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Análise
de Situação
de Saúde
Organizadoras
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Deysianne Costa das Chagas
Paola Trindade Garcia
1
Análise
de Situação
de Saúde
Análise
de Situação
de Saúde
Organizadoras
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Deysianne Costa das Chagas
Paola Trindade Garcia
São Luís
2019
Copyright © 2019 by EDUFMA
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Esnel José Fagundes; Profa. Dra. Inez Maria Leite da Silva; Prof. Dr. Luciano da Silva
Façanha; Profa. Dra Andréa Dias Neves Lago; Profa. Dra. Francisca das Chagas Silva Lima;
Bibliotecária Tatiana Cotrim Serra Freire; Prof. Me. Cristiano Leonardo de Alan Kardec Capovilla
Luz; Prof. Dr. Jardel Oliveira Santos; Profa. Dra. Michele Goulart Massuchin; Prof. Dr. Ítalo
Domingos Santirocchi.
Projeto de design
Douglas Brandão França Junior; José Henrique Coutinho Pinheiro; Katherine Marjorie Mendonça
de Assis.
Normalização
Edilson Thialison da Silva Reis – CRB 13ª Região, nº de registro – 764
Revisão técnica
Roberto Carlos Reyes Lecca
Revisão de texto
Fabiana Serra Pereira
Revisão pedagógica
Cadidja Dayane Sousa do Carmo; Halinna Larissa Cruz Correia de Carvalho; Elza Bernardes
Monier; Alessandra Viana Natividade Oliveira
Análise de situação de saúde/Ana Emilia Figueiredo de Oliveira; Deysianne Costa das Chagas; Paola
Trindade Garcia; (Org.). - São Luís, 2019.
CDU 616-036
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte
e que não seja para venda ou para qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais dos
textos e imagens desta obra é da UNA-SUS/UFMA.
INFORMAÇÃO SOBRE O AUTOR
p.
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................14
2 ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE: CONCEITOS E INTERPRETAÇÃO
DE INDICADORES ................................................................................15
2.1 Bases conceituais da Análise de Situação de Saúde (Asis) ...............16
2.1.1 Objetivos da Asis ................................................................................19
2.1.2 Finalidades da Asis .............................................................................20
2.1.2.1 A Definição de necessidades, prioridades e políticas em saúde e a
avaliação de sua adequação ...............................................................20
2.1.2.2 A formulação de estratégias de promoção, prevenção e controle de
danos à saúde e a avaliação de sua pertinência e cumprimento........22
2.1.2.3 A construção de cenários futuros em saúde ..................................... 23
2.2 Utilização dos dados da Vigilância em Saúde ................................... 28
2.3 Comportamento e tendências das variáveis demográficas .............. 35
3 ASIS E PRIORIZAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS ................................ 45
3.1 Priorização: definição e aplicabilidade............................................... 45
3.2 Desigualdades em saúde ................................................................... 58
3.3 A carga global de doenças no Brasil .................................................. 75
4 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES EM SAÚDE .......................................... 84
4.1 Os sistemas de informação em saúde no Brasil e sua importância
para a construção das Asis ................................................................ 84
4.2 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) ........................... 88
4.3 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) ................... 92
4.4 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) ............. 97
4.5 Outros sistemas de informações ....................................................... 99
4.6 Identificação e seleção de dados fundamentais ............................. 100
4.7 Indicadores de mortalidade ............................................................ 107
4.7.1 Mortalidade Proporcional por Causas .............................................. 107
4.7.2 Taxa de Mortalidade por Causas ...................................................... 108
4.7.3 Taxa de Mortalidade Infantil............................................................. 109
4.7.4 Razão de Mortalidade Materna....................................................111
4.8 Indicadores de morbidade...........................................................115
4.8.1 Incidência..................................................................................115
4.8.2 Prevalência................................................................................117
4.9 Outros indicadores de saúde....................................................119
4.10 Qualidade das informações......................................................120
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................127
REFERÊNCIAS.............................................................................127
PREFÁCIO
A Análise de Situação de Saúde (Asis) ao caracterizar, medir e
explicar o perfil de saúde-doença de uma população produz informações
e conhecimentos úteis para o planejamento, definição de prioridades e
estratégias de intervenção, além da avaliação de seu impacto.
Por isso é importante que a Asis seja incorporada e considerada na
elaboração dos planos de saúde, no estabelecimento de prioridades para
a alocação de recursos orçamentários, financeiros e de infraestrutura e na
gestão do trabalho e dos recursos humanos para a saúde. Entretanto, realizar
o planejamento a partir da Asis ainda se constitui um desafio para os atores
envolvidos na construção de políticas públicas de saúde.
Partindo desse pressuposto, surge o livro "Análise de Situação de
Saúde", que aborda de forma clara e objetiva o conceito e objetivos da Asis,
bem como a sua importância no planejamento e definição de ações de saúde
direcionadas às necessidades da população. Entre os temas discutidos no
livro, alguns merecem destaque como: conceitos, interpretação e utilização
dos indicadores de saúde, a análise da situação de saúde na construção de
políticas públicas e o processo de análise das informações em saúde.
Este livro visa a ampliar a compreensão dos profissionais de saúde
para a importância da elaboração da Asis, objetivando sua incorporação nos
instrumentos de planejamento e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante destacar, também, que publicações nessa temática
são instrumentos importantes para o aprofundamento teórico dos
profissionais que já atuam no SUS. Portanto, esperamos que este
livro possa contribuir em sua formação profissional e que se torne
um referencial teórico para o planejamento de atividades de saúde
realizadas em seu local de trabalho. Boa leitura!
14
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
15
as doenças não respeitam fronteiras geográficas, e as epidemias
de ebola e influenza por H1N1 mostram isso. Outra característica
é a intensa inovação tecnológica da indústria de equipamentos
para a saúde e farmacêutica. Essas inovações costumam gerar
demandas para os novos produtos, que para serem incorporados
aos tratamentos geram altos custos aos governos.
16
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Gráfico 1 - Taxas de mortalidade padronizadas das principais causas específicas de morte por
Região, Brasil, em 2013.
60 D. cerebrovasculares
51,5
Infarto agudo do Miocárdio
50
Diabetes mellitus
40 35,6 34,9
32,6 D. hipertensivas
30
21,9 Pneumonias
20 Bronquite, enfisema, asma
10 Homicídios
0 Acidentes de transporte terrestre
Norte
60 60
51,9
50 42,7
50 42,6
39,5 39,6
40 35,4 40 37,7
28
30 30
22,1
19,3
20 20
10 10
0 0
Nordeste Sudeste
60 60
50 46,9 50 44,1
37,1 38,9
40 40 35,5
29,3 30,2 29,5
30 26,2 26,1 30
20 20
10 10
0 0
Sul Centro-Oeste
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2014: uma análise da situação de saúde e
das causas externas. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. p. 106. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2014_analise_situacao.
pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017.
17
tempo que uma análise da mortalidade ao longo dos anos poderia auxiliar
na avaliação das políticas implementadas para evitar o excesso de mortes
por cada uma das causas. Para compreender melhor a importância da Asis
para o planejamento das ações de saúde, vamos analisar o caso do município
de Céu Azul:
18
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
19
Dessa forma, a Asis objetiva gerar informações que auxiliem na
compreensão das causas e consequências de saúde e que também orientem
a tomada de decisão por parte dos profissionais e gestores da saúde.
20
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
0º 0º
-10º -10º
Bom (0,81-0,89)
N
Muito bom (0,90-0,96)
O L
0º 0º
-10º -10º
Bom (0,86-0,92)
N
Muito bom (0,93-0,97)
O L
21
A figura 1 apresenta desigualdades sociais
influenciando internações e mortes por
doenças diarreicas em crianças. Você consegue
observar desigualdades semelhantes dentro
do seu município? Há grupos populacionais
que sofrem mais de alguns tipos de doença
por causa da sua condição social? Esses grupos
deveriam receber uma atenção diferenciada
na definição e execução de políticas públicas?
