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Alegre
2022
JOÃO CARLOS CANSIAN JUNIOR
Alegre
2022
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca Monsenhor José Bellotti – IFES campus de Alegre
Eu, Monique Moreira Moulin, (Presidente da Banca Examinadora), lavrei a presente ata que segue
assinada por mim e pelos demais membros da Banca Examinadora.
Assinaturas:
Orientador:
Examinador:
Examinador:
Acadêmico(a):
AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas: Vinicius Alves Porto Rodrigues, Rafael de Almeida, Israel Felipe
Gonçalves Soares, Felipe Cruz Paula e Lorena Souza Maurício pela ajuda no
desenvolvimento do experimento em campo e na avaliação das características.
Ao meu amigo Wilker Marques Farias que aceitou com muito carinho realizar a
formatação, correção e demais configurações desse trabalho na Norma ABNT dessa
instituição.
“A imaginação muitas vezes nos leva a
mundos que nunca sequer existiram. Mas
sem ela, não vamos a lugar nenhum.”
(Carl Sagan)
RESUMO
A batata-doce (Ipomoea batatas) é um alimento que possui uma considerável
importância socioeconômica, pois além de ser uma ótima fonte de carboidratos, em
especial às populações mais carentes, também é cultivada principalmente por
pequenos produtores. Entretanto, nas últimas décadas houve grandes perdas de
variabilidade genética em diversas culturas alimentares em razão do intenso êxodo
rural e das significativas mudanças de hábito de consumo alimentar. A batata-doce é
uma das culturas que vem sofrendo um intenso processo de erosão genética. Neste
sentido, bancos de germoplasma são importantes para a conservação dos
genótipos. Além disso, as caracterizações morfológicas e bromatológicas são meios
válidos para estimar a variabilidade genética da cultura da batata-doce, sendo
considerados métodos baratos e eficientes. Diante disso, este trabalho teve como
objetivo compor um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de batata-doce para o
IFES Campus de Alegre e também realizar um estudo da variabilidade genética
desse BAG a partir de características morfológicas e bromatológicas. Inicialmente foi
realizado a coleta de 38 acessos oriundos da região sul do estado do Espírito Santo.
Posteriormente, esses acessos foram cultivados no Setor de Agroecologia do IFES
Campus de Alegre, e em seguida, foram avaliadas oito características
bromatológicas e 18 morfológicas. O agrupamento dos acessos foi obtido pelo
método Unweighted Paired Group Method using Arithmetic averages (UPGMA). O
dendrograma resultou na formação de dez grupos, porém os grupos III, V, VII e X se
destacaram por possuírem características diferenciadas, a saber: os grupos III e V
apresentaram os melhores aspectos nutricionais; o grupo VII demonstrou
características morfológicas peculiares, como ter acessos com cor da polpa laranja
intensa (IFES39) e roxa intensa (IFES27); e o grupo X exibiu o maior teor de cinzas
e também raízes com as maiores dimensões. Tanto a caracterização morfológica
quanto a bromatológica disponibilizaram informações valiosas sobre o BAG, o que
permite ofertar aos produtores e ao mercado consumidor acessos de batata-doce
conforme suas necessidades e finalidades, promovendo de forma indireta a
conservação da espécie. Desta forma, é possível inferir que os pequenos produtores
rurais do sul do estado do Espírito Santo mantêm materiais tradicionais com
significativa variabilidade genética.
Palavras-chave: Ipomoea batatas; Banco Ativo de Germoplasma; Recursos
Genéticos Vegetais.
