se trata de um
raciocínio por abdução. A questão apresenta um argumento por indução, mais especificamente uma
analogia.

Primeiro, é dito que o computador novo era "da marca X" e que esse computador novo "parou de funcionar
quando ainda estava na garantia". Trata-se de um caso particular apresentado.

Em seguida, inferiu-se que um computador para o filho do narrador "da marca X" também apresentaria
"algum problema antes de expirar a garantia". Trata-se da aplicação do caso particular para um novo caso.
Portanto, estamos diante de um argumento por indução.

Note que, para ser realizada a indução, foi ressaltada uma característica comum entre o caso particular e o
novo caso: ambos computadores são "da marca X". Trata-se, portanto, de um argumento indutivo por
analogia.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir.


No diálogo seguinte, a resposta de Q é embasada em um raciocínio por abdução.
P: Vamos jantar no restaurante X?
Q: Melhor não. A comida desse restaurante não é muito boa. Li em um site de reclamações muitas pessoas
dizendo que, após comerem nesse restaurante, passaram muito mal e tiveram de ir ao hospital. Além
disso, conheço cinco amigos que comeram lá e foram parar no hospital.
Comentários:

A conclusão do argumento apresentado não é uma hipótese explicativa e, portanto, não se trata de um
raciocínio por abdução.

A questão apresenta um argumento por indução. Isso porque o argumento apresentado parte de casos
particulares para generalizar que "a comida desse restaurante não é muito boa".

Premissa 1 (casos particulares): Li em um site de reclamações muitas pessoas dizendo que, após
comerem nesse restaurante, passaram muito mal e tiveram de ir ao hospital.
Premissa 2 (casos particulares): Conheço cinco amigos que comeram lá e foram parar no hospital.
Conclusão (generalização): A comida desse restaurante não é muito boa, melhor não jantar nesse
restaurante.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na
estrutura da argumentação.
Adotando-se o processo de inferência do tipo indutivo, usado em ciências experimentais, parte-se do
particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma conclusão
que os transcende.

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Comentários:

A questão conceitua corretamente o argumento indutivo. Como visto na teoria:

O argumento indutivo é aquele em que a conclusão traz conhecimentos novos que não
estão presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a
conclusão transcende as premissas.
Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega em uma
conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de
uma generalização.

Gabarito: CERTO.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, considerando as maneiras de pensar com


argumentos racionais.
Forma de raciocínio empregada em ciências experimentais, a abdução é um processo de inferência no qual
se parte do particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma
conclusão que extrapola essas premissas.
Comentários:

A questão mostrou o conceito de argumento por indução.

No argumento por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos enunciados
nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com


argumentos racionais.
Situação hipotética: Uma indústria farmacêutica produziu um novo medicamento para tratamento de
enxaqueca. Como o princípio ativo desse medicamento é uma nova substância — Z —, foram feitos três
testes, cada um envolvendo 1.000 pessoas diferentes, a fim de determinar se a substância Z causa efeitos
colaterais significativos. Os resultados dos testes são apresentados na tabela a seguir.

Com base nos resultados dos testes, a empresa concluiu que a substância Z não causa efeitos colaterais
significativos. Assertiva: Nessa situação, a conclusão da empresa se baseou em um raciocínio por indução.

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Comentários:

Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para chegar em uma conclusão que
estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização.

Veja que a questão apresentou um raciocínio por indução. A partir de três testes com a substância Z
envolvendo 1.000 pessoas (casos particulares) em que se apresentou uma porcentagem baixa de efeitos
colaterais, inferiu-se, por meio de uma generalização, que a substância Z não causa efeitos colaterais
significativos para todos os casos.

Gabarito: CERTO.

(CESPE/PC ES/2011) A questão da desigualdade de gênero na relação de poder entre homens e


==3690f==

mulheres é forte componente no crime do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, pois as vítimas
são, na sua maioria, mulheres, meninas e adolescentes. Uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), concluída em 2009, indicou que 66% das vítimas eram mulheres,
13% eram meninas, enquanto apenas 12% eram homens e 9% meninos.
Ministério da Justiça. Enfrentamento ao tráfico de pessoas: relatório do plano nacional. Janeiro de 2010, p. 23 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o item a seguir.


O argumento “A maioria das vítimas era mulher. Marta foi vítima do tráfico de pessoas. Logo Marta é
mulher” é um argumento válido.

Comentários:

Não se pode afirmar categoricamente, com base nas premissas, que "Marta é mulher". Isso porque "a
maioria das vítimas era mulher", não todas. Marta também pode ser menina.

O argumento em questão, portanto, se trata de um argumento indutivo. Isso porque a conclusão "Marta é
mulher" transcende o conteúdo das premissas.

Como não se trata de um argumento dedutivo, não podemos classificá-lo como válido.

Gabarito: ERRADO.

FGV

(FGV/PROCEMPA/2014) Assinale a opção que indica, dentre os textos listados a seguir, o que se apoia
no método indutivo.
a) “ Os campeonatos esportivos são muito mal organizados no Brasil, daí que não se deva esperar uma tabela
bem elaborada para o campeonato brasileiro de 2015.”
b) “Os dias de inverno são bastante frios na Europa, daí que seja necessária a compra de agasalhos bem
encorpados para nossa viagem de férias.”

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c) “O supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã, daí que a vizinhança tenha
pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana.”
d) “A obra poética de Manoel de Barros é de muita sensibilidade, daí que seu último livro tenha atingido
ótimos índices de venda.”
e) “As guerras modernas mostram alto desenvolvimento tecnológico, daí que se possa esperar intenso uso
de armas sofisticadas na guerra contra os extremistas árabes.”´

Comentários:

Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização.

Veja que essa generalização ocorre na alternativa C, pois o raciocínio parte de um caso particular (o
supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã) para realizar uma generalização
para todo o comércio da vizinhança (daí que a vizinhança tenha pensado numa modificação do horário do
comércio nos fins de semana).

As demais alternativas partem de uma generalização para um caso particular. Logo, não são raciocínios
indutivos.

A) Parte-se de uma generalização (todos os campeonatos) para um caso particular (campeonato brasileiro
de 2015).

B) Parte-se de uma generalização (todos os dias de inverno) para um caso particular (nossa viagem de
férias).

D) Parte-se de uma generalização (a obra poética de Manoel de Barros) para um caso particular (seu último
livro).

E) Parte-se de uma generalização (as guerras modernas) para um caso particular (guerra contra os
extremistas árabes).

Gabarito: Letra C.

IFBC

(IBFC/IDAM/2019) Dois dos métodos de raciocínio lógico mais comuns são a indução e a dedução.
Considere as afirmações na tabela abaixo.

