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Research, Society and Development, v. 11, n.

4, e36111427522, 2022
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27522

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul e sua


contribuição para o desenvolvimento regional de Ponta Porã e área de abrangência
The Federal Institute of Education, Science and Technology of Mato Grosso do Sul and its
contribution to the regional development of Ponta Porã and its catchment area
El Instituto Federal de Educación, Ciencia y Tecnología de Mato Grosso do Sul y su contribución al
desarrollo regional de Ponta Porã y su área de influencia

Recebido: 01/03/2022 | Revisado: 03/08/2022 | Aceito: 12/03/2022 | Publicado: 20/03/2022

José dos Santos Ferreira


ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7822-1490
Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil
E-mail: jose.ferreira@ifms.edu.br
Omar Jorge Sabbag
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3940-4240
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil
E-mail: omar.sabbag@unesp.br

Resumo
O presente trabalho, é o resultado de uma pesquisa apresentada no programa de pós-graduação stricto sensu em
desenvolvimento regional e sistemas produtivos – PPGDRS da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Onde
investigou-se qual a contribuição do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul
Campus Ponta Porã para o desenvolvimento regional da sua área de abrangência. Nesse processo de compreensão do
tema proposto, fez-se um levantamento sobre a implantação e expansão dos Institutos Federais, a partir da Lei Federal
nº11.892, de 29 de dezembro de 2008, a qual, em sua redação expressa que a interiorização do ensino técnico tem como
objetivos impulsionar o desenvolvimento regional. Pode-se, a partir dessa pesquisa, perceber que o IFMS Ponta Porã
vem realizando esforços para aproximar-se da comunidade através de eventos e parcerias com os municípios e
instituições da região. Nota-se ainda que, a formação profissional, nos cursos analisados apresentam boas perspectivas
de inserção dos egressos no mercado de trabalho e aumento da renda. Pode-se inferir que a instituição não atende
somente a educação empresarial, utilitarista e instrumental, mas também permite uma visão crítica, humanista, holística,
uma vez que através da formação recebida na instituição os indivíduos têm condições de fazer escolhas, entre elas a de
poder dar continuidade aos estudos na vida acadêmica. As contribuições do IFMS de Ponta Porã para o desenvolvimento
regional ocorrem com a formação de jovens e adultos para o mundo do trabalho, através do ingresso dos formandos no
mercado de trabalho, com a realização de eventos científicos e culturais no município.
Palavras-chave: Desenvolvimento local/regional; Educação profissional; Rede Federal.

Abstract
The present work is the result of a research presented in the stricto sensu graduate program in regional development and
productive systems - PPGDRS of the State University of Mato Grosso do Sul. Where the contribution of the Federal
Institute of Education, Science was investigated. and Mato Grosso do Sul Ponta Porã Campus Technology for the
regional development of its coverage area. In this process of understanding the proposed theme, a survey was carried
out on the implementation and expansion of Federal Institutes, based on Federal Law nº 11892, of December 29, 2008,
which, in its wording expresses that the internalization of teaching technical aims to boost regional development. Based
on this research, it can be seen that the IFMS Ponta Porã has been making efforts to get closer to the community through
events and partnerships with municipalities and institutions in the region. It is also noted that professional training in
the courses analyzed present good prospects for the insertion of graduates in the labor market and increase in income.
It can be inferred that the institution not only serves business, utilitarian and instrumental education, but also allows for
a critical, humanistic, holistic view, since through the training received at the institution, individuals are able to make
choices, including that of be able to continue studies in academic life. The contributions of the IFMS of Ponta Porã to
regional development occur with the training of young people and adults for the world of work, through the entry of
graduates into the labor market, with the holding of scientific and cultural events in the municipality.
Keywords: Local/regional development; Professional education; Federal Network.

Resumen
El presente trabajo es el resultado de una investigación presentada en el programa de posgrado stricto sensu en desarrollo
regional y sistemas productivos - PPGDRS de la Universidad Estatal de Mato Grosso do Sul. Donde se investigó el
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aporte del Instituto Federal de Educación, Ciencia. Y Mato Campus Grosso do Sul Ponta Porã Tecnología para el
desarrollo regional de su área de cobertura. En este proceso de comprensión del tema propuesto, se realizó una encuesta
sobre la implementación y ampliación de los Institutos Federales, con base en la Ley Federal nº 11892, de 29 de
diciembre de 2008, que en su redacción expresa que la internalización de la enseñanza técnica tiene como objetivo
impulsar el desarrollo regional. Con base en esta investigación, se puede observar que el IFMS Ponta Porã ha venido
haciendo esfuerzos para acercarse a la comunidad a través de eventos y alianzas con municipios e instituciones de la
región. También se observa que la formación profesional en los cursos analizados presenta buenas perspectivas para la
inserción de los egresados en el mercado laboral y el aumento de los ingresos. Se puede inferir que la institución no
solo atiende a la educación empresarial, utilitaria e instrumental, sino que también permite una mirada crítica, humanista
y holística, ya que a través de la formación recibida en la institución, los individuos son capaces de tomar decisiones,
incluida la de poder. para continuar estudios en la vida académica. Los aportes del IFMS de Ponta Porã al desarrollo
regional se dan con la formación de jóvenes y adultos para el mundo laboral, a través del ingreso de egresados al
mercado laboral, con la realización de eventos científicos y culturales en el municipio.
Palabras clave: Desarrollo local / regional; Educación profesional; Red federal.

1. Introdução
A educação tem grande importância na vida das pessoas, das famílias, das cidades, dos estados e dos países. E deveria
ser parte de uma política pública estratégica de país, base para o crescimento e desenvolvimento do seu povo. Uma vez que o
processo educativo é um dos elementos necessários para o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Desta forma, a
educação precisa acompanhar a evolução da sociedade, atendendo as demandas oriundas do processo de desenvolvimento e
catalisando as potencialidades locais.
A educação é um fenômeno social. Isso significa que ela é parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas
e culturais de uma determinada sociedade. Na sociedade brasileira atual, a estrutura social se apresenta dividida em classes e
grupos sociais com interesses distintos e antagônicos; esse fato repercute tanto na organização econômica e política quanto na
prática educativa. Assim, as finalidades e os meios da educação subordinam-se à estrutura dinâmica das relações entre as classes
sociais, ou seja, são socialmente determinados (Libâneo, 2008, p.17).
A questão da educação está ligada ao desenvolvimento regional, o que explica a necessidade de se formar e capacitar
pessoas, que amanhã possam participar de forma ativa das iniciativas capazes de transformar o seu entorno. E, de possibilitá-las
a atuação na engrenagem produtiva de potencialidades locais existentes e podendo despertar, as que, por ventura, estejam
adormecidas. Essa visão de que podemos ser donos da nossa própria transformação econômica e social, e que o desenvolvimento
não se espera, mas se faz, está ligada ao desenvolvimento endógeno (Barquero, 2001).
A teoria do desenvolvimento endógeno pressupõe o protagonismo dos atores locais, interagindo em laços de cooperação
territorial que constituem o capital social de uma região. O processo de desenvolvimento endógeno é concebido e implementado
a partir da capacidade de que dispõe determinada comunidade para a mobilização social e política de recursos humanos, materiais
e institucionais. Assim, a capacidade de a sociedade liderar e conduzir o seu próprio desenvolvimento regional, condicionando-
o à mobilização dos fatores produtivos disponíveis na sua área, traduz a forma de desenvolvimento denominado endógeno
(Oliveira & Lima, 2003).
A promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), conhecida como a constituição cidadã, trouxe um conjunto
de princípios que norteiam a construção de um país soberano e essencialmente democrático. Para além da conquista da tutela
dos direitos fundamentais e do exercício da cidadania, a CF/88 estabeleceu a redução das desigualdades regionais como um dos
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, como se verifica no inciso III do art. 3º da CF (Brasil, 1988).
De forma que o direito à educação está previsto na Constituição Federal Brasileira de 1988 no Art. 205, onde ela
observa, como dever do estado e da família assegura o pleno desenvolvimento da pessoa. A Constituição estabelece também que
uma das funções do orçamento público é assegurar a redução das desigualdades regionais, o que obriga o governo a fazer

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investimentos na educação, principalmente quando ocorre falta de vagas em cursos regulares da rede pública de educação, em
uma determinada localidade, de forma, que a desigualdade educacional deve ser combatida com políticas públicas.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.

Nesse sentido, os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia foram criados a partir de uma política pública
de educação nacional, com a missão expandir o acesso, de formar jovens e adultos no ensino técnico e tecnológico,
oportunizando-os uma qualificação, em uma escola pública de qualidade. A Lei de criação dos Institutos Federais, lei n°11.892
de 29 de dezembro de 2008, preconiza, como missão institucional dos Institutos, a contribuição para o desenvolvimento
socioeconômico local e regional. O que de certa forma explica a interiorização da rede, que é observada também no objetivo
0582 do anexo do Plano Plurianual (PPA) para 2012-2015, que diz:

Expandir, interiorizar, democratizar e qualificar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica, considerando
os arranjos produtivos, sociais, culturais, locais e regionais, a necessidade de ampliação das oportunidades educacionais
dos trabalhadores e os interesses e necessidades das populações do campo, indígenas, quilombolas, afrodescendentes,
das mulheres de baixa renda e das pessoas com deficiência (Brasil, 2012, p. 136).

