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CAPITÃO POÇO - PA
2019
ANTONIO MARICÉLIO BORGES DE SOUZA
CAPITÃO POÇO - PA
2019
Ficha Catalográfica
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca Maria Auxiliadora Feio Gomes / UFRA - Capitão Poço
___________________________________________________________________________
S729i Souza, Antonio Maricélio Borges de
CAPITÃO POÇO - PA
2019
Aos meus pais, Luiz Magalhães de Souza e
Maria José dos Santos Borges.
Aos meus irmãos, Francisco Antonio, Antonio
Márcio e Anderson Mateus.
Aos meus avôs, avós, tios, tias, primos e primas.
Ofereço!
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me proporcionado esta experiência incrível de ter cursado a graduação
que tanto almejava e a Universidade Federal Rural da Amazônia campus de Capitão Poço.
Aos meus pais, Luiz Magalhães de Souza e Maria José dos Santos Borges que em
momento algum deixaram de acreditar, mesmo com toda a distância entenderam que ela era
necessária, apoiando, seja de forma financeira ou com palavras incentivadoras.
Aos meus irmãos, Francisco Antonio, Antonio Márcio e Anderson Mateus, por todo
carinho, apoio, amizade, pelas conversas e pelos conselhos, bem como minhas cunhadas
Aldenira Andrade, Tatyane Santos e Érika Silva, por todo carinho, apoio e incentivo, e
também a minha sobrinha Kathely Sofia.
Aos meus avós, tios, tias, primos e primas, de forma direta e indireta me deram forças.
Em memória aos meus avôs Luiz Manoel Borges e Francisco de Souza Uchôa.
À minha segunda família, Keila de Nazaré Amaral Alves, Whesley Thiago dos Santos
Lobato, Jiselly de Oliveira Leão, Ayla Julliane da Silva Leal e Nagib José Carvalho de Lima
Júnior, por me apoiarem, serem conselheiros, amigos, e acima de tudo, irmãos. Sou
imensamente grato por conhecer vocês.
Aos meus amigos, Dalcirlei Albuquerque, Thiago Fernandes, Júlio Soares (por ter
doado os frutos de açaí), Lucas Souza, Fabíola Almeida, Nayara Pontes, Daniella Amor,
Juliane Pastana, Sida Messias, Iolly Mesquita, Ana Helena Henrique, Bruna Oliveira, Haroldo
Filho, Milka Gabriela, Igor Mesquita, Ícaro Castro e em especial Edna Jayla, por oferecer
suporte nesta elaboração.
Aos professores da graduação, em especial ao meu mestre Adriano Vitti Mota, pelo
estágio deferido. Grato por todo conhecimento repassado por cada um de vocês, e também ao
meu orientador José Luiz Moraes por acolher a ideia para realização deste trabalho.
Obrigado a equipe do Laboratório de Química (Multiusuário), Lívia Sousa e Fábio
Lucas pela acolhida, ajuda e orientação na fase das análises e do meu Estágio Supervisionado
Obrigatório, e também ao técnico administrativo Osvaldo Noronha.
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi verificar a influência do tempo de infusão com duas fontes
alcoólicas diferentes na elaboração e caracterização físico-química do licor de açaí. Fez-se uso
da cultivar BRS Pará e duas fontes alcoólicas diferentes com três tempos de infusão. A
elaboração do licor e as análises físico-químicas (Potencial Hidrogeniônico (pH), Sólidos
Solúveis Totais (SST), Acidez Total Titulável) foram efetuadas no Laboratório de Química
(Multiusuário), localizado na Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Capitão
Poço-PA, com exceção da análise de teor alcoólico, que foi realizada no Laboratório de
Processamento e Análises Químicas de Alimentos do Centro de Tecnologia Agropecuária
(CTA) localizado na Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Belém. No que se
refere aos valores de pH, pôde-se observar que quanto maior o tempo de infusão, menor foi o
valor obtido nesses, sendo a fonte alcoólica Vodka a que alcançou os maiores valores. Houve
diferença significativa a 5% de probabilidade na comparação das médias entre os valores de
pH para a variável fontes alcoólicas e também para os tempos de infusão de 07 e 14 dias ao
serem comparados com o de 21 dias. Tal diferença deve-se ao fato de que os valores não se
encontrarem próximos uns dos outros. Em relação aos sólidos solúveis totais expressos em
%Brix, os valores mostraram-se estáveis para ambas as fontes alcoólicas e tempos de infusão.
Tal resultado se deve ao fato do mesmo volume de calda utilizado. Quanto a acidez total
titulável, a comparação das médias mostrou que não houve diferença significativa para
nenhuma das variáveis, pois os valores encontrados estavam bem próximos uns dos outros.
No que concerne ao teor alcoólico dos licores elaborados, todos os valores estão dentro da
faixa permitida pela Legislação Brasileira de Bebidas vigente. A elaboração do licor a base de
açaí mostrou-se como uma ótima alternativa para os produtores do fruto, revelando uma
forma de evitar a perda no excedente da produção ou na pós-colheita dada a pouca
perecibilidade devido a carga microbiana presente, bem como também, melhor agregação de
valor no produto obtido, visto que, em seu processamento exige tecnologia simples e possui
ingredientes básicos que são de fácil aquisição em sua composição. Conclui-se ao analisar as
características físico-químicas que o melhor licor obtido foi o da fonte alcoólica aguardente
com 21 dias de infusão, sendo esse denominado de licor fino ou doce, devido a quantidade de
açúcar presente no produto elaborado. Todos valores obtidos nas análises se encontram dentro
da faixa exigida pela Legislação Brasileira de Bebidas vigente no Brasil.