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A partir das conclusões I e II, assinale a alternativa que as caracteriza corretamente com respeito ao
método que as fundamenta.
a) I-Dedução; II-Dedução
b) I-Indução; II-Dedução
c) I-Dedução; II-Indução
d) I-Indução; II-Indução

Comentários:

Note que o primeiro argumento, que apresenta a conclusão I, parte de casos particulares apresentados nas
premissas e estende esses fatos para novos casos por meio de uma generalização. Isso porque, a partir da
premissa de que "cães, gatos e macacos têm coração", estende-se a propriedade de "apresentar coração"
para todos os mamíferos.

O segundo argumento, por outro lado, apresenta uma dedução. Isso porque a conclusão II pode ser aferida
por meio de diagramas lógicos. Note que, considerando-se as premissas verdadeiras, a conclusão sugerida é
necessariamente verdadeira. Trata-se, portanto, de um argumento válido.

Gabarito: Letra B.

(IBFC/Pref Candeias/2019) Considere:


O raciocínio por __________ parte de observações particulares para chegar a uma conclusão geral.
O raciocínio por __________ parte de uma regra geral de modo a avaliarmos casos particulares.
Assinale a alternativa que represente correta e respectivamente as lacunas.
a) Argumentação / Intuição
b) Indução / Dedução
c) Abdução / Dedução
d) Indução / Argumentação

Comentários:

Vimos na teoria que os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar
em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma
generalização. Logo:

O raciocínio por indução parte de observações particulares para chegar a uma conclusão geral.

Os argumentos dedutivos, por outro lado, são aqueles que não produzem conhecimento novo. Isso significa
que a informação presente na conclusão já estava presente nas premissas. Logo, esse raciocínio parte de
uma regra geral de modo a avaliarmos casos particulares.

O raciocínio por dedução parte de uma regra geral de modo a avaliarmos casos particulares.

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Gabarito: Letra B.

(IBFC/Pref C Sto Agostinho/2019) Leia atentamente: Bolas iguais numeradas em ordem crescente de 1
a 20 são postas em uma urna opaca. 10 Bolas são azuis e 10 Bolas são vermelhas. Sendo assim, analise as
afirmativas abaixo:
I. A probabilidade de, em um sorteio aleatório, ser retirada da urna uma bola azul é de uma em duas, ou
seja 50%.
II. Se 10 bolas da urna forem retiradas em sequência, sem reposição, e todas são azuis, então o sorteio é
provavelmente viciado.
III. Se 19 Bolas forem retiradas sem reposição, então a última bola na urna é conhecida.
Quanto ao fundamento, em termos do raciocínio lógico utilizado, assinale a alternativa correta.
a) I-dedução; II-indução; III-dedução
b) I-indução; II-dedução; III-dedução
c) I-dedução; II-dedução; III-dedução
d) I-indução; II-indução; III-indução

Comentários:

Vamos analisar cada afirmativa.

I. A probabilidade de, em um sorteio aleatório, ser retirada da urna uma bola azul é de uma em duas, ou
seja 50%.

Essa afirmativa é fruto de um raciocínio dedutivo válido. Isso porque, ao se considerar como premissa que
"em uma urna, 10 Bolas são azuis e 10 Bolas são vermelhas", a conclusão de que "a probabilidade de, em
um sorteio aleatório, ser retirada da urna uma bola azul é de 50%" é uma decorrência necessária da
premissa, pois se trata de uma certeza matemática que independe de generalizações a partir de casos
particulares.

II. Se 10 bolas da urna forem retiradas em sequência, sem reposição, e todas são azuis, então o sorteio é
provavelmente viciado.

O argumento apresentado é indutivo, pois parte-se de 10 casos particulares para se concluir, por meio de
uma generalização, uma propriedade geral do sorteio. Veja que, apesar de apresentar baixa probabilidade,
é possível que o sorteio não esteja viciado.

III. Se 19 Bolas forem retiradas sem reposição, então a última bola na urna é conhecida.

Essa afirmativa é fruto de um raciocínio dedutivo válido, pois se retirarmos 19 bolas, a bola restante
realmente será conhecida, sem haver dúvidas quanto a esse fato:

• O número da bola será o número de 1 a 20 que não foi retirado;

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• Se das 19 bolas retiradas temos 10 azuis e 9 vermelhas, a bola restante será vermelha. Já se retiramos
9 azuis e 10 vermelhas, a bola restante será azul.

Veja, portanto, que a última bola da urna é necessariamente conhecida.

Gabarito: Letra A.

(IBFC/IDAM/2019) Dentre as proposições condicionais abaixo, assinale a alternativa que apresenta


qual corresponde a um exemplo correto de aplicação do método de indução para obtenção da conclusão.
a) Se os cães desse bairro têm rabo, e cães são quadrúpedes, então, quadrúpedes têm rabo
b) Se o ônibus passa às 18h e agora é 17h35, então o ônibus passará em 25 minutos
c) Se Jorge é irmão de José, e José é irmão de João, então Jorge é irmão de João
d) Se laranjeiras dão laranjas, e quero laranjas em meu quintal, então plantarei laranjeiras no quintal

Comentários:

Note que o argumento da alternativa A parte de casos particulares apresentados nas premissas e estende
esses fatos para novos casos por meio de uma generalização.

Veja que "os cães desse bairro têm rabo" são casos particulares e que "quadrúpedes têm rabo" é uma
generalização realizada pelo fato de que "cães são quadrúpedes".

As demais alternativas apresentam argumentos dedutivos.

B) A conclusão de que "o ônibus passará em 25 minutos" é uma consequência necessária das premissas "o
ônibus passa às 18h" e "agora é 17h35".

C) A conclusão de que "Jorge é irmão de João" é uma consequência necessária das premissas "Jorge é irmão
de José" e "José é irmão de João", pois as premissas indicam que Jorge, José e João são irmãos entre si.

D) A conclusão "plantarei laranjeiras no quintal" decorre das premissas "laranjeiras dão laranjas" e "quero
laranjas em meu quintal".

Gabarito: Letra A.

(IBFC/Pref. Cruzeiro do Sul/2019) A preservação do movimento pela Natureza consiste de uma lei
enunciada por Galileo Galilei na primeira metade do século XVII, identificada sob o nome de Lei da Inércia
e que consiste de uma das leis da Física na teoria sobre o movimento de Isaac Newton, desenvolvida na
segunda metade do século XVII.
Analise o fato experimental abaixo.
Fato experimental: Um objeto que se desloca (sem rolar) contra uma superfície está submetido à fricção
(atrito) que resulta no surgimento de uma força oposta ao deslocamento do corpo ao longo do tempo.