A interiorização da Rede Federal vai ao encontro do trabalho realizado pelo Tribunal de Contas da União TCU que
diagnosticou que o baixo grau de investimentos em políticas públicas que permita o desenvolvimento das pessoas, reflete de
certa forma na carência de recursos humanos, materiais e financeiros, fato que amplia as vulnerabilidades dos limites territoriais,
de nossas fronteiras (TCU/Acórdão 2252/2015). Para Filho (2020) a criação e interiorização dos Institutos Federais têm dentre
seus objetivos elevar os índices educacionais e promover melhorias na vida de milhares de famílias.
Em 2004, foi concebida a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), mas institucionalizada somente em
2007, com a publicação do Decreto Federal nº 6.047, de 22 de fevereiro de 2007. O enfrentamento dos desequilíbrios regionais
foi apresentado como indissociável da estratégia de desenvolvimento do país, ao estabelecer, no art. 1º, como objetivo da PNDR,
a redução das desigualdades de nível de vida entre as regiões brasileiras e, a promoção da equidade no acesso a oportunidades
de desenvolvimento, devendo orientar os programas e ações federais no território nacional (Brasil, 2007).
Nesse contexto, foram criados os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), por meio da Lei 11.892,
de 2008, responsáveis por ofertar Educação Profissional e Tecnológica (EPT) em todos os níveis e modalidades de ensino,
formando e qualificando cidadãos com vistas à atuação profissional nos diversos setores da economia, com ênfase no
desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional. Ou seja, cada Instituto Federal (IF) deve orientar a sua oferta
formativa em sintonia com a vocação e com as potencialidades locais, visando o desenvolvimento socioeconômico do território,
nos termos dos incisos I e IV do art. 6º, da lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008 que criou os IF (Brasil, 2008).
Portanto, uma das finalidades dos IFs é atuar em favor do desenvolvimento local e regional, na perspectiva da construção
da cidadania, através da oferta de ensino articulado com as potencialidades locais. Dessa forma, em sua intervenção, os IFs
devem explorar, no seu local de atuação, as potencialidades de desenvolvimento, vocação produtiva, realizando a transferência
de tecnologias, conhecimentos e inserção das pessoas no mundo do trabalho (Brasil, 2008). Andrade, Rocha, Santos, Marques e
Neres (2021) concluem que “Municípios que possuem em seu território um Instituto Federal têm o PIB perca pita médio maior
se comparado aos que não o possuem”. O que mostra a importância da presença dos Institutos Federias no interior do país.
Nesse sentido, a presente pesquisa se propõe analisar as contribuições do IFMS – Campus Ponta Porã, para o
desenvolvimento regional e local, a partir de sua implantação no município, que ocorreu na segunda fase de expansão da Rede
Federal no ano de 2010, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), por meio de uma chamada pública

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de apoio à implantação de novos Institutos Federais, contemplou o IFMS com mais cinco novos campi nesta fase, entre eles o
Campus Ponta Porã (PDI, 2014-2018).
O município de Ponta Porã, é a cidade polo da Região Sul- Fronteira, composta por nove municípios, tendo Ponta Porã
como o grande centro econômico da região. O perfil econômico da Região Sul- Fronteira baseia-se na Agropecuária no Comércio
e nos Serviços. Ponta Porã está entre as quatro principais cidades do interior de Mato Grosso do Sul, sendo a quinta maior cidade
do estado, em número de habitantes, com população estimada pelo IBGE em 2020 de 93.937 habitantes. O PIB per capita do
município em 2018 foi de R$ 33.619,11 ficando acima da média nacional de R$ 33.593,82. O Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal-IDHM em 2010 foi de 0,701, dentre os 5.565 avaliados o município ficou na posição 1.866 º. Em 2010 a
taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade estava em 96,9%. Ainda segundo o IBGE Cidades, o município de Ponta Porã
conta com 38 estabelecimentos escolares que atuam no ensino fundamental e 15 estabelecimentos voltados ao ensino médio.
Algumas pesquisas, que têm os Institutos Federais como objeto de estudo e que tratam sobre desenvolvimento de
alguma perspectiva: A pesquisa realizada por Palasios (2012), que investigou a articulação da educação profissional e o
desenvolvimento territorial no âmbito do Instituto Federal Goiano (IFG). Silva e Terra (2013) analisaram a expansão dos IFs e
a relação com o desenvolvimento local e regional. Hasegawa (2015) realizou pesquisa no IFSC Campus Canoinhas: Uma Análise
da Implantação e Função Social no desenvolvimento do Território da Cidadania do Planalto Norte Catarinense. Souza (2018)
que abordou em sua pesquisa o desenvolvimento regional e local frente à diversidade étnica e cultural, considerando o município
de São Gabriel da Cachoeira do Estado do Amazonas, onde há um IFAM. Esses trabalhos em parte se assemelham, com a
pesquisa que propomos neste estudo, de analisar qual a contribuição do IFMS Campus Ponta Porã para o desenvolvimento
regional do município e sua área de abrangência.
A pesquisa está estruturada em cinco capítulos, tendo a Introdução no primeiro capítulo. No segundo capítulo, aborda-
se um estudo teórico que conceitua a Rede Federal de Educação bem como os Institutos Federais, desenvolvimento regional e
arranjos produtivos. No terceiro capítulo, discute-se os procedimentos metodológicos e o conjunto de atores participantes da
pesquisa. Na sequência, apresenta-se os resultados e discussões e por fim, as considerações finais.

1.1 A rede federal de educação


A educação profissional brasileira tem seu início no século XIX, no ano de 1809, com a criação do Colégio das Fábricas,
inaugurado logo nos primeiros anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil, com o objetivo de amparar e capacitar os
pobres e órfãos desprovidos de condições sociais e econômicas satisfatórias da época. Com o intuito de proporcionar condições
favoráveis para a produção de diversos bens e serviços e, ainda permitir a ocupação qualificada da mão de obra ociosa, criada
pelo então Príncipe Regente, futuro D. João VI, o Colégio das Fábricas pode ser considerado como o embrião da educação
profissional no Brasil (Parecer nº 16/99‐CEB/CNE).
Já a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, da qual os Institutos Federais fazem parte, tem
uma história centenária na atuação da educação técnica profissional, criada pelo presidente brasileiro Nilo Peçanha (1909-1910)
por meio do Decreto nº 7.566 de 23 de setembro de 1909. No início foram criadas dezenove Escolas de Aprendizes Artífices,
com o objetivo de capacitar os menos favorecidos e “desprovidos da sorte” preparando-os para atuar no mercado de trabalho da
época. Sendo que a partir de 1909 o Estado brasileiro assume a educação profissional, com a criação da escola de Aprendizes
Artífices em diferentes unidades do território nacional, sendo essas, as precursoras das escolas técnicas estaduais e federais no
Brasil. Por este motivo o presidente Nilo Peçanha é considerado o pai da Educação Profissional no Brasil, por ter sido o
responsável pela Criação das 19 Escolas de Aprendizes e Artífices (Mello, 2009).
A trajetória do ensino técnico foi de muitas mudanças e transformações até chegar na configuração que temos hoje. No
ano de 1927 o congresso aprova o projeto de lei que tornava obrigatório o oferecimento do ensino profissional no país. Em 1937

