Revista Lar Cristão 1

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 Três dias, mais de
10 ministrações.

7º Congresso Pastoreio de Famílias

EM TI SERÃO BENDITAS
TODAS AS FAMÍLIAS DA TERRA
1º TRIMESTRE DE 2010
Palestrantes
Louvor:

Hernandes Vagner e Marta Jaime Adhemar Dora Alcindo

Dias Lopes Vaelatti Kemp de Campos Bomilcar Almeida

Organização Parceria

Marco
Ramon Marcos Paulo
Local Thomazzi
Tessmann Garcia de Tarso

Rua Manaias, 50 - Pq. Vila Prudente - São Paulo, SP Brasil

Inscrições através do site www.pastoreiodefamilias.com.br

ou através
Inscrições do site(11)
pelo telefone 2122.4243
www.pastoreiodefamilias.com.br
ou pelo telefone (11) 2122.4243
 Lar Cristão set/out 2009 – nº 110
{ SUMÁRIO }

4 Pra Início de Conversa

Adoção, um ato de amor
{ Jaime Kemp }

10 Superando conflitos
O mais ilustre adotivo!
{ Marcos Antonio Garcia }

16 Discipulando filhos
Adoção: privilégio ou fardo?
{ Adhemar de Campos }

24 Harmonia nos relacionamentos

Laços de sangue x Laços de ternura:
quando o amor é construído
{ Paulo Henrique Oliveira Costa }

28 Nossa realidade
A realidade sobre o crescimento
evangélico no Brasil - parte 2
18 Capa 30
{ Rubens Muzio e Luis André Bruneto }

Adoção e Bíblia
Adoção, uma troca de amor! Adoção: entendendo a vontade de Deus!
{ Ivonildo Teixeira }
{ Tania Cecilia }
34 Adoção de coração
Carta aberta à minha filha do meio
12 Diálogo
{ Judith Kemp }

Valeu a pena 38 Criação

{ Jaime Kemp } Procriação x Criação
{ Júlio César de Lima e Valéria M. de Lima }

41 O propósito de Deus
O segredo da adoção
{ Carlos Alberto Bezerra }

43 Saúde
Infertilidade: não desanime jamais
{ Dora Bomilcar de Andrade }

45 Finanças para a família

O ministério da contribuição
{ Paulo de Tarso }

49
6Vivendo
Entrevista
Teoria na prática
Adotar ou não adotar – eis a questão!
{ Iara Vasconcellos }
totalmente a 48 Fique por dentro
serviço de Deus
{ Pastor Jonas Neves 50 Kids com Mig e Meg
{ Márcia M. d’Haese }
de Souza }

Revista Lar Cristão 3

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 { PRA INÍCIO DE CONVERSA }
Lar Cristão
setembro/outubro 2009

A Revista Lar Cristão é uma publicação

Adoção, um ato de amor da Editora Fôlego Ltda. dirigida à família

brasileira. Seu conteúdo oferece orientação
bíblica, clara e segura.

Diretor
Jaime Kemp

M
inha esposa Judith e eu temos três filhas adotivas – Melinda,
Editores
Márcia e Annie. Cada uma tem sua história e cada uma é única Emilio Fernandes Junior
Rosana Espinosa Fernandes
e especial para nós. Acho interessante também dizer que, em nos-
Editora Ministério Lar Cristão
so caso, adoção não foi motivada por qualquer limitação física que nos tenha Iara Vasconcellos
impedido de ter filhos, mas por um desejo profundo que nos levou à ação. Jornalista Responsável
Luiz Francisco de Viveiros
Portanto, esta edição sobre ADOÇÃO enche nosso coração de alegria e MTB 23258
de entusiasmo, pelo fato de expor um tema que consideramos tão emblemático. Revisor
Foi traçado um caminho para mostrar a trajetória dos casais que ado- Paulo César de Oliveira

tam filhos, desde a busca pela vontade de Deus, os passos a serem dados, Projeto Gráfico e Diagramação
Neriel Lopez (NLopez Publicidade)
até os fatores que devem ser levados em consideração, como a derrubada
Matéria de Capa
do preconceito e seu oposto, a valorização e aceitação da adoção como Tania Cecilia Fernandes Moraes

algo inestimável que tem como exemplo o próprio Deus. Além disso, você Atendimento
Adriana Lemos França Cunha
também encontrará aqui orientações práticas para a adoção. adriana@editorafolego.com.br
(11) 2122-4243
Muitos me perguntam como é ter filhos adotivos, e eu sempre respondo:
Publicidade
não passamos pela gravidez física, mas passamos por todos os outros passos, Deve ser encaminhada para Editora Fôlego:
Caixa Postal 16610 - CEP 03149-970 - São
como planejar, fazer o quartinho, comprar enxoval, trocar fraldas, não sa- Paulo - SP - Fone: (11) 2122.4243
ber o porquê do choro, ajudar a fazer lição de casa, brigar por ficar tempo Fax: (11) 5539.4329
anuncios@revistalarcristao.com.br
demais ao telefone, impor horário para chegar, querer sempre conhecer Seções Permanentes
seus amigos e colegas, chorar junto por namoros desmanchados, curtir e ao Adhemar de Campos, Aécio Ribeiro,
Carlos Alberto Bezerra, Iara Vasconcellos,
mesmo tempo sofrer com seus casamentos, e duplicar tudo isso com a che- Jaime Kemp, Luiz Antonio Caseira, Márcia M.
d’Haese, Marcos Antonio Garcia, Paulo de Tarso
gada dos netos. Adotar foi a melhor coisa que aconteceu à nossa
Conselho Editorial
família! Rev. Hernandes Dias Lopes – Igreja Presbiteriana
de Vitória (Vitória/ES); Dr. Luiz Antonio Caseira –
Sabemos que há outras histórias, também contadas médico e missionário de Vencedores por Cristo
(RJ/RJ); Pr. Ismail Sperandio (Curitiba/PR); Alex
nesta edição, nem todas com final feliz. Acima de tudo, Dias Ribeiro – diretor de Atletas de Cristo (SP/SP);
Ary Velloso – Igreja Batista do Morumbi (SP/SP);
queremos convidá-lo a participar conosco desta leitura Sonia Emilia Andreotti – redatora do Ministério
Lar Cristão (SP/SP); Pr. Edson Alves de Souza –
e a perceber as várias formas de Deus agir e cuidar Igreja Batista de São Gonçalo (S. Gonçalo/RJ); Pr.
das vidas e das famílias daqueles que o bus- Armando Bispo – Igreja Batista de Fortaleza
(Fortaleza/CE); Dr. Carlos Oswaldo Cardoso Pinto
cam! Boa leitura! – Seminário Bíblico Palavra da Vida (Atibaia/SP).

Correspondentes Internacionais
Dr. Luiz Palau – escritor e evangelista argentino
Jaime Kemp (EUA); Paul Landrey – Christ for the Cities; Dr. Bill
Lawrence – teólogo e professor no Dallas
Theological Seminary (EUA); Hans Wilhelm – vice-
diretor da Chinese International Mission.

Material Jornalístico e de Divulgação

Deve ser encaminhado para a Editora Fôlego:
redacao@revistalarcristao.com.br
www.revistalarcristao.com.br
Caixa Postal 16610 – São Paulo/SP
CEP 03149-970 – Tel: (11) 2122.4243
Fax: (11) 5539.4329

A Revista Lar Cristão não se responsabiliza

pelo conteúdo e pelos conceitos emitidos nos
{ C A R TA DO LEITOR } Envie suas considerações e sugestões para o
e-mail: redacao@revistalarcristao.com.br artigos assinados, pois não representam,
necessariamente,
a opinião da revista.
Sou orientadora social do prgrama PROJOVEM ADOLESCENTE do município de Porto Nacional, e a edição
109 está nota 10. A matéria está excelente pois, me ajudou a preparar um estudo relacionado ao tema da É permitida a reprodução, total ou parcial, do
revista. Mais de 60 jovens e adolescentes participaram da palestra. Obrigado por esta edição. conteúdo do material editorial publicado, desde
que citada a fonte e com autorização prévia e
Marilda documentada da Revista Lar Cristão.

4 Revista Lar Cristão

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 Revista Lar Cristão 5

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 { E N T R E V I S TA | P A S T O R J O N A S N E V E S
Vivendo totalmente
a serviço de Deus
N
esta edição a Revista Lar
Cristão entrevista o
Pastor Jonas Neves de
Souza, que desde 1.º de janeiro
de 2000 é pastor-presidente da
Igreja Batista do Povo em São
Paulo. Bacharel em Teologia, é
casado com a pedagoga Solange
Perona de Azevedo de Souza e
tem cinco filhos (uma adotiva –
Iva – e quatro biológicos – Aline,
Ádila Karina, Anny Helyse e
Álisson) e cinco netos
(Giovanna, Luisa, Arthur, Vitor e
Pedro).
Quais os principais medos, dúvidas
e preconceitos vivenciados por
aqueles que desejam adotar?
Creio que preconceito não é coisa
normal para os potenciais pais
adotivos. Quem quer adotar está
aberto para aceitar a criança,
assim como estão os que esperam
o filho biológico. Alguns, porém,
se sentem mais seguros adotando
uma criança que tenha caracte-
6 Revista Lar Cristão
LC110.pmd 6 10/13/2009, 1:54 PM
DE SOUZA }
rísticas próximas às da família já
constituída. E entendo que esse
sentimento não é anormal ou
errado. Dúvidas e medo a maioria
tem. São questões como: terei
estrutura para educar correta-
mente alguém que não tem o
meu DNA? Minha autoridade
será aceita? Seremos aceitos e
amados como pais? Relacionar-se-
ão com os demais filhos como
irmãos de verdade? E se, quando
estiver maior, essa criança resol-
ver ir embora, como vou reagir? E
se, algum dia, a mãe ou o pai
biológico aparecer? Outros se
sentem inseguros por conhecerem
ou ouvirem histórias de adoção
mal-sucedida. A lista pode ser
maior, todavia sabemos que
corremos os mesmos riscos, em
quase todos os pontos, com os
filhos biológicos. Então, o investi-
mento vale a pena!
Como lidar com os motivos errône-
os para a adoção, como cumprir
somente uma função social (carida-
de), preencher um vazio interior,
apenas para aumentar a família ou
satisfazer o desejo e expectativas dos
familiares?
Na adoção, seja ela legal ou não,
só uma motivação é correta: ter
um filho ou uma filha. É coisa
que acontece no coração, não se
trata de um mero registro em
cartório. Se o feito diz respeito a
um gesto humanitário, ou se foi
em atenção a um pedido, ou ao
exercício de amor e de misericór-
dia, deve-se permitir que o
relacionamento seja orientado
pelo mais puro espírito desse gesto
tão rico em altruísmo e bondade.
Amparar o órfão e o necessitado é
bíblico, e isso não quer dizer,
necessariamente, adoção. Tenha-
mos sempre em mente que todas
as nossas ações devem ser carre-
gadas de motivação correta. A
Bíblia ensina que tudo quanto
fizermos por palavras ou por obras,
devemos fazer em nome do