The objective of the present work was to verify the influence of the infusion time with two
different alcoholic sources on preparation and physico-chemical characterization of the acai
berry liqueur. Made use of the grow crops BRS Pará and two sources different with three
alcoholic infusion times. The liquor and the physical-chemical analysis (hydrogen potential
(pH), Total soluble solids (TSS), Total Titratable Acidity) were made to the chemistry lab
(multiuser), located at Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Capitão Poço/PA,
with the exception of alcoholic content analysis, which was performed in the laboratory of
processing and Chemical Analyses of agricultural technology Center (CTA) located at
Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Belém. With regard to pH values, one
could observe that the higher the infusion time, minor was the value obtained in these, vodka
being the source alcoholic who reached the highest values. There was significant difference
the 5% probability in the comparison of averages between pH values for the variable fonts
and also for times of infusion of 07 and 14 days to be compared with the 21 days. Such
difference is due to the fact that the values are not close to each other. In relation to total
soluble solids, expressed in% Brix, the values were stable for both sources and infusion times.
Such a result is of the same volume of syrup used. As the titratable total acidity, the
comparison of the averages showed that there was no significant difference for any of the
variables, because the values found were right next to each other. In the alcohol content of
berry liqueur açai produced, all values are within the range permitted by Brazilian Law of
existing Drinks. The Acai-based liquor showed up as a great alternative for producers of the
fruit, revealing a way of avoiding the loss in surplus production or in post-harvest given the
little perishability due to microbial present load, as well as, best value in the product, because
your processing requires simple technology and has basic ingredients that are easy to purchase
in your composition. Concluded the analyze physicochemical characteristics that the best
liqueur obtained was the alcoholic source with 21 days of infusion, which is called thin liquor
or candy, because the amount of sugar present in the product. All values obtained in the
analyses are within the range required by Brazilian Legislation existing drinks in Brazil.
Tabela 1 - Formulação dos licores de açaí em relação as fontes alcoólicas e tempo de infusão.
.................................................................................................................................................. 34
Tabela 2 – Formulação dos licores de açaí em relação ao volume de extrato alcoólico e
adição da calda de açúcar. ........................................................................................................ 37
Tabela 3 – Valores de pH obtidos nos licores de açaí. ............................................................ 42
Tabela 4 – Análise de variância por meio do quadrado médio para a variável pH e coeficiente
de variação em função das diferentes fontes alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí. 42
Tabela 5 – Análise de comparação das médias entre os valores de pH em função das
diferentes fontes alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí. ........................................... 43
Tabela 6 – Valores de %Brix e quantidade de açúcar (g/L) obtidos no licor de açaí. ............. 44
Tabela 7 – Análise de variância por meio do quadrado médio para a variável acidez total
titulável e coeficiente de variação em função das diferentes fontes alcoólicas e tempos de
infusão do licor de açaí. ............................................................................................................ 44
Tabela 8 – Análise de comparação das médias entre os valores de acidez total titulável em
função das diferentes fontes alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí. ......................... 45
Tabela 9 – Valores referentes aos teores alcoólicos dos extratos em função das diferentes
fontes alcoólicas e tempos de infusão. ..................................................................................... 45
Tabela 10 – Valores referentes aos teores alcoólicos dos licores em função das diferentes
fontes alcoólicas e tempos de infusão. ..................................................................................... 46
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
Como a procura por licores artesanais oriundos de produtos regionais está crescendo, a
elaboração de licor de açaí mostra-se como uma ótima alternativa para auxiliar na composição
da renda dos agricultores. O trabalho em questão é de grande relevância social, uma vez que o
mesmo vem proporcionar informações técnicas e científicas a respeito da elaboração do licor
de um fruto encontrado em todo o estado do Pará e consumido diariamente pela maioria da
população paraense, principalmente por ribeirinhos e agricultores familiares que cultivam o
açaí.
Considerada uma das mais diversificadas do mundo, a fruticultura brasileira conta com
uma área de cultivo que supera 2 milhões de hectares. De norte a sul do País, uma grande
variedade de espécies de frutas temperadas e tropicais são cultivadas, produzindo 44 milhões
de toneladas ao longo do ano, tornando assim o Brasil como o terceiro maior produtor de
frutas (GOVERNO DO BRASIL, 2018).
Dentre essas espécies cultivadas no Brasil, destaca-se o açaí, muito apreciado na
região Norte do país. O açaí é fonte de renda de cerca de 13.000 produtores no Pará, tendo
grande importância socioeconômica no estado, que é o maior produtor, envolvendo 300 mil
pessoas de 54 municípios. O cultivo do açaizeiro no Pará movimenta mais de R$ 3 bilhões
por ano (AGRICULTURA, 2017). A polpa de açaí é largamente empregada na produção
industrial ou artesanal de sorvetes, geleias e licores (NASCIMENTO; CICERO;
NOVEMBRE, 2010). O açaí é um dos produtos mais ricos em antocianinas além de
representar uma importante fonte de lipídios, proteínas, fibras, minerais (Mn, Cu, Cr, B) e
vitaminas. O alto teor de lipídio do açaí confere ao produto um elevado valor energético
(SANTOS et al., 2008).
Quando considerados os elevados índices de perdas na comercialização de frutas no
Brasil, há a necessidade de os produtores desenvolverem algumas formas de utilização da
matéria prima para diminuir as perdas, isso implica na fabricação de doces, compotas e
recentemente a fabricação de cervejas, cachaças e licores (ASQUIERI et al., 2009).