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as Escolas de Aprendizes são transformadas em Liceus Industriais através da lei n° 378, de 13 de janeiro de 1937. Já em 1942 o
decreto n°4.127, de 25 de fevereiro, transforma os Liceus Industriais em Escolas Industriais e Técnicas; esse decreto também
permitiu que o ensino profissionalizante fosse equivalente ao ensino secundário (MEC, 2010).
A Reforma Capanema foi uma das muitas mudanças que sofreu o sistema educacional brasileiro, foi uma reforma do
sistema educacional realizada durante a Era Vargas (1930-1945), sob o comando do ministro da educação e saúde, nessa época
educação e saúde eram aglutinadas na mesma pasta, comandada por Gustavo Capanema Filho. Essa reforma, de 1942, foi
marcada pela articulação junto aos ideários nacionalistas de Getúlio Vargas e seu projeto político ideológico, implantado sob a
ditadura conhecida como “Estado Novo”. Entre as mudanças implantadas pela reforma, o ensino técnico passou a ser
considerando de nível médio. O ingresso nas escolas indústrias passa a depender de exames de admissão. Os cursos são divididos
em dois níveis, primeiro: curso básico industrial, artesanal, de aprendizagem e de maestria, e o segundo: curso técnico industrial
(MEC, 2010).
Em 1959, ocorre outra alteração no nome da instituição e também em sua estrutura de organização as Escolas Industriais
e Técnicas passam a chamar Escolas Técnicas Federais e são elevadas ao nível de autarquias com autonomia didática e de gestão.
Na sequência, em 1961, o ensino passa por outra transformação com a promulgação da primeira LDB - Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, através da lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, na qual o ensino profissional foi equiparado ao ensino
acadêmico. Posteriormente, em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 trouxe um capítulo
tratando especialmente da educação profissional (MEC, 2010).
Em 1994, com a promulgação da lei 8.948, de 08 de dezembro, foi instituído o Sistema Nacional de Educação
Tecnológica, transformando, gradativamente, as Escolas Técnicas Federais - ETFs e as Escolas Agrícolas Federais - EAFs em
Centros Federais de Educação Tecnológica – CEFETs. E, ficou estabelecido que a expansão da oferta da educação profissional
somente ocorreria em parceria com Estados, Municípios e Distrito Federal, setor produtivo ou organizações não governamentais,
que ficariam responsáveis pela manutenção e gestão dos novos estabelecimentos de ensino (MEC, 2010).
O decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997, regulamentou a educação profissional e criou o Programa de Expansão da
Educação Profissional (Proep). Em 2004 o Decreto nº 5.154 de 23 de julho de 2004, faz uma importante mudança para o ensino
profissionalizante permitindo a integração do ensino técnico de nível médio ao ensino médio. Com a promulgação da Lei nº
11.195, de 18 de novembro de 2005, que regulamentou a expansão da oferta da educação profissional que passou a ocorrer
preferencialmente em parceria com Estados, Municípios e Distrito Federal, setor produtivo ou organizações não governamentais
(MEC, 2010).
Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia foram criados pela lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008,
compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, juntamente com os centros federais de educação
tecnológica; as escolas técnicas vinculadas às universidades federais; a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
e o Colégio Pedro II. Ao todo são 38 Institutos Federais presentes em todos estados da federação, totalizando 661 Campi (Silva
& Terra, 2013).
A política pública de expansão e descentralização das Instituições Federais de Ensino a Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnológica se intensificou nos últimos anos, com o objetivo de ampliar e democratizar o acesso à educação
técnica e superior e, principalmente, contribuir para o desenvolvimento local e regional dos territórios brasileiros. O documento
“Concepção e Diretrizes: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia”, da lavra do MEC, abordou os aspectos teóricos
que fundamentaram as finalidades dos IFs e, inclusive, o enfoque no desenvolvimento territorial adotado pelos mesmos (Brasil,
2008).
Ao consignar a relação entre o desenvolvimento local e regional, o documento afirma que:

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[...] atuar no sentido do desenvolvimento local e regional na perspectiva da construção da cidadania, sem perder a
dimensão do universal, constitui um preceito que fundamenta a ação do Instituto Federal [...] Pensar o local, ou seja,
pensar o uso do espaço geossocial, conduz à reflexão sobre a territorialidade humana (Brasil, 2008, p. 24).
Ainda, ao estabelecer a comunicação entre os IFs e seus territórios, o documento conclui que:
[...] cada Instituto Federal deve ter a agilidade para conhecer a região em que está inserido e responder mais efetivamente
aos anseios dessa sociedade, com a temperança necessária quando da definição de suas políticas para que seja
verdadeiramente instituição alavancadora de desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda [...] a razão
de ser dos Institutos Federais, como instituições voltadas para educação profissional e tecnológica, comprometidas com
o desenvolvimento local e regional, está associada à conduta articulada ao contexto em que está instalada; ao
relacionamento do trabalho desenvolvido; à vocação produtiva de seu lócus; à busca de maior inserção da mão de obra
qualificada neste mesmo espaço; à elevação do padrão do fazer de matriz local com o incremento de novos saberes,
aspectos que deverão estar consubstanciados no monitoramento permanente do perfil socioeconômico político-cultural
de sua região de abrangência (Brasil, 2008, p. 25).

Nessa relação insere-se nosso campo de estudo, tendo como objeto de pesquisa o Instituto Federal de Mato Grosso do
Sul - Campus Ponta Porã, no município de Ponta Porã, estado de Mato Grosso do Sul, inserido na região de planejamento Região
Sul-Fronteira do estado, que tem, dentre outras finalidades estabelecidas pela lei de criação dos Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia, a de dar suporte aos arranjos produtivos, sociais e culturais locais, mapeando as potencialidades de
desenvolvimento socioeconômico e cultural em seu território de atuação (Brasil, 2008).
Apesar de todo o contexto e importância dos IFs como política pública nacional, mencionados até aqui no que tange a
desenvolvimento, o decreto nº 2.208 de 17 de abril de 1997 paralisou a criação e expansão da Rede Federal, assinado pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso, que separou o ensino médio do ensino profissional e também proibiu a criação de novas
instituições na Rede de Educação Federal, incentivando e financiando a expansão da rede privada de educação profissional, com
recursos do Governo Federal (Souza & Mourão, 2011).
Posterior a esse período de proibição de criação de novas instituições da Rede Federal, considera-se como marco legal
do projeto de expansão da RFEPCT, a publicação da Lei n°. 11.195/2005, que deu autonomia à União para, além de poder criar
e expandir a educação profissional e tecnológica, manter e gerir as novas unidades de ensino criadas. O Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE), foi lançado, em 2007, pelo Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentre outras
ações propôs a reorganização das instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT),
adotando uma política fiscal expansionista de investimentos na educação. O modelo proposto foi de Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia (IFET). O primeiro documento oficial, editado pelo Ministério da Educação (MEC) que trata
do tema Institutos Federais foi o Decreto nº 6.095, de 24 de abril de 2007. Considera-se que foi dentro dessa perspectiva que, em
29 de dezembro de 2008, que o governo promulgou a Lei n. 11.892, que criou 38 IFETs, presentes nos 26 Estados e no Distrito
Federal.
O Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), criou no
final de 2005, o Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional. O objetivo foi ampliar a presença destas
instituições em todo o território nacional. Uma vez que decorridos 95 anos da criação das primeiras instituições federais de
educação profissional técnica e tecnológica, os estados do Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal ainda não tinham
sido contemplados com este modelo de escola, sendo que, de 1909 a 2002, foram criadas 140 escolas técnicas federais em todo
o país (Pacheco, 2011).
Na representação da figura 1, tem-se a distribuição pelo Brasil das 19 Escolas criadas em 23 de setembro 1909 a partir
da publicação do Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, pelo então presidente da república Nilo Procópio Peçanha, que
criou as Escolas de Aprendizes e Artífices. Posteriormente Nilo Peçanha reconheceu em uma publicação sobre sua viagem ao
continente europeu, que se tivesse tomado conhecimento dos excelentes resultados que a educação profissional já vinha

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apresentando em alguns países, daquele continente, certamente teria criado um número bem maior de EAA, ao invés de apenas
dezenove como fez na época (Silva, 2017).

1.2 A rede federal no município de Ponta Porã


O IFMS Campus Ponta Porã iniciou suas atividades no município em setembro de 2010 - PDI 2014-2018 e
posteriormente teve a autorização de funcionamento definitivo pela Portaria MEC nº - 79, de 28 janeiro de 2011. Do início do
seu funcionamento 2011 até 2020 o Instituto formou mais de mil e duzentos estudantes nos mais variados cursos e modalidades
oferecidos pelo campus, como Técnico Integrado em Agricultura e Informática, Técnico Subsequente em Agricultura e
Informática, Técnico em Manutenção e Suporte em Informática – PROEJA, Técnico em Fruticultura – PROEJA, Cursos de
Formação Inicial e Continuada – FIC, Tecnólogo em Gestão do Agronegócio, Bacharelado em Agronomia e Especialização em
Docência para Educação Profissional, Científica e Tecnológica - Pós-graduação lato sensu (SISTEC/IFMS, 2021).
Localizado a aproximadamente 300km da capital do estado, o Campus Ponta Porã está localizado na Região Sul
Fronteira de acordo com as regiões de planejamento de Mato Grosso do Sul (Figuras 1 e 2), composta por 9 municípios sendo
eles Amambai, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Laguna Carapã, Paranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru,
conforme listado no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2019-2023 do IFMS.

Figura 1 - Mapa da localização da área de abrangência do IFMS Campus Ponta Porã.

Fonte: IFMS (2020).

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Figura 2 - Mapa da localização dos municípios da área de abrangência do IFMS Campus Ponta Porã.

Fonte: Google Maps (2020).

Na média a distância entre os municípios de abrangência do IFMS Campus Ponta Porã é de 133,75km (Tabela 1). Sendo
que o município mais distante Sete Quedas fica distante 223km e o município mais próximo Laguna Carapã fica distante 55km.

Tabela 1 - Distância aproximada entre os municípios da área de abrangência e o Campus Ponta Porã.
Município Distância do campus
Amambai 105 km
Antônio João 75 km
Aral Moreira 70 km
Coronel Sapucaia 150 km
Laguna Carapã 55 km
Paranhos 216 km
Sete Quedas 223 km
Tacuru 176 km

Fonte: Google Maps (2020).

A história do município Ponta Porã tem vários capítulos entre eles que em 1892 a guarnição da colônia militar de
Dourados foi levada para as nascentes dos córregos: Jovai, São Tomaz, Carambola, São Vicente, Ponta Porã, Teguajho e do Rio
São João, o local era preferido pelos carreteiros que faziam o transporte de erva-mate, dando o início a uma povoação, que mais
tarde foi denominada de Punta Porã. Posteriormente, em 1900, Ponta Porã torna-se Distrito do município de Bela Vista. O
município foi criado em 1912, e em 1943, o Presidente Getúlio Vargas criou o território Federal de Ponta Porá, extinto
posteriormente em 1946 (Sebrae, 2015).
Quando o Brasil entrou na batalha da Segunda Guerra Mundial, o presidente do país na época Getúlio Vargas decidiu
desmembrar seis territórios estratégicos para serem administrados diretamente pela união. E em 1943 criou o território Federal
de Ponta Porã, pelo Decreto-Lei 5.812, desmembrado do Sudoeste do antigo estado de Mato Grosso, o território foi remembrado
ao Mato Grosso pela Constituição de 1946 (Sebrae, 2015).