22
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
2.569 1.260 122 69 45 142 329 612 196 106 35 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3.205 1.985 362 257 233 257 600 1.029 724 895 916 535 588 552 517 554 419 453 432 369 437 528 678 637 654 642 609 614 636 585
Poliomielite
23
ser elaboradas a fim de mudar o cenário para determinadas causas –
notoriamente as causas externas, bem como preparar o sistema de saúde
para uma assistência adequada às pessoas que necessitarão de cuidados
prolongados – como os grupos que são acometidos por doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), com destaque para as doenças do aparelho
circulatório e neoplasias.
Demais
75 Afecções perinatais
Aparelho geniturinário
Sistema nervoso
Infecciosas e parasitárias
50
Aparelho digestivo
Sangue, tr. imun., nutr. e metab.
Aparelho respiratório
25 Causas externas
Neoplasias
Aparelho circulatório
0
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030
Como vimos, a Asis pode ser utilizada de diferentes formas por gestores
e profissionais de saúde para direcionar ações que busquem a satisfação das
necessidades de saúde da população. Não podemos, no entanto, esquecer
que a saúde da população depende de inúmeros fatores e que algumas
soluções, para serem efetivas, precisam ser articuladas com outros setores
24
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
governamentais e da sociedade.
Aqueles agravos ou doenças que são mais prevalentes em populações
mais vulneráveis são um exemplo de soluções que passam, necessariamente,
pela intersetorialidade das ações. Afinal, o grande número de mortes violentas
entre jovens em situação de vulnerabilidade e marginalizados não serão
resolvidos somente com a mobilização de equipes de saúde.
Podemos usar esse raciocínio para as neoplasias que podem ser
detectadas em programas de prevenção, como é o caso do câncer de mama,
de colo do útero e de próstata, mas que estão entre os tipos que mais matam
no Brasil. Esses tipos de neoplasias são mais letais entre o grupo de pessoas
mais pobres e menos escolarizadas. Ampliar o número de unidades de saúde
que diagnosticam essas doenças é apenas uma das ações que podem diminuir
a mortalidade, mas a redução das desigualdades sociais necessitará de uma
ação conjunta de diferentes setores.
É importante destacar que essa visão ampla sobre a saúde é uma
construção histórica, que se desenvolveu juntamente com a sociedade
humana. Por muito tempo, a saúde esteve vinculada a um conceito tradicional
que relacionava à saúde com os serviços sanitários. Dito de uma forma mais
direta, a saúde seria definida a partir da doença como referência, ou seja,
o organismo que estivesse em um estado mórbido era considerado doente,
ao passo que o contrário desse estado seria caracterizado como saúde
(CARVALHO; BUSS, 2012).
A mudança no paradigma da saúde, que passa a contemplar os
múltiplos fatores – incluindo os socioeconômicos – como produtores de
doenças, se reflete também nas medidas utilizadas em saúde pública para
analisar a situação de saúde da população. Por meio da Epidemiologia, essa
busca por medidas objetivas sobre a saúde deixou de ser exclusivamente
relacionada à mortalidade e morbidade e passou a incluir outros atributos.
Com a ampliação do conceito de saúde, reconheceu-se a necessidade de
considerar outras dimensões da saúde, como incapacidade e fatores não
biológicos da saúde, assim como a qualidade da assistência, o acesso aos
serviços, as condições de vida e os fatores ambientais (OPAS, 2001).
25
Epidemiologia é o estudo da frequência e distribuição de estados
ou eventos relacionados à saúde, e dos seus determinantes, em
populações específicas e a aplicação desse estudo para o controle
de problemas de saúde (PORTA, 2014).
26
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
27
informações em saúde. A Asis contribui, portanto, para um diagnóstico
mais preciso da situação, possibilitando identificar também os atores que
se corresponsabilizarão para a resolução dos problemas, aumentando
as chances de sucesso na execução das ações.
28
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
que para “conduzir” uma unidade de saúde ou para uma equipe atender às
necessidades sanitárias de uma população, os dados são de fundamental
importância.
Obter informações de quantas mulheres estão gestantes em um
município, quantos novos casos de dengue surgiram no último verão ou
mesmo o total de pessoas hipertensas cadastradas na equipe de saúde da
família do bairro auxiliam gestores e trabalhadores a adequarem a assistência
materno-infantil daquele município; a atuarem de forma preventiva para
que não ocorram novos casos de dengue nos meses quentes e chuvosos; e a
estimarem a quantidade de medicamentos a serem dispensados à população
hipertensa sem que haja descontinuidade do tratamento.
Você percebeu que com apenas três exemplos já conseguimos visualizar
a importância que os dados têm para a saúde?
Na área da saúde, utilizamos fundamentalmente os dados epidemiológicos
para monitorar, avaliar, planejar e analisar as condições de saúde e bem-
estar dos grupos populacionais. Neste capítulo, já conhecemos o conceito
de epidemiologia, que em resumo é o estudo sobre a saúde da população.
Portanto, os dados de saúde se constituem em dados epidemiológicos. Vale
ressaltar que para a Asis, outros dados também podem ser utilizados, como
os demográficos, econômicos e os do meio ambiente.
Os dados podem ser classificados, ainda, segundo as suas fontes de
obtenção em primários e secundários, conforme ilustra a figura 4:
29
Esses últimos merecem um destaque especial, pois muitos deles estão
à nossa disposição no site do Departamento de Informática do Ministério da
Saúde, o DATASUS, e se constituem importantes elementos da Asis.
30
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Tabela 1 - Percentual de óbitos e taxa de mortalidade específica (por 100 mil hab.) por causa
específica para homens e mulheres, segundo faixa etária. Brasil, 2015.
Faixa
Masculino Feminino
Etária
Acidente de transporte
5,9 39,0 Câncer de mama 6,9 24,7
terrestre
Homicídio 5,9 38,9 Diabetes 5,1 18,2
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de saúde e
os desafios para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2018. 426 p.
31
Outra importante fonte de dados para a saúde é o Sistema de Informações
sobre Nascidos Vivos, o Sinasc. Ele é responsável por gerar dados de cada
nascido vivo no território nacional e contribui para informar parâmetros da
saúde do bebê ao nascer, a assistência pré-natal da mãe, características do
parto e o deslocamento das parturientes para obter assistência (BRASIL, 2009).
Na figura 5 você pode observar a utilização dos dados do Sinasc na
Asis. Os gráficos descrevem a situação dos partos cesáreos entre diferentes
grupos populacionais; primeiramente por região do país, seguidos pelas
categorias de escolaridade, cor da pele/raça e faixas etárias. Os dados
auxiliam a direcionar políticas que visem à redução do excesso de partos
cesáreos ocorridos no Brasil.
Figura 5 - Proporção de nascimentos por parto cesáreo, segundo região, cor
da pele/raça, escolaridade e idade da mãe. Brasil, 2013.
100 100
Região Escolaridade
83,8
80 80
61,4 62,7 62,2
56,7 56,3
60 60
49,9
% 46,1 % 42,4
40 40 34,8
20 20
0 0
N NE SE S CO BR 0a3 4a7 8 a 11 12 e +
100 100
Cor da pele/raça Idade
80 80
68,3 67,7 70,0 68,4
58,5 60,2
60 50,0 60
49,6 50,5
% %
40,7 41,8
40 40
18,9
20 20
0 0
Branca Preta Amarela Parda Indígena <15 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40 e +
32
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Figura 6 - Incidência (/100 mil hab.) de febre pelo vírus Zika por município de
residência, até a Semana Epidemiológica 49. Brasil, 2016.
Incidência
0,0
0,0 --| 300,0
300,0 --| 500,0
500,0 --| 1.000,0
1.000,0 --| 3.000,0
3.000,0 --| 16.269,8
33
Vimos algumas das principais fontes de dados geradas de forma
contínua pelos serviços de saúde no Brasil. O SUS conta ainda com outros
sistemas de informação que geram dados relevantes para a Asis, e o melhor,
muitos deles estão disponíveis para acesso público.
Como você pode perceber, os dados gerados pelos serviços de saúde
brasileiros são uma fonte importante para gerar conhecimento sobre a
realidade sanitária das populações. Mas eles não são os únicos. O Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fornece dados relevantes para a
saúde, que são os dados demográficos. Essa instituição é responsável, por
exemplo, pela contagem de toda a população brasileira, que ocorre a cada
dez anos.