De acordo com Geocze (2007), a forma refinada de utilizar o açaí com a finalidade de
extrair e conservar o seu teor fenólico é a elaboração de um licor que se dá com a imersão
desse em aguardente por um período mínimo de sete dias. Por se tratar de produtos altamente
perecíveis, o processamento de frutas torna-se uma boa alternativa para minimizar as perdas
pós-colheita, estas as quais, representam cerca de 30 % da produção (SOUSA et al., 2010).
14
Teixeira et al. (2005) afirmam que o processamento torna uma matéria-prima altamente
perecível em um produto com extensa vida útil.
Os licores são construídos basicamente por três ingredientes: álcool, açúcar e o extrato
aromático. São bebidas que agradam aos paladares mais exigentes, possuindo suas receitas
preservadas por gerações (BRITO et al., 2010). O consumo de licores no Brasil cresce 5,1 %
ao ano, fato este que motiva o investimento neste setor e aumenta as oportunidades nesse
mercado (ALVES et al., 2010). A combinação adequada do teor alcoólico e quantidade de
açúcar desempenham um papel fundamental quanto à aceitação do licor por parte dos
consumidores (TEIXEIRA et al., 2007).
A produção artesanal de licores constitui alternativa interessante para proporcionar
aumento da renda familiar, pois o processamento exige tecnologia simples, o produto final é
comercializado em temperatura ambiente e apresenta extensa vida de prateleira (BARROS et
al., 2008). Os licores são uma categoria de bebidas que tem se reinventado, tanto pela
evolução tecnológica como pela diversidade de sabores, e obteve um crescimento nas vendas
no mercado brasileiro nos últimos anos (PASSOS et al., 2013).
O objetivo do presente trabalho foi verificar a influência do tempo de infusão com
duas fontes alcoólicas diferentes na elaboração e caracterização físico-química do licor de
açaí.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A espécie se desenvolve bem em vários tipos de clima e solos, mas prefere regiões
tropicais com temperatura média de 26 ºC, índice pluviométrico superior a 2.300 mm e
períodos de estiagem bem definidos (SANTOS, 2001). Na região Amazônica, o açaizeiro
flora e frutifica praticamente durante todo o ano, porém os picos de floração e frutificação
ocorrem com maior frequência, nos períodos de janeiro a maio e de setembro a dezembro,
respectivamente (OLIVEIRA, 2002).
É uma palmeira cespitosa, com até 25 estipes por touceira em diferentes estádios de
desenvolvimento (Figura 1A). Os estipes das plantas adultas apresentam altura e diâmetro
variando entre 3 m e 20 m e 7 cm e 18 cm, respectivamente, sustentando, em sua porção
terminal, um conjunto de 8 a 14 folhas, sendo cilíndricos, externamente lisos, de cor cinza,
com manchas de líquens (HENDERSON & GALEANO, 1996; OLIVEIRA et al., 1998).
O fruto é uma drupa globosa, pesando de 0,8 g a 2,3 g e diâmetro de 1 a 2 cm, verde
brilhante quando imaturo e violáceo ou verde opaco quando maduro, contendo mesocarpo
fino, de 1 a 2 mm de espessura, de coloração variável e parte comestível variando de 5 % a 15
% do fruto (CAVALCANTE, 1991; ROGEZ, 2000) (Figura 1B).
As folhas, são compostas, pinadas de arranjo espiralado, com 40 a 80 pares de folíolos,
opostos ou sub-opostos e inseridos em intervalos regulares. Em cada folíolo encontra-se uma
nervura central, proeminente na face adaxial e mais dois conjuntos com duas ou três nervuras,
proeminentes na face abaxial, uniformemente distribuídos em relação ao plano divisório da
nervura central (PRANCE & SILVA, 1975; HENDERSON & GALEANO, 1996).
A inflorescência é infrafoliar, desenvolvendo-se em maior intensidade após a queda da
folha e quando aberta apresenta-se disposta quase horizontalmente. Possui 5 pedúnculos, com
comprimento entre 5 cm e 15 cm e diâmetro entre 2,7 cm e 4,0 cm (Figura 1C). A disposição
das flores é ordenada em tríades, de tal forma que cada flor feminina fica ladeada por duas
flores masculinas (CAVALCANTE, 1991; HENDERSON & GALEANO, 1996). Em uma
mesma inflorescência, a antese das flores masculinas (estaminadas) e femininas (pistiladas) é
gradativa, ocorrendo em fases com separação temporal, iniciando sempre com a abertura das
flores estaminadas (OLIVEIRA & FERNANDES, 1993). O período de floração mais intensa
coincide com a época de maior precipitação de chuvas, enquanto o de frutificação predomina
na época mais seca do ano (JARDIM & KAGEYAMA, 1994).
O sistema radicular é do tipo fasciculado relativamente denso, com raízes emergindo
do estipe da planta adulta em altura de 30 cm a 40 cm acima da superfície do solo e,
apresentando, nessa situação coloração avermelhada e aproximadamente 1 cm de diâmetro
(HENDERSON & GALEANO, 1996) (Figura 1D).
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Fonte: A) CARVALHO, (2011); B) ROCHA, (2017); C) AMAZÔNIA, (2014); D) OLIVEIRA & FARIAS
NETO, (2004).
Figura 2 - Plantio comercial de açaizeiro irrigado da cultivar BRS Pará no Sítio Santa Laura, Capitão
Poço-Pará.