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Essa força retira gradualmente movimento do corpo até pará-lo completamente em relação à superfície.
Quanto mais lisas as superfícies do corpo e a superfície sobre a qual ele se desloca, verifica-se que um
mesmo impulso resulta em um maior deslocamento total do corpo em relação à superfície até ele parar.
Considere o argumento abaixo construído por uma pessoa a partir deste fato experimental.
Argumento: se forças de atrito cada vez menores permitem deslocamentos cada vez maiores do corpo
sobre a superfície, se fosse possível eliminar o atrito completamente, então o corpo nunca pararia,
seguindo com velocidade constante.
Se, em experimentos, se conseguir produzir atritos progressivamente menores, sem nunca conseguir
eliminar por completo, assinale a alternativa que corretamente identifica o tipo de raciocínio que
caracteriza o Argumento apresentado (lei da Inércia).
a) Dedução
b) Indução
c) Reiteração
d) Paradoxo

Comentários:

Perceba que os casos particulares resultantes de experimentos mostram que forças de atrito cada vez
menores permitem deslocamentos cada vez maiores do corpo sobre a superfície. Em seguida, realiza-se uma
abstração que generaliza o comportamento dos corpos, afirmando-se que "se fosse possível eliminar o
atrito completamente, então o corpo nunca pararia, seguindo com velocidade constante". Trata-se,
portanto, de um raciocínio indutivo.

Gabarito: Letra B

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QUESTÕES COMENTADAS

Argumentos falaciosos e apelativos

CESPE

(CESPE/ANCINE/2006) Considere a seguinte sequência de proposições.


I. Se Nicole é considerada uma ótima atriz, então Nicole ganhará o prêmio de melhor atriz do ano.
II. Nicole não é considerada uma ótima atriz.
III. Portanto, pode-se concluir que Nicole não ganhará o prêmio de melhor atriz do ano.
Nesse caso, essa sequência constitui uma argumentação válida, porque, se as proposições I e II são
verdadeiras, a proposição III também é verdadeira.
Comentários:
Considere as proposições simples:
p: "Nicole é considerada uma ótima atriz."
q: "Nicole ganhará o prêmio de melhor atriz do ano."

O argumento apresentado é:

Premissa I: p→q
Premissa II: ~p
Conclusão: ~q

Note que a questão nos apresenta a falácia da negação do antecedente. Trata-se de um argumento inválido.
Logo, se as proposições I e II são verdadeiras, a proposição III é falsa.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/ANCINE/2006) Julgue a validade de argumentação descrita no item a seguir.


Premissa P1: Se esse número é maior do que 5, então o quadrado desse número é maior do que 25.
Premissa P2: Esse número não é maior do que 5. Conclusão Q: O quadrado desse número não é maior do
que 25.
Comentários:

Considere as proposições simples:

p: "Esse número é maior do que 5."


q: "O quadrado desse número é maior do que 25."

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O argumento apresentado é:

Premissa P1: p→q


Premissa P2: ~p
Conclusão Q: ~q

Note que a questão nos apresenta a falácia da negação do antecedente. Trata-se de um argumento
dedutivo inválido.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/FUNPRESP/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item a seguir. ==3690f==

Considerando o argumento abaixo, contrário à ideia de que os castigos são uma forma eficaz de educar
crianças, é correto concluir que, na cadeia argumentativa da qual faz parte, esse argumento tem valor
retórico considerável na medida em que combate diretamente o argumento daqueles que são contrários
ao uso dos castigos como recurso educativo.
O argumento em discussão já é, de saída, inválido! A pessoa que o defende não tem conhecimento de
causa para opinar sobre a melhor maneira de educar uma criança. Como considerar o ponto de vista de
uma pessoa que nunca teve filhos? Reitero: o argumento em discussão não é válido!
Comentários:

O argumento em questão apresenta uma falácia ad hominem uma vez que, ao invés de argumentar contra
a ideia de que castigos são uma forma eficaz de educar as crianças, o autor da frase faz um ataque direto à
pessoa do oponente, desqualificando-o para fugir do debate.

Portanto, o argumento não tem valor retórico considerável, pois se trata de uma falácia.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
No diálogo apresentado a seguir, o personagem B faz uma crítica ao personagem A para contrapor-se à
argumentação deste.
A: Você não deveria fumar. É muito ruim para a saúde.
B: Olha só quem fala! Que autoridade tem você para ficar falando que eu não deveria fumar e que isso é
ruim para a saúde? Você fuma desde os seus dezoito anos de idade.
Comentários:

Observe que o personagem B, ao invés de apresentar argumentos em defesa da possibilidade de as pessoas


fumarem, realiza uma crítica direta ao outro personagem. A falácia apresentada trata-se do ad hominem

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"você também", em que o ataque à pessoa ocorre ao se expor que a declaração dela não condiz com o que
ela pratica no seu quotidiano.

O gabarito, portanto, é CERTO, pois a contraposição da argumentação se dá por meio de uma crítica ou
ataque ao oponente.

Gabarito: CERTO.

(CESPE/FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir.


O raciocínio a seguir está embasado em um argumento de autoridade. Não há uma causa única para a
depressão. Deve-se estudar essa doença, tentando-se isolar diversos fatores que podem desencadear
quadros depressivos, pois, de acordo com pesquisa recente da Organização Mundial de Saúde, a depressão
é uma doença multifatorial.
Comentários:

Note que a única razão que embasa a afirmação de que a depressão é uma doença multifatorial é o parecer
da Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de um apelo à autoridade, pois não são apresentados
outros elementos que suportam o argumento.

Gabarito: CERTO.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
A pergunta “Você aplicou bem o dinheiro que adquiriu de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da
empresa?” traz um ataque direto à pessoa do interlocutor, o qual não pode se defender, pois não há como
ele cancelar as informações pressupostas na pergunta.
Comentários:

Veja que a pergunta realizada é uma pergunta complexa que realmente faz um ataque ao interlocutor, pois
na pergunta temos a acusação de que o dinheiro foi adquirido "de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da
empresa".

Para evitar a falácia da pergunta complexa, o questionamento deveria ser quebrado em dois:

1. Você adquiriu dinheiro de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da empresa?


2. E esse dinheiro, você aplicou bem?

O item erra ao dizer que o interlocutor não pode se defender, pois ele pode cancelar a acusação pressuposta
dividindo a resposta em duas partes:

"Não adquiri dinheiro de forma ilícita e não apliquei nenhum dinheiro."

Gabarito: ERRADO.

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(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Em um diálogo, o acadêmico A disse ao acadêmico B: “Por que você ainda usa a teoria
X? Ninguém mais na nossa área usa essa teoria. O que está em voga, hoje em dia, é a teoria Y.”. Assertiva:
Nessa situação hipotética, a declaração de A constitui um exemplo de apelo à autoridade.
Comentários:

A situação hipotética apresentada apresenta um apelo popular ou apelo ao povo, não um apelo à
autoridade, pois o acadêmico B tenta convencer o outro utilizando como razão o fato de uma categoria de
pessoas aceitarem a teoria Y.

