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Bibliotheca da ACTUALIDADE
OBRAS COMPLETAS
DB
LUIZ DE GAMÕES
OBEAS COMPLETAS
LUIZ DE CAMÕES
EDIÇÃO CRITICA
5
TOMO III
-s^SCSS^
7* ni"
PORTO
IMPRENSA POKTUGUKZA KDITORA
1874
No poema dos Lusíadas não ha essa in-
estrophes omittidas.
Sabe-se que a Censura mutilou os Lu-
síadas, e que o poeta! se submetteu a esses
cortes, para que o poema visse a publici-
dade ; isto obriga a recolher essas estancias
omittidas e a ligar interesse ás mais leves
variantes.
CANTO I
governou
Por esta causa o reino
alçado
O Conde Bolonhez, despois apartou
Por rei, quando da vida se
ao ócio dado.
Seu irmão Sancho, sempre
o Bravo se chamou,
Este, que ArTonso
segurado,
Despois de ter o reino
dilatal-o cuida; que em
terreno
Em tão pequeno.
altivo
cabe, o peito,
Não
99-101
116 .
OS LUSÍADAS [Est.
castelhanas
Este sempre as soberbas
desprezou firme e sereno
Co'o peito
não he das forças lusitanas
Porque
Temer poder maior, por mais pequeno.
Mas porém, quando as gentes mauritanas
A possuir o Hesperico terreno
Entraram pelas terras de Castella,
Foi o soberbo Affonso a soccorrel-a.
tanta
Nunca com Semiramis gente
Yeiu os campos Hydaspicos enchendo
Nem Attila, que Itália toda espanta,
Chamando-se de Deos açoute horrendo,
gente trouxe tanta, quanta
Grothica
Do Sarraceno bárbaro estupendo,
Co'o poder excessivo de
Granada,
Tartessios ajuntada.
Foi nos campos
Porém ambição
despois, tocado de
E mandar, amara e bella,
gloria de
Vae commetter Fernando de Aragão,
Sobre o potente reino de Castella.
Ajunta-se a inimiga multidão
Das soberbas e varias gentes d'ella,
Desde Cadix ao alto Pyreneu,
Que tudo ao rei Fernando obedeceu.
Qualem cabello : —
Oh doce e amado esposo,
Sem quem não quiz amor que viver possa;
Porque is a aventurar ao mar iroso
Essa vida, que é minha e não é vossa?
Como por um caminho duvidoso
Vos esquece a afieição tão doce nossa?
Nosso amor, nosso vão contentamento
Quereis que com as velas leve o vento?
Oh que poderam
ditosos aquelles
Entre as agudas lanças africanas
Morrer, em quanto fortes sustiveram
A sancta Fé nas terras mauritanas!
De quem souberam,
feitos illustres se
De quem ficam memorias soberanas,
De quem se ganha a vida com perdel-a,
-
Doce fazendo a morte as honras d'ella !
Est. 84-86] CANTO VI 229
E ]
~r ti manda,
longos rodeios a
Por que tudo aquillo
te fazer saber,
sobre o mar. que sobre as terras anda,
De riquezas, de lá do Tejo ao Xilo,
E desde a fria plaga de Zelanda
Até bem d'onde o Sol não muda o estylo
dias. sobre a gente de Ethiopia,
tem no seu reino em grande copia.
:•
77
queres com pactos e lianças
De paz e de amisade sacra e nua,
Commercio consentir das abondanças
Das fazendas da terra sua e tua,
Porque cresçam as rendas e abastanças
(Por quem a gente mais trabalha e súa)
De vossos reinos; será certamente
De ti proveito, e d'elle gloria ingente.
—
256 OS LUSÍADAS [Est. 63-65
O ramo que
lhe vês para divisa,
O verde thyrso foi de Baccho usado,
O qual á nossa edade amostra e avisa,
Que foi seu companheiro, ou filho amado.
Vês outro que do Tejo a terra pisa,
Despois de ter tão longo mar arado,
Onde muros perpétuos edifica,
E templo a Palias, que em memoria fica?
*
Sobre isto, nos conselhos que tomava,
Achava mui contrários pareceres;
Que n'aquelles com quem se aconselhava,
Executa o dinheiro seus poderes.
O grande Capitão chamar mandava;
A quem, chegado, disse: «Se quizeres
Confessar-me a verdade limpa e nua,
Perdão alcançarás da culpa tua.
ou da pátria desterrado,
rê3 que tão longe in,e viesse
=pnto incógnito e apartado?
Por que esperanças, ou por que interesse
rim entalido o mar irado,
áticos frios, e os ardores
.
E como lá se embarcaria
canta
Em Beltm o remédio d'cste dano,
Sem saber o que em si ao mar traria,
O grão Pacheco, Achilles lusitano:
O peso sentirão, quando entraria,
O curvo lenho, e o férvido Oceano,
Quando mais n'agua os troncos, que gemerem,
Contra sua natureza se metterem.
Os em muita estima,
Cavalleiros tende
Pois com
seu sangue intrépido e fervente,
Estendem não somente a Lei de cima,
Mas inda vosso império preeminente:
Pois aquelles, que a tão remoto clima
Vos vão servir com passo diligente,
Dous inimigos vencem: uns os vivos,
E o que é mais) os trabalhos excessivos.
FIM.
: :
ESTANCIAS OMTTIDAS
PULIIEIRO MANLSCRIPTQ
CANTO I
386 OS LUSÍADAS
CANTO III
Depois da est. X :
CANTO IV
Depois da est. II :
392 OS LUSÍADAS
Em togar da est. XXXIX :
396 OS LUSÍADAS
ESTANCIAS OMITTIDAS
Depois 'la est. LXVI :
CANTO YI
Depois da est. XL
De que serve contar grandes historias
De Capitães, de guerras afamadas,
Onde a morte tem ásperas victorias
De vontades alheias sujugadas?
Outros farão grandíssimas memorias
De feitos de batalhas conquistadas:
Eu as farei (se for no mundo ouvido)
De como só de uns olhos fui vencido.
OS LUSÍADAS
SEGUNDO MANUSCRIPTO
CANTO VIII
406 OS LUSÍADAS
CANTO X
408 OS LUSÍADAS
Est. v.°
420 OS LUSÍADAS
ca.>tto ii (i)
Est. v.«
424 OS LUSÍADAS
CANTO III
Eít. v.o
430 OS LUSÍADAS
c^isjto rv*
Est. v.°
CANTO "V
Est. v.°
434 OS LUSÍADAS
CJ^TXTTO "VI
Est. v.°
0-A.3STTO "VII
Est. v.°
C^IKrTO "VIII
Est.
CA.3XTTO IX
Est. v.°
7 6 E
dos sulphureos tiros de Vulcano. 2.° Ms.
10 8 Outros volvem co'o peito a dura barra. Ib.
17 8 Que não lhe cabe o coração no peito. Ib.
21 6 Co'o terreno que cerco, o grão Prateio. Ib.
43 5 Cora gesto ledo a Cypria, então pudico. Ib.
49 8 Faça quanto a virtude lhe amoesta. Ib.
59 7 Escondei-vos do damno, que co'os bicos Ib.
Fazem na fructa os pássaros inicos. Ib.
76 4 O que deu para dar-se a fortaleza. Ib.
91 5 Que Neptuno, Mercúrio, Phebo e Marte. Ib.
95 8 E n'esta ilha da Fama recebidos. Ib.
VARIANTES 439
CA.3KTTO :X
Est.
CANTO I
CANTO n
Dar El-Rei de Mombaça o fim prepara
Ao Gama illustre, com mortal engano;
Desce Vénus ao mar, a Frota ampara,
E a falar sobe ao Padre soberano;
Jove os casos futuros lhe declara,
Apparece Mercúrio ao Lusitano;
Chega a Frota a Melinde, e o Rei potente
Em seu porto a recebe alegremente.
442 OS LUSÍADAS
canto m
A populosa Europa se descreve;
De Egas Moniz o feito sublimado;
Lusitânia, que Reis, que guerras teve;
Christo a Affonso se expõe crucificado:
De Dona Ignez de Castro a pura neve
Em purpura oonverte o povo irado:
Mostra-se o vil descuido de Fernando,
E o grão poder de um gesto suave e brando.
CANTO IV
CANTO V
CANTO VI
444 OS LUSÍADAS
CANTO VII
CANTO vin
CANTO IX
CANTO X
PAG.
Advertência 5
Canto i 9
» ii 45
» ni 83
« rv 131
v 167
vi 201
« vn 235
» vm 265
es 299
« x 331
Estancias omittidas 385
Variantes 415
I L
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