ABSTRACT
The sweet potato (Ipomoea batatas) is a food that has considerable socioeconomic
importance, because in addition to being a great source of carbohydrates, especially
for the poorest populations, it is also cultivated mainly by small producers. However,
in recent decades there have been great losses of genetic variability in several food
crops due to the intense rural exodus and significant changes in food consumption
habits. Sweet potato is one of the crops that has been undergoing an intense
process of genetic erosion. In this sense, germplasm banks are important for the
conservation of genotypes. Furthermore, the morphological and bromatological
characterizations are valid means to estimate the genetic variability of the sweet
potato crop, being considered cheap and efficient methods. Therefore, this work
aimed to compose an Active Germplasm Bank (AGB) of sweet potato for the IFES
Campus in Alegre and also to carry out a study of the genetic variability of this AGB
based on morphological and bromatological characteristics. Initially, 38 accessions
from the southern region of the state of Espírito Santo were collected. Subsequently,
these accessions were cultivated in the Agroecology Sector of IFES Campus de
Alegre, and then eight bromatological and 18 morphological traits were evaluated.
The grouping of accesses was obtained by the Unweighted Paired Group Method
using Arithmetic averages (UPGMA). The dendrogram resulted in the formation of
ten groups, but groups III, V, VII and X stood out for having different characteristics,
namely: groups III and V presented the best nutritional aspects; group VII showed
peculiar morphological characteristics, such as having accessions with an intense
orange (IFES39) and intense purple (IFES27) pulp color; and group X exhibited the
highest ash content and also the roots with the largest dimensions. Both
morphological and bromatological characterization provided valuable information
about the BAG, which allows to offer producers and the consumer market accesses
of sweet potato according to their needs and purposes, indirectly promoting the
conservation of the species. Thus, it is possible to infer that small rural producers in
the south of the state of Espírito Santo maintain traditional materials with significant
genetic variability.
Keywords: Ipomoea batatas; Active Germplasm Bank; Plant Genetic Resources.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8
5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49
8
1 INTRODUÇÃO
A cultura também pode se reproduzir por meio da propagação sexuada, porém isso
ocorre em menor frequência em razão da baixa fecundação das flores, mesmo que
ocorra condições favoráveis, e em razão disso a propagação sexuada é
desenvolvida principalmente por melhoristas em seus trabalhos (CAMPOS;
CALIGARI, 2017).
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo compor um Banco Ativo de
Germoplasma (BAG) de batata-doce com acessos provenientes da região sul do
estado do Espírito Santo e também realizar um estudo de variabilidade genética
desse BAG a partir de características morfológicas e bromatológicas.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
A reprodução assexuada (ou vegetativa) pode ocorrer tanto por meio das ramas
quanto pela raiz, nesta última ocorre quando a mesma é deixada no solo,
desenvolvendo caules e ramas, e essa propagação vegetativa é muito utilizada
pelos agricultores na produção de raízes de armazenamento, enquanto que a
propagação sexuada é realizada quase que exclusivamente por melhoristas para o
desenvolvimento de cultivares, vale ainda ressaltar que os principais agentes de
dispersão de sementes da hortaliça são: a água, os pássaros e os seres humanos
(CAMPOS; CALIGARI, 2017).
Em relação a flor, a cultura pode apresentar uma variação na coloração entre o roxo
ao branco; já as características: comprimento e formato da sépala, tamanho e forma
da flor, cor do estilo e do estigma variam significativamente em função do genótipo
(CAMPOS; CALIGARI, 2017).
Chegou na Ásia por intermédio dos espanhóis ao introduzirem a cultura nas Filipinas
no século XVI, em 1594 já haviam relatos da batata-doce na China, sendo cultivada
com o objetivo de amenizar os efeitos da seca, se tornando assim um dos alimentos
básicos junto ao arroz, e os portugueses foram os responsáveis por levar a cultura
finalmente a África e a Índia (CAMPOS; CALIGARI, 2017).
A cultura está presente nos cinco continentes, cultivada em mais de 117 países, com
uma produção mundial estimada de 100 milhões de toneladas somente no ano de
2016 (BEVILAQUA et al., 2019; CAMPOS; CALIGARI, 2017; MINEMBA et al., 2020).