O apelo à autoridade ocorreria se uma suposta autoridade fosse nominalmente elencada ou se fossem
utilizadas expressões como "especialistas dizem...", "cientistas acreditam que...", "tenho um livro que diz
que...", etc., como forma de se realizar um apelo a uma autoridade não identificada.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na
estrutura da argumentação.
A seguinte situação é um exemplo de apelo popular: “Dentro do metrô, um rapaz começa a pedir ajuda
aos demais passageiros para pagar sua passagem de volta para casa. Sua justificativa para essa atitude é
o fato de ter sido assaltado e não ter um centavo”.
Comentários:
Note que as razões apresentadas pelo rapaz, "ter sido assaltado" e "não ter um centavo", são alegações para
se criar um sentimento de comiseração nas pessoas. Trata-se, portanto do apelo à piedade, não do apelo
popular.

Gabarito: ERRADO.

(CESPE/PO AL/2013) Nas investigações, pesquisadores e peritos devem evitar fazer afirmações e tirar
conclusões errôneas. Erros de generalização, ocorridos ao se afirmar que certas características presentes
em alguns casos deveriam estar presentes em toda a população, são comuns. É comum, ainda, o uso de
argumentos inválidos como justificativa para certas conclusões. Acerca de possíveis erros em trabalhos
investigativos, julgue o item a seguir.
A argumentação “Se todos os elementos de um conjunto Y tiverem determinada característica e se o
conjunto X contiver Y, então todos os elementos de X também terão essa característica” contém um erro
de generalização.

Comentários:

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Note que todos os elementos de Y apresentam uma característica C. Se disséssemos que, por conta disso, Y
tem a característica C, já estaríamos cometendo uma falácia da composição.
Note que a argumentação em questão nos diz que X contém Y e, portanto, X contém diversos elementos,
dentre os quais alguns que contém a característica C.
Podemos sintetizar a argumentação do seguinte modo:
- Algumas partes de X apresentam a característica C;
- Logo, X apresenta a característica C.
Note que o argumento apresentado transfere uma característica de algumas partes de X para o todo sem
apresentar qualquer outra justificativa razoável. Temos, portanto, um erro de generalização que se
assemelha à falácia da composição.

Gabarito: CERTO.

(CESPE/TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na
estrutura da argumentação.
A superstição segundo a qual passar debaixo de escada traz azar ilustra uma relação equivocada entre uma
causa e um efeito.
Comentários:

Observe que a superstição apresenta, para o efeito "ter azar", a suposta causa "passar debaixo de escada".

Na questão temos a falácia da falsa causa. Isso porque não há qualquer correlação entre a suposta causa
apresentada e o efeito exposto. Além disso, este é um caso claro em que, ao se apresentar uma "situação
azarada", outras possíveis causas poderiam ser identificadas como melhores hipóteses.

Portanto, a falácia apresentada apresenta uma relação equivocada entre uma causa e um efeito.

Gabarito: CERTO.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
A frase “Aquele homem não foi promovido porque é filho do diretor” é ambígua, permitindo os seguintes
entendimentos: o de que “Aquele homem” não foi promovido devido ao fato de ser filho do diretor; e o
de que “Aquele homem” foi promovido, mas o fato de ele ser filho do diretor não teria contribuído para a
sua promoção.
Comentários:

Note que a frase apresentada apresenta uma construção de um enunciado que é ambígua. Trata-se da
anfibologia, um dos tipos de falácia de ambiguidade.

Observe que os dos sentidos apresentados pela frase são os seguintes:

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• O homem não foi promovido por ser filho do diretor; e


• O homem foi promovido, mas não porque ele é o filho do diretor.

Gabarito: CERTO.

FCC

(FCC/CL-DF/2018) O sofisma, enquanto raciocínio carecente de lógica,


A) visa ao convencimento, como o entimema retórico, mas é deliberadamente fraudulento, sendo uma de
suas espécies mais conhecidas o argumento ad hominem, que apela para questões relacionadas ao
enunciador para desqualificar seu discurso.
B) é semelhante ao entimema retórico, pois também busca persuadir mediante o uso da linguagem balizado
pela ética, fazendo-se necessário quando há incerteza a respeito dos argumentos do adversário.
C) presta-se sobremaneira a incentivar o debate de ideias, em particular o gênero nomeado como “petição
de princípio”, que faz com que os altercadores tenham de retornar às bases de sua argumentação.
D) caracteriza-se sobretudo pela eficácia de seu resultado, o convencimento, semelhante ao entimema
retórico, ao passo que sua relação com a verdade o aproxima do silogismo filosófico.
E) é facilmente reconhecível, pois, ademais de ser um argumento falso, não se preocupa com a persuasão,
diferentemente do entimema retórico ou mesmo do silogismo filosófico.

Comentários:

Conforme visto na teoria, o sofisma ou a falácia é um raciocínio equivocado que visa ao convencimento e
que pode ser deliberadamente fraudulento. Uma das falácias mais famosas de fato é o ad hominem, que
apela para questões relacionadas ao enunciador para desqualificar seu discurso. O gabarito, portanto, é letra
A.

Observação: O entimema é um silogismo que carece de rigor formal ao omitir uma


premissa óbvia, tal como ocorre frequentemente no discurso cotidiano.
Exemplo: "Floquinho é um cachorro. Logo, é um ser vivo". Esse argumento omite uma
premissa óbvia: "Todos os cachorros são seres vivos".

Vejamos o erro das demais alternativas:


B) O uso dos sofismas não costuma ser balizado pela ética. Muitas vezes o uso deles é deliberadamente
fraudulento.
C) Por ser um erro de raciocínio que pode ser deliberadamente fraudulento, o uso de sofismas ou falácias
não incentiva o debate de ideias.
D) O uso de sofismas ou falácias realmente pode ser eficaz em algumas circunstâncias, porém esses erros
de raciocínio não se relacionam com a verdade e nem se aproximam do silogismo filosófico.
E) Nem sempre as falácias são facilmente reconhecíveis, e é justamente por isso que elas podem ser eficazes
para fins de convencimento.

Gabarito: Letra A.

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Outras Bancas

(PONTUA/Pref. Jaguarão/2012) “Se houvesse uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras, o
município teria um aumento na produção agrícola. E a produção agrícola do município aumentou, não
diminuiu; então é certo que houve uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras”.
O argumento acima é uma falácia do tipo:
A) Afirmação do Consequente.
B) Petição de princípio.
C) Negação do antecedente.
D) Ad Hoc.
E) Nenhuma das alternativas acima está correta.

Comentários:

O argumento apresentado é:

Premissa 1: "Se houvesse uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras, o município teria um
aumento na produção agrícola."
Premissa 2: "A produção agrícola do município aumentou, não diminuiu."
Conclusão: "É certo que houve uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras,"

Podemos transformar esse argumento para a linguagem proposicional. Considere as proposições simples:

p: "Houve uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras."


q: "O município aumentou a produção agrícola."