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O município de Ponta Porã/MS conta com duas unidades de conservação ambiental TI Pirakuá e APA das Nascentes
do Rio APA que juntos somam uma área de 20.394,6204. Por dispor de unidades de conservação ambiental no seu território, a
administração municipal participa do repasse aos municípios da arrecadação de ICMS Ecológico (Diário Oficial de MS, 28-12-
2012 n° 8.342).
A sede do município tem acesso pelas rodovias BR 463, desde Dourados e MS 164 desde Maracaju. Na área do
município existem também 5 empreendimentos geradores de energia elétrica, sendo todas termelétricas compreendendo o
Aeroporto Internacional de Ponta Porã, usina de álcool Monteverde, Usina Laguna de Açúcar e Álcool, Usina São João I e São
João II (Sebrae, 2015).
O município de Ponta Porã encontra-se localizado no Arco Grande Sul de Fronteiras, um território de fronteira que
esteve historicamente ligado à produção da Erva Mate e seus desdobramentos, à pecuária extensiva em toda área, e à exploração
da madeira e à produção de grãos. O município faz fronteira seca com o Paraguai e possui uma área estimada em 5.329km2,
formando uma conurbação internacional com município de Pedro Juan Caballero no país vizinho, o que lhe confere vantagens
de localização e condições para o desenvolvimento de suas potencialidades econômicas. Sua população está estimada em 92.526
habitantes, segundo o IBGE (2019). O município pertence a bacia hidrográfica do Rio Paraná e possui vegetação característica
de floresta estacional semidecidual.
Na área da educação, o município conta com oito escolas estaduais urbanas, que oferecem ensino fundamental e médio.
Quatro delas oferecem ensino para jovens e adultos. Há quatro escolas estaduais rurais. As escolas municipais incluem cinco
centros de ensino infantil, quinze escolas de ensino fundamental urbanas, das quais três oferecem educação de jovens e adultos
e sete escolas rurais. Há dez escolas particulares, que oferecem do ensino infantil até o ensino médio e uma delas oferece
educação profissional e há uma escola de educação especial. Em nível de ensino superior, o município de Ponta Porã dispõe de
4 faculdades, 6 universidades e um centro universitário (Sebrae, 2015).

2. Metodologia
A pesquisa foi realizada no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Ponta Porã, no período de novembro de
2019 a julho de 2021, envolvendo vários atores no contexto desta instituição de ensino. Neste capítulo, trata-se dos aspectos
metodológicos que foram utilizados na pesquisa, iniciando pelo tipo e descrição da pesquisa; caracterização do objeto de estudo;
população e amostra; bem como a técnica de coleta e interpretação dos de dados.

2.1 Tipo e descrição da pesquisa


O procedimento metodológico utilizado para alcançar os objetivos da pesquisa, foi partir de um estudo de caso, que de
acordo com Martins (2008), “possibilita a penetração em uma realidade social, não considerada plenamente por um levantamento
amostral e avaliação exclusivamente quantitativa”. Creswell (2010) também diz que o estudo de caso é uma das estratégias da
pesquisa qualitativa na qual o pesquisador explora profundamente um programa. Dessa forma, o estudo de caso permitirá um
olhar apurado das particularidades do IFMS Campus Ponta Porã, estabelecendo um diálogo com a comunidade escolar e local.
Para alguns autores, o estudo de caso permite ao pesquisador reunir informações detalhadas e sistemáticas sobre um
fenômeno, neste caso utilizou-se de questionário-semiestruturado para coleta de dados, Plano de Desenvolvimento Institucional
– PDI, Projeto Pedagógico dos cursos, informações dos sistemas do IFMS como SISTEC, SIGA e SUAP (Patton, 2002). É um
procedimento metodológico que evidencia entendimentos dependendo do contexto da pesquisa, sem esquecer-se da
representatividade (Llewellyn & Northcott, 2007), centrando-se na compreensão da dinâmica do contexto real (Eisenhardt, 1989)
e envolvendo-se num estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento (Gil,2007).
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A investigação qualitativa “emprega diferentes concepções filosóficas; estratégias de investigação; e métodos de coleta,
análise e interpretação dos dados” (Creswell, 2010, p. 206). Nesse sentido, foi utilizado questionário semiestruturado, contendo
perguntas abertas e fechadas, para coleta de dados junto à comunidade do IFMS Campus Ponta Porã.
Na análise do material coletado, empregou-se a técnica de Análise de Conteúdo explicitada por Martins (2008), que é
uma técnica utilizada para estudar e analisar a comunicação de maneira objetiva, sistemática e qualitativa, construindo-se
inferências confiáveis de dados e informações com respeito a determinados contextos, a partir dos discursos escritos e orais.
Trata-se de uma pesquisa de amostra intencional (não probabilística), ou seja, amostra selecionada mediante o
julgamento do pesquisador. Nesse caso, a amostra por julgamento ou intencional seleciona um subgrupo da população que, com
base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população (Ariboni & Perito, 2004; Marconi
& Lakatos, 1996).

2.2 Caracterização do objeto da pesquisa


O campus do IFMS no município de Ponta Porã é um campus agrícola, conforme Portaria MEC nº 713, de 08 de
setembro de 2021, o que demonstra sua conexão com os Arranjos Produtivos Locais (APL) do município de Ponta Porã, que tem
bases no agronegócio. A interiorização do ensino técnico tem entre seus objetivos impulsionar o desenvolvimento regional, como
prevê o Art. 6°, parágrafo I da Lei no 11.892/2008 que cria os Institutos Federais.
O IFMS Campus Ponta Porã iniciou suas atividades em setembro de 2010 (PDI 2014-2018), com a oferta de cursos
técnicos subsequentes à distância em parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR). Nesse período o campus ofertava três
cursos técnicos na modalidade Ensino a Distância (EaD), em parceria com a Prefeitura municipal, Técnico em Administração,
Técnico em Secretariado e Serviços Públicos. As aulas eram transmitidas via satélite pelo IFPR, ofertados nas dependências do
Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal (NTEM).
Posteriormente, em janeiro de 2011, iniciaram-se as atividades presenciais do campus em sede provisória, nas
dependências dos campi da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul (UEMS), situados respectivamente na Rua Itibiré Vieira, Km 4,5, s/nº, no bairro Residencial Júlia Oliveira Cardinal. O
campus utilizava também em parceria com a prefeitura de Ponta Porã as dependias da escola municipal Manoel Martins
localizada no bairro da Granja na rua Campos Sales.
Em setembro de 2013 o IFMS Campus Ponta Porã iniciou suas atividades na sede definitiva, localizado no distrito de
Sanga Puitã, distante 16km da região central de Ponta Porã, nas margens da BR 463, saída para Dourados. O distrito de Sanga
Puitã, faz divisa com a cidade Paraguaia de Zanja Pytá, com uma população estimada de pouco mais de 3 mil moradores de
acordo com o último censo do IBGE em 2010.
Atualmente o campus têm 1.323 estudantes matriculados nas diferentes modalidades de cursos ofertados, tanto
presenciais quanto a distância (Plataforma Nilo Peçanha, 2020).
O Campus Ponta Porã (Figura 3) conta com uma área construída de 6.634,41 m 2, dividida em 04 blocos que abrigam
13 salas de aulas com capacidade para 45 estudantes cada. O campus conta com 16 laboratórios de várias áreas sendo química,
física, biologia, solos, fitopatologia, sementes, 6 laboratórios de informática incluído robótica, laboratório de humanas,
laboratório de alimentos, máquinas agrícolas e microbiologia. A instituição conta também com 33 salas para os setores
administrativos como: salas para professores, secretaria, enfermaria entre outras. O campus conta com uma ampla biblioteca,
uma cantina, uma quadra poliesportiva, um barracão agrícola, uma casa de vegetação, uma sala modular, um hotel tecnológico
que abriga a empresa júnior, sala de matérias e um espaço de descanso par aos servidores.
O Campus Ponta Porã conta também com uma segunda unidade no município, a Fazenda Experimental unidade II. A
utilização desse espaço de 170 hectares que têm como infraestrutura: um barracão agrícola, 3 salas de aula, 2 casas para

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moradores. Essa área pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, e está sob a responsabilidade do IFMS
Campus Ponta Porã mediante contrato de comodato, válido por 5 anos, conforme publicação no diário oficial da união N° 224,
de 20 de novembro de 2019. O campus vem recuperando as instalações da Unidade II, devido à área ter ficado abandonado por
um tempo, teve uma invasão de sem-terra que destruíam as instalações o que não permite seu uso na totalidade.

Figura 3 - Vista aérea do Campus Ponta Porã.

Fonte: Autoria própria.