Senhor Jesus Cristo, de modo que
isso renda, por Ele, graças a Deus
Pai.
Qual a importância de o casal
concluir que a maternidade/paterni-
dade não tem sentido biológico, mas
sim afetivo?
Ouvimos sempre dizer que pai/
mãe não é quem gera ou conce-
be, mas quem cuida. Permito-me
discordar, em parte, pois há gente
que cuida, mas não ama. Cuida
por se sentir responsável pelo que
fez e, até, por prazer pessoal; e só.
Algo um tanto egoísta. Os pais
devem todo o tipo de cuidados
aos seus filhos, inclusive o colo, o
abraço, o carinhoso “cafuné”, o
beijo, a conversa a sós. Os maio-
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res dramas da nossa sociedade
estão relacionados à vida de
gente que não se sentiu aceita,
compreendida, amada ou acom-
panhada por seus pais, especial-
mente na infância. Uma pesquisa
constatou um fato interessante: as
meninas cujos pais as tomavam no
colo e eram carinhosos com elas,
inclusive na adolescência e
mocidade, não caíam nas canta-
das dos garanhões de plantão.
Elas sabiam o que é afeto verda-
deiro, amor puro, respeito e
honra. Tal percepção forja um
caráter forte, um coração puro,
uma vida equilibrada. É com esse
mesmo espírito que os filhos
adotivos devem ser recebidos e
tratados no seio da família a que
pertencem. Não há dinheiro, nem
presentes, nem quaisquer outras
vantagens que substituam os
verdadeiros laços de amor. E o
amor vem de Deus, pois Deus é
amor.
Muitos casais sentem-se inferiores/
menores por causa da infertilidade.
Como lidar com a autoestima
diante desta situação?
A infertilidade precisa ser vista e
tratada como qualquer outro
problema de saúde. Por que fugir
da realidade? E se não houver
cura, o que fazer? Não se deve
piorar o quadro. É inteligente não
dar lugar à frustração, à amargu-
ra, à revolta ou qualquer coisa do
gênero. Também não é prudente
dizer: “Se Deus me fez assim é
porque não quer que eu tenha
filhos”. Pode-se, ao contrário,
pensar: “Se sou estéril, posso ser
uma bênção para quem é órfão”.
Possivelmente concordarão
comigo que a orfandade é pior
que a esterilidade. Então, por que
não transformar as duas necessi-
dades em bênção?
A adoção tardia (adoção de crian-
ças já grandes), problemas de
adaptação e possíveis histórias de
abandono devem ter atenção e
cuidados especiais?
A Iva veio fazer parte da nossa
família já na pré-adolescência.
Foi difícil para ela e para nós.
Éramos, em tudo, opostos. Solan-
ge e eu decidimos que o nosso
amor, acompanhado de nossas
orações e ministrações no Espíri-
to, iria fazer-nos um com essa
criança. Procuramos fazer com
Revista Lar Cristão 7
 { E N T R E V I S TA | P A S T O R J O N A S N E V E S
que suas necessidades especiais
recebessem tratamento específico.
Em casos assim os pais adotivos
precisam de mais longanimidade,
mais tato, paciência e pulso mais
forte (“sem perder a ternura!”).
Os eventuais tratamentos especi-
ais devem ser ministrados fora do
alcance dos outros filhos para
evitar constrangimento ou ideias
perniciosas em qualquer das
partes. Todos devem estar consci-
entes de que o momento é de
adaptação. O envolvimento
intencional de cada um produzirá
crescimento extraordinário em
toda a família.
Quando mencionamos o
tema “laços de sangue x
laços de ternura, quando o
amor é construído”, qual o
ponto de vista bíblico?
Pensando no filho adotado,
entendo que o amor vem
de forma diferente, des-
pontando-se aos poucos. Por não
haver laços de sangue é preciso
maior investimento na tecelagem
dos laços de ternura. O primeiro
passo é abrir o coração para amar
incondicionalmente. Qualquer
pessoa tem essa possibilidade.
Como em qualquer outro caso,
são as nossas atitudes que farão o
amor crescer e amadurecer. Assim
como amamos a Deus porque Ele
nos amou primeiro, somos amados
quando primeiro dedicamos
verdadeiro amor. “Aquilo que o
homem semear, isso também
ceifará.”
Qual a importância de dizer a
verdade de forma natural, não
8 Revista Lar Cristão
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DE SOUZA }
escondendo fatos ou distorcendo o
ato da adoção?
Atualmente estou tratando de um
caso complicado. Um neném foi
adotado, passaram-se os anos e os
pais não contaram. Agora, após a
graduação, a “criança” vai se
casar. Os pais adotivos sentem
que não foram justos escondendo
o fato e, pior, temem que alguns
amigos que virão para o casamen-
to “deem algum fora”. A pergunta
deles é: devemos contar tudo
agora? Qual será a consequência?
Isso seria evitado se a criança
fosse informada de tudo desde os
Assim como amamos a Deus
porque Ele nos amou primeiro,
somos amados quando primeiro
dedicamos verdadeiro amor.
primeiros anos. Se os pais se
sentem inseguros, um psicólogo
pode ser de grande ajuda. Mas a
ajuda deve ser procurada cedo!
Nós não sabíamos como contar
para a Giovanna, nossa neta, que
sua mamãe era nossa filha adoti-
va. Oramos por muito tempo
pedindo a orientação do Espírito
Santo. Na pré-escola a professora
foi “construir”, com seus alunos, a
genealogia de cada um. Era a
hora de falar. Naqueles dias a Iva
vinha com a filhinha, de avião,
de São Luís, Maranhão, para São
Paulo. Uma revista de bordo
falava sobre adoção. A mamãe
medrosa discerniu que havia
clima para tratar da questão com
a garota de seis anos de idade.
Resumindo, ela disse: “Gigi, o
que você pensaria se eu dissesse
que a mamãe é filha adotiva do
vovô Jonas e da vovó Solange?”.
“Como assim?”, a Gigi perguntou.
A mãe fez um resumo, e a filhi-
nha permaneceu calada durante
toda a viagem. No final do dia, já
em nosso apartamento, a Iva foi
tomar banho e a Gigi ficou no
quarto brincando com a vovó. Aí,
repentinamente, veio a pergunta:
“Vovó, é verdade que a mamãe é
sua filha adotiva?”. Tentando
controlar o susto, e sem saber
como e por meio de quem
a netinha soube, Solange
contou a história e
respondeu as perguntas
que estavam caladas no
coraçãozinho de nossa
amada netinha. Deu
tudo certo! Por quê?
Porque temos como
princípio falar a verdade
em qualquer situação. Minha
esposa disse à neta exatamente o
que nossa filha havia dito. Ela
ficou um tanto “esquisitinha” por
algumas semanas, mas depois saiu
com uma pérola: “Quem é adota-
da é a mamãe, eu não!”. Em
qualquer caso, a verdade deve
prevalecer. O amor da criança por
nós será semelhante ao amor que
ela recebe de nós.
Qual a importância de se ter uma
identidade (pais) para a construção
da personalidade humana e como a
adoção é de total relevância para a
obtenção desta identidade?
Os pais são o chão da criança. É
neles que ela naturalmente busca
 a segurança e o referencial maior
para a construção do seu ser. Não
há modelo mais forte do que os
pais. Por exemplo: a disciplina
trazida pelos pais gera vida, mas a
imposta por qualquer outra pessoa
pode produzir efeito contrário. Se
os pais têm uma vida de fidelida-
de mútua, são consagrados a
Deus, vivem como cidadãos
responsáveis, são dedicados à
família, têm grande probabilidade
de ver seus filhos seguindo o
mesmo caminho. O filho adotivo
que se sente inserido como
verdadeiro filho geralmente tem
uma personalidade tão
saudável quanto a da
família a que pertence.
Imagine o que aconteceria se
A igreja pode estar envolvi- duas ou três famílias de cada
da nesta missão, e como
podemos fazer parte deste
igreja cristã brasileira adotasse
“ministério”? uma criança de nossa pátria.
É uma pena que a Igreja
se envolva tão pouco
nessa missão. Nós nos esquecemos
de que só somos filhos de Deus
porque Ele nos adotou por meio
de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Quantas crianças poderiam ser
salvas da ruína, da morte e do
inferno se as adotássemos como
nossos filhos de verdade, como
Deus fez por nós! Imagine o que
aconteceria se duas ou três
famílias de cada igreja cristã
brasileira adotasse uma criança
de nossa pátria. Justificamo-nos
citando os entraves da lei, o custo
de vida, as incertezas... Na
verdade, é possível que nos falte
a atitude do Bom Samaritano. Se
olharmos a situação com os olhos
de Jesus e se dermos o nosso
coração ao nosso semelhante
LC110.pmd 9 10/13/2009, 1:54 PM
como Ele nos deu o seu, muitas
das nossas famílias adotarão pelo
menos uma criança. Sugiro uma
visita a um abrigo, a um orfanato
ou a uma casa lar. Quem for verá
lindos olhinhos brilhando, como
que pedindo: “Adote-me, pelo
amor de Deus!”. Isso poderá ser o
que faltava para encorajar muitos
a dividir sua vida e seu amor com
um filho adotivo.
Gostaríamos de saber um pouco
mais a respeito do pastor,
evangelista, missionário e radialista
Jonas Neves de Souza.
Sou o mais novo de quatro filhos
homens. Meus pais aceitaram a
Cristo ainda solteiros e nos
criaram tendo a Bíblia como
manual de instrução. Minha
decisão por Cristo aconteceu
quando eu tinha sete anos de
idade e não muito depois veio-me
a convicção de que viver total-
mente a serviço do Senhor era a
única opção de vida. Hoje, aos 56
anos, continuo pensando o mes-
mo. Aos dezenove anos tornei-me
aluno interno do Seminário
Teológico Evangélico do Brasil,
em Belo Horizonte, de onde saí
com o bacharelado em Teologia.
Na solenidade de formatura
também fui ordenado ao ministé-
rio e, no sábado seguinte, fui
empossado no pastorado da Igreja
Batista do Aeroporto. Como
resultado da fusão dessa igreja
com uma congregação da Igreja
Batista da Lagoinha que eu
dirigira até então, mudamos de
endereço e organizamos a Igreja
Batista Getsêmani de Belo Hori-
zonte. Quatro anos depois, assumi
a Secretaria Executiva da Alian-
ça Batista Missionária da Amazô-
nia, em Belém, Pará, à qual
servimos por mais de quatro anos.
Aceitando o convite da Igreja da
Lagoinha, voltamos para BH e a
servimos por exatos quinze anos,
deixando-a para assumir o
pastorado da Igreja Batista
do Povo, a pedido do Pr.
Enéas Tognini, que nos
convidou para substituí-lo.
Como a maioria, nós
também não pensávamos
em adoção. Já tínhamos
quatro filhos! Na tarde de
uma quarta-feira, dona Joselina
Nascimento, esposa do Pr. José
Rego do Nascimento, contou-me
a comovente história de uma
criança, fez algumas considera-
ções sobre o modo como conduzí-
amos nossos filhos e arrematou
com uma afirmação: “Você e
Solange poderiam adotar essa
menina”. Quando a garota che-
gou, decidimos “correr o risco”.
Foi uma decisão acertada. Pouco
tempo depois já dizíamos que, de
fato, foi ela quem nos adotou.
Nos primeiros anos não foi fácil,
mas juntos vencemos e somos
imensamente gratos a Deus por
ter enxertado no coração da
nossa família uma filha e irmã de
verdade.
Revista Lar
Revista Lar Cristão
Cristão 99
 Marcos Antonio Garcia é pastor na Catedral Metodista
de São Paulo, no bairro da Liberdade, mestre e doutor em
Ciências da Religião,Teologia Prática e Sociedade pela
{ SUPERANDO OS CONFLITOS } Universidade Metodista de São Paulo, professor no Centro
Metodista de Capacitação – Cemec e palestrante em
encontro de casais. É casado com Ivana e tem dois filhos:
Mateus e Larissa.

O mais ilustre
adotivo!
O
ser humano precisa ter uma identidade emo- uma nova oportunidade de vida, esperança e trans-
cional, social, afetiva, tanto quanto espiri- formação. Embora ela possa ser portadora dos seus tra-
tual, uma vez que isso vai influenciar a for- ços genéticos, a sua adoção poderá dar-lhe a oportu-
mação do seu caráter. O nosso DNA é divino, pois nidade de viver uma nova realidade e história de vida.
fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e Mas para que isso aconteça é fundamental que os
muitas vezes, no processo da nossa formação, o peca- pais tenham consciência de que esta é uma missão di-
do acaba destruindo os traços divinos e deixando ape- vina, espiritual. Adotar deve estar dentro dos limites
nas as suas marcas. da concordância, tanto do marido como da esposa.
A história de Jesus é belíssima. Marcada pela inter- Uma vez adotada, a criança deve ter uma educação
venção divina, gerado pelo Espírito Santo, encontrou “normal”, ou seja, integral. Às vezes vejo algumas mães
em Maria uma virgem de coragem, submissa a Deus, e que não repreendem seus filhos adotivos com a des-
em José a adoção de um pai, que, de forma generosa, culpa de que já sofreram tanto, foram abandonados,
primeiramente protegeu sua noiva, não permitindo o então não podem ser advertidos. Isso é um engano. A
escândalo e sua morte, e única chance de essa cri-
depois recebeu Jesus como Quando uma criança é adotada, ança ser uma nova criatu-
o mais ilustre adotivo da ra é ter uma educação
história. José vai influen- ela deverá ter a clareza de que pautada pelos valores do
ciar seu filho, vai educá- sua gestação na verdade foi no evangelho, que inclui a
lo e lhe oferecer uma pro- disciplina. O próprio Deus
fissão, como pai carpintei-
coração de seus novos pais e nos disciplina por amor!
ro. O testemunho de José não no ventre. Outro aspecto impor-
– submissão ao chamado tante é que, no caso de ha-
de Deus, respeito por Maria – influencia o Jesus hu- ver outros filhos, a criança adotada deve receber a mes-
mano, especialmente em sua infância. ma porção de amor, carinho, dedicação, educação que os
Infelizmente, em nossos dias acabamos encontrando filhos naturais. Mesmo que for mais velha (não recém-
crianças que foram abandonadas, entregues a orfa- nascida), ela precisa entender que, por um gesto de amor,
natos, ou, a forma mais triste, deixadas numa lata de acolhimento e solidariedade, está tendo uma nova opor-
lixo, numa rodoviária, em uma esquina qualquer... tunidade. Ao contrário dos propósitos do diabo, que é
Ao olharmos para essas crianças talvez disséssemos: roubar, matar e destruir, Deus está dando a ela uma nova
estão fadadas à infelicidade. Porém, no processo de chance de vida! Então é fundamental que ela entenda
adoção é possível experimentar um milagre da parte que precisa escrever uma nova história, a partir de uma
de Deus através da generosidade humana. Quando nova identidade, uma nova família. A criança adotada
uma criança é adotada, ela deverá ter a clareza de deve, como parte da sua formação, ter a certeza de que é
que sua gestação na verdade foi no coração de seus amada pelos pais que a escolheram e pelo próprio Deus.
novos pais e não no ventre. Seus pais podem dar a ela Isso fará toda a diferença!

10 Revista Lar Cristão

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 Revista Lar Cristão 11

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 { ADOÇÃO } DIÁLOGO

Valeu a pena
A decisão de adotar uma criança deve ser tomada por motivos
corretos, depois de muita oração e diálogo entre o casal

U
ma paranaense,
uma paulista e
uma gaúcha.
Respectivamente,
Melinda, Márcia e Annie,
nossas três filhas adotivas.
Elas trouxeram à nossa
vida muita alegria, muito
amor e realização.
Tudo começou tempos
atrás, em uma tarde de
junho, quando voltamos
de Londrina (PR) para
nossa casa em São Paulo,
trazendo nos braços nossa
primeira filha. Em um
piscar de olhos, em apenas
vinte e quatro horas, nos
tornamos pais. Ela tinha
dois meses de vida e, de
repente, mamadeiras e correria era alucinante! e foram estudar nos três anos de idade, nós
fraldas passaram a ser Porém, nunca tivemos um Estados Unidos. Judith e havíamos tentado adotá-
nossa nova rotina. minuto sequer de dúvida eu estávamos sozinhos la. Naquela época, enfren-
Melinda ainda era peque- de que valeu a pena. outra vez... Mas por pouco tamos uma imensa barreira
na quando adotamos Ambas, cada uma a seu tempo! De uma forma burocrática e, após lutar-
Márcia. Ela tinha sete modo, com seu tempera- surpreendente, o Senhor mos durante um ano,
meses quando chegou. mento e suas peculiarida- trouxe Annie para o nosso recebemos parecer contrá-
Desta vez, nós estávamos des, preencheram nosso “ninho vazio”. Essa tercei- rio do juiz. Ficamos
um pouco mais treinados universo e permitiram que ra adoção provou que frustrados e tristes por
na “arte” de sermos pais, desfrutássemos a bênção Deus tem o momento termos de interromper o
mas devo confessar que da paternidade. certo para realizar a sua processo de adoção.
nosso trabalho aumentou O tempo passou. Me- vontade. Doze anos antes, Contudo, quando Annie
consideravelmente. A linda e Márcia cresceram quando Annie tinha só já era uma adolescente de