O argumento apresentado é:

Premissa 1: p→q
Premissa 2: q
Conclusão: p

Note que a questão nos apresenta a falácia da afirmação do consequente. Trata-se de um argumento
dedutivo inválido. O gabarito, portanto, é letra A.

Veja que a falácia em questão não se trata da petição de princípio por dois motivos:

• Trata-se de uma falácia formal (argumento dedutivo inválido), e a petição de princípio é uma falácia
informal.
• A petição de princípio utiliza uma premissa que, para ser considerada verdadeira, exige que se
pressuponha que a conclusão é verdadeira. Não se trata do caso em questão.

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Gabarito: Letra A.

(ANPAD/2016) Mulher: o negócio é imitar. Elas vão mais ao médico, comem melhor, fumam menos,
envolvem-se em menos acidentes e, assim, vivem mais. Então, deixe de frescura: seja mais feminino.
Sobre o texto são feitas as seguintes afirmativas:
I. Ao se considerarem as premissas e conclusões, é possível que se trate de uma falácia.
II. A segunda sentença contém as premissas da conclusão.
III. A última sentença é uma reafirmação ou reiteração da primeira.
É(São) correta(s):
a) apenas a afirmativa I
b) apenas a afirmativa II
c) apenas as afirmativas I e II.
d) apenas as afirmativas II e III.
e) as afirmativas I, II e III.

Comentários:

Podemos resumir o argumento do seguinte modo:

Premissa 1: As mulheres vão mais ao médico.

Premissa 2: As mulheres comem melhor.

Premissa 3: As mulheres fumam menos.

Premissa 4: As mulheres envolvem-se em menos acidentes.

Premissa 5: As mulheres vivem mais.

Conclusão: O negócio é imitar as mulheres, seja mais feminino.

Vamos analisar cada afirmativa.

I. Ao se considerarem as premissas e conclusões, é possível que se trate de uma falácia.

CORRETO. O argumento contém um erro de raciocínio. Não se pode concluir que, ao se tornarem mais
femininas, as pessoas vão ir mais ao médico, comer melhor, fumar menos ou se envolver menos em
acidentes.

II. A segunda sentença contém as premissas da conclusão.

CORRETO. A segunda sentença apresenta as cinco premissas apresentadas.

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III. A última sentença é uma reafirmação ou reiteração da primeira.

CORRETO. A sentença "então, deixe de frescura: seja mais feminino" reitera a sentença "o negócio é imitar
(as mulheres)".

As afirmações I, II e III estão corretas. O gabarito, portanto, é a alternativa E.

Gabarito: Letra E.

(ANPAD/2019) Médicos cubanos do "Mais Médicos" exerciam a medicina preventiva, visitando as


famílias, inclusive nos rincões mais pobres. Agora, com a saída dos médicos cubanos, veio o embuste:
médicos brasileiros se inscreveram em boa parte das vagas abertas pela expulsão dos médicos, mas boa
parte desses brasileiros nem se apresentou para ocupar as vagas para as quais se inscreveram. Não querem
atuar como "generalistas" e muito menos visitar famílias para fazer medicina preventiva, ou seja, evitar
que as pessoas fiquem doentes antecipando-lhes o atendimento. Diferente de Cuba e de boa parte do
mundo, aqui os médicos querem é ser "especialistas" em determinada área. E a causa é esta: os formados
vêm de famílias brancas e ricas; nem sabem o que é pobreza; nem sabem que a maioria da população é
pobre e muito menos querem saber. No texto, há um argumento falacioso quando se analisa a relação
lógica que
A) a primeira sentença estabelece com a segunda.
B) a segunda sentença estabelece com a terceira.
C) a primeira e a segunda sentença estabelecem com a quinta.
D) a terceira sentença estabelece com a quarta.
E) a terceira e a quarta sentença estabelecem com a quinta.

Comentários:

O autor do texto aponta na terceira e na quarta sentença que os médicos brasileiros não quererem atuar
como "generalistas", não querem visitar famílias para fazer medicina preventiva e que eles querem ser
especialistas em determinada área. Como causa desses três pontos, o autor afirma, na quinta sentença,
que "os formados vêm de famílias brancas e ricas; nem sabem o que é pobreza; nem sabem que a maioria
da população é pobre e muito menos querem saber".

Veja que há uma falácia da falsa causa quando se analisa a relação lógica que a terceira e a quarta sentença
estabelecem com a quinta, pois não há correlação entre a causa e o efeito bem como podem existir outras
possíveis causas mais convincentes que não foram averiguadas.

Gabarito: Letra E.

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(ANPAD/2014) Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única que não contém uma falácia:
A) Ele deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos.
B) Todas as peças deste ônibus são leves; logo, ele é leve.
C) O sol nasce porque o galo canta conforme a vontade de Deus.
D) O rapaz morreu enquanto se recuperava de um acidente de carro.
E) O rapaz me empurrou com tanta força que o vaso à minha frente quebrou.

Comentários:

Vamos analisar cada alternativa:

A) Veja que, a partir da informação de que alguém "estuda em um colégio de ricos", concluiu-se que a pessoa
"deve ser rica". Trata-se de uma falácia indutiva, mas especificamente uma generalização apressada, pois
obteve-se uma conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa.

B) Nessa alternativa ocorre a falácia da composição, em que se afirma, sem uma justificativa razoável, que
que o todo possui as mesmas propriedades das partes constitutivas.

C) Trata-se de uma falácia da falsa causa. Isso porque o galo cantar não é uma causa satisfatória para o sol
nascer.

D) Note que nessa alternativa não temos um erro de raciocínio. Trata-se de uma afirmação que pode ser
verdadeira ou falsa. Este é o gabarito.

E) Trata-se de uma falácia da falsa causa, mas especificamente a falácia "Depois disso, logo, por causa disso
(post hoc ergo propter hoc)". Isso porque o empurrão na pessoa foi atribuído como causa do vaso quebrar
somente porque, temporalmente, o empurrão ocorreu antes da quebra do vaso.

Gabarito: Letra D.

(ANPAD/2012) NÃO é uma falácia:


A) Se a teoria da evolução fosse verdadeira, o seu tataravô seria um chimpanzé.
B) Se ninguém conseguiu provar que Deus existe, então ele realmente não existe.
C) Se abolirmos as armas do mundo, alcançaremos definitivamente a paz verdadeira.
D) Se você não votar no candidato João, o candidato José trará o nazismo para o Brasil.
E) Se conseguir passar no vestibular, Pedro poderá ganhar o carro que o pai dele prometeu.