34
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
35
onde as pessoas residem, bem como auxiliam a estimar o tamanho e o
crescimento da população de um município ou estado.
Figura 7 - Pirâmides etárias brasileiras e projeções, por sexo, para os anos de 1970, 1991, 2010 e
2050. Brasil, 2013.
10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000
36
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000
37
PIRÂMIDE ETÁRIA ABSOLUTA - BRASIL - CENSO 2050
90+
85 a 89 Homens
80 a 84 Mulheres
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000
Fonte: IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população por sexo e
idade: Brasil 2000-2060 Unidades da Federação 2000-2030. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.
38
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
39
PARA SABER MAIS!
Fonte: Adaptado de: PEREIRA, M. G. Epidemiologia: Teoria e prática. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, 1995.
40
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
demoraram um tempo maior para iniciar essa transição, outros ainda estão no
processo e são descritos como países de transição tardia. Simultaneamente,
muitos desses países realizaram uma transição mais acelerada, como é o caso
do Brasil, que iniciou sua transição apenas no século XX, mas completou o
processo em um tempo menor do que os países europeus.
A figura 9 mostra a evolução da mortalidade no Brasil, pelo conjunto
das principais causas, desde 1930. Observe a elevada proporção de óbitos
por doenças infecciosas no início do período analisado e sua redução ao
longo das décadas. Por outro lado, os grupos de causas consideradas DCNT
aumentaram sua importância na mortalidade. Não podemos deixar de
destacar também as causas externas como importante fator de morte no país.
41
essa mudança no perfil demográfico e epidemiológico em relação processo
ocorrido em países desenvolvidos. Esses são desafios que o Brasil enfrenta
atualmente e são derivados, entre outras coisas, do processo de transição
demográfica.
Você já tinha parado para pensar como os dados demográficos são
importantes para a área da saúde? Agora você já sabe que a Asis utiliza
não só dados sobre a saúde da população, mas também dados sobre
crescimento populacional e sobre a estrutura etária. Mas não acaba por
aqui. Outra importante contribuição dos dados demográficos para a Asis é a
contextualização das condições de vida das populações. Vimos anteriormente
que a renda, as condições de moradia e o nível educacional são alguns dos
determinantes sociais da saúde. Esses determinantes são mensurados a
partir das informações geradas pelo IBGE por intermédio de suas pesquisas.
Portanto, algumas necessidades de saúde podem ser estimadas a partir
desses dados, sendo de fundamental importância a sua incorporação na Asis.
42
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
19 equipes de Saúde da Família, todas com equipes de Saúde Bucal, dois Núcleos
de Apoio à Saúde da Família (Nasf), um Centro de Especialidades Odontológicas
(CEO), um Pronto Atendimento, um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), uma
clínica de fisioterapia, uma farmácia, uma central de agendamentos, um Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e um almoxarifado. O município
mantém convênio com um hospital geral, laboratórios de análises clínicas, clínicas
de diagnóstico por imagem e algumas especialidades médicas que o município
não comporta.
Segundo os dados coletados no DATASUS, o município apresenta uma
taxa de mortalidade infantil de 10 por mil nascidos vivos. Além disso, no último
ano aconteceram 67 óbitos no município, sendo 20 óbitos por causas externas
(14 por acidentes de trabalho) e 47 óbitos prematuros por doenças crônicas não
transmissíveis. Além disso, as principais causas de internações no município foram
doenças do aparelho circulatório e aparelho respiratório, sendo este último mais
prevalente na faixa etária infantil.
Após a apresentação da comissão, os conselheiros perceberam que o
planejamento anterior de Mário não estava condizente com os problemas de
saúde mais prevalentes em Céu Azul e que era necessário refazê-lo para otimizar
as ações de saúde do município.
43
PARA SABER MAIS!
44
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
45
outras situações em que precisamos priorizar. Vamos pensar no orçamento
doméstico: às vezes sonhamos em fazer uma bela viagem de férias, mas as
economias da família obrigam você a fazer uma escolha difícil entre realizar
a reforma da casa ou viajar para aquele lugar tão desejado. Mais uma vez
temos que decidir o que é mais necessário, urgente, importante.
A discussão sobre o orçamento domiciliar nos ajuda a lembrar que
as ações de promoção e restabelecimento da saúde das pessoas mobilizam
diferentes recursos, entre eles os financeiros. Na área da saúde as demandas
são crescentes, assim como a pressão para a elevação dos custos envolvidos
no processo do cuidado.
Devemos lembrar também que os recursos disponíveis não aumentam,
necessariamente, na mesma proporção. Como resultado, podemos ter um
desequilíbrio entre a expectativa da população e a capacidade de resolução
dos problemas de saúde por parte dos governos. Para modificar essas
realidades e manter o equilíbrio social, são necessárias, portanto, políticas
públicas (SARAVIA, 2006).
Segundo Saravia (2006), política pública tem diferentes abordagens
conceituais:
46
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
47
em evidências (DUARTE; MORAIS NETO, 2015). Veja na figura 10 o ciclo da
produção de evidências e respostas.
Outras fontes de
influência atuando
continuamente (a favor
ou contra): valores,
Interpretação da informação capacidade institucional,
produzida = conhecimento sustentabilidade política,
técnica e financeira entre
outras
Fonte: DUARTE, E. C.; MORAIS NETO, O. L. Introdução à Análise de Situação de Saúde. In: BRASIL.
Ministério da Saúde. Asis - Análise de Situação de Saúde. v. 1. Brasília, DF: Ministério da
Saúde, 2015. p. 10.
48
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
49
saúde, no momento em que é examinada, e a situação ideal (PEREIRA, 1995).
Você pode acompanhar na figura 11 um fluxograma que indica as
relações entre necessidades, demanda e utilização dos serviços de saúde,
de forma que essa relação poderá ter um impacto positivo ou negativo
na saúde. As caixas em vermelho indicam as necessidades de saúde dos
indivíduos, que podem ser por uma alteração percebida no seu estado de
saúde ou por uma vontade de manter-se saudável (por meio de atitudes
preventivas, por exemplo).
Fonte: Adaptado de: PEREIRA, M. G. Epidemiologia: Teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1995.
50
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
51
Esses determinantes, por sua vez, sofrem influência de diversos setores
da sociedade. O sistema de saúde brasileiro, por exemplo, que tem como
fundamento a universalidade, também abriga a livre iniciativa de empresas de
saúde. Isso faz com que a oferta de serviços seja dada de diferentes maneiras.
Há no Brasil uma forte concentração na oferta de serviços em
centros urbanos, sobretudo no Sudeste do país. Esses locais apresentam
uma concentração de clientes potenciais e, sobretudo, entre aqueles que
podem pagar pelos serviços (diretamente ou por meio de seguros de saúde
privados). A figura 12 ilustra essa situação: no mapa à esquerda podemos
ver áreas mais claras, que concentram um número maior de mamógrafos,
correspondendo principalmente aos estados do Sul e Sudeste. No mapa da
direita, as áreas claras correspondem a uma proporção maior de usuárias
que não precisam se deslocar para outras regiões de saúde para realizar o
exame. As regiões Norte e Nordeste apresentam uma proporção maior de
mulheres (azul mais escuro) que precisam se deslocar para realizar suas
mamografias. A oferta de serviços diminuída nessas áreas pode dificultar o
acesso aos procedimentos.
(89)
3,29
(87)
2,63
(86)
1,93
(89)
1,17
(87)
0 500 km
Fonte: CNES
52
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Mamografias realizadas
(116)
50
(55)
25
(75)
10
(192)
0
(0)
Fonte: SIA-SUS
0 500 km
53
Figura 13 - Cobertura da Estratégia de Saúde da Família por Regiões de
Saúde. Brasil, 2010.