Por ser uma planta de polinização cruzada, mesmo após o segundo ciclo de seleção,
ocorre variação entre as plantas para diversos caracteres. Em avaliação feita nessa área,
compreendendo 400 plantas, aos 3 anos após o plantio, foram obtidos os seguintes valores
médios: altura da planta (4,2 m); circunferência do diâmetro à altura do colo da planta (58
cm); número de cacho/planta (4,4) e altura de inserção do 1º cacho (112 cm) (OLIVEIRA &
FARIAS NETO, 2004).
A produção de frutos teve início no 3º ano do plantio e, nos 2 primeiros anos, a
produtividade alcançou 3t/ha. Vale ressaltar que a primeira safra ocorreu de maneira
desuniforme, fato comum na produção de frutos, e distribuiu-se em todos os meses do ano.
Foi verificado, também, que a partir do 4º ano, a produção concentrou-se no 2º semestre. No
5º ano, a produtividade atingiu 4 t com projeções de 6 t para o 6º ano; 8 t para o 7º e 10 t para
o 8º ano (OLIVEIRA & FARIAS NETO, 2004).
juntos produziram 71,2 % do total estadual (SEDAP, 2016 citado por BENTES et al., 2017).
A venda de polpa congelada, para outros estados Brasileiros, vem aumentando
significativamente com taxas anuais superiores a 30 % podendo chegar à cerca de 12 mil
toneladas por ano. A demanda pelo açaí fora da região norte também está em alta, com o
produto tendo boas possibilidades de mercado, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo,
Brasília, Goiás e na Região Nordeste (SEBRAE, 2014).
O reconhecimento do açaizeiro como fruteira de expressão econômica é fato recente,
ultrapassando as fronteiras da Amazônia, sendo comercializadas nas grandes capitais
brasileiras nas mais diferentes formas (SANTOS et al., 2008). A exploração do açaí é de
fundamental importância para as economias dos estados como o Pará, Maranhão, Amapá,
Acre e Rondônia, especialmente para o primeiro e o terceiro, pois responde pela sustentação
econômica das populações ribeirinhas (SEBRAE, 2014). No comércio interestadual e
internacional de açaí, a polpa é líder, respondendo, em 2015, por 97 % do total
comercializado de 83,7 mil toneladas, cujo valor foi de R$ 391 milhões (BENTES; HOMMA;
SANTOS, 2017). Segundo dados do site Revista News (2018) no ano de 2016, o principal
produtor de açaí no Brasil continua sendo o estado do Pará, onde foram extraídas 131.836
toneladas em 2016. Em seguida, aparecem Amazonas (57.572 toneladas), Maranhão (17.508
toneladas), Acre (4.459 toneladas), Amapá (2.627 toneladas) e Rondônia (1.605 toneladas).
Para a população ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada pelo
açaizeiro é a comercialização do seu fruto in natura, advinda de uma agricultura de base
familiar. A produção de frutos para o mercado local é uma atividade de baixo custo e de
excelente rentabilidade econômica (PAGLIARUSSI, 2010).
2.2 Licor
mel quando utilizado como fonte de açucares. O licor deve apresentar graduação alcoólica de
15 a 54 % em volume a 20 °C, e um percentual de açúcar superior a 30 g/l, para que haja um
equilíbrio entre o sabor adocicado e o teor alcoólico (BRASIL, 2009).
Existem inúmeros tipos de licores, variando desde os “tradicionais”, produtos muito
fortes, aos “especiais”, produtos mais leves, tais como brands, cremosos e aperitivos
(GUTIÉRREZ et al., 1995). Podem ser denominados de seco, fino ou doce, creme ou
cristalino, sendo que o licor seco é a bebida contendo mais de trinta e, no máximo cem gramas
de açúcares por litro (BARROS et al., 2008). Um dos principais atributos de qualidade de um
licor é a sua aparência que, por sua vez, está intimamente associada à sua cor e turbidez
(PENHA, 2004).
A fabricação de licor artesanal constitui uma forma de aproveitamento da matéria-
prima existente na propriedade, principalmente frutas regionais, agregando valor à produção e
aumentando a renda da família rural (LYNCH & MULVIHIIL, 1997).
tempo em contato com uma solução hidroalcoólica, transcorrido o tempo necessário faz-se
uma filtração obtendo-se o extrato alcoólico que contém os princípios aromáticos e corantes
extraídos da matéria-prima. Este procedimento é comum em licores naturais produzidos a
partir de frutas (REVENTOS, 1971).
Considerando que os principais atrativos das frutas são cor, aroma, sabor, vitaminas e
minerais, deve-se, ao preparar um licor à base de frutas, ter o cuidado de preservar esses
atributos e substâncias, de modo que o consumidor possa imediatamente associá-lo à fruta
com a qual foi preparado (PENHA, 2006). As etapas de elaboração de licores de frutas são:
infusão, preparo do xarope, mistura, envelhecimento, clarificação, filtração e envase
(BORGES, 1975). Rogez (2000) citado por Cartonilho (2008), afirma que o açaí pode agregar
características diferenciais aos licores, seja pela sua cor atraente, contribuindo para a melhor
aceitação do produto pelo consumidor, ou pelo seu valor nutricional, por ser rico em
proteínas, fibras, lipídios, vitamina E, e também minerais como manganês, cobre, boro e
cromo, além de favorecer a circulação sanguínea e proteger o organismo contra a
arteriosclerose, pela presença do teor de pigmentos antocianinas. Devido à presença de frutas
em sua composição, são ricos em compostos fenólicos que por sua vez são de grande interesse
nas dietas por possuírem atividade antioxidante e possível efeito anticancerígeno (GEÖCZE,
2007).
