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FACULDADE NOVO MILÊNIO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


VICTOR TEIXEIRA COSTA

DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES: BENEFÍCIOS


PARA OS POLICIAIS E PARA A SOCIEDADE

VILA VELHA
2017
VICTOR TEIXEIRA COSTA

DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES: BENEFÍCIOS


PARA OS POLICIAIS E PARA A SOCIEDADE

Artigo científico apresentado ao curso de Graduação em


Direito da Faculdade Novo Milênio, como requisito
parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito.
Orientadora: Profª. Carolina Nunes de Freitas

VILA VELHA
2017
2

NOME DO ALUNO

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora da Faculdade Novo


Milênio, Curso de Graduação em Direito, como requisito parcial para obtenção
do grau de bacharel em Direito.

Aprovado em:_____/ _____/ _____.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Nome:
Prof. Orientador
Faculdade Novo Milênio

_____________________________________
Nome:
Prof. Avaliador
Faculdade Novo Milênio
3

DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES: BENEFÍCIOS


PARA OS POLICIAIS E PARA A SOCIEDADE

Victor Teixeira Costa1


Ma. Carolina Nunes 2

Resumo: O presente artigo científico busca ressaltar a importância da


desmilitarização das polícias militares brasileira, melhorando a vida profissional
das praças, e por consequência, melhorar a vida da sociedade civil. Outrossim,
visa expor os direitos suprimidos dessa classe trabalhadora, as imparcialidades
de sua justiça especial e o trato que os superiores hierárquicos tem com seus
subordinados, utilizando-se do Código Penal Militar e de regulamentos
disciplinares arcaicos.

Palavras-chaves:

Abstract: This article aims to emphasize the importance of the demilitarization of


the Brazilian military police, improving the professional life of subordinates, and,
consequently, improving the life of civil society. Furthermore aims at exposing
the suppressed rights of this working class, the impartiality of their special
justice, and the treatment of hierarchical superiors to their subordinates, using
the military penal code and archaic disciplinary regulations.

1. INTRODUÇÃO

O processo de redemocratização do Brasil foi fruto de luta da sociedade em


face do regime ditatorial militar imposto desde a década 60. Contudo, a
transição à democracia foi controlada pelo próprio regime autoritário que,
apesar de afastado do poder manteve o modelo de policiamento. A
incorporação de uma polícia militar à Carta Magna de 1988 (art. 144) dificulta
uma futura desmilitarização das polícias militares, pois a proposta teria de ser
por projeto de emenda à constituição - PEC.

A proposta de implantação de desmilitarização das polícias militares representa


a democratização da própria instituição, pois, como são forças auxiliares do
exército (Decreto lei Nº 667/1969 e art. 144 da CF), tudo aquilo que se
1
Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Novo Milênio
2
Professora Orientadora Mestra em Direitos e Garantias Fundamentais
4

compreende como polícia militar, é baseado em hierarquia e disciplina; o


treinamento é direcionado ao combate do inimigo; a hierarquia altamente
rígida; estrutura feita em batalhões, companhias e pelotões, ou seja, tudo
condicionado e formatado ao combate, à guerra, e não para realizar
policiamento ostensivo de forma adequada, aos conflitos nas cidades e no
campo, de acordo com as realidades sociais de cada localidade. Respeitando
os direitos fundamentais dos policiais, os tratando como sujeito de direitos,
para que estes sejam agentes de direitos em relação à sociedade.

No presente artigo busca-se estabelecer um diálogo analítico acerca da


possibilidade de se criar policiamento ostensivo distante do modelo
militarizado, respeitando os direitos dos policiais, sem, contudo, desarmar ou
desequipar a polícia, como se costuma confundir argumentando que o modelo
militarizado impede a consolidação da democracia e viola direitos humanos,
principalmente entre os próprios polícias, e é nesse aspecto que passaremos a
analisar. Por fim, apresentaremos o ideal de democratização das polícias, ao
qual se contrapõem, perigosamente, novas forças militarizantes. Para o
desenvolvimento do presente artigo utilizou-se o método dialético, pesquisas
bibliográficas de materiais já publicados, como livros, artigos, periódicos e
internet. Contudo, com as ponderações aqui expostas não há pretensão de
limitar ou ainda por fim ao debate, ao contrário. A proposta é fomentar as
discussões acerca da temática.