O Instituto Federal ao longo desses dez anos de atividades no município de Ponta Porã, já ofertou 18 cursos em vários
níveis e modalidades, ofertados na forma presencial e EAD no campus sede e também nos polos, perfazendo ao todo 68 ciclos
de cursos ministrados. Já passaram pelo registro acadêmico do Campus Ponta Porã desde sua implantação no ano de 2011 até
2021 mais de 4.382 estudantes, conforme Gráfico 1, de acordo com informações extraídas do Sistema Nacional de Informações
da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) e Sistema Acadêmico (SIGA), matriculados em algum dos cursos ofertados.
Dos 4.382 estudantes que tiveram a oportunidade de se capacitarem na instituição até o momento, 1.048 concluíram o curso, ou
seja, pegaram o diploma ou certificado (SIGA, SISTEC, 2021).

Gráfico 1 - Evolução das matrículas no IFMS Campus Ponta Porã no período de 2011 a 2021.

800

600 708

500 531 532


400 480
448

200 260 271 287


172 193
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Fonte: A partir das informações do SISTEC e SIGA do IFMS Ponta Porã 2021.

Dos 18 cursos ofertados pelo campus, a proposta da pesquisa é analisar os egressos de 5 deles, sendo os cursos Técnico
Integrado de nível médio em Informática e Agricultura, subsequente nível médio em Agricultura, cursos superiores de
Tecnologia em Gestão do Agronegócio e Bacharelado em Agronomia.

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2.2.1 Curso Técnico Integrado em Agricultura de nível médio


O curso Técnico Integrado de nível médio em Agricultura iniciou em 2011 e até o ano de 2019 tinha duração de 3 anos
e meio, desde 2019 o curso tem duração de 3 anos e, possui carga horária total de 3.335 horas. O Campus Ponta Porã oferece
anualmente 80 vagas, 40 para o período matutino e 40 para o período vespertino. Considerando este cenário, e que no primeiro
ano de funcionamento em 2011 foram oferecidas vagas apenas para o período matutino, o referido curso já absorveu 834
estudantes, tendo formado até o presente momento 143 estudantes (SISTEC/IFMS, 2021).
O projeto pedagógico do curso Técnico em Agricultura estabelece como um dos objetivos: Segundo o IFMS (2019)
“Formar profissionais para atuar no mundo do trabalho globalizado, empreendedores, que sejam possuidores de um pensamento
sistêmico, mais aberto, criativo e intuitivo, capazes de adaptarem-se às rápidas mudanças sociais e tecnológicas.

2.2.2 Curso Técnico Integrado em Informática de nível médio


O curso Técnico Integrado de nível médio em Informática também funciona desde 2011 e, até o ano de 2019 com
duração de 3 anos e meio, desde 2019 o curso tem duração de 3 anos e possui carga horária total de 3.380 horas. O Campus
Ponta Porã oferece anualmente 80 vagas, 40 para o período matutino e 40 para o período vespertino. Considerando este cenário
e, que no primeiro ano de funcionamento em 2011 foram oferecidas 40 vagas, o referido curso já absorveu 839 estudantes, tendo
formado até o presente momento 166 estudantes (SISTEC/IFMS, 2021).
O projeto pedagógico do curso Técnico em Informática sugere para atuação do egresso: Segundo o IFMS (2019) “O
profissional egresso do Curso de Educação Profissional Técnica em Informática exerce as suas atribuições de forma genérica,
podendo assim atuar no acompanhamento das diferentes atividades da computação e tecnologia da informação.
A seleção de estudantes para os cursos Técnicos Integrado ocorre através de edital específico, publicado todos os anos
no site do IFMS na central de seleção, o pré-requisito para o ingresso no referido curso é a conclusão do ensino fundamental ou
equivalente. O processo seletivo para distribuição das vagas normalmente ocorre através de provas seletivas (Vestibulinho) ou
através de análise curricular, como ocorreu no ano de 2021. Para o referido curso tem-se ainda conforme previsão legal disposto
na Lei nº 12.711 de 29 de agosto de 2012, no Decreto nº 7.824, de 11 de outubro 2012, na Portaria Normativa/MEC nº 18, de 11
de outubro 2012 e Portaria Normativa/MEC nº 9, de 5 de maio de 2017, reserva de 50% das vagas para candidatos de ação
afirmativa (cotas).

2.2.3 Curso Técnico Subsequente em Agricultura


O curso Técnico subsequente de nível médio em Agricultura, funciona desde 2016 com duração de 2 anos e carga
horária total de 1.320 horas. O Campus Ponta Porã oferece anualmente 40 vagas para o período noturno. Considerando este
cenário o referido curso já absorveu 212 estudantes, tendo formado até o presente momento 55 estudantes (SISTEC/IFMS, 2021).
O projeto pedagógico do curso Técnico Subsequente em Agricultura estabelece como um dos objetivos: Segundo o
IFMS (2016) “Formar cidadãos com preparação técnico-científica capazes de utilizar diferentes tecnologias relativas à
agricultura, comprometidos com a busca pela autossustentabilidade dos diferentes arranjos produtivos locais, contribuindo com
o desenvolvimento econômico regional.
A seleção de estudantes para o referido curso ocorre através de edital específico, publicado todos os anos no site do
IFMS na central de seleção, o pré-requisito para o ingresso no curso é a conclusão do ensino médio ou equivalente. O processo
seletivo para distribuição das vagas normalmente é por sorteio.

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2.2.4 Curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio


O curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio é ofertado desde do 2° semestre de 2011. O curso tem
duração de 3 anos e meio, com carga horaria de 2.790 horas, ofertado no período noturno. O Campus Ponta Porã até o ano de
2018 oferecia anualmente 80 vagas com duas entradas anuais, uma no 1° semestre e outra no 2° semestre. Porém, a partir de
2019 passou a ofertar apenas 40 vagas anuais, com entrada apenas no 1° semestre de cada ano. Considerando este cenário o
referido curso já absorveu 632 estudantes, tendo formado até o presente momento 87 estudantes (SISTEC/IFMS, 2021).
O projeto pedagógico do curso de Tecnologia em Gestão do Agronegócio estabelece como um dos objetivos: Segundo
o IFMS (2016) “Preparar profissionais com senso crítico e ético que viabilizem soluções profissionais competitivas para o
desenvolvimento de negócios na agropecuária, com domínio dos processos de gestão e das cadeias produtivas do setor.
A forma de ingresso no referido curso pode ocorrer de duas formas, a primeira e mais comum é através do Sistema de
Seleção Unificada (SISU), que seleciona estudantes através das notas obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
para esta modalidade são oferecidas atualmente 40 vagas. A segunda forma é através de edital de Transferência Interna, Externa
e Portador de Diploma, nesta modalidade normalmente são oferecidas de cinco a dez vagas para cada modalidade, os estudantes
matriculados em cursos superiores em instituições públicas e privadas e do próprio IFMS tem a oportunidade de ingressar no
curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio, assim como aqueles que já são formandos, através da modalidade
Portador de Diploma.

2.2.5 Curso superior Bacharelado em Agronomia


O curso superior de Bacharelado em Agronomia passou a ser ofertado no ano de 2015, o Campus Ponta Porã oferta
anualmente 40 vagas com uma entrada no início de cada ano. O curso tem duração de 5 anos, com carga horaria de 4.485 horas.
Considerando este senário o referido curso já absorveu 317 estudantes, tendo formado até o presente momento 33 estudantes
(SISTEC/IFMS, 2021).
O projeto pedagógico do curso de Agronomia indica como perfil do egresso que:

O Engenheiro Agrônomo formado pelo IFMS Campus de Ponta Porã deverá ser um profissional com perfil eclético e
amplo, com base em sólida formação científica e técnica, sendo capaz de atender às diversas demandas da sociedade.
(IFMS, 2018, p. 17).

A forma de ingresso no referido curso também ocorre de duas formas, a primeira e mais comum é através do Sistema
de Seleção Unificada (SISU), que seleciona estudantes através das notas obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
para esta modalidade são oferecidas atualmente 40 vagas. A segunda forma é através de edital de Transferência Interna, Externa
e Portador de Diploma para esta modalidade normalmente são oferecidas de cinco a dez vagas para cada modalidade e segue o
mesmo formato que já foi constatado para o curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio.