(170)
90
(72)
80
(99)
60
(50)
40
(47)
0 500 km
54
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Ou
55
profissionais podem utilizar outros enfoques para construir a análise de
situação. O enfoque de risco, por exemplo, auxilia na priorização de ações
na área da saúde. Esse enfoque se baseia na diferença de probabilidade de
adoecimento entre as pessoas e grupos populacionais. São as circunstâncias
do ambiente ou características dos indivíduos, herdadas ou adquiridas, e
que se associam à maior probabilidade de adoecimento, o que chamamos
de “fatores de risco”.
Esse enfoque permite determinar prioridades em função das maiores
necessidades de um grupo em relação a outro. Para que o enfoque de risco
funcione, pelo menos duas condições devem ser preenchidas (PEREIRA, 1995):
56
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
faixa etária.
Nessa perspectiva, o grupo formado juntamente com as equipes da
Estratégia Saúde Família (ESF) fez um levantamento de informações sobre as
condições de vida e de saúde dessa população. E após realizar o levantamento
dos dados, Ana Luiza e sua equipe obtiveram os seguintes resultados:
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Riacho Encantado
é 0,51 e o índice de Gini é de 0,629. Atualmente, 75,1% de sua população
vive abaixo da linha da pobreza (população vivendo com renda domiciliar
per capita inferior a R$ 140,00).
Ao analisar as doenças mais comuns no público-alvo, verificou-se
maiores prevalências de parasitose intestinal (42%), seguida da anemia
ferropriva (11%) e doenças respiratórias (4%). Em relação às características
demográficas e socioeconômicas dessas crianças, observou-se que a maioria
é do sexo masculino (58%) e que 72,5% foram declaradas como pretas, pardas
ou mulatas pelos pais. Além disso, entre todas as crianças com idade escolar
do município apenas 71,8% estão matriculadas no ensino fundamental.
Outro aspecto observado foi que a maioria dos responsáveis das crianças
apresenta escolaridade até o ensino fundamental (63%, pais, e 78%, mães).
Em relação às suas condições de moradia, observou-se a presença de
rede de água e esgoto em apenas 46% dos domicílios. Também vale ressaltar
que aproximadamente 38% das residências não possuíam filtros e faziam
uso de água não tratada para o consumo.
A equipe, ao analisar o acesso a equipamentos sociais, observou que
93,3% das famílias informaram ter supermercados, mercearias ou feiras livres
próximo às suas residências, 51% frequentam algum centro religioso, sendo
a maioria católica (88,5%), e 10% das mães afirmam frequentar a associação
de moradores, embora 56,4% das famílias tenham afirmado dificuldades
no acesso a espaços de lazer. Outro aspecto citado pelos moradores foi o
baixo acesso às unidades de saúde por terem dificuldades para a marcação
de consultas.
E por fim, ao analisar o acesso à informação a equipe observou que a
proporção de moradores com acesso à televisão é de 89%, a telefone celular
é de 76,1% e a computador com internet é de 3,2%.
Imagine que você faz parte do grupo que está analisando os dados
57
do município de Riacho Encantado. Utilizando como fio condutor o modelo
proposto por Dahlgren e Whitehead (figura 14), reflita:
58
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
59
de determinação social, desde a camada mais externa, onde visualizamos
as condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais, até a mais
proximal ao indivíduo, correspondendo aos fatores hereditários e outras
características pessoais, como idade e sexo. Veja na figura 14 esse modelo
de determinação social da saúde.
ICAS, CULTURA
NÔM IS E
ECO AM
C IO BI
SO CONDIÇÕES EN
S DE VIDA E TA
E I
Õ DE TRABALHO
S
Ç
G
I
AMBIENTE DE
ND
ER
TRABALHO DESEMPREGO
CO
AI
IS E COM
CIA
S
U
SO NI
S TÁ
E VIDA DOS IN
DE DI ÁGUA E ESGOTO
D
EDUCAÇÃO
LO VÍ R
RE
TI D IA
ES
UO
S
SERVIÇOS
S
SOCIAIS
DE SAÚDE
PRODUÇÃO
AGRÍCOLA E DE
ALIMENTOS
HABITAÇÃO
IDADE, SEXO
E FATORES
HEREDITÁRIOS
60
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
a
Lituânia 65
a
Brasil 68
a
Polônia 71
a
México 72
a
Estados Unidos 75
a
Cuba 75
a
Reino Unido 77
a
Japão 79
a
Islândia 79
Estados Unidos, Condado de Montgomery
c 80
(caucasianos)
b
Reino Unido, Escócia, Glasgow (Lenzie N.) 82
a) Dados do país: 2005 dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007c); b) Dados
recolhidos entre 1998 - 2002 (Hanlon, Walsh & Whyte, 2006); c) Dados recolhidos entre 1997
- 2001 (Murray et al., 2006).
61
Gráfico 2 - Taxa de mortalidade na infância, por quintis de renda familiar per capita, segundo região.
Brasil, 1990/2000/2005.
120,0
1990 1º Quintil
100,0 1990 5º Quintil
2000 1º Quintil
2000 5º Quintil
80,0 2005 1º Quintil
2005 5º Quintil
60,0
40,0
20,0
0,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: IBGE, 2005 apud CNDSS, 2008.
Gráfico 3 - Diferença das taxas de mortalidade infantil entre países e nos países, pela educação da mãe.
160
Taxa de mortalidade infantil por 1000 nados vivosz
140
120
Sem educação
100
80
60
40
Secundária ou mais elevada
20
0 ia ia e s as a to ia os é ia al a ia r iti al h ia ia o es ia to a ja o ui ia er a ia é e e
b ân am ura in an Egi és oc bu tre Nep Gan olív asca Ha neg des uén tióp ong arõ zân eso and bod Fas alá mb Níg and igér Guin had biqu
lôm Jord ietn ond Filip inic on arr ba Eri B ag Se ngla Q E C m an L ng m ina M Zâ Ru N C m
Co V H om Ind M Zim ad Ba Ca da T U Ca urk oç
a
D M B
lic
a
n ida M
b
e pú i caU
R bl
pú
Re
Dados de Inquéritos Demográficos e de Saúde (IDS, s.d.) da STATcompiler. A linha escura contínua representa a taxa de mortalidade infantil média nos países; os pontos
nas extremidades das barras indicam a taxa de mortalidade infantil para mães sem educação e mães com educação secundária ou mais elevada.
Fonte: CDSS. Redução das desigualdades no período de uma geração. Igualdade na saúde através da
acção sobre os seus determinantes sociais. Relatório Final da Comissão para os Determinantes
Sociais da Saúde. Portugal, Organização Mundial da Saúde, 2010.
62
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
5,0
0,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
63
Imagine que na sua área de atuação, existem
algumas famílias cujas mulheres não têm
instrução. Elas têm idade fértil e algumas já
estão grávidas. Sabendo que essas mulheres
não costumam fazer suas consultas pré-natal,
como garantir uma assistência adequada à
mãe e ao bebê?
Retornamos à discussão do “enfoque de risco”,
que foi tema do fim da seção anterior. Temos
na situação acima famílias em situação de
vulnerabilidade, e as evidências mostram que
esses grupos têm maior risco de adoecimento
e de mortalidade. Elas não podem receber o
mesmo tratamento dado a famílias com alto
grau de instrução e de renda, ao contrário,
devem receber maior atenção das equipes de
saúde. Certamente essas famílias deveriam
receber visitas domiciliares, em vez de a
equipe aguardá-las nos serviços, bem como
receber maior atenção da gestão, a qual
deve ser responsável por articular ações
intersetoriais que garantam a cidadania e o
bem-estar dessas pessoas.
64
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Gráfico 5 - Proporção (%) de mulheres de 25 anos ou mais de idade que realizaram, alguma vez, exame
preventivo para câncer de colo uterino, por anos de estudo. Brasil, 2003.
100
93,1
87,0 87,9
90
81,5
80
72,6
70
60
55,8
% 50
40
30
20
10
0
Sem instrução 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 a 14 anos 15 ou mais
e menos de
1 ano
Anos de estudo
Fonte: IBGE, 2005 apud CNDSS, 2008.
65
Gráfico 6 - Proporção de nascidos vivos, segundo número de consultas pré-natal, por escolaridade da
mãe. Brasil, 2014*.