Tenta-se levantar algumas questões institucionais e sociais que esse modelo


militarizado de policiamento traz à sociedade e aos próprios policiais, em
especial as praças, buscando identificar a possibilidade de alteração, com o fito
de apontar possíveis melhoras que a desmilitarização representaria aos
policiais e à segurança pública.

Em debate acerca da desmilitarização é preciso considerar o cenário de


violência experimentado por toda sociedade brasileira, em que muitos policiais
estão inseridos, o que é ainda mais delicado em comunidades carentes
inclusive, as organizações criminosas existentes principalmente em
comunidades carentes onde exercem controle e dificultam que o Estado se
5

faça presente e promovendo cidadania e efetivando direitos, o que torna o


problema ainda mais complexo, aumentando a marginalização.

A desmilitarização trata-se de desvincular o exército da polícia militar com o


viés de tentar humanizar a relação sociedade com o policial militar, e,
principalmente, para benefício do policial militar. A segurança pública precisa
ter um modelo de policiamento diferente do modelo militar, sem seus conceitos,
métodos e organização. Não é mais cabível o investimento nesse velho modelo
de segurança pública, é necessário reinventar; investir em um novo modelo de
polícia, voltado ao respeito do direito das praças3, os tratando como sujeito de
direitos, para que essas, consequentemente, possam humanizar o trato com o
cidadão civil.

Cabe ressaltar que desde o final do regime autoritário, as polícias militares


buscam reconstruir sua identidade e investem na reaproximação com a
sociedade; como o PROERD4, a PATRULHA ESCOLAR5, a implementação de
políticas comunitárias, a inclusão de matérias de direitos humanos, e estes
seriam passos importantes para essa conquista. Contudo, tal tentativa de
mudança ainda não pode ser experimentada em grande escala pela sociedade.

2. AVERSÃO AO MILITARISMO
.
Antes da Constituição de 1934, as polícias militares (Forças Públicas)
ostensivas eram verdadeiros exércitos estaduais. Em 1978 começou o
processo de redemocratização brasileira, ou seja, o fim de um regime
autoritário imposto pelos militares, entretanto as taxas de criminalidade,
principalmente homicídios de jovens nas periferias, só aumentaram a partir
dessa data6.

3
Se diz as praças, e não os praças.
4
PROERD é o Programa Educacional de Resistência as Drogas. Uma adaptação brasileira do programa norte
americano Drug Abuse Resistence Education – D.A.R.E. Implementado em 1992 pela PMERJ e difundido em todo o
Brasil. Atua nas escolas, principalmente na educação infantil e no ensino fundamental, por meio de palestras e aulas
realizadas por policiais militares. Disponível em: < https://www.proerdbrasil.com.br/oproerd/oprograma.htm>
5
Patrulha Escolar é um setor da PMES onde os policiais são exclusivos e preparados para o atendimento de escolas.
Dão palestras de bullyng; atos infracionais, entre outras. Tentam humanizar a relação sociedade x PM.
6
Pesquisa realizada pelo Instituto Sangari diz que o país cresceu 124% na taxa de homicídios em 30 anos. Mapa da
Violência. Disponível em:<www.mapadaviolencia.org.br>
6

É possível verificar certo receio ao regime que vige os militares brasileiros,


fazendo com que o debate ora proposto seja necessário para esclarecer a
sociedade o que representaria a mudança. Percebe-se que parte da população
inclina-se favorável a alteração, no sentido de pôr fim aos resquícios (ainda que
não intencionados) daquele período de exceção, durante o qual houve tortura,
prisões ilegais e outros meios violentos por parte da corporação, implicando na
pulverização dessa violência institucionalizada até hoje ligada ao militarismo.
As Polícias Militares, por sua vez, como forças auxiliares do exército, a
violência tornou-se elemento intrínseco também nas carreiras policiais.