De acordo com o Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, licor é uma bebida com
graduação alcoólica de 15 a 54 % em volume, elaborado com uma parte não alcoólica e uma
parte alcoólica, devendo ser a parte não alcóolica de origem vegetal ou animal (BRASIL,
2009). Segundo Teixeira et al. (2005), seu processamento exige tecnologia simples e o
produto final é comercializado em temperatura ambiente.
Teixeira et al. (2011), dizem que o processamento de licor, seja ele de que tipo for,
consiste basicamente em se misturar em proporções adequadas os componentes, conforme
indicados na figura 3.
23
Os licores são bebidas que apresentam grandes variações quanto à matéria-prima, teor
alcoólico e teor de açúcar (TEIXEIRA et al., 2007). Na elaboração de licores, a qualidade do
produto final depende não só das matérias-primas empregadas, geralmente frutas, mas
também do processo de preparação. Os principais atrativos das frutas são a cor, o aroma, o
sabor, as vitaminas e minerais. Portanto, ao preparar um licor à base de frutas, deve-se ter o
cuidado de preservar esses atributos e substâncias (VIANA et al., 2008 citado por SCHMIDT,
2014).
A utilização de extratos e essências é pouco difundida, embora seja bastante simples,
pois consiste na adição dos compostos aromáticos desejados na forma sólida (extratos) ou
líquida (essências). Estes compostos são obtidos através de processos químicos complexos a
partir de matéria-prima orgânica, com propriedades, constituição química e aromas
semelhantes às substâncias naturais (LIMA, 2010).
Segundo Teixeira (2004), o processo de preparo da matéria-prima ocorre desde a
lavagem dos frutos que deve ser feito com água corrente e escova, imergir em solução de
hipoclorito de sódio por um tempo de 10 minutos. Em seguida, retira-se o excesso da solução
com uma nova lavagem e, dependendo do tipo de matéria prima que será usada, corta-se,
tritura ou descasca.
A matéria-prima para a elaboração do licor deve vir de pomares ou plantações sadias e
livres de agrotóxicos no caso de frutas, folhas, polpas, flores, cascas e raízes, açúcar, álcool e
essência artificial devem ser adquirida no mercado local. As frutas (suco, polpa, casca e
semente) são mais utilizadas por serem abundantes, principalmente no meio rural. A regra é
escolher frutas frescas e maduras em perfeito estado, limpas e livres de pragas e doenças.
Deve se descartar as amassadas ou danificadas pelo transporte, pássaros ou outros animais, as
verdes e as excessivamente maduras (CARVALHO, 2007).
Existem basicamente três processos para obtenção do extrato alcoólico: (1) por
extração; (2) por adição de essência e (3) por maceração. O método de extração consiste em
colocar a matéria-prima em contato com o álcool ou água por algumas horas e em seguida
promove-se uma destilação. Este processo é mais comum em licores fabricados a partir de
sementes (destilação alcoólica) e rosa (destilação aquosa) (REVENTOS, 1971 citado por
TEIXEIRA et al., 2011). As etapas de elaboração de licores de frutas são: infusão, preparo do
xarope, mistura, envelhecimento, clarificação, filtração e envase (BORGES, 1975). Durante a
25
maceração (infusão) as substâncias aromáticas são lixiviadas de dentro da fruta para o extrato
alcoólico (GÓMES et al., 2005).
O método de infusão é uma operação unitária que também pode ser designado como
extração sólido-líquido ou lixiviação. Esta consiste em deixar a matéria-prima por um tempo
em contato com uma solução hidroalcoólica, transcorrido o tempo necessário faz-se uma
filtração obtendo-se o extrato alcoólico que contém os princípios aromáticos e corantes
extraídos da matéria-prima. Este procedimento é comum em licores naturais produzidos a
partir de frutas (REVENTOS, 1971).
O tempo de infusão é um fator importante no processamento de licores, haja vista que
se for muito curto não permitirá a completa extração dos componentes desejáveis. No caso
das frutas, o tempo em que elas devem permanecer em contato com o álcool varia de acordo
com a fruta empregada (TEIXEIRA et al., 2010). A obtenção do sabor e aroma vai desde a
utilização de essências adquiridas no mercado, até sua extração por processos de maceração
alcoólica, seguida ou não de destilação (TEIXEIRA, 2004). Segundo Carvalho (2007),
infusão é o contato íntimo entre a polpa de fruta, suco, cascas, folhas ou flores (princípio
aromático) e a fonte alcoólica por período prolongado para que os componentes aromáticos
sejam transferidos para a solução.
A água a ser utilizada na preparação dos licores deve ser potável e, preferencialmente,
destilada, ou, pelo menos, previamente fervida. Tal exigência conforme é apontado por Penha
(2001) se faz necessário tanto do ponto de vista da saúde pública quanto do tecnológico. A
água deve ter alto grau de pureza, não apresentar elevada dureza, teores menores que 121
mg/L expresso em relação ao teor de carbonato de cálcio (CaCO3), para aumentar a sua
durabilidade, evitando problemas de estabilidade causados por íons inorgânicos (CLUTTON,
1995; SILVA et al., 1999).