Escolaridade ciclos/séries
Fundamental Médio
Nº de consultas Sem instrução completo completo Superior
e fundamental Total
e médio e superior Completo
incompleto incompleto incompleto
Nenhuma 1,2 0,5 0,4 0,1 0,6
consulta
1-3 consultas 12,5 6,6 4,5 1,5 6,9
4-6 consultas 33,9 27,7 23,3 11,6 26,1
7 e + consultas 52,4 65,1 71,9 86,9 66,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2015/2016: uma análise da situação de saúde e da
epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2016a. 386 p.
*Foram excluídos desta tabela 2,8% dos registros que possuíam número de consultas não informados ou
ignorados. Não foram apresentados os registros sem informação ou com informação ignorada de nível de
instrução (2,1% dos registros).
66
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Gráfico 7 - Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade usuárias atuais de produtos derivados do
tabaco, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo o sexo, os grupos de idade,
a cor ou raça e o nível de instrução. Brasil, 2013.
%
40,0
0,0
Mulher
Preta
Sem instrução e
Fundamental completo
fundamental incompleto
e médio incompleto
Médio completo e
superior incompleto
Superior incompleto
Parda
Branca
Total
De 18 a 24 anos
De 25 a 39 anos
De 40 a 59 anos
Homem
De 60 anos ou mais
Intervalo de confiança
Fonte: BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde
2013: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Brasil, grandes regiões e
Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
67
É importante destacar que há uma interação entre o tabagismo e
muitos outros fatores de risco para doença cardiovascular e câncer, os quais
também são socialmente influenciados. Isso traz implicações no impacto do
tabagismo, que se torna maior para os grupos sociais menos favorecidos.
Outro fator de risco importante para a saúde da população, e que
também foi objeto da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) em 2013, é o
consumo de álcool. O consumo de álcool implica em risco para várias doenças,
como cirrose hepática, câncer, doenças gastrointestinais, AVC, problemas
psiquiátricos, assim como violências e acidentes. Acompanhe no gráfico 8 os
padrões de consumo de álcool em diferentes grupos, com maior prevalência
entre homens e em pessoas jovens e, curiosamente, entre indivíduos com
maior escolaridade.
Gráfico 8 - Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que costumam consumir bebida
alcoólica uma vez ou mais por semana, com indicação do intervalo de confiança de 95%,
segundo o sexo, os grupos de idade, a cor ou raça e o nível de instrução. Brasil, 2013.
%
50,0
36,3
30,5
27,1 28,5 26,7 26,0
24,0 25,3 26,5
23,4 22,1
19,0
13,0 14,2
0,0
Mulher
Preta
Sem instrução e
Fundamental completo
e médio incompleto
Médio completo e
fundamental incompleto
superior incompleto
Superior incompleto
Parda
Branca
Total
De 18 a 24 anos
De 25 a 39 anos
De 40 a 59 anos
Homem
De 60 anos ou mais
Intervalo de confiança
Fonte: BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde
2013: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Brasil, grandes regiões
e Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
68
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
17,3 17,4
12,2 12,7 13,9 10,7
11,7 10,9
4,7
0,0
Lazer Trabalho Deslocamento Atividades domésticas
Intervalo de confiança
Fonte: BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde
2013: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Brasil, grandes regiões e
Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
69
Gráfico 10 - Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade com consumo recomendado de
hortaliças e frutas, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo o sexo, os
grupos de idade, a cor ou raça e o nível de instrução. Brasil, 2013.
%
100,0
45,9
37,3 39,4 38,7 40,1 38,7 35,9 35,8 39,9
34,8 33,7 35,9 33,0 35,4
0,0
Mulher
Preta
Sem instrução e
Fundamental completo
fundamental incompleto
e médio incompleto
Médio completo e
superior incompleto
Superior incompleto
Parda
Branca
Total
De 18 a 24 anos
De 25 a 39 anos
De 40 a 59 anos
Homem
De 60 anos ou mais
Intervalo de confiança
Fonte: BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde
2013: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Brasil, grandes regiões
e Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
70
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Gráfico 11 - Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que consomem carne ou frango com
excesso de gordura, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo o sexo, os
grupos de idade, a cor ou raça e o nível de instrução. Brasil, 2013.
%
100,0
47,2
42,2
39,9 41,0 39,7 40,0
37,3 37,0 38,2
35,9 35,4
28,3 28,2 26,7
0,0
Mulher
Preta
Sem instrução e
fundamental incompleto
Fundamental completo
e médio incompleto
Médio completo e
superior incompleto
Superior incompleto
Parda
Branca
Total
De 18 a 24 anos
De 25 a 39 anos
De 40 a 59 anos
Homem
De 60 anos ou mais
Intervalo de confiança
Fonte: BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde
2013: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Brasil, grandes regiões e
Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
71
Figura 15 - Organização dos DSS das crianças em idade escolar do município de Riacho Encantado
segundo modelo proposto por Dahlgren e Whitehead.
72
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
73
Os efeitos patogênicos causados pelas infecções parasitárias exercem
importante influência sobre o estado nutricional, o crescimento e a função
cognitiva, principalmente nas fases precoces da vida (FERREIRA et al., 2004),
ocasionando quadros de má-absorção, diarreia crônica, anemia, desnutrição,
dores abdominais, dificuldade de aprendizado e concentração, atraso no
crescimento e baixo rendimento escolar (CASTRO et al., 2005; PITTNER et
al., 2007).
A prevalência de infecções por parasitos intestinais é um dos melhores
indicadores do status socioeconômico de uma população e pode estar
associada a diversos determinantes, como instalações sanitárias inadequadas,
poluição fecal da água e de alimentos consumidos, fatores socioculturais,
baixa escolaridade dos pais, contato com animais, ausência de saneamento
básico, além da idade do hospedeiro e do tipo de parasito infectante (ASTAL,
2004; GAMBOA et al., 2003).
74
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
75
Esse estudo, denominado Carga Global de Doença (sua abreviação
vem do inglês Global Burden Disease – GBD), além de prover um cenário
comparável das causas de morte e invalidez em nível nacional ou internacional,
também calcula a carga de doenças atribuível a distintos fatores de risco. O
GBD também incorpora a prevalência de um fator de risco e o dano relativo
causado por esse mesmo fator (IMAS, 2013).
Veja na figura 16 como é mensurada a carga de doença:
efeito da mortalidade
Para mensurar a carga de doença, (anos de vida perdidos
o indicador utilizado é o DALY por óbito precoce)
(Disability Adjusted Life Years),
que significa anos de vida efeito da morbidade
ajustados por incapacidade, e (grau e tempo de
mede simultaneamente o: incapacidade devido a
uma dada patologia).
Portanto, um DALY equivale a 1 ano perdido de vida saudável.
Fonte: IMAS. Estudo de Carga de Doença Global: gerando evidências, informando
políticas de saúde. Seattle, WA: IHME, 2013.
Se em um país
a expectativa E um indivíduo Ele perdeu 30
de vida é de 80 morre aos 50 anos
anos
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
76
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Considerando
Um adulto que que a paraplegia
sofreu um Vivendo 50 tem peso 0,5,
acidente aos 30 anos nessa ele terá 25 anos
anos e ficou condição (50 x 0,5 = 25
paraplégico YLD) de perda
da qualidade
de vida
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
77
78
Fonte: IMAS. Estudo de Carga de Doença Global: gerando evidências, informando políticas de saúde.
Gráfico 12 - A mudança no fardo por região desde morte prematura a anos vividos com invalidez, 1990
100
100
20
40
60
80
20
40
60
80
0
0
Seattle, WA: IHME, 2013.
e 2010.
ÁSIA – PACÍFICO DE RENDA ALTA ÁSIA – PACÍFICO DE RENDA ALTA
AUSTRALÁSIA AUSTRALÁSIA
CARIBE CARIBE
OCEANIA OCEANIA
1990
ÁFRICA SUBSAARIANA OCIENTAL ÁFRICA SUBSAARIANA OCIENTAL
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Tabela 2 - Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALYs, em milhares): todas as
idades, agregando os 187 países do estudo.