Além das polícias serem auxiliares do exército, segundo Alba Zaluar7 seus
integrantes ainda envolveram com criminalidade e acabaram protegidos pela
“Lei da Segurança Nacional” e “Lei de Anistia” que acarretaram em
impunidade, além de “reprimir a memória de quaisquer atos ilegais, sem um
debate público sobre o perdão e a reconciliação conscientes e aceitos pelos
cidadãos brasileiros”.

O resultado foi que, apesar da democratização não foram discutidas as


consequências da manutenção da militarização, tampouco mudanças nas
práticas policiais, especialmente em relação aos pobres, sendo possível dizer
que os efeitos do regime militar ainda estão presentes no funcionamento dessa
instituição de força e de poder que, muitas vezes desrespeitam os direitos civis,
as liberdades e garantias civis dos cidadãos.

3. OS CONTRATEMPOS DA DESMILITARIZAÇÃO

As polícias militares são braços armados dos governos estaduais, eles detém o
monopólio da violência, estando ainda submissas ao exército, o que retira parte
do seu controle da autoridade civil e implica na diminuição do poder dos chefes
do executivo dos Estados, responsáveis pela segurança pública, conforme
previsão constitucional. Além disso, o Decreto 88540/83 autoriza o Presidente
da República a mobilizar as polícias militares por alguns fatores, que vão de

7
ZALUAR; Alba. Instituto de Estudos Avançados. Democratização Inacabada: fracasso da segurança pública.
Disponível em: <http://www.iea.usp.br/revista/autores/alba-zaluar>
7

grave perturbação da ordem à garantia do “nível necessário de adestramento”


(art. 1º do Decreto 88540/83), demonstrando que a militarização das polícias
dificulta um planejamento da segurança pública. Foi o que ocorreu em fevereiro
de 2017 no Estado do Espírito Santo, quando o comando da Polícia Militar foi
retirado da autoridade civil (governador), e dado ao comando das forças
armadas. Nesses casos, o comandante geral da polícia militar é exonerado.

Além dessa ligação direta entre exército e polícias militares, o trabalho


comunitário e cidadão dos policiais não é incentivado, ao contrário, é
desmotivado, fazendo com que policiais estejam sempre voltados às ações
repressivas e reativas, face ao regime militar adotado.

Ao adotar códigos de conduta militares, tende a enfatizar a hierarquia


e a disciplina, negligenciando o controle do uso da força. O policial
que chega atrasado ao serviço é considerado um infrator, mas o que
abusa da força é considerado um “bravo”. Códigos disciplinares e
normas administrativas são o aspecto que mais afetam a maneira de
agir do policial nas ruas. É fundamental tornar os regulamentos
internos das polícias mais sensíveis a, principalmente, mais
detalhados a respeito do controle do uso da força8

Para Lazzari9, as Polícias Militares não conseguem cumprir suas funções


constitucionais, pois, assim como o exército, elas são preparadas para o
enfretamento do inimigo, e não para exercer o policiamento juntamente com a
sociedade civil. Assim, considerando a manutenção de uma estrutura
militarizada pós 1988, para a formação de uma instituição de segurança pública
ostensiva coerente com o ordenamento jurídico atual e mais adequada e
coerente com as demandas sociais, é fundamental refletir acerca da chamada
desmilitarização.

A desmilitarização significa, portanto:

romper com uma estrutura completamente incompatível com os


princípios democráticos, medida que demandaria uma radical
separação entre as polícias militares e as Forças Armadas, e na
criação de um modelo de polícia unificada, de natureza civil, sendo
imprescindível também a extinção dos sistemas de justiça especiais
destinados aos policiais. Inúmeras seriam as vantagens de uma
polícia exclusivamente civil, sendo que, a unificação das polícias
ostensiva e investigativa, além de uma maior eficiência, traria
8
COSTA, Arthur Medeiros. Tese de Doutorado – Centro de pesquisa e Pós-graduação sobre a Américas da
Universidade de Brasília. 2003, p.47
9
SILVEIRA, Felipe Lazzari. Reflexos sobre a desmilitarização e unificação das polícias brasileiras. 2013, p. 5
8

benefícios aos próprios agentes de segurança, na medida em que a


nova estrutura poderia proporcionar uma carreira mais atrativa aos
mesmos, como ocorre em outros países.10