Como os licores são bebidas destinadas ao consumo humano, a água tem de ser de
excelente qualidade, com destaque para os licores que são preparados por processos a frio, ou
seja, onde não há tratamento térmico algum. Portanto, a água deverá ser potável, filtrada ou
destilada, isenta de contaminação microbiana com destaque para os patogênicos, não possuir
sabor e aroma.
seguida de medida da densidade por picnometria sendo o teor de álcool relacionado com a
densidade da solução hidroalcoólica (LACHRNMEIER et al., 2005).
A aguardente é um produto típico brasileiro e a incorporação de açúcar e extratos ou
essências de frutas a essa bebida é uma forma de agregar valor, criando novas oportunidades
para um produto já existente e consagrado no mercado de bebidas. Independente da fonte
alcoólica, os licores devem seguir padrões de identidade e qualidade, e podem ser
classificados em naturais ou artificiais (SANT’ANA & SOUZA, 2011). Coelho et al. (2007)
citado por Barros et al. (2008), informaram que fontes alcoólicas alternativas na elaboração
dos licores favorecem o pequeno produtor devido ao baixo custo.
Como a cachaça/aguardente é um produto tipicamente brasileiro ela é produzida em
todas as regiões do país, sendo a maior parte da produção realizada nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais e Paraná (RODAS, 2005 citado por
CAMARGO, 2015).
I - Licor seco é a bebida que contém mais de trinta gramas por litro e no máximo cem gramas
por litro de açúcares;
II - Licor fino ou doce é a bebida que contém mais de cem gramas por litro e no máximo
trezentos e cinquenta gramas por litro de açúcares;
III - Licor creme é a bebida que contém mais de trezentos e cinquenta gramas por litro de
açúcares;
IV - Licor escarchado ou cristalizado é a bebida saturada de açúcares parcialmente cristalizados.
2.3.1 Aguardente
2.3.2 Vodka
A determinação dos SST é utilizada nas indústrias de doces, sucos, néctar, polpas, leite
condensado, álcool, açúcar, sorvetes, licores e bebidas em geral. Quanto maior for a
quantidade de sólidos solúveis, menor será a quantidade de açúcar adicionada, diminuindo
assim o custo de produção e consequentemente aumentando a qualidade do produto (IAL,
1985; VIEIRA, 1996).
A escala ºBrix é calibrada pelo número de gramas de açúcar contidos em 100g de
solução. Quando se mede o índice de refração de uma solução de açúcar, a leitura em
percentagem de ºBrix deve combinar com a concentração real de açúcar na solução. As
escalas em percentagem de ºBrix apresentam as concentrações percentuais dos sólidos
solúveis contidos em uma amostra (solução com água). Os sólidos solúveis contidos é o total
de todos os sólidos dissolvidos na água, começando com açúcar, sais, proteínas, ácidos, etc. A
leitura do valor medido é a soma total desses (ARAÚJO, 2010).
Os sólidos solúveis presentes na polpa dos frutos incluem importantes compostos
responsáveis pelo sabor e pela consequente aceitação por parte dos consumidores. Como
indicador de maturidade do fruto, o teor de sólidos solúveis pode ser determinado através de
equipamento denominado refratômetro, que fornece os valores em ºBrix (LIMA, 2018).
O teor alcoólico varia de acordo com cada tipo de bebidas. Um meio para a
determinação do grau alcoólico é através da densidade em relação à água (densidade relativa).
Bebidas fermentadas ou de mistura, como o licor, devem ser destiladas e a densidade é
medida a partir do destilado (ZENEBON; PASCUET; TIGLEA, 2008 citado por MATOSO,
2013). A densidade de líquidos pode ser realizada por medidas da massa do líquido que ocupa
um volume conhecido (método do picnômetro) e por métodos de flutuação (BRAGA, 2009
citado por MATOSO, 2013).
Através da densidade é possível, relacionar as massas de um corpo com o seu volume.
O alcoômetro centesimal é um densímetro e se destina à determinação do grau alcoólico das
misturas de água e etanol, indicando somente a concentração do etanol em volume e é
expresso pela sua unidade de medida, grau Gay-Lussac - G.L. (BRASIL, 2010 citado por
MATOSO, 2013).
Segundo Ribeiro (2007) citado por Matoso (2013), outro processo que pode se aplicar
para quantificar o teor alcoólico é pela técnica da refratometria, onde se determina o valor do
índice de refração de materiais, neste caso da mistura etanol/água. O índice de refração de um
meio material é um parâmetro físico, pois define as suas características ópticas intrínsecas.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para que fosse possível a elaboração do licor, utilizou-se alguns materiais, tais como:
aguardente de cana-de-açúcar com graduação alcoólica 39 % vol. e açúcar refinado obtidos
em supermercado do município de Capitão Poço, Vodka com graduação alcoólica de 37,5 %
vol. adquirida em supermercado na região metropolitana de Belém, e os frutos de açaí da
Cultivar BRS-Pará. Dos frutos utilizou-se os caroços no ponto ótimo de maturação para a
extração do extrato alcoólico.
Os frutos de açaí foram selecionados logo na colheita, sendo coletados apenas aqueles
que se encontravam em ponto ótimo de maturação. Após a colheita, os mesmos foram
acondicionados em um saco de ráfia e levados para o Laboratório de Química (Multiusário),
sendo em seguida lavados com água potável corrente, retirando-se assim as impurezas, e
higienizados em uma solução de Hipoclorito de Sódio a 0,1% durante 10 minutos.
Posteriormente foram lavadas novamente com água potável corrente com a finalidade de
retirar o excesso de cloro. A secagem ocorreu à em temperatura ambiente (Figura 5).