12 Revista Lar Cristão

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 quinze anos, as portas se
reabriram de forma mila-
grosa e, finalmente, ela re-
cebeu o sobrenome Kemp.
Mais uma vez, experimen-
tamos a alegria e a emoção
de adotar uma filha.
Você pode perguntar:
“Ao que parece, tudo
sempre correu às mil
maravilhas, certo?”. Não!
Educar filhos não é uma
missão simples e fácil. Não
existe um manual que
consiga abranger todas as
características individuais
e a diversidade
comportamental dos filhos
e, talvez assim, garantir
um desempenho perfeito
dos pais. Nós também nos
deparamos com dificulda-
des. Entretanto, eu, e
tenho certeza de que
minha esposa também, não
trocaria a experiência de
adoção por nada deste
mundo. Vivemos momen-
tos inesquecíveis e
insubstituíveis com nossas
três filhas, e continuamos
vivendo. Hoje elas estão
formadas, casadas e nos
deram três netos. Somos
“avós corujas” assumidos!
Eu sou um convicto
defensor da adoção. Sei
que muitas pessoas possu-
em dúvidas e restrições
sobre isso e, claro, respeito
suas razões, mas gostaria
de expor o que penso em
relação a esse assunto.
Há pessoas que deci-
dem adotar uma criança
LC110.pmd 13
por motivos errados. Não é
de admirar que a experi-
ência seja negativa e,
muitas vezes, até traumá-
tica. Alguns acham que
precisam cumprir uma
missão social; outros
querem preencher um
vazio interior, estão volta-
dos somente para si
mesmos, sem pensar na
criança. Outros, ainda,
não suportam a pressão e
tentam satisfazer a expec-
tativa dos familiares sem
estarem realmente prepa-
rados para receber uma
criança em seu lar. Há
casais que querem apenas
aumentar a família ou têm
problemas conjugais e
imaginam que a adoção
contribuirá para melhorar
o relacionamento. Isso é
uma ilusão, pois acaba
criando uma situação
ainda mais difícil.
Em Gálatas 3.23-4.7 a
Bíblia diz que a adoção é o
meio pelo qual os que
creem em Jesus Cristo
entram para a família de
Deus. É essa adoção que
nos dá direito de chamar-
mos a Deus de “Pai”.
Antes de aceitarmos Jesus
como Salvador e Senhor
de nossa vida, tínhamos
outro pai, o diabo. Efésios
2.3 relata que “éramos por
natureza filhos da ira”, mas
recebemos “o espírito de
adoção” e fomos recebidos
como filhos na família de
Deus (Romanos 8.15-17;
Gálatas 4.6-7). Portanto,
toda vez que um casal
adota uma criança, está
seguindo o exemplo
divino, fazendo exatamen-
te o que Deus fez conosco.
Ele nos escolheu porque
quis. Foi sua deliberação,
sua vontade, ninguém o
obrigou. Deus nos adotou
porque nos ama (João
15.16)! Não pense que o
Senhor olhou para mim,
para você, para nós, e
disse: “Nossa, como o
Jaime é bonito e
talentoso! Vou escolhê-lo
como filho adotivo”.
Nenhum de nós reúne
qualidades tão significati-
vas que possam justificar
a grande bênção de ser
chamado filho de Deus.
Repito, tudo se resume ao
amor dele por nós.
Quando entramos para
a família de Deus, não
somos tratados como
servos. É triste dizer, mas
há casais que optam por
adotar uma menina
planejando que, no futuro,
quando crescer, ela seja
sua empregada. Nós somos
tratados como filhos pelo
Senhor (Romanos 8.15), e
assim também deve ser
considerada toda criança
que é adotada.
É preciso ressaltar
que nosso relacionamen-
to com Deus não pode
ser desfeito. O apóstolo
Paulo afirma em Roma-
nos 8.38-39 que nada
10/13/2009, 1:54 PM
pode nos separar do
amor de Deus. Quantas
crianças já se decepcio-
naram e sofreram profun-
damente ao serem
devolvidas, ao verem
cair por terra sua ilusão
e sua expectativa de
serem aceitas por uma
família. Deus não desiste
de nós. Seu relaciona-
mento conosco é perma-
nente, apesar de nossa
imperfeição.
Como se tudo isso não
bastasse, há o fato de
que somos coerdeiros
com Cristo (Romanos
8.17). Você tem ideia da
importância desta afir-
mação? Herdeiros de
Deus! Ele nos ama como
ama seu Filho. Não há
diferença. Este é o
conceito e o exemplo
que devem ser seguidos
à risca por pais que têm
filhos biológicos e
adotados ou mesmo por
aqueles que possuem
mais de um filho e
sentem uma pequena
“queda” por um deles.
O Senhor não nos
avalia e nos aceita confor-
me nosso desempenho ou
nossa inteligência. O que
realmente importa para
Deus é o relacionamento
que temos com Ele (Ro-
manos 8.15). Relaciona-
mento de Pai para filho, e
vice-versa. Por isso ele fica
feliz quando fazemos
aquilo que o agrada; não
Revista Lar Cristão 13
 { ADOÇÃO } DIÁLOGO
por obrigação, mas impul-
sionados pelo amor que
sentimos por Ele. Em seu
livro Depressão e graça
minha esposa utilizou
uma ilustração interes-
sante para explicar este
princípio: “Vamos imagi-
nar que um dia minhas
filhas chegassem para
mim e dissessem: ‘Quere-
mos mostrar a você e ao
papai como apreciamos
tudo o que vocês têm
feito por nós. Então,
todas as manhãs levanta-
remos às quatro horas da
madrugada para limpar o
chão, varrer o quintal,
preparar as refeições...
Prometemos que nunca
dormiremos antes da
meia-noite e dedicare-
mos cada momento para
servi-los’. É isso que
quero das minhas filhas?
Adotei-as para me
servirem de criadas? De
modo algum! Eu as
adotei porque desejava
amá-las. No entanto, se
um dia ou outro, ao
entrarem na cozinha, elas
perceberem meu cansaço
e a pilha de louça que
tenho para lavar, me
abraçarem carinhosa-
mente e disserem: ‘Vá
sentar na sala, mamãe.
Deixe a louça para nós’,
ficarei muito feliz, é
claro! Em ambos os casos
elas estarão me servindo.
Entretanto, na primeira
ilustração, a ajuda nasce
14 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
de um senso de dever, de Mesmo os filhos biológi- resolver ter um filho não é
rígida obrigação. Na cos não nascem com um brincadeira, não é uma
segunda, emana de um selo de bom comporta- decisão da qual é possível
coração cheio de amor” mento. Filhos dão traba- voltar atrás, não é um
(Editora Vida, p. 78-79). lho e exigem amor, compromisso que possa ser
Não podemos nos cuidado, atenção, tempo desfeito ou uma tarefa a
enganar: às vezes, como e dedicação. ser negligenciada. Como
filhos de Deus, somos
Devem contar que já disse, é uma missão que,
ingratos, egoístas, indig- ele(a) é adotivo(a) praticamente, dura toda a
nos do amor e do cuidado enquanto ainda for vida. Por isso não deve ser
do Senhor para conosco. pequeno(a). O casal não assumida sem antes haver
Infelizmente, todos os deve esconder a verdade. muita oração e diálogo
pais, sem exceção, quer Um dia esse(a) filho(a) entre o casal, e nunca por
seja de filhos biológicos poderá descobrir e imagi- motivos errados.
ou adotivos, experimen- nar que os pais agiram A Bíblia repete
tarão o mesmo. E isso é assim por sentirem vergo- diversas vezes que deve-
motivo para desistirmos nha dele(a). mos cuidar das viúvas e
deles? Para desanimar-
Se concluírem que dos órfãos (Tiago 1.27).
mos? Absolutamente não! não conseguem amar um Se Deus estiver dirigindo
Nossa missão é ajudá-los filho adotivo incondicio- seu coração, se você está
a compreender que assim nalmente, da mesma cogitando a possibilidade
como o Senhor espera maneira como amam seu de adotar uma criança,
que tenhamos um relaci- filho biológico, é melhor faça isso de maneira
onamento amoroso e não adotarem uma criança. consciente. Certamente
profundo com Ele, nós
Precisam certificar- há preços a serem pagos.
também desejamos ter se de que estão obedecen- Assim como aconteceu
com nossos filhos uma do corretamente à lei conosco, você terá
relação carinhosa, aber- brasileira (ou do país onde alegrias e sofrimentos.
ta, respeitosa e de confi- for realizada a adoção), Mas acredite, sob a
ança. reunindo toda a documen- orientação de Deus,
Deus, ao nos colocar tação necessária para mantendo bem viva em
em sua família, revela obter a guarda permanen- seu coração a certeza da
uma graça infinitamente te. Isto para evitar proble- sua soberania, como nós,
maior do que a de um mas no futuro. você verá que a adoção
casal ao abrir seu lar e
Se o casal não tem vale a pena!
trazer para ali uma filhos, deve considerar a
criança que não nasceu possibilidade de adotar Jaime Kemp
é doutor em
deles. Ao fazer isso, eles irmãos, para não separá-los. Ministério
precisam estar cientes Familiar e
diretor do Lar
de que: Ao criar e educar uma Cristão. Foi

Não devem esperar criança nos caminhos do missionário da
que o filho adotivo Senhor, os pais estarão Sepal por
31 anos e fundador dos
retribuirá seu gesto com cumprindo a vontade de Vencedores por Cristo.
gratidão eterna. Muitas Deus e realizando sua É palestrante e autor de
50 títulos. Casado com Judith, é
vezes isso não acontece. obra. Adotar uma criança, pai de 3 filhas e avô de 3 netos.
14 10/13/2009, 1:54 PM
 Revista Lar Cristão 15

LC110.pmd 15 10/13/2009, 1:54 PM


{ DISCIPULANDO FILHOS }
Adoção:
privilégio ou fardo?
“Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma
que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a
Deus.” (Romanos 15.7)
E
is um assunto complexo e pouco enfatizado:
adoção. Com certeza já ouvimos muitas histó-
rias sobre experiências positivas e negativas
vivenciadas por aqueles que adotaram crianças, in-
dependentemente da idade.
De fato, esse universo é complexo e ao mesmo tem-
po desafiador por colocar pessoas em uma situação
que envolve certo risco em virtude do fato de serem
estranhas umas às outras.
Já ouvi certos “pais” dizerem que a maior dificul-
dade é que a criança adotada sempre inquire a res-
peito dos pais biológicos. Há uma busca intensa em
seu íntimo que as leva a agir desse modo, o que de
certo modo é natural. Assim, surge um ambiente de
frustração e desconfiança, colocando de um lado os
“pais” e do outro lado os “filhos do coração”.
Essa é a dura realidade que registra a repetição
de algumas histórias tristes de angústia e dor. Mas
como toda regra tem sua exceção, eu sou testemu-
nha de várias histórias com “final feliz”. Lembro-me
de um caso em que a criança, com aproximadamente
três anos, foi acolhida por um casal cristão que já
tinha filhos. Foi educada, tratada com amor, levada a
uma experiência de conversão até tornar-se adulta,
casar-se e ser pai de dois filhos.
Seu casamento foi um testemunho público dos efei-
tos benéficos que a adoção produz, restaurando a iden-
tidade e a dignidade de alguém que um dia foi rejei-
tado por quem o trouxe a este mundo.
16 Revista Lar Cristão
LC110.pmd 16
Adhemar de Campos é cantor, músico,
compositor e pastor auxiliar da igreja sede
da Comunidade da Graça no Brasil, localizada
na Vila Carrão, São Paulo. É casado com
Aurora e tem três filhos.
Definitivamente, adoção é um ato de amor que
nos remete ao Senhor Deus, que, por meio de seu
Filho, resgatou e transformou todos os filhos que ha-
viam se desgarrado e estavam espiritualmente mor-
tos, irremediavelmente perdidos.
Eu e você fomos acolhidos pelo Pai celestial, que
nos amou de tal maneira que nos deu seu Filho
unigênito para que todo aquele que nele cresse não
viesse a perecer, mas sim receber a vida eterna.
Deus é o modelo de pai que adota filhos indepen-
dentemente de raça, cor ou idade. Quem é de Cristo
tem o Espírito Santo habitando em si e, portanto, está
habilitado a amar incondicionalmente, pois o fruto
do Espírito é amor.
Vivemos em um mundo cheio de filhos sem pais,
aguardando um milagre que só aqueles que têm o
amor de Cristo podem proporcionar, dando a eles uma
família, um lar, um modelo.
Para aqueles que têm esse desafio e pretendem
um dia adotar uma ou mais crianças, é recomendável
o seguinte:

Consultar órgãos do Estado que forneçam in-
formações corretas sobre o procedimento de adoção.

Ter acesso a algum órgão que tenha uma lista
de nomes de crianças prontas para adoção.

Conversar com psicólogos e pessoas que já são
pais adotivos para ter uma ideia da realidade.

Antes de tudo, orar para que o Senhor traga
direção em todo o processo.
O Senhor nos abençoe.
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 { A D O Ç Ã O } C A PA

Adoção,
uma troca
de amor!

18 Revista Lar Cristão

LC110.pmd 18 10/13/2009, 1:54 PM

 R
ecentemente o fim de que identifiquem criança ou adolescente alguém ou não podere-
Presidente da as reais motivações que em todos os aspectos de mos satisfazer as expecta-
República Luiz fizeram os candidatos sua vida, tornando-nos tivas do outro.
Inácio Lula da Silva tomarem esta decisão. inteiramente responsá- Vivemos em uma
sancionou uma nova lei É de total importân- veis por ele, fazendo com sociedade onde cultural-
sobre a adoção. Pelas cia que os candidatos que faça parte da nossa mente a carga genética é
novas regras, as crianças tenham plena convicção história, assumindo um considerada muito
e adolescentes não de seu desejo em consti- papel relevante em nosso importante. Certa vez
devem ficar mais do que tuir uma família por lar, sem nenhum tipo de ouvi de uma amiga,
dois anos nos abrigos de meio da adoção. reserva. assistente social da Vara
proteção, salvo alguma Diante disso podemos É certo que o maior da Infância e Juventude,
recomendação expressa então questionar: Quais requisito para adotar que não são poucos os
da Justiça. Esta nova seriam os fatores prepon- uma criança é estar casos de casais que
determinação pretende derantes na hora de disposto a amá-la! acabam desistindo da
diminuir o tempo de decidir pela adoção? Decidir pela adoção adoção por medo de
espera, tanto para os que Geralmente, a adoção significa dispor-se a criar serem incapazes de amar
aguardam ser adotados uma criança da mesma
como para os candidatos forma que amariam um
a pais adotivos, inscritos
A adoção nasce de uma filho biológico.
no Cadastro Nacional de profunda reflexão sobre o Infelizmente, muitas
Adoção, que esperam pessoas não conseguem
ansiosamente pela chega-
desejo de construir uma família, desassociar amor de mãe/
da do filho do coração. independentemente de laços pai de laços sanguíneos.
Sabemos que há um Amor é simplesmente
número expressivo de
sanguíneos, desejo este que amor! Se não fosse assim
crianças e adolescentes precisa ser minuciosamente não existiria o amor de
abandonados ou destituí- amigo, o amor de irmão,
dos de sua família de
pensado, elaborado e o amor conjugal. Nasce-
origem e que desejam amadurecido. mos com a capacidade de
muito ter um lar. Daí a amar as pessoas. Deus
necessidade da Justiça nasce de uma profunda alguém com a sua indivi- nos concedeu esta graça!
em querer constatar se reflexão sobre o desejo dualidade, mesmo que Como então não amar
realmente os pais de construir uma famí- muitas vezes isso desagra- uma criança e considerá-
adotantes estão preparados lia, independentemente de ou até mesmo destrua la como filho só porque
e dispostos a tomar esta de laços sanguíneos, em parte nossos anseios. não há laços de sangue?
decisão tão importante. desejo este que precisa Muitas vezes o filho O amor é construído à
Para isso, os pais ser minuciosamente adotivo é altamente medida que as relações
candidatos à adoção pensado, elaborado e idealizado, sendo visto de vão se tornando mais
enfrentam um longo amadurecido. maneira muito fantasiosa, profundas, íntimas. Ama-
processo que inclui a Segundo o dicionário, mas não devemos ver se com o tempo, com o
exigência de muitos adoção significa aceitação ninguém dessa maneira, convívio. Basta estar
documentos e algumas voluntária e legal de uma pois todos nós temos aberto para amar e se
visitas ao Fórum para criança como filho. Quan- características boas e más entregar nesta relação.
conversas com psicólogos do entendemos este e em algum momento da Segundo o autor Luiz
e assistentes sociais, a conceito, assumimos uma vida desapontaremos Schettini Filho, teólogo,

Revista Lar Cristão 19

LC110.pmd 19 10/13/2009, 1:54 PM

 { A D O Ç Ã O } C A PA
psicólogo e filósofo,
especializado em
psicoterapia de crianças e
adolescentes, a marca
afetiva é muito mais forte
e importante do que a
marca genética, conforme
ele aborda em um dos
seus livros, denominado
Doce adoção: “No filho
adotivo não se realiza a
marca genética nem se
satisfaz a expectativa
social da ‘normalidade’
reprodutiva. Parece que
perdura na cabeça das
pessoas a necessidade da
reprodução como um
atestado de capacidade
fisiológica. Não se consi-
deram todos os outros
laços que, na pessoa
humana, ligam os
genitores a seus filhos.
Certamente, das ligações
familiares, as mais limita-
das são as que se referem
aos aspectos genéticos. As
relações afetivas constitu-
em o grande arcabouço
das ligações interpessoais,
que perduram, renovam-
se e compõem a dinâmica
da vida”.
Certamente, as rela-
ções afetivas são as que
devem ser consideradas e
vivenciadas não só nas
relações entre pais e filhos
adotivos como também
nas relações entre pais e
filhos biológicos.
Como mãe adotiva,
vivenciei muitos medos e
dúvidas. Antes de decidir-
20 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
mos entrar com o processo toda casa dividida contra biológico, tratem disso
de adoção, eu e meu si mesma não subsistirá...” primeiro. Não se sintam
esposo conversamos muito (Mateus 12.25). incapazes só porque não
sobre o assunto. Porém,
Orem juntos! cumpriram com a função
Deus nos mostrou que Deixem que Deus os biológica de procriação.
deveríamos esquecer o direcione. Se este sonho Lembrem-se: Procriar é
medo e nos lançar de se tornar forte no coração fisiológico; criar é afetivo
cabeça em busca da de vocês, entrem com o (Luiz Schettini Filho).
concretização de nosso processo de adoção.
Não optem pela
sonho. Hoje somos pais Ainda assim, durante adoção apenas para suprir
felizes e realizados. Deus, todo o processo, terão as expectativas da família.
no tempo certo, nos enviou muito tempo para resolver Muitos casais são pressio-
uma linda menininha. definitivamente o que nados a adotar por não
Segundo minha querem. conseguirem gerar um
experiência pessoal,
Compartilhem com filho biológico. Adoção
gostaria de deixar aos a família desde cedo a tem que estar no coração!
leitores alguns conselhos decisão de vocês. Isso
Adotar um filho
que julgo importantes ajudará a preparar um não deve ser considerado
para aqueles que desejam ambiente familiar saudá- como o cumprimento de
optar pela adoção ou até vel e prazeroso. uma obrigação social.
mesmo para aqueles que
Caso tenham Adoção não é caridade!
não têm esta aspiração, problemas emocionais
A adoção jamais
mas gostariam de compre- com o fato de não terem pode ser encarada como
ender um pouco como se conseguido gerar um filho solução para um casa-
constrói a ideia da adoção
na cabeça de um pai ou
mãe adotivos:

É impossível falar
em filho adotivo sem falar
em sonho, pois ele nasce
do coração e da
idealização em querer
amar alguém profunda-
mente!

Lembrem-se: filhos
não preenchem vazio
existencial! O sentimento
de incompletude não se
resolverá com uma
adoção.

É preciso haver
concordância entre o
casal. Os dois precisam
querer adotar! Na Palavra
de Deus está escrito: “... e
20 10/13/2009, 1:54 PM
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 { A D O Ç Ã O } C A PA
mento em crise. Filhos
não são pontes para unir
um casal!

Estejam determina-
dos a ignorar os comentá-
rios de adoções que não
deram certo, para que
não sejam desmotivados
a realizar o sonho de
vocês. Cada indivíduo
tem uma experiência
única e pessoal.

Orem sempre pelo
filho esperado. Isso os
fará criar um laço afetivo
com a criança, ainda que
não a conheçam. Deus
certamente a cobrirá de
toda sorte de bênçãos!

“Quando uma
pessoa se propõe a adotar,
a ideia que, em geral, ela
passa é de empreender a
busca de um filho que
vem de fora. Adotar,
porém, transcende esse
aspecto puramente
operacional. Adotar é
engendrar o filho dentro
de si. Ele não está longe,
distante, nem com outra
pessoa. Está dentro de
quem o quer. Quando se
vivencia ter o filho,
esperar e encontrar é
apenas um estágio secun-
dário da decisão de tê-
lo” (Luiz Schettini Filho,
do livro Compreendendo
os pais adotivos).

E por último: creia
que Deus tem sempre o
melhor para você e que a
adoção se realizará no
tempo certo. Não se
22 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
desanime com o tempo.
Esperamos três anos pela
chegada da nossa filha e
podemos garantir que ela
chegou no tempo exato!
Sem dúvida alguma,
Deus se agrada desta
maravilhosa decisão. O
livro de Gálatas 4.4-7 nos
dá esta garantia: “ Mas,
quando chegou a plenitu-
de do tempo, Deus enviou
seu Filho, nascido de
mulher, nascido debaixo
da Lei, a fim de redimir os
Decidir pela adoção significa
dispor-se a criar alguém com a
sua individualidade, mesmo que
muitas vezes isso desagrade ou
até mesmo destrua em parte
nossos anseios.
que estavam sob a Lei,
para que recebêssemos a
adoção de filhos. E,
porque vocês são filhos,
Deus enviou o Espírito de
seu filho ao coração de
vocês, e ele clama: Aba,
Pai. Assim, você já não é
mais escravo, mas filho; e
por ser filho, Deus também
o tornou herdeiro”. Não
pode haver maior exemplo
do que este: ser filho de
Deus por adoção!
Encontramos ainda nas
Escrituras Sagradas lindos
exemplos de adoção. O
livro de Ester relata a
22
magnífica história desta
mulher que se tornou
rainha da Pérsia. No
capítulo 2, versículo 7,
está escrito que Ester era
uma jovem bela, de boa
aparência e que tendo
morrido seus pais foi
tomada como filha por seu
primo Mardoqueu. Deus
levantou Ester, uma
simples moça judia, para
que se tornasse rainha do
mais poderoso império
existente no mundo
naquela época.
A Bíblia conta ainda
no livro de Êxodo, capí-
tulo 2, a história de uma
mulher hebraica chama-
da Joquebede, que deu à
luz durante um período
em que todos os bebês do
sexo masculino deveriam
ser mortos, segundo
ordens do faraó.
Joquebede, temendo que
seu filho fosse morto,
colocou o bebê dentro de
um cesto às margens do
rio Nilo, sendo mais
tarde encontrado pela
filha do faraó. O
versículo 10 do mesmo
10/13/2009, 1:54 PM
capítulo relata: “… ela o
levou à filha do faraó,
que o adotou e lhe deu o
nome de Moisés, dizen-
do: ‘Porque eu o tirei das
águas’”. Moisés foi, sem
dúvida alguma, um dos
grandes heróis da Bíblia.
Sua história mudou a
vida de todo um povo.
Mas um dos maiores
exemplos de adoção é a
história de Jesus Cristo,
Filho de Deus, adotado
por José, que não tinha
nenhuma relação fisioló-
gica com Ele, recebendo-
o como um filho amado.
Todos estes exemplos
nos mostram o quanto a
adoção vai além de laços
sanguíneos, e apesar de
todo o preconceito que
ainda envolve este assun-
to nos dias de hoje, a
adoção não é, em hipóte-
se alguma, estigma de
fracasso, perdas ou danos
morais, emocionais e
espirituais. Pelo contrário,
tanto Ester como Moisés,
e o próprio Cristo, foram
exemplos de vitória e de
uma vida espetacular.
Tania Cecilia
Fernandes
Moraes, casada
com Moacir, tem
uma filha. É
membro da
Igreja Batista do
Povo situada em
Vila Mariana, São Paulo. É
graduada em Licenciatura em
Letras pela UNIFAI e pós-
graduada em Comunicação com
o Mercado pela Escola Superior
de Propaganda e Marketing.
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 { HARMONIA NOS RELACIONAMENTOS }
Laços de sangue X Laços de ternura:
quando o amor é construído
A
adoção caracteriza-se inicialmente pela im-
possibilidade de os pais biológicos permane-
cerem com seus filhos (na maioria das vezes
por rejeição, abandono e exclusão) e pela disponibili-
dade de outras pessoas, motivadas por diferentes ra-
zões, assumirem de maneira legal e definitiva a guar-
da e o cuidado destes como seus próprios filhos, numa
“opção de estarem próximos”.
Dentro desse contexto o processo de construção
da parentalidade, entre as crianças e os adolescentes
disponibilizados para adoção e suas novas famílias,
24 Revista Lar Cristão
LC110.pmd 24
passa pela transferência dos laços de sangue
para novos laços de ternura e afetividade.
A relação afetiva produz os recursos e ins-
trumentos que solidificam a ligação familiar.
É precisamente nesse ato de abrigar e cuidar
que se situa o vínculo parental, como tam-
bém na constituição de um ambiente famili-
ar relacionado a situações de proteção e
aconchego, favorável ao desenvolvimento de
todas as potencialidades dos filhos.
Compreende-se que a criança adotada
apresenta uma condição diferenciada, em
função de possuir uma herança genética di-
ferente dos demais membros do seu novo
núcleo familiar (compleição física, cor de
pele, olhos e tipo de cabelo). Torna-se, desta
forma, mais vulnerável à insegurança, à hos-
tilidade e à carência de atenção em momen-
tos de maior estresse.
O desafio apresentado aqui, entretanto,
é o mesmo em que todos nós estamos inseridos: o de
formar famílias (consanguíneas ou não) que apren-
dam a superar as suas dificuldades com laços de amor.
Pais que estejam fisicamente presentes, mas emo-
cionalmente distantes, também representam um fa-
tor de risco para o rendimento escolar e o desenvolvi-
mento global de seus filhos (especialmente de sua
personalidade).
Em um convívio familiar mais ampliado temos tes-
temunhado a maravilha da opção por criar “filhos
do coração”. Assim, aprendemos e ensinamos aos
10/13/2009, 1:54 PM

nossos filhos esta fundamental condição de uma re-
lação entre seres humanos: receber e ser recebido.
Vimos a importância de começar cedo o processo de
comunicação com a criança sobre a sua condição
de filho legítimo, cercado de atenção e carinho,
porém através da iniciativa da adoção, para que,
consciente deste fato, torne-se uma pessoa equili-
brada e feliz. Acompanhamos também os benefícios
de uma terapia psicológica e de muita conversa, para
que esta adaptação familiar não traga consequências
negativas na vida adulta, profissional e na consti-
tuição de uma futura família. Porém, acima de tudo
isso está o amor incondicional, sem discriminação
ou preconceitos.
No contexto cristão muitos dos nossos relaciona-
mentos também estão alicerçados primordialmente no
amor. Conforme a promessa que nos deixou o Mestre,
LC110.pmd 25
Paulo Henrique Oliveira Costa é pesquisador
especialmente interessado no estudo das
tensões entre as ciências, as filosofias e as
religiões.
Pais que estejam fisicamente
presentes, mas emocionalmente
distantes, também representam
um fator de risco para o rendi-
mento escolar e o desenvolvi-
mento global de seus filhos.
qualquer um que tenha se desligado de seus laços de
sangue por causa de Cristo e do evangelho receberá
cem vezes mais, ainda nesta vida, em casas, irmãos,
irmãs, mães e filhos (Marcos 10.29-30).
Portanto, a adoção não é um tema que não nos
diga respeito. Somos uma prova de que o amor de
DEUS nos une apesar das diferenças.
Revista Lar Cristão 25
10/13/2009, 1:54 PM
 QUERO CONHECER M A TUA PALAVRA É LÂMPADA QUE ILUMINA OS MEUS PASSOS

OS ENCONTROS DE JESUS - ALCINDO ALMEIDA OS SALMOS

PARA AS NA
As reflexões brilhantes do autor nos dão a
dimensão clara do significado que esse O escritor C
acontecimento teve na vida daqueles que de que: con
tiveram um encontro com Jesus de Nazaré. tarefa miss
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Páginas 96 livro teremo
da Igreja at
Formato 14
Páginas 9

ALEGRIA

A nossa busca pela Fonte da Alegria torna-se

ainda mais urgente neste tempo, em que estamos
sujeitos a fraquezas e dificuldades, com o fim de
restaurarmos juntamente o otimismo, a esperança,
a liberdade, o perdão, a saúde e a disposição para
o serviço. É isso que este livro trata.
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Páginas 144

ONDE ESTÁ DEUS NO

MEU SOFRIMENTO? - JAIME KEMP
ORAÇÃO QUE TRANSFORM
A sensação de terem puxado o tapete
debaixo de nossos pés é algo que
Não existe nenhuma revel
realmente nos desestabiliza. Só quem
nem fórmulas revolucioná
sentiu aquela dor de alma, que vem lá
A Palavra de Deus é a aut
do fundo do peito e chega até a causar
deste material, simples na
dor física, é que pode entender estas
importante no conteúdo.
palavras.
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ER MAIS A TUA PALAVRA!
MEUS PASSOS E LUZ QUE CLAREIA O MEU CAMINHO. SL 119.105

SEXO AQUI E AGORA

JAIME KEMP
OS SALMOS; PORTA DE ENTRADA
PARA AS NAÇÕES - CARL J. BOSMA Nesta obra o autor apresenta vários
motivos pelos quais o jovem é desafiado
O escritor Carl J. Bosma entra em defesa da posição a se guardar para o casamento, entre eles:
de que: conforme o Antigo Testamento, Israel tinha uma O que Deus fala a respeito; sobre
tarefa missionária entre as nações, fazendo duas confiança mútua; ameaça de gravidez
colocações hermenêuticas importantes. Através deste inesperada; AIDS, entre outros.
livro teremos uma ampla perspectiva bíblica da missão Formato 14x21cm
da Igreja através dos relatos bíblicos de toda a Bíblia. Páginas 96
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Páginas 92

A TURMA DO LOUVA A DEUS - EDNEI MARQUES SANCHES

Caderno de atividades para crianças entre 5 a 8 anos.

Suas atividades foram especialmente desenvolvidas
com a finalidade de ajudar na compreensão de temas
importantes relacionados ao meio ambiente,
a cidadania, a moral, etc.
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ÃO QUE TRANSFORMA - SUELY BEZERRA

xiste nenhuma revelação sobrenatural,

órmulas revolucionárias nesta obra.
vra de Deus é a autoridade definitiva
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ante no conteúdo.
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 { NOSSA REALIDADE }

A realidade sobre o
crescimento evangélico no Brasil Parte 2

O
crescimento
O aumento assusta-
O forte sincretismo cristãos creem que esses
dos evangélicos dor dos “sem religião” ou e umbandização, que objetos são capazes de
traz também “sem filiação religiosa”, mesclam modelos, proteger a casa e liberar
algumas preocupações chamados assim pelo estruturas, nomes, usos os males que os cercam.
teológicas. Como anali- IBGE, que chegam hoje a e costumes do
Por último, a falta
sar o aumento daqueles mais de 10% da popula- romanismo ao espiritis- de crescimento denota-
que estão decepcionados ção. Não significa que mo. A utilização de se pela parca e insignifi-
com o lado institucional todos descreiam em Deus. expressões sincretistas cante ação missionária.
da igreja? Cada vez mais Muitos apenas expressam como “rosa ungida”, Quando os evangélicos
pessoas se declaram sem sua decepção com a “manto consagrado”, eram em torno de 13
religião ou sem filiação instituição, com suas “fogueira santa” e “água milhões, tínhamos 880
religiosa. O crescimento formas de cultos e desa- abençoada” são muito missionários trabalhan-
da igreja melhorou a pontamento com seus comuns nos cultos do em missões transcul-
qualidade de vida do líderes e suas promessas. evangélicos. Muitos turais. Depois de pouco
povo brasileiro? O Brasil
dos 45 milhões de evan-
gélicos é um país melhor
que o Brasil dos 10
milhões de evangélicos?
O crescimento na sua
qualidade e capacidade
de transformação avan-
ça na mesma proporção
que o crescimento
numérico? Ainda somos
uma igreja imatura, com
quilômetros de exten-
são, mas centímetros de
profundidade. Destaca-
mos três aspectos desta
questão:

28 Revista Lar Cristão

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 mais de 20 anos somos estudo revelou que os aos pensamentos religio- Rubens Ramiro
Muzio graduou-
45 milhões com apenas jovens brasileiros são sos sem discriminações, se bacharel em
3.200 missionários muito religiosos e estão e o anonimato virtual Teologia pelo
Seminário
transculturais. A partir em 3° lugar no mundo, ajuda na propagação Presbiteriano do
do ano 2000 o cresci- atrás apenas dos jovens das ideias sagradas. Sul, em Campi-
nas, é missioná-
mento caiu vertiginosa- da Nigéria e Com o advento da rio da Sepal e coordenador
mente. Hoje existe Guatemala. A boa nacional do Brasil 21.
Internet, o jovem se
apenas um aumento de notícia não para por aí. tornou globalizado, e Luis André
3,5% no número de Ainda segundo a pes- isso se aplica a sua Bruneto
é casado com
missionários enviados quisa, dos jovens brasi- religião. A diversidade Mércia Miras e
anualmente. leiros entre 18 e 29 anos, de crenças se propaga
tem dois filhos:
Sarah, de 9 anos,
O que fazer diante 95% se consideram
na net como um spam. e Lucas, de 3.
desta situação? Cremos religiosos e 65% afir- É missionário
A Internet se tornou SEPAL, pastor da Comunidade
que a pesquisa feita mam que são “profunda- Evangélica de Pirapozinho - SP,
seu santuário. Novas
pelo instituto alemão mente religiosos”. bacharel em Teologia pelo
religiões e seitas virtuais Seminário Teológico de
Bertelsmann Stiftung Infelizmente apenas Londrina da IPI do Brasil,
sem regras e sem com-
(What the World 35% afirmam viver de M. Div. em Missiologia Urbana
Believes, Analyses and acordo com os preceitos promissos estão surgindo pela Faculdade Teológica Sul-
Americana em Londrina e
Commentary on the religiosos. a todo o momento. coordenador nacional de
Aproveitemos as oportu- Pesquisas Brasil 21 - SEPAL.
Religion Monitor 2008) Milhões desses jovens
em 21 países e estão navegando como nidades da rede mundial
divulgada pela Revista nunca nos sites religiosos. para alcançarmos esses
Época traz esperanças e Sabemos que a Internet jovens com o amor e a
gera oportunidades. O viabiliza uma exposição graça do Senhor Jesus.

Revista Lar Cristão 29

LC110.pmd 29 10/13/2009, 1:54 PM

 { ADOÇÃO } ADOÇÃO
Adoção: entendendo
a vontade de Deus!
P
“ ai é aquele que
cria.” Você certa-
mente já ouviu
muitas vezes esta frase.
Ela faz parte da sabedoria
popular e, embora não
sendo infalível, possui um
peso acima da média.
A revista Época de 20
de junho de 2009 decla-
rou a existência de 22 mil
casais à procura de um
filho adotivo e apenas 3
mil crianças disponíveis,
mesmo existindo pelo
menos 80 mil crianças em
abrigos. Vinte e duas mil
pessoas vivem sonhando
com a chance de ter um
filho, algumas sem ao
menos possuir a experiên-
cia da paternidade.
A Bíblia narra uma
linda, mas também
sofrida, “love story” entre
Jacó e Raquel. Amando
Raquel, Jacó trabalha
sete anos para ganhar seu
coração; enganado pelo
sogro, recebe outra filha
30
30 Revista
Revista Lar
Lar Cristão
Cristão
LC110.pmd
E A BÍBLIA
em lugar de Raquel, o tempo pagando assim o que se instalou era de
que o faz trabalhar mais preço do amor: 7 + 7 anos ordem muito mais grave:
sete anos até conquistar = amor consumado. Jacó deu filhos a Lia, mas
a mulher dos seus sonhos. Tudo parecia estar muito nenhum a Raquel. Ali
Esse amor não era bem! Cada gesto de Jacó estava o motivo da crise
efêmero, pois resistiu ao por ela deixava nítido aos entre os dois. No auge da
tempo e às provas. Era de fora e a Lia, sua outra sua inferioridade, vendo
um amor sólido, que esposa, que era Raquel os anos passando, Lia
ultrapassou tradições e quem ele realmente reproduzindo, e ela como
ambições e não mediu amava. Em Gênesis 29.30 um galho seco, Raquel
esforços. De fato, era um é afirmado que Raquel nem imaginava que esse
amor recíproco, porque era sua preferida. Tudo foi o consentimento dado
embora sua irmã Lia de melhor – carinho, por Deus para alegrar a
tenha sido dada como atenção e presentes – irmã que tanto sofria por
esposa a Jacó, Raquel seria sempre para Ra- não ter lugar no coração
aguardou ansiosamente a quel. Tudo era lindo na do marido. A Bíblia não
autorização do pai, vida de Raquel, ao passo diz que Deus fez Raquel
suportando uma humi- que Lia era uma esposa estéril, mas sim que Ele
lhação por amor ao ver imposta apenas pela fez Lia fecunda. Gerar
sua própria irmã com o obrigação. filhos foi a forma de fazer
marido que lhe fizera Raquel foi presentea- com que Jacó estivesse,
juras de amor. Ela espe- da por um homem, como de certo modo, mais
rou o tempo necessário diríamos em nossos dias, perto de Lia, já que ele
para que um dia pudesse “aos seus pés”. Mas eis só tinha olhos para
ser do seu amado. que surge uma briga Raquel. Ter um marido
Tanto Jacó como conjugal. Jacó não estava amoroso não bastava. As
Raquel tinham motivos chegando tarde em casa provas de amor que Jacó
para desistir do amor que nem deixando Raquel havia dado (ser engana-
rondava seus corações. sem atenção ou presen- do pelo sogro, trabalhar
Ambos esperaram o tes. Nada disso. A crise 14 anos...) já não eram
30 10/13/2009, 1:54 PM

suficientes para tornar a
vida conjugal feliz. Jacó
já não bastava para
preencher o coração
daquela mulher. Ver seu
marido brincando com os
filhos de sua irmã desper-
tou em Raquel ciúmes,
complexo de inferiorida-
de, desespero e depres-
são! É ela quem chegou a
dizer: “Se você não me der
filhos, morrerei!”. Ela
prefere desistir de viver a
estar casada e sem filhos. A
esterilidade de Raquel fez
seu casamento estremecer,
LC110.pmd 31
nosso relacionamento. O
que temos não pode ser
menosprezado pelo que
não conseguimos ter. Não
nos casamos para sermos
pai e mãe, isso é uma
possibilidade, que pode
ou não vir a acontecer. A
projeção de uma identi-
dade baseada na mater-
nidade ou paternidade
enfraquece o projeto de
vida conjugal, visto que
ter filhos toma o lugar da
unidade marido e mu-
lher. Raquel não percebia
que, mesmo sem filhos,
era feliz e tinha alguém
especial ao seu lado, pois
ao fechar-se sobre o
problema gerou isolamen-
to e perda da autoestima.
Aceitar o amor como o
verdadeiro maior presen-
te que um casal pode ter
é o que satisfaz a relação.
Raquel faz cobranças
e desperta um ataque de
tal como em alguns fúria em Jacó!
casamentos, em que o
passar dos anos sem filhos Quando Raquel viu
e a descoberta de uma que não dava filhos a Jacó,
impossibilidade de gerar teve inveja de sua irmã. Por
uma criança têm abalado isso disse a Jacó: “Dê-me
os relacionamentos de filhos ou morrerei!” Jacó
casais até então felizes. ficou irritado e disse: “Por
O que fazer com essa acaso estou no lugar de
descoberta? Como lidar Deus, que a impediu de ter
com os sentimentos filhos?” (Gênesis 30.1-2)
pessimistas?
Raquel limitou sua Os conceitos sociais e
felicidade a ter ou não religiosos mudaram desde
filhos. Ter filhos é mara- os tempos de Jacó, mas as
vilhoso, mas ter uma vida cobranças permanecem,
conjugal feliz é a base do de outros ou de si mesmo.
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Se a esterilidade aparece
em algumas passagens
como maldição, também
é fato que os costumes
mudaram. Se antes ter
uma família com muitos
filhos era motivo de
felicitações, hoje o
número de filhos foi
reduzido. A lei que
favorecia o marido a ter
outra esposa caso a sua
fosse estéril não vigora
mais. A lei que pressio-
nava o marido a ser um
bom reprodutor para
perpetuar o nome de sua
família há muito foi
descartada. E a nós
conhecedores da Palavra
é definitivo o fato de
Cristo, ao morrer na cruz,
ter abolido toda a maldi-
ção da lei! Ainda existe
uma pressão social sobre
os casais para gerar
filhos, mas essa cobrança
não pode ditar o rumo do
relacionamento conjugal.
O conceito de família, de
fertilidade e de felicida-
de precisa ser pautado
pelo casal. Adão não
casou para ser pai,
tampouco Eva foi criada
como mulher para experi-
mentar o dom de ser
mãe. O propósito maior
de Deus ao criar Eva foi
pôr um fim à solidão de
Adão e com ele ser uma
só carne. Esse objetivo
conjugal foi reiterado por
Jesus e pelos apóstolos no
Novo Testamento.
Revista Lar Cristão 31
 { ADOÇÃO } ADOÇÃO
Raquel torna-se
obsessiva ao extremo com
a maternidade. Para
realizar sua vontade, ela
entregou uma serva ao
marido para ter relações
com ele. Não se é mais
ou menos homem ou
mulher através da fertili-
dade, mas alguns levam a
ideia de ter filho às
últimas consequências,
colocando em xeque até
os casamentos. Os trata-
mentos para a
infertilidade, quando mal
interpretados, fazem com
que atos comuns, como
uma relação sexual ou o
ciclo menstrual da
mulher, sejam fonte de
ansiedade. Um filho
jamais pode ser fonte de
esgotamento psicológico
ou financeiro. Seja pela
concepção, seja pela
adoção, ou pela doação
ao próximo, existem
várias formas de ser
fecundo. Gerar uma vida
não pode ser levado ao
extremo das limitações,
pois há desgaste. Gênesis
30.22 relata que Raquel
um dia pôde ser mãe
biológica, pois Deus fez
um milagre. O preço que
Raquel pagou pela sua
obsessão foi a própria
vida. Ela morreu ao ter
seu segundo filho.
Lar se faz com o casal.
O casal feliz jamais
desiste de seu amor
quando chegam as
32 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
E A BÍBLIA
desilusões. Filhos não com uma criança. A amigas a ponto de a mãe
tornam uma pessoa mãe, por ser solteira e tê-la como aquela pessoa
excluída ou incluída. sem recursos, perguntou- que pode reclinar em
Seja na aceitação dos lhe se ela gostaria de ter seus ombros e abrir o
fatos – o milagre pode aquela criança. Sua coração. Palavras de um
acontecer ou, quando for resposta foi afirmativa. pai adotivo: “Pais adoti-
possível, pode-se recorrer Imediatamente ela foi vos foram poupados de
à inseminação, desde até a casa da amiga sofrer dores de parto
que sem estresse e dizendo: “Um presente como os outros; de uma
descontrole – ou na para você”. A mulher forma diferente, é verda-
adoção, para estender que queria tanto um de, mas o calor que
amor a quem precisa, a filho disse: “Você está emana de um abraço
paciência e a compreen- brincando!”. “Não, é amoroso, a preocupação
são devem perdurar nas sério!” Ela recebeu maternal, os desafios da
decisões, respeitando-se aquela criança em seus criação são os mesmos
as limitações de cada um braços e junto com seu para ambos”.
Pais adotivos: quando
qualquer tipo de comple-
O casal feliz jamais desiste xo de inferioridade bater
de seu amor quando chegam à porta de sua alma,
jamais esqueçam que a
as desilusões. Filhos não família dos salvos pelo
tornam uma pessoa excluída sangue do Cordeiro é
feita de pessoas adotadas
ou incluída. pelo Pai da Eternidade.
Nascemos criaturas de
e cientes da vontade de esposo a amaram. O Deus, mas passamos a ser
Deus ao casal. As possibi- garoto cresceu na igreja chamados de filhos
lidades negadas não o e tornou-se uma bênção através de seu Amor
são por culpa ou impo- para a igreja e para a quando recebemos seu
tência de alguém, mas família. Hoje é um Filho Jesus para ser nosso
são oportunidades de membro da orquestra Senhor e Salvador (João
novas descobertas. sinfônica do Estado do 1.11-12). Por isso somos
Conheci um casal que Espírito Santo, casou-se e felizes. Jesus é o nosso
não conseguia ter filhos. serve ao Senhor. Por isso, irmão primogênito. Que
Em um culto no dia das nenhum pai adotivo deve augusto privilégio!
mães convidei todas elas sentir-se menos pai pelo
Ivonildo
e as que desejavam ser fato de não ter sido o pai Teixeira é
mamães a ir à frente gerador. Já ouvi de uma pastor da Igreja
do Nazareno,
receber uma oração. mãe adotiva: “Vários autor de 33
Uma senhora chorosa foi filhos vieram das minhas títulos
à frente. Orei. Um mês entranhas, e com amor, publicados e
palestrante na
depois uma amiga dela mas tenho uma filha área de finanças para igrejas,
recebeu uma visita de adotiva que veio do pastores, líderes, casais e
empresários em quatro
uma pessoa à sua porta coração”. Elas são tão continentes.
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 Revista Lar Cristão 33