Os códigos militares atuais comparados aos códigos do período ditatorial


apresentam tendências à diminuição do grau de militarização. Por outro lado,
em que pese o serviço prestado pelas polícias militares seja eminentemente
civil, os regimentos disciplinares vigentes são altamente militarizados. Nesse
sentido, ressalta-se que a Carta Magna prevê a prisão administrativa aos
policiais militares em caso de infrações disciplinares, o que evidencia a
diferença de tratamento jurídico conferida aos militares (única categoria
trabalhadora11 que pode ter sua liberdade privada administrativamente),
cabendo aos regulamentos disciplinares e aos próprios oficiais estabelecer do
que se tratam essas infrações. Assim, tal rigidez de códigos disciplinares e
normas administrativas podem afetar o modo como o policial se comporta nas
ruas. É fundamental tornar os regulamentos internos das polícias mais
sensíveis a, principalmente, mais detalhados a respeito do controle do uso da
força e coerentes com demandas sociais e o novo ordenamento jurídico do
Brasil.

Segundo o professor de Direito Penal da UFES, Thiago Fabres de Carvalho 12,


a desmilitarização é uma questão que se arrasta desde o império e cabe à esta
instituição o controle social da pobreza e das classes subalternas:

Uma polícia sempre dedicada à manutenção do status quo, de uma


determinada ordem política e econômica, para uma pequena parcela
privilegiada da sociedade, exercendo um combate sistemático contra
a população pobre e negra. Nossa forma de segurança pública
militarizada é racista e classista. Ela seleciona como objeto
preferencial de punição os pobres.

Ainda para o referido autor, a polícia militarizada se alicerça nos confronto e no


enfrentamento, sendo necessário a permanente criação de inimigos a serem
combatidos. Desmilitarizar, portanto, romperia com a “lógica

10
SILVEIRA, Felipe Lazzari. Reflexos sobre a desmilitarização e unificação das polícias brasileiras. 2013, p. 11
11
Segundo o Economista da Universidade de Lisboa, Professor Paulo Nunes, trabalhador é: todo aquele que, em
troca de alguma tipo de remuneração, desenvolve algum tipo de trabalho, quer seja de forma independente ou por
conta própria, quer seja integrado numa organização e sob ordens desta
12
CARVALHO. Thiago FABRES. Greve da polícia e explosão de violência no ES: premissas para o debate sobre a
paz armada. Disponível em:<justificando.cartacapital.com.br/2017/02/09/grebe-da-policia-e-explosao-de-violencia-
no-es-premissas-para-o-debate-sobre-paz-armada/> Acesso em: 18/09/2017
9

amigo versus inimigo, tratando o cidadão como cidadão, ainda que ele venha a
cometer delitos, ainda que ele venha eventualmente a transgredir regras”.13

Ademais disso, é importante ressaltar que a temática da desmilitarização não


encontra muito interesse político, pois representaria perda de poder e controle
sobre a instituição que se trata do braço armado do Estado, inclusive perda de
poder pelas patentes mais altas em relação às mais baixas, as quais, por sua
vez, teriam mais liberdade para pensar, agir e não agir. Isso poderia
representar a não aplicação de penas arbitrárias das patentes superiores às
inferiores, ou ainda a imposição de prisões administrativas, especialmente
sobre as praças.

4. AS FACES DA MILITARIZAÇÃO

A Constituição Federal prevê que as PMs são forças auxiliares do exército,


logo, estão subordinadas a ele, contudo, tal subordinação é característica em
regimes autoritários e não de uma democracia. A atuação das forças armadas
tem legalidade no art. 142 da CF, regulamentado pela Lei Complementar nº69
de 1991, o que implica na manutenção da vinculação entre PMs e exército.

Segundo Cerqueira,14 a militarização é um processo em que se adota


“modelos, métodos, conceitos, doutrina, procedimentos e pessoal militares em
atividades de natureza policial, dando assim uma feição militar às questões de
segurança pública”. Tal feição acarreta em facetas específicas, como a
organização da justiça militar, a serem tratadas a seguir, bem como contribui
com dificuldades em discutir acerca da desmilitarização e nas chances de
mudanças e desvinculação entre tais instituições.