Figura 5 - A) Sanitização dos frutos com hipoclorito de sódio; B) Lavagem com água destilada para
retirada do excesso de cloro; C) Frutos secando em temperatura ambiente após sanitização e
lavagem.
Tabela 1 - Formulação dos licores de açaí em relação as fontes alcoólicas e tempo de infusão.
Tratamentos T01 e T02 (Infusão 07 dias); Tratamentos T03 e T04 (Infusão 14 dias); Tratamentos T05 e T06
(Infusão 21 dias)
35
3.2.3 Filtração
Esta etapa foi realizada após cada período de infusão, filtrando o extrato em um crivo
de malha fina. Ao final de cada filtragem, obteve-se um volume de 1.600 mL para cada fonte
alcoólica e para cada tempo de infusão, do qual foi reservado 500 mL para realização da
análise do teor alcoólico (Figura 7).
Figura 7 - Filtragem para extração dos extratos alcoólicos realizada após cada tempo de infusão.
A calda foi preparada e adicionada aos extratos após cada período de infusão de cada
tratamento, com a proporção 1:1 (m/v) de 1000g de açúcar refinado comercial e 1000 mL de
água. Utilizou-se um fogão convencional e uma panela, na qual foi adicionada à água e o
açúcar, tendo a mistura sido fervida, para que o açúcar pudesse se dissolver. Durante o tempo
de 20 minutos, fez-se agitação na calda com auxílio de uma colher até haver completa
dissolução, retirando os sólidos em suspensão, para eliminação das impurezas no referido
preparo. Em seguida, a calda passou por um processo de resfriamento em banho de gelo,
evitando desta forma em se colocar o preparado quente na fonte alcoólica para que não
ocorresse a perda do álcool pela evaporação, sendo após este processo misturada aos extratos
alcoólicos (Figura 8).
36
Figura 8 - A) Copo medidor graduado plástico e açúcar refinado cristal comercial; B) Preparo da
calda; C) Calda em processo de fervura; D) Resfriamento da calda em banho de gelo.
Tabela 2 – Formulação dos licores de açaí em relação ao volume de extrato alcoólico e adição da
calda de açúcar.
Tratamentos T01 e T02 (Infusão 07 dias); Tratamentos T03 e T04 (Infusão 14 dias); Tratamentos T05 e T06
(Infusão 21 dias).
Para analisar a qualidade dos licores obtidos, foram realizadas as análises físico-
químicas descritas a seguir, executadas em triplicatas das amostras dos licores obtidos. As
análises foram pH, Sólidos Solúveis Totais (ºBrix), Acidez Total Titulável e Teor Alcoólico,
seguindo as normas do Instituto Adolfo Lutz (2008).
Para determinação dos SST foi utilizado um refratômetro analógico RHB32 para %
Brix, portátil de leitura direta, ao qual utiliza o índice de refração para determinar a
concentração de açúcar. O mesmo possui variação de 0 a 32% Brix (Figura 11). Foram
utilizadas 04 (quatro) gotas da amostra dos licores obtidos para a leitura da percentagem da
concentração de açúcar presente nestes.
Para esta análise, utilizou-se o método de acidez titulável com hidróxido de sódio
usando o método potenciométrico. Este método é aplicável em soluções escuras ou fortemente
coloridas.
O material utilizado foi um pHmetro digital de bancada previamente calibrado, uma
balança digital de bancada, um agitador magnético, uma bureta volumétrica de 25 mL, e
Erlenmeyer de 300 mL (Figura 12). Como reagentes utilizou-se solução de hidróxido de sódio
0,1 M e soluções-tampão de pH= 4, 7 e pH=10.
Em que:
40
A determinação dos teores alcoólicos dos extratos foi obtida com a utilização do
alcoômetro de Gay-Lussac 0/100º Gay-Lussac. Para isto, foi utilizado uma proveta graduada
com 500 mL a qual foram adicionados os extratos alcoólicos contendo 500 mL cada amostra
referente aos tempos de infusão, mergulhando em seguida o alcoômetro para verificação do
teor alcoólico através de leitura direta de todas as seis amostras de extratos (Figura 13).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
T07 (Tratamento 07 dias de infusão); T14 (Tratamento 14 dias de infusão) e T21 (Tratamento 21 dias de
infusão).
Tabela 4 – Análise de variância por meio do quadrado médio para a variável pH e coeficiente de
variação em função das diferentes fontes alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí.
GL: Graus de liberdade; SQ: Soma dos quadrados; QM: Quadrado médio; F: Test F calculado; CV: Coeficiente
de variação; * significativo a 5% de probabilidade; ** significativo a 1% de probabilidade; ns: não significativo.
Tabela 5 – Análise de comparação das médias entre os valores de pH em função das diferentes fontes
alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí.
*Médias seguidas de letras distintas diferem entre si na coluna pelo teste t de Student a 5% de probabilidade.
T01 e T02 (Tratamentos 07 dias de infusão); T03 e T04 (Tratamentos 14 dias de infusão) e T05 e T06
(Tratamentos 21 dias de infusão). O primeiro tratamento será sempre com a aguardente e em seguida a vodka.
Tabela 7– Análise de variância por meio do quadrado médio para a variável acidez total titulável e
coeficiente de variação em função das diferentes fontes alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí.
GL: Graus de liberdade; SQ: Soma dos quadrados; QM: Quadrado médio; F: Test F calculado; CV: Coeficiente
de variação; ns: não significativo a 5% de probabilidade.