LC110.pmd 33 10/13/2009, 1:55 PM

 { ADOÇÃO } ADOÇÃO
Carta aberta à
minha filha do meio
Carta entregue ao destinatário antes de ser publicada
Q
uerida Márcia:
Com quatro ou
cinco anos você
se aproximou de mim muito
séria e me perguntou:
– Mamãe, eu sou órfã?
Você me surpreendeu
com sua pergunta, então
eu me abaixei, coloquei-
a em meu colo e olhando
para você respondi:
– Claro que não,
querida. Nós adotamos
você!
Em seguida, outra
pergunta foi disparada:
– E quanto vocês
pagaram por mim?
– Pagar?! Não, queri-
da, nós não a compramos!
Então, quase choran-
do, você disse:
– Não compraram?!
Então quer dizer que eu
sou só alugada?!!!
Fiquei imaginando o
que você poderia estar
pensando... Que em
34 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
DE CORAÇÃO
algum lugar havia um
supermercado de bebês e,
nas prateleiras, ficavam
de um lado meninos e do
outro lado meninas.
Todos alinhados em
cestinhos. Os futuros
papais e mamães pega-
vam um carrinho e iam
andando por entre os
corredores, procurando o
bebê que mais lhes
agradasse: cor de cabelo,
de pele, de olhos, sorriso,
covinhas, etc. Alguns dos
pais procuravam só por
meninos, outros só por
meninas.
Havia também aque-
les pais que olhavam e
olhavam, procurando
entre os bebês algum que
tivesse um narizinho
parecido com o deles.
Outros queriam o bebê
mais bonito de todos, e
não abriam mão disso,
fosse qual fosse o preço.
34
Quando conseguiam
encontrar o que procura-
vam, colocavam o bebê
dentro do carrinho e se
dirigiam ao caixa para
pagar!
Será que era isso que
você pensava?!
Hoje, Márcia, essa
ideia de supermercados
de bebê pode ser engra-
çada e até ridícula.
Sabemos que não foi
assim que você entrou
em nossa família! Desde
que a sua irmã mais
velha, Melinda, tinha
dois anos de idade
começamos a procurar
uma irmãzinha para ela.
Não buscamos por
especificações, a não ser
que ela precisasse de nós
tanto quanto precisáva-
mos dela.
Quando recebemos
um telefonema de uma
pessoa amiga dizendo
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que na cidade de
Bragança Paulista, no
interior de São Paulo,
havia uma garotinha de
seis meses para ser
adotada, ficamos muito
entusiasmados. A distân-
cia de duas horas que
separava as duas cidades
parecia nunca terminar.
Entramos na cidade e
nos dirigimos ao endere-
ço que nos fora dado.
Que susto levamos! Não
tínhamos sido preparados
para o que encontraría-
mos ali. Ninguém havia
nos dito que você estava
muito doente e que
precisava de cuidados
médicos imediatos. Ao
vê-la naquele estado, eu
nem pensei direito.
Tomei-a em meus braços
e saí quase correndo para
o hospital mais próximo.
O médico que nos
atendeu sabia que
 estávamos em processo explicar mais. Essa é a minha querida, e era depois que você começou
de adoção, mas que única interpretação que muito dolorido vê-la tão a entender as coisas,
ainda não éramos seus consigo dar. E não foi doentinha. Queríamos percebeu que em todas
pais legalmente falando. somente comigo. Seu pai abraçá-la, beijá-la, mas as suas fotos de bebê
Ele não sabia, porém, que também se apaixonou você estava toda ligada vestia sempre um
eu já me afeiçoara a instantaneamente por a tubos, fios e receben- chapeuzinho (cada vez
você, como se fosse sua você! do transfusão de sangue um mais lindo e diferen-
mãe verdadeira! Eu “Por que vocês que- e soro. Queríamos levá- te!), pois no hospital,
chorava muito. Você não rem este bebê?”, pergun- la para casa e paparicá- devido ao tratamento, foi
tinha sido gerada em tou o médico referindo- la, mas você precisou preciso cortar seu cabelo.
meu ventre, eu não tinha se ao fato de termos ficar quase um mês no Mas aos poucos, por
tido uma gestação de escolhido para adotar um hospital. causa do amor que,
nove meses, mas você já bebê doente. Aquela Sei que não dá para literalmente, derramáva-
morava em meu coração. pergunta me deixou tão lembrar, mas você foi o mos sobre você – papai,
Foi como se Deus a brava, que eu tive vonta- nosso presente naquele mamãe e sua irmãzinha
tivesse preparado para de de bater nele! ano, pois quando pude- mais velha, Melinda – a
nós e você tivesse vindo Por que nós quería- mos levá-la para casa já luz voltou a brilhar em
realmente de dentro de mos você? Porque nós já estávamos às vésperas do seus olhos e você, de um
mim. Não me peça para a amávamos demais, dia de Natal. Acho que bebê bem magrinho,

Revista Lar Cristão 35

LC110.pmd 35 10/13/2009, 1:55 PM

 { ADOÇÃO } ADOÇÃO
“Por que vocês querem este bebê?”, perguntou
o médico referindo-se ao fato de termos escolhido
para adotar um bebê doente. Aquela pergunta
me deixou tão brava, que eu tive vontade
de bater nele!
acabou ficando até
bochechuda!
E o tempo foi passan-
do... Aquele apático bebê
acabou ficando mais
esperto que seus próprios
pais. Desde bem pequeni-
ninha, você já argumenta-
va como gente grande.
Costumávamos dizer que,
quando crescesse, você
seria uma astuta
advogada.
Fecho os olhos e me
lembro dos dias em que
você simplesmente ficava
rodopiando ao meu redor
pedindo colo. Você se
36 Revista Lar Cristão
LC110.pmd 36
DE CORAÇÃO
deliciava quando penteá-
vamos seus lindos cabelos
castanhos e fazíamos
massagem em suas costas.
O som das suas gostosas
gargalhadas ainda ecoa
em meus ouvidos. Como
eu gostaria de poder fazer
o passado voltar e começar
tudo de novo! Eu arranja-
ria mais tempo para abraçá-
la, para curti-la. Hoje, os
projetos e atividades que
diminuíam meu tempo com
você não parecem mais tão
importantes.
Um de meus maiores
pedidos de oração era que
Deus lhe desse um marido
que fosse muito carinhoso
e dedicado. Hoje fico
muito feliz que minhas
orações tenham sido
respondidas... Chris é uma
bênção!
Você sabe que nos
orgulhamos muito de
todas as suas conquistas,
desde a época de escola, e
de como você curtia seu
tempo de estudante. Mais
tarde, já terminando a
vida acadêmica e entran-
do no mercado de traba-
lho, você ia tão bem em
suas entrevistas que
10/13/2009, 1:55 PM
celebrávamos juntos o
resultado! Atualmente
você ocupa um cargo de
confiança em uma empre-
sa multinacional, e nós
ficamos muito felizes com
seu sucesso.
Queremos, no entanto,
deixar claro que nosso
amor por você não se deve
a seu bom desempenho
profissional, nem por ter se
tornado essa linda mulher
que hoje você é. Nós
continuamos a amá-la
porque um dia você
nasceu em nossos corações
e ali continuará para
sempre! Deus a escolheu
para ser nossa, mas tam-
bém para ser dele. Quere-
mos que Jesus (e não nós)
ocupe o primeiro lugar em
sua vida. E que você
tenha sempre em mente
que o grande amor que
une nossa família partiu
daquele que nos amou
primeiro (1 João 4.19).
Da mãe que muito a
ama,
Judith
Judith Kemp
é esposa do Pr.
Jaime Kemp,
mãe de três
filhas e avó de
três netos. É
autora de cinco
livros: Meu filho,
meu discípulo; As filhas de Sara;
Depressão e graça; Papo de anjo e
O segredo da rosa.
 Revista Lar Cristão 37

LC110.pmd 37 10/13/2009, 1:55 PM

 { ADOÇÃO } CRIAÇÃO
Procriação
x Criação
D
eus criou o ser
humano varão e
mulher com o
encargo de procriar e de
se multiplicare: “… ho-
mem e mulher os criou.
Deus os abençoou, e lhes
disse: ‘Sejam férteis e
multipliquem-se!’”
(Gênesis 1.28). Segundo
a Igreja, foi neste mo-
mento que Deus instituiu
o matrimônio, e fê-lo –
principalmente – para
povoar a Terra e para que
o homem e a mulher se
ajudassem e apoiassem
mutuamente: “Não é
bom que o homem esteja
só; farei para ele alguém
que o auxilie e lhe
corresponda” (Gênesis
2.18).
A isto segue-se o
Novo Testamento: Jesus
Cristo atribuiu ao próprio
Deus as palavras que
figuram no Gênesis:
38 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
“Vocês não leram que, no
princípio, o Criador ‘os
fez homem e mulher’ e
disse: ‘Por essa razão, o
homem deixará pai e mãe
e se unirá à sua mulher, e
os dois se tornarão uma
só carne’?” (Mateus 19.4-
5). Com efeito, em
Gênesis 2.24 vê-se: “Por
essa razão, o homem
deixará pai e mãe e se
unirá à sua mulher, e eles
se tornarão uma só
carne”, e ainda: “… o
que Deus uniu, ninguém
separe” (Mateus 19.6).
Portanto, esta institui-
ção é considerada como
de “direito natural”, isto é,
inerente à natureza
própria do ser humano e,
independentemente da veis que antecedem à Para o protestantismo o
Revelação, é instituição própria instituição do casamento é uma impor-
que existe de acordo com casamento. Resumindo, o tante instituição divina,
a “Lei Natural”, que matrimônio é uma institui- por meio da qual se
estabelece para ela princí- ção natural estabelecida estabelece uma aliança
pios morais e éticos imutá- pelo próprio Criador. entre os nubentes (homem
38 10/13/2009, 1:55 PM
 separe” (Mateus 19.6).
Procriar e gerar filhos,
perpetuar a espécie não é
o suficiente. Procriar não
se limita a manter rela-
ções sexuais ou adotar
técnicas de reprodução
assistida, apesar de nem
sempre ter sido assim no
ponto de vista legal,
cultural e teológico. O
exercício do direito à
procriação é manifesta-
ção do primordial direito
à liberdade pessoal.
A família é compreen-
dida como célula vital da
sociedade, primeira
sociedade natural,
fundada no matrimônio
(um vínculo perpétuo
entre um homem e uma
mulher), santuário da
vida, a quem é atribuída
uma tarefa educativa,
que é direito dos filhos,
desde sua concepção até
a ocorrência da morte
natural.
A paternidade é um
dos encargos mais nobres,
portanto deve ser
exercida de modo res-
ponsável. Paternidade
não significa ter filhos de
modo desordenado nem
limitar-lhes o nascimento
por motivos egoístas, mas
(em relação às condições
e mulher) e Deus, alian- físicas, econômicas,
ça que é de suma impor- psicológicas e sociais) a
tância, e indissolúvel, paternidade responsável
conforme Jesus ensinou deve ser exercida prima-
no livro de Mateus: “… o riamente com a delibera-
que Deus uniu, ninguém ção ponderada e genero-
LC110.pmd 39
sa de cuidar da família.
O primeiro direito da
criança é de nascer em
uma verdadeira família.
A família tem um papel
insubstituível na educa-
ção dos filhos. Por direito
natural originário e
primário os pais são os
primeiros e principais
educadores dos filhos e
não podem abdicar dessa
posição de autoridade.
O pai deve exercer a
sua autoridade não como
se fazia no primeiro
século, mediante o patria
potestas, segundo o qual
o pai podia não somente
castigar os filhos, mas
vender, escravizar, aban-
donar e até matá-los. A
Bíblia ensina que o pai
cristão deve imitar outro
modelo; sua paternidade
é derivada de Deus
(Efésios 4.6). Os pais
humanos devem cuidar
dos filhos como Deus Pai
cuida de sua família.
Não olvidemos que
cada criança é diferente,
é um indivíduo especial,
cada uma tem personali-
dade e temperamento
próprios, cabendo aos
pais criarem seus filhos
sem abusar da sua autori-
dade, não expondo a
criança a situações
vexatórias, mas devem
fundamentar a criação
de sua prole no amor, que
é a base de qualquer
relacionamento salutar.
10/13/2009, 1:55 PM
Cada criança é um ser
humano que precisa ser
respeitado nas suas
individualidades e
necessita constantemen-
te de proteção, carinho,
cuidado, motivação,
disciplina, interesse.
A palavra criar –
ektrepho no grego –
significa nutrir, alimentar,
e é a mesma palavra que
aparece em Efésios 5.29.
Os pais devem cuidar da
vida física e emocional
dos filhos. Calvino
traduziu essa expressão
como: “Sejam acalenta-
dos com afeição”.
Hendriksen: “Tratai
deles com brandura”. Pais
precisam suprir as carên-
cias dos seus filhos, que
carecem de segurança,
motivação, amor e
limites; precisam não
apenas do material
(vestimentas, alimenta-
ção, educação, moradia),
mas de amor, paciência,
atenção, dedicação,
afago, etc.
Os pais devem criar
seus filhos através da
disciplina, que no grego
– paidéia – quer dizer
treinamento por discipli-
na. Disciplina por meio
de regras e normas,
recompensas e, se for
necessário, castigo
(Provérbios 13.24; 22.15;
23.13-14).
Os pais são os respon-
sáveis pela criação e
Revista Lar Cristão 39
 { ADOÇÃO } CRIAÇÃO
educação cristã dos
filhos, gerando neles
valores eternos, que são
sua verdadeira e maior
herança, e ensinando-os
a desenvolver um relaci-
onamento com Deus
através da oração.
Pais precisam
exteriorizar seus senti-
mentos pelos filhos.
Expressões simples como
“eu te amo”, “você é
importante para mim”,
“hoje é nosso dia, meu
compromisso é com você”
dignificam o relaciona-
mento entre pais e filhos
e os transformarão em
adultos seguros e emoci-
onalmente saudáveis.
Os nossos filhos não são
realmente nossos. Deus nos
empresta um pedaço de
massa maleável, deformada
pelas consequências do
pecado original de Adão, e
nossa responsabilidade
como pais será de reformar
e moldar o caráter e a vida
desses filhos a fim de
assemelhá-los a Cristo.
Somente colocando-os em
cima da roda do oleiro,
que corresponde ao
ambiente da nossa casa e
da igreja, não nos garantirá
êxito.
Será necessário o
seguinte:
1. Precisaremos formá-
los de acordo com a
Palavra de Deus.
2. Precisaremos
conservá-los maleáveis
40 Revista Lar Cristão
LC110.pmd
durante algum tempo,
sem a atenção e cuida-
dos das mãos ternas e
firmes dos pais, para que
eles não se endureçam
como barro seco e duro,
finalmente ficando
trincados e jogados no
lixo da destruição.
6. Precisaremos nos
lembrar de que cada
criança é diferente, é
um indivíduo especial.
Cada uma chega ao
mundo trazendo sua
própria personalidade e
temperamento, mas cabe
A paternidade é um dos encargos aos pais trabalharem nas
áreas “pedregosas” da
mais nobres, portanto deve ser sua vida, fazendo sobres-
exercida de modo responsável. sair suas qualidades.
À medida que os
Paternidade não significa ter defeitos vão sendo
filhos de modo desordenado eliminados, cabe aos
pais serem criativos e
nem limitar-lhes o nascimento hábeis. O barro da vida
por motivos egoístas. dos nossos filhos necessi-
ta ser formado através
de mãos pacientes e
através de uma atenção vaso sobre a roda, assim amorosas!
constante e ininterrupta também deveremos
da nossa parte. conservar nossos filhos
Júlio César de
3. Precisaremos “umedecidos” (não Lima e Valéria
remover os “caroços podendo assim endurecer M. Lima são
pastores há 20
duros” e pedrinhas que no erro) através da água anos e têm dois
acompanham o barro no da Palavra de Deus, filhos gêmeos.
Atualmente são
seu estado natural, aplicada diariamente. os responsá-
através de treinamento 5. Como o oleiro não veis pelo Ministério Pão da
Vida, no bairro do Jaçanã, São
paciente e persistente. pode afastar-se do barro Paulo. Ele é Presidente do
4. Como o oleiro em processo de formação Diretório da SBB, conferencis-
mistura água em propor- sobre a roda, assim não ta e trabalha na área de família
e discipulado junto com sua
ções certas, em determi- podemos largar a obra de esposa, que é advogada militante
nados instantes durante formação dos filhos, no Direito de Família.
E-mail: paodavidaigreja@ig.com.br,
o processo de formar o deixando-os sozinhos valerialima@aasp.org.br
40 10/13/2009, 1:55 PM
 { O PROPÓSITO DE DEUS }

O segredo
da adoção
“Em amor nos predestinou para sermos adotados como com uma função predefinida e não raro os pais de-
filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito senvolvem com ela uma relação possessiva, que não é
da sua vontade…” (Efésios 1.5) propriamente amor.
Sei que a decisão de adotar não é simples, mas,

V
ocê já parou para pensar que todos nós somos para mim, essa escolha está longe de ser a última op-
filhos adotivos? Fomos adotados pelo Pai em ção. Sempre vi na adoção uma maneira única de ex-
Cristo Jesus; fomos amados e, por isso, temos pressar o amor de Deus. E, de fato, dos meus seis fi-
identidade firmada, como filhos bem-criados, bem- lhos, três vieram da adoção, ou, como brinco com a
cuidados. Deus não enxergou nossos defeitos antes Suely, minha esposa: temos três filhos naturais e ou-
de nos adotar, não analisou nosso DNA, não viu se- tros três sobrenaturais.
melhança, cor ou condição financeira. Ele não nos Na verdade, encaro a adoção como mais uma for-
escolheu como numa feira de exposição. Ele nos aco- ma de cumprir nossa missão como cristãos. Há um
lheu do jeito que somos e nos amou desde o nosso tanto de crianças abandonadas, sofrendo violência,
primeiro sopro de vida. Por essas e outras razões, Ele é
o melhor exemplo de pai adotivo para todos aqueles
que se aventuram nesse grande ato de amor que é
adotar uma criança.
Há um equívoco na sociedade, que é a adoção como
última solução para casais que sofrem de infertilidade.
A peregrinação a que se submetem é dolorosa: pagam
fortunas em tratamentos médicos e inseminação artifi-
cial, e alguns se arriscam a ideias perigosas como doa-
ção de óvulos e espermatozóides, recorrendo até a bar-
riga de aluguel. Quando chegam a uma instituição
que cuida de crianças, geralmente procuram bebês com
semelhanças físicas, relegando aquelas de etnias dife-
rentes das suas ou preterindo as que têm menos de
cinco anos, por exemplo.
Esse tipo de adoção não é um ato de amor e sim a
transformação do ser humano em produto, em artigo
de compra e venda. Essa criança chega ao novo lar

Revista Lar Cristão 41

LC110.pmd 41 10/13/2009, 1:55 PM

 Carlos Alberto Bezerra é fundador e líder
nacional da Comunidade da Graça no Brasil. Casado
com a pastora Suely Bezerra, é pai de 6 filhos e avô
{ O PROPÓSITO DE DEUS } de 12 netos.

maus-tratos, meninos e meninas desamparados que procurá-los quantas vezes for necessário para per-
têm à sua frente um futuro trágico caso nada seja guntar-lhes sobre sua adoção, a partir das dúvidas
feito. E, mais do que qualquer instituição, o me- que forem surgindo com seu crescimento.
lhor lugar para que essas crianças sejam acolhidas Eu mesmo conheci um homem que resolveu ado-
é na família. Enquanto nós nos furtarmos a esse tar um bebê com os filhos já criados. Foi aconse-
papel, a comunidade gay, por exemplo, continuará lhado por um juiz para que nunca dissesse a verda-
fazendo questão de adotar crianças problemáticas, de à criança, e assim o fez até a sua morte.
portadoras de necessidades especiais ou de mino- Porém a mentira, mesmo ofuscada pelo amor pa-
rias étnicas para forçar juízes a liberar a adoção terno, um dia cobra seu preço, que é alto. Essa cri-
entre seus casais. ança ficou órfã do pai adotivo por volta dos dez
De acordo com estimativas, temos cerca de seis anos de idade, quando soube de sua condição pelo
ou sete mil templos evangélicos em São Paulo. Fico irmão. Obviamente sofreu muito e nunca aceitou
imaginando o impacto do testemunho que daríamos o fato. Quando madura, procurou a família biológica
aqui em São Paulo caso
e encontrou apenas o pai.
ao menos uma família de
cada uma dessas igrejas
Sei que a decisão de adotar Tentou conviver com ele
enquanto pôde, até que
adotasse uma criança. não é simples, mas, para mim, o pai, certo dia, disparou:
Entendo que nossas essa escolha está longe de ser “Mas você não é da nos-
igrejas falam pouco sobre
esse tema. Muitos dos a última opção. Sempre vi na sa família”. A conclusão
é que essa pessoa aca-
pais que pensam em ado- adoção uma maneira única de bou ficando sem as duas
tar, ou mesmo os que já
deram esse passo, não sa-
expressar o amor de Deus. famílias, percorrendo um
bem como lidar com o fi- longo caminho de re-
lho ou filha. É preciso saber que a criança tem o construção da identidade até retornar ao seio da ado-
direito de conhecer sua origem – aliás, isso deveria tiva.
constar do Estatuto da Criança e do Adolescente. Com os três filhos que adotei vivemos uma ex-
É consenso entre educadores que a criança que periência única como família, passando juntos pela
fica sabendo tardiamente que foi adotada tem pro- vivência de dividirmos nossas vidas, nossa história,
blemas para elaborar aquela realidade. Nos casos de compartilharmos alegrias e tristezas, de supe-
em que a criança toma conhecimento porque teve rarmos lutas, idas e vindas, etc. Mas a sensação
acesso a algum documento ou no meio de uma bri- que tenho é de que valeu a pena, por perceber o
ga os traumas gerados são incalculáveis. quanto a decisão de adotar aquelas três crianças,
O pai e a mãe que adotam precisam saber que hoje adultas, deu a elas a possibilidade de um novo
Deus deu à criança uma habilidade enorme de li- destino. Como Deus fez com cada um de nós, esco-
dar com novas realidades, por isso é preciso traba- lhendo-nos sem qualquer acepção e ainda se rela-
lhar com ela, desde a mais tenra idade, explicando cionando conosco de forma tão amorosa a ponto de
a história da adoção e criando uma via de comuni- pedir-nos para chamá-lo de “paizinho”, como em
cação para que ela, sabendo a verdade, possa Gálatas 4, ao adotar-nos como filhos.

42 Revista Lar Cristão

LC110.pmd 42 10/13/2009, 1:55 PM


Infertilidade: não
desanime jamais
“Por que tantas mulheres
engravidam ‘sem querer’ e depois
fazem aborto e eu, que quero tanto,
não consigo engravidar?”
“Por que tantas mulheres
conseguem ter tantos filhos e eu não
consigo ter nenhum?”
“Por que mulheres que conse-
guiram engravidar facilmente
abandonaram seus filhos?”
“Por que eu, que tenho condi-
ções financeiras e quero tanto ter
um filho, não consigo engravidar e
os casais que não têm essa mesma
condição conseguem encher a casa
de crianças?”
“Por que comigo?”
E
stas, geralmente, são
perguntas feitas por quem
quer muito ter filhos e não
consegue engravidar. A
infertilidade é definida como a
dificuldade de um casal
engravidar motivada por proble-
mas no sistema reprodutor da
mulher ou do homem. O casal é
considerado infértil quando têm
relações sexuais frequentes, sem
nenhum contraceptivo, mas
depois do período de 12 a 18 meses
ainda não consegue engravidar.
O prazo para que a mulher
engravide varia de acordo com a
pessoa, baseado em fatores como
a idade da mulher ou alguma
LC110.pmd 43
doença em um dos membros do
casal.
Há pouco tempo, no Brasil,
ainda se fazia uma enorme distin-
ção entre infertilidade e esterili-
dade, conceituando esterilidade
como o casal que não conseguia
engravidar e infertilidade o casal
que conseguia engravidar, mas a
gravidez era interrompida por
algum motivo. Atualmente esses
termos vêm se unindo, utilizando-
se apenas o termo infertilidade.
Quando se fala em esterilidade,
dá-se a impressão de que é impos-
sível engravidar, e a ciência vem
provando o contrário a cada dia,
proporcionando alternativas como
tratamentos clínicos, fertilizações
feitas em laboratórios, “barriga de
aluguel”, doação de óvulos, banco
de sêmen, entre outros.
Diante da impossibilidade da
gravidez, existem fatores que
muitas vezes são apontados como
grandes culpados: frustração,
depressão, ansiedade, estresse,
raiva, medo e culpa.
A mulher é quem geralmente
busca ajuda, e quando confirma-
do o diagnóstico de infertilidade
feminina, ela tende a se sentir
inferiorizada diante do parceiro e
até se afasta do convívio social. O
marido, não sabendo lidar com
essas reações, acaba influenciado
10/13/2009, 1:55 PM
{ SAÚDE }
ou procura mostrar-se otimista,
desprezando o aspecto emocional
da esposa. A infertilidade pode
ser de causa masculina também,
deixando, agora, o homem com os
sentimentos de inferioridade.
Como lidar com o estresse
Não podemos ser vítimas indefe-
sas, deixando o estresse ter um
curso livre dentro da nossa saúde
e principalmente não o deixando
se transformar em desespero.
É difícil lutar contra um
inimigo que não podemos identi-
ficar adequadamente. O caminho
deve ser diagnosticar a causa da
infertilidade e identificar possí-
veis fatores coadjuvantes, como
estresse, medo, problemas conju-
gais, dificuldades financeiras,
compromissos demais, falta de
propósito na vida, pressões no
trabalho, etc.
Nessas horas é importante a
presença de um amigo de confi-
ança ou um grupo de amigos, com
os quais você pode se abrir e
compartilhar honestamente
quanto a sua infertilidade.
Tenha o repouso necessário. A
falta de sono diminui a nossa
resistência ao estresse. Os proble-
mas sempre parecem menores
depois de uma boa noite de
repouso.
Revista Lar Cristão 43
 { SAÚDE }
Desenvolva hobbies ou outras
atividades relaxantes. Descubra
alguma coisa que você realmente
goste de fazer e afaste a sua mente
dos seus problemas. Um casal amigo
nosso, no meio de suas agendas
ocupadas, reservou um dia da
semana, que chamam de “dia para
brincar”.
Exercite-se diariamente. O
exercício é um maravilhoso redutor
de estresse. Algumas pessoas acham
que o exercício matinal ajuda a
prepará-las para enfrentar os proble-
mas do dia, outras preferem praticá-
lo no fim do dia como forma de
relaxamento. Seja como for, o
exercício é muito importante para
enfrentar aspectos emocionais da
infertilidade.
Veja a seguir o depoimento de
Edson e Ruth Mendes. Ela é uma
“Débora”.
EM TODO TEMPO DEUS É
BOM!
“Após um ano de casamento,
passamos a frequentar periodica-
mente nosso ginecologista visando
uma gravidez, o que, com o passar
do tempo, parecia não ser tão
simples. Foram necessários vários
tratamentos e muitos exames. A
cada etapa do tratamento nossas
expectativas aumentavam, porém a
cada exame feito o diagnóstico era:
‘Tudo está normal’. E nós
questionávamos: por que a gravi-
dez não acontece? Não entendía-
mos, e isso nos frustrava muito,
porém críamos que Deus estava
conosco e depositávamos nele
nossas esperanças.
Depois de cinco anos de trata-
mento sem sucesso, nosso médico
44 Revista Lar Cristão
LC110.pmd 44
nos disse que tudo que a medicina
podia fazer pelos métodos naturais
fora feito e que tínhamos duas
opções: pensar em adoção ou
procurar uma clínica de Reprodu-
ção Humana, o que seria muito
desgastante física e emocionalmen-
te, e caro, porém na opinião do
médico a primeira opção era a mais
tranquila. Mas escolhemos
a segunda e logo percebemos que
nosso médico tinha razão: foram dias
bem difíceis e estressantes. Após três
anos, chegamos até a fazer
inseminação artificial, sem sucesso
algum!
A partir daí desistimos de lutar e
‘lançamos sobre Deus toda a nossa
ansiedade’ (1 Pedro 5.7). Colocamos
nossas vidas no altar do Senhor e
descansamos nele.
O Senhor nos tocou e adotamos
um filho. Dois meses e quinze dias
após nossa inscrição para adoção,
recebemos com uma satisfação
inigualável nosso primeiro filho. Foi
como se tivesse saído de nossas
entranhas: ‘nosso filho acabara de
nascer em nossos corações!’. Agora,
éramos pais!
Três anos depois adotamos uma
linda filha, e desde então pensáva-
mos que nossa família estava com-
pleta. Porém, após cinco anos, Deus
nos surpreendeu com mais uma
filha, agora biológica e de forma
natural, sem tratamento algum, mas
pelo poder da oração. Participei de
um congresso do projeto Desperta
Débora e lá as ‘Déboras’ também
oraram para que eu pudesse ser mãe
biológica. Quatro meses depois do
congresso ficamos grávidos! Hoje
nossos filhos estão com 16, 13 e 8
anos, respectivamente. Todos estão
10/13/2009, 1:55 PM
trilhando o caminho do Senhor e já
entregaram suas vidas a Jesus!
Aleluia!”
Ruth e Edson Mendes
Igreja Batista Ferreira – SP
Meu marido, durante anos,
exerceu a medicina como ginecolo-
gista e obstetra. Aqui vão algumas
sugestões práticas retiradas das
inúmeras histórias de suas pacientes.
1) Quando o desejo de ser
mãe e pai for muito grande, não
desanime.
2) Procure bons profissionais e
confie em Deus, Ele sabe o momen-
to certo para nos abençoar com o
que queremos ou necessitamos se
estiver dentro do seu propósito.
3) Não deixe que a ansiedade, o
estresse e o medo atrapalhem a
vontade de serem pais.
4) Não quebre sua ética fazendo
tratamentos que deixem o casal sem
paz.
5) Saiba que Deus nos dá
somente o que somos capazes de
suportar. É muito difícil, mas será
que Deus quer uma gravidez
mesmo?
6) A fé, a dedicação e a espe-
rança são ingredientes necessários
que poderão transformar um sonho
em realidade.
7) Pense na possibilidade da
adoção.
Dora Bomilcar de
Andrade é coordena-
dora regional para Sul e
São Paulo do movimen-
to Desperta Débora –
MPC. É formada em
Teologia e Pedagogia.
Atualmente apresenta o
programa Entre Amigas na Rádio
Transmundial. É casada com Paulo
Andrade, pastor e médico, e têm três
filhos.