4.1. DA ORGANIZAÇÃO

13
CARVALHO. Thiago FABRES. Greve da polícia e explosão de violência no ES: premissas para o debate sobre a
paz armada. Disponível em:<justificando.cartacapital.com.br/2017/02/09/grebe-da-policia-e-explosao-de-violencia-
no-es-premissas-para-o-debate-sobre-paz-armada/> Acesso em: 18/09/2017

14
CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth. Remilitarização da segurança pública: a Operação Rio. Discursos
Sediciosos – Crime, Direito e Sociedade. Rio de Janeiro. P.140 . 1998.
10

Como já mencionado anteriormente as policias são forças auxiliares do exército


tem hierarquia altamente rígida, estrutura em batalhões, companhia e pelotões,
formação para o combate, para o enfrentamento do inimigo. Hierarquia e
disciplina são valores e lema de policias militares de regimes disciplinares
arcaicos das instituições militares. Ainda hoje os regramentos disciplinares das
PMs são redigidos à semelhança do Regulamento do Exército, por força do art.
18 do Decreto-Lei 667/69, com base em concepção de disciplina que, conforme
a nova ordem jurídica soa obsoleta, muitas vezes arbitrárias, especialmente
nas previsões de prisão disciplinar.

A corporação é formada por duas classes de militares, oficiais e praças, porém,


há enorme distanciamento entre ambas carreiras dentro da mesma instituição,
criando um abismo entre os oficiais e praças. Inseridos numa estrutura
hierarquizada é muito comum relatos do uso da disciplina de modo autoritário
que acarreta em humilhação de comandados, violação do princípio da
dignidade da pessoa humana, desrespeito a qualquer analogia às leis
trabalhistas, além de constante estresse psicológico15. Nesse ponto, é
interessante destacar que no início do mês de novembro, três militares do
Espírito Santo tentaram tirar a própria vida em apenas uma semana, sendo que
um deles obteve êxito.16 O índice de suicídio e da tentativas aumentaram
absurdamente desde a manifestação dos familiares em fevereiro deste ano,
entretanto, nada é feito pelo alto comando da PMES, muito menos pelo
governo. E isso tudo pela negação de direitos e a forte pressão do alto
comando, em especial, sob as praças.

Essa violência institucional, por sua vez, se reflete nas ações realizadas junto à
população civil, pelos dados e notícias diuturnamente veiculadas pelos veículos
de comunicação, há muita força repressora exercida pelos policiais face aos
civis. Quando uma instituição que deveria ser civil, considerando a nova ordem
jurídica e as necessidades sociais, continua vinculada ao Exército nacional,

15
Pesquisa realizada por estudantes da Universidade José do Rosário Vellano chegou à conclusão que 46% dos
policiais militares apresentaram estresse em algum nível.
16
Por que policiais se matam? Polícia Militar capixaba vive entre a contradição de salvar vidas e conviver com o
suicídio de membros da tropa. Disponível em:<http://www.elimarcortes.com.br/2017/11/por-que-os-policiais-se-
matam-policia.html>
11

percebe-se a gravidade da questão, uma vez que aqueles servidores militares


formados, treinados e o modus operandi da instituição militar se reflete no
tratamento conferido aos civis.

Além da formação e formatação dos militares, o próprio Estado nega


determinados direitos essenciais a esta classe trabalhadora (direito a greve,
carga horária definida, hora extra, previsão de prisão administrativa), o que
acaba por se omitir na efetivação de direitos fundamentais de toda uma
categoria de servidores. Por outro lado, tal omissão tem reflexo sério nos
serviços prestados à sociedade e na qualidade desses serviços. Ademais, é
preciso encarar o policial enquanto sujeito de direito e agente, não apenas
como uma farda e uma boina, mas um recurso humana material fundamental
ao Estado e seus cidadãos. A desmilitarização traria esses benefícios
gradativamente.