Comentários:

Vamos analisar cada alternativa:

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A) Trata-se da falácia do espantalho, pois o interlocutor troca a declaração original por uma distorção
tendenciosa dela.

B) Trata-se da falácia do apelo à ignorância, em que se considera falsa uma afirmação (Deus não existe)
porque não há provas de que ela é verdadeira (não há provas de que Deus existe).

C) Trata-se de uma falácia causal, mais especificamente causa complexa. Veja que a existência de armas
poderia ser considerada no máximo como uma das causas que nos deixaria mais distante da suposta "paz
verdadeira". Note, porém, que existem inúmeras outras causas para não termos a "paz verdadeira". Basta
notar que a humanidade, muito antes da existência de armas, já apresentava conflitos.

D) Trata-se da falácia do falso dilema ou falsa dicotomia. Veja que o autor da frase apresenta um número
limitado de opções (duas) para que o interlocutor fique restrito a escolher entre opções que podem ser todas
falsas.

E) Note que nessa alternativa não temos um erro de raciocínio. Trata-se de uma afirmação que pode ser
verdadeira ou falsa. Este é o gabarito.

Gabarito: Letra E.

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LISTA DE QUESTÕES

Argumentos: estrutura básica e classificação

CESPE

Texto para as próximas questões


O sustentáculo da democracia é que todos têm o direito de votar e de apresentar a sua candidatura. Mas,
enganoso é o coração do homem. Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos dadas.
Por isso, todos precisam ser fiscalizados. E a alternância no poder é imprescindível.
Considerando o argumento citado, julgue os itens subsequentes.

(CESPE/TRT 21/2010) A sentença “Falhas administrativas e maior tempo no poder andam de mãos
dadas” é uma premissa desse argumento.

(CESPE/TRT 21/2010) A afirmação “E a alternância no poder é imprescindível” é uma premissa desse


argumento.

(CESPE/TRT 21/2010) Esse é um argumento válido.

Texto para as próximas questões


Considere o seguinte argumento: "O boto-cor-de-rosa possui asas e possui patas, pois todo animal
amazônico possui patas, todo animal fluvial possui asas, e o boto-cor-de-rosa é um animal fluvial amazônico".
Considerando o argumento citado, julgue os itens subsequentes.

(CESPE/Pref. B dos Coqueiros/2020/Adaptada) "O boto-cor-de-rosa é um animal fluvial amazônico" é a


conclusão desse argumento.

(CESPE/Pref. B dos Coqueiros/2020/Adaptada) Esse argumento possui três premissas.

(CESPE/INPI/2013) Hoje vou ser muito feliz, pois as crianças são felizes em dias ensolarados. Nos dias
nublados, algumas pessoas ficam tristes e a previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado.
Julgue os itens subsequentes, com base nesse argumento.
A proposição “A previsão, para o dia de hoje, é de dia ensolarado” é a conclusão desse argumento.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com argumentos
racionais.
Situação hipotética: Ao arrumar a sala de um professor, o faxineiro encontrou, no chão, dois livros escritos
em língua estrangeira. Como havia várias estantes na sala, o faxineiro as observou e desenvolveu o

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seguinte raciocínio: “De todos os livros que estou vendo aqui, os que são escritos em língua estrangeira
ficam na estante de madeira. Esses dois livros são escritos em língua estrangeira. Logo, eles devem ficar
na estante de madeira. Vou colocá-los lá.”. Assertiva: Nessa situação, o empregado desenvolveu um
raciocínio dedutivo válido.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com argumentos
racionais.
Considere o texto a seguir: “No meu trabalho, troquei meu computador usado por um novo, da marca X,
e ele parou de funcionar quando ainda estava na garantia. Preciso comprar um computador para o meu
filho, mas não vou comprar um da marca X porque, com certeza, esse também vai apresentar algum
problema antes de expirar a garantia.”. É correto afirmar que a argumentação apresentada no texto foi
construída com base em um raciocínio por abdução.

(CESPE/FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir.


No diálogo seguinte, a resposta de Q é embasada em um raciocínio por abdução.
P: Vamos jantar no restaurante X?
Q: Melhor não. A comida desse restaurante não é muito boa. Li em um site de reclamações muitas pessoas
dizendo que, após comerem nesse restaurante, passaram muito mal e tiveram de ir ao hospital. Além
disso, conheço cinco amigos que comeram lá e foram parar no hospital.

(CESPE/TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na
estrutura da argumentação.
Adotando-se o processo de inferência do tipo indutivo, usado em ciências experimentais, parte-se do
particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma conclusão
que os transcende.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, considerando as maneiras de pensar com


argumentos racionais.
Forma de raciocínio empregada em ciências experimentais, a abdução é um processo de inferência no qual
se parte do particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma
conclusão que extrapola essas premissas.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com


argumentos racionais.
Situação hipotética: Uma indústria farmacêutica produziu um novo medicamento para tratamento de
enxaqueca. Como o princípio ativo desse medicamento é uma nova substância — Z —, foram feitos três
testes, cada um envolvendo 1.000 pessoas diferentes, a fim de determinar se a substância Z causa efeitos
colaterais significativos. Os resultados dos testes são apresentados na tabela a seguir.

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Com base nos resultados dos testes, a empresa concluiu que a substância Z não causa efeitos colaterais
significativos. Assertiva: Nessa situação, a conclusão da empresa se baseou em um raciocínio por indução.

(CESPE/PC ES/2011) A questão da desigualdade de gênero na relação de poder entre homens e


mulheres é forte componente no crime do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, pois as vítimas
são, na sua maioria, mulheres, meninas e adolescentes. Uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), concluída em 2009, indicou que 66% das vítimas eram mulheres,
13% eram meninas, enquanto apenas 12% eram homens e 9% meninos.
Ministério da Justiça. Enfrentamento ao tráfico de pessoas: relatório do plano nacional. Janeiro de 2010, p. 23 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o item a seguir.


O argumento “A maioria das vítimas era mulher. Marta foi vítima do tráfico de pessoas. Logo Marta é
mulher” é um argumento válido.

FGV

(FGV/PROCEMPA/2014) Assinale a opção que indica, dentre os textos listados a seguir, o que se apoia
no método indutivo.
a) “ Os campeonatos esportivos são muito mal organizados no Brasil, daí que não se deva esperar uma tabela
bem elaborada para o campeonato brasileiro de 2015.”
b) “Os dias de inverno são bastante frios na Europa, daí que seja necessária a compra de agasalhos bem
encorpados para nossa viagem de férias.”
c) “O supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã, daí que a vizinhança tenha
pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana.”
d) “A obra poética de Manoel de Barros é de muita sensibilidade, daí que seu último livro tenha atingido
ótimos índices de venda.”
e) “As guerras modernas mostram alto desenvolvimento tecnológico, daí que se possa esperar intenso uso
de armas sofisticadas na guerra contra os extremistas árabes.”´

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IBFC

(IBFC/IDAM/2019) Dois dos métodos de raciocínio lógico mais comuns são a indução e a dedução.
Considere as afirmações na tabela abaixo.