2.2.6 O IFMS Campus Ponta Porã na comunidade


O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) Campus Ponta Porã realiza
alguns eventos abertos ao público, que permitem que a instituição se aproxime e se insira na comunidade, levando informações,
conhecimentos e cultura para os moradores de Ponta Porã e região.
Entre os eventos promovidos pelo IFMS, tem-se a Feira de Ciências e Tecnologia da Fronteira de Ponta Porã –
FECIFRON. A FECIFRON é realizada todos os anos pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) Campus Ponta Porã
desde de 2013 e compõe uma ação da instituição dentro da Semana de Ciência e Tecnologia (SC&T). E tem como objetivo

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promover o desenvolvimento da criatividade e da capacidade inventiva e investigativa dos discentes nos níveis fundamental,
médio e da educação profissional de nível técnico, visando a promoção da pesquisa em todas as áreas do conhecimento da ciência
e tecnologia, nas escolas das redes pública e privada do município de Ponta Porã. Durante a FECIFRON ocorrem apresentações
e exposição de trabalhos, pesquisas e projetos de diversas áreas do conhecimento. Concomitante, ocorrem também oficinas a
estudantes e professores direcionadas a diversas áreas do conhecimento alinhadas à temática da semana anual da Ciência e
Tecnologia.
A feira movimenta todo o município, com excursão de escolas convidadas que trazem seus estudantes para prestigiar e
ter contato com pesquisas dos mais variados temas na média 100 artigos são expostos por ano. Cerca de 3 mil pessoas prestigiam
a feira todos anos.
O Festival de Arte e Cultura da Fronteira – Facfron é outro evento realizado pelo IFMS Campus Ponta Porã desde de
2016, como foco nas expressões artísticas e culturais da fronteira do Brasil com o Paraguai, principalmente pelo
multiculturalismo fronteiriço das cidades gêmeas de Ponta Porã no Brasil e Pedro Juan Caballero capital do departamento de
Amambay, no Paraguai. O festival explora a riqueza da diversidade linguística, cultural, gastronômica sendo o Festival um
espaço para essas manifestações. O evento proporciona uma viagem intercultural que envolve não somente as culturas do Brasil
e do Paraguai, mas de todos os povos que vivem nesta região de fronteira e colaboram para esta amplitude cultural.
O Festival é uma oportunidade para que a comunidade interna e externa do IFMS possa demonstrar seus talentos nas
artes, nas cênicas, audiovisual, música, literatura, artes visuais e na dança. O evento conta com auxílio financeiro do IFMS por
meio do Programa Institucional de Incentivo ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Inovação (Piepi). Cerca de 2 mil pessoas prestigiam
a feira todos anos.
O IFMS Campus Ponta Porã realiza também Dia de Campo, que é uma oportunidade, para que os estudantes e
professores possam apresentar seus projetos em diversas áreas ligadas ao agronegócio, desde a implantação de uma nova
tecnologia como também o melhoramento e adequação de processos já existentes. É uma oportunidade que a instituição tem para
ampliar sua relação com a comunidade e o mercado. A partir disso e por meio dos cursos técnicos e de graduação, promover
ações que envolva os estudantes, professores, produtores e empresas em movimentações para geração de conhecimento.
Permitindo com que os estudantes e professores possam ter contato com o que existe no mercado, e as rodas de conversa
contribuem para que empresas e produtores relatem suas experiências. E da mesma forma, as empresas e os produtores têm a
oportunidade de ver o que a academia está produzindo.
O primeiro dia de campo do IFMS Campus Ponta Porã aconteceu em 2017 e atraiu empresas e produtores da região,
cerca de 300 pessoas prestigiam o evento todos os anos. As informações relacionadas aos eventos foram extraídas do site
institucional do IFMS e das redes sociais do campus Facebook e Instagram.

2.3 População e amostra


A partir das informações obtidas no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica -
SISTEC, Sistema Acadêmico-SIGA, Sistema Unificado de Administração Pública-SUAP, Site Institucional do IFMS em relação
ao número de estudantes, egressos, servidores, colaboradores terceirizados.
Em relação aos egressos, o universo deste público é de 1.048 pessoas, porém a população a ser pesquisada neste trabalho
será de 484 egressos de cinco cursos. Para o levantamento de dados, aplicou-se questionário para 120 egressos do IFMS Campus
Ponta Porã, sendo: vinte para o curso Técnico Integrado em Informática, vinte para curso Técnico em Agricultura, dez para o
curso Subsequente em Agricultura, sessenta para curso de Tecnologia em Gestão do Agronegócio e dez do curso de Bacharelado
em Agronomia. A definição do número de questionário aplicado levou em conta a facilidade de contato com os egressos.

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2.4 Coleta de dados


A coleta dos dados foi realizada através de questionários semiestruturado encaminhado para os participantes. Segundo
Gil (2007), questionário é o conjunto de questões que são respondidas por escrito pelos sujeitos pesquisados, o que corrobora
com Creswell (2010) sobre pesquisa qualitativa, na qual o método de coleta de dados é por meio de perguntas abertas e fechadas,
utilizando umas das ferramentas de interrogação que pode ser questionário.
Dessa forma, foi elaborado questionário semiestruturado com perguntas variadas, abertas e fechadas, sendo: um
questionário para os estudantes egressos do IFMS Campus Ponta Porã. No questionário aplicado aos egressos, abordou-se temas
como renda, idade, área de atuação profissional entre outras, das vinte e sete perguntas, vinte foram de múltipla escolha e sete
abertas.
Os questionários foram encaminhados através do Google Forms no e-mail e WhatsApp dos participantes da pesquisa.
Os e-mails dos estudantes foram abstraídos através do Sistema Acadêmico – SIGA, que é o sistema que gerencia os dados dos
estudantes do IFMS e que contém todas as informações dos discentes. Os egressos dos cursos superiores Gestão do Agronegócio
e Agronomia possuem um grupo de WhatsApp com a maioria dos egressos o que facilitou o encaminhamento do questionário
para este público. Para obter acesso às informações da instituição, obteve-se autorização da Reitora do IFMS, bem como do
Diretor Geral do Campus Ponta Porã, por meio da Decisão da REITORIA N°370/2019 - RT/IFMS.
A análise dos dados foi feita através da técnica de análise de conteúdo, que é definido por Bardin (2011) “Um conjunto
de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção destas mensagens”.
A análise de conteúdo está dividida em três etapas, sendo a primeira a pré-análise. Nessa etapa, ocorre a organização
do material que será analisado com o objetivo de torná-lo operacional, no nosso caso além de documentos, artigos, leis
utilizaremos para coleta de dados a aplicação de questionário. A segunda fase compreende a exploração do material, entendido
como ponto crucial da análise de conteúdo, etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e
inferências. E por fim, a terceira fase que consiste no tratamento dos resultados, inferência e interpretação, onde os resultados
são tratados de modo a terem significados e validados (Bardin, 2011).

3. Resultados e Discussão
As discussões dos resultados obtidos iniciam com os questionamentos sobre a inserção dos egressos no mercado de
trabalho, se a formação deles corresponde às necessidades dos setores produtivos e dos arranjos produtivos da área de formação;
se estão inseridos em atividades relacionadas à sua área de formação; assim como sobre quais percepções destes egressos podem
ser diagnosticadas no sentido de melhor orientar a atuação do IFMS Campus Ponta Porã.
Apresenta-se a seguir os resultados dos questionários aplicados aos egressos do IFMS Campus Ponta Porã. Dos 120
questionários aplicados para os egressos do IFMS Campus Ponta Porã, apenas 32 responderam, conforme gráfico 2. Dos vinte
questionários encaminhados para os egressos do curso Técnico Integrado em Informática cinco responderam sendo 15,6% do
total de respondentes, dos vinte aplicados ao curso Técnico em Agricultura oito responderam totalizando 25% do total de
respondentes. Do curso Subsequente em Agricultura tivemos retorno de três questionário dos dez aplicados que representa 9,4%
do total de respondentes, dos sessenta questionários aplicados para curso de Tecnologia em Gestão do Agronegócio tivemos o
retorno de onze totalizando 34,4% dos respondentes e dos dez questionários encaminhados para os egressos do curso de
Bacharelado em Agronomia tivemos o retorno de cinco sendo 15,6% do total de respondentes. No geral, obteve-se retorno de
todos os egressos dos cursos nos quais os questionários foram aplicados.

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Gráfico 2 – Quantidade de respondentes por curso.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

A definição do tamanho da amostra em uma pesquisa é sempre um dilema para todo pesquisador. É certo, que grandes
amostras são mais confiáveis do que pequenas, mas não é necessário tomar como amostra todos os sujeitos alvo da pesquisa ou
uma grande parcela para obter resultados possíveis de aferição, no nosso caso a nossa amostra definida foi de 120 egressos do
Campus Ponta Porã, de um universo de 1.944, porém tivemos retorno de apenas 26,66% da amostra selecionada. Segundo
(Kotler, 2007, p.94) “Se bem escolhidas, amostras de menos de 1% da população podem oferecer resultados confiáveis”.
A população pode ser pesquisada de duas formas, por censo ou por amostra. O censo é a pesquisa que abrange todos os
sujeitos da população selecionada para a pesquisa. Amostra diz respeito a um subconjunto da população, fração ou uma parte do
grupo. Não há dúvida de que uma amostra não representa perfeitamente a totalidade da população, mas é possível inferir padrões
de comportamento de uma pequena amostra da população pesquisada (Crocco, 2006).
Outro fator relevante na pesquisa é que nem sempre pesquisadores trabalham com tempo, energia e recursos econômicos
suficientes para realizar um trabalho. E tem-se também o fator disposição dos sujeitos para participar das pesquisas, outro
problema que os pesquisadores enfrentam, nem todo mundo está disposto a responder um questionário ou a fazer uma entrevista.
Sendo raras as vezes em que é possível trabalhar com todos os elementos da população. O que força o pesquisador a estudar um
pequeno grupo de indivíduos, retirados da população desejada, este grupo denomina-se amostra (Levin, 1987).
A partir das respostas dos egressos do IFMS de Ponta Porã conforme tabela 2, observou-se que eles são de vários lugares
do brasil e podemos dizer do mundo. Da região de abrangência do IFMS Campus Ponta Porã, Região Sul-Fronteira que
contempla 9 municípios, apenas os municípios de Amambai e Ponta Porã estão representados nesta amostra de egressos.