A vinculação ao exército, o regime baseado na disciplina e hierarquia que


impede questionamentos, a formação da corporação com estruturas e
conceitos militares, além da negativa de direitos pelo Estado acarreta na
imobilidade de tal estrutura e mantém a ideia da segurança pública ligada ao
policiamento ostensivo militarizado.

Todavia, ao se desvincular do exército e sua estrutura, a polícia militar poderia


ser prestadora de serviços de segurança, pautada em regras e valores diversos
de natureza civil, sendo imprescindível também a extinção dos sistemas de
justiça especiais destinados aos policiais, e benefícios à sociedade. “É
necessário passar a pensar a polícia como serviço público, e não como força
pública”17. Assim, com a atividade de natureza civil em respeito à nova ordem
jurídica, haveria dependência e autonomia das policias militares em relação ao
Exército.

Dessa forma, policiais forjados de modo diverso ao modelo militarizado


possibilitaria uma doutrina democrática de policiamento, a aproximação do
saber acadêmico à prática da segurança pública e abrindo “a possibilidade de

17
CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth. Questões preliminares para a discussão de uma proposta de diretrizes
constitucionais sobre a segurança pública. Revista Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo, n. 22, p. 139-181,
abr./jun. 1998, p. 175.
12

socialização e consequente formação de uma nova elite organizacional em


termos de valores e visão de mundo adequados aos parâmetros normativos da
democracia”.18

O afastamento entre exército e policia, com critérios e valores democráticos na


sua formação, implicaria maior eficiência nos serviços por ela prestados,
beneficiando ainda aos próprios agentes de segurança, o que garante aos
membros da instituição respeito a direitos e princípios conferido a todos civis e
demais servidores.

4.2. DA JUSTIÇA MILITAR

A justiça militar se trata de uma justiça especializada que processa e julga os


membros das forças armadas e policiais militares por crimes tipificados nos
códigos militares. Uma grande crítica acerca da justiça militar é o rigor de
determinadas infrações por conduta disciplinar. Ou seja, o regimento interno
das polícias militares e o Código Penal Militar, através da Justiça Militar são
utilizados como meio de controle da tropa, onde os militares estaduais são
punidos e podem perder sua liberdade por pequenos delitos, incluindo, por
exemplo, o militar que deixa de usar a boina, ou aquele que “trabalhar mal 19” ou
de um “fardamento em desalinho”20.

No Brasil, com a exceção dos crimes dolosos contra a vida; o abuso de


autoridade, a tortura e o racismo, que são julgados pela Justiça Comum, os
demais crimes cometidos pelos policiais militares são investigados,
processados e julgados pela Justiça Militar.

O militar é a única categoria de trabalhadores que ainda podem ser presos por
motivos administrativos21 ou disciplinares, quando não há flagrante delito ou
ordem fundamentada de autoridade judiciária competente (art. 5º, LXI da CF),
tampouco tem direito a habeas corpus (art. 142 da CF). Essa categoria também
18
SAPORI, Luís Flávio. Segurança Pública no Brasil: Desafios e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007,
p. 118.
19
Art. 136, II, b, do Decreto 254-R
20
Art 137, II, a, do Decreto 254-R
21
A lei 12.403 de 2011 revogou o art. 319 do CPP que previa a prisão administrativa.
13

é proibida de realizar greve (art. 144, § 6º da CF), não tem direito a FGTS,
além de outros direitos celetistas suprimidos que o trabalhador comum possui.

Outrossim, alguns graus da justiça militar (conselho de disciplina) são


compostos por oficiais superiores que não detém saber jurídico para tanto, ou
qualquer outra especialização (Lei 3206 de 25.05.1978), o que pode
representar em parcialidade dos julgamentos ou decisões diversas de regras
legais, considerando os parâmetros da justiça comum. Este conselho formado
por oficiais, que julgam por serem oficiais, em detrimento de conhecimento
técnico, tem poderes para exclusão dos praças da corporação. Ou seja, uma lei
anterior à CF de 1988 tem poderes para excluir um servidor público, cujo
processo e decisão são realizados por quem não detém conhecimento técnico
para tanto.