16
Sendo muito apreciada no Brasil, com uma produção nacional média em torno de
500 mil toneladas por ano, o Brasil é o décimo oitavo maior produtor mundial da
cultura e no país a batata-doce é a quarta hortaliça mais consumida (SILVA;
SIQUEIRA; SIQUEIRA, 2018; VARGAS et al., 2018; VIZZOTTO et al., 2018).
Outro fator relevante é o fotoperíodo, onde dias com maior fotoperíodo promovem o
desenvolvimento dos brotos, enquanto dias com menor fotoperíodo promovem o
desenvolvimento das raízes (SILVA; SIQUEIRA; SIQUEIRA, 2018). Vale ressaltar
que locais onde a temperatura do ambiente for maior, a colheita pode ser realizada
entre quatro a cinco meses após o plantio, já em lugares com clima mais ameno,
onde a temperatura do ambiente for menor, é indicado a colheita ser realizada entre
cinco a seis meses após o plantio (SILVA; SIQUEIRA; SIQUEIRA, 2018).
O Brasil possui uma produtividade média de 14,5 t/ha da cultura, uma produtividade
ligeiramente menor do que a média global, de 14,7 t/ha (BEVILAQUA et al., 2019).
Apesar de na literatura ser possível encontrar relatos de que a cultura pode chegar
facilmente a 30 t/ha de produtividade desde que realizado o manejo correto, e
18
As regiões que possuem maior área de cultivo da Ipomoea batatas L. no Brasil são a
região Sul e Nordeste do país, e o fato da cultura estar presente em climas distintos
é explicado pela fácil adaptação climática, preferindo climas tropicais com
temperaturas médias superiores a 24 ºC e com pluviosidade anual ideal de 750 a
1000 mm, além disso a batata-doce pode ser cultivada em altitudes que variam até
3000 metros acima do nível do mar (DARON et al., 2020).
Já as raízes com polpas roxas são ricos em antocianinas, um composto fenólico que
possui a propriedade de reduzir o risco da ocorrência de inúmeras doenças
degenerativas, por conta de sua atividade antioxidante, anti-hiperuricemia,
antiobesidade, antidiabética, hepatoprotetora, anticarcinogênica e outras (LUO et
al., 2018; MELO et al., 2020; YANG et al., 2019).
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi dividido em quatro etapas: a primeira foi a coleta dos acessos para a
formação do Banco Ativo de Germoplasma, a segunda foi a condução do
experimento em campo, a terceira foi a caracterização morfológica e bromatológica,
e a quarta foi a realização da análise estatística dos dados obtidos.
Para realizar as avaliações de sólidos solúveis totais, pH e acidez total titulável foi
necessário extrair líquido da raiz. Este processo iniciou-se com a lavagem da parte
externa da raiz por água da torneia e água destilada, respectivamente, a fim de
retirar as impurezas e, posteriormente, o material foi cortado em fatias menores, sem
retirar a casca, e triturado em um liquidificador. Em seguida, esse material triturado
foi levado a um espremedor de batatas de alumínio, onde finalmente o líquido foi
obtido para posteriormente ser analisado (Figura 6).
A análise de sólidos solúveis totais foi determinada por refratometria, onde houve a
inserção de duas gotas do líquido extraído da batata-doce na lente do refratômetro
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O teor de fibra foi analisado através do método de Weende modificado por SILVA e
QUEIROZ (2009), que consiste em expor as amostras de 1 g a uma solução ácida,
seguida de uma solução básica, para serem posteriormente levadas ao forno mufla
a 550 °C por 2 horas e serem finalmente pesadas. O teor de carboidrato foi
determinado com o auxílio de um espectrofotômetro UV-VIS a 540 nm, tendo como
base a curva padrão da glicose (GRÄF et al., 2018; KARTCHNER; THEURER, 1981;
KOZLOSKI et al., 1999)
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O grupo I foi constituído por nove acessos: IFES21, IFES37, IFES09, IFES04,
IFES15, IFES06, IFES10, IFES16 e IFES40. Esse grupo se destacou por possuir:
um formato da raiz predominantemente redondo (89%); uma intensidade
intermediária da cor da casca (89%); coloração branca da polpa (100%); lóbulos
muito superficiais (78%).
O grupo III alocou os acessos IFES34, IFES35 e IFES29, que apresentaram valores
relativamente elevados para as características: sólidos solúveis totais (7,600ºBrix);
teor de cinzas (1,653 %); teor de carboidrato (26,173%) e teor de proteína (1,866%),
além de um peso da raiz relativamente baixo (0,477kg), tamanho da folha médio
(100%); lóbulos muito superficiais (100%) e um perfil triangular da folha (100%).
As raízes dos acessos que compõem o grupo III são as mais indicados para serem
empregadas tanto na alimentação animal quanto na alimentação humana já que
possuem características nutricionais superiores. O maior teor de carboidrato implica
em maior fornecimento de energia, o que para a alimentação animal é algo
excelente enquanto que para a alimentação humana é indicada apenas em certos
casos como no caso dos atletas que necessitam de uma grande quantidade de
energia, pois caso os indivíduos consumam carboidratos em excesso, haverá a
formação de gordura (CUNHA, 2014). Vale ressaltar que caracterizar os acessos de
batata-doce em razão do teor de carboidrato é algo fundamental, já que a cultura é
classificada justamente como um alimento energético por possuir como um dos seus
principais componentes o próprio carboidrato (DARON et al., 2020)
O teor de cinzas além de ser uma variável que representa diretamente a porção
inorgânica da raiz, também evidencia a porção mineral presente nesta última, desta
34
forma os acessos do grupo III detêm uma maior concentração de minerais, o que é
uma característica relevante (SANTOS, 2015).
Já o grupo IV foi constituído pelos acessos IFES23, IFES26 e IFES22, que exibiram
valores elevados para as características: acidez total titulável (0,376%); teor de
proteína (1,895%), e também um pH baixo (6,303). Além de demonstrar uma casca
com coloração creme (100%) e um córtex da raiz muito espesso (>4mm).
A variável pH pode ser utilizada para diversas finalidades, porém essa variável é
mais empregada para determinar a deterioração do alimento em razão
principalmente de atividades enzimáticas ou pelo crescimento de microrganismos.
Em razão da capacidade do pH limitar o desenvolvimento de certos microrganismos,
os alimentos são classificados conforme seu pH: muito ácidos (pH < 4,00); ácidos (4
< pH < 4,5) e pouco ácidos (pH > 4,5). As hortaliças em geral são classificadas como
pouco ácidas, o que faz com o que sejam mais vulneráveis ao ataque de bactérias e
fungos. Logo selecionar acessos de batata-doce com menor pH, como os acessos
do grupo IV, é algo vantajoso por permitir uma maior longevidade do produto no
mercado (VELHO, 2016).
O grupo V foi composto apenas pelo acesso IFES12, e foi discriminado por possuir
os maiores valores para sólidos solúveis totais (9,200ºBrix) e um elevado teor de
proteína (2,014%), e também demonstrar uma baixa acidez total titulável (0,200%) e
umidade (68,607%). Esse acesso apresenta características interessantes para a
comercialização, como por exemplo, possuir uma raiz com sabor mais adocicado em
decorrência da maior concentração de sólidos solúveis totais (GEMENET et al.,
2020). Essas raízes podem ter um maior tempo de prateleira já que compreende
menor valor de acidez total titulável, o que reflete consequentemente em uma menor
fermentação (PIMENTA; CARVALHO; VILELA, 2000) e também o menor teor de
umidade aumentam a longevidade das raízes, já que a água acelera reações
biológicas o que não é algo desejável para a comercialização (CORREA; MONTERO
CASTILLO; MARