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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E BIOCIÊNCIAS –
PPGENFBIO

DURVAL DINIZ RAIMUNDO

“Ruído ocupacional em unidades de cuidados intensivos: análise


cientométrica”

Orientador:
Prof. Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva
Coorientadora:
a a
Prof. Dr. Joanir Pereira Passos

Rio de Janeiro - RJ
Fevereiro de 2023
DURVAL DINIZ RAIMUNDO

“Ruído ocupacional em unidades de cuidados intensivos: análise


cientométrica”

Linha de Pesquisa: “Bases moleculares, celulares, fisiológicas e ambientais do cuidado em saúde”

Tese submetida à avaliação da banca do Programa


Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,
como requisito para obtenção do Grau de Doutor em
Ciências.

Orientador:
Prof. Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva
Coorientadora:
Prof.a Dr.a Joanir Pereira Passos

Rio de Janeiro - RJ
Fevereiro de 2023
Catalogação informada pelo(a) autor (a)
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

DURVAL DINIZ RAIMUNDO


“Ruído ocupacional em unidades de cuidados intensivos: análise
cientométrica”

Tese submetida à avaliação da banca do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e


Biociências da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como requisito para obtenção
do Grau de Doutor em Ciências

Banca Examinadora

_______________________________________
Prof. Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva – UNIRIO
Presidente
_______________________________________
Prof.a Dr.a Joanir Pereira Passos – UNIRIO
Coorientadora
________________________________________
Prof. Dr. Daniel da Silva Granadeiro – UNISUAN
1º Examinador

___________________________________________
Prof.a Dr.a Renata da Silva Hanzelmann – UNI São José
2º Examinador

___________________________________________
Prof. Dr. Carlos Magno de Carvalho – UNIRIO
3º Examinador

__________________________________________
Prof. Dr. Paulo Sérgio Marcellini – UNIRIO
4º Examinador

__________________________________________
Prof.a Dr.a Aline Ramos Velasco – Ministério da Saúde
Suplente

_____________________________________________
Prof.a Dr.a Clenya Rejane Barros de Lima – UERR
Suplente
Seja-lhe como a veste que o cobre, como um cinto que o cinja para sempre.
Esta, a paga do Senhor àqueles que me acusam e que só dizem mal de mim.
Mas vós, Senhor Deus, tratai-me segundo a honra de vosso nome.
Salmo 108; v.19, 20 e 21.
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos excelentes profissionais dos Hospitais: Hospital Universitário
Graffée e Guinle (HUGG), Clínica São Vicente da Gávea e do Hospital Copa Star / RJ que lutam
dia após dia, ao longo dos anos, para qualificar o processo de trabalho com excelência no cuidar
do ser humano.
Ao amigo e professor da Universidade Salgado de Oliveira / UNIVERSO, Prof. MST
Robson Damião.
Aos primos e amigos: Tiago, Lene, Alexandre, Emanuelle Velasco, “Galego” Velasco,
Fernanda, Amanda, Gabriela, Anabel, Dorival, Gelson, Roberta Oliveira, Ronan, Vanessa,
Eduardo Faria, Elida da Costa Faria, Eneida Faria, Eliane da Costa, Alex “cabeça”, Rose
Eduardo “more”, Tobias, David, Thompson, Flávio, Jailson Cavalcante, Lucas, Pedro Lucas
“genro”, Mirian Martha, Luzimar de Moura, Madalena, Aline Thomaz da Conceição Lucena,
Mónica Montuano, Lana Pianor, Rosemeri Pianor, Roseni (cunhada), Nicolas (sobrinho),
Ronaldo Sampaio e Andreia Aires “Déia, Dedéia e Deinha”.
Aos amigos, professores da Faculdade de Enfermagem Luiza de Marillac / USC, Dr.ª
Milda Izaac Telles, Jorge Thadeu e Élida C. Bonzon.
As enfermeiras, enfermeiros, fisioterapeutas, professores e administradores do nosso
grupo de estudo PENSAT da UNIRIO, em especial: Érika Almeida Alves Pereira, Renata
Hanzelmann, Flávia Lugão, Giovana Vieira, Claudia Barbastefano, Daniel Granadeiro, Juliane
Ferreira, Aline Velasco, Aninha, Érica “INTO”, Mônica, Ronan, Rosangela, Suelen, Vanessa,
Sandra Solange, Paloma, Thereza, Thayssa, Maithê, Renato Tonole, Nadyra, Marta, Land Mary,
Robson Bessa e Josenaldo. Muito grato a vocês!
Ao orientador Prof. Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva um agradecimento especial por ter
compreendido minha luta pela vida e como diz o meu amigo professor Dr. Leonardo Boff – “Viva
o cuidado que salva a vida”.
À coorientadora e amiga que juntos nos emocionarmos e nos alegramos com o “Grupo
PENSAT”: Prof.ª Dr.ª Joanir Pereira Passos.
Aos administrativos da secretaria da UNIRIO: Fabiana Lima e Rachel Magioni.
Aos membros da banca examinadora: Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva, Dr.ª Joanir
Pereira Passos, Dr. Daniel da Silva Granadeiro, Dr.ª Renata da Silva Hanzelmann, Dr. Carlos
Magno de Carvalho, Dr.ª Aline Ramos Velasco, Dr. Paulo Sérgio Marcellini e Dr.ª Clenya Rejane
Barros de Lima.
Aos filhos; Juliana Pereira Diniz Raimundo, Rafael Ribeiro Diniz Raimundo, Maria Flor
Ribeiro Diniz Raimundo, minha netinha Maitê, minha namorada e companheira Bianca da Silva
Dias, que me apoiou nos momentos mais difíceis e nos momentos de alegria durante o
preparatório para cursar o doutorado, ao meu irmão Marcelo Diniz Raimundo.
Aos grandes amigos: Ricardo Guimaraes Estrela “Patropí”, Alexandre Raymundo dos
Santos, Aline Thomaz da Conceição Lucena, Cristiane Pastor dos Santos e Luzimar de Moura,
que me ensinam a cada dia o valor de uma verdadeira amizade.
Aos meus pais Maria José Diniz Raimundo e Durval Raimundo, minha eterna sogra
Jacira Andrade Ribeiro, minhas tias Maria da Conceição, Aquiléia dos Santos “Vera”, Maria da
Costa Faria e meus tios Hélio e Moacir Eugenio. Ao amigo e irmão Gabriel Pianor. Um
agradecimento em especial a nossa eterna amiga da Faculdade de Enfermagem Alfredo Pinto -
UNIRIO: Sr.ª Maria da Guia. Estes “estrelados” que não estão mais presentes neste mundo, mas
atuando como anjos entre nós. Uma prova disso foi eles terem enviado durante a pandemia de
covid-19 entre os anos de 2020/22 os 10 (dez) anjos que numa certa ocasião chegaram ao ponto
de “matar a minha fome” e até mesmo evitar o pior em minha vida: Sr.° Mozar, seu “Zé - Zeca”,
dona “Julia”, Tarciso, Emanuelle Velasco, Alex Cabeça, Deise, Paulinho e Soraia.

Muito obrigado!
AGRADECIMENTOS

- Aos professores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), em especial


Carlos Roberto Lyra da Silva, Joanir Pereira Passos, Fátima Teresinha Scarparo Cunha, Liliana
Angel Vargas, Luiz Carlos Santiago, Luiz Henrique Chad Pellon, Welington Mendonça de
Amorin, Nebia Maria Almeida Figueiredo, Teresa Tonini e Roberto Carlos Lyra da Silva.
- Aos professores Emerson Elias Merhy (UFRJ), Fátima Lima (UFRJ), Pedro Fredemir Palha
(USP), Elaine Paiva Assolini (USP), Rose Rosa (UFF), Dayse Mary Correia (UFF), Vladimir
Safatle (USP), Nelson da Silva Júnior (USP), Christian Dunker (USP), René Mendes (ABRASTI),
Norma Souza (UERJ), Sheila Farias (UFRJ), Thais Máximo (UFPA) e Enirtes Caetano Prates
Melo (FIOCRUZ).
- Aos professores: Dr.º Elias Barbosa e Dr.º Ricardo Mattos.
- Ao Portal Acústica, em especial ao Dr.º Pablo Serrano.
- A fisioterapeuta ergonomista Debora Dengo do Portal de Soluções Ergonômicas.
- Aos meus amigos do curso de doutorado da UNIRIO, em especial, Solange Campos, Hugo
Neves, Juliane Ferreira e Daniel Granadeiro.
RESUMO

RAIMUNDO, D. D. “Ruído ocupacional em unidades de cuidados intensivos: análise


cientométrica”. 2023. 140 f. Tese (Doutorado) – Pós-Graduação em Enfermagem e
Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.

No que diz respeito ao ruído hospitalar, trata-se de uma exposição a eventos de vida estressores
que possibilita o surgimento de sintomas e transtornos de ansiedade em geral, onde o estresse
causado pelo alto nível de incômodo proveniente do ruído é considerado como doença, que tem
motivado pesquisadores a estudá-lo e a desenvolver estratégias para a sua redução, e conhecer
essa produção científica contribui para o preenchimento de uma lacuna existente na literatura
sobre o assunto, cooperando para um direcionamento de pesquisas sobre tecnologias geradoras de
ruído ocupacional em ambientes internos de Unidades de Cuidados Intensivos. O objetivo geral da
pesquisa foi caracterizar a produção científica sobre tecnologias geradoras de ruído ocupacional
em ambientes hospitalares intensivos no período de 1976 a 2022 na base de dados Scopus. Trata-
se de pesquisa com abordagem de métodos mistos, de caráter descritivo e exploratório, e como
meios de investigação aplicou-se a análise bibliométrica e cientométrica com a utilização do
software RStudio e sua interface web Biblioshiny. Obteve-se como resultados 206 documentos
que abordavam sobre o tema. Constatou-se que parcela considerável das pesquisas neste campo
tem origem nas áreas de Medicina e Engenharia e foram identificados os periódicos, artigos e
autores mais devotados ao longo de 46 anos, sendo rastreada as redes de colaboração, cocitação e
coocorrência com indicadores bibliométricos que apontaram a utilização da literatura científica na
área de Saúde sobre o tema e a sua aproximação com a área da Biociência, fornecendo um
direcionamento para futuros estudos. Esta pesquisa evidenciou também, que a produção científica
sobre tecnologias geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos em unidades de cuidados
intensivos é um tema (re) emergente, identificando o grande potencial de aplicações que
proporcionam soluções para os efeitos do ruído hospitalar e tem motivado pesquisadores que
fizeram parte do corpus desta pesquisa, porém, não foi possível identificar uma rede de
colaboração científica consolidada sobre o tema.

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva; Produção Científica; Ruído; Saúde do


trabalhador.
ABSTRACT

RAIMUNDO, D. D. “Occupational noise in intensive care unit: scientometric analysis”.


2023. 140 f. Thesis (Doctorate in Nursing and Biosciences) – Center for Biological and Health
Sciences, Federal University of the State of Rio de Janeiro – UNIRIO, Rio de Janeiro, 2023.

With regard to hospital noise, it is an exposure to stressful life events that allows the appearance
of symptoms and anxiety disorders in general, where the stress caused by the high level of
annoyance resulting from the noise is considered as a disease, which has motivated researchers to
study it and develop strategies for its reduction, and knowing this scientific production contributes
to filling a gap in the literature on the subject, cooperating to direct research on technologies that
generate occupational noise in indoor environments of Intensive Care Units. The general objective
of the research was to characterize the scientific production on technologies that generate
occupational noise in intensive hospital environments from 1976 to 2022 in the Scopus database.
This is a research with a mixed methods approach, of a descriptive and exploratory nature, and as
means of investigation, bibliometric and scientometric analysis was applied using the RStudio
software and its Biblioshiny web interface. As a result, 206 documents were obtained that dealt
with the subject. It was found that a considerable portion of research in this field originates in the
areas of Medicine and Engineering and the most devoted journals, articles and authors were
identified over 46 years, tracking the collaboration networks, co-citation and co-occurrence with
bibliometric indicators that pointed out the use of scientific literature in the area of Health on the
subject and its approximation with the area of Bioscience, providing a direction for future studies.
This research also showed that the scientific production on technologies that generate
occupational noise indoors in intensive care units is a (re)emerging theme, identifying the great
potential of applications that provide solutions to the effects of hospital noise and has motivated
researchers that were part of the corpus of this research, however, it was not possible to identify a
consolidated scientific collaboration network on the subject.

Keywords: Intensive Care Unit; Scientific production; Noise; Worker's health.


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AET – Análise Ergonômica do Trabalho


AEP – Análise Ergonômica Preliminar
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AFESP – Associação Portuguesa de Sinalização
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ASHA – American Speech-Language-Hearing
AV – Audiometria Vocal
CCBS – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
CEP – Comitês de Ética em Pesquisa
CID – Código Internacional de Doenças
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CTISM – Colégio Técnico Industrial de Santa Maria
Covid – 19 - Coronavirus Disease 2019
CAPES – Portal de Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
dB – Decibéis
dB (A) – Decibéis / escala com ponderado A
EPA – Equipamento de Proteção Auricular
FAUSP – Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo
ISO – International Organization for Standardization
ISI – Institute for Scientific Information
LAeq T – Nível de pressão sonora contínua equivalente ponderada em A [dB]
Lmax – Nível de pressão máxima
LAETS – Laboratório de Avaliação Econômica e de Tecnologias em Saúde
NBR – Norma Regulamentadora brasileira
NPS – Nível de Pressão Sonora
NR – Norma Regulamentadora
OS – Ordem de Serviço
PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído
PCA – Programa de Conservação Auditiva
PPGENFBIO – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências
PENSAT – Enfermagem, Tecnologias, Saúde e Trabalho
RLAeq – Limites de níveis de pressão sonora equivalente
SARS – CoV - 2 - Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TJC – Joint Comission
TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação
UCI – Unidade de Cuidado Intensivo
UTI – Unidades de Tratamento Intensivo
UCCI – Unidades de Cuidados Cirúrgicos Intermédios
UCIA –Unidade de Cuidado Intensivo Adulto
UCIC – Cuidados Intensivos Coronários
UCPA – Cuidados Pós-Anestésicos
UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
USEPA – United States Environmental Protection Agenc
WHO – Organização Mundial da Saúde
WoS – Web of Science
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Lindsay’s Wheel of


Acustics..........................................................................................34
Figura 2 – Abafador tipo inserção e abafadores tipo
concha............................................................39
Figura 3 – Reflexão, absorção e
transmissão...................................................................................41
Figura 4 – Transmissor, canal e
receptor.........................................................................................42
Figura 5 – Figura ilustrativa de um sistema de comunicação _ Efeito dos ruídos no sistema e no
usuário da informação......................................................................................................................43
Figura 6 – Efeitos nocivos do ruído no homem, matéria publicada na revista FOCUS
2/2009..............................................................................................................................................45
Figura 7 – Efeitos nocivos do ruído no homem segundo a WHO,
1972...........................................46
Figura 8 – Propagação sonora em ambientes internos e externos, próxima à superfície do
solo..................................................................................................................................................49
Figura 9 – Conceitos básicos do isolamento acústico de
barreiras...................................................50
Figura 10 – Esquema da propagação do som na presença da barreira
acústica................................51
Figura 11 – Reflexão na edificação atrás da
barreira.......................................................................51
Figura 12 – Aspectos geométricos de uma barreira
natural.............................................................52
Figura 13 – Tempo de permanência do som no
ambiente ...............................................................53
Figura 14 – Linha do tempo dos estudos métricos da
informação ...................................................63
Figura 15 – Visão do esquema de documentos cocitados (lado esquerdo) e de documentos
acoplados (lado
direito) ...................................................................................................................73
Figura 16 – Bibliometrix e o fluxo de trabalho de mapeamento científico
recomendado................79
Figura 17 – Rede de colaboração entre autores ...........................................................................105
Figura 18 – Rede de colaboração entre
instituições.......................................................................105
Figura 19 – Rede de colaboração entre
países...............................................................................106
Figura 20 – Mapa temáticos pela abordage de rede com palavras-chave dos
autores ...................115
Figura 21 – Rede de co-ocorrência com palavras-chave dos autores ..........................................116
Figura 22 – Evolução temática com palavras-chave dos autores de
2020 .....................................117
Figura 23 – Evolução temática com palavras-chave dos autores de
2019 .....................................117
Figura 24 – Evolução temática com palavras-chave dos autores de
2018 .....................................118

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição anual da produção na Scopus .................................................................94

Gráfico 2 – Distribuição de frequência da produtividade dos autores..........................................106


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Limite de níveis de pressão sonora em função dos tipos de áreas habitadas em
ambiente hospitalar e industrial / United States Environmental Protection Agenc – USEPA e pela
Organização Mundial da Saúde –
OMS ...........................................................................................38
Quadro 2 – Medição do nível médio de pressão sonora de alguns
equipamentos............................47
Quadro 3 – Cálculo do nível médio de pressão sonora de cada Unidade
hospitalar.........................47
Quadro 4 – Comparação das aplicações dos distintos métodos
quantitativos..................................64
Quadro 5 – Lista das 16 ferramentas analisadas por de Moreira, Guimarães e Tsunoda
(2020) ......76
Quadro 6 – Comparativo entre as 4 ferramentas selecionas na pesquisa de Moreira, Guimarães e
Tsunoda (2020) ...............................................................................................................................76
Quadro 7 – Conjunto de análises disponíveis no Biblioshiny
Autores............................................79
Quadro 8 – Principais funções da bibliometrix associadas a analise bibliométrica e
cientométrica...................................................................................................................................81
Quadro 9 – Estrutura da relação campo por tipo de dados do
Bibliometrix.....................................82
Quadro 10 – Lista de elementos de um objeto Bibliometrix e sua
descrição...................................83
Quadro 11 – Esquema do percurso
metodológico ..........................................................................85
Quadro 12 – Categorias e indicadores contemplados por esta
pesquisa..........................................89
Quadro 13 – Principais informações resumidas sobre a coleção de documentos
recuperados.........91
Quadro 14 – Distribuição da quantidade de palavras nas 3 zonas de
zipf........................111

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela Clássica de
Bradford..........................................................................................94
Tabela 2 – Zonas, Multiplicador e média do Multiplicador de
Bradford.........................................98
Tabela 3 – Média de citações por artigo, ano e anos
citáveis............................................................98
Tabela 4 – Métricas "h", "g" e "m" index das
fontes......................................................................100
Tabela 5 – Produtividade do Autor aplicando a da Lei de
Lotka....................................................105
Tabela 6 – Os 10 Autores mais relevantes com citação na
Scopus.................................................106
Tabela 7 – Autores mais relevantes com no mínimo h index =
2....................................................107
Tabela 8 – Instituições com pelo menos 5
publicações..................................................................108
Tabela 9 – Colaboração autor correspondente por
país.................................................................109
Tabela 10 – Documentos mais citados no mundo
todo..................................................................110
Tabela 11 – Zona 1 de
Zipf............................................................................................................111
Tabela 12 – Quantitativo de palavras contidas nos
resumos..........................................................112
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...................................................................................................................17
Objeto de estudo ........................................................................................................................18
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................20
1.1 Contextualização ..............................................................................................................20
1.2 A Problemática do Estudo................................................................................................24
1.3 OBJETIVOS......................................................................................................................30
1.4 A Tese...............................................................................................................................30
1.5 Justificativa da pesquisa...................................................................................................31
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................32
2.1 Ruídos Ambientais na Rotina Laboral Hospitalar...............................................................31
2.2 Acústica e Som..................................................................................................................34
2.3 O Ruído Propagado............................................................................................................39
2.4 Efeitos do Ruído na Saúde Humana no Contexto Hospitalar...............................................44
2.5 Barreiras e Painéis Acústicos para Sons que Podem Tornar-se Incomodativos no Ambiente
Hospitalar...................................................................................................................................... 48
2.6 Dimensionamento de Barreiras Acústicas.............................................................................50
2.7 Condicionamento Acústico de Hospitais...............................................................................53
2.8 Ruído Hospitalar.................................................................................................................... 55
2.9 Variáveis de Situação de Saúde / Comportamentais (cognição) Associados aos Ruídos no
Ambiente Hospitalar..................................................................................................................... 57
2.9.1 Afecções Casualmente Relacionadas à Exposição Prolongada ao Ruído com Efeitos Físicos,
Fisiológicos e Psicológicos (determinadas e codificadas segundo o CID – 10) ..........................58
2.9.1.1 Principal Afecção Casualmente Relacionadas à Exp. Prolongada ao Ruído com Efeitos
Físicos........................................................................................................................................... 59
2.9.1.2 Afecções Casualmente Relacionadas à Exposição Prolongada ao Ruído com Efeitos
Fisiológicos................................................................................................................................... 60
2.9.1.3 Afecções Casualmente Relacionadas à Exposição Prolongada ao Ruído com Efeitos
Psicológicos ................................................................................................................................. 60
2.9.2 Métricas.................................................................................................................................62
2.9.3 Bibliometria e Cientometria ..................................................................................................65
2.9.4 Indicadores Bibliométricos e Cientométricos .......................................................................69
2.9.4.1 Leis de Lotka Bradford; Zipf, Elitismo ..............................................................................69
2.9.4.2 Citações e Redes Científicas ..............................................................................................71
2.9.4.3 Software para Auxílio nas Análises ...................................................................................75
2.9.4.4 Rstudio, Bibliometrix, Biblioshing ................................................................................... 77

3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................84
3.1 Tipo de Estudo..................................................................................................................84
3.2 Técnica e Coleta de Dados...............................................................................................85
3.2.1 Escolha da Base de Dados ............................................................................................86
3.2.2 String de Busca e Definição do Corpus de Análise ......................................................87
3.3 Análise e Tratamento dos Dados......................................................................................88
3.4 Aspéctos Éticos da Pesquisa ............................................................................................90
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................................97
4.1 Coleção de Dados Recuperados ........................................................................................90
4.2 Análise das Fontes ............................................................................................................92
4.3 Discussão dos resultados..................................................................................................118
5 CONCLUSÃO....................................................................................................................119
REFERÊNCIAS....................................................................................................................120
APÊNDICE A........................................................................................................................140
17

APRESENTAÇÃO

Desde a graduação a área de Enfermagem em Terapia Intensiva, em especial a


atuação da Equipe de Saúde do Trabalhador neste setor, nos causa grande fascínio e
preocupação, pelo fato do volume de fontes de ruídos hospitalares com alarmes
acústicos somados ao ruído criado pela atuação e conversação da equipe de
profissionais serem comprovados como uma fonte potencialmente perigosa de
comprometimento físico e psicológico enfrentados por estes trabalhadores (BISTAFA,
2011).
Atualmente, desenvolvendo atividades de ensino de graduação e pós-
graduação nas áreas de Enfermagem Intensiva, Saúde do Trabalhador e Políticas de
Saúde, dispensa-se à Unidade de Cuidado Intensivo Adulto (UCIA) um olhar crítico,
buscando obter nas empresas hospitalares e nos hospitais universitários participação
da gestão, supervisão e equipe em geral visando à qualidade de vida do trabalhador,
sem contudo deixar de lado o aspecto técnico-científico da equipe de profissionais
para prestar uma melhor assistência.
Por conseguinte, vários são os motivos que levaram a tomar o trabalhador da
saúde como objeto de interesse nesta pesquisa: em primeiro lugar, como exemplo, são
esses trabalhadores que lidam diretamente com os efeitos do ruído e vivenciam os
efeitos patológicos do ruído hospitalar; em segundo lugar, pelo fato de ser uma
pesquisa desenvolvida por um enfermeiro preceptor envolvido há 24 anos junto aos
serviços de saúde e na academia com a intenção de produzir novos modos de resolver
a complexidade dos desafios no trabalho hospitalar e suas limitações para que todos
experenciem modelos resolutivos de sucesso sem consequências psicológicas
importantes.
É nosso dever como profissional ter atitudes ao mostrar para a empresa
hospitalar a necessidade de uma Avaliação Ergonômica do Trabalho (AET) de forma
legal e obrigatória ao propor soluções para o enfrentamento da demanda do controle
significativo do ruído na terapia intensiva e preservar as funções neurossensoriais nos
trabalhadores que podem, por sua vez, segundo Concha-Barretos et al. (2004, p. 16),
gerar incômodo, exaustão física, ansiedade, irritabilidade, perturbação do sono,
problemas cardiovasculares, diminuição da autoestima, isolamento social, problemas
18

na acuidade auditiva e perda da produtividade dentre as quais destaca-se os efeitos


psicológicos provocados pelas tecnologias que geram ruídos ocupacional.
Para melhor contextualizar o problema em questão, ruído na Unidade de
Cuidado Intensivo (UCI), buscou-se subsídios na literatura nacional e internacional.
Assim, tem-se como objeto de estudo, a produção cientifica sobre tecnologias
geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos nas UCI, abordando os
aspectos epidemiológicos e os fatores de risco que desequilibram a natureza psíquica
do indivíduo, seus efeitos no ser humano e os resultados de estudos que
dimensionaram os ruídos em ambientes hospitalares, comparando-os aos exigidos por
normas e recomendações brasileiras e internacionais vigentes.
Esta tese apresenta-se em cinco capítulos, contando com a introdução.
Sucintamente na introdução, destacamos os macroproblemas da pesquisa sobre
o conforto acústico nos espaços de trabalho do ambiente hospitalar e os efeitos
psicológicos nos trabalhadores para livrar-se do ruído hospitalar que afeta a vida das
pessoas que lá estão, e na própria organização social ocupacional hospitalar. Nesse
sentido, são abordados, então, a justificativa, os objetivos específicos, as hipóteses do
estudo, as limitações, a caracterização e as contribuições das pesquisas relativas ao
conforto acústico nesse ambiente.
No Capítulo 2 apresenta-se o referencial teórico contendo a base conceitual em
consonância com a perspectiva dos campos da física, biologia, psicologia e da
neurociência, contextualizando a aplicação do aprendizado do funcionamento das
barreiras acústica no ambiente hospitalar e a propagação sonora em campo livre desde
a fonte de ruído até o ouvinte. Em seguida, apresentamos as métricas da informação,
com os fundamentos da bibliometria e cientometria e seus indicadores, as Leis de
Lotka Bradford, Zipf, Elitismo, bem como as citações e o embasamento sobre redes de
colaboração científica, e o uso de softwares para auxílio nas análises.
É apresentado no Capítulo 3 o material e os métodos, detalhando a
classificação da pesquisa, os procedimentos para a coleta de dados (a escolha da base
de dados, a string de busca e definição do corpus de análise), e os procedimentos para
o processamento, tratamento e apresentação dos resultados. Esclarece, ainda, os
aspectos éticos desta pesquisa.
19

O Capítulo 4 destina-se à apresentação dos resultados organizados, e sua


discussão. No Capítulo 5 apresenta-se a conclusão, bem como as limitações da
pesquisa. E por fim, dispõe-se as referências consultadas e utilizadas para a elaboração
deste trabalho, anexos e apêndices.
Cabe assinalar, ainda, que o presente estudo se insere no Projeto de Pesquisa
Institucional “Tecnologias, cuidado, processo saúde-doença na perspectiva da saúde
do trabalhador”, vinculado à Linha de Pesquisa: “Bases moleculares, celulares,
fisiológicas e ambientais do cuidado em saúde” do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem e Biociências (PPGENFBIO), do Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde (CCBS) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
20

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído está em terceiro


lugar no ranking dos fatores ocupacionais que mais geram incapacidade no mundo.
Desde 1980, a entidade reconhece que esse fator pode influenciar o desempenho
profissional e a qualidade de vida de um indivíduo, uma vez que interfere no sono, na
comunicação entre os seres humanos e provoca reações diversas, que podem ser
psíquicas ou puramente fisiológicas (WHO, 2018).
Segundo Wang et al., (2011, p. 768), o som é parte essencial da comunicação
humana, seja por meio da fala ou do desenvolvimento da arte e da criatividade, como é
o caso da música, por exemplo. No entanto, o excesso ou um determinado som que
cause incômodo, torna-se ruído e precisa ser controlado para garantir a permanência
do estado de saúde mental completo e reduzir a recorrência da doença.
A poluição sonora depende do nível de pressão sonora e do tempo de
exposição para associar-se aos efeitos nocivos que possam causar na saúde humana,
assim segundo Matos (2019, p. 13), o ruído vem sendo associado a aspetos nefastos
para as pessoas, seja porque os elevados níveis de ruído no ambiente constituem um
elemento intrusivo na sua vida cotidiana, seja por se revelarem estímulos sonoros sem
interesse e agressivos sensorialmente para o mesmo, o ruído em excesso gera
alterações ambientais, provocando alterações fisiológicas e psicológicas importantes
em cada indivíduo.
No que diz respeito ao ruído hospitalar, trata-se de uma exposição a eventos de
vida estressores que possibilitam o surgimento de sintomas e transtornos de ansiedade
em geral, onde o estresse causado pelo alto nível de incômodo proveniente do ruído é
considerado como doença (WHO, 2011), que tem motivado pesquisadores a estudá-lo
e a desenvolver estratégias para a sua redução. Segundo Andrade et al., (2018, p.
1380), os ruídos hospitalares que afetam a vida das pessoas são gerados dentro do
próprio hospital, o que facilitaria uma avaliação positiva do evento estressor.
21

Com níveis aceitáveis de ruído, o ambiente hospitalar favorece a recuperação


mais rápida dos pacientes e pode também beneficiar aqueles que lhes prestam
cuidados, pois diminui o estresse, o cansaço e otimiza a sua capacidade laborativa. Por
isso, segundo Kakehashi et al., (2007, p. 404), é necessário desenvolver o
monitoramento do ambiente de trabalho e a vigilância em saúde juntamente com a
somatória dos diversos ruídos hospitalares provenientes de várias fontes1.
A influência do ruído ocupacional no ambiente interno de trabalho hospitalar
pode afetar a saúde do trabalhador em relação aos fatores comportamentais. Porém, há
um percalço: Autores como Kakehashi et al., (2007) e Silva (2014) estudaram as
variáveis sociodemográficas (gênero, idade e habilitações literárias), situação de saúde
e comportamentos durante a exposição ao ruído no ambiente, entretanto,
contemplando quase sempre o paciente e não trabalhadores hospitalares de modo
geral.
Para lidar com determinada situação que altere o comportamento diante da
exposição ao ruído hospitalar (por exemplo: irritabilidade, stress, fadiga, diminuição
da capacidade de concentração), a OMS sugere que se aumente o acesso das pessoas
às informações e a sua capacidade de utilizá-las de forma efetiva (WHO, 2018).
Em situações nas quais provocadas por ruídos subliminares, estímulos com
uma intensidade ou tempo de duração tão fracos e rápidos que não somos capazes de
percebê-los ocupando a função de trabalhador hospitalar, pode ocorrer, segundo o
Instituto do Ambiente (2004), efeitos psicológicos comportamentais, como por
exemplo: irritabilidade, stress, fadiga, diminuição da capacidade de concentração,
provocados pela exposição prolongada ao ruído diretamente ligado ao estímulo, por
definição, segundo Ferreira (2010), consiste no(s) elemento(s) do ambiente físico
responsável(is) por provocar uma resposta no organismo (percepção), podendo ser
representado por algo que afete, pelo menos, um dos sentidos humanos, por exemplo:
imagens e sons.
Na investigação apreciativa realizada pelo Instituto do Ambiente (2004), a
sensibilidade ao ruído traduz-se pelo fato de os indivíduos relacionarem as fontes de
1
Entre estas, as relativas ao funcionamento dos diversos aparelhos do local e à conversação entre os profissionais que
por ali circulam: máquinas e pessoas cujos ruídos compõem a poluição sonora no ambiente hospitalar,
potencialmente capaz de afetar a saúde física e emocional de quem ali está, tornando-se causa do adoecimento do
indivíduo (KAKEHASHI et al., 2007).
22

ruído com o incómodo que estas causam. A sensibilidade ao ruído diz, assim, respeito
ao estado interno de qualquer indivíduo que aumenta o seu grau de reação ao ruído em
geral (JOB, 1999).
A sensibilidade pode ser vista como a variável independente e estar
relacionada diretamente com os resultados, como por exemplo o estado de saúde, ou
ser reconhecida como um fator que modifica ou que influencia os resultados obtidos
sobre a exposição ao ruído (SMITH, 2003).
Categoricamente, Matos (2019) explica que a qualidade sonora é uma das
características fundamentais para a Paisagem Sonora, pois envolve a percepção das
pessoas em relação ao ambiente em que estão inseridas, e é influenciada por vários
fatores, como:

Físicos e psicológicos – pois tudo o que se relaciona com os sons afeta


diretamente a saúde física e mental das pessoas, podendo proporcionar
experiências valorosas ou traumáticas; Sociais – dado que a forma como as
pessoas relacionam-se é consequência direta do ambiente em que estão, pois
este pode proporcionar a aproximação ou o isolamento, seja pela sua
composição física que proporciona o relacionamento entre os indivíduos, ou
através dos sons presentes que podem incentivar ou inibir o contato entre as
pessoas; Culturais – as manifestações culturais que ocorrem no ambiente
podem influenciar as interpretações das pessoas com relação ao local em que
estão, seja de maneira permanente (na forma de identidade) ou temporária (na
forma de memória); Arquitetônicas – a morfologia dos espaços tem forte
influência nos sons urbanos, seja pela sua forma ou materialidade, a
arquitetura pode refletir, absorver, ou modificar os sons ou a maneira como
chegam aos ouvidos das pessoas (MATOS, 2019, p. 17-18).

A tal ponto tornamos as coisas assim difíceis para nós mesmos que a poluição
sonora vem aumentando exponencialmente com o passar dos anos, com fontes sonoras
estáticas e simultâneas em ambientes abertos e fechados, caracterizando-se do ponto
de vista de Safatle et al., (2018, p. 9) como uma modalidade de sofrimento produzida
pela sociedade, sendo o evento sonoro social considerado adverso à saúde dos
trabalhadores, dada sua inconformidade com o ambiente de trabalho dispensado ao
tratamento do paciente.
Por outro lado, Fernandes e Michaoski (2015, p. 2), definem o evento sonoro
como um dos vários desafios ambientais e sociais que surgem na atualidade, incluindo
a lógica produtiva de sofrimento dos envolvidos, que cessaria com a utilização de
23

novas estruturas de governança de estratégias no processo de gestão das principais


causas de poluição sonora nas atividades hospitalares nos centros urbanos.
Nesse sentido, Freitas e Passos (2010) enfatizam que os riscos ocupacionais
gerados por esses fatores são específicos da área de atuação de cada profissional e
diretamente ligados ao exercício de suas funções. Segundo os autores, quando o
ambiente de trabalho não é planejado segundo as normas de saúde e segurança
preconizadas, o trabalhador fica exposto ao risco iminente de adquirir doenças
ocupacionais.
Do ponto de vista acústico, os elementos isolantes da poluição sonora são as
barreiras acústicas, que, segundo Croce e Torres (2019) atuam como um obstáculo
físico do ruído gerado pela tecnologia nas unidades hospitalares, contribuindo para
reduzir o ruído de propagação que chega ao receptor, tendo como principal objetivo
diminuir os impactos da poluição sonora prejudicial ao tratamento dispensado ao
paciente. As vantagens de tais barreiras é que elas podem ser construídas de forma
estratégica, por ocuparem pouco espaço e por terem uma longa vida útil.
Para Silva Júnior (2020), as barreiras acústicas em unidades hospitalares em
condições isolantes quase sempre estão próximas as fontes geradoras de ruídos, como
uma espécie de tecnologia que pode determinar a ocorrência de reverberação 2,
fenômenos ondulatórios que estão relacionados com a reflexão de ondas sonoras com
o intervalo de tempo mínimo (persistência sonora) 3 necessário para a percepção do
som refletido por um obstáculo qualquer.
Para Schlinz (2016, p.36) a evolução tecnológica nas UCI (Unidade de
Cuidado Intensivo) ou UTI (Unidades de Tratamento Intensivo) têm em sua estrutura
atual responsabilidades e empenho de habilidades específicas por parte da equipe
médica e de enfermagem, bem como o desenvolvimento sempre atualizado de
tecnologias geradoras ou não de ruídos voltadas para seu melhor desempenho que é
manter a vida, por meio do reestabelecimento da saúde.

2
Reverberação (R): Em acústica, define-se R como a persistência do som no ambiente. Ela é parametrizada pelo
Tempo de reverberação (TR): É o tempo de permanência do som no ambiente após cessada sua fonte (medidos em
segundos) (L. BERANEK, 1969).
3
A persistência sonora é o mínimo intervalo de tempo necessário para que o ouvido humano faça a distinção entre
sons emitidos por fontes sonoras diferentes (SILVA JÚNIOR, 2020).
24

Junto com o processo de expansão foi criada a primeira UTI no ano de 1926
em Boston pelo Dr. Walter Dandy. A enfermeira britânica Florence Nightingale
também merece destaque haja vista que foi a primeira a colocar em prática a ideia de
classificação e ambiente dos pacientes, sendo que os mais graves careciam de mais
atenção estando a equipe de enfermagem atento à eles (SCHLINZ, 2016).
Na década 70, as unidades de terapia intensiva foram implantadas no Brasil
através da rápida difusão e produção de equipamentos e fármacos, fortalecendo o setor
de saúde como um novo setor industrial (BARRA et al., 2009).
Conforme Resolução Nº 2.271, de 14 de fevereiro de 2020, publicada pelo
Conselho Federal de Medicina (2020, p.2), em seu artigo 5º, determina “que cabe ao
médico a responsabilidade ética e técnica quanto às decisões concernentes ao
diagnóstico e tratamento realizados nos pacientes internados nas UTI/UCI.” As UCI
também se classificam conforme o tipo de paciente, sendo: neonatal, pediátrico ou
adulto, uma outra classificação agregada é o nível de atenção ou complexidade. A UCI
é considerada parte do ambiente hospitalar, o qual é considerado o setor de suporte
vital de alta complexidade, incluindo monitorização por parte de vários equipamentos
e suporte avançados para proporcionar “a vida durante condições clínicas de gravidade
extrema e risco de morte por insuficiência orgânica. Essa assistência é prestada de
forma contínua, 24 horas por dia, por equipe multidisciplinar especializada”
(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2020).
Ao compreender a nova organização do trabalho hospitalar, Rouquayrol e
Gurgel (2018, p. 368) acreditam que o crescimento acelerado nas áreas tecnológicas
de engenharia e arquitetura acústica supostamente proporcionaria resultados
compensadores no que diz respeito ao desempenho das atividades. Isso porque,
segundo os autores, um ambiente de trabalho hospitalar livre de poluição sonora, com
condições isolantes tanto para trabalhadores quanto para os clientes externos
(pacientes, familiares, gestores, médicos e representantes), ambos os grupos dotados
de uma competência comportamental que lhes permita expressar conforto ou
desconforto com os fatos e eventos de vida estressorespo, derá influenciar os
trabalhadores da unidade a introduzir mudanças ambientais capazes de amenizar as
agressões sonoras a que todos estão submetidos.
25

1.2 A Problemática do Estudo

Para a sociobióloga norte-americana Costa (2012, p. 11), enquanto sociedade, o


fato de encontrarmos soluções rápidas e improvisadas para nossa comodidade e conforto
no interior dos locais de trabalho nos permitirá desenvolver a capacidade de resolver os
problemas mais desafiadores.
Costa (2012, p. 15) entende que a complexidade crescente dos problemas da
sociedade vem ultrapassando rapidamente a velocidade com que o cérebro humano é
capaz de desenvolver novas aptidões para encontrar soluções rápidas para os problemas,
por meio da reação instintiva aos sintomas referidos pelo trabalhador, em vez de buscar
soluções permanentes. Fato que motivou a investigação da relação existente entre a
exposição gerada por fontes distintas de ruídos com foco de interesse na produção
cientifica sobre tecnologias geradoras de ruído hospitalar ocupacional em ambientes
internos nas unidades de cuidados intensivos.
Segundo a autora, a ciência e a tecnologia atuais são muito mais avançadas que
povos antes da Revolução Industrial, porém ainda pensamos de forma semelhante a
eles. Vivemos então atualmente uma situação de impasse causada pela crescente
complexidade contemporânea, políticas, religiosas e tecnologia (COSTA, 2012).

Nossa vulnerabilidade às crenças torna-se maior à medida que nossa capacidade


de adquirir conhecimento perde a força. Ao depararmos com uma
complexidade que supera as capacidades físicas do cérebro, ficamos suscetíveis
a ideologias não comprovadas e começamos a nos submeter à perigosa
mentalidade “de rebanho” (COSTA, 2012, p.89).

Objeto de investigação presente nas mais diversas áreas de conhecimento,


desde à Engenharia, passando pela Arquitetura, e até mesmo pela Saúde, em
particular, a subárea mais afeita à Saúde Ocupacional e a Saúde do Trabalhador, o que
pode ser explicado pelo fato de que o conhecimento científico é composto por uma
variedade de áreas, disciplinas e subdisciplinas acadêmicas, o que torna complexa a
sua avaliação e entendimento, tornando-se um desafio para aqueles que militam na
área da cientometria.
26

Desselle et al., (2003, p. 23) destacam que para uma melhor compreensão das
diferentes áreas do conhecimento, elas foram divididas em paradigmáticas e pré-
paradigmáticas, de acordo com o nível de consenso acerca das teorias, métodos,
técnicas e problemas/objetos da área. É razoável admitir, em um primeiro momento,
que a Enfermagem está entre as áreas e disciplinas consideradas de baixo consenso
(pré-paradigmáticas), considerando seus métodos de ensino e pesquisa, efetividade
organizacional, capacidade de adquirir financiamento e a produtividade e
reconhecimento intersubjetivo de suas pesquisas, o que chama a atenção para a
importância de tal classificação.
Em que pese o fato de que, na literatura, possam existir divergências sobre a
definição dos termos “área” e “disciplina”, alguns autores, como por exemplo Desselle
(et al.,2003) consideram os termos como sinônimos, quando não, consideram as
“áreas” como mais abrangentes por englobarem as “disciplinas” e “subdisciplinas”.
Nesta tese, com vistas à padronização, a Enfermagem foi considerada como uma
disciplina.
A enfermagem, tal como as outras disciplinas, buscam incessantemente o seu
lugar de destaque profissional, acadêmico e científico. No plano da investigação, a
produção científica de qualquer disciplina, dentre seus objetivos, almeja que seus
produtos sejam o mais rapidamente publicado, em especial, na forma manuscritos e,
portanto, assim como as outras disciplinas científicas, também sofre com as
particularidades e dinâmicas que envolvem o processo de produção e disseminação do
conhecimento, o que demonstra para a Academia, a imperiosa necessidade de
proposições científicas capazes de detalhar os padrões e tendências de publicação
desta disciplina.
Dessa maneira, pesquisas bibliométricas e/ou cientométricas podem contribuir
com o terreno epistemológico da Enfermagem, tanto na elucidação das dinâmicas de
produção científica, quanto para determinar os fatores interferentes no
desenvolvimento desta disciplina. Destarte, o objeto desta proposição é a produção
científica sobre ruído ocupacional em unidade de cuidado intensivo.
Por este motivo, a OMS (WHO, 1986) nos últimos anos tem-se falado sobre a
ideia de que o silêncio precisa ser encarado como um direito do cidadão com um
ambiente de apoio que cuide da saúde. Em todos esses anos, o bem-estar da população
27

não deveria ser visto apenas exponencialmente e com pouca frequência nos projetos
de isolamento acústico tecnicamente perfeitos e carosserão necessários procedimentos
interdisciplinares que incluem acústica, física, psicologia e sociologia quando um
levantamento sobre a percepção de ambientes acústicos é realizado sob o aspecto de
conforto (SCHULTE-FORTKAMP, 2002).
Com isso, ao desenvolver um corpo profissional específico e organizado no
que diz respeito ao conhecimento técnico e que, além disso, expresse preocupação
com foco no conforto acústico, Schulte-Fortkamp (2002, p. 16) assevera que será
necessário combinar métodos com diferentes sensibilidades para medir a percepção
subjetiva de ruído que auxiliaram na preservação da saúde psíquica, tornando o
ambiente hospitalar acusticamente adequado e agradável ao indivíduo.
A sensação de bem-estar pode ser considerada uma atitude, neste caso
particular, aos sons indesejáveis no ambiente hospitalar. Mas, segundo Praun (2016),
para estudar o que está ocorrendo com o trabalhador nas unidades hospitalares, será
importante questionar se estaríamos diante de condições e situações de trabalho mais
adoecedoras que aquelas vivenciadas no período de predomínio do taylorismo-
fordismo, com os mais variados problemas e situações relacionados ao ruído
ocupacional, de espaços de degradação dos laços de solidariedade, de adoecimento
físico e mental, assim como de descarte dos trabalhadores adoecidos pelo trabalho.
Em instituições hospitalares existem vários públicos em situações de exposição
provocada pelo ruído de baixa intensidade sonora (ruído de fundo) produzidas por
fontes distintas nas unidades hospitalares: um conjunto de trabalhadores da saúde
propriamente dito que atuam em todas as unidades internas e externas do hospital
(enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, médicos, nutricionistas, técnicos de
enfermagem, técnicos de farmácia e laboratório), administrativos, trabalhadores das
áreas de carga/descarga e higiene/limpeza.
Entretanto, apoiado em Praun (2016), os eventos com processos para lidar com
o adoecimento mental no universo do trabalho são compreendidos como algo
relacionado à esfera individual e, portanto, fora do escopo de ações das entidades
representativas, voltadas essencialmente às questões coletivas, neste caso, sem
considerar a questão da reverberação provocadas pelo ruído hospitalar como um
indicador relativo à segurança do trabalho.
28

Para Margis et al., (2003, p. 66), a resposta ao estresse psicológico provocado


pelo ruído é resultado desta interação entre as características da pessoa e as demandas
do meio, ou seja, as discrepâncias entre o meio externo e interno e a percepção do
indivíduo quanto a sua capacidade de resposta para fortalecer o coletivo predisposto a
adoecer – que geraria o sofrimento no trabalho.
Neste sentido da subjetividade das implicações provocadas pelo ruído
hospitalar, Wang et al., (2011, p. 768) propõe que as empresas e as entidades
representativas precisam estar preparadas para oportunizarem aos sujeitos um estado
de saúde mental completo, que possibilite que o bem-estar subjetivo seja incluso no
sistema de avaliação da saúde mental de seus trabalhadores como um indicador
positivo em termos de prevenção, intervenção e recorrência de doenças.
A produção e busca por informações relevantes sobre produção cientifica de
tecnologias geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos nas UCI, por
profissionais que atuam nesta área, é parte crucial do trabalho de um bom profissional.
As publicações científicas na área de conhecimento da biociência em cuidados
intensivos tiveram sua quantidade aumentada significativamente nos últimos anos, nos
vários ramos de atuação, conforme constata-se no decorrer deste estudo.
Sabe-se que o que move a ciência são as perguntas. Desta forma, a questão
norteadora deste estudo é: como se caracteriza a produção cientifica sobre as
tecnologias geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos nas UCI na base
Scopus? As investigações foram além desta questão central, sendo necessários alguns
questionamentos complementares, como: Como está dispersa a produção científica
sobre este tema? Quais os principais autores, instituições e periódicos que mais
publicam sobre este assunto? Quais os núcleos de periódicos mais dedicados ao
assunto? É possível identificar a elite produtora da literatura publicada? Qual a
tendência das publicações? Existe rede de colaboração consolidada entre os autores,
instituições e países?
Empiricamente, apresenta-se as hipóteses desta pesquisa:
1 – A produção científica sobre o uso das tecnologias geradoras de ruído
ocupacional em ambientes internos nas UCI, disponível na base de dados Scopus,
demonstra a emergência do tema para área de saúde.
29

2 – Na base de dados Scopus é possível comportar o volume de produção


sobre aprendizado das tecnologias geradoras de ruído ocupacional em ambientes
internos nas UCI capaz de determinar um grupo de elite de autores que pesquisam
sobre o tema.
3 – Devido à emergência do tema não é possível identificar uma rede de
colaboração científica consolidada sobre o tema.
Como proposição de tese, tem-se que: A produção científica sobre as
tecnologias geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos nas UCI demonstra
a emergência do tema para área de Saúde e a sua aproximação com a área de
conhecimento da Biociência.

1.3 Objetivos

Tendo em vista a relevância do assunto e o elevado número de trabalhadores da


saúde e áreas afins expostos ao ruído ocupacional nas unidades hospitalares em todo o
mundo, o presente estudo tem como objetivo geral e objetivos específicos evidenciados
a seguir:

 Objetivo Geral:
Avaliar os padrões e tendências das produção científica relacionadas as
tecnologias geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos nas unidades de
cuidado intensivo adulto identificada no período de 1976 a 2022 na base de dados
Scopus.
Para o objetivo geral ser alcançado, objetivos específicos precisaram ser
definidos, os quais seguem:

 Objetivos Específicos:

a) Mapear os periódicos através da análise lexicográfica dos títulos de artigos


publicados relacionados ao ruído ocupacional em unidade de cuidado intensivo;
b) Determinar a dispersão de periódicos à luz da Teoria de Bradford;
30

c) Identificar as principais palavras utilizadas para descrever as publicações sobre


ruído ocupacional em unidade de cuidado intensivo adulto, à luz da teoria de
Zipf;
d) Mapear a rede de colaboração da produção científica sobre ruído ocupacional
em unidade de cuidado intensivo;
e) Verificar e identificar Grupo de Elite na produção de artigos sobre ruído
ocupacional em unidade de cuidado intensivo.

1.4 A Tese
Por se tratar de um tema de interesse interdisciplinar, a tese que se pretende
afirmar é de, além da dispersão de periódicos que publicam sobre este tema, não há um
grupo de elite de autores.
Corroborando com Hessen (2003) ao concordar que jamais um objeto será
conhecido em sua plenitude, esta pesquisa tem como diferencial a comunicação
científica de um assunto em que aplica técnicas de análises bibliométricas e
cientométrica, bem como no recorte temporal contemplado.

1.5 Justificativa da Pesquisa

Esta pesquisa justifica-se ao identificar parâmetros bibliométricos e


cientométricos sobre o sobre as tecnologias geradoras de ruído ocupacional em
ambientes internos nas UCI, no período de 1976 a 2022, contribuindo para uma visão
de análise da evolução temática e redes de estrutura conceitual, intelectual e social
envolvidas, bem como tendências de pesquisa e ferramentas que admitem explorar
outras dimensões desta área de conhecimento.
No campo do conhecimento da Bioacústica, Audição e Psico-acústica,
compreender a relevância da proposta de realizar um estudo cientométrico sobre a
produção científica do uso do aprendizado da acústica em ambientes hospitalares,
justifica-se uma vez que colabora com a identificação e análise da produção científica
disponível sobre o tema, contribui para o preenchimento de uma lacuna existente na
literatura sobre o assunto, cooperando para um direcionamento de pesquisas e
desenvolvimento de políticas na área.
31

Além de se ter um panorama sobre este campo de aplicação do conhecimento


na Biociência, o presente estudo justifica-se por constituir uma etapa preliminar a
procedimentos cuja finalidade é alavancar os indicadores relativos à segurança do
trabalho para reduzir as exposições ao ruído hospitalar ocupacional provocado pelas
tecnologias.
Disponibilizamos nesta tese, valores expressos na literatura que determinam a
potência sonora nas condições normatizadas atendidas pelos atuais procedimentos
hospitalares, os cálculos e as avaliações acústicas de pesquisas realizadas tanto nas
Américas, quanto em parte da Europa e Ásia.
Destacamos a importância de contabilizar os benefícios culturais do meio
ambiente para o bem-estar humano na tomada de decisões ambientais presentes no
interior dos hospitais.
Analisamos de forma cuidadosa por meio da base de dados Scopus (String de
busca) o cenário da terapia intensiva de hospitais, modificados completamente nos
últimos meses para atender à pandemia da Coronavirus Disease 2019 (Covid-19), com
artigos e periódicos relevantes traduzidos para vários idiomas que possuem um forte
portfólio de validade e confiabilidade.
Essas estratégias de utilizar os autores mais citados com os resultados das
buscas na base de dados com suporte do aplicativo Bibliometrix criado em 2018 visou
possibilitar interface das informações e compreender o que é proposto nesta tese com
os resultados das buscas para caracterizar a produção científica sobre as tecnologias
geradoras de ruído ocupacional em ambientes internos nas UCI, uma vez que a
informação gerada com os resultados das buscas, pode moderar o impacto das
adversidades ao longo da vida, além de reduzir o sofrimento no trabalho ao fortalecer
o coletivo que dará suporte para o trabalhador predisposto a adoecer por conta da
indeterminação da definição do ruído subjetivo.
Deste modo, espera-se contribuir e fortalecer a produção científica da Linha de
Pesquisa - Bases Moleculares, Celulares, Fisiológicas e Ambientais do Cuidado em
Saúde do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências, como também,
dos Laboratórios de Pesquisas: Laboratório de Avaliação Econômica e de Tecnologias
em Saúde (LAETS) e Enfermagem, Tecnologias, Saúde e Trabalho (PENSAT), da
32

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e colaborar no


fundamento de novas pesquisas e no estado da arte em relação à temática.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Ruídos Ambientais na Rotina Laboral Hospitalar

Neste item em consonância com a perspectiva dos campos da física, biologia,


psicologia e da neurociência, analisar-se-á o funcionamento das barreiras acústica no
ambiente hospitalar e a propagação sonora em campo livre desde a fonte até o ouvinte.
Em seguida, expõe-se sobre as métricas da informação científica, em especial a
bibliometria e cientometria elencando os seus conceitos, características, maneiras de
aplicação e avaliação que mais se adequam ao escopo do presente estudo. E por fim,
uma visão sobre o uso de ferramentas computacionais que auxiliam nos processos das
análises.
Os autores Kakehashi et al., (2007) e Costa et al., (2011) descrevem que os
níveis de ruídos podem ocasionar efeitos extra auditivos, causar distúrbios do sono,
fadiga, irritabilidade e prejudicar a concentração, podendo induzir à distração e ao
erro. Um ambiente nocivo afeta principalmente a cognição e poderá trazer
consequências graves a saúde, dada a exposição diária dos trabalhadores a este
ambiente hospitalar reconhecidamente insalubre (SÊCCO et al., 2002).
A cognição é uma função da inteligência. Em termos ilustrativos, essa é a
função que nos permite conectar ideias relacionadas a memória, raciocínio, juízo,
linguagem, percepção, conhecimento e compreensão, de modo que uma pessoa com
déficit cognitivo passa por obstáculos maiores para assimilar informações,
conhecimentos e etc. (FERREIRA, 2010).
Para Bistafa (2011, p. 4), o problema do ruído não vai desaparecer e só tende a
aumentar caso não sejam tomadas medidas eficazes por parte de todos os agentes
envolvidos. Para o autor, a tecnologia é em grande parte responsável pelo problema,
sendo ela própria que terá de propor soluções.
Para entender o funcionamento de uma barreira acústica como tecnologia
capaz de amenizar o problema do ruído, devemos inicialmente conectar as ideias a
33

respeito dos fenômenos associados à propagação sonora em campo livre desde a fonte
até o ouvinte. Segundo o Instituto do Ambiente (2004, p.6), propagação sonora é a
diferença ambiental instantânea relativa à pressão atmosférica a partir da qual o
ouvido humano é sensível.
Hannah (2006, p. 10) afirma que, além do conhecimento dos fenômenos
associados à propagação sonora em campo livre, a influência da presença de um
elemento físico (a barreira acústica / painel acústico) na trajetória das ondas sonoras
altera o comportamento destas, numa sucessão de valores de pressão que se alternam
ora acima, ora abaixo da pressão estática do ar.
Conforme a OMS (WHO, 2019), no caso de não haver barreiras acústicas, os
efeitos negativos mais significativos decorrentes da exposição ao ruído passam para
níveis superiores a 65 dB (decibéis). O ruído normalmente emitido em unidades
hospitalares varia entre os 25 dB e picos de 85 dB. Para a OMS, uma emissão de ruído
superior ao recomendado à saúde humana pela exposição permanente que levam a
existência de fenômeno de habituação ou de adaptação ao ruído, poderá provocar
reações psicológicas, fisiológicas e ao mesmo tempo patológicas causados pela
diminuição da resposta a um estímulo continuado.
Conciliar um ambiente de trabalho livre de fatores de riscos de natureza
ocupacional, com níveis aceitáveis de ruídos ambientais na rotina laboral hospitalar -
constitui-se para o Instituto do Meio Ambiente (2004), em um dos fatores mais
importantes que devem ser trabalhados nas empresas hospitalares com foco na
prevenção das doenças físicas auditivas, fisiológicas e psicológicas.
Essas relações entre as ações empresariais no ambiente laboral e o desempenho
dos trabalhadores dentro do processo de cuidar devem seguir no sentido de como
eliminar o ruído num ambiente coletivo onde há tecnologias diversas, como é o caso
de um hospital.
A implementação de medidas coletivas para reduzir a exposição dos
trabalhadores ao ruído em ambiente hospitalar depende da identificação das fontes
sonoras de ruídos ocupacionais que provocam sofrimento no trabalho. Por essa razão,
as autoridades competentes estabeleceram limites para a exposição de pessoas ao ruído
em ambientes de trabalho. Modelos instituídos de sucesso que ocorreu em nível
internacional com a International Organization for Standardization (ISO) (ISO 9612,
34

1997), tendo o Brasil sido incluído entre os países que aderiram a essa determinação
por meio da Norma Brasileira (NR 15, 1978), elaborada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).

2.2 Acústica e Som

A Acústica é a “ciência do som”. Ela trata de todos os aspectos da geração,


transmissão, recepção e percepção do som. A acústica como ciência do som pode ser
subdividida de diferentes formas. Uma possível divisão é aquela por áreas de
conhecimento, conforme mostra a figura 1 (conhecida como Lindsay’s Wheel of
Acoustics)4.

Figura 1: Lindsay’s Wheel of Acustics

4
Adaptado de Robert Bruce Lindsay “Acoustical News: Report to the National Science Foundation on Conference
on Education in Acoustics”, J. Acoust. Soc. Am. V. 36, p. 224 (1964).
35

Fonte: BISTAFA, Sylvio R. Acústica aplicada ao controle do ruído/ Sylvio R. Bistafa. Editora Edgard
Blucher. 3 ed. São Paulo, 2018.

Para Bistafa (2011, p. 2), o termo som tem conotação mais ampla, já que se
refere não somente ao fenômeno do ar responsável pela sensação da audição, mas
também a tudo aquilo que é governado por princípio físico análogo. Assim, segundo o
autor, perturbações em frequências muito baixas (infrassons) ou muito elevadas
(ultrassons), que não são ouvidas por uma pessoa normal, são também consideradas
como sons.
Em contrapartida, o Instituto do Ambiente (2004, p. 6), define o som como
“uma variação da pressão atmosférica que o ouvido humano pode detectar, seja no ar,
na água ou em qualquer outro meio de propagação”.
O som é ainda definido como uma percepção sensorial, dependendo do padrão
das ondas geradas, é reconhecido como música, discurso ou qualquer dos inúmeros
ruídos ambientais aos quais estamos continuamente expostos, sendo quatro as suas
características principais: intensidade ou pressão (medida em decibéis); duração;
características espectrais e timbre – corresponde à característica qualitativa do som 5.
O som é medido como um nível de pressão sonora cuja unidade é o decibel
(dB). Assim, de acordo com Lawson et al., (2010, p. 12), dentre as várias escalas de
nível de pressão sonora utiliza-se, frequentemente, a escala com ponderado A (dB (A))
como standard, uma vez que essa escala dá mais ênfase a frequências às quais o
ouvido humano é mais sensível —, que descreve a sensação com que efetivamente o
Ser Humano percebe determinado ruído dentro dos limites compatíveis com as
características fisiológicas do ouvido humano normal que varia em média de 20 a
20.000 Hz com uma certa variação de intensidade e de pressão mínima a percepção
(NEPOMUCENO, 1977).
Em suas visões, a escala de dB é uma relação logarítmica entre a pressão
sonora no ambiente e uma pressão sonora de referência, e, portanto, não é linear
(LAWSON et al., 2010). Essa escala varia entre 0 dB(A) e 120 dB (A), sendo este
último equivalente ao limiar de dor (RICHARDSON et al., 2009).
As leis de cálculo dos níveis de pressão sonora têm regras próprias — elas não
obedecem à aritmética simples por conta da elevada amplitude de resposta do ouvido.
5
Schulte-Fortkamp (2002); Lopes (2005); Pope (2010); Silva (2014); Pimentel, 2016.
36

Por exemplo, uma delas indica que a duplicação de uma fonte sonora da mesma
intensidade traduz-se num aumento de 3 dB (A), como exemplo, 60 dB (A) + 60 dB
(A) = 63 dB (A). Experiências desenvolvidas neste domínio mostram que o ser
humano interpreta um acréscimo de 10 dB (A) como se se tratasse, 60 dB (A) + 70 dB
(A) = 70 dB (A) — o ruído resultante do funcionamento das duas fontes terá um nível
de pressão sonora ponderado “A” igual ao do mais elevado dos dois ruídos. O ruído de
menor amplitude é, portanto, mascarado pelo de maior amplitude (INSTITUTO DO
AMBIENTE, 2004).
Segundo Lopes (2005, p. 22), o aumento da amplitude e explicado pela
intensidade sonora — que permite a um som ser percebido a maior ou menor distância
da fonte sonora, permitindo classificá-lo como forte ou fraco. É definida como a
potência (taxa de transferência de energia) por unidade de área. Assim, a autora
explica e exemplifica que pode-se medir a intensidade sonora em Watts por centímetro
quadrado de superfície.
O nível de pressão sonora, expresso em decibéis, tem a seguinte expressão
matemática: Nível (dB) = 10.log10 (I/I0) , onde I0 = 10-12 W/m2
Para Nepomuceno (1977); Richardson et al., (2009) e Lawson et al., (2010, p.
12), um som 10 vezes mais forte do que o outro apresenta 10 dB a mais na
intensidade. Um som 1.000 vezes mais intenso é 30 dB mais forte; um som 100 mil
vezes mais intenso é 50 dB mais forte, e assim por diante. Lopes (2005, p. 22) explica
que esta é uma unidade logarítmica e não deve-se somar decibéis.

Exemplo: 75 dB 7,5 = log (I/10-12) = I/10-12 I = 3,16.10-


5
W/m2 75dB + 75dB I = 3,16.10-5 + 3,16.10-5 = 7,32. 10-
5
10 log (7,32. 10-5 / 10-12) = 78,6 dB

Ao fazer um comparativo entre os níveis de pressão sonora correspondentes


com os níveis de ruído hospitalar recomendados pelos dados da United States
Environmental Protection Agency (USEPA) para as unidades hospitalares, temos:
- níveis de ruído hospitalar, durante o dia, um máximo de 45 dB (A);
- níveis de ruído hospitalar, durante a noite, um máximo de 35 dB (A).
37

Ao se fazer um comparativo entre os níveis de pressão sonora e os


recomendados pela OMS (WHO, 2018) e pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), NBR 10152/2019, que recomendam igualmente os valores 35 dB
(A) e 45 dB (A) como níveis de ruído aceitáveis para diferentes ambientes hospitalares
temos:
- níveis de ruído hospitalar interno, durante a dia, e, à noite, uma média de 30 a 40 dB
(A).
Ao se analisar os níveis de pressão sonora correspondentes aos recomendados
pela NBR nº 10.151 e 10.152 para os diversos ambientes hospitalares, temos:
- níveis de ruído hospitalar interno: apartamentos, enfermaria, berçário e centro
cirúrgico durante o dia e a noite – média de 35 a 45 dB(A);
- níveis de ruído hospitalar interno: laboratório e áreas para uso público, durante o dia e
a noite – média de 40 a 50 dB (A);
- níveis de ruído hospitalar interno: área de serviço, durante o dia e a noite, média de 45
a 55 dB (A).
O nível médio de pressão sonora nas Unidades de Cuidados Intensivos situa-se
entre 60 e 63 dB (Moore et al., 1996; Freedman et al., 2001, apud Li et al., 2011) com
picos sonoros entre 80 e 85 dB (Kahn et al., 1998; Meyer et al., 1994, apud Li et al.,
2011). O estudo de Akansel e Kaymakçi (2008) apresentou dados de nível médio de
pressão sonora nas Unidades de Cuidados Intensivos entre 60 e 65 dB(A) com picos
de 89 dB(A). Outro estudo realizado em uma Unidade de Cuidados Intensivos
Neonatal apresentou níveis médios de pressão sonora de 62.64 dB(A) com desvio
padrão de 68.93 dB(A) (CARVALHO et al., 2005).
Quando comparados o ambiente hospitalar e o industrial — em locais onde as
tarefas realizadas exijam atenção e esforço intelectual —, os níveis aceitáveis são até
maiores, porém não devem ultrapassar 65 dB (A), para garantir o conforto acústico
estabelecido pela NBR nº. 10152 na sua versão 2019. Neste ponto é importante dizer
que, para facilitar, todos os limites de níveis de pressão citados (Quadro 1).
Quadro 1 – Limite de níveis de pressão sonora em função dos tipos de áreas habitadas em ambiente
hospitalar e industrial.
RLAeq - Limites de níveis de pressão
sonora
Tipos de áreas habitadas hospitalares e industrial Período diurno Período noturno/PN
ou picos sonoros
Ambiente hospitalar de forma geral (USEPA) 45 35/PN
38

Ambientes hospitalares internos (OMS) 30-40 30-40/PN


Apartamentos, enfermarias, berçários e centros cirúrgicos 35-45 35-45/PN
(OMS)
Unidades de Cuidados Intensivos (Moore et al., 1996; 60-63 80-85 - picos
Freedman et al., 2001) sonoros
Unidades de Cuidados Intensivos (Akansel e Kaymakçi, 60-65 89 picos sonoros
2008)
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (Carvalho et al., 62-64 68.93
2005; Silva, 2014) picos sonoros
Laboratórios e áreas para uso do público 40-50 40-50/PN
Serviços em geral 45-55 45-55/PN
Comparação entre os ambientes hospitalar e industrial em 45-55 65 – picos sonoros
locais de estudo (hospitalar) (industrial)
Necessidade do uso de Equipamento de Proteção Auricular Não (hospitalar) 85/8 horas de
(EPA) exposição contínua
Sim (indústria)
Fonte: United States Environmental Protection Agenc – USEPA e pela OMS.

Nota1: Período/horários
Os limites de horário para o período diurno e noturno do Quadro1 podem ser definidos pelas autoridades
de acordo com os hábitos da população. Porém, o período noturno deve começar depois das 22h e não
deve terminar antes das 7h do dia seguinte. Se o dia seguinte for domingo ou feriado, o término do
período noturno não deve ser antes das 9h.

Nota2: Para a aplicação desta Norma, entende-se por área mista aquelas ocupadas por dois ou mais tipos
de uso, sejam eles residencial, comercial, de lazer, de turismo, industrial e outros.

RLAeq - Limites de níveis de pressão sonora; LAeq T– Nível de pressão sonora contínua equivalente
ponderada em A [dB].

Fonte: United States Environmental Protection Agenc – USEPA, Organização Mundial da Saúde – OMS
(WHO, 2018) e referências de autores consagrados.
Segundo Hinkle (2020, p. 1513) o som acima de 80 dB é percebido pelo
ouvido humano como sendo estridente e pode ser lesivo para o ouvido interno.
Nas medições ocorridas em atividades hospitalares comparadas a
atividades industriais observadas no Quadro 1, encontram-se níveis de ruído entre 30
dB e 65 dB durante grande parte do tempo nas atividades hospitalares, não
ultrapassando o nível de 80 dB lesivo ao ser humano explícito por Hinkle (2020, p.
1513).
Para trazer maior conforto e condições adequadas de atuação para um
trabalhador em seu ambiente laboral, Hinkle (2020) sugere estudos que ofereçam
parâmetros para avaliar problemas de aspectos superficialmente explorados e
historicamente conhecidos sobre ruído hospitalar.
Para Santos et al., (1994) apud Lopes (2005, p. 21), os termos som e ruído são
freqüentemente utilizados indiferenciadamente mas, geralmente, som é utilizado para
39

sensações prazerosas como música ou fala, ao passo que ruído é usado para descrever
um som indesejável como buzina, explosão, barulho de trânsito e máquinas.
A necessidade do uso de Equipamento de Proteção Auricular (EPA) dos tipos
protetores de inserção e protetores circum-auriculares (tipo concha) (Figura 2) pelos
trabalhadores é obrigatória quando estes exercem atividades ambientais com nível de
ruído superior ao estabelecido pela legislação própria de cada país. Nas empresas
brasileiras, assim como nas americanas, o limite de tolerância ao ruído foi estabelecido
em 85 dB (A) para um período de oito horas de exposição contínua ou intermitente
(PEIXOTO, 2010).

Figura 2: Abafador tipo inserção e abafadores tipo concha

Fonte: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria – CTISM


Nesse sentido, a Ordem de Serviço nº. 608 determinou às empresas implantar o
Programa de Conservação Auditiva (PCA) quando um nível elevado de pressão
sonora for comprovado.

2.3 O Ruído Propagado

O ruído pode ser conceituado como um fenômeno físico que, no caso da


acústica, indica uma mistura de sons cujas frequências não seguem uma regra precisa
(MASSERA, 2015). Para Bistafa (2011, p. 1), o som é um movimento ondulatório
mecânico enquanto a luz é um movimento de ondas eletromagnéticas.
Para alguns estudiosos como Seidman e Standring (2010, p.15) apud Massera
(2015), o fenômeno mecânico é definido como qualquer tipo de som, ruído indesejado
40

ou uma combinação de diferentes tipos e frequências de som com prováveis efeitos


adversos sobre a saúde.
O ruído é definido como qualquer som que cause perturbação subjetiva ou
irritação, sendo um estímulo desagradável para as pessoas (ERKAN, 2002;
AKANSEL; KAYMAKÇI, 2008).
Qualquer som indesejável ou sem qualidade musical, dependentes do nível de
intensidade, frequências de distribuição e padrões de ruído da fonte; níveis de ruído de
fundo; tipo de terreno entre o emissor e o receptor; da natureza do receptor, e atitude
do receptor sobre o emissor6.
Além disso, o som também é reconhecido como um poluente ambiental
causador de perturbações diversas em seres humanos, trazendo implicações para a
saúde física (efeito físico do som) e mental (efeito psicológico do som) de forma
crônica. Já para Massera (2015, p. 4), além dos aspectos citados, devem-se considerar
também os danos sociais causados pelo som.
No entanto, Pawlaczyk-Luszczniska et al., (2005, p. 12) explicam que nos
locais de trabalho a exposição ao ruído de alta intensidade (som de maior amplitude) e
baixa frequência (de menor amplitude) ocorre principalmente no setor de transporte,
na agricultura, na indústria da transformação e da construção civil, por conta das as
máquinas (motores, bombas, sistema de ventilação etc.) ou as instalações nestes
setores que, segundo Macedo et al., (2009, p. 844) são tão parecidas com as
numerosas fontes geradoras de ruído das tecnologias utilizadas nos hospitais — tais
como: aspiradores, monitores de parâmetros hemodinâmico, ventiladores mecânicos,
computadores, impressoras, saída de ar comprimido, entre outros equipamentos.
O ruído pode ser classificado em duas classes: contínuo ou por impulsos. O
ruído contínuo é aquele que se mantém a uma intensidade constante num determinado
intervalo de tempo, enquanto o ruído por impulsos é breve, intenso, esporádico ou
regular (SOMMARGREN, 1995; RICHARDSON et al., 2009; SILVA, 2014).
Outros aspectos relativos ao ruído é que num meio homogêneo e isótropo, a
intensidade sonora decai com o quadrado da distância existente entre o observador e a
fonte sonora; nesta condição, o som se propaga formando ondas concêntricas e
propaga-se continuamente até atingir um obstáculo (GARCIA, 2002).

6
(Hilton, 1985; Hodge & Thompson, 1990; Akansel & Kaymakçi, 2008; Pardal, (2013, p. 17).
41

Em solo absorvente, o ruído propaga-se com mais dificuldade, enquanto uma


superfície refletora facilita a propagação. Quando atinge um obstáculo, uma parte do
ruído é refletida e a restante absorvida, dissipando-se sob a forma de calor, sendo,
eventualmente, transmitida através do obstáculo, conforme a ilustração da Figura 3
(INSTITUTO DO AMBIENTE, 2004).
Figura 3: Reflexão, absorção e transmissão

Fonte: Instituto do Ambiente, Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. O RUÍDO
E A CIDADE, Lisboa, 2004.

Para delinear essa hipótese, Dal Pai (2010, p. 6) é categórico em dizer que,
independentemente do processo de comunicação que estiver sendo analisado, para
ocorrer a propagação do som há três elementos básicos em cada sistema de
comunicação que gera ruído: o transmissor, o canal e o receptor. Quanto à localização
desses elementos, o transmissor está localizado em um ponto do espaço; o receptor em
algum outro ponto do espaço, separado do transmissor, e o canal é o meio físico que
os liga, conforme ilustração da Figura 4.
Figura 4: Transmissor, canal e receptor
42

Propagação do som/Normalmente estudada em termos desses três componentes:

• Fonte sonora ou transmissor;


• Trajetória de transmissão ou canal;
• Receptor.
Como o som se propaga?
• Quando o som atinge um obstáculo, uma parte dele é refletida e outra
absorvida, dissipando-se sob a forma de calor; outra, ainda, é
transmitida através do obstáculo.

Nota1: Toda fonte geradora de ruído por um canal deve ser trabalhada para que as distorções que ocorrem
devido a imperfeições no canal não atinjam o usuário.
Fonte: Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo/FAUSP
A fonte sonora ou transmissora converte o sinal de mensagem produzido pela
fonte da informação em uma forma adequada à transmissão por um canal. Entretanto,
à medida que o sinal transmitido se propaga ao longo do canal, ele é distorcido devido
à imperfeição do canal. Com Dal Pai (2010, p. 10), um ponto importante que temos de
considerar é que a presença de ruído em um sistema de comunicação é inevitável.
Assim, o transmissor e o receptor devem ser projetados de forma a
minimizarem o efeito do ruído para melhorar a qualidade da recepção. Nas palavras do
autor, uma maneira quantitativa de contabilizarmos o efeito do ruído é medir a relação
sinal-ruído no sistema (de maneira preventiva) para não potencializar o ruído externo
no ambiente hospitalar, como ilustrado na Figura 5.
Figura 5: Figura ilustrativa de um sistema de comunicação _ efeito dos ruídos no sistema e no usuário da
informação
43

Fonte: Projeto de construção de um canal de comunicação (DAL PAI, 2010).

Nesse sentido, remete-se como exemplo o entendimento de Silva (2014, p. 35)


sobre a importância de se trabalhar o ambiente hospitalar para evitar a exposição de
trabalhadores da área de saúde e de doentes ao ruído patológico externo ao ambiente
de um canal de comunicação.
À medida que aprofundamos os conhecimentos sobre ruído propagado gerado
pela tecnologia nas unidades hospitalares, ratificamos que o trabalho por turnos em
ambientes hospitalares ruidosos têm gerado experiências com no trabalhador
semelhantes às dos doentes. Esse mesmo autor cita uma empresa de certificação
internacional, a Joint Comission (TJC), que menciona o ruído como um potencial fator
de risco relacionado a erros médicos e de enfermagem, afirmando que o ambiente
sonoro não pode exceder o nível que permite aos profissionais de saúde entenderem-se
reciprocamente.
Na verdade, quanto mais perto estiver o observador trabalhador de uma fonte
sonora, maior será a intensidade do som que ele captará, porque menor será a perda de
energia sonora por espalhamento (LOPES, 2005).

2.4 Efeitos do Ruído na Saúde Humana no Contexto Hospitalar

O grau de reação ao ruído hospitalar será maior quanto maior for o grau de
doença dos doentes hospitalizados ou quanto mais velhos estes forem (Lazarus 1968;
44

Cohen 1976 apud Akansel e Kaymakçi, 2008). Vários estudos demonstram que
doentes no período pós-operatório, enfermeiros de cuidados intensivos e funcionários
de laboratório, cuja sensibilidade geral ao ruído é maior do que a sensibilidade
comum, têm resultados de scores mais significativos de stress induzido pelo hospital
(BORBA, 2012; AKANSEL e KAYMAKÇI, 2008; SILVA, 2014).
Para Choiniere (2010, p. 10), a avaliação da sedação do paciente pode ser
influenciada pelo ruído ambiente excessivo. Não obstante, o ruído ambiente excessivo
está relacionado com a necessidade de aumento de sedação em pacientes internados
em Unidades de Cuidados Intensivos. Por exemplo, ao serem sedados com Propofol
(anestésico geral endovenoso) para intervenção cirúrgica em ambientes ruidosos, os
clientes necessitam de mais fármacos para atingir um nível de sedação adequado.
Carvalho (2005, p. 18) apud Macedo et al., (2009, p. 844) apresentam novas
provas e pesquisas que demonstram ser o eixo hipotálamo-hipofise-adrenal sensível a
níveis de pressão sonora de 65 dB (A), observando-se também nessa condição níveis
elevados de secreção de adrenalina, noradrenalina e corticosteroides, que elevam a
pressão arterial, e alteram o ritmo cardíaco e a vasoconstricção periférica.
A voz dos enfermeiros é frequentemente mencionada pelos pacientes
internados como o ruído mais perturbador, situação estressante na qual apresenta um
estado de humor negativo7. Portanto, o cuidado dos pacientes também produz ruído,
podendo ser específico de cada tratamento, tal como a monitorização endovenosa e
cardíaca. Os sons durante o sono influenciam a atividade cerebral cortical e a função
cardiovascular (BUXTON et al., 2012).
Não por outro motivo, num estudo realizado numa Unidade de Cuidados
Intensivos, 66% de enfermeiros relataram irritação, 66% fadiga, 40% cefaleias e
taquicardia, sintomas estes também relacionados ao ruído (OKCU et al., 2011). No
que tange à taquicardia, ela foi relacionada a eventos cardiovasculares, notoriamente
em indivíduos hipertensos, como ilustrado na Figura 6.
Figura 6: Efeitos nocivos do ruído no homem, matéria publicada na revista FOCUS 2/2009

7
Aitken (1982); Hilton (1985); Busch-Vishniac et al., (2005); Christensen (2005); Goines & Hagler (2007); Joseph
& Ulrich (2007); Pope (2010); Silva (2014).
45

Efeitos nocivos do ruído no homem


Dependendo do nível de pressão sonora.
 Efeitos negativos Tempo de exposição
do indivíduo:
- Físicos
- Fisiológicos
- Psicológicos
Perda auditiva, alterações da pressão
sanguínea, problemas cardiovasculares e
respiratórios, tensões musculares, distúrbios
do sono, estresse, depressão, irritabilidade,
fadiga, diminuição da capacidade de
concentração.

Fonte: Revista FOCUS 2/2009


Em acordo com Safatle et al., (2018, p. 9), o sofrimento patológico provocado
pelo ruído é um sofrimento socialmente compreendido como excessivo — e, por isso,
objeto de tratamento por modalidade de intervenção médica dado ser nocivo ao
homem e afetar muitas pessoas. Ilustrados conforme Babisch (2002), baseada na OMS
- WHO (1972), na Figura 7.
Figura 7: Efeitos nocivos do ruído no homem segundo a WHO, 1972

Fonte: BABISCH (2002), conforme a WHO (1972)


Segundo Macedo et al., (2009, p. 845), o desenvolvimento de equipamentos —
principalmente o daqueles próprios para cuidados intensivos — deve levar em conta a
necessidade de redução de ruídos, durante a compra, instalação e uso de
equipamentos, pois mudanças tardias podem levar a maiores custos.
Em estudos realizados em um hospital de Jundiaí, Estado de São Paulo,
Macedo et al., (2009, p. 846) comprovam que os níveis de ruídos não ultrapassam 85
46

dB (A), com isso demonstrando não haver risco ocupacional para as equipes de saúde
nos ambientes pesquisados. Em contrapartida, foram encontrados níveis de pressão
sonora acima do recomendado pela ABNT e pela USEPA, o que aponta para um
problema importante no aspecto da morbidade do paciente internado.
O Quadro 2 apresenta a medição efetuada por Silva (2014, p. 25) que tange ao
nível médio de pressão sonora produzida por alguns equipamentos hospitalares. Com
o intuito de obter um valor médio do nível de pressão sonora das fontes de ruído de
cada Unidade.
Quadro 2 - Medição do nível médio de pressão sonora de alguns equipamentos
Tipos de fontes Nível médio de
Equipamentos
pressão sonora
Bomba infusora 54 dB
Fontes Clínicas de Ruído Seringa perfusora 54 dB
Monitor Sinais Vitais 53 dB
Monitor/Desfibrilador 57 dB
Aspirador de secreções 63 dB
Computador 32 dB
Saídas de ar/rampa de Oxigênio 63 dB
Fontes Hoteleiras de Ruído Deslocação de carrinho de comida 75 dB
Deslocação de carrinho de material 75 dB
Fontes Comunicacionais de Ruído 41dB (volume min.)
Telemóveis 69 dB (volume
máx.)
Telefone serviço 58 dB
Admissão de doente no Serviço 69 dB
Fontes Estruturais de Ruído Ar-Condicionado 58 dB
Fonte: SILVA (2014)
O Quadro 3 apresenta as medições efetuadas por unidade hospitalar. E, para
efetuar este cálculo, Silva (2014, p. 56) conseguiu listar o nível médio de pressão de
cada unidades hospitalar: Unidades de Cuidados Cirúrgicos Intermédios – UCCI,
Cuidados Intensivos Coronários – UCIC e Cuidados Pós-Anestésicos – UCPA.
Quadro 3 - Cálculo do nível médio de pressão sonora de cada Unidade hospitalar
Fontes de ruído Unidade UCPA (dB) UCIC (dB) UCCI (dB)
Ltm Fontes Clínicas 58,7 58,7 58,7
Ltm Fontes Hoteleiras 75,0 73,9 73,9
Ltm Fontes Comunicacionais 71,4 72,0 71,4
Ltm Fontes Estruturais 58,0 58,0 58,0
Ltm FONTES DE RUÍDO 70,7 70,2 70,0
Lts GLOBAL DA UNIDADE 76,7 76,2 76,0
Fonte: SILVA (2014)
Legenda: Ltm refere-se ao valor médio de pressão sonora ao qual um doente está sujeito nas respectivas
Unidades de internamento; Lts refere-se ao somatório médio da intensidade sonora (equivalente a pico) a
que o doente está sujeito, quando as fontes de ruído emitem som em simultâneo nas Unidades de
Cuidados Cirúrgicos Intermédios – UCCI, Cuidados Intensivos Coronários – UCIC, Cuidados Pós-
Anestésicos – UCPA.
47

Para esses autores, o ruído gerado por estas fontes hospitalares estão se
intensificando em razão de ter havido um importante aumento do número de
equipamentos com alarmes acústicos utilizados, o que se somou ao ruído de fundo
criado pela atuação e conversação da equipe de profissionais.
De acordo com Hinkle (2020, p. 1516), o volume absoluto de barulho que nos
circunda diariamente aumentou desde um simples incômodo para uma fonte
potencialmente perigosa de comprometimento físico e psicológico.
A experiência de Bistafa (2011, p. 1) tem mostrado que a tecnologia é em
grande parte responsável pelo problema, sendo ela própria que terá de propor soluções
para o enfrentamento que demanda controle significativo do ruído –, e chama a
atenção de todos os agentes envolvidos: cidadãos, comunidades, poder Executivo,
Legislativo e Judiciário, em todos os níveis, entidades e órgãos governamentais,
institutos de pesquisas, universidades e empresas para a obtenção de um meio
ambiente mais silencioso no futuro.

2.5 Barreiras e Painéis Acústicos para Sons que podem tornar-se Incomodativos no
Ambiente Hospitalar

Nos Estados Unidos da América tornou-se uma prioridade multidisciplinar


melhorar a acústica no ambiente de cuidados de saúde de forma a proteger o padrão de
sono e a aumentar os outcomes/resultado (Buxton et al., 2012). Entretanto, o ruído
não é passível de ser totalmente atenuado, pois existe a possibilidade de ele chegar a
um receptor de forma indireta devido ao fenômeno de difração nas superfícies
existentes (INSTITUTO DO AMBIENTE, 2004 apud SILVA, 2014).
Para Croce e Torres (2019, p. 1), as barreiras acústicas são consideradas
medidas defensivas ao ruído aplicadas após o surgimento de problemas relacionados
ao ruído ambiental. Trata-se de soluções de engenharia capazes de solucionar
problemas sociais, comumente aplicadas em casos nos quais haja comunidades
expostas a ruídos acima dos limites normatizados, provenientes de fontes diversas.
Não obstante sua eficácia comprovada como sistema de isolamento que
permite a atenuação dos ruídos desde a fonte até a vizinhança, as barreiras acústicas
48

são um recurso ainda pouco explorado no Brasil. Em contrapartida, a autora afirma


que o sistema de barreiras acústicas é comum em países europeus.
A seguir, apresentamos graficamente a propagação sonora em ambientes
internos e externos sem influências de reflexões sonoras, conforme ilustrada na Figura
8.
Figura 8: Propagação sonora em ambientes internos e externos, próxima à superfície do solo.

Fonte: HANNAH (2006)

Para Hannah (2006, p. 3), quando um elemento físico — como a barreira


acústica — é instalado entre uma fonte sonora e seu respectivo ouvinte, o
comportamento das ondas sonoras é alterado: parte da energia sonora emitida é
refletida, parte é difratada nas extremidades da barreira e outra parte é transmitida
através da barreira. A presença de uma barreira acústica resulta em regiões de sombra
acústica — ou seja, de regiões resguardadas do ruído, onde os níveis sonoros são
bastante reduzidos. Esses conceitos básicos são ilustrados na Figura 9.
Figura 9: Conceitos básicos do isolamento acústico de barreiras

Fonte: HANNAH (2006)


Para o Instituto do Ambiente (2004), uma barreira acústica eficaz deve
encobrir cerca de 80 a 90% da fonte sonora cujo ruído se pretende atenuar. Na prática
hospitalar, deve estender-se para cada um dos lados do receptor/receptores a proteger.
49

Por exemplo, uma barreira que “esconda” a fonte sonora somente em um ângulo de
90º oferece uma redução dos níveis de pressão sonora de apenas 3 dB (A).

2.6 Dimensionamento de Barreiras Acústicas

Conforme Pais (2010, p. 10) a redução do ruído provocado pela barreira


acústica resulta dos fenómenos de reflexão, absorção, transmissão e difração, que
ocorrem entre o emissor e o receptor do ruído. Ao atingir a barreira, parte da energia
sonora é refletida novamente em direção à fonte, outra parte é absorvida pela barreira
e outra é transmitida ao receptor através dela. Pode também existir difração do som,
pelo topo ou pelas laterais da barreira, como ilustrado na Figura 10.
Figura 10: Esquema da propagação do som na presença da barreira acústica

Fonte: AFESP – Associação Portuguesa de Sinalização: Tipologia de Barreiras Acústicas: prós e contras
- PAIS (2010)

Devem-se considerar nas unidades hospitalares, por exemplo, a influência da


reflexão sonora nos objetos e mobiliários próximos à barreira ou mesmo as
propriedades de absorção e difração de elementos. Estes casos estão ilustrados na
figuras 11 a seguir.

Figura 11: Reflexão na edificação atrás da barreira


50

Fonte: HANNAH (2006)

Barreiras acústicas podem, ainda, ser elementos naturais compostos pela


própria topografia interna ou externa do local, conforme ilustrado na Figura 12.
Figura 12: Aspectos geométricos de uma barreira natural

Fonte: HANNAH (2006)

Com relação aos materiais utilizados no dimensionamento de barreiras em


unidades hospitalares, são levadas em consideração variáveis diversas — de aspectos
objetivos (estabilidade estrutural, grau de absorção acústica, grau de isolamento
acústico, peso, custo) até aspectos subjetivos tais como a integração visual com o
entorno.
Para Hannah (2006), alguns dos tipos mais comuns de barreiras e painéis
usados também em unidades hospitalares são os painéis metálicos, os painéis em
acrílico e aqueles em concreto.
As falhas na execução e na manutenção das barreiras acústicas no interior e
exterior das unidades hospitalares podem resultar na perda da eficiência desses
sistemas. Segundo Crocker (2007), alguns de seus problemas mais difíceis encontra-se
a perfeita estanqueidade das barreiras acústicas, essencial para que se atinjam os níveis
de isolamento sonoro desejados, não devendo existir frestas, desconexões e aberturas
que prejudiquem o desempenho do sistema.
Apesar do efeito aparentemente benéfico na saúde, as barreiras acústicas nem
sempre são bem aceitas pelo público. Certos da melhoria da qualidade de vida, é
51

sempre apontado o impacto visual, como o maior efeito negativo das barreiras. Para
Crocker (2007), no envolvente de uma barreira acústica, consideram que a presença da
barreira restringe o seu campo de visão, provoca sensação de encarceramento, de
perda de luz natural e impede a circulação do ar.

2.7 Condicionamento Acústico de Hospitais

O condicionamento acústico é responsável pelo controle das reflexões sonoras


dentro de uma sala ou ambiente tornando-o mais audível e confortável acusticamente.
Dentre os vários critérios que permitem avaliar a qualidade do som, o tempo de
reverberação (TR) é primordial para atenuar o ruído em qualquer ambiente a ser
estudado. Por definição, este TR corresponde ao tempo de permanência do som no
ambiente _ nível de pressão sonora de determinado ambiente seja reduzido em 60 dB
da intensidade do som reverberante, a partir do momento em que a fonte de excitação
for cessada ou desligada (medidos em segundos) - (Figura 13) (BERANEK, 1969).
Figura 13: Tempo de permanência do som no ambiente

Fonte: Nível de pressão sonora reduzido em 60 dB da intensidade do som reverberante, a partir do


momento em que a fonte de excitação for cessada ou desligada (BERANEK, 1969)

Muitas pesquisas na área de acústica de salas de concerto que diminuíram o


risco de erros de projeto acústicos estão sendo usadas em projetos hospitalares e
alguns atributos subjetivos apoiados em Beranek (2004) são considerados essenciais
para a qualidade acústica de uma sala. São eles: (a) vivacidade; (b) calor; (c) brilho;
(d) clareza; (e) intimidade; (f) audibilidade; (g) impressão espacial; e (h)
52

envolvimento. Esses atributos subjetivos, segundo Takahashi e Bertoli (2012), estão


relacionados com parâmetros acústicos objetivos.
Fundamentado no conceito de Beranek (1968), a percepção sonora em uma
sala dependerá da intensidade e da relação temporal entre o som direto e o som
indireto refletido pelas paredes da sala. O autor ao considerar que uma diferença de
tempo entre o som direto e o indireto menor que 0,5 s. será acusticamente favorável.
Neste caso, as reflexões não incomodam para o entendimento da voz falada pois as
reflexões aumentam a intensidade do som que chega ao ouvido.
No caso da música, estas reflexões favorecem a mistura (amalgama) dos sons
contribuindo para o colorido musical. Quando o som é refletido de forma reiterativa
ocorre a reverberação (R). Ocorre R quando o intervalo de tempo da chegada de sons
no ouvido humano é inferior a 0,1 s. Em acústica, define-se R como a persistência do
som no ambiente. A sensação percebida é o prolongamento do som emitido (SILVA
JÚNIOR, 2020).
Para Silva Júnior (2020), o TR é uma das características acústicas mais
importantes e mais utilizadas na qualificação de um ambiente. Seu valor pode
favorecer ou prejudicar consideravelmente a atividade realizada no ambiente, pois a
reverberação interfere na inteligibilidade da fala ou na qualidade musical. Para alguns
ambientes como: hospital, escritório por exemplo, o seu controle pode significar a
diminuição dos níveis de ruídos. Para outros ambientes como: aeroportos e auditórios,
diz respeito ao entendimento da palavra falada. Em sala de música ou concerto, o
controle do TR pode proporcionar a boa qualidade acústica do ambiente.
Segundo Beranek (2004), a qualidade acústica das salas de concerto por
exemplo, depende de vários fatores, como tamanho, materiais absorventes, refletores e
difusores, irregularidades das paredes e do teto, balcões, quantidade de pessoas
presentes, controle do ruído e, principalmente, geometria e volumetria. Por isso,
Takahashi e Bertoli (2012) concordam que é importante que conceitos de arquitetura e
de acústica formem um único corpo, de forma que a arquitetura possa contribuir para
que a qualidade acústica desses espaços não prejudique quem utilize o espaço
hospitalar.
Para Passeri (2008), deve-se avaliar a qualidade acústica dos espaços com
parametros objetivos da qualidade sonora de salas, definidos como índices numéricos
53

mensuráveis que estão correlacionados com os atributos subjetivos, como é o caso da


_
persistência sonora o mínimo intervalo de tempo necessário para que o ouvido
humano faça a distinção entre sons emitidos por fontes sonoras diferentes que podem
descrever as qualidades acústicas de ambientes, reais ou virtuais.
Caso as ondas sonoras produzidas por fontes distintas atinjam o aparelho
auditivo humano em um tempo inferior à persistência sonora, os sons não serão
interpretados como de fontes diferentes, mas, sim, como se fossem de uma única
fonte. A persistência sonora para o ouvido humano corresponde a 0,1 s. (SILVA
JÚNIOR, 2020).

2.8 Ruído Hospitalar

A principal consequência da poluição acústica para o homem é a perda


gradativa da audição. Além disso, o excesso de ruído pode causar outros danos às
pessoas, como no caso de dificuldades na comunicação, que, segundo Concha-
Barretos et al., (2004, p. 16) podem, por sua vez, gerar incômodo, exaustão física,
fadiga, ansiedade, irritabilidade, perturbação do sono, insônia, problemas
cardiovasculares, estresse, diminuição da autoestima, isolamento social e perda de
produtividade, e assim prejudicar o desempenho das atividades da vida diária,
resultando em custos para o indivíduo, a família, empresas e a sociedade.
Estudos mostram que o ruído hospitalar pode causar efeitos psicológicos e
fisiológicos, além de danos à audição citados pelo autor do paragráfo anterior,
pautados muitas das vezes por uma compreensão organizacionista e convencionista
das patologias, não afetam não só ao paciente como também aos profissionais que
exercem suas atividades nesse ambiente, expondo-se por tempo prolongado a vários
níveis de pressão sonora (POSSO, 1980; BARCELÓ et al., 1986; GARRIDO;
MORITZ, 1999; VEIT, 1999; EUGENE; LIU; TAN, 2000; GOMES; FUMAGALLI;
GUERRA, 2000; LOPES, 2005; SAFATLE et al., 2018).
Segundo Filus et al., (2014, p. 307) para reduzir as alterações das funções
físicas e mentais, auditivas ou não, induzidas por esse agente físico que provoca o
ruído hospitalar, recomenda-se valorizar o treinamento da equipe — com boas práticas
no trabalho — e a necessidade de gestão e manutenção de equipamentos hospitalares.
54

O Fato é que, segundo o Instituto do Ambiente (2004), sob determinadas


condições ambientais, a presença contínua do ruído consegue afetar em muitos
aspectos a saúde dos trabalhadores, podendo criar situações de perda de vigilância e
alterações psicológicas de comportamento (por exemplo: irritabilidade, stress, fadiga,
diminuição da capacidade de concentração).
Para o Instituto do Ambiente (2004), por conta do fenômeno de habituação ou
de adaptação ao ruído, o trabalhador não perceber a evolução de sua doença — da
doença relacionada ao trabalho —, estes fenômenos ocorrem, no entanto, à custa de
alterações fisiológicas e psicológicas de cada indivíduo, que acarreta uma perda de
eficiência no seu rendimento laboral.
Sustentando-se nas propostas do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) nº 01 e 02, de 16 de agosto de 1990, a Resolução CONAMA nº 1/90
estabelece critérios, padrões, diretrizes e normas reguladoras que determina que na
execução da política do ordenamento do território e urbanismo deve ser assegurada a
qualidade do ambiente sonoro.

Resolução CONAMA nº 2/90: Estabelece normas, métodos e ações para


controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-estar da
população trabalhadora, associadas à vulnerabilidade de adquirirem doenças
em locais insalubres, propõe um ambiente hospitalar com níveis aceitáveis de
ruídos com diversos olhares e análises de diversas dimensões da saúde do
trabalhador pela promoção da qualidade global que abrange ações sistemáticas
na preservação do homem, do ambiente, da comunidade e da empresa.

O texto estabelece que as medições e índices de som produzidos não poderão


ultrapassar os níveis estabelecidos pela Norma Brasileira (NBR) nº. 10.151 e 10.152
versão 2019: Acústica – da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT).
Assim, a Resolução fixa os níveis de ruídos compatíveis com o conforto acústico em
áreas hospitalares, visando ao conforto da comunidade, especifica um método para a
medição de ruído e a aplicação de correções nos níveis medidos. Esta norma leva em
conta vários fatores: condições e locais, características especiais de ruídos,
interferências audíveis e horário escolhido para medição.
Para Cavalcante et al., (2013, p. 1364), as normas brasileiras estabelecem
para todas as empresas como pontos obrigatórios o monitoramento do ruído
ocupacional e da condição auditiva dos trabalhadores, assim como a oferta de
55

garantias para a proteção do trabalhador. No entanto, segundo os mesmos autores, a


aplicação das normas é frágil e pouco se sabe sobre a distribuição de exposição ao
ruído no País.
Evidencia-se, ainda, segundo Cavalcante et al., (2013, p. 1364), que a
produtividade e a competitividade forçam as empresas a superar o paradigma
tecnológico, obrigando-as a buscar novas tecnologias e incremento nas atividades.
Pode-se afirmar com legitimidade que os autores são categóricos ao afirmarem que
conciliar espaços de trabalhos que garantam menos riscos aos trabalhadores das zonas
sensíveis dos ambientes hospitalares no seu exercício técnico gerará a satisfação dos
pacientes, confiabilidade e bem-estar a todos.
Tal qual nas industrias, o trabalhador hospitalar também sofre com a escassez
de dados sobre condições de trabalho, exposição ao ruído e proteção auditiva, o que
limita os esforços em se fazer com que a saúde auditiva seja incluída entre as
prioridades da saúde pública no Brasil. Para Bambra (2011, p. 750), a escassez de
dados explica a existência da lei que garante o uso do EPA, visto que os dados de
exposição ao ruído ocupacional são escassos e se torna uma barreira tanto para o
planejamento da atenção à saúde quanto para efetivar medidas de promoção, o que
agrava as iniquidades em saúde.
Para Praun (2014, p. 6), quanto mais frágeis forem a legislação protetora do
trabalho e a organização sindical na localidade, maior será o grau de precarização das
condições de trabalho, independentemente do grau de “modernização” das linhas de
produção ou dos ambientes de trabalho como um todo.
Segundo Hinkle (2020, p. 1513), o nível crítico de sonoridade é de
aproximadamente 30 dB. O amassar de papéis em um ambiente tranquilo tem cerca de
15 dB; uma conversação baixa, 40 dB; e um avião a jato a 30 m de distância, cerca de
150 dB.

2.9 Variáveis de situação de saúde / comportamentais (cognição) associados aos


ruídos no ambiente hospitalar

Segundo Oliveira e Silva (2019, p. 8), o trabalho em saúde, talvez seja um dos
mais difíceis de ser realizado, e isso em razão de que os trabalhadores lidam
56

diretamente com o sofrimento humano, sofrem com a sobrecarga de trabalho e com


fluxos e processos que podem ser penosos de suportar.
Segundo as mesmas autoras, a pressão para lidar com a vida humana pode
impactar na saúde, na qualidade de vida e até mesmo na capacidade cognitiva. Para
Ferreira (2010), a cognição refere-se às condições oferecidas para a obtenção de
conhecimento. Já a capacidade cognitiva é a capacidade individual de interpretar os
estímulos do ambiente.
Nesse aspecto, os trabalhadores da área de saúde expostos ao ruído hospitalar
podem estar enfrentando processos de adoecimento sistêmicos associados a atividades
cognitivas básicas (percepção, atenção, memória) e suas limitações cognitivas, que
podem ou não estar relacionadas a processos superiores (linguagem, inteligência,
tomada de decisão, raciocínio, etc.).8
Segundo Rouquayrol e Gurgel (2018, p. 15), o ambiente físico que envolve o
ser humano moderno relaciona o aparecimento de doenças cuja incidência tornou-se
crescente a partir da urbanização e industrialização. Muitas vezes o ser humano adoece
devido ao ruído — uma causa nem sempre diagnosticada —, daí a importância de
avaliar os possíveis fatores associados à exposição à ruídos, tais como: fatores
relacionados aos hábitos de vida, doenças cardiovasculares e alterações mentais
associados a fatores do ambiente físico, alterações fisiológicas e psicológicas de cada
indivíduo.
Neste caso, resultando na excelência da qualidade da assistência prestada ao
trabalhador, segundo dados de (2017), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) —, contribuiu significativamente para reduzir esta carga global de doenças
ocupacionais com a identificação de cada área do ambiente hospitalar — nesse caso,
divididos em zonas crítica, semicríticas e não críticas —, bem como no que tange a
formas de avaliar o controle dos ruídos, a umidade relativa e a contaminação com
outros fatores de risco comuns a todas as instituições hospitalares.

8
As principais capacidades cognitivas são: atenção/foco, percepção, memória e linguagem, além de capacidades
responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas (raciocínio, lógica, estratégias, tomada de decisões e resolução
de problemas) (HINKLE, 2020).
57

2.9.1 Afecções casualmente relacionadas à exposição prolongada ao ruído com


efeitos físicos, fisiológicos e psicológicos (determinadas e codificadas segundo o
CID – 10)9

Os efeitos do ruído na saúde humana, segundo o Instituto do Ambiente (2004),


podem agrupar-se em Efeitos físicos, fisiológicos e psicológicos. Para Cottrell (1983),
o ruído é um dos elementos contaminantes ao meio ambiente, assim como as
infecções.

2.9.1.1 Principal afecção casualmente relacionadas à exposição prolongada ao


ruído com efeitos físicos

Ocorre o Efeito físico quando se observam alterações nas propriedades físicas


do sistema auditivo (perdas auditivas). Lopes (2005, p. 31), sustentando-se em
Nepomuceno (1994); Berne et al., (2004), nessa vertente parece sustentar que o
principal efeito físico ocorre no sistema auditivo.
As perdas auditivas podem ser temporárias ou permanentes. Estas últimas,
segundo Hinkle (2020, p. 1516), resultam da exposição ambiental provocada pelo
ruído a níveis sonoros elevados ao longo de vários anos e verificam-se principalmente
em trabalhadores do ramo industrial.

1. Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR)

A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é uma doença ocupacional de


alta prevalência nos países industrializados e resulta da exposição prolongada ao
ruído. Hinkle (2020, p. 1516) explica que não existe medicamentos que protejam
contra perda auditiva pelo ruído.
A PAIR caracteriza-se por diminuição gradual da acuidade auditiva, o que
geralmente ocorre num período de seis a dez anos de exposição a elevados níveis de
pressão sonora, sendo sempre neurossensorial e irreversível, com início nas altas
frequências audiométricas. Particularmente conhecida como Perda Auditiva Induzida
9
Afecções no ouvido interno levam o trabalhador a usar estratégias cognitivas e comportamentais para lidar com as
exigências internas e externas da relação entre o indivíduo e o ambiente (HINKLE, 2020).
58

por Ruído Ocupacional (PAIRO)10, segundo Kakehashi et al., (2007, p. 404), ela é
reconhecida como um dos agravos à saúde do trabalhador mais prevalentes nas
indústrias brasileiras (CID 10 – H 83.3).
Portanto, nas diferentes classes de trabalhadores brasileiros, as estimativas da
prevalência da doença são efetuadas basicamente por meio de alguns estudos
epidemiológicos. Para DOBIE, R. A. (2008, p. 562) 11, a exposição ao ruído e o
envelhecimento são considerados as principais causas da perda auditiva em adultos.
Todavia, apenas o ruído é passível de intervenção.

2.9.1.2 Afecções casualmente relacionadas à exposição prolongada ao ruído com


efeitos fisiológicos

Para o Instituto do Ambiente (2004), ocorre o Efeito fisiológico quando se


observam alterações na atividade do corpo humano (por exemplo: alterações da
pressão sanguínea, do ritmo cardíaco e respiratório, e tensões musculares).

2.9.1.3 Afecções casualmente relacionadas à exposição prolongada ao ruído com


efeitos psicológicos

Para o Instituto do Ambiente (2004), ocorre os Efeitos psicológicos quando se


observam alterações no comportamento (por exemplo: irritabilidade, stress, fadiga,
diminuição da capacidade de concentração) provocado pela exposição prolongada ao
ruído.
Foram efetuados vários estudos que revelaram a existência de fenómenos de
habituação ou de adaptação12 provocado pela exposição prolongada ao ruído pelo Ser
Humano. Estes fenómenos ocorrem as custas dos ruídos que nos circunda diariamente,
no entanto, à custa de alterações fisiológicas e psicológicas de cada indivíduo.
Além de danos à audição relatados pelo Instituto do Ambiente (2004) no
âmbito hospitalar, a consequência do fenómenos de habituação ou de adaptação afeta

10
Maschke, C.; Rupp, T.; Hecht, K. (2000), Standley, J. M. (2002).

11
Meira, T. C.; Ferrite, S.; Cavalcante, F; Corrêa, M. J. M. (2012).
12
Diminuição da resposta a um estímulo continuado (INSTITUTO DO AMBIENTE, 2004).
59

não só ao paciente como também os trabalhadores que exercem suas atividades nesse
ambiente, expondo-se por tempo prolongado a vários níveis de pressão sonora
(POSSO, 1980; BARCELÓ et al., 1986; GARRIDO; MORITZ, 1999; VEIT, 1999;
EUGENE; LIU; TAN, 2000; GOMES; FUMAGALLI; GUERRA, 2000; LOPES,
2005).
Segundo Hinkle (2020, p. 1516), a exposição ao ruído é inerente a muitas
profissões e o comprometimento auditivo do trabalhador pode deflagrar alterações na
personalidade e atitude, na capacidade de se comunicar, na consciência do ambiente e,
até mesmo, na capacidade de se proteger, afetando, dessa maneira, a qualidade de vida
da pessoa.
Hinkle (2020, p. 1516) concorda que os trabalhadores não tem consciência de
seus comprometimentos auditivos graduais e com frequência a avaliação do dano não
é realizada pela pessoa portadora da perda auditiva induzida pelo ruído ou qualquer
dano provocado pelo ruído, mas pelas pessoas com as quais ele se comunica que
reconhecem primeiramente o comportamento.
Nessas circunstâncias, segundo Hinkle (2020, p. 1516), o trabalhador pode
ficar irritado com muita facilidade, fadigado, deprimido, desinteressado pelo
cotidiano, inseguro, indeciso e até mesmo provocar isolamento social.
Para Belojevic et al., (2003 p. 30), o desempenho perceptivo ou motor envolve
principalmente a atividade muscular ou de resposta sensorial, enquanto a atividade
mental ou de desempenho cognitivo se baseia na atividade intelectual.
Na realização da tarefa cognitiva, existe uma enorme quantidade de
informações detectadas pelos órgãos dos sentidos, sendo algumas partes são
identificadas, selecionadas e organizadas através de processos de percepção e atenção.
A transformação desses sinais pelo nosso cérebro, e consequente análise pela nossa
memória permite, em trabalhos de exigência mais elevada, selecionar e executar a
resposta mais adequada. Em todas as fases existem, individualmente, determinadas
limitações de capacidade que podem conduzir à perturbação por alguns fatores
intrínsecos ao processamento. BELOJEVIC et al., (2003) apud PINTO (2012).
Conforme visto, o uso do aprendizado de todos os aspectos da geração,
transmissão, recepção e percepção do som em acústica é uma realidade, sendo
necessário conhecer sobre como está a produção científica sobre este assunto. Para
60

isto, é essencial conhecer os conceitos que envolvem a bibliometria e a cientometria


de forma a melhor compreender o que é proposto nesta tese.

2.9.2 MÉTRICAS DA INFORMAÇÃO CIENTÍFICA

Para Ferreira (2018) o crescimento e desenvolvimento da ciência está


relacionada à evolução das ferramentas que possibilitam a efetivação de observações e
verificações. O advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a
disponibilidade das bases de dados eletrônicos de informação científica evoluíram
juntamente com o desenvolvimento e popularização dos computadores, a necessidade
de avaliar a ciência e a criação de softwares que possibilitam a realização de análises,
bem como a análise de redes de colaboração científica, possibilitaram o
estabelecimento de indicadores e de mapas de relacionamento entre autores,
instituições, dentre outras variáveis que sejam do interesse das pesquisas (HAYASHI,
2013).
Verifica-se que com o advento do uso de computadores, a indexação da
produção científica que antes era realizada em papel e regionalizada passou a ser
possível e mais acessível através de bases de dados disponível na rede mundial de
computadores, facilitando assim a sua divulgação. Neste sentido, observou-se que a
produção científica teve aumento exponencial (GINGRAS, 2016).
Os estudos métricos da informação contribuíram significativamente para a
evolução da avaliação da produção científica. Os estudos métricos compreendem a
relação de estudos ligados à avaliação da informação, em especial da ciência, nos
diversos suportes, fundamentados em recursos quantitativos como artifícios de análise.
Tem seu fundamento no campo da Ciência da Informação, da Sociologia da Ciência,
Matemática, Estatística e Computação (GINGRAS, 2016).
Quando estes estudos são aplicados para o aumento do conhecimento nas áreas
temáticas por meio da proposição de conceitos e indicadores concernentes a área
pesquisada são considerados estudos de natureza teórico-conceitual. Também podem
ser aplicados de maneira metodológica, com a proposição de dar ratificação às
pesquisas teóricas da área na qual serão aplicadas (OLIVEIRA; GRACIO, 2018). A
61

Figura 14 apresenta uma visão linear da evolução dos estudos da informação,


apontando que o primeiro estudo aplicando a Bibliometria teve registro em 1917.

Figura 14: Linha do tempo dos estudos métricos da informação

Fonte: Gabriel Junior (2014, p.31)

Para Vanti (2002), avaliar a produtividade da ciência tem como benefícios,


dentre outros, o estabelecimento de políticas para o ensino e pesquisa, bem como o
diagnóstico de grupos, instituições, áreas de conhecimento, pesquisadores, países,
advertindo que há o questionamento de como fazer tal medição. Para isto, existem
técnicas quantitativas de medição, e que são subdivididas em Bibliometria,
Cienciometria, Informetria e Webometria. O (Quadro 4) apresenta de maneira simples
e objetiva o esclarecimento de pontos chaves que identificam cada um destes
subcampos. Devido à popularização da internet, bem como a evolução e utilização
desta, novos termos voltados para os estudos métricos da informação surgiram
recentemente como a Altmetria e Webmetria, sendo considerados subcampos da
Cibermetria (SANTOS; ALBUQUERQUE, 2017).
Quadro 4: Comparação das aplicações dos distintos métodos quantitativos
Tipologia/
Bibliometria Cientometria Informetria Webometria
Subcampo

Objeto de Livros, documentos, Sítios na WWW,


estudo revistas, artigos, Disciplinas, assuntos, Palavras, documentos, (URL, título, tipo,
autores, usuários áreas, campos banco de dados, domínio, tamanho
científicos e comunicações informais e links) motores de
tecnológicos, patentes, (inclusive em âmbito não busca
62

científico) e home page na


dissertações e teses
WWW

Número de páginas por


Número de Fatores que Difere da cientometria no
sítio, número de links
empréstimos diferenciam propósito das variáveis,
por sítio, número
Variáveis (circulação) e de as subdisciplinas. por exemplo, medir a
de links que remetem a
citações, frequência Como os cientistas se recuperação, relevância, a
um mesmo sítio,
de extensão de frases comunicam revocação
número de sítios
recuperados

Modelo vetor espaço,


Análise de conjunto de modelos booleanos de
Fator de Impacto
correspondência, co- recuperação, modelos
Ranking, frequência, da Web, densidade
Métodos ocorrência de termos, probabilísticos;
distribuição dos links, “citações”,
expressões, palavras- linguagem de
estratégias de busca
chave, etc. processamento,
abordagens baseadas
conhecimento, tesauros

Avaliar o sucesso de
determinados sítios,
Identificar domínios de
Melhorar a eficiência da detectar a presença de
interesse. Onde os
recuperação da países, instituições,
Alocar recursos, assuntos estão
informação, identificar pesquisadores na rede e
Objetivos pessoas, tempo, concentrados.
estruturas e relações melhorar a eficiência
dinheiro Compreender como e
dentro dos diversos dos motores de busca
quanto os cientistas se
sistemas de informação na recuperação das
comunicam
informações

Fonte: Adaptado por Vanti (2002, p. 160)

Considerando o foco e os objetivos propostos, aborda-se somente os


conceitos e características das técnicas de Bibliometria e Cientometria.

2.9.3 Bibliometria e Cientometria

A produção científica deve ser transformada em informação acessível,


divulgada e compartilhada com a comunidade, sendo a expressão de uma pessoa ou
um grupo de pessoas que pesquisam sobre determinado assunto (MACIAS-
CHAPULA, 1998). Neste sentido, a avaliação de tais publicações tem se destacado
como forma de se verificar o conhecimento. De acordo com Gingras (2016) como
resultado do fortalecimento das políticas científicas, a Bibliometria como área de
pesquisa acadêmica teve seu impulso no decorrer da década de 70.
63

Para Gingras (2016, p. 17) a Bibliometria é “método de pesquisa que consiste


em utilizar as publicações científicas e suas citações como indicadores da produção
científica e de seus usos”, à qual é “essencial para se cartografar de forma global o
estado das pesquisas num dado momento e num dado lugar e, assim, ultrapassar as
percepções locais e anedóticas”, possibilitando a identificação de “tendências em
diversas escalas: regional, nacional e mundial, que de outro modo seria impossível
fazer emergir” (GINGRAS, 2016, p.123).
Na visão de Macias-Chapula (1998, p. 134) a Bibliometria “é o estudo dos
aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada.”
Para Spinak (1998, p. 142, tradução nossa) a Bibliometria pode ser melhor definida da
seguinte maneira:
- Aplicação de análises estatísticas para estudar as características de uso e criação de
documentos.
- Estudo quantitativo da produção de documentos como é refletido nas bibliografias.
- Aplicação de métodos matemáticos e estatísticas para o estudo da utilização que é feita
dos livros e outros meios de comunicação social dentro e entre os sistemas de
bibliotecas.
- Estudo quantitativo das unidades físicas publicados ou unidades bibliográficas, ou
seus substitutos.
A análise bibliométrica pode ser aplicada para diversas finalidades, dentre elas:
Mapear a literatura de uma área de conhecimento; Modelar matematicamente aspectos
dinâmicos da literatura científica; Identificar áreas de excelência, associações
temáticas, interdisciplinaridade, redes de colaboração científica, temas emergentes e
lacunas na produção do conhecimento científico; Produzir indicadores bibliométricos
(HAYASHI, 2013).
A aplicação da Bibliometria permite avaliar documentos em diversas escalas,
como autores, instituições, países. Em termos de conteúdo é permitido também sua
aplicação em uma disciplina e uma especialidade ao documento, sendo possível ter
“uma ideia do desenvolvimento relativo de diversos campos de pesquisa entre
instituições e os países e ajudam ainda a compreender diversos aspectos da estrutura e
da dinâmica das ciências” (GINGRAS, 2016, p. 48).
64

A análise bibliométrica da produção científica apresenta como vantagens a


visão de sua evolução temporal, na escala de país ou de instituição, e por meio da
utilização de palavras-chave é possível visualizar tendências de aumento ou
diminuição que contemplam certas áreas do conhecimento. “De fato, ninguém poderia
ter uma visão global da pesquisa sem esses dados bibliométricos que fornecem
indicadores indispensáveis para acompanhar o desenvolvimento da pesquisa”
(GINGRAS, 2016, p. 49).
Gingras (2016, p. 23) afirma que os termos Bibliometria e Cientometria
“tornaram-se rapidamente intercambiáveis” haja vista que “o uso de dados
bibliométricos no estudo da dinâmica das ciências passou a ser rotineiro”,
apresentando áreas de aplicação em comum como a política científica, sociologia das
ciências, história das ciências, avaliação da pesquisa, economia das ciências e a
biblioteconomia e ciência da informação. Gingras (2016, p. 23) esclareceu a
Cientometria da Bibliometria:
Cientometria trata da medida quantitativa do conjunto de atividades científicas,
válida para todas as disciplinas indistintamente. Seus dados incluem os montantes
investidos na pesquisa-desenvolvimento, a formação profissional de ciência e a
produção de artigos e certificados. A Bibliometria é um subconjunto da cientometria e
limita-se à análise das publicações e de suas propriedades.
Em 1950, o historiador da ciência que deu mais coerência à Cientometria foi
Dereck de Solla Price, o qual propôs considerar a ciência ao objetivar analisar um
conjunto dos cientistas ou de suas publicações, no lugar de concentrar-se em um
particular, criando assim a “Ciência das Ciências”, o qual tem como essência o
fundamento sobre a análise quantitativa de seu desenvolvimento, utilizando a
indexação de citações para fazer o uso de maneira sociológica e não apenas como
forma bibliográfica (GINGRAS, 2016). Para Macias-Chapula, (1998, p. 134) a
Cientometria é:
O estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina ou atividade
econômica. A cienciometria é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no
desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades
científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria.
65

A Cienciometria aplica técnicas de análise bibliométrica voltadas para a


ciência (física, natural, sociais), indo além ao analisar a evolução e as políticas de
ciência, realizando comparações entre as políticas de pesquisa, bem como entre os
países, analisando seus aspectos econômicos, tendo como itens de interesse: o
aumento quantitativo da ciência, o desenvolvimento das disciplinas e sub - disciplinas,
a relação entre ciência e tecnologia, a obsolescência dos paradigmas cientistas, a
estrutura de comunicação entre cientistas, produtividade e criatividade pesquisadores,
as relações entre o desenvolvimento científico e o crescimento econômico (SPINAK,
1998).
De acordo com Pelegrini Filho et al., (1997) citado por Darosi e Anderle
(2014, p. 5), a Cientometria refere-se “a área que trata da análise de aspectos
quantitativos referentes à geração, propagação e utilização de informações científicas,
com o fim de contribuir para o melhor entendimento do mecanismo de pesquisa
científica como uma atividade social”.
De acordo com Santos (2004, p. 35), a Cientometria caracteriza-se como um
reducionismo bibliométrico, fundamentando-se como base para a “Ciência da
Ciência”, sendo “a razão para este fato a relação direta com os desafios
socioeconômicos da era moderna, caracterizada essencialmente, pela reconhecida e
certificada importância que a ciência assume junto à sociedade.” Price (1969) citado
por Santos (2004, p. 28) definiu a Cientometria como “as pesquisas quantitativas de
todas as coisas que dizem respeito à ciência e, aos quais podem ser atribuídos
números”.
Para Tague-Sutckiffe (1992) citado por Vanti (2002, p. 154), a Cientometria:
Estuda, por meio de indicadores quantitativos, uma determinada disciplina da ciência.
Estes indicadores quantitativos são utilizados dentro de uma área do conhecimento, por
exemplo, mediante análise de publicações, com aplicação no desenvolvimento de
políticas científicas. Tenta medir os incrementos de produção e produtividade de uma
disciplina, de um grupo de pesquisadores de uma área, a fim de delinear o crescimento
de determinado ramo do conhecimento.
Destaca-se que seriedade e necessidade de estimativa, ressaltam a importância
das análises bibliométricas e cientométricas, tendo em vista que há várias
possibilidades de suas aplicações. Spinak (1998, p. 143) especificou as aplicações:
66

Identificar as tendências e o crescimento do conhecimento nas diferentes disciplinas;


Estimar a cobertura das revistas secundárias; Identificar os utilizadores das diferentes
disciplinas; Identificar autores e tendências em diferentes disciplinas; Medir a
utilidade da disseminação de serviços seletivos de informação; Previsão das
tendências de publicação; Identificar os principais periódicos de cada disciplina;
Formular políticas de compras ajustadas ao orçamento; Adaptar a política de descarte
de publicações; Estudar a dispersão e a obsolescência da ciência da literatura; Normas
de projeto para padronização; Desenho de processos de indexação, classificação e
preparação de sumarização automática; Prever a produtividade de editores, autores
individuais, organizações, países, etc.
Quoniam (1992) citado por Santos (2004) visando não submergir o
fundamento da informação, e objetivando garantir a cobertura de maneira ampla e
completa é necessário ter uma quantidade de considerável de dados e/ou informação
de determinado assunto analisado neste processo de produção dos indicadores.
2.9.4 Indicadores Bibliométricos e Cientométricos

A possibilidade de que a produção científica pode ser resgatada, pesquisada e


medida a partir de sua literatura ampara o arcabouço teórico para o aproveitamento de
métodos que objetivam a criação de indicadores de produção e de desempenho
científico, e com o uso da Bibliometria e da Cientometria é plausível levantar
indicadores propostos para medir a produção científica de indivíduos, áreas de
conhecimento e países. Avaliados com base nos estudos métricos da informação, os
indicadores tornaram-se amplamente usados para avaliação de pesquisadores e áreas
de conhecimento (SILVA; HAYASHI; HAYASHI, 2011; GREGOLIN et al., 2005).
Os indicadores podem ser classificados em: Indicadores de produção que
visam medir a quantidade e impacto das publicações científicas, (em geral empregas
as Leis Clássicas da Bibliometria), como por exemplo: autores mais relevantes e
produtivos, periódicos mais importantes da área, artigos mais citados, frequência de
palavras-chaves, etc. Indicadores de citação que medem a quantidade e impacto das
citações.
E indicadores de ligação baseiam-se nas citações, mas baseado no aspecto das
relações entre a publicação científica, como a análise de citação (relação entre
67

documentos citados e citantes), análise de cocitação (é a verificação da quantidade de


referências em comum citadas juntas baseado em documentos anteriores, para
identificar as aproximações teóricas, conceituais e metodológicas sobre determinado
assunto), acoplamento bibliográfico (junta documentos que citam o mesmo
documento, como referências e/ou atores em comum), análise de coautoria (SPINAK,
1998; MACIAS-CHAPULA, 1998; GREGOLIN et al., 2005).
As pesquisas podem ser efetivadas em nível micro, meso ou macro, podendo
medir e analisar: indivíduos, instituições, países, periódicos individuais, grupos
temáticos, uma disciplina inteira, área do conhecimento (SPINAK, 1998; VINKLER,
2010). Os indicadores bibliométricos de produção direcionam para determinados
comportamentos baseados em leis bibliométricas, as quais são descritas a seguir.

2.9.4.1 Leis de Lotka Bradford, Zipf, Elitismo


Como forma de realizar as medições em análises bibliométricas três leis
clássicas se sobressaem, sendo elas: a lei de medir a produtividade de cientistas de
Lotka (1926), a lei de dispersão do conhecimento científico de Bradford (1934) e o
modelo de distribuição e frequência de palavras em um texto de Zipf (1949). Tais leis
seguem uma padronização em sua distribuição, seguindo a máxima “poucos com
muito e muito com poucos” (GUEDES, 2012).
A Lei de Lotka foi proposta em 1926, nos Estados Unidos, pelo matemático
Alfred J. Lotka por meio de um estudo que abordou sobre a distribuição de
frequências de produtividade científica sobre Chemical Abstracts no período
compreendido entre 1909 e 1916, Lotka encontrou que uma grande proporção das
publicações científicas sobre o assunto da pesquisa é produzida por um pequeno
número de autores, e um grande número de pequenos produtores se iguala, em
produção, ao reduzido número de grandes produtores, e considerando tal afirmação
definiu a fórmula da lei dos quadrados inversos: yx = α/p2xa , onde yx é a frequência
de autores publicando número x de trabalhos e a é um valor constante para cada
campo científico (ARAÚJO, 2006; URBIZAGASTEGUI, 2008).
Em outras palavras esta lei “considera que alguns pesquisadores, supostamente
de maior prestígio em uma determinada área do conhecimento, produzem muito e
muitos pesquisadores, supostamente de menor prestígio, produzem pouco” (GUEDES;
68

BORSCHIVER, 2005). Ao longo dos anos esta lei tem sido aplicada em várias áreas
do conhecimento até os dias atuais.
Em 1934, o químico e bibliotecário britânico Samuel C. Bradford, definiu a
Lei de Bradford, também conhecida como Lei da Dispersão da Produção Científica, e
tem como objeto o conjunto de periódicos. Ele investigou no recorte temporal de 1931
a 1933, na área da Geofísica, que analisando a coleção de periódicos de um
determinado assunto é possível identificar 03 zonas, cada uma contendo 1/3 do total
de artigos, sendo a zona 1, com poucos artigos produtivos, a zona 2 contém um
número maior de artigos menos produtivos e a zona 3 inclui ainda mais periódicos, e
com menos artigos produtivos que a zona anterior.
De acordo com (ARAÚJO, 2006, p.14), Bradford ao formular a lei visava
“descobrir a extensão na qual artigos de um assunto científico específico apareciam
em periódicos destinados a outros assuntos, estudando a distribuição dos artigos em
termos de variáveis de proximidade ou de afastamento.” De acordo com (ARAÚJO,
2006, p.15), o enunciado da Lei de Bradford consolida-se assim:
Se dispormos periódicos em ordem decrescente de produtividade de artigos
sobre um determinado tema, pode-se distinguir um núcleo de periódicos mais
particularmente devotados ao tema e vários grupos ou zonas que incluem o mesmo
número de artigos que o núcleo, sempre que o número de periódicos existentes no
núcleo e nas zonas sucessivas seja de ordem de n1: n 2: n 3... .
Assim, os periódicos devem ser listados com o número de artigos de cada um,
em ordem decrescente, com soma parcial. O total de artigos deve ser somado e
dividido por três; o grupo que tiver mais artigos, até o total de 1/3 dos artigos, é o
“core” daquele assunto. O segundo e o terceiro grupo são as extensões. A razão do
número de periódicos em qualquer zona pelo número de periódicos na zona
precedente é chamada “multiplicador de Bradford” (Bm): à medida que o número de
zonas for aumentando, o Bm diminuirá.
Neste sentido, a Lei de Bradford possibilita indicar que os primeiros artigos
publicados acerca de um determinado assunto irão ser submetidos a uma pequena
seleção serão aceitos por periódicos específicos do assunto. Essas fontes escolhidas
logo no começo de determinado assunto consequentemente atrairão mais artigos. No
entanto, em paralelo outros periódicos publicam também, logo “se o assunto continua
69

a se desenvolver, emerge eventualmente um núcleo de periódicos mais produtivos, no


que se refere à edição de artigos sobre o assunto” (GUEDES, 2012, p.82).
A Lei de Zipf, proposta em 1949 por Ulisses de James Joyce, considera a
ocorrência de palavras, isto é, “descreve a relação entre palavras num determinado
texto suficientemente grande e a ordem de série destas palavras (contagem de palavras
em largas amostragens)” (ARAÚJO, 2006, p.16), concluindo que há um pequeno
número de palavras que são mencionadas de maneira recorrente. Considerando a
equação: r x f = k, onde r é a posição da palavra, f é a sua frequência e k é a constante,
tem que a posição de uma palavra na lista multiplicada por sua frequência é igual a
uma constante (GUEDES; BORSCHIVER, 2005), (GUEDES, 2012). No contexto
desta lei há o princípio do menor esforço: há uma contenção na utilização de palavras,
e “se a tendência é usar o mínimo significa que elas não vão se dispersar, pelo
contrário, uma mesma palavra vai ser usada muitas vezes, as palavras mais usadas
indicam o assunto do documento” (ARAÚJO, 2006, p.17).
A Lei do Elitismo foi criada por Dereck de Solla Price e visa medir o tamanho
da elite de determinada população de autores, tendo como unidade de análise as
citações. Seu enunciado é “o número de membros da elite corresponde à raiz quadrada
do número total de autores, e a metade do total da produção é considerado o critério
para se saber se a elite é produtiva ou não” (ARAÚJO, 2006, p.14), tendo como
fórmula: Toda população de tamanho N tem uma elite efetiva tamanho √N (GUEDES;
BORSCHIVER, 2005).

2.9.4.2 Citações e redes científicas

A formação e construção do conhecimento é um processo considerado social


por meio do qual são estabelecidas relações e relacionamentos entre os atores
envolvidos (MERTON, 1968; BOURDIEU, 2004; SILVA, 2002). A composição
social das redes segue uma lógica que auxiliam em sua estruturação, sendo que “redes
constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de
redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos
produtivos e de experiência, poder e cultura” (CASTELLS, 1999, p. 565). As
70

pesquisas são resultantes dos trabalhos em equipe, bem como em menções a outros
estudos em que está envolvido do assunto.
As citações em documentos são consideradas ferramentas cartográficas que
contribuem para a formação da estrutura conceitual das disciplinas e das
especialidades científicas, além de possibilitar uma apresentação do seu crescimento,
por meio da utilização de indicadores quantitativos de desenvolvimento temporal,
utilizando métodos quantitativos, como o acoplamento bibliográfico e as citações de
documentos (GINGRAS, 2016).
Para Oliveira (2018, p. 58), a citação é um indicador o qual: Permite a
identificação de grupos de cientistas e suas publicações, com a finalidade de
evidenciar os pesquisadores de maior impacto de uma área, apontando seus
paradigmas, procedimentos metodológicos pertinentes e os pesquisadores de
vanguarda que constroem o novo conhecimento na área.
De acordo com Romancini (2010, p. 20), “a rede constituída por citações
possui certa arquitetura, capaz de revelar alguns padrões e características de um
grupo”. A cocitação é a frequência com que dois outros documentos citados estão
juntos em determinado documento.
Para Oliveira (2018, p. 59), “a força da cocitação entre dois autores citados
pode ser facilmente determinada a partir do número de vezes que os autores foram
citados juntos”. Vanz e Caregnato (2003, p. 252) citando Garfield (1979) esclarece
que a “análise de citações não tem como princípio medir o número de vezes em que
um determinado autor está certo ou errado, mas sim, medir o nível de contribuição de
um pesquisador ou de uma instituição à ciência.”
A cocitação liga documentos, autores ou periódicos segundo a combinação
como os escritores os usam, sendo um princípio de agrupamento executado várias
vezes por pesquisadores que citam publicações que consideram fundamentais para o
estudo (ZUPIC; CATER, 2015).
Grácio (2016, p. 84) esclarece que o acoplamento bibliográfico visa “medir a
relação entre dois artigos com base no número de referências em comum citadas pelos
dois artigos.” Já a análise de cocitação tem por objetivo mensurar “a relação entre dois
artigos com base no número de publicações em que estes aparecem citados
71

concomitantemente.” Na Figura 15, tem-se o esquema gráfico de modo a melhor


visualizar o enunciado e fazer a distinção entre acoplamento bibliográfico e cocitação.

Figura 15: Visão do esquema de documentos cocitados (lado esquerdo) e de documentos acoplados (lado
direito)

Fonte: Mattos e Dias (2010, p.5) adaptado de Garfield (2001)

Admite-se que o acoplamento bibliográfico e a análise de cocitação podem ser


considerados métodos que se complementam, os quais “quando utilizados de forma
conjunta, permitem uma visualização mais ampla, real e precisa da dinâmica da
estrutura intelectual, social e cognitiva” (GRÁCIO, 2016, p. 96).
Com o surgimento dos aparatos tecnológicos que se tem nos dias atuais é
possível localizar praticamente todas as citações dos autores em seus documentos
originais, e com isto realizar análises pertinentes aos estudos que envolvem assuntos
específicos. Além de analisar o aspecto quantitativo das produções, as técnicas de
análise permitem analisar as relações entre os envolvidos no processo de produção
científica, indicando os possíveis relacionamentos entre pesquisadores, instituições
diferentes, de países, entre outros. Neste sentido, por meio da utilização de gráficos é
recomendável a representação gráfica das redes de colaboração científicas, através dos
métodos de análise de redes (GINGRAS, 2016).
Para compreender a análise de redes sociais, alguns conceitos consolidados por
Silva (2018, p.18-19) são de importante destaque:
a) Atores - O nó (ou ator) é uma entidade social, que pode ser um único indivíduo, uma
corporação, ou um conjunto de unidades sociais, varia de acordo com o que se propõe a
72

analisar. Ou seja, ele permite vários níveis de agregação, o que viabiliza uma adaptação
ao problema estudado.
b) Vínculo relacional - estabelece a relação entre pares de nós.
c) Díade (dyad) - um par de atores e suas ligações.
d) Tríade (triad) - é um subgrafo constituído de três de atores e suas ligações.
e) Subgrupo - é um subconjunto de atores e suas possíveis ligações.
f) Grupo - é o conjunto de todos os atores em que as ligações serão mensuradas.
g) Relação - conjunto de laços relacionais entre membros de um grupo.
h) Grafos - é forma de visualização de dados, que é composto pela relação entre nós e
arestas, no caso, as arestas são as linhas que ligam um nó a outro.
As redes sociais também possuem algumas características descritas por
medidas ou indicadores, que permitem sua compreensão de mais fácil maneira. Neste
sentido, apresenta-se as principais características das redes conforme (MARTELETO;
TOMAÉL, 2005, p. 91-92):
a) Coesão social: Pressupõe uma rede densa com a presença de ligações fortes entre um
grupo de atores.
b) Densidade da rede: Mede a quantidade de ligações em uma rede, quanto maior o
número de ligações entre os atores, mais densa é considerada a rede. É uma das medidas
mais amplas da estrutura de rede social, porque explicita o número de ligações
existentes quando a rede é mapeada. Uma rede densa tem considerável comunicação
direta entre todos os membros.
c) Transitividade: Mede o grau de flexibilidade e cooperação de uma rede,
possibilitando identificar o fluxo da informação entre três atores sem ligações
recíprocas.
d) Distância Geodésica: É entendida como a menor distância entre dois pontos, em ARS
refere-se ao número de ligações - graus - entre um ator e outro, calculado pelo caminho
mais curto, e tem por finalidade otimizar o percurso.
e) Fluxo Máximo: Revela o quanto dois atores estão totalmente conectados na rede. Os
atores próximos são os que possibilitam os prováveis e diferentes caminhos para o fluxo
de informação de um ator. O propósito do fluxo máximo é levantar os possíveis
caminhos de distribuição da informação entre atores, identificando pontos de
73

estrangulamento, isto é, números de caminhos em que a informação não alcança um


determinado ator.
f) Centro e Periferia: O centro constitui-se em um grupo coeso de atores, com alta
densidade de inter-relacionamentos, o que significa que eles estão fortemente
relacionados. E em uma situação inversa à do centro encontra-se a periferia, na qual os
atores têm poucos contatos entre si, estando ligados mais aos membros do centro.
Sabe-se que cada análise bibliométrica, cientométrica, e de rede social tem
suas especificidades, sendo necessário definir o que se está buscando, o que se está
querendo medir e analisar, bem como os resultados que se almeja alcançar a partir dos
objetivos definidos. Quanto mais parâmetros de análise for considerado, mais
completa será a análise haja vista que não há uma definição pré-definida para tais
estudos.
Neste sentido, passa-se a analisar sob o aspecto do software para auxiliar as
análises bibliométricas, cientométricas e de rede social.

2.9.4.3 Software para Auxílio nas Análises

De acordo com Ferreira (2018, p. 13), “a necessidade de medir como forma de


comprovação se faz presente na Ciência em muitas áreas do conhecimento e tornou-se
prática constante.” A utilização de software e bases de dados revolucionaram a forma
como se faz ciência (HEY; TANSLEY; TOLLE, 2011).
Sabe-se que no mercado de software há várias ferramentas voltadas para o
auxílio e desenvolvimento de análises bibliométricas e cientométricas. Verifica-se
ainda que os ditos mais completos carecem de investimento financeiros para o seu uso,
inclusive as próprias bases de dados, como Scopus e Web of Science, também
disponibilizam este serviço de maneira paga.
Moreira, Guimarães e Tsunoda (2020) realizaram em 2019 uma pesquisa de
comparação entre softwares para apoiar no processo de escolha das ferramentas
adequadas para realização de pesquisas bibliométricas. Diante de uma lista 16
ferramentas para esta finalidade (Quadro 5), foram selecionadas quatro ferramentas
com base em critérios de exclusão predefinidos pelos autores (Quadro 6), e destas
exploraram as funcionalidades em cada delas concluindo que “Biblioshiny apresenta o
74

maior número de possibilidades em análises, embora apresente limitações nos


relatórios visuais” (MOREIRA; GUIMARÃES; TSUNODA, 2020, p. 140).

Quadro 5: Lista das 16 ferramentas analisadas por de Moreira, Guimarães e Tsunoda (2020).
Última Qualidade da Interface
Ferramenta Gratuita
Versão documentação gráfica?
Bibliometrix/Biblioshiny Sim 14/03/2019 Alta Parcial
VOSViewer Sim 03/04/2019 Alta Sim
Publish or Perish Sim 17/04/2019 Alta Sim
CiteSpace Sim 31/08/2018 Média Sim
Metaknowledge Sim 21/01/2019 Média Não
Bibexcel Sim 2017 Baixa Sim
Network Workbench Tool Sim 15/09/2009 Baixa Sim
Science of Science (Sci²) Tool Sim 31/01/2018 Baixa Sim
InCites Não N/A Baixa Sim
SciMAT Sim 12/07/2016 Média Sim
IN-SPIRE™ Não 01/02/2019 Média Sim
VantagePoint Não 05/02/2019 Média Sim
SciVal Não 26/03/2019 Média Sim
SCImago Sim N/A Média Sim
Fonte: Moreira, Guimarães e Tsunoda (2020, p. 146)

Quadro 6: Comparativo entre as 4 ferramentas selecionas na pesquisa de Moreira, Guimarães e Tsunoda


(2020)
Biblioshiny VOSviewer Publish or Perish CiteSpace
Autores mais relevantes X X X X
Produção ao longo dos anos X X
Lei de Lotka X
Índices de impacto
X X
(H-Index, G-Index, M-Index)
Autores Total de citações X X X X
Afiliações mais relevantes X X X
País do autor X
Países mais citados X X
Produção científica por país X X X
Análises básicas

Fontes Fontes mais relevantes X X X


Fontes mais citadas X X
Lei de Bradford X
Índices de impacto X
(H-Index, G-Index, M-Index)
Total de citações X X
Source Dynamics X
Documentos mais citados X X X
Referências mais citadas X X X
Palavras mais citadas X X
Documentos Keyword Plus X X X
Word Dynamics X
WordCloud X X X
TreeMap X
Autores X X
Visualização

Coautoria Organizações X X X
Países X X X
CoocorrênciaTodas as palavras-chave X X X
Palavras-chave do autor X X X
75

Palavras-chave Plus (WoS) X X X


Documentos X X X
Fontes X X X
Citação Autores X X X
Organizações X X
Países X X
Documentos X X
Pares Fontes X X
bibliográfi Autores X X
cos Organizações X X
Países X X
Referências citadas X X X
Cocitação Fontes citadas X X X
Autores citados X X X
Fonte: Moreira, Guimarães e Tsunoda (2020, p. 152)

Moral-Muñoz et al. (2020) por meio de uma pesquisa de revisão atualizada de


ferramentas de software para conduzir análise bibliométrica e cientométrica
concluíram que Biblioshiny apresenta uma variedade de técnicas implementadas com
uma variedade de análises diferentes, bem como proporciona facilidade de uso de sua
interface, e por ser recente incorporou grande parte das análises que constavam em
ferramentas anteriores, sendo excelente software para profissionais que atuam
utilizando tais análises.

2.9.4.4 RStudio, Bibliometrix, Biblioshiny


Considera-se R como uma linguagem e ambiente para computação estatística e
produção de gráficos. O RStudio é um software livre de ambiente de desenvolvimento
R e faz parte de um dos projetos com filosofia GNU, ou seja, qualquer pessoa pode ter
acesso a seu código-fonte, modificá-lo ou adaptá-lo conforme demanda (Resnizky,
2015).
De acordo com Resnizky (2015) e RStudio (2021), nos dias atuais o software
RStudio está conquistando o mercado em face aos softwares comerciais, e tem como
coadjuvante a linguagem Python, sendo está a linguagem mais usada para estatística e
ciência de dados. A linguagem R tem como atributos: ser orientada a objetos; poder
ser compartilhado e receber melhoramentos no código-fonte, contribuindo para a
criação de pacotes/bibliotecas para fins variados; não necessita ser compilado; além de
ser facilmente extensível com o acoplamento de pacotes.
O Shiny é um dos vários pacotes disponíveis pelo RStudio, que admite uma
interface com boa usabilidade da linguagem R com um navegador da web, sendo
76

possível desenvolver um aplicativo web que tem como entradas em R de modelos


estatísticos sendo exibidos saídas de visualização gráfica, o que “o torna incrivelmente
fácil construir aplicativos da web interativos com R” (RESNIZKY, 2015).
Bibliometrix é considerada uma ferramenta de código aberto com a finalidade
de ser aplicada em pesquisas quantitativas em cienciometria e bibliometria, a qual
comtempla todos os principais métodos bibliométricos de análise, fornecendo várias
rotinas para importar dados bibliográficos compreendendo as bases de dados SCOPUS
, Web of Science , PubMed , Digital Science Dimensions e bancos de dados Cochrane,
conseguindo realizar análises bibliométricas e construindo matrizes de dados para
cocitação, acoplamento, análise de colaboração científica e análise de co-palavras
(ARIA; CUCCURULLO, 2017; ARIA; CUCCURULLO, 2021a). De acordo com
Moral-Muñoz et al. (2020, p.12), Bibliometrix “é uma biblioteca poderosa que pode
realizar análises bibliométricas e cienciométricas completas.”
Foi com a junção da facilidade do pacote Shiny com as aplicações do
Bibliometrix que surgiu o Biblioshiny, criado em 2018, o qual é um aplicativo que
apresenta uma interface para que as informações se tornem muito fácil de usar, mesmo
para as pessoas que não têm habilidades em programação de computadores. Tem
como finalidade auxiliar pesquisadores no uso fácil dos principais recursos do
Bibliometrix, tais como: Importação de dados e conversão para coleta de quadro de
dados; Coleta de dados usando Dimensions, PubMed e coleta de APIs Scopus;
Filtragem de dados; Gráficos e organização de dados para três métricas de nível
diferentes: Fontes; Autores; Documentos. Possibilita também a análise sob a visão de
três estruturas de conhecimento (estruturas K): Estrutura Conceitual; Estrutura
Intelectual; Estrutura Social (ARIA; CUCCURULLO, 2021b). Na Figura 16, segue o
fluxo de trabalho proposto para o Bibliometrix:

Figura 16: Bibliometrix e o fluxo de trabalho de mapeamento científico recomendado


77

Fonte: Aria e Cuccurullo (2017, p. 963)

Os autores e desenvolvedores do Bibliometrix, Aria e Cuccurullo (2021a),


afirmam que inclui todos os principais métodos de análise bibliométrica, sendo
utilizado “especialmente para mapeamento científico e não para medir ciência,
cientistas ou produtividade científica”, sendo necessário realizar outros procedimentos
de análises empregando outros métodos. Apresenta-se no Quadro 7, de maneira
resumida o conjunto de análises disponíveis no Biblioshiny.

Quadro 7: Conjunto de análises disponíveis no Biblioshiny Autores


Autores: Autores mais relevantes (Produção); Produção ao longo dos anos;
Lei de Lotka; Impacto (H-Index; G-Index; M-Index; Total de citações);
Autores
Afiliação: Afiliações mais relevantes;
País: País do autor; Países mais citados; Produção científica por país.
Fontes mais relevantes (produção); Fontes mais citadas; Lei de Bradford;
Fontes Impacto (H-Index; G-Index; M-Index; Total de citações); Source
Dynamics
Documentos: Documentos mais citados (global)
Documentos mais citados (local);
Documento
Referências: Referências mais citadas; Reference Spectroscopy;
s
Palavras: Palavras mais citadas (Palavras-chave (autor); Keyword Plus;
Título; Resumo); Word Dynamics; WordCloud; TreeMap
Fonte: Moreira, Guimarães e Tsunoda (2020, p. 147)
Abordando de maneira técnica, acredita-se ser interessante, do ponto de vista
técnico, elencar informações sobre Bibliometrix, contemplando as principais funções
(Quadro 8), relação tipos de dados por campo (Quadro 9) e lista de elementos que um
objeto pode assumir (Quadro 10).
Concordando com Araújo (2017, p.18), observa-se que no histórico da
pesquisa acadêmica até então não houve tantos softwares e bases de dados tão
78

disponíveis como se tem nos dias atuais, “a opção por se utilizar esses recursos se
mostra relevante e desafiadora, uma vez que o campo está em desenvolvimento,
exigindo decisões de pesquisa nem sempre claras.”
17

Quadro 8: Principais funções da bibliometrix associadas a análise bibliométrica e cientométrica


Fluxo de trabalho
Função bibliometrix Descrição Saída
assistido pelo sottware
readFiles Carrega uma sequência de arquivos de exportação Scopus e Clarivate Analytics WoS para R
Carregamento e Convert2df Cria um quadro de dados bibliográficos Quadro de dados bibliográficos
conversão de dados Usa a pesquisa da API Scopus para obter informações em relação a documentos em um conjunto de autores
retrievalByAuthorID
usando Scopus ID
biblioAnalysis Retorna um objeto de classe bibliometrix
Summary and plot Resume os principais resultados da análise bibliométrica
citations Identifica as referências ou autores mais citados
localCitations Identifica os autores locais mais citados
Análise bibliométrica
dominance Calcula a classificação de dominância dos autores Tabelas de resultados
descritiva
index Mede a produtividade e o impacto da citação de um acadêmico
lotka Estima os coeficientes da lei de Lotka para a produtividade científica
keywordGrowth Calcula ocorrências cumulativas anuais das principais palavras-chave / termos
keywordAssociation Associa palavras-chave de autores a palavras-chave mais
metaTagExtraction Extrai outras tags de campo, diferentes da WoS / Scopus codificar padrão
Criação de matriz de Extrai e extrai termos de campos textuais (resumo, título, palavras-chave do autor e outros) de um quadro de
termExtraction Matriz Documento x Atributo
documento x atributo dados bibliográficos
cocMatrix Calcula uma matriz Documento x Atributo
Calcula a força de associação, índice de inclusão, coeficiente de Jaccard e coeficiente de similaridade de Salton
Normalização normalizeSimilarity Matriz de similaridade
entre objetos de uma rede bibliográfica
Matriz de ocorrência de palavras,
Dados Redução conceptualStructure Cria um mapa da estrutura conceitual de um campo científico usando MCA e Clustering
MCA e resultados de agrupamento
biblioNetwork Calcula o bibliográfico usado com mais frequência redes de acoplamento, co-citação, colaboração e co-ocorrência Matriz de rede e matriz de rede
Matriz de rede criação
histNetwork Cria uma rede histórica de co-citação de um quadro de dados bibliográficos. histórica
networkPlot Traça uma rede bibliográfica usando a biblioteca R interna ou o software VOSviewer Gráfico de rede, formato de Pajek de
Mapeamento histPlot Traça uma rede histórica de co-citação rede para VOSviewer, Historiograph
conceptualStructure Traça o mapa da estrutura conceitual de um campo científico usando MCA e Clustering e mapa semântico

Fonte: Aria e Cuccurullo (2017, p. 964, tradução nossa)


17

Quadro 9: Estrutura da relação campo por tipo de dados do Bibliometrix


Tag de campo Classe Descrição
UT CHARACTER Identificador Único de Artigo
AU CHARACTER Autores
TI CHARACTER Título do documento
SO CHARACTER Nome da publicação (ou fonte)
JI CHARACTER Abreviatura da fonte ISO
DT CHARACTER Tipo de documento
DE CHARACTER Palavras-chave dos autores
Palavras-chave associadas ao banco de dados WoS
ID CHARACTER
ou Scopus
LARGE
AB Resumo
CHARACTER
C1 CHARACTER Endereço do Autor
RP CHARACTER Endereço de reimpressão
LARGE
CR Referências citadas
CHARACTER
TC NUMERIC Times Cited
PY NUMERIC Ano
SC CHARACTER Categoria Assunto
DB CHARACTER Banco de dados bibliográficos
Fonte: Aria e Cuccurullo (2017, p. 965, tradução nossa)

Quadro 10: Lista de elementos de um objeto Bibliometrix e sua descrição


18

Elemento Descrição

Articles Número total de documentos

Authors Distribuição de frequência dos autores

AuthorsFrac Distribuição de frequência dos autores (fracionada)

FirstAuthors Primeiro autor de cada documento

nAUperPaper Número de autores por documento

Appearances Número de aparições do autor

nAuthors Número total de autores

AuMultiAuthoredArt Número de autores de artigos com vários autores

Years Ano de publicação de cada docuemntos

FirstAfiliations Afiliação do primeiro autor para cada documento

Distribuição de frequência de afiliações (de todos os co-autores para


Afiliations
cada documento)

Distribuição de frequência fracionada de afiliações (de todos os co-


Aff_frac
autores para cada artigo)

CO País de filiação do primeiro autor

Countries Distribuição de frequência dos países da afiliação

TotalCitation Número de vezes que cada documento foi citado

TCperYear Número médio anual de vezes que cada documento foi citado

Sources Distribuição de frequência das fontes (periódicos, livros, outros)

DE Distribuição de frequência das palavras-chave dos autores

Distribuição de frequência de palavras-chave associadas ao


ID documento pelas bases de dados Clarivate Analytics Web of
Science e Scopus

Fonte: Aria e Cuccurullo (2017, p. 965, tradução nossa)

3 MATERIAL E MÉTODO

3.1 Tipo de Estudo

Neste capítulo, apresenta-se o material e os métodos utilizados para a elaboração desta


pesquisa.
Em relação ao aspecto da abordagem metodológica da pesquisa, está caracterizou-se
como sendo de métodos mistos. Pesquisas que utilizam-se da aplicação de métodos mistos
tem fornecido uma melhor compreensão sobre os problemas de pesquisa, sendo realizadas em
19

vários campos, inclusive nas Ciências da Saúde, por meio das quais tem apresentando grande
potencial nos resultados das análises (PINHEIRO; SANTOS; KANTORSKI, 2019;
MOLINA-AZORIN, 2012; LORENZINI, 2017).
Quanto aos objetivos esta pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva. De
acordo Cervo, Bervian e Da Silva (2007), a pesquisa exploratória tem por objetivo conhecer
de maneira mais profunda sobre uma situação em questão. Neste sentido, devido ao objetivo
de conhecer sobre a produção científica do aprendizado de máquina em cuidados intensivos,
coube para esta pesquisa a característica de ser exploratória. Também de caráter descritivo, a
pesquisa adota procedimentos de análise cientométrica para coletar dados e analisar
informações, bem como desenvolver indicadores que evidenciem as características e a
estrutura da temática em questão.
Para Gil (2017) dentre suas principais características, a pesquisa descritiva consiste em
métodos canônicos de coleta de dados, que objetivam características e relevâncias dentre as
relações de determinada população ou corpo institucional.
Quanto aos meios de investigação, assume-se a forma predominante de análise
bibliométrica e cientométrica.
De maneira resumida, no Quadro 11, a metodologia ficou assim definida:
Quadro 11: Esquema do percurso metodológico
CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA:
- Abordagem: Métodos misto
- Objetivos: Descritiva e Exploratória
- Meios de Investigação: Bibliometria e Cientometria

COLETA DOS DADOS:


- Base de dados Scopus
- Definição da String de busca
- Definição dos filtros para obtenção do corpus de análise

ANÁLISE DOS DADOS:


- Definição dos indicadores bibliométricos e cientométricos
- Uso de softwares de apoio nas análises
- Tratamento, análise e interpretação dos dados
Fonte: Elaborado pelo autor (2022)
3.2 Técnica de Coleta e Seleção da Base de Dados
Para Gingras (2016, p. 23) “a análise mais ou menos sofisticada das diversas fontes na
verdade depende apenas de sua disponibilidade sob a forma de banco de dados.” A facilidade
com que as bases de dados online se apresentam possibilitam análises mais elaboradas, sendo
possível ser realizadas considerando a sua disponibilidade.
20

Conforme Archambault et al. (2009, p. 1320) por mais de 40 anos, o Institute for
Scientific Information (ISI), agora parte da Thomson Reuters, foi responsável por produzir e
cuidar das únicas bases de dados bibliográficas, a partir das quais podiam compilar
indicadores bibliométricos em grande escala, agora reagrupados sob a Web of Science (WoS).
Em 2004 ocorreu o aparecimento da base de dados Scopus, cuja empresa responsável é a
Elsevier, na qual as publicações de pesquisas multiplicaram-se até os dias atuais.
Por meio do estudo de Archambault et al. (2009, p. 1320) ao comparar a base de dados
WoS e Scopus, concluiu que há “evidências de que os indicadores de produção científica e
citações em nível de país são estáveis e amplamente independentes do banco de dados”
(tradução nossa). Tal afirmação pode ser comprovada através dos estudos Vera-Baceta,
Thelwall e Kousha (2019); Aksnes e Sivertsen (2019); Pech e Delgado (2020) ao comparar
características das bases de dados Web of Science e Scopus, concluíram que as coberturas são
praticamente as mesmas.
Neste sentido, considerando que esta pesquisa se desenvolve baseada em publicações
em banco de dados, após a realização de leituras para verificar quais os critérios e motivações
para escolher a banco de dados de apoio a este estudo, selecionou-se a base de dados Scopus
da Elsevier.
O acesso a base de dados Scopus deu-se via Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro – UNIRIO pelo Portal de Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), sendo direcionado para a página inicial de pesquisa da base de
dados Scopus.

3.2.2 String de busca e definição do corpus de análise

A busca foi realizada no dia 20 de julho de 2022, na base de dados Scopus, com os
termos "INTENSIVE CARE UNIT; SCIENTIFIC PRODUCTION; NOISE; WORKER'S
HEALTH" AND ("INTENSIVE CARE" OR "CRITICAL CARE"), pesquisados dentro de títulos
de artigos, resumos, palavras-chave (article title, abstract, keywords). Ressalta-se que,
anteriormente a esta data, foram realizados testes piloto para adequação e validação da string
de busca. Intensive Care Unit; Scientific production; Noise; Worker's health.
As palavras NOISE e INTENSIVE CARE, foram previamente consultadas e validadas
no vocabulário controlado da área da Saúde DeCS e MeSH, como forma de verificar se tais
palavras eram as adequadas para descrever o que se pretendia pesquisar como objeto.
21

Constatou-se a necessidade de inclusão da palavra-chave CRITICAL CARE, termo também


usado como sinônimo para cuidados intensivos.
O resultado da busca na base Scopus retornou com 206 documentos recuperados,
distribuídos em 145 fontes/revistas, dos quais, 165 (80,1%) artigos originais, 18 (8,7%)
documentos de conferência, 11 (5,3%) artigos de revisão, 5 (2,4%) cartas ao editor, 3 (1,4%)
notas, 3 (1,4%) capítulos de livro e 1 (0,7%) Editorial. Verificando-se assim que as
publicações advêm de diversos tipos de documentos.
Como critérios de refinamento do resultado, utilizou-se o filtro de busca limitado
apenas aos documentos do tipo artigo e artigos de revisão, considerando a padronização na
estrutura de tais documentos. Quanto ao recorte temporal, limitou-se a ser menor que 2022, ou
seja, compreendeu de 1976 (ano do primeiro registro encontrado na base de dados Scopus) até
2022, ponderando que a base do ano de 2023 ainda está em seu início.
Em relação ao tipo de acesso e à área do estudo, não houve limitação ou exclusão.
Quanto à fase da publicação foi considerada os documentos em seu estado final e os artigos
em processamento, considerando a produtividade anual e o aspecto da citação descrita na
Tabela 3 da página 98 desta tese, que em sua maioria nos últimos 46 anos foram divididos em
5 partes por décadas, assim: 1976 – 1979 com dois (2) artigos com respectivas noventa e uma
(91) citações neste período de quatro (4) anos; 1980 – 1989 com vinte e dois (22) artigos e
cento e sessenta e uma (161) citações em dez (10) anos; 2000 – 2010 com quarenta e oito (48)
artigos e cento e setenta e cinco (175) citações em dez (10) anos, 2010 – 2019 com noventa e
seis (96) artigos e setenta e cinco (75) citações em dez (10) anos, 2020 – 2022 com trinta e
dois (32) artigos e três (3) citações em três (3) anos. Foram incluídos todos os autores, fontes
(periódicos), palavras-chave, afiliações, patrocinadores de financiamento, país/território, tipo
da fonte e língua, ou seja, para esses campos não houve limitação ou exclusão para estas
características. Neste sentido, a string final da busca na Scopus ficou assim definida:
TITLE-ABS-KEY ("Intensive Care Unit; Scientific production; Noise; Worker's
health." AND ("INTENSIVE CARE" OR "CRITICAL CARE")) AND PUBYEAR <2021 AND
(LIMIT-TO (DOCTYPE, "ar") OR LIMIT-TO (DOCTYPE, "re")).

3.3 Análise e Tratamento dos Dados

Em relação à preparação do ambiente para análise dos dados, fez-se o download e


instalação do Software R (versão 4.0.3 – Windows 32/64 bits). Em seguida, download e
instalação do RStudio (versão 1.3.1093 – Windows). Após a instalação de tais softwares, os
22

mesmos foram iniciados, e para acessar a interface web, proposto em linguagem R para servir
de apoio na análise bibliométrica e cientométrica, digitou-se os comandos no console do
software RStudio: library (bibliometrix), e em seguida, (biblioshiny), para que a interface
web Biblioshiny fosse acionada. Após iniciado, o uso do Biblioshiny deu-se por meio do
navegador definido como padrão. O arquivo de dados salvo em *. CSV foi recuperado e
carregado para que os dados fossem analisados.
A análise dos dados e interpretação dos resultados foram realizados à luz das teorias
que fundamentam a pesquisa de análise bibliométrica e cientométrica, descritas no item 2.9.3,
tendo como objeto a produção científica sobre ruído ocupacional em unidade de cuidado
intensivo.
Visando a classificação da atividade da produção científica acerca do objeto, com o
auxílio da interface web Biblioshiny, foram gerados quadros, tabelas, gráficos, mapas, e com
base nestes, análises e interpretações foram realizadas nos parâmetros de comportamentos,
analisados com o uso da estatística descritiva. Ao considerar o viés descritivo e exploratório,
buscou-se realizar análises que permitem aprender diversos aspectos do objeto como campo
científico.
Para facilitar a compreensão das dimensões em análise, optou-se por categorizar em
função do propósito pretendido. Os indicadores apresentam um panorama descritivo, trazendo
gráficos, quadros, tabelas e classificações, bem como a representação por meio de redes
apresentando afinidades entre diversos construtos acerca do objeto.
Esquematizou-se no Quadro 12, as categorias e indicadores contemplados por esta
pesquisa.
Quadro 12: Categorias e indicadores contemplados por esta pesquisa
Coleção de - Principais informações sobre a coleção dos dados recuperados
dados - Produção científica anual
recuperados - Gráfico dos três campos (autores, palavras-chaves e periódicos)
- Lei de Bradford e fontes mais relevantes
- Fontes mais citadas localmente
Fontes
- Impacto (H-Index)
- Dinâmica da Fonte
- Lei de Lotka e os autores mais relevantes
- Autores mais citados localmente
Autores - Produção dos autores ao longo dos anos
- Impacto (H-Index)
- País do autor
Afiliações e - Afiliações mais relevantes
países - País dos autores
- Documentos mais citados globalmente
Documentos
- Média de citações por documento ano
- Palavras mais frequentes (Palavras-chave do autor; Palavras-chave Plus; Título;
Palavras-
Resumo)
Chave
- Nuvem de palavras
23

- TreeMap
- Dinâmica de palavra
- Tópicos de tendência
- Rede de Coocorrência
Estrutura - Mapa Temático
Conceitual - Evolução Temática
- Análise Fatorial
Estrutura - Rede de Cocitação
Intelectual - Historiógrafo
Estrutura - Rede de Colaboração
Social - Mapa do mundo de colaboração
Fonte: Elaborado pelo autor (2022)

Nas análises da estrutura conceitual, intelectual e social, nos mapas os agrupamentos


estão identificados por cores distintas e os nós estão representados por retângulos, cuja
dimensão (tamanho) refere-se ao número de ocorrências. Neste sentido, quanto maior o
tamanho, maior o número de ocorrência.

3.4 Aspectos Éticos da Pesquisa

Em relação às questões éticas da pesquisa, considerou-se a Resolução Nº Resolução


Nº 510, de 7 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde (2016) do Ministério da Saúde,
na qual em seu artigo 1º regula:
Parágrafo Único. Não serão registradas nem avaliadas pelo sistema CEP/CONEP:
V - Pesquisa com bancos de dados, cujas informações são agregadas, sem
possibilidade de identificação individual; e
VI - Pesquisa realizada exclusivamente com textos científicos para revisão da
literatura científica;

Portanto, sendo este estudo dispensado de apreciação ética em pesquisa pelo


Conselho de Ética em Pesquisa (CEP).
Considerando que se apresentou de maneira detalhada sobre as etapas percorridas
para coleta e análise dos dados, bem como os aspectos éticos adotados pela pesquisa, a seguir
apresenta-se os resultados e discussão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a coleta dos dados, identificação e estruturação dos mesmos, procedimentos


esses descritos no Capítulo 3, iniciou-se a fase de apresentação dos resultados e discussão.
Este capítulo apresenta os resultados obtidos no decorrer desta pesquisa a partir do corpus de
análise da produção científica sobre ruído ocupacional em unidade de cuidado intensivo,
24

cabendo neste momento analisá-los e interpretá-los. Assim, recorreu-se ao referencial teórico


para o estabelecimento das categorias de análise e dos relacionamentos entre os dados
obtidos.
A tese buscou apresentar uma análise sob diferentes aspectos relacionados ao Ruído
ocupacional em unidades de cuidados intensivos, tema de pesquisa responsável pela geração
de conhecimento imprescindível para profissionais de saúde, gestores e até mesmo, os
usuários do SUS, mas certamente coloca-se também como tema mundial de pesquisa, haja
vista sua importância incontestável para a prática de cuidar e de ser cuidado e para a saúde
ocupacional de profissionais de saúde.
Numa proporção equivalente, um conjunto de 206 documentos recuperados,
produzidos e divulgado por todas as regiões do país e do mundo, constata-se que 748 autores
se dedicaram ao tema pertinentes à área multidisciplinar, com destaque para a medicina e a
engenharia, as áreas de conhecimento mais específicas por se tratar de um tema que envolve
cuidados de saúde e princípios da física que estão epodem influenciar diretamente o ambiente
vivido, neste caso, as unidades de terapia intensiva, contudo; resta saber como se configura
esse cenário quando se estabelece o Ruído ocupacional em unidades de cuidados intensivos
como assunto de pesquisa. Esta seria a infraestrutura formal, física, determinada pela filiação
dos autores, apontando seu local principal de atuação, assim como regulamentando sua prática
de pesquisa com a política institucional.

4.1 Coleção de Dados Recuperados

O idioma predominante foi o inglês, presente em 206 publicações (100%). Ao


publicar trabalhos ou mesmo comunicar descobertas científicas, pesquisadores de todo o
mundo recorrem com muita frequência ao inglês, muito se deve ao fato de terem que seguir e
atender à políticas editoriais dos periódicos, nacional ou internacionais, em especial para as
áreas mais duras da ciência, como no caso da área da saúde. Mas nem sempre foi assim. Até
as primeiras décadas do século XX, as publicações dividiam-se também entre o alemão e o
francês.
Diante da necessidade de que os cerca de aproximadamente 300 mil alunos de pós-
graduação que foram matriculados em 202113 nos programas de pós-graduação stricto sensu
do Brasil, têm de dominar a língua inglesa, é imperativo que as universidades possuam uma
Política Linguística que possa dar as condições necessárias à Cooperação Acadêmica
13
Fonte: GEOCAPES - https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/
25

Internacional, responsável por fornecer à comunidade acadêmica apoio no intercâmbio com


instituições internacionais. Esta preocupação pode ser justificada pela necessidade de o
discente comprovar a proficiência em inglês, ao se candidatarem ao Programa Institucional de
Doutorado-sanduíche no Exterior (PSDE). Mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), o programa destina-se à formação de recursos humanos no
exterior, com estágio de pesquisa em áreas do conhecimento menos consolidadas no Brasil. O
nível de exigência é grande para compreensão, leitura e escrita. A proficiência, que até
recentemente podia ser atestada apenas por uma carta do orientador, hoje precisa ser
comprovada por teste.
Em relação as áreas de estudo dos documentos recuperados, obteve-se o Quadro 13,
no qual observa-se que as áreas de Medicina e Engenharia são as que mais públicam sobre o
assunto, concentrando 206 documentos. Esta constatação não está condizente com os dados
do Scimago Journal & Country Rank – SJR, referentes ao ano de 2021, haja vista que as cinco
principais fontes/periódicos deste importante Rank, não são periódicos devotados à medicina
e engenharia, são eles: 1º Journal of Physics: Conference Series – periódico editado no Reino
Unido, pertencente à área de física e astronomia; 2º IOP Conference Series: Earth and
Environmental Science – também editado no Reino Unido, este periódico está classificado nas
áreas de ciências da terra e planetárias, ciência ambiental e física e astronomia; 3º Scientific
Reports – também editado no Reino Unido, classificado na área multidisciplinar; 4º Lecture
Notes in Computer Science – periódico editado na Alemanha e pertencente às áreas da ciência
da computação e matemática; 5º PLoS ONE – editado nos Estados Unidos, está classificado
na área multidisciplinar.
Considerando que o SJR não pertence à mesma base de indexação utilizada para a
coleta dos dados desta pesquisa, ainda assim, seu ranqueamento é bastante aproximado da
base Scopus, em espcial, quando se trata de áreas mais producentes, vejamos: as cinco
primeiras fontes/periódicos em 2021 foram: 1º Journal of Physics: Conference Series -física e
astronomia; 2º Scientific Reports -multidisciplinar; 3º Lecture Notes in Computer Science -
ciência da computação e matemática; 4º IOP Conference Series: Earth and Environmental
Science - física e astronomia; 5º PLoS ONE – multidisciplinar.
Estas informações mostram que as áreas de medicina e engenharia, muito embora
sejam consideradas duas importantes áreas no Brasil, suas produções contabilizadas no SJR e
na Scopus, estão muito distantes de serem as áreas mais importantes e que mais produzem
artigos no mundo, em que pese o fato de serem duas áreas muito antigas e bem consolidadas
26

no Brasil, com 389 cursos (mestrados - acadêmico e, profissional, doutorados - acadêmico e


profissional)14.
Observou-se também que há artigos que foram enquadrados na base de dados em
mais de uma área de estudo, significando que o tema desperta interesse em várias áreas do
conhecimento.

Quadro 13: Principais informações resumidas sobre a coleção de documentos recuperados


PRINCIPAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS DADOS RECUPERADOS

Intervalo de tempo 1976 até 2022

Fontes (periódicos) 145

Documentos 206

Anos médios de publicação 3,6 %

Média de citações por documentos 21,52 citações

Idade média do documento 11,5 anos

Referências 4.645 referências

TIPOS DE DOCUMENTOS

Artigos originais 165 / 80,1 %

Artigos de revisão 5 / 2,4 %

CONTEÚDO DO DOCUMENTO

Palavras-chave plus (ID) encontradas 1087

Palavras-chave especificadas pelo autor (DE) 298

AUTORES

Autores 748

A contagem de autoria foi


realizada em sua
Aparições do autor totalidade, sem
discriminar autoria
principal.

Autores de documentos de autoria única 14 / 1,87 %

Autores de documentos de autoria múltipla 16 / 7,7 %

COLABORAÇÃO DE AUTORES

Documentos de autoria única 14

Documentos por Autor 0,275 documentos

Coautores por documentos 4,12 autores

Índice de Colaboração (CI) 3,86

Fonte: Dados da pesquisa (2022)


14
Fonte: GEOCAPES - https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/
27

4.2 Análise das fontes

De acordo com Toledo e Skalinski Junior (2012, p. 255) as fontes “são produções
humanas, portanto, nas suas mais diversas modalidades, são registros das relações entre os
homens em um dado momento histórico.”
Na visão de Brito e Lima (2015) os periódicos são considerados fontes de
informação, os quais apresentam como características a regularidade, a veracidade dos textos,
facilitando a leitura ao reunir vários textos e as apreciações de diversos autores sobre
determinado tema. A função de um periódico científico é a divulgação da informação
científica para a comunidade, “constituindo fórum privilegiado para anunciar resultados,
submeter a produção ao julgamento feito pelos pares e receber contribuições” (BRITO;
LIMA, 2015, p. 49).
Na classificação das fontes como categoria de análise, identificou-se os periódicos
mais relevantes com a aplicação da Lei de Bradford, os mais citados localmente, posicionou-
os por meio do impacto (H-Index), e apresentou-se a dinâmica das fontes no decorrer dos
anos.
Utilizou-se a Lei de Bradfort, que conforme já explanado no referencial teórico no
item 2.9.4.1, para medir a relevância de periódicos em uma determinada área por meio da
produção do maior número de artigos sobre determinado assunto, formando assim um núcleo
de periódicos, de maneira suposta que os identificados possuem maior qualidade e/ou
relevância para a área (GUEDES; BORSCHIVER, 2005).
A bibliometria é uma das ferramentas utilizadas pela ciência, tanto na perspectiva
metodológica, quanto teórica, usando análise quantitativa, sobre si mesma. Essencialmente, a
ela está baseada na aplicação de análises quantitativas e estatísticas a documentos já
publicados, como artigos de periódicos e suas respectivas contagens de citações.
A avaliação quantitativa desses dados de e citações tem sido amplamente usada nos
mais diversos campos científicos, com vistas à avaliação do crescimento, a maturidade, os
principais autores, os mapas conceituais e intelectuais, as tendências de uma comunidade
científica.
Cada documento recuperado contém vários elementos, como nomes dos autores,
título, palavras-chave e outras informações. Todos esses elementos constituem os atributos
bibliográficos de um documento, também chamados de metadados. Nesta tese, a partir dos
documentos recuperados na base Scopus, os resultados serã apresentados em formas de
28

tabelas e gráficos, sendo assim, os resultados encontrados foram: 206 documentos


recuperados, distribuídos em 145 fontes/revistas, dos quais, 165 (80,1%) artigos originais, 18
(8,7%) documentos de conferência, 11 (5,3%) artigos de revisão, 5 (2,4%) cartas ao editor, 3
(1,4%) notas, 3 (1,4%) capítulos de livro e 1 (0,7%) Editorial.
Considerando que artigos originais são produções científicas resultantes de
investigação de temas que necessitam de abordagem metodológica para aproximação do
fenômeno empírico, explorando e expandindo as fronteiras do conhecimento humano no
campo de pesquisa, é muito comum no Brasil, que os periódicos publiquem um número maior
de artigos desta natureza, até mesmo em função de cumprimento de critérios estabelecidos nas
políticas e procedimentos para a admissão e a permanência de periódicos científicos nas
coleções de bases de indexação, como por exemplo, Scielo15, Web of Science, Scopus, etc.
Foram contabilizados autores 748, dos quais, 14 (1,87%) de autoria única, portanto,
não dividiram autoria em 16 (7,7%) documentos. A contagem de autoria foi realizada em sua
totalidade, sem discriminar autoria principal. A coautoria por documento teve média de 4,12
autores. A depender da Política Editorial do periódico, que trata do quesito autoria, é muito
importante considerar a quantidade de autores que irão compor a autoria do artigo, bem como
sua contribuição na pesquisa. No caso da Política de Autoria da Scielo, cada autor ou coautor
deverá ter participado suficientemente do trabalho para ter responsabilidade pública sobre
segmentos apropriados do conteúdo. A ordem dos autores e coautores será decidida pelo
grupo que deverá estar apto a explicá-la. Os Critérios SciELO 16 de indexação passaram a
exigir a partir de 2018 que os periódicos instruam os autores a registrar sua contribuição
individual, que devem como mínimo ter participado ativamente na discussão dos resultados e
na revisão e aprovação da versão final do manuscrito.
A produção intelectual dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) stricto sensu no
Brasil é um dos itens avaliados na Quadrienal da CAPES. As áreas são distribuídas em 3
Colégios e 9 Grandes Áreas. Ao todo, os PPGs são avaliados por 49 áreas distintas, sendo que
das 9 grandes áreas, a das Ciências da Saúde é a que conta com o maior número de subáreas.
Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina I, Medicina II, Medicina III, Nutrição,
Odontologia e Saúde Coletiva.
A grande área das Ciências da Saúde incentiva a produção intelectual dos docentes em
conjunto com seus orientandos, o que pode ser explicado por Subramanyam (1983), quando
destaca que há vários tipos de colaboração científica; neste caso específico, o que ocorre é a
15
Fonte: https://wp.scielo.org/wp-content/uploads/20200500-Criterios-SciELO-Brasil.pdf
16
https://www.scielo.org/pt/sobre-o-scielo/metodologias-e-tecnologias/criterios-scielo-brasil-criterios-politicas-e-
procedimentos-para-a-admissao-e-a-permanencia-de-periodicos-cientificos-na-colecao-scielo-brasil/criterios-scielo-brasil/
29

colaboração entre professores e alunos tal como uma atividade cooperativa bastante usual no
meio acadêmico, pela qual o professor orienta o aluno seja na escolha da literatura pertinente
ao tema pesquisado, seja na escolha dos métodos científicos, ideias e forma de desenvolver a
pesquisa., o que parece ser um pouco diferentemente da Área de História, que por sua vez,
espera que a produção intelectual de cada membro do corpo docente de cada PPGH tenha,
individualmente, produção bibliográfica e técnica. 17 Portanto, é de se esperar que a quantidade
de autoria única seja muito inferior à múltipla autoria, o que pode explicar o percentual de
1,87% de autoria única sobre o tema estudado.
A taxa de crescimento anual foi de 3,06%. A média de documentos por autor foi de
0,275 documento. A idade média do documento foi de 11.5 anos. Sabe-se que com o passar
do tempo, o uso da literatura científica decresce, isto é, a literatura obsolesce, talvez o que
possa explicar a exigência de grande parte de periódicos devotados à área de saúde, exigirem
que as referências alcancem de 80% a 85% de referências com até 5 anos de publicação. É
razoável admitir que, pelo fato de nunca se referirem a um determinado documento, são os
autores e leitores, aqueles que vão determinar se um documento é obsoleto (DIODATO,
1994). Por outro lado, se esses sujeitos se referem a esse documento citando-o continuamente
nos seus artigos, eles o mantêm vivo e perdurável, portanto, ainda útil a atual para um
determinado assunto/tema ou área de conhecimento.
É este contexto que Diodato (1994) tem chama de “obsolescência”, que quando
empregado fora do contexto da produção intelectual científica, pode designar algo que pode
ou deve ser descartado e substituído. Por exemplo, quando mencionamos que um conceito é
obsoleto, estamos “decretando” que ele foi superado e substituído por um novo, talvez mais
eficiente e com maior capacidade de “generalização”. No entanto, para a literatura científica,
é bem provável que isto não parece ser certo, pois não sabemos se uma informação qualquer
ou parte dela é superada por outra mais eficiente ou mais nova. Contudo, neste caso, quando a
obsolescência da literatura se refere à uma diminuição em sua frequência de uso ou citação,
mas não a seu descarte definitivo (DIODATO, 1994).
A informação científica nem sempre são originais, por estarem baseados em
evidências científicas anteriores e essas evidências podem constar nas referências publicadas
das contribuições mais recentes, o que nos permite considerar que a evolução da frequência
das citações, segundo o tempo, permite reconhecer o valor do documento publicado
(DIODATO, 1994). Este mesmo autor corrobora quando nos se refere à obsolescência como:

17
Fonte: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/historia-26-05-pdf
30

“o decrescimento no uso de um documento ou grupo de documentos


conforme o documento envelhece”. Certamente, a literatura do
passado se revisa e atualiza, os fatos já conhecidos sobre um
fenômeno são incorporados e fundidos com os novos conhecimentos
sobre esse mesmo fenômeno, portanto, são reescritos e
reinterpretados em termos de novas teorias, como correções e
refinamentos dos artigos publicados e postos em circulação pelas
revistas cientificas, mas não sabemos ainda se, definitivamente, essa
literatura fica “obsoleta”.

A Média de citações por documento foi de 21,52 citações, sendo o total de referências
utilizadas, 4.645 referências. Os estudos sobre a obsolescência, a vida e morte das
publicações, têm sua importância como indicador bibliométrico graças ao trabalho de Price
(1965:512), que sugeria que a “cada ano aproximadamente 10% de todos os artigos
“morrem”, não voltam a ser citados novamente”. A morte da informação científica pode ser
atribuída ao fato dessa informação/referência, nunca mais ser citada em outros documentos.
Sendo assim, a extração e análise das citações e referências utilizadas nas pesquisas
científicas, são importantes dados/parâmetros coletados para se medir o envelhecimento dos
documentos, isso nos leva à conclusão “geral” de que o uso anual da literatura científica entra
em declínio com o passar dos anos, segundo uma distribuição exponencial negativa, ainda que
outros autores postulem a distribuição lognormal como a mais adequada para medir a
obsolescência da literatura (DIODATO, 1994). Estudo de bibliométrico sobre machine
learning em cuidados intensivos de Lima (2021), apontou que a média de citações por
documento, foi substancialmente inferior à média alferida nesta tese, ficou em 12,32. Em
contrapartida, a quantidade de referências mencionadas foi substancialmente inferior ao
estudo em questão, que totalizou 22.456 referências.
A Média de citações por documento envolve indicadores básicos e derivados de
citações, e é considerada, por vários autores, a área mais importante da bibliometria
(ARAÚJO, 2006). Ela está entre os principais indicadores de citação clássicos para a
avaliação dos pesquisadores, instituições ou países, pois buscam refletir o impacto, a
influência e a visibilidade junto à comunidade científica.
A quantidade de palavras-chave plus (ID) foi de 1087, enquanto a de palavras-chave
do autor (DE) foi de 298 palavras-chave plus (ID) é a distribuição de frequência de palavras-
chave associadas ao manuscrito pelas bases de dados Scopus e Thomson Reuters' ISI Web of
Knowledge, enquanto a palavras-chave do autor (DE) corresponde à distribuição de
frequência das palavras-chave dos autores.
31

A distribuição da produção estudada correspondente ao período de 1976 – 2022,


portanto, 46 anos, está demonstrada no Gráfico Nº 1, que permite avaliar se o crescimento da
produção científica segue a lei de crescimento exponencial de Price, para tanto, realizamos
um ajuste linear com os dados adquiridos, conforme a equação y = 0,2741x - 543,45. O R 2 foi
de 0,7289, portanto, não foi necessário um ajuste para uma curva exponencial.
O Físico e historiador da ciência e cientista da informação, conhecido principalmente
como o pai da cienciometria, Derek J. de Solla Price constatou que o crescimento da
informação científica se produz a um ritmo muito superior ao de outros fenômenos sociais,
mas muito similar a outros fenômenos observáveis em contextos naturais, como os processos
biológicos (PRICE, 1965). Tal crescimento é tal, que cada 10-15 anos a informação existente
se duplica com um crescimento exponencial, ainda que isto dependa em grande parte da área
de conhecimento de que se trata.
Nesta tese, não foi possível constatar tal superioridade de crescimento expresso
exponencialmente, talvez pelo fato de não termos considerado na estratégia de busca, somente
artigos originais e de revisão, mesmo tendo um recorte temporal de 46 anos, outra
possibilidade possa ter relação com as palavras utilizadas para a composição da string e a
estratégia de busca, inclusive, a base de indexação utilizada. Contudo, é possível afirmar que
a taxa de crescimento pode ser considerada proporcional ao tamanho da amostra – 206
documentos recuperados, que se apresenta numa fase de crescimento linear, na qual a taxa de
crescimento é constante, conforme se verifica no R2 = 0,7289.
É importante salientar que, o índice de Autores por Artigo, cujo cálculo é a razão entre
o número total de autores e o número total de artigos. O índice de coautores por artigo é
calculado como a média do número de coautores por artigo. Nesse caso, o índice leva em
consideração as aparições dos autores, enquanto para os “autores por artigo” um autor, mesmo
que tenha publicado mais de um artigo, é contabilizado apenas uma vez. Por isso, o índice de
autores por artigo é ≤ ao índice de coautores por artigo.
O índice de colaboração (IC) foi calculado como total de autores de artigos de
multiautoria/total de artigos multiautoria (ELANGO e RAJENDRAN, 2012; KOSEOGLU,
2016). Em outras palavras, o índice de colaboração é um índice de coautores por artigo
calculado apenas usando o conjunto de artigos de autoria múltipla. O resultado foi IC = 3,86.
32

Beaver e Rosen, 1978, destacam que os esforços dos pesquisadores para a colaboração
conjunta na ciência, ainda que de forma tímida, já configurava uma preocupação e uma
realidade no século XVII. O primeiro registro de artigo escrito em coautoria entre
pesquisadores data de 1665. No século XIX, com a crescente importância da ciência para a
sociedade, o trabalho em conjunto ganha força e a colaboração entre os pesquisadores passa a
se constituir a característica marcante do desenvolvimento das pesquisas, o que pode ser
verificado nos dias atuais e que pode ser verificada nas recomendações dos documentos de
área da CAPES, nos Editais de agências de fomento à pesquisa e, mais recentemente, no
Programa Institucional de Internacionalização – CAPES – PrInt, que tem como um de seus
objetivos, estimular a formação de redes de pesquisas internacionais com vistas a aprimorar a
qualidade da produção acadêmica vinculadas à pós-graduação.
Nesse cenário, a colaboração científica potencializa tanto o crescimento profissional,
quanto o desenvolvimento do conhecimento, uma vez que os pesquisadores envolvidos em
um projeto científico colaborativo têm acesso a um contingente maior de recursos materiais e
informacionais.
Observa-se, assim, que a colaboração na ciência é uma estratégia adotada por
pesquisadores, envolvendo uma atividade social que tem como meta viabilizar, facilitar e
potencializar o desenvolvimento de pesquisas, principalmente aquelas de natureza empírica
e/ou experimental. Compreende a interação entre pesquisadores que cooperam entre si para
produzir conhecimento científico, envolvendo habilidades e conhecimentos distintos, os quais
possibilitam a realização de estudos mais aprofundados, com diferentes perspectivas e
opiniões, análises mais precisas e elaboradas, além de agilidade e redução de tempo na
construção do trabalho (Hilário e Grácio, 2017).
Muito em bora não exista qualquer menção determinando um valor que possa
determinar um IC aceitável, o crescimento cada vez maior da produção científica em
colaboração, juntamente com os seus objetivos, possibilidades de acesso a novas pesquisas e
de prestígio acadêmico, desta forma levando autores a trabalhar em colaboração para troca de
informações, espaço e para divulgação de suas pesquisas. Os artigos científicos com múltiplos
autores são em média citados mais do que artigos de pesquisadores isolados, e a publicação
entre pares melhora a autoridade epistêmica (SCOTT, 2011; LEE, 2005).
33

Uma outra perspectiva que não pode ser desprezada, em especial para a ciência
barsileira, e que está intrinsicamente realacionada ao aumento da colaboração, deve-se em
grande parte à complexidade dos problemas estudados, mas também, aos altos custos
enfrentados pelos pesquisadores para a execução de suas pesquisas, especialmente pelos altos
custos implicados na publicação científica, o que tem sido motivo de várias iniciativas
nacionais e internacionais, a principal delas, a Ciência Aberta, movimento que propõe
mudanças estruturais na forma como o conhecimento científico é produzido, organizado,
compartilhado e reutilizado. É um novo modo de fazer ciência, mais colaborativo,
transparente e sustentável.
Gráfico 1 – Distribuição anual da produção na Scopus
16
15
14 14
14

12
12
11
10 10 10
10 f(x) = 0.274051803885291 x − 543.446577243293
9
R² = 0.72887231829384
Produtividade

8 88 8
8
7 7

6
5 5 5
4 4
4
333 3
22 2 2 2 2 2
2
111 1 11
00 0 0000000
0
1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030

Ano de produção

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

A Lei de Bradford refere que na medida em que os primeiros artigos sobre um novo
assunto são escritos, eles são submetidos à uma pequena seleção, por periódicos apropriados,
e se aceitos para publicação, esses periódicos atraem mais e mais artigos, no decorrer do
desenvolvimento da área de conhecimento/assunto estudado. Nesta tese, assumimos a fração
de 1/3 da produção recuperada para a construção da Tabela de Bradford, disponível na Tabela
nº 1.

Tabela 1 – Tabela Clássica de Bradford


Fonte Ordem de Freqência ∑ Zona
34

série Freqênci
a
Intensive and Critical Care Nursing 1 5 5 zona 1
Journal of Perinatology 2 5 10 zona 1
Journal of Neonatal Nursing 3 4 14 zona 1
Acta Paulista de Enfermagem 4 3 17 zona 1
American Journal of Perinatology 5 3 20 zona 1
Archives of Disease in Childhood: Fetal and 6 3 23 zona 1
Neonatal Edition
Critical Care Medicine 7 3 26 zona 1
Indian Journal of Public Health Research and 8 3 29 zona 1
Development
International Journal of Nursing Studies 9 3 32 zona 1
Journal of Critical Care 10 3 35 zona 1
Journal of Intensive Care Medicine 11 3 38 zona 1
Journal of the Acoustical Society of America 12 3 41 zona 1
Noise and Health 13 3 44 zona 1
Nursing in Critical Care 14 3 47 zona 1
Advances in Neonatal Care 15 2 49 zona 1
American Journal of Critical Care 16 2 51 zona 1
Anaesthesia 17 2 53 zona 1
Anaesthesist 18 2 55 zona 1
Applied Acoustics 19 2 57 zona 1
Canadian Acoustics - Acoustique Canadienne 20 2 59 zona 1
Children 21 2 61 zona 1
Clinical Neonatology 22 2 63 zona 1
Colombia Medica 23 2 65 zona 1
Critical Care 24 2 67 zona 1
Early Human Development 25 2 69 zona 1
Enfermeria Intensiva 26 2 71 zona 2
Evidence-Based Nursing 27 2 73 zona 2
Indian Journal of Pediatrics 28 2 75 zona 2
Indian Pediatrics 29 2 77 zona 2
Intensive Care Medicine Experimental 30 2 79 zona 2
International Journal of Africa Nursing 31 2 81 zona 2
Sciences
International Journal of Pediatric 32 2 83 zona 2
Otorhinolaryngology
Iranian Journal of Neonatology 33 2 85 zona 2
Journal for Specialists in Pediatric Nursing 34 2 87 zona 2
Journal of Clinical Nursing 35 2 89 zona 2
Journal of Perinatal and Neonatal Nursing 36 2 91 zona 2
Kinderkrankenschwester : Organ der Sektion 37 2 93 zona 2
kinderkrankenpflege
Korean Journal of Adult Nursing 38 2 95 zona 2
Nascer e Crescer 39 2 97 zona 2
Pediatrics 40 2 99 zona 2
Sajch South African Journal of Child Health 41 2 101 zona 2
Texto e Contexto Enfermagem 42 2 103 zona 2
14th International Congress on Sound and 43 1 104 zona 2
Vibration 2007
19th International Congress on Sound and 44 1 105 zona 2
Vibration 2012
19th National Conference on Noise Control 45 1 106 zona 2
Engineering 2005
38th International Congress and Exposition on 46 1 107 zona 2
Noise Control Engineering 2009
40th International Congress and Exposition on 47 1 108 zona 2
Noise Control Engineering 2011
42nd International Congress and Exposition on 48 1 109 zona 2
35

Noise Control Engineering 2013


Acoustics Australia 49 1 110 zona 2
Acta Otorhinolaryngologica Italica 50 1 111 zona 2
Acta Paediatrica Taiwanica 51 1 112 zona 2
Acta Paediatrica 52 1 113 zona 2
Advances in Neonatal Care : Official Journal of 53 1 114 zona 2
the National Association of Neonatal Nurses
American Journal of Medical Quality 54 1 115 zona 2
American Journal of Respiratory and Critical 55 1 116 zona 2
Care Medicine
Anales de Pediatria 56 1 117 zona 2
Archives de Pediatrie 57 1 118 zona 2
Archives des Maladies Professionnelles et de 58 1 119 zona 2
L'environnement
Archivos de Cardiologia de Mexico 59 1 120 zona 2
Australian Critical Care 60 1 121 zona 2
Biological Research for Nursing 61 1 122 zona 2
BMC Anesthesiology 62 1 123 zona 2
BMJ (online) 63 1 124 zona 2
Brazilian Journal of Otorhinolaryngology 64 1 125 zona 2
British Journal of Anaesthesia 65 1 126 zona 2
British Medical Journal 66 1 127 zona 2
Burns 67 1 128 zona 2
Canadian Critical Care Nursing Journal 68 1 129 zona 2
Cesko-Slovenska Pediatrie 69 1 130 zona 2
Child Health Nursing Research 70 1 131 zona 2
Chinese Journal of Contemporary Pediatrics 71 1 132 zona 2
Cochrane Database of Systematic Reviews 72 1 133 zona 2
Colombia Medica 73 1 134 zona 2
Critical Care 74 1 135 zona 2
Critical Care Nurse 75 1 136 zona 2
Dynamics 76 1 137 zona 2
Heart and lung - the Journal of Acute and 77 1 138 zona 2
Critical Care
Heart and Lung: Journal of Acute And Critical 78 1 139 zona 2
Care
Hospital practice (1995) 79 1 140 zona 3
Hu Li Za Zhi the Journal of Nursing 80 1 141 zona 3
ICASSP 81 1 142 zona 3
IEEE Access 82 1 143 zona 3
Intensive Care Medicine 83 1 144 zona 3
Intensive Care Medicine: Annual Update 2007 84 1 145 zona 3
Inter-noise 2015 - 44th International Congress 85 1 146 zona 3
and Exposition on Noise Control Engineering
Inter-noise 2017 - 46th International Congress 86 1 147 zona 3
and Exposition on Noise Control Engineering
Inter-Noise 2019 Madrid – 48th International 87 1 148 zona 3
Congress and Exhibition on Noise Control
Engineering
International Congress on Noise Control 88 1 149 zona 3
Engineering 2005
International Journal of Environmental 89 1 150 zona 3
Research and Public Health
International Journal of Qualitative Studies on 90 1 151 zona 3
Health and Well-Being
Investigacion y Educacion en Enfermeria 91 1 152 zona 3
Iranian Journal of Nursing and Midwifery 92 1 153 zona 3
Research
Iranian Journal of Otorhinolaryngology 93 1 154 zona 3
Jognn - Journal of Obstetric 94 1 155 zona 3
36

Jornal de Pediatria 95 1 156 zona 3


Journal of Child Neurology 96 1 157 zona 3
Journal of Clinical Neurophysiology 97 1 158 zona 3
Journal of Environmental Health Science and 98 1 159 zona 3
Engineering
Journal of Family and Community Medicine 99 1 160 zona 3
Journal of Krishna Institute of Medical 100 1 161 zona 3
Sciences University
Journal of Mazandaran University of Medical 101 1 162 zona 3
Sciences
Journal of Multidisciplinary Healthcare 102 1 163 zona 3
Journal of Nursing Research 103 1 164 zona 3
Journal of Occupational and Environmental 104 1 165 zona 3
Hygiene
Journal of Physics: Conference Series 105 1 166 zona 3
Journal of the Intensive Care Society 106 1 167 zona 3
Journal of Toxicology and Environmental 107 1 168 zona 3
Health
Journal of Veterinary Emergency and Critical 108 1 169 zona 3
Care
Krankenpflege. Soins Infirmiers 109 1 170 zona 3
Laryngoscope 110 1 171 zona 3
Lecture Notes in Mechanical Engineering 111 1 172 zona 3
Measurement: Journal of the International 112 1 173 zona 3
Measurement Confederation
Medical Hypotheses 113 1 174 zona 3
Medicina Intensiva 114 1 175 zona 3
Monatsschrift Fur Kinderheilkunde 115 1 176 zona 3
Neonatal Network 116 1 177 zona 3
Nephrology Dialysis Transplantation 117 1 178 zona 3
Netherlands Journal of Critical Care 118 1 179 zona 3
Noise and Vibration Worldwide 119 1 180 zona 3
Noise Control Engineering Journal 120 1 181 zona 3
Occupational Safety and Hygiene - Proceedings 121 1 182 zona 3
of the International Symposium on
Occupational Safety and Hygiene
Occupational Safety and Hygiene IV 122 1 183 zona 3
Occupational Safety And Hygiene IV - Selected 123 1 184 zona 3
Online Brazilian Journal of Nursing 124 1 185 zona 3
Pediatric Critical Care Medicine 125 1 186 zona 3
Pediatric Radiology 126 1 187 zona 3
Pharmacotherapy 127 1 188 zona 3
Proceedings of the Institute of Acoustics 128 1 189 zona 3
Proceedings of the International Congress on 129 1 190 zona 3
Acoustics
Reanimation Urgences 130 1 191 zona 3
Revista Brasileira de Enfermagem 131 1 192 zona 3
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia 132 1 193 zona 3
Revista Brasileira de Terapia Intensiva 133 1 194 zona 3
Revista de Enfermeria 134 1 195 zona 3
Revista Enfermagem 135 1 196 zona 3
Revista Latino-Americana de Enfermagem 136 1 197 zona 3
Revista Paulista de Pediatria 137 1 198 zona 3
Sozial- Und Prãventivmedizin Spm 138 1 199 zona 3
Sri Lanka Journal of Child Health 139 1 200 zona 3
Studies in Systems 140 1 201 zona 3
Tehran University Medical Journal 141 1 202 zona 3
The Journal of Pediatrics 142 1 203 zona 3
Workplace Health and Safety 143 1 204 zona 3
Zeitschrift Fur Larmbekampfung 144 1 205 zona 3
37

Zhonghua Er Ke Za Zhi. Chinese Journal of 145 1 206 zona 3


Pediatrics
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

A aplicação da lei de Bradford possibilitou, o conhecimento do valor do mB


(multiplicador de Bradford), resultante da divisão do número de periódicos de uma zona pela
anterior), e do valor de XmB (valor médio do multiplicador de Bradford, desconsiderando o
valor da primeira zona). Portanto, quanto maior for a oscilação do mB entre as zonas, maior é
a diferença de produtividade entre os periódicos (Tabela Nº 2).

Tabela 2 – Zonas, Multiplicador e média do Multiplicador de Bradford


Zona Nº. de Fontes mB XmB
Zona 1 25 -
Zona 2 53 2,12 1,69
Zona 3 67 1,26
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Aplicando a Lei de Bradford, instrumento útil para a gestão do conhecimento ao


estimar a magnitude de determinada área, possibilitou calcular o grau de relevância dos 145
periódicos que publicaram os 206 documentos, nas diversas áreas de conhecimento. A Tabela
1 permite a análise desta relevância, devido às características de incidência de assuntos e
tendências. Inicialmente destaca-se que poucos (n=25) periódicos altamente produtivos
(n=69) artigos e muitos periódicos (n=137) produzem poucos artigos.
Muito embora perceba-se a presença da Lei de Bradford, visto que um pequeno
número
de periódicos (n=25) é responsável por uma expressiva parcela (33,4%) do total da produção
científica sobre Ruído ocupacional em unidades de cuidados intensivos, com uma média de
aproximadamente, 3 artigos por periódico. Contudo, os 25 periódicos que se encontram na
zona 1 que constitui o cluster central, de acordo com o valor do XmB (1,69), não pode ser
considerado, a priori, nesta tese, como os periódicos que tratam essencialmente dessa
temática – periódicos devotados ao tema Ruído ocupacional em unidades de cuidados
intensivos. Rodrigues e Vireira (2016), estudaram a produção científica sobre tecnologias de
informação e comunicação em bibliotecas, neste estudo, o primeiro cluster contém um
percentual de produtividade bastante próximo dos resultados desta tese.
Supostamente, os periódicos do cluster 1 são aqueles de maior qualidade ou
relevância. Nesta tese, avaliamos os periódicos que encabeçam cada um dos 3 clusters. Não se
deve comparar campos de assunto usando o CiteScore. Essa métrica não é normalizada por
38

campo, e diferentes comportamentos de publicação e citação de pesquisadores em diferentes


campos afetam os valores, bem como as diferenças de desempenho. Todavia, para avaliar a
qualidade do periódico, pode-se compará-lo entre os campos de assunto, utilizando a
classificação de percentil CiteScore dentro de um campo de assunto, nesta tese, Ciências da
Saúde - Enfermagem.
O cálculo do CiteScore é baseado no número de citações de documentos (artigos,
resenhas, documentos de conferências, capítulos de livros e documentos de dados) por um
periódico ao longo de quatro anos, dividido pelo número dos mesmos tipos de documentos
indexados no Scopus e publicados naqueles mesmos quatro anos. Por exemplo, o CiteScore
2021 conta as citações recebidas em 2018-2021 para artigos, revisões, artigos de conferências,
capítulos de livros e documentos de dados publicados em 2018-2021 e divide isso pelo
número desses documentos publicados em 2018-2021.
Periódicos que estão entre os 10% principais de campos distintos têm um impacto de
citação semelhante nesse campo, mesmo que essa classificação de percentil seja baseada em
um CiteScore com valor absoluto diferente, por isso, consideramos também o valor do Source
Normalized Impact per Paper (SNIP) e o SCImago Journal Rank (SJR), métricas
normalizadas por campo.
No cluster 1, o primeiro periódico é o Intensive and Critical Care Nursing (ISSN:
0964-3397), periódico da Editora Elsevier, específico de enfermagem em cuidados intensivos,
em 2021, seu CitScore foi de 4.7; SJR 2021 de 0,708 e SNIP 2021 de 1,400. Na classificação
Qualis Periódicos de 2017-2020, o Intensive and Critical Care Nursing está classificado no
extrato A1, logo, um periódico de alta qualidade para a avaliação da produção científica dos
programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil.
No cluster 2, o primeiro periódico é o Enfermeria Intensiva (ISSN:1130-2399 E-
ISSN:1578-1291), periódico da Editora Elsevier, abrange três subáreas de enfermagem:
Enfermagem Avançada e Especializada, Fundamentos e Habilidades e Enfermagem em
Cuidados Intensivos. Seu CitScore 2021 foi de 1.8; SJR 2021 de 0,276 e SNIP 2021 de 0,608.
Em que pese o fator de possuir métricas inferiores atribuídas ao Intensive and Critical Care
Nursing, ainda assim, deve ser considero um periódico relevante para a Área de Ciências da
saúde, muito embora ele não consta na classificação Qualis Periódicos de 2017-2020,
certamente por não ter, ainda, publicado artigo proveniente de PPGs brasileiros.
No cluster 3, o primeiro periódico é o Hospital practice (1995) (2154-8331E-
ISSN:2377-1003), periódico da Editora Taylor & Francis que abrange área de Medicina. Seu
CitScore 2021 foi de 2.6; SJR 2021 de 0,313 e SNIP não mensurado. Da mesma forma que o
39

Enfermeria Intensiva, mesmo com métricas inferiores atribuídas ao Intensive and Critical
Care Nursing, ainda assim, deve ser considero um periódico relevante para a Área de
Ciências da Saúde, muito embora ele não consta na classificação Qualis Periódicos de 2017-
2020, certamente por não ter, ainda, publicado artigo proveniente de PPGs brasileiros.
As análises, ainda que singelas e aqui consideradas uma experiência primeira
(BACHELARD, 2007), chamam a atenção para um importante aspecto da produção científica
oriunda dos PPGs brasileiros, pois apesar da importância da pós-graduação stricto sensu para
o ensino e a pesquisa, os processos de avaliação de pesquisadores, no bojo dos programas de
pós-graduação promovidos pela CAPES, dão uma ênfase maior na produção de artigos
científicos, fazendo com que docentes e orientandos, publiquem o maior número de artigos
em periódicos qualificados para atender a pontuação necessária e assegurar a sua permanência
no programa, porém, em muitos dos casos, a escolha dos periódicos para as submissões, via
de regra, não obedecem às métricas aqui destacadas, mas sim, o que determina a
extratificação a partir do Qualis, o que pode provocar possíveis distorções nos conceitos de
qualidade atribuídos aos periódicos, em especial, aos que são editados no Brasil pelos PPGs,
mas que ainda não foram indexados nas bases de indexação utilizadas pela CAPES para
avaliar classificação da produção intelectual desses PPGs.
A Tabela Nº 3 mostra a média de citações por artigo, considerando o ano citável. Esta
Tabela mostra a variação de citação de documentos no decorrer do período estudado,
portanto, um indicador importante quando se busca avaliar a vida média e a obsolescência da
literatura, indicadores bibliométricos que são utilizadas para determinar a utilização da
literatura científica com o passar do tempo em determinada área de conhecimento, ou seja, a
vida útil e a taxa de envelhecimento. A vida média é um indicativo da razão de obsolescência
da literatura científica e permite determinar a idade e o declínio da literatura utilizada em uma
determinada área de conhecimento. Nesta pesquisa, a média de citações por artigo, ano e anos
citáveis (Tabela Nº 3), foi complementada com a Tabela 4, que mostra o impacto dos
periódicos que publicaram os documentos recuperados.
Tabela 3 – Média de citações por artigo, ano e anos citáveis
Ano Nº Artigos Média TC/Artigo MédiaTC/Ano Anos citáveis
1976 2 3.50 0.08 46
1977 2 57.50 1.28 45
1978 0 0.00 0.00 0
1979 0 0.00 0.00 0
1980 1 176.00 4.19 42
1981 1 7.00 0.17 41
1982 1 1.00 0.03 40
1983 0 0.00 0.00 0
40

1984 1 99.00 2.61 38


1985 0 0.00 0.00 0
1986 0 0.00 0.00 0
1987 0 0.00 0.00 0
1988 0 0.00 0.00 0
1989 0 0.00 0.00 0
1990 0 0.00 0.00 0
1991 0 0.00 0.00 0
1992 1 5.00 0.17 30
1993 1 2.00 0.07 29
1994 2 48.50 1.73 28
1995 4 26.50 0.98 27
1996 3 28.33 1.09 26
1997 3 5.00 0.20 25
1998 3 37.00 1.54 24
1999 5 23.20 1.01 23
2000 2 76.00 3.45 22
2001 3 180.00 8.57 21
2002 2 6.00 0.30 20
2003 5 64.80 3.41 19
2004 2 0.50 0.03 18
2005 7 16.86 0.99 17
2006 4 13.75 0.86 16
2007 8 28.75 1.92 15
2008 5 61.40 4.39 14
2009 10 45.10 3.47 13
2010 2 15.50 1.29 12
2011 10 22.30 2.03 11
2012 8 21.88 2.19 10
2013 8 13.38 1.49 9
2014 7 15.43 1.93 8
2015 14 12.29 1.76 7
2016 9 9.33 1.56 6
2017 12 4.75 0.95 5
2018 11 13.82 3.45 4
2019 15 9.67 3.22 3
2020 14 1.79 0.89 2
2021 10 2.10 2.10 1
2022 8 0.25 0
Tota
l 206
TC = Número total de citações
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

O índice h é uma métrica em nível de fonte/periódico que tenta medir a produtividade


e o impacto da citação das publicações de uma fonte/periódico científico/acadêmico. O índice
é baseado no conjunto dos documentos mais citados da fonte/periódico e no número de
citações que eles receberam em outras publicações. A função índice h calcula o índice H das
fontes e suas variantes (índice g e índice m) em uma coleção bibliográfica.
41

Tabela 4 – Métricas "h", "g" e "m" index das fontes


Fonte h_inde g_index m_index TC PY_start
x
Journal of Perinatology 4 5 0.160 116 1998
Acta Paulista de Enfermagem 3 3 0.188 31 2007
American Journal of Perinatology 3 3 0.111 125 1996
Archives of Disease in Childhood: Fetal 3 3 0.150 102 2003
and Neonatal Edition
Critical Care Medicine 3 3 0.130 339 2000
Intensive and Critical Care Nursing 3 5 0.111 78 1996
Journal of Critical Care 3 3 0.273 147 2012
Journal of the Acoustical Society of 3 3 0.188 239 2007
America
Nursing in Critical Care 3 3 0.188 94 2007
Advances in Neonatal Care 2 2 0.133 86 2008
American Journal of Critical Care 2 2 0.083 133 1999
Anaesthesia 2 2 0.069 128 1994
Applied Acoustics 2 2 0.286 14 2016
Colombia Medica 2 2 0.125 10 2007
Critical Care 2 2 0.400 51 2018
Early Human Development 2 2 0.118 15 2006
Indian Journal of Pediatrics 2 2 0.133 64 2008
Indian Pediatrics 2 2 0.200 21 2013
Intensive Care Medicine Experimental 2 2 0.333 10 2017
International Journal of Pediatric 2 2 0.048 42 1981
Otorhinolaryngology
Journal for Specialists in Pediatric 2 2 0.250 19 2015
Nursing
Journal of Clinical Nursing 2 2 0.133 181 2008
Journal of Intensive Care Medicine 2 3 0.083 25 1999
Journal of Neonatal Nursing 2 3 0.286 14 2016
Journal of Perinatal and Neonatal 2 2 0.071 65 1995
Nursing
Noise and Health 2 3 0.286 31 2016
Pediatrics 2 2 0.047 291 1980
Sajch South African Journal Of Child 2 2 0.133 19 2008
Health
Texto e Contexto Enfermagem 2 2 0.182 10 2012
14th International Congress on Sound 1 1 0.063 2 2007
and Vibration 2007
42nd International Congress and 1 1 0.100 2 2013
Exposition on Noise Control
Engineering 2013
Acta Otorhinolaryngologica Italica: 1 1 0.034 4 1994
Organo Ufficiale della Societa Italiana
di Otorinolaringologia e Chirurgia
Cervico-Facciale
42

Acta paediatrica taiwanica 1 1 0.045 32 2001


Acta Paediatrica 1 1 0.125 30 2015
American Journal of Medical Quality 1 1 0.200 13 2018
American Journal of Respiratory and 1 1 0.045 498 2001
Critical Care Medicine
Anaesthesist 1 2 0.038 6 1997
Anales de Pediatria 1 1 0.167 4 2017
Archives de Pediatrie 1 1 0.037 16 1996
Archives des Maladies Professionnelles 1 1 0.125 1 2015
et de L'environnement
Archivos de Cardiologia de Mexico 1 1 0.200 1 2018
Australian Critical Care 1 1 0.036 9 1995
BMC Anesthesiology 1 1 0.125 7 2015
BMJ (online) 1 1 0.143 17 2016
Brazilian Journal of 1 1 0.071 18 2009
Otorhinolaryngology
British Journal of Anaesthesia 1 1 0.200 25 2018
British Medical Journal 1 1 0.022 114 1977
Burns 1 1 0.100 45 2013
Canadian Acoustics - Acoustique 1 1 0.042 2 1999
Canadienne
Canadian Critical Care Nursing Journal 1 1 0.032 5 1992
Cesko-Slovenska Pediatrie 1 1 0.024 1 1982
Child Health Nursing Research 1 1 0.333 1 2020
Children 1 1 0.500 1 2021
Chinese Journal of Contemporary 1 1 0.071 9 2009
Pediatrics
Clinical Neonatology 1 2 0.048 6 2002
Cochrane Database of Systematic 1 1 0.100 34 2013
Reviews
Colombia Medica 1 1 0.167 5 2017
Critical Care 1 1 0.071 180 2009
Critical Care Nurse 1 1 0.200 13 2018
Dynamics 1 1 0.050 15 2003
Enfermeria Intensiva 1 2 0.125 8 2015
Evidence-Based Nursing 1 1 0.083 1 2011
Heart and Lung - the Journal of Acute 1 1 0.036 66 1995
And Critical Care
Heart and Lung: Journal of Acute and 1 1 0.026 99 1984
Critical Care
Hospital Practice (1995) 1 1 0.125 12 2015
Hu Li Za Zhi The Journal of Nursing 1 1 0.053 1 2004
Icassp 1 1 0.063 35 2007
Ieee Access 1 1 0.250 26 2019
Indian Journal of Public Health 1 1 0.167 1 2017
Research and Development
43

Intensive Care Medicine 1 1 0.040 55 1998


Intensive Care Medicine: Annual 1 1 0.063 23 2007
Update 2007
International Journal of Africa Nursing 1 1 0.333 2 2020
Sciences
International Journal of Environmental 1 1 0.333 1 2020
Research and Public Health
International Journal of Nursing Studies 1 2 0.500 5 2021
International Journal of Qualitative 1 1 0.111 11 2014
Studies on Health and Well-Being
Investigacion y Educacion en 1 1 0.333 2 2020
Enfermeria
Iranian Journal of Neonatology 1 1 0.125 3 2015
Iranian Journal of Nursing and 1 1 0.143 7 2016
Midwifery Research
Iranian Journal of Otorhinolaryngology 1 1 0.083 19 2011
Jornal de Pediatria 1 1 0.056 41 2005
Journal of Child Neurology 1 1 0.500 4 2021
Journal of Clinical Neurophysiology 1 1 0.125 38 2015
Journal of Environmental Health 1 1 0.111 19 2014
Science and Engineering
Journal of Family and Community 1 1 0.071 12 2009
Medicine
Journal of Krishna Institute of Medical 1 1 0.167 1 2017
Sciences University
Journal of Mazandaran University of 1 1 0.111 2 2014
Medical Sciences
Journal of Multidisciplinary Healthcare 1 1 0.250 2 2019
Journal of Nursing Research 1 1 0.045 10 2001
Journal of Occupational and 1 1 0.200 8 2018
Environmental Hygiene
Journal of Physics: Conference Series 1 1 0.063 8 2007
Journal of the Intensive Care Society 1 1 0.100 12 2013
Journal of Toxicology and 1 1 0.125 17 2015
Environmental Health
Journal of Veterinary Emergency and 1 1 0.333 2 2020
Critical Care
Korean Journal of Adult Nursing 1 1 0.333 2 2020
Laryngoscope 1 1 0.125 6 2015
Measurement: Journal of the 1 1 0.250 1 2019
International Measurement
Confederation
Medical Hypotheses 1 1 0.038 10 1997
Medicina Intensiva 1 1 0.143 18 2016
Monatsschrift fur Kinderheilkunde 1 1 0.022 1 1977
Nascer e Crescer 1 1 0.042 1 1999
Neonatal Network 1 1 0.048 11 2002
Nephrology Dialysis Transplantation 1 1 0.036 10 1995
44

Netherlands Journal of Critical Care 1 1 0.250 7 2019


Noise and Vibration Worldwide 1 1 0.167 2 2017
Noise Control Engineering Journal 1 1 0.167 1 2017
Occupational Safety And Hygiene IV 1 1 0.143 2 2016
Online Brazilian Journal of Nursing 1 1 0.100 3 2013
Pediatric Critical Care Medicine 1 1 0.083 16 2011
Pediatric Radiology 1 1 0.111 25 2014
Pharmacotherapy 1 1 0.056 48 2005
Reanimation Urgences 1 1 0.038 4 1997
Revista Brasileira de Enfermagem 1 1 0.091 3 2012
Revista Brasileira de 1 1 0.050 18 2003
Otorrinolaringologia
Revista Brasileira de Terapia Intensiva 1 1 0.250 11 2019
Revista de Enfermeria 1 1 0.091 1 2012
Revista Enfermagem 1 1 0.083 2 2011
Revista Latino-Americana de 1 1 0.083 24 2011
Enfermagem
Revista Paulista de Pediatria 1 1 0.077 9 2010
Sri Lanka Journal of Child Health 1 1 0.250 1 2019
Studies in Systems 1 1 0.250 2 2019
The Journal of Pediatrics 1 1 0.021 7 1976
Workplace Health and Safety 1 1 0.125 17 2015
Zeitschrift fur Larmbekampfung 1 1 0.033 2 1993
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Os nomes completos das abreviaturas nesta tabela são: TC = Número total de citações; NP = Número total de
publicações; PY_start = Ano da primeira publicação

A Tabela Nº 5 contém a lista de autores de acordo com sua produção. Para calcular a
estimativa do coeficiente da Lei de Lotka, a qual é possível estimar os seus coeficientes para
produtividade científica, consideramos a frequência de publicação de todos os autores sobre o
tema em qualquer campo, esta Lei é também conhecida como a Lei do inverso do quadrado,
onde o número de autores que publicam um certo número de artigos é uma razão fixa para o
número de autores que publicam um único artigo. Essa suposição implica que o coeficiente
beta teórico da lei de Lotka é igual a 2.
Portanto, utilizando a função Lotka é possível estimar o coeficiente Beta do acervo
bibliográfico sobre o assunto estudado, recuperado na Scopus, e avaliar, por meio de um teste
estatístico, a similaridade desta distribuição empírica com a teórica.

Tabela 5 – Produtividade do Autor aplicando a da Lei de Lotka


Artigos produzidos N. de autores % de autores
1 676 90,4
2 56 7,5
3 6 0,8
45

4 7 0,9
5 3 0,4
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Há uma série de métricas para auxiliar na compreensão e avaliação do tema/assunto


estudado, bem como do papel e importância de seus autores. Na literatura científica, já é
sabido que não existe uma única métrica estritamente superior a todas as outras.
Independentemente da abordagem metodológica e /ou da agenda de pesquisa e de seus
objetivos, é também muito importante, calcular e analisar entre o conjunto de métricas, a
compreensão do padrão de colaboração e coautoria do campo como um todo, da mesma
forma, para as instituições e países. Para tanto, as Figuras 17, 18 e 19 representam
graficamente essas redes conforme os 206 artigos/documentos que fizeram parte do corpus
desta pesquisa.

Figura 17 – Rede de colaboração entre autores

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Figura 18 – Rede de colaboração entre instituições


46

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).


Figura 19 – Rede de colaboração entre países

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

O Gráfico nº 2 representa a distribuição da publicação considerando o aspecto teórico


da Lei de Lotka (linha pontilhada), enquanto a curva preenchida em azul, considera os dados
obtidos, portanto, o comportamento empírico. A Tabela Nº 6 mostra a produtividade dos
autores com base na Lei de Lotka.

Gráfico 2 – Distribuição de frequência da produtividade dos autores


47

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Na Tabela nº 6, é possível verificar os 10 autores mais relevantes sobre otema


estudado, considerando a quantidade de citações recebidas na base Scopus. Para uma análise
mais precisa sobre a relevância desses autores, utilizou-se a função localCitations do
Bibliometrix®, esta função considera a frequência dos autores como no mínimo, 2 (duas)
citações na Scopus (citação local). Essas citações medem quantas vezes um autor (ou
documento) incluído na mesma base foi citado por outros autores da mesma base,
diferentemente da GlobalCitations, função que não foi aqui abordada, pois o tema não foi
estudado em outras bases de indexação. Esta relevância foi complementada com dados da
Tabela Nº 7, que apresenta os autores mais relevantes com no mínimo h index = 2.

Tabela 6 – Os 10 Autores mais relevantes com citação na Scopus


Autor Citação na Scopus
Carvalhais C 31
Santos J 31
Xavier A 31
D'souza SRB 22
Kumar V 22
Lewis LE 22
Prakash H 22
Da silva MV 21
Jayamanne C 21
Kumara S 21
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

O índice-h é uma métrica de nível de autor que tenta medir, conjuntamente, a


produtividade e o impacto da citação das publicações de um pesquisador/autor. O índice é
baseado no conjunto dos artigos mais citados do pesquisador/autor e o número de citações que
48

receberam em outros Publicações. A função H index calcula o índice-H dos autores ou o


índice H das fontes e suas variantes (índice-g e índice-m) em um acervo bibliográfico.

Tabela 7 – Autores mais relevantes com no mínimo h index = 2


h_inde g_inde m_inde
Autor x x x TC NP PY_start
Kakehashi TY 4 5 0.250 61 5 2007
Lasky RE 4 5 0.222 236 5 2005
Nagapoornima M 4 4 0.267 83 4 2008
Pinheiro EM 4 5 0.250 61 5 2007
Ramesh A 4 4 0.267 83 4 2008
Camargo Caicedo 3 3 0.375 31 3 2015
Chang Y-J 3 3 0.136 85 3 2001
Garrido Galindo 3 3 0.375 31 3 2015
Vos P 3 3 0.120 63 3 1998
Williams AL 3 4 0.167 224 4 2005
Arslan E 2 2 0.069 41 2 1994
Aubertin C 2 2 0.222 42 2 2014
Barrowman N 2 2 0.222 42 2 2014
Benini F 2 2 0.069 41 2 1994
Berens RJ 2 2 0.083 26 2 1999
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
TC = Número total de citações
NP = Número total de publicações
PY_start = Ano da primeira publicação

A produção científica de uma instituição é um indicador que deve ser considerado nas
pesquisas bibliométricas, pois trata-se de um indicador de qualidade e que pode caracterizar
uma expertise de grupos de pesquisa e seus membros, filiados às instituições, além do mais,
irá permitir uma análise mais fiel do mapeamento da colaboração científica interinstitucional.
Na Tabela Nº 8 é possível verificar as instituições que foram responsáveis por pelo menos, 5
(cinco) documentos publicados e indexados na base Scopus.

Tabela 8 – Instituições com pelo menos 5 publicações


Afiliação Artigos/Documentos
University of Michigan 16
St John's Medical College Hospital 13
Manipal University 10
Notreported 10
The Hospital for Sick Children and University of Toronto 10
School of Allied Health Technologies of Polytechnic 9
Institute of Porto
Universidad del Magdalena 9
Fujian Medical University 8
St. John's Medical College Hospital 8
49

Universidade Federal de São Paulo - Unifesp 8


University of Alberta 8
Akdeniz University 7
Children's Hospital of Michigan 7
East Carolina University 7
Guilan University of Medical Sciences 7
Imaging Research Center 7
Taichung Veterans General Hospital 7
Universidade Federal de São Paulo 7
Facultad de Medicina 6
Federal University of the State of Rio De Janeiro 6
Hospital de São João 6
Istanbul University 6
Marmara University School of Medicine 6
North Shore University Hospital 6
Queen's University 6
St john's Medical College and Hospital 6
The Catholic University of Korea 6
Universitát Regensburg 6
University of Bern 6
University of Calgary 6
University of Connecticut 6
College of Health Technology 5
Johns Hopkins University School of Medicine 5
La Trobe University 5
National Cheng Kung University 5
Northern Illinois University 5
People's Hospital Of Guilin 5
Universitas Padjadjaran 5
University Hospital of Coimbra 5
University of Huelva 5
University of Iowa 5
University of Michigan School of Medicine 5
University of Padova 5
University of Pennsylvania Medical Center 5
University of Toronto 5
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

A colaboração interna e externa entre países foi calculado através dos índices de
colaboração intra-país (SCP) e inter-países (MCP). Para este estudo, consideramos os índices
de colaboração SCP e MCP, respectivamente: Single Country Publications e Multiple
Country Publications, contabilizando, somente os países com mais de 1 (um) documento
publicado cujo autor correspondente tenha sido informado como afiliado ao país. A Tabela Nº
9 destaca esses países, enquanto a Tabela Nº 9 apresenta os indicadores dos países mais
citados.

Tabela 9 – Colaboração autor correspondente por país


50

Artigo
País s SCP MCP Freq. Fracionada MCP_Razão
EUA 83 77 6 0.403 0.142
Canadá 13 11 2 0.063 0.154
Brasil 11 11 0 0.053 0.000
China 9 8 1 0.044 0.111
Índia 9 9 0 0.044 0.000
Reino Unido 9 8 1 0.044 0.111
Iran 7 7 0 0.034 0.000
Portugal 7 6 1 0.034 0.143
Turquia 7 7 0 0.034 0.000
Espanha 6 4 2 0.029 0.333
Austrália 5 3 2 0.024 0.400
Colômbia 4 4 0 0.019 0.000
Itália 4 4 0 0.019 0.000
Coréia 4 4 0 0.019 0.000
Holanda 4 3 1 0.019 0.250
Suíça 4 4 0 0.019 0.000
França 3 3 0 0.015 0.000
Alemanha 3 3 0 0.015 0.000
Jordânia 2 1 1 0.010 0.500
Arábia Saudita 2 2 0 0.010 0.000
África do Sul 2 2 0 0.010 0.000
Suécia 2 2 0 0.010 0.000
Argentina 1 1 0 0.005 0.000
Egito 1 1 0 0.005 0.000
Grécia 1 1 0 0.005 0.000
Indonésia 1 1 0 0.005 0.000
Israel 1 0 1 0.005 1.000
México 1 1 0 0.005 0.000
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Para este estudo, consideramos como os documentos mais citados no mundo, aqueles
documentos com 50 (cinquenta) ou mais citações. Como a distribuição não é Gaussiana ou o
desvio padrão é muito pequeno, como no caso deste estudo quando consideramos os
principais documentos mais citados no mundo, normalizar os dados foi uma escolha tomada.
Usando o Bibliometrix®, tendo o documento Normalized Citation Score (NCS) de um
documento é calculado dividindo a contagem real de itens de citação pela taxa de citação
esperada para documentos com o mesmo ano de publicação. Sendo assim, os valores estão
disponíveis na Tabela Nº 10.

Tabela 10 – Documentos mais citados no mundo todo


Total TC Normalizado
Artigo DOI
Cit. Ano TC
Freedman NS, 2001, 10.1164/ajrccm.163.2.9912128 498 22,64 2,77
AM J Respir Crit Care
Med
51

Morrison WE, 2003, Crit 10.1097/00003246-200301000-00018 187 9,35 2,89


Care Med
Xie H, 2009, Crit Care 10.1186/cc7154 180 12,86 3,99
LONG JG, 1980, 176 4,09 1,00
Pediatrics
Ryherd EE, 2008, J 10.1121/1.2822661 131 8,73 2,13
Acoust Soc AM
Konkani A, 2012, J Crit 10.1016/j.jcrc.2011.09.003 129 11,73 5,90
Care
Walder B, 2000, Crit 10.1097/00003246-200007000-00010 129 5,61 1,70
Care Med
Lasky RE, 2009, 10.1542/peds.2007-3418 115 8,21 2,55
Pediatrics
Bentley S, 1977, Brit 10.1136/bmj.2.6101.1503 114 2,48 1,98
Med J
Li S-Y, 2011, J Clin 10.1111/j.1365-2702.2010.03507.x 110 9,17 4,93
Nurs
Wallace CJ, 1999, AM J 10.4037/ajcc1999.8.4.210 110 4,58 4,74
Crit Care
Hansell HN, 1984, Heart 99 2,54 1,00
Lung J Crit Care
Kam PCA, 1994, 10.1111/j.1365-2044.1994.tb04319.x 93 3,21 1,92
Anaesthesia
Akansel N, 2008, J Clin 10.1111/j.1365-2702.2007.02144.x 71 4,73 1,16
Nurs
Christensen M, 2007, 10.1111/j.1478-5153.2007.00229.x 71 4,44 2,47
Nurs Crit Care
Elander G, 1995, Heart 10.1016/S0147-9563(05)80058-5 66 2,36 2,49
Lung J Acute Crit Care
Williams AL, 2007, J 10.1121/1.2717500 64 4,00 2,23
Acoust Soc AM
Darcy AE, 2008, Adv 10.1097/01.ANC.0000324341.24841.6 63 4,20 1,03
Neonatal Care e
Surenthiran SS, 2003, 10.1136/fn.88.4.f315 60 3,00 0,93
Arch Dis Child Fetal
Neonatal ED
Tsiou C, 1998, Intensive 10.1007/s001340050676 55 2,20 1,49
Care Med
Fraser GL, 2005, 10.1592/phco.2005.25.5_Part_2.19S 48 2,67 2,85
Pharmacotherapy
Cordova AC, 2013, 10.1016/j.burns.2012.02.033 45 4,50 3,36
Burns
Simons KS, 2018, Crit 10.1186/s13054-018-2182-y 45 9,00 3,26
Care
Williams AL, 2009, AM 10.1055/s-0028-1104741 45 3,21 1,00
J Perinatol
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

A Lei de Zipf foi aplicada, considerando todas as palavras contidas nos resumos dos
documentos recuperados (n = 20991). O Quadro 14 contém a distribuição de palavras e seus
respectivos percentis, por Zonas de Zipf. As palavras contidas na Zona 1 estão descritas na
Tabela 11, enquanto o quantitativo de todas as palavras está disponibilizado na Tabela nº 12.

Quadro 14 – Distribuição da quantidade de palavras nas 3 Zonas de Zipf


4.855 palavras Zona 1 ou Trivial 23,12%
52

8.966 palavras Zona 2 ou 42,71%


Interessante
7.170 palavras Zona 3 ou Ruído 34,17%
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Tabela 11 – Zona 1 de Zipf


Palavras Ocorrências %
Noise 1224 5,83%
Levels 494 2,35%
Care 377 1,80%
Level 300 1,43%
Intensive 266 1,27%
NICU 263 1,25%
Sound 230 1,10%
dBA 228 1,09%
Unit 214 1,02%
Study 192 0,91%
dB 189 0,90%
Patients 172 0,82%
Results 155 0,74%
ICU 151 0,72%
Staff 149 0,71%
Neonatal 142 0,68%
Sleep 109 0,52%
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Tabela 12 – Quantitativo de palavras contidas nos resumos


Número de ∑ Ordem de
ocorrências %
palavras parcial série
1 1224 1224 5,83% 1
1 494 494 2,35% 2
1 377 377 1,80% 3
1 300 300 1,43% 4
1 266 266 1,27% 5
1 263 263 1,25% 6
1 230 230 1,10% 7
1 228 228 1,09% 8
1 214 214 1,02% 9
1 192 192 0,91% 10
1 189 189 0,90% 11
1 172 172 0,82% 12
1 155 155 0,74% 13
1 151 151 0,72% 14
1 149 149 0,71% 15
1 142 142 0,68% 16
1 109 109 0,52% 17
1 100 100 0,48% 18
1 99 99 0,47% 19
53

1 98 98 0,47% 20
1 92 92 0,44% 21
1 86 86 0,41% 22
1 85 85 0,40% 23
1 84 84 0,40% 24
1 81 81 0,39% 25
2 78 156 0,74% 26
2 76 152 0,72% 27
1 75 75 0,36% 28
1 72 72 0,34% 29
1 71 71 0,34% 30
1 70 70 0,33% 31
2 68 136 0,65% 32
3 66 198 0,94% 33
1 65 65 0,31% 34
2 62 124 0,59% 35
1 61 61 0,29% 36
1 60 60 0,29% 37
1 58 58 0,28% 38
3 57 171 0,81% 39
1 56 56 0,27% 40
1 52 52 0,25% 41
1 50 50 0,24% 42
2 49 98 0,47% 43
3 48 144 0,69% 44
3 46 138 0,66% 45
2 45 90 0,43% 46
2 43 86 0,41% 47
2 42 84 0,40% 48
3 41 123 0,59% 49
3 40 120 0,57% 50
5 38 190 0,91% 51
3 37 111 0,53% 52
3 36 108 0,51% 53
3 35 105 0,50% 54
1 34 34 0,16% 55
4 33 132 0,63% 56
6 32 192 0,91% 57
3 31 93 0,44% 58
2 30 60 0,29% 59
4 29 116 0,55% 60
5 28 140 0,67% 61
5 27 135 0,64% 62
5 26 130 0,62% 63
8 25 200 0,95% 64
5 24 120 0,57% 65
11 23 253 1,21% 66
16 22 352 1,68% 67
13 21 273 1,30% 68
10 20 200 0,95% 69
54

9 19 171 0,81% 70
8 18 144 0,69% 71
18 17 306 1,46% 72
20 16 320 1,52% 73
18 15 270 1,29% 74
15 14 210 1,00% 75
15 13 195 0,93% 76
29 12 348 1,66% 77
37 11 407 1,94% 78
37 10 370 1,76% 79
43 9 387 1,84% 80
37 8 296 1,41% 81
62 7 434 2,07% 82
86 6 516 2,46% 83
154 5 770 3,67% 84
190 4 760 3,62% 85
271 3 813 3,87% 86
650 2 1300 6,19% 87
2040 1 2040 9,72% 88
TOTAL 20.991 100,00%
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Sob o aspecto linguístico, uma definição de contexto pode ser encontrada a partir do
trabalho de Saussure (1972), quando define linguagem como sendo um sistema de termos
interdependentes cujos valores são atribuídos na relação como utros termos. Especificamente,
em se tratando do tema/assunto estudado, considerar o contexto e buscar, se possível,
significados/identificação palavra por palavra, ou até mesmo trechos de um texto, neste caso,
as palvras-chave do autor para os títulos dos 206 artigos/documentos recuperados, isso foi
possível com o uso do Bibliometrix, cuja técnica influenciou na frequência de ocorrência das
palavras vizinhas, tal como uma estratégia para representação vetorial de palavras
(SILVEIRA et al., 2018).
A Figura 20 traz o mapa temático gerado a partir do conjunto de dados referentes aos
títulos dos artigos/documentos recuperados, contendo as palavras-chave dos autores como
públicações relacionando os termos de busca da string na Scopus.
55

Figura 20 – Mapa temáticos pela abordage de rede com palavras-chave dos autores

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

As redes de coocorrências de palavras-chave foram obtidas a partir da extração de


termos contidos nas palavras-chave dos autores, portanto, são restritas a uma única palavra,
em que pese o fato de que, em outras análises também possam inclir termos que consistem em
várias palavras, de acordo com o nível de aprofundamento a que a pesquisa se encontra. Nesta
análise, o número de coocorrências de duas palavras-chave corresponde à quantidade de
publicações nas quais as duas palavras-chave ocorrem juntas na lista de palavras-chave.
A Figura 21 apresenta os resultados para as 15 palavras-chave com valores mais
elevados de centralidades de auto vetor e de grau. As palavras-chave intensive care unit e
noise são as que apresentam os maiores valores das centralidades calculadas, seguidas pelas
palavras: newborn, nursing, neonatal, neonatal nursing, noise measurement, incubator,
infant, nurses, stress, alarm, alarms, neonatal intensive care unit e nicu. Trata-se de uma
interpretação qualitativa das palavras-chave incluídas pelos autores nos metadados de cada
documento. Com essa opção do controle do vocabulário, a rede resultante considerou o
máximo de 50 nós, com no mínimo duas arestas, normalização por associação.

Figura 21 – Rede de co-ocorrência com palavras-chave dos autores


56

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

É razoável poder afirmar que as pesquisa científicas, em paticular, dissertações de


mestrado e teses de doutorado, devido à experiência profissional e de vida do
pesquisador/orientador, mas especialmente do seu orientando – mestrando/doutorando, a
orientação por parte de um pesquisador sênior, sua exigência de originalidade e pela
necessidade de grande parte dos mestrandos e doutorandos de encontrar seus próprios nichos
na disciplina/área de conhecimento/tema/assunto específicos, constituem um bom indício de
quais são os temas de maior interesse em cada momento histórico, aqueles que devem ser
escolhidos, oportuniamente, talvez, para seus trabalhos de conclusão. A distribuição temática
do tema estudado, a partir das palavras-chave utilizadas nos metadados dos
artigos/documentos recuperados. Para maior contextualização, vamos comparar essa
distribuição nos anos de 2020, 2019 e 2018, respectivamente evidencida nas Figuras 22, 23 e
24.

Figura 22 – Evolução temática com palavras-chave dos autores de 2020


57

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Figura 23 – Evolução temática com palavras-chave dos autores de 2019

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).


Figura 24 – Evolução temática com palavras-chave dos autores de 2018
58

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).


59

5 CONCLUSÃO
60

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APÊNDICE A

APÊNDICE A – IDENTIFICAÇÃO DO CORPUS ANALISADO CONTENDO 206


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