A desmilitarização acarretaria no fim da justiça militar, além de encerrar com o


corporativismo (principalmente entre oficiais), colocaria os policiais sub judice
da justiça comum. Com isso, diminuiria a imposição desse regime espartano
utilizado pelos oficiais, através de códigos disciplinares arcaicos e o Código
Penal Militar, para controlar a tropa através do medo, abusando de prisões
inconstitucionais e não respeitando os direitos humanos das praças. Uma
realidade axiomática nas PMs brasileiras, contudo, pouco discutido e pouco
divulgada, principalmente pela grande mídia. Ademais, se encerrar-se-ia essas
22
punições abusivas de determinadas infrações supostamente indisciplinares.

Pode-se concluir que as prisões arbitrárias se tornariam muito mais difíceis.


Ademais disso, as praças, ao serem julgados não ficariam tão vulneráveis, o
que lhe conferiria maior segurança, autonomia e tranquilidade no desempenho
de seu trabalho junto à sociedade, especialmente.

5. MUDANÇAS

22
Humam Rights Watch. Brasil: Polícia Militar Silenciada. Disponível em: <
https://www.hrw.org/pt/news/2017/03/09/300970>
14

O Brasil precisa romper com o paradigma de militarização da polícia, buscando


um novo modelo de polícia coerente à ordem constitucional, uma polícia
cidadã, voltada para a integração da comunidade, com conhecimento e
respeito aos Direitos Humanos. A Constituição Federal declara que a
segurança pública e dever do Estado e responsabilidade de todos, sendo
assim, tanto o Estado quanto à sociedade devem assumir esse papel, cabendo
uma reflexão profunda acerca de outro modelo policial.

Por meio da desmilitarização o policial seria colocado em papel diverso do


atual, mais próxima do cidadão e das necessidades sociais, além de mais
liberdade para o próprio policial. Nas palavras de Cotta23:

Esse modelo deve romper radicalmente com o velho paradigma militar e


fazer com que a polícia se torne protagonista do direitos e cidadania. Os
policiais devem ser reconhecidos como sujeitos históricos e políticos e,
portanto, potenciais agentes de transformação. Isso pressupõe, é claro, o
reconhecimento dos direitos dos próprios policiais enquanto cidadãos, pois,
caso contrário, as diversas normas que colocam o policial como promotor
de direitos humanos se tornam ineficazes.

Como se vê, um novo modelo de policia distanciada do autoritarismo, levaria o


policial (inserido e acostumado com a própria estrutura militarizada) rompesse
com o militarismo, elevando o profissionalismo do agente de segurança
pública, melhores condições de trabalho, garantia de seus direitos, bem como
garantia de direitos dos cidadãos civil, o que no atual paradigma há violações
constantes.

A polícia deve garantir a segurança interna, inclusive a desmilitarizada


realizando o patrulhamento ostensivo, enquanto que ao Exército incumbe
garantir a segurança externa do país. No entanto, a função de ambos estaria
desvinculada ao modelo original. As PMs não podem ter o mesmo treinamento;
regimento; justiça, ou qualquer outra característica semelhante, posto que o
exército é treinado para o enfretamento do inimigo, enquanto a polícia militar
serve o cidadão em pleno estado Democrático de Direito.

Assim, a desmilitarização se trata apenas de um conceito de Polícia diverso da


militar, mas busca um modelo de uma polícia cidadã e comunitária, capaz de

23
COTTA, Francis Albert. Breve História da Polícia Militar de Minas Gerais. 2006, p. 141
15

resolver e pacificar conflitos urbanos e do campo, respeitando direitos dos


cidadãos e dos policiais, capaz de solucionar esse tipo de conflito.

Ressalta-se que o Brasil tem a nona maior taxa de homicídios do mundo 24, e
isso não é problema de uma polícia militarizada, é um problema social que
aflige toda a sociedade brasileira. Desse modo, a própria sociedade precisa
desvincular as funções de policial e do militar. Isto porque, tratam-se de
funções completamente distintas, e essa confusão dificulta o processo de
desmilitarização das PMs, justamente por confundir com o desarmamento 25 ou
o fim da polícia ostensiva.