79
Gráfico 13 - Distribuição dos óbitos decorrentes de causas transmissíveis e não
transmissíveis em países em desenvolvimento, 1990 e projeção para
2020.
1990 2020
Grupo III
Grupo III Grupo I
(Traumas)
(Traumas) (Transmissíveis)
11%
13% 18%
Grupo I
(Transmissíveis)
42%
Grupo II (Não
Transmissíveis) Grupo II (Não
47% Transmissíveis)
69%
80
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
81
Gráfico 15 - Taxas ajustadas (por mil habitantes) de YLL, YLD e DALY, segundo regiões do Brasil,
2008.
250
200
150
100
50
0
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil
DALY: disability-adjusted life years – anos de vida perdidos ajustados por incapacidade; YLD: years lost due to
disability – anos de vida saudáveis perdidos em virtude da incapacidade; YLL: years of life lost – anos de vida
perdidos em decorrência de morte prematura.
Taxas ajustadas, tendo como padrão a população do Brasil, ambos os sexos, em 2008.
Fonte: Núcleo de Pesquisa em Métodos Aplicados aos Estudos de Carga Global de Doença,
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. (LEITE et al.,
2015).
82
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
83
4 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES EM
SAÚDE
84
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
85
de apoio decisório, por meio do conhecimento da realidade epidemiológica,
socioeconômica, demográfica, bem como para o planejamento, gestão,
organização e avaliação na área da saúde.
E afinal, o que são sistemas de informação em saúde? A melhor forma
de pensarmos o tema talvez seja recorrendo a uma comparação bastante
útil: os sistemas que compõem o corpo humano. O sistema circulatório,
por exemplo, constitui-se de diferentes partes como as artérias, as veias e
o coração. Cada um desses componentes tem seu papel em levar o sangue
oxigenado pelos pulmões a todos os tecidos do corpo, e destes de volta ao
pulmão com sangue venoso, para ser novamente oxigenado.
Um sistema de informação também é formado por partes e, como o
sistema circulatório, que tem a sua finalidade de alimentar as células e tecidos
do corpo humano, também tem um fim comum. Um sistema de informação é
composto por coleta, armazenamento, processamento de dados e difusão de
informações, com a finalidade de, ao final desse processo, transformar dados
em informação (COELI et al., 2009). Tem potencial, portanto, de disponibilizar
o suporte necessário para que o planejamento, as decisões e as ações dos
gestores e profissionais de saúde não sejam baseados em dados subjetivos,
em conhecimentos ultrapassados ou em suposições (BRASIL, 2009a).
Um dos objetivos básicos do Sistema de Informação em Saúde (SIS) é
possibilitar a análise da situação de saúde considerando, necessariamente, as
condições de vida da população na determinação do processo saúde-doença
e, para isso, coleta dados da saúde e outros setores relevantes.
No Brasil, houve um grande esforço para a implantação e melhoria
de sistemas de informação em saúde nas últimas décadas. O Ministério da
Saúde, como coordenador do processo, desenvolveu sistemas nacionais
de informação sobre nascimentos, óbitos, doenças de notificação, atenção
hospitalar, ambulatorial e básica, orçamento público em saúde e outros.
Essa nova fase de desenvolvimento dos sistemas contribuiu para superar a
tradicional fragmentação das informações sobre saúde no Brasil, resultado da
atividade compartimentalizada das diversas instituições que atuam no setor.
No passado, as estatísticas de morbidade provinham principalmente de
serviços e programas verticais, como materno-infantil, saúde escolar, malária,
tuberculose, hanseníase e controle de poliomielite. Vários bancos de dados
86
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
87
4.2 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
88
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
III – Ocorrência: visa a colher informações sobre o local onde ocorreu o óbito.
89
A DO é emitida em três vias de cores diferentes e são pré-numeradas.
Seu preenchimento deve ser realizado exclusivamente por médicos, exceto em
locais onde não existam esses profissionais, quando poderá ser preenchida
por oficiais de Cartórios de Registro Civil, sendo também assinada por duas
testemunhas.
Você pode verificar no fluxograma 1 o fluxo da Declaração de Óbito
para as duas situações mencionadas.
1ª Via 1ª Via
2ª Via 2ª Via
3ª Via 3ª Via
Encaminha Arquiva
Encaminha Família
Secretaria
Secretaria Cartório de de Saúde
de Saúde Registro Civil
Arquiva
Fonte: BRASIL. Vigilância em Saúde. Para entender a gestão do SUS. Brasília, DF: CONASS, 2007. 278 p.
Coleção Progestores. Disponível em: <http://www.saude.mt.gov.br/arquivo/2926>.
90
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Legenda
< 50%
50 - 80%
80 - 90%
90 - 95%
> 95%
91
Além da cobertura, a qualidade dos dados do SIM também varia, pois
o preenchimento da Declaração de Óbito pode apresentar incorreções e, em
algumas situações, campos ignorados. Esses problemas afetam a qualidade
das informações e, consequentemente, podem influenciar na análise de
situação de saúde de uma população.
É o caso do mau preenchimento da causa dos óbitos, que pode gerar
dificuldade na definição do perfil de mortalidade e, por conseguinte, limitar
ações que visem à redução dos óbitos por uma determinada causa. Trataremos
da qualidade dos dados mais à frente, mas é importante visualizarmos a
importância que os dados têm para a Asis e que a qualidade influencia na
sua construção e, portanto, pode afetar também a tomada de decisão.
O processo para implantação do SIM envolveu algumas etapas importantes
para a sua consolidação, incluindo reuniões temáticas, elaboração de manuais
técnicos e capacitação dos profissionais. Destaca-se a formação de recursos
humanos para a codificação de causas de morte, impulsionada pela criação,
em junho de 1976, do Centro Brasileiro de Classificação de Doenças, que tinha
a responsabilidade, entre outras, de promover a melhoria da qualidade da
informação dos atestados de óbitos e assessorar o Ministério da Saúde na
promoção e revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID).
92
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
93
da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida,
tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou
movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando
ou não desprendido da placenta. Cada produto de um nascimento que
reúna essas condições se considera como uma criança viva. No caso
de gravidez múltipla, deve ser preenchida uma DN para cada produto
da gestação, ou seja, para cada nascido vivo (BRASIL, 2009c, p. 25).
Secretaria Unidade
de Saúde Secretaria
de Saúde de Saúde
Fonte: BRASIL. Vigilância em Saúde. Para entender a gestão do SUS. Brasília, DF: CONASS, 2007. 278 p.
Coleção Progestores. Disponível em: <http://www.saude.mt.gov.br/arquivo/2926>.
94
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
95
obter dados sobre a frequência de baixo peso ao nascer, nascimentos de
prematuros, proporção de partos cesarianos, bem como possibilita avaliar
diferenças e mudanças do perfil reprodutivo das mulheres.
A cobertura do Sinasc e o preenchimento dos campos da DN, assim
como no Sistema de Informações sobre Mortalidade, apresentam variações.
No Brasil, a cobertura do Sinasc é maior do que a do SIM, mas apresenta as
mesmas diferenças regionais, com as regiões Norte e Nordeste apresentando
menor captação desses eventos, como você pode visualizar na figura 20. Com
relação ao preenchimento dos campos da DN, algumas variáveis apresentam
melhor qualidade do que outras, com baixo percentual de campos em branco
ou ignorados.
Legenda
< 50%
50 - 80%
80 - 90%
90 - 95%
> 95%
96
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
97
Portanto, se a informação demora a ser
processada e, com isso, não é gerada
em tempo oportuno para os gestores e
profissionais, dificilmente as ações de controle
surtirão o efeito desejado, não é mesmo?
98
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
notificação compulsória.
Apesar do grande avanço do Sinan, o sistema ainda enfrenta algumas
dificuldades, notadamente o sub-registro dos agravos e a demora para o
fechamento dos casos durante a investigação.