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Tabela 2 - Origem dos egressos.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

A interação entre diferentes culturas pode contribuir para que as pessoas ou grupos sociais modifiquem seu prisma de
compreensão a partir de suas diferenças, assumindo novos pontos de vista e diferentes lógicas de interpretação da realidade
social. Considerando que os egressos do Campus Ponta Porã são de diferentes regiões e lugares do país e do mundo, mostra que
a instituição pode aproveitar essa mistura para potencializar o aprendizado de seus estudantes. Dessa forma, a ênfase não pode
ser na barreira que isola e serve de fortalecimento de uma cultura, mas na possibilidade de criar pontes entre as diversas culturas
para multiplicar-se, sendo a escola um ambiente excelente para que ocorra essa sociabilização (Dietz & Cortés, 2011; Rebolledo,
2009).
Sobre a importância do multiculturalismo e considerando que o IFMS Campus Ponta Porã tem estudantes brasileiros
de origem estrangeira conforme podemos observar na tabela 2, fator que abre possibilidades na qual a Instituição vem
trabalhando, no que se refere a internacionalização. Atualmente, a temática da internacionalização da educação já faz parte do
cotidiano da instituição, mesmo que muitas vezes de forma não perceptível, caso que já ocorre no Campus Ponta Porã, com a
presença de estudantes de origem estrangeira, favorecida principalmente pela localização desse polo do instituto em uma região
de fronteira. Este é um indicativo da importância, da internacionalização que está descrita no PDI 2019/2023 do IFMS como
uma estratégia de gestão, que tem por objetivo macro a inserção do Instituto em um contexto global de educação (SCHIEDECK,
2019) (IFMS/PDI, 2019/2023).
Nesse sentido, em relação a internacionalização do IFMS Campus Ponta Porã, a gestão que assumiu a administração
desse polo de ensino no quadriênio 2019/2023 tem como um dos objetivos trabalhar e aprofundar este processo. E, através da
Feira de Ciências e Tecnologia da Fronteira de Ponta Porã – FECIFRON, assinou em fevereiro de 2021 um convênio de
cooperação internacional com a Red de Competencias Cientificas e Innovación Tecnologica – RED COCITEC-PY do Paraguai,
este convênio tem como objetivo unir esforços e proporcionar cooperação interinstitucional entre as duas instituições nas áreas
acadêmicas, científica e técnica. Um planejamento estratégico que incorpora o processo de internacionalização na rotina e nas

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ações da instituição, com o objetivo de ampliar as possibilidades de formação dos estudantes no sentido de garantir a formação
necessária para que eles se insiram nas exigências de um mundo cada vez mais globalizado, mas também vinculado ao
desenvolvimento regional e nacional (Schiedeck, 2019).
Para a efetivação do processo de internacionalização, existem algumas dificuldades burocráticas a serem superadas,
entre elas o registro de atividades acadêmicas de pesquisa ou intercâmbio, principalmente no que se refere às normativas que
regem a incorporação de estrangeiros nos protocolos institucionais. Outro desafio que se apresenta é de sensibilizar a comunidade
acadêmica da instituição, da relevância e das oportunidades que a internacionalização possibilita para estudantes e servidores
(Schiedeck, 2019).
A Política de Assistência Estudantil é outra grande preocupação do Instituto Federal, que atua fortemente na
permanência e êxito dos estudantes e para efetivar esta ação, várias estratégias e políticas são utilizadas pela escola. O IFMS tem
o Programa de Assistência Estudantil-PAES, que tem como objetivos oferecer atendimento técnico e auxílios aos estudantes em
situação de vulnerabilidade social, contribuindo para a permanência do estudante na instituição, o que pode resultar na prevenção
da evasão por razões de ordem socioeconômicas. Ao observarmos o ponto de vista do desenvolvimento econômico e social, a
oferta de auxílios pecuniários pode contribuir para permanência, mas não deve ser o único recurso da instituição para atacar o
problema da permanência e do êxito dos estudantes (IFMS/PDI, 2019/2023; Dumaresq, 2014).
A Política de Assistência Estudantil foi sancionada no ano de 2010 pelo decreto n°7.234/2010 que dispõe sobre o
Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Com suas ações o PNAES atende estudantes de universidades federais
e dos institutos federais do país.

Parágrafo único: as ações de assistência estudantil devem considerar a necessidade de viabilizar a igualdade de
oportunidades, contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico e agir, preventivamente, nas situações de retenção
e evasão decorrentes da insuficiência de condições financeiras. (PNAES, 2010).

Dos egressos que responderam os questionários apenas três deles não receberam ajuda financeira do IFMS, os demais
de uma forma ou outra foram atingidos pela política de assistência estudantil da instituição conforme gráfico 3. Como parte das
políticas de assistência estudantil e de apoio à permanência dos estudantes, o IFMS concede normalmente cinco tipos de auxílio
pecuniário, visando fortalecer a continuidade destes e a conclusão da formação técnica. Desta forma, é possível garantir a
possibilidade de acesso e de prosseguimento na instituição, possibilitando a conclusão do curso. Com essa finalidade, o IFMS
oferta o Auxílio Permanência, o Auxílio Alimentação, o Auxílio Transporte, o Auxílio Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,
o Auxílio Monitoria, dentre outros (Cavalcanti & Rasoto, 2008).

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Gráfico 3 - Política de Assistência Estudantil do IFMS.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Observa-se que a grande maioria dos egressos do Campus Ponta Porã que responderam o questionário da pesquisa,
66,7% consideram extremamente importante a ajuda financeira recebida da instituição, por meio da política de Assistência
Estudantil, para que pudessem concluir o curso de acordo com o gráfico 4. As políticas de assistência estudantil na educação
básica e superior têm a finalidade de destinar recursos para que os estudantes possam permanecer nas instituições de ensino e
concluir seus estudos de modo eficaz. É importante refletir também que as políticas de assistência estudantis não devem ser
voltadas somente para as questões de ordem econômica, como auxílio financeiro, mas também de ordem pedagógicas e
psicológicas (Costa, 2011).

Gráfico 4 - Relevância da política de Assistência Estudantil do IFMS.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Porém a permanência escolar dos estudantes, principalmente os de baixa renda, tem relação com os programas e ações
de assistência estudantis que podem ser compreendidas como promoção da participação qualitativa dos estudantes no ambiente
escolar, destacam-se os programas que preveem suporte financeiro ou apoio econômico para gastos relativos ao transporte
escolar, à moradia, à saúde e à alimentação a permanência de forma geral. Lembrando, que para a classe menos favorecida não
é fácil alongar o tempo de estudo, pois um tempo maior de estudos representa aumento na despesa financeiras das famílias de

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baixa renda, e elas não estão preparadas para aguentar os custos de um tempo maior de estudo, o que reforça a importância da
política de assistência estudantil do Instituto Federal e principalmente o volume de recursos pagos pelo Campus Ponta Porã
(Fernandes, 2012; Nogueira & Nogueira, 2009).
O IFMS divulga em seu site institucional na página denominada IFMS em números, uma ferramenta desenvolvida a
partir da tecnologia business intelligence, que permite o acompanhamento do orçamento institucional de todos os campi e de
Reitoria do IFMS diariamente por qualquer cidadão. Com base nas informações contidas nessa ferramenta, realizou-se um
levantamento conforme tabela 3, para saber qual o valor que o IFMS Ponta Porã já pagou em auxílios, para seus estudantes e
quantas bolsas foram oferecidas, as informações disponíveis sobre os gastos com assistência estudantil do campus começam a
partir do ano de 2013. De 2013 até o primeiro semestre de 2021, a instituição pontaporanense ofertou 5.042 bolsas e pagou um
valor total de R$3.667.074,52, os auxílios são pagos em parcelas que podem ser cota única ou em até dez parcelas dependendo
do Programa de Assistência Estudantil da instituição e de orçamentos financeiro destinado para esta política, o ano de 2019 foi
ano que teve o maior valor gastos com bolsas da assistência estudantil.

Tabela 3 - Orçamento gasto com a política de Assistência Estudantil no IFMS Campus Ponta Porã.

Fonte: IFMS em Números.

Em relação ao sexo dos egressos, pode-se observar no Gráfico 5 que não há uma discrepância entre homens e mulheres;
já em relação à idade, a grande maioria está na faixa de 20 a 24 anos.

Gráfico 5 - Sexo e idade dos egressos.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Em relação a formação recebida no IFMS Campus Ponta Porã, 65,6% sente-se muito preparados para o mercado de
trabalho conforme gráfico 6. E entre os que responderam os questionários, 34,4% estão atuando na área de formação. Estão
desempregados 28,1% dos egressos e estão atuando na fora da área de formação 25% dos egressos. O Conselho Nacional da

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Indústria - CNI (2014), através de pesquisa demonstra que quem faz curso de educação profissional tem mais oportunidades no
mercado de trabalho do que os que não fazem curso.