O ministério
da contribuição
V
ocê já notou que, em geral, quando falamos
de pessoas bem-sucedidas financeiramente,
citamos o quanto elas acumularam em dinhei-
ro ao longo da vida? É comum a ideia de que o sucesso
com o dinheiro esteja ligado à acumulação dele. Mas
esta é apenas uma parte da história. Não quero negar
aqui que pessoas bem-sucedidas financeiramente de-
vem ter certa capacidade de acumular ativos, mas,
igualmente, devem pensar em como doar uma parte
substancial desses mesmos ativos financeiros.
LC110.pmd 45
{ FINANÇAS PA R A A VIDA }
Tanto no Antigo quanto no Novo
Abra sua Bíblia e você vai verificar que tanto no cha-
mado Antigo Testamento quanto no Novo há princí-
pios claros para o exercício da generosidade através das
doações. Por exemplo, o israelita deveria ajudar seus ir-
mãos necessitados. “Se houver algum israelita pobre em
qualquer das cidades da terra que o SENHOR, o seu
Deus, lhes está dando, não endureçam o coração, nem
fechem a mão para com o seu irmão pobre. Ao contrá-
rio, tenham mão aberta e emprestem-lhe liberalmente
Revista Lar Cristão 45
10/13/2009, 1:55 PM

{ FINANÇAS PA R A A VIDA } Palestra e Seminário Finanças para a Vida e do
o que ele precisar... Dê-lhe generosamente, e sem re-
lutância no coração; pois, por isso, o SENHOR, o seu
Deus, o abençoará em todo o seu trabalho e em tudo o
que você fizer. Sempre haverá pobres na terra. Portan-
to, eu lhe ordeno que abra o coração para o seu irmão
israelita, tanto para o pobre como para o necessitado
de sua terra” (Deuteronômio 15.7-8, 10-11). No Novo,
esta generosidade teve continuidade. “Da multidão
dos que creram, uma era a mente e um o coração.
Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma
que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham.
Com grande poder os apóstolos continuavam a teste-
munhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa
graça estava sobre todos eles. Não havia pessoas ne-
cessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou
casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o co-
locavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam se-
gundo a necessidade de cada um”(Atos 4.32-35).
46 Revista Lar Cristão
LC110.pmd 46
Paulo de Tarso é engenheiro civil e mestre em
Teologia. É o idealizador e organizador do Site,
Projeto Educação Financeira para Todos.
Por que não conseguimos doar?
Em minha opinião, por pelo menos duas razões: temos
dificuldades de gastar além de nossas próprias neces-
sidades e desejos. Neste caso, a tendência é gastar-
mos só com nós mesmos. A outra, de caráter bem prá-
tico, é que poucas pessoas têm metas de doação, por
isso só algumas conseguem colocar em prática este
que é um dos alvos mais significativos da vida cristã.
Como conseguir fazer doações?
Primeiro, convença-se de que se não for um doador,
nunca atingirá o sucesso financeiro. Depois, estabe-
leça um alvo claro para suas doações (dízimos, ofer-
tas, contribuições para organizações, etc.) e quando
receber seu salário, seu primeiro cheque deverá ser
para suas doações. É assim que eu faço e funciona.
Experimente. Você vai conseguir.
Sucesso!
Promoção Revista Lar Cristão 110
10/13/2009, 1:55 PM

{ TEORIA NA PRÁTICA }
Adotar ou não adotar –
eis a questão!
Desejo e medo duelam antes de uma decisão
P
artindo da ADOÇÃO DIVINA realizada por Deus
ao nos adotar em sua família através de Jesus, che-
gamos à adoção humana, em que há o encontro
entre pais e filhos do coração e não biológicos. São muitas
histórias e muitas emoções. Nesta edição já foram conta-
das várias delas e sem sombra de dúvida lágrimas já rola-
ram durante as leituras. Entre elas, as minhas.
Algumas adoções foram muito bem sucedidas. Ou-
tras, porém, marcaram negativamente, tanto pais quan-
to filhos, como foi o caso do garoto que foi arrancado,
literalmente, de sua ex-futura mãe adotiva, com guarda
provisória, devido ao aparecimento de uma avó que
morava a mil quilômetros de distância e nem conhecia
o neto. A mãe biológica tem vários filhos, de pais dife-
rentes. O menino, de bem tratado que era, passou a ter
de cuidar de irmãos menores (aos quais também não
conhecia) e a ir à escola de chinelos por não ter sapatos.
Aos doze anos ele poderá optar para onde ir. Até lá, o
drama continua. O outro lado da moeda também ocor-
re. Filhos adotivos que não se dão bem com a nova famí-
lia “infernizam” tanto seus novos pais que estes se veem
pressionados a devolvê-los.
Paralelamente a essas histórias tristes há inúmeras
felizes. Uma coisa, porém, é verdade: antes de uma ado-
ção há decisões e passos a serem dados. Para começar,
NUNCA adote uma criança pensando em resolver proble-
mas conjugais. Sejam quais forem, eles só tendem a piorar!
Outros pontos importantes são:
Consenso – Marido e mulher devem querer ser pai
e mãe adotivos.
Oração – Deus conhece nossos sonhos e anseios.
Portanto, a primeira coisa a ser feita pelo casal, depois
da decisão unânime de adotar, é orar para que Deus
conduza o processo.
LC110.pmd 47
Iara Vasconcellos é jornalista, tradutora e
produtora editorial do Lar Cristão. É casada
com João Marcos Vasconcellos e frequentam
a Igreja Batista do Morumbi em São Paulo.
Obediência – Procure o Juizado da Infância e da
Juventude mais próximo para se cadastrar como preten-
dente à adoção. Não faça adoções “piratas”. As
consequências podem ser devastadoras. As leis existem
e muitas são para garantir a segurança de todos os en-
volvidos. Se não entender do assunto, procure um bom
advogado. O presidente Lula, no dia 3 de agosto, sanci-
onou algumas leis que, segundo os experts, facilitaram a
adoção. Mas, mesmo assim, há um longo caminho a se-
guir. Durante a espera pela criança, o casal cadastrado
deverá receber visitas de assistentes sociais para avaliar
a futura moradia da criança, o nível de vida financeiro,
o clima emocional etc.
Planejamento – Há casais que escolhem sexo, cor
de olhos, de cabelos e outros detalhes. É aconselhá-
vel ter tudo acertado antes de entrar no processo de
adoção, pois precisarão preencher um questionário
ao se cadastrar. Em geral, quanto mais exigências,
mais tempo na fila! Caso haja indicação de uma cri-
ança específica, é necessário fazer a demanda atra-
vés de um advogado.
Entrega – Muitos têm medo das possíveis heranças
hereditárias de seus filhos adotivos. Faça pesquisas se
quiser, mas lembre-se de que problemas sempre existi-
rão. Quantos filhos biológicos dão muito mais dissabores
a seus pais do que os adotivos! Conheço vários! E Deus
é soberano sobre tudo e todos.
Verdade – Aguarde o momento certo, mas não dei-
xe de contar “que o filho é do coração e não da barriga”.
Ocultar o fato pode causar traumas profundos, caso a
verdade surja sem planejamento.
Que Deus desperte cada vez mais lares a abrirem
seus corações e portas para a adoção! Exemplo disso o
próprio Deus nos deixou!
Revista Lar Cristão 47
10/13/2009, 1:55 PM
 { FIQUE POR DENTRO }

DISCOPRAISE FALAR E OUVIR

SÉRIE RAZÃO Se eu me humilhar foi

produzido pelo
‘maestro’ Ruben di
Autor: Emerson
Eggerichs
Formato: 14x21
PARA VIVER Souza, produtor
musical de grandes
Editora: Mundo
Cristão
Autora: JUDITH KEMP nomes do gospel Nesta obra o autor
Formato: 14x21 nacional. O disco possui 10 faixas, mostra como quebrar as barrei-
Editora: Fôlego sendo a maior parte delas de ras de comunicação que impedem
Uma série imperdível para autoria do grupo. O CD começa- a compreensão mútua. Para
todos que rá a ser distribuído com o selo da conhecer bem a diferença entre
desejam conhe- Graça Music já nos próximos dias, uma bela teoria e a dura prática, o
cer mais o amor quando começam as campanhas autor se dispõe a compartilhar
do Pai Celestial. de divulgação da banda e disco. A com você os passos necessários
Inclui perguntas canção Se eu me humilhar, que dá para minimizar o estresse de uma
para estudos título ao disco, já está sendo relação entre pessoas bem-
executada nas FMs de todo o país intencionadas mas despreparadas
individuais ou
e conta com a participação para vencer as barreiras da
em grupo.
especial de André Valadão nos comunicação naturais entre
vocais. marido e mulher.
Quem é esse Intérprete: Cláudio Gomez/
carpinteiro? – Clayton O´Lee/ Davi Moreno/ COMO ORAR POR SEUS
Estudos no Jota Albuquerque FILHOS
Evangelho de Gravadora: Graça Autora: Quin Sherrer
João Music Formato: 10,5 x 18 cm
Páginas: 160
Quem pode me JÓ42 Editora: Vida
socorrer? – O disco Em direção O que você espera
Estudo no livro ao céu chega às lojas de seus filhos? Que
de Isaías com o selo da Graça Music. E sejam cristãos
para quem está curioso para fortes? Que resis-
Você conhece saber o porquê do nome Jó42 tam às tentações
seu Deus? – para uma banda, o vocalista do que os cercam?
Estudos sobre grupo explica. “A escolha pelo Que façam diferen-
os atributos de nome foi bem interessante... ça positiva no
Deus Estávamos orando, pedindo uma mundo?
renovação em nossos ministérios Depois de indagar a outras mães
Como podemos pessoais e também uma direção sobre como elas oravam e quais
para o nome da banda. Tínhamos resultados obtinham, Quin, em
agradar a Deus?
uma lista e um deles era Jó, mas só Como orar por seus filhos, ensina-
– Estudos ‘Jó’ não dava sentido algum. Então, nos como orar por filhos, obedien-
sobre os um pastor nos sugeriu acrescen- tes ou rebeldes, e fala da interces-
atributos de tar o capítulo 42 do livro, que fala são em favor dos amigos de nossos
Deus da mudança e transformação da filhos, de netos, crianças no ventre
vida de Jó. E assim fizemos”, fala e enfermos crônicos. Não importa
Você quer ser Vinícius. quais desejos você nutre por seus
um vencedor? Intérprete: Harlley Cowboy, filhos nem a condição particular
Estudos na Thiago di Souza, Vinicius Melo, que eles vivem no momento, este
Carta aos Sanchez e Fábio Brittes livro inspira você a perseverar em
Romanos Gravadora: Graça Music oração em favor deles.

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 { AGENDA }

Agenda Jaime Kemp Contato: Pr. José Vilaça 16/11

Fone: 61-3351-4582 Catedral de Sorocaba / SP
OUTUBRO Curso: FID Contato: 15-3211-4486
02 à 04/10 Curso: Pastores
Igreja Presbiteriana em Casa Caiada – 27/10
Olinda / PE Catedral de Sorocaba / SP 27 à 29/11
Contato: Pr. Sérgio Lira Contato: Marcelo Ig. Batista de Paranatinga / MT
Fone: 81-3432-3629 Fone: 15-3211-4486 Contato: PR. Claudio Dutra
Curso: Namoro Curso: FID Fone: 66-3573-3668
Curso: Venha ao Meu Jardim
08/10 30/10 à 01/11
Encontro Sepal Nordeste Igreja Evangélica em Los Angeles / USA DEZEMBRO
Pastores e líderes em Caruaru / PE
Contato: Pr. Marcelo 04 à 06/12
email: Marcelo_losangeles@yahoo.com Ig. Presbiteriana de Fortaleza / CE
09 à 11/10
Curso: Resgatando a Lua de Mel Contato: PR. Marcos Braga
Igreja Presbiteriana das Graças –
Fone: 11-3052-2525
Paudálio / PE
Contato: Pr. Iraque NOVEMBRO Curso: Namoro
Fone: 81-3081-1179
Curso: FID 13 a 15/11 11 à 13/12
Pastoreio de Famílias Ig. Evangélica da Flórida / USA
16 à 18/10 Igreja Batista Boas Novas Contato: PR. Silas
Igreja Cristã Manancial Da Vida – Contato: Adriana Fone: 772-501-25-18
Taguatinga / DF Fone: 11-2122-4243 Curso: FID

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 { KIDS COM MIG E MEG }

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Fôlego
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