Tabela 8 – Análise de comparação das médias entre os valores de acidez total titulável em função das
diferentes fontes alcoólicas e tempos de infusão do licor de açaí.
*Médias seguidas de letras distintas diferem entre si na coluna pelo teste t de Student a 5% de probabilidade.
Valores de acidez total próximos foram encontrados por Moraes Junior et al. (2017),
sendo este 0,28 g/100 g para o licor de taperebá e superior ao obtidos por Silva et al. (2015)
em um licor de castanha-do-pará, com acidez de 0,05 g/100 g e Vieira et al. (2010) com licor
de camu-camu com acidez de 0,056 g/100 mL. Oliveira e Santos (2011) ao elaborarem um
licor à base de açaí, obtiveram um valor de acidez total de 0,04 g/100 mL.
Segundo Oliveira, Farias Neto e Pena (2007) a acidez do açaí é baixa e não evolui com
o tempo, ao contrário do que é observado com os frutos ácidos.
Tabela 9 – Valores referentes aos teores alcoólicos dos extratos em função das diferentes fontes
alcoólicas e tempos de infusão.
T01 e T02 (Tratamentos 07 dias de infusão); T03 e T04 (Tratamentos 14 dias de infusão) e T05 e T06
(Tratamentos 21 dias de infusão).
A tabela 10 apresenta os valores dos teores alcoólicos dos produtos finais (licores),
com base em cada tempo de infusão e nas fontes alcoólicas utilizadas, com teores alcoólicos
variando entre 17,36% a 20,14% (º GL). Os tratamentos T01 e T02 referentes a infusão com
07 dias obtiveram o mesmo teor alcoólico para ambas as fontes alcoólicas utilizadas
46
(20,14%), bem como também os tratamentos T04 (tempo de infusão com 14 dias) para a fonte
alcoólica vodka e T05 (tempo de infusão com 21 dias) para a fonte alcoólica aguardente
(18,75%).
Tabela 10 – Valores referentes aos teores alcoólicos dos licores em função das diferentes fontes
alcoólicas e tempos de infusão.
T01 e T02 (Tratamentos 07 dias de infusão); T03 e T04 (Tratamentos 14 dias de infusão) e T05 e T06
(Tratamentos 21 dias de infusão).
As faixas encontradas dos teores alcoólicos são compatíveis com diversos trabalhos
relacionados com a temática da elaboração de licores, bem como o de Sousa (2015) que, ao
elaborar um licor a base de acerola com mel, este apresentou teor alcoólico entre 18 a 20 ° GL
e no licor de abacaxi elaborado por Rodrigues et al. (2016) onde os teores encontrados
variaram de 18,93 a 19,57% º GL. Outro resultado próximo foi encontrado por Dias et al.
(2011), que ao realizarem as análises físico-químicas do licor de corte de maracujá amarelo
obtiveram um teor alcoólico de 21%. Passos et al. (2013) ao elaborarem licores mistos de
cenoura com laranja e com maracujá obtiveram teor alcoólico de 18% v/v.
Valores maiores foram obtidos por Schmidt (2014) que obteve o mesmo valor de teor
alcoólico para os licores de maçã com canela Ceilão e com licor de maçã com canela China
com teor alcoólico de 24,53 e 25,30%, já para o licor de banana com cacau os valores foram
de 23 a 25,3% º GL.
Os resultados dos graus alcoólicos demonstrados nesta pesquisa, mostram que os
mesmos se encontram dentro da faixa de preferência, que é de 18 a 25º GL (TEIXEIRA,
2004).
5 CONCLUSÃO
No que se refere aos valores de pH, pôde-se observar que quanto maior o tempo de
infusão, menor foi o valor obtido nesses, sendo a fonte alcoólica Vodka a que alcançou os
maiores valores. Houve diferença significativa a 5% de probabilidade na comparação das
médias entre os valores de pH para a variável fontes alcoólicas e também para os tempos de
47
infusão de 07 e 14 dias ao serem comparados com o de 21 dias. Tal diferença deve-se ao fato
de que os valores não se encontrarem próximos uns dos outros.
Em relação aos sólidos solúveis totais expressos em %Brix, os valores mostraram-se
estáveis para ambas as fontes alcoólicas e tempos de infusão. Tal resultado se deve ao fato do
mesmo volume de calda utilizado.
Quanto a acidez total titulável, a comparação das médias mostrou que não houve
diferença significativa para nenhuma das variáveis, pois os valores encontrados estavam bem
próximos uns dos outros.
No que concerne ao teor alcoólico dos licores elaborados, todos os valores estão
dentro da faixa permitida pela Legislação Brasileira de Bebidas vigente.
A elaboração do licor a base de açaí mostrou-se como uma ótima alternativa para os
produtores desta fruta, revelando uma forma de evitar a perda no excedente da produção ou na
pós-colheita dada a pouca perecibilidade desta fruta, bem como também, melhor agregação de
valor no produto obtido, visto que, em seu processamento exige tecnologia simples e possui
ingredientes básicos que são de fácil aquisição em sua composição.
Conclui-se ao analisar as características físico-químicas que o melhor licor obtido foi o
da fonte alcoólica aguardente com 21 dias de infusão, sendo esse denominado de licor fino ou
doce, devido a quantidade de açúcar presente no produto elaborado.
Todos valores obtidos nas análises se encontram dentro da faixa exigida pela
Legislação Brasileira de Bebidas vigente no Brasil
48
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