Gráfico 6 - Atuação profissional dos egressos.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

A relação entre educação e trabalho pode ser entendida a partir de duas perspectivas: a de que não há relação entre os
dois termos e a de que, ao contrário, ela vem se estreitando em decorrência do reconhecimento de que a educação, ao qualificar
os trabalhadores, pode vir a contribuir para o desenvolvimento regional e econômico. Neste sentido, o ensino técnico de nível
médio e o ensino superior são colocados em pauta quando a questão é reestruturação produtiva e, sua relação com o mercado de
trabalho tornando quase impossível ignorar a confluência entre as organizações educacionais, as empresas e a comunidade
(Dowbor, 1996; Saviani,1994).
Quando o tema são as dificuldades que os egressos enfrentam para atuarem na profissão 40% apontaram a pouca
experiência como um dos fatores de dificuldades, dados do Gráfico 7. O que pode ser um indicativo da importância do estágio
supervisionado na inserção no mundo do trabalho.

Gráfico 7 - Dificuldades no exercício da profissão.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

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Dos que disseram que estão atuando na área de formação, 30,8% trabalham há menos de um ano na profissão e 7,7%
atuam há mais de 10 anos na área de formação, Gráfico 8, o que demonstra que este último procurou o IFMS para capacitação
na área de atuação.

Gráfico 8 - Tempo de atuação na área de formação dos egressos.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Quanto ao cumprimento do disposto na lei de criação dos Institutos Federais que define entre as várias finalidades, que
os IFs devem orientar a oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos no âmbito de
sua atuação. Considerando que 74,2% dos egressos passaram a atuar na área de formação após a conclusão do curso de acordo
com o gráfico 9, pode-se dizer que o IFMS Campus Ponta Porã vem cumprindo este papel.

Gráfico 9 - Atuação na área de formação antes de concluir o curso.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

As políticas públicas de investimentos em educação podem gerar uma série de externalidades positivas, além dos efeitos
sobre renda e produtividade. O aumento da taxa de escolaridade está relacionado com a redução da criminalidade, melhoria de
condições de saúde, aumento de consciência política e redução das distâncias sociais entre indivíduos. Dessa forma, os retornos
sociais da educação transcendem os individuais (Arbache, 2003).

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Segundo Schultz (1963) apud ZIMMER (2011), em sua Teoria do Capital Humano, a educação é definida como um
investimento e suas consequências como uma forma de capital. Barbosa Filho e Pessôa (2008) realizaram análise calculando a
taxa de retorno da educação no Brasil por meio da Taxa Interna de Retorno (TIR). Notou-se que as taxas de retorno da educação
são extremamente elevadas no Brasil. Com essas melhorias na renda e na redução da pobreza e da desigualdade, também é
possível observar um avanço no consumo da classe popular no Brasil. Em relação à renda dos egressos, antes da formação no
IFMS, 59,3% recebiam até ½ salário mínimo e apenas 7,4% recebiam entre 3 e 4 salários mínimos conforme Gráfico 10.

Gráfico 10 - Renda antes da formação no IFMS.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Após a formação, houve alterações na renda média dos egressos, se antes da formação 7,4% recebiam entre 3 e 4 salários
mínimos, após a formação este percentual saltou para 17,9%. E 10,7% passaram a ganhar de 5 a 7 salários mínimos dados do
gráfico 11. Este fato comprova que a qualificação proporciona aumento na renda dos indivíduos. Este aumento da renda dos
egressos é corroborado pela PNAD Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada pelo IBGE em
2018, que indica que para cada ano de estudo, o brasileiro ganha um aumento médio de 15% no salário, sendo o nível de instrução
um dos fatores determinantes para o aumento da renda dos brasileiros.

Gráfico 11 - Renda depois de formado no IFMS.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

De forma geral os egressos têm intenção de continuar estudando, sendo que a maioria que responderam o questionário
45,2% querem fazer uma especialização em MBA, conforme análise do Gráfico 12.

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Gráfico 12 - Intenção dos egressos em continuar estudando.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Quando se pergunta para os egressos se eles tiveram alguma dificuldade em estudar no IFMS Campus Ponta Porã,
observa-se que a palavra que mais se destaca na árvore de frequência, conforme Figura 4, é a distância, fator que pode ser
atribuído a localização do campus.

Figura 4 - Árvore das palavras com maior frequência, quando a pergunta é sobre a dificuldade de estudar no IFMS Campus
Ponta Porã.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

O desenvolvimento é tratado como liberdade na abordagem de Sen (2000) em sua teoria que estuda as relações sociais,
as ações e resultados provocados nos indivíduos, sendo o que se observa nesse caso, uma vez que os indivíduos aqui pesquisados
por meio da educação alcançaram de certa forma desenvolvimento vinculado à liberdade com a realização de sonhos e conquistas.
Nesse sentido quando abordamos as conquistas pessoais, 36,7% dos egressos atribuem a compra de algum bem ou outro sonho
à formação recebida no IFMS Campus Ponta Porã. Para 23,3% dos que responderam ainda não foi possível realizar nenhum
sonho. As conquistas dos egressos podem estar relacionadas ao aumento da renda após a formação, segundo o Gráfico 13.

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Gráfico 13 - Sonho realizado após a formação no IFMS.

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

4. Considerações Finais
É de fundamental importância que os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia promovem o
desenvolvimento territorial, por meio de soluções educacionais que abranjam o ensino, a pesquisa e a extensão, permitindo o
acesso gratuito e de qualidade à educação profissional e tecnológica em todas as regiões do Brasil. Dessa forma, estará rompendo
barreiras para que se efetive uma aprendizagem eficaz e promovendo o desenvolvimento local e regional, quando se atende os
arranjos produtivos locais.
Neste sentido pode-se afirmar que o Campus Ponta Porã vem atendendo os arranjos produtivos locais, com a
qualificação de pessoas e a inserção delas no mercado de trabalho, não somente formando pessoas para atender a visão
empresarial, utilitarista e instrumental, restrita às demandas de produtividade e rentabilidade do capital, mas também quando
forma pessoas, a instituição compromete-se com a qualificação para o trabalho articulada a uma visão crítica, humanista e
holística. Ou seja, o Instituto não é somente um qualificador de mão de obra para as empresas, mas também tem despertado nas
pessoas o interesse em continuar seus estudos, a formação de lideranças políticas, podendo atribuir uma educação articulada a
uma visão crítica, humanista (Coelho, 2008).
A atuação do Instituto na área de abrangência ainda carece de aproximação com os municípios da região, uma vez que
da amostra de egresso pesquisada, apenas 3 dos 9 municípios estão representados. Este é um desafio que pode ter relação com a
rotatividade dos servidores, o que dificulta o andamento em projetos e parcerias e até no desconhecimento da área de atuação do
Instituto no município por parte dos servidores.
A aproximação com a comunidade por meio dos eventos que a instituição já promove pode ser um começo, como as
feiras e o Dia de Campo, que são excelentes oportunidades para que os municípios vizinhos conheçam a estrutura e saibam dos
cursos ofertados, formas de ingressos, possibilidades de auxílio financeiro para se manter na instituição. Uma ação importante
do IFMS direcionada para quem quer concorrer a um dos cursos superiores é a Resolução do Conselho Superior – COSUP n°
023 de 14/05/2015, que consiste em oferecer aos candidatos um bônus de 20% a mais na nota do ENEM para os candidatos que
são residentes e domiciliares na área de abrangência do campus.
O investimento aportado pelo governo através do IFMS no município também é outro fator importante, considerando
quase 30milhões de reais investidos em 10 anos de atuação do Instituto no município, para que o campus tenha condições de
oferta educação pública de qualidade de gratuita.

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A implantação da Rede Federal no Mato Grosso do Sul, 95 anos depois da instalação da primeira escola técnica federal,
é um fato que chama atenção, sendo uma das instituições mais nova da Rede. É certo que o IFMS tem muito a desenvolver e
com seus campi não é diferente a relação com as comunidades, a busca por aproximação com os municípios da área de
abrangência são desafios que devem ser enfrentados. A questão da internacionalização da instituição é outro ponto importante
principalmente para os campi de fronteira, que é o caso do campus Ponta Porã onde, de uma forma ou de outra, a
internacionalização já ocorre com a presença de brasileiros de origem estrangeiras na instituição principalmente por conta da
localização do IFMS Ponta Porã estar em uma área de fronteira seca.
Conforme Araújo et al. (2019), no Brasil, com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, a qual tem levado uma educação profissional de mais qualidade a diversos municípios brasileiros, pode-se observar
alguns avanços mais significativos em busca de uma estrutura que busca permitir a todas as pessoas, independentemente da
classe social, um efetivo acesso ao ensino científico, tecnológico, além da formação humanística.
De modo geral, é possível dizer que o IFMS Campus Ponta Porã vem cumprindo o que está previsto na lei de criação
dos Institutos, mas é importante enfatizar que é necessário um pacto para o desenvolvimento, em que todos os agentes
responsáveis pelo território, dentre eles os governos municipal e estadual, os empresários locais, bancos comerciais e de
desenvolvimentos, instituições de pesquisa, cooperativas, associações, dentre outros, estejam unidos em prol da redução das
desigualdades. Assim, considera-se que somente um agente, neste caso o Instituto Federal, não é suficiente para induzir o
desenvolvimento local e regional.
Para trabalhos futuros, considerando a abordagem que realizamos sobre a internacionalização do Instituto Federal
Campus Ponta Porã, sugerimos um aprofundamento neste tema, levando em conta a região de fronteira e também os eventos e
parcerias que a instituição vem realizando com instituições paraguaias.

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