Uma pesquisa realizada em 2014 pelo Fórum Brasileira de Segurança Pública26


afirma que 77,2% dos entrevistados demonstraram ser a favor da
desmilitarização da PM e 51,2% afirmam que as atuais carreiras policiais não
são adequadas e devem ser reformuladas. Outra pesquisa indica que 77% da
população que tem renda até de dois salários mínimos não confiam na atuação
da polícia. Este índice diminui entre os mais ricos, mas ainda assim gera uma
desconfiança alarmante, onde 59% dos entrevistados que possuem renda
superior a 10 salários mínimos não confiam no trabalho da polícia.27

Percebe-se uma total descrença nas PMs por parte de todos. É preciso romper
este paradigma e desmilitarizar, construir um novo modelo de polícia, voltada
para o cidadão e respeitando os direitos dos policiais, em observância aos
princípios e direitos constitucionais.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há que se ressaltar que a desmilitarização, embora considerada salutar para


adequação à ordem jurídica democrática não tem tomado as devidas
24
Organização Mundial da Saúde. Dados da Organização Mundial da Saúde. Disponível
em<:www.who.int/eportuguese/publications/pt/> e em <brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-9-maior-taxa-
de-homicidios-do-mundo,70001788030> Acesso em: 28/10/2017
25
Desarmamento seria uma possível retirada das armas de fogo em posse dos policiais militares, para que
trabalhassem sem as armas, levando a teoria de que quanto menos armas, menor seria a violência.
26
Pesquisa: Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública, promovida pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Centro de Pesquisas Jurídicas Aplicadas da Fundação Getúlio Vargas e
pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
27
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Relatório ICJBrasil n.13, Direito GV, 1 trimestre 2012.
16

proporções nos debates sobre segurança pública. Conforme pontuado


anteriormente a desmilitarização acarretaria em melhoria na vida profissional
dos policiais, além de um trabalho melhor prestado à população.

Ressaltou-se a importância de pôr fim a uma Justiça Militar, através da


desmilitarização, objetivando a relação humanitária do policial com o cidadão e,
ainda, para um julgamento igualitário e impessoal, retirando a autoridade de
julgar dos oficiais, fazendo com que os policiais sejam processados e julgados
de mesmo modo que um cidadão civil.

Cumpre destacar ainda que comumente as praças se veem obrigados até a


realizar serviços privados por medo de retaliação. As corregedorias não são
autônomas, o poder, de modo geral está concentrado nas mãos dos
comandantes, que, em muitas oportunidades cumprem interesses políticos. Tal
fato é facilmente percebido pelas punições impostas a membros da
corporação, após os movimentos paredistas dos familiares que bloquearam a
porta dos batalhões no Espírito Santo, em fevereiro deste ano, sem, contudo, a
clara demonstração de que participaram do movimento.

Neste ano, a organização Human Rights Watch 28 denunciou os problemas


enfrentado por policiais que são punidos apenas por expressar opiniões que
desagradam o comando da instituição, ou que opinam pela desmilitarização.

Este modelo militarizado não se sustenta mais, nem a sociedade em geral o


quer, nem os próprios militares. Desse modo, o rompimento com esse modelo
é fundamental, construindo um novo modelo de polícia, conferindo e
respeitando direitos e garantias aos policiais.

Não obstante, a população brasileira também seria beneficiada, já que, com a


desmilitarização acarretaria uma melhora das condições de trabalho do policial,
e o fruto disso seria um avanço positivo no trato com a sociedade, no sentido
de respeitar seus direitos fundamentais. Ademais, a desmilitarização traria o
início do fim da cultura violenta impregnada nessas corporações.

28
Humam Rights Watch. Brasil: Polícia Militar Silenciada. Disponível em: <
https://www.hrw.org/pt/news/2017/03/09/300970>
17

Compreende-se que apontar como única solução da segurança pública a


polícia militar é um equívoco, pois do contrário, bastaria colocar uma grande
quantidade de policiais nas ruas que o problema seria resolvido. A questão,
porém, é maior e mais complexo do que o fim de uma polícia militarizada, mas
é preciso iniciar o debate dessa temática.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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