A partir das conclusões I e II, assinale a alternativa que as caracteriza corretamente com respeito ao
método que as fundamenta.
==3690f==

a) I-Dedução; II-Dedução
b) I-Indução; II-Dedução
c) I-Dedução; II-Indução
d) I-Indução; II-Indução

(IBFC/Pref Candeias/2019) Considere:


O raciocínio por __________ parte de observações particulares para chegar a uma conclusão geral.
O raciocínio por __________ parte de uma regra geral de modo a avaliarmos casos particulares.
Assinale a alternativa que represente correta e respectivamente as lacunas.
a) Argumentação / Intuição
b) Indução / Dedução
c) Abdução / Dedução
d) Indução / Argumentação

(IBFC/Pref C Sto Agostinho/2019) Leia atentamente: Bolas iguais numeradas em ordem crescente de 1
a 20 são postas em uma urna opaca. 10 Bolas são azuis e 10 Bolas são vermelhas. Sendo assim, analise as
afirmativas abaixo:
I. A probabilidade de, em um sorteio aleatório, ser retirada da urna uma bola azul é de uma em duas, ou
seja 50%.
II. Se 10 bolas da urna forem retiradas em sequência, sem reposição, e todas são azuis, então o sorteio é
provavelmente viciado.
III. Se 19 Bolas forem retiradas sem reposição, então a última bola na urna é conhecida.
Quanto ao fundamento, em termos do raciocínio lógico utilizado, assinale a alternativa correta.
a) I-dedução; II-indução; III-dedução

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b) I-indução; II-dedução; III-dedução


c) I-dedução; II-dedução; III-dedução
d) I-indução; II-indução; III-indução

(IBFC/IDAM/2019) Dentre as proposições condicionais abaixo, assinale a alternativa que apresenta


qual corresponde a um exemplo correto de aplicação do método de indução para obtenção da conclusão.
a) Se os cães desse bairro têm rabo, e cães são quadrúpedes, então, quadrúpedes têm rabo
b) Se o ônibus passa às 18h e agora é 17h35, então o ônibus passará em 25 minutos
c) Se Jorge é irmão de José, e José é irmão de João, então Jorge é irmão de João
d) Se laranjeiras dão laranjas, e quero laranjas em meu quintal, então plantarei laranjeiras no quintal

(IBFC/Pref. Cruzeiro do Sul/2019) A preservação do movimento pela Natureza consiste de uma lei
enunciada por Galileo Galilei na primeira metade do século XVII, identificada sob o nome de Lei da Inércia
e que consiste de uma das leis da Física na teoria sobre o movimento de Isaac Newton, desenvolvida na
segunda metade do século XVII.
Analise o fato experimental abaixo.
Fato experimental: Um objeto que se desloca (sem rolar) contra uma superfície está submetido à fricção
(atrito) que resulta no surgimento de uma força oposta ao deslocamento do corpo ao longo do tempo.
Essa força retira gradualmente movimento do corpo até pará-lo completamente em relação à superfície.
Quanto mais lisas as superfícies do corpo e a superfície sobre a qual ele se desloca, verifica-se que um
mesmo impulso resulta em um maior deslocamento total do corpo em relação à superfície até ele parar.
Considere o argumento abaixo construído por uma pessoa a partir deste fato experimental.
Argumento: se forças de atrito cada vez menores permitem deslocamentos cada vez maiores do corpo
sobre a superfície, se fosse possível eliminar o atrito completamente, então o corpo nunca pararia,
seguindo com velocidade constante.
Se, em experimentos, se conseguir produzir atritos progressivamente menores, sem nunca conseguir
eliminar por completo, assinale a alternativa que corretamente identifica o tipo de raciocínio que
caracteriza o Argumento apresentado (lei da Inércia).
a) Dedução
b) Indução
c) Reiteração
d) Paradoxo

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GABARITO
1. CERTO 11. ERRADO
2. ERRADO 12. CERTO
3. ERRADO 13. ERRADO
4. ERRADO 14. LETRA C
5. CERTO 15. LETRA B
6. ERRADO 16. LETRA B
7. ERRADO 17. LETRA A
8. ERRADO 18. LETRA A
9. ERRADO 19. LETRA B
10. CERTO

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LISTA DE QUESTÕES

Argumentos falaciosos e apelativos

CESPE

(CESPE/ANCINE/2006) Considere a seguinte sequência de proposições.


I. Se Nicole é considerada uma ótima atriz, então Nicole ganhará o prêmio de melhor atriz do ano.
II. Nicole não é considerada uma ótima atriz.
III. Portanto, pode-se concluir que Nicole não ganhará o prêmio de melhor atriz do ano.
Nesse caso, essa sequência constitui uma argumentação válida, porque, se as proposições I e II são
verdadeiras, a proposição III também é verdadeira.

(CESPE/ANCINE/2006) Julgue a validade de argumentação descrita no item a seguir.


Premissa P1: Se esse número é maior do que 5, então o quadrado desse número é maior do que 25.
Premissa P2: Esse número não é maior do que 5. Conclusão Q: O quadrado desse número não é maior do
que 25.

(CESPE/FUNPRESP/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item a seguir.
Considerando o argumento abaixo, contrário à ideia de que os castigos são uma forma eficaz de educar
crianças, é correto concluir que, na cadeia argumentativa da qual faz parte, esse argumento tem valor
retórico considerável na medida em que combate diretamente o argumento daqueles que são contrários
ao uso dos castigos como recurso educativo.
O argumento em discussão já é, de saída, inválido! A pessoa que o defende não tem conhecimento de
causa para opinar sobre a melhor maneira de educar uma criança. Como considerar o ponto de vista de
uma pessoa que nunca teve filhos? Reitero: o argumento em discussão não é válido!

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
No diálogo apresentado a seguir, o personagem B faz uma crítica ao personagem A para contrapor-se à
argumentação deste.
A: Você não deveria fumar. É muito ruim para a saúde.
B: Olha só quem fala! Que autoridade tem você para ficar falando que eu não deveria fumar e que isso é
ruim para a saúde? Você fuma desde os seus dezoito anos de idade.

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(CESPE/FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir.


O raciocínio a seguir está embasado em um argumento de autoridade. Não há uma causa única para a
depressão. Deve-se estudar essa doença, tentando-se isolar diversos fatores que podem desencadear
quadros depressivos, pois, de acordo com pesquisa recente da Organização Mundial de Saúde, a depressão
é uma doença multifatorial.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
A pergunta “Você aplicou bem o dinheiro que adquiriu de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da
empresa?” traz um ataque direto à pessoa do interlocutor, o qual não pode se defender, pois não há como
ele cancelar as informações pressupostas na pergunta.

(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Em um diálogo, o acadêmico A disse ao acadêmico B: “Por que você ainda usa a teoria
X? Ninguém mais na nossa área usa essa teoria. O que está em voga, hoje em dia, é a teoria Y.”. Assertiva:
Nessa situação hipotética, a declaração de A constitui um exemplo de apelo à autoridade.

(CESPE/TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na
estrutura da argumentação.
A seguinte situação é um exemplo de apelo popular: “Dentro do metrô, um rapaz começa a pedir ajuda
aos demais passageiros para pagar sua passagem de volta para casa. Sua justificativa para essa atitude é
o fato de ter sido assaltado e não ter um centavo”.

(CESPE/PO AL/2013) Nas investigações, pesquisadores e peritos devem evitar fazer afirmações e tirar
conclusões errôneas. Erros de generalização, ocorridos ao se afirmar que certas características presentes
em alguns casos deveriam estar presentes em toda a população, são comuns. É comum, ainda, o uso de
argumentos inválidos como justificativa para certas conclusões. Acerca de possíveis erros em trabalhos
investigativos, julgue o item a seguir.
A argumentação “Se todos os elementos de um conjunto Y tiverem determinada característica e se o
conjunto X contiver Y, então todos os elementos de X também terão essa característica” contém um erro
de generalização.

(CESPE/TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na
estrutura da argumentação.
A superstição segundo a qual passar debaixo de escada traz azar ilustra uma relação equivocada entre uma
causa e um efeito.

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(CESPE/FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da


argumentação, julgue o item que se segue.
A frase “Aquele homem não foi promovido porque é filho do diretor” é ambígua, permitindo os seguintes
entendimentos: o de que “Aquele homem” não foi promovido devido ao fato de ser filho do diretor; e o
de que “Aquele homem” foi promovido, mas o fato de ele ser filho do diretor não teria contribuído para a
sua promoção.

FCC

(FCC/CL-DF/2018) O sofisma, enquanto raciocínio carecente de lógica,


A) visa ao convencimento, como o entimema retórico, mas é deliberadamente fraudulento, sendo uma de
suas espécies mais conhecidas o argumento ad hominem, que apela para questões relacionadas ao
==3690f==

enunciador para desqualificar seu discurso.


B) é semelhante ao entimema retórico, pois também busca persuadir mediante o uso da linguagem balizado
pela ética, fazendo-se necessário quando há incerteza a respeito dos argumentos do adversário.
C) presta-se sobremaneira a incentivar o debate de ideias, em particular o gênero nomeado como “petição
de princípio”, que faz com que os altercadores tenham de retornar às bases de sua argumentação.
D) caracteriza-se sobretudo pela eficácia de seu resultado, o convencimento, semelhante ao entimema
retórico, ao passo que sua relação com a verdade o aproxima do silogismo filosófico.
E) é facilmente reconhecível, pois, ademais de ser um argumento falso, não se preocupa com a persuasão,
diferentemente do entimema retórico ou mesmo do silogismo filosófico.

Outras Bancas

(PONTUA/Pref. Jaguarão/2012) “Se houvesse uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras, o
município teria um aumento na produção agrícola. E a produção agrícola do município aumentou, não
diminuiu; então é certo que houve uma planificação cuidadosa da irrigação das lavouras”.
O argumento acima é uma falácia do tipo:
A) Afirmação do Consequente.
B) Petição de princípio.
C) Negação do antecedente.
D) Ad Hoc.
E) Nenhuma das alternativas acima está correta.

(ANPAD/2016) Mulher: o negócio é imitar. Elas vão mais ao médico, comem melhor, fumam menos,
envolvem-se em menos acidentes e, assim, vivem mais. Então, deixe de frescura: seja mais feminino.

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Sobre o texto são feitas as seguintes afirmativas:


I. Ao se considerarem as premissas e conclusões, é possível que se trate de uma falácia.
II. A segunda sentença contém as premissas da conclusão.
III. A última sentença é uma reafirmação ou reiteração da primeira.
É(São) correta(s):
a) apenas a afirmativa I
b) apenas a afirmativa II
c) apenas as afirmativas I e II.
d) apenas as afirmativas II e III.
e) as afirmativas I, II e III.

(ANPAD/2019) Médicos cubanos do "Mais Médicos" exerciam a medicina preventiva, visitando as


famílias, inclusive nos rincões mais pobres. Agora, com a saída dos médicos cubanos, veio o embuste:
médicos brasileiros se inscreveram em boa parte das vagas abertas pela expulsão dos médicos, mas boa
parte desses brasileiros nem se apresentou para ocupar as vagas para as quais se inscreveram. Não querem
atuar como "generalistas" e muito menos visitar famílias para fazer medicina preventiva, ou seja, evitar
que as pessoas fiquem doentes antecipando-lhes o atendimento. Diferente de Cuba e de boa parte do
mundo, aqui os médicos querem é ser "especialistas" em determinada área. E a causa é esta: os formados
vêm de famílias brancas e ricas; nem sabem o que é pobreza; nem sabem que a maioria da população é
pobre e muito menos querem saber. No texto, há um argumento falacioso quando se analisa a relação
lógica que
A) a primeira sentença estabelece com a segunda.
B) a segunda sentença estabelece com a terceira.
C) a primeira e a segunda sentença estabelecem com a quinta.
D) a terceira sentença estabelece com a quarta.
E) a terceira e a quarta sentença estabelecem com a quinta.

(ANPAD/2014) Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única que não contém uma falácia:
A) Ele deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos.
B) Todas as peças deste ônibus são leves; logo, ele é leve.
C) O sol nasce porque o galo canta conforme a vontade de Deus.
D) O rapaz morreu enquanto se recuperava de um acidente de carro.
E) O rapaz me empurrou com tanta força que o vaso à minha frente quebrou.

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(ANPAD/2012) NÃO é uma falácia:


A) Se a teoria da evolução fosse verdadeira, o seu tataravô seria um chimpanzé.
B) Se ninguém conseguiu provar que Deus existe, então ele realmente não existe.
C) Se abolirmos as armas do mundo, alcançaremos definitivamente a paz verdadeira.
D) Se você não votar no candidato João, o candidato José trará o nazismo para o Brasil.
E) Se conseguir passar no vestibular, Pedro poderá ganhar o carro que o pai dele prometeu.

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GABARITO
1. ERRADO 10. CERTO
2. ERRADO 11. CERTO
3. ERRADO 12. LETRA A
4. CERTO 13. LETRA A
5. CERTO 14. LETRA E
6. ERRADO 15. LETRA E
7. ERRADO 16. LETRA D
8. ERRADO 17. LETRA E
9. CERTO

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