99
4.6 Identificação e seleção de dados fundamentais
100
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
a) Indicadores de b) Indicadores de
mortalidade morbidade
c) Indicadores d) Indicadores de
de exposição a
estado de saúde
fatores de risco
101
Disponibilidade dos dados
Confiabilidade
Simplicidade
Validade
Relação custo-efetividade
Relevância
102
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Capital Óbitos
Fortaleza 1814
São Paulo 1748
Salvador 1574
Rio de Janeiro 1206
Manaus 1034
Brasília 952
Belo Horizonte 853
Belém 780
Maceió 761
Recife 639
Goiânia 623
Curitiba 573
São Luís 553
Porto Alegre 524
João Pessoa 489
Natal 409
Teresina 300
Aracaju 251
Cuiabá 235
Porto Velho 184
Campo Grande 178
Macapá 156
Vitória 131
103
Rio Branco 101
Boa Vista 82
Florianópolis 62
Palmas 46
Total 16258
Tabela 4 - Taxa de mortalidade por homicídios (por 100 mil habitantes) nas
capitais brasileiras, 2012.
Capital Óbitos População Taxa
Maceió 761 953393 79,8
Fortaleza 1814 2500194 72,6
João Pessoa 489 742478 65,9
Salvador 1574 2710968 58,1
Manaus 1034 1861838 55,5
Belém 780 1410430 55,3
São Luís 55,3 1039610 53,2
Natal 409 817590 50,0
Goiânia 623 1333767 46,7
Aracaju 251 587701 42,7
Cuiabá 235 561329 41,9
Porto Velho 184 442701 41,6
Recife 639 1555039 41,1
Vitória 131 333162 39,3
Macapá 156 415554 37,5
Porto Alegre 524 1416714 37,0
Teresina 300 830231 36,1
Brasília 952 2648532 35,9
Belo Horizonte 853 2395785 35,6
Curitiba 573 1776761 32,2
104
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Taxas ou coeficientes
Proporção
Razão
105
Agora que conhecemos alguns atributos para a construção ou
escolha de indicadores, vamos passar a conhecer alguns deles. A lista de
indicadores em saúde é muito extensa, por isso apresentaremos aqui as mais
importantes e as mais utilizadas na Asis. Iniciaremos com os indicadores de
mortalidade, para em seguida mostrar alguns indicadores de morbidade.
Por fim, apresentaremos outros indicadores utilizados para medir o nível
de saúde das populações.
Mas antes de iniciar a discussão sobre mortalidade, vamos analisar
o caso do município de Sítio Feliz:
106
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
107
Gráfico 16 - Proporção de causas de morte em homens, segundo capítulos da CID-10. Brasil e regiões,
2012.
100
80
60
40
20
0
%BR %NO %NE %SE %SU %CO
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2013: uma análise da situação de saúde e das
doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. 384 p.
108
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
18,0 (Nordeste)
(Sudeste)
16,0
(Sul)
14,0 (Centro-Oeste)
Taxas por 100 mil hab.
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
2000 2005 2010 2015 2020
Ano
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2015/2016: uma análise da situação de saúde e
da epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2016a. 386 p.
109
A TMI é um indicador em que são utilizados dados do SIM – óbitos
em menores de 1 ano no numerador da equação – e do Sinasc, o qual provê
os dados sobre o número de nascidos vivos.
Veja na figura 22 a redução da TMI no Brasil e em todas as suas
regiões, em 1990 e 2015, segundo o Institute of Health Metrics and Evaluation
(IHME/GBD). O país alcançou a meta de reduzir a mortalidade infantil em
dois terços proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) nas metas
integrantes do programa Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
O Programa Bolsa Família, a expansão da Estratégia de Saúde da Família e
ações como a Vigilância dos Óbitos Infantis e Fetais contribuíram para essa
acentuada redução.
Figura 22 - Taxa de Mortalidade Infantil por mil nascidos vivos, IHME/GBD – unidades da
Federação, 1990 e 2015.
1990 2015
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de saúde e
os desafios para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2018. 426 p.
110
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
111
dias após o seu término. Por ser uma morte evitável, a redução da morte
materna é prioridade, e por isso também fez parte das metas dos Objetivos
do Milênio da ONU. Contudo, para esse indicador o Brasil não obteve o
mesmo sucesso da redução da TMI, não conseguindo atingir a meta de
redução em 75%.
Para calcular a Razão de Mortalidade Materna são contabilizados os
óbitos por causa materna no numerador e no denominador são utilizados
os dados do número de nascidos vivos disponíveis no Sinasc.
Nº de óbitos maternos
RMM = ×100.000
Nº de nascidos vivos
Gráfico 18 – Razões de mortalidade materna (RMM), calculadas pelos métodos direto, corrigido pela
vigilância e corrigido pelo estudo GDB-IHME. Brasil, 2000 a 2015.
Brasil
Tend. decrescente RMM Vigilância
RMM Vigilância
RMM Direita
RMM IHME/GBD
150
100
RMM
50
0
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de saúde e os desafios
para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
2018. 426 p.
112
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
113
Após calcular todos os indicadores, Beatriz e seu grupo reuniram-se
para interpretar e comparar os dados às estimativas nacionais, obtendo os
seguintes resultados e ponderações (BRASIL,2014, 2016a; REDE..., 2008;
RELATÓRIOS..., 2014; RIPSA, 2011):
114
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
4.8.1 Incidência
115
Os gráficos 19 e 20 mostram exemplos das taxas de incidência, por
meio das quais podemos observar a importância desse tipo de medida para o
planejamento de ações de saúde, sobretudo aquelas que visam à promoção
da saúde e à prevenção das doenças.
40
37,9
38
Incidência (/100 mil hab.)
36
34
32,4
32
30
28
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Ano de diagnóstico
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de saúde e os desafios
para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
2018. 426 p.
*Dados provisórios.
116
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Gráfico 20 - Taxas de detecção de Aids (por 100 mil hab.), de sífilis em gestantes (por mil nascidos
vivos) e taxa de incidência de sífilis congênita (por mil nascidos vivos) em adolescentes,
segundo ano do diagnóstico/notificação. Brasil, 2007 a 2013. *, **, ***
12,0 12,0
Taxa de detecção de aids por 100 mil hab.
8,0 8,0
6,0 6,0
4,0 4,0
2,0 2,0
0,0 0,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Ano do diagnóstico/notificação
Aids Sífilis Congênita Sífilis em Gestantes
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2015/2016: uma análise da situação de saúde e da
epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2016a. 386 p.
*Casos notificados no Sinan e registrados no Siscel/Siclom, até 30/6/2015, e no SIM, de 2000 a 2014.
**Taxas de 2014 calculadas sobre a população de 2012.
***Dados preliminares para os últimos cinco anos.
4.8.2 Prevalência
117
Nº de casos conhecidos de
uma doença
Taxa de prevalência = ×10n
População
Prevalência
Total estimado de
Morbidades casos (x 1.000)
% IC95%
Hipertensão arterial 21,4 20,8 22,0 31.315
Diabetes 6,2 5,9 6,6 9.122
Asma 4,4 4,1 4,7 6.438
Depressão 7,6 7,2 8,1 11.179
Outra doença mental 0,9 0,8 1,1 1.347
Doença do coração 4,2 3,9 4,5 6.115
AVC 1,5 1,4 1,7 2.231
Artrite 6,4 6,1 6,7 9.382
Problema na coluna 18,5 17,8 19,1 27.021
DORT 2,4 2,2 2,7 3.568
Câncer 1,8 1,6 2,0 2.681
Insuficiência renal crônica 1,4 1,3 1,6 2.080
Doença do pulmão 1,8 1,6 2,0 2.611
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2014: uma análise da situação
de saúde e das causas externas. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 462
p. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_
brasil_2014_analise_situacao.pdf>.
118
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Amazonas 0,88
Espírito Santo 0,94
Sergipe 0,95
Brasil 1,01
Amapá 1,06
Bahia 1,12
Acre 1,21
Ceará 1,5
Roraima 1,6
Goiás 1,76
Pernambuco 1,84
Piauí 2,08
Pará 2,25
Rondônia 2,32
Mato Grosso do Sul 2,33
Maranhão 3,76
Tocantins 4,2
Mato Grosso 7,75
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Taxa de Prevalência da Hanseníase, estados, Brasil, 2015. 2016b.
Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/julho/07/Taxa-de-Preval--
ncia-da-Hansen--ase--estados--Brasil--2015..pdf>. Acesso em: 7 jul. 2017.
119
usuários e costuma ser apresentado como esperança de vida ao nascer.
Destacamos aqui a importância dos indicadores de saúde para o uso
rotineiro dos serviços de saúde, seja em nível gerencial ou mesmo para guiar
as ações das equipes assistenciais, em unidades básicas, hospitalares ou de
vigilância em saúde. Além dos atributos e das possibilidades de cálculos
desses indicadores, faz-se necessário também observar a qualidade dos
dados a serem obtidos para a Asis.
120
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Tabela 7 - Número total de óbitos captados pelo Sistema de Registro Civil e pelo
SIM e diferenças absoluta e relativa entre eles. Brasil, 1980/2003.
Diferença Diferença
Ano Registro Civil SIM Absoluta Relativa
1980 815.445 750.727 -64.718 -7,9
1985 815.829 788.231 -27.598 -3,4
1990 859.986 817.284 -42.702 -5,0
1994 925.101 887.594 -37.507 -4,1
1998 951.949 929.023 -22.926 -2,4
2000 943.567 946.686 +3.111 +0,3
2001 950.043 961.492 +11.449 +1,2
2002 978.627 982.807 +4.180 +0,4
2003 993.655 1.002.340 +9.285 +0,9
Fonte: Adaptado de: MELLO - JORGE, M. H. P.; LAURENTI, R.; GOTLIEB, S. L.
D. O sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM: concepção,
Implantação e Avaliação. In: BRASIL. Ministério da Saúde. A experiência
brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília, DF: Ministério
da Saúde, 2009. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
121
Figura 23 - Coeficiente geral de mortalidade padronizado por idade por
municípios. Regiões Norte e Nordeste. Brasil, 1996-1998.
122
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Fonte: FRIAS, Paulo G. de et al. Utilização das informações vitais para a estimação
de indicadores de mortalidade no Brasil: da busca ativa de eventos ao
desenvolvimento de métodos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 33,
n. 3, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-311X2017000305014&lng=en&nrm=iso>.
A partir dos dados coletados nessa pesquisa, foi possível gerar fatores
de correção para os óbitos e nascimentos ocorridos nas regiões Norte e
Nordeste, o que contribuiu para o aumento da confiabilidade dos dados
123
gerados pelo SIM e Sinasc, gerando melhores indicadores de mortalidade,
como a TMI, por exemplo (DATASUS, 2017a).
Outra preocupação com relação à qualidade dos dados é com o
preenchimento dos formulários de cada um dos sistemas. No caso da DO,
chama atenção um indicador de qualidade importante para o planejamento
em saúde, que é o preenchimento da causa de morte, mais especificamente,
a proporção de óbitos por causa mal definida (CMD). Esses óbitos se referem
àqueles cujas causas básicas estão classificadas no Capítulo XVIII da CID-10
e contêm apenas a descrição de sintomas e sinais de doenças. A ocorrência
desses óbitos indica problemas de acesso aos serviços de saúde e reflete a
qualidade da assistência médica prestada à população (CUNHA; TEIXEIRA;
FRANÇA, 2017).
A tabela 8 mostra que a proporção de óbitos com causa mal definida
tem reduzido ao longo dos anos, ao passo que a proporção de óbitos sem
assistência médica tem reduzido no mesmo período.
Tabela 8 - Mortalidade proporcional por causas mal definidas e sem assistência médica. Brasil e
grandes regiões, 1995, 2000, 2005 e 2011.
Proporção de causas mal Proporção de óbitos sem
Região definidas assistência médica
1995 2000 2005 2011 1995 2000 2005 2011
Norte 25,7 24 17,7 11 17,8 15,8 10,8 4,8
Nordeste 34,4 28,4 17,2 7,7 28,1 22,2 11,2 3,9
Sudeste 9,7 9,8 8,1 6,6 3,8 2,8 2,1 1,2
Sul 9,4 6,3 5,8 4,5 7 3,9 2 0,8
Centro-Oeste 13,3 8,5 5,2 4,4 6,8 3 1,2 0,5
Brasil 16,2 14,3 10,4 6,7 10,7 8,3 4,8 2
Fonte: REDE Interagencial de Informação para a Saúde Indicadores básicos para a saúde no Brasil:
conceitos e aplicações. 2. ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p.
Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/indicadores.pdf>.
124
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Tabela 9 - Percentual de completude dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
Brasil e Macrorregiões, 2006-2010.
125
A qualidade das informações depende, entre outros atributos, do
registro adequado dos eventos captados pelos sistemas de informações em
saúde. Além disso, é necessário o preenchimento cuidadoso e responsável
dos formulários pelos profissionais envolvidos em todo o processo que
constitui um sistema de informação.
126
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos conhecimentos sobre a Análise de Situação de Saúde
(Asis), gestores e profissionais de saúde poderão basear suas decisões em
informações adequadas à resolução dos principais problemas de saúde do
seu território.
Para isso, é de fundamental importância o conhecimento das fontes dos
dados que constituirão a Asis, reconhecendo que os dados epidemiológicos
e demográficos são fundamentais na composição da análise, uma vez que
contribuem para a contextualização das condições de vida dos indivíduos, as
quais, em última análise, determinam o processo saúde-doença dos grupos
populacionais.
Nesta perspectiva, você pôde reconhecer o que são necessidades em
saúde da população, as desigualdades em saúde e a carga de doenças e como
elas são importantes elementos para a Análise de Situação de Saúde. Você
pôde conhecer ainda um pouco mais sobre as informações em saúde e sua
importância para a identificação das necessidades de saúde da população.
Pôde, ainda, se familiarizar com alguns dos principais indicadores utilizados
na Asis, a partir dos dados dos Sistemas de Informações em Saúde (SIS),
e com os atributos que os tornam boas medidas do nível de saúde e das
condições de vida da população.
Assim, esperamos que a partir dos elementos apresentados aqui, você
possa incrementar o processo de tomada de decisões no seu cotidiano com o
uso da Asis, a fim de racionalizar os recursos disponíveis para atender melhor
às necessidades de saúde da população. Essas ações devem ser embasadas
no processo de utilização e produção de dados com qualidade, afinal, o
processo de tomada de decisão deve servir a atender às necessidades de
saúde da população, sendo responsabilidade de todos nós a qualidade de
vida na grande comunidade da qual fazemos parte.
127
REFERÊNCIAS
128
ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
129
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2015/2016: uma análise da
situação de saúde e da epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti [recurso eletrônico]. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2016a. 386 p.
130
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131
CARVALHO, A. I.; BUSS, P. M. Determinantes Sociais na Saúde, na Doença e
na Intervenção. In: GIOVANELLA, L. (Org). Políticas e sistema de saúde no
Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2012. 1100 p.
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disparities and inequalities report. United States: MMWR, v. 62 (N. Supl
3) p. 155-8, 2013.
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133
GAMBOA, M.I. et al. Distribution of intestinal parasitoses in relation to
environmental and sociocultural parameters in La Plata, Argentina. J
Helminthol, v. 77, p. 15-20, 2003.
134
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135
OMS. Establecimiento de áreas de acción prioritarias para la prevención
de la obesidad infantil en la población: conjunto de herramientas para
que los Estados Miembros determinen e identifiquen áreas de acción
prioritarias. Geneva, 2016. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bit
stream/10665/250750/1/9789243503271-spa.pdf>. Acesso em: 10 ago.
2017.
PINHEIRO, Alba Lúcia Santos et al. Gestão da saúde: o uso dos sistemas
de informação e o compartilhamento de conhecimento para a tomada
de decisão. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 25, n. 3, e3440015,
2016.
136
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137
SILVA JÚNIOR, J. B.; RAMALHO, W. M. Cenário epidemiológico do Brasil
em 2033: uma prospecção sobre as próximas duas décadas. Rio de
Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2015. 16 p. (Textos para Discussão;
n. 17). Disponível em: <https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/
uploads/2016/07/17-PJSSaudeAmanha_Texto0017_A4_07-01-2016.pdf>.
Acesso em: 19 jul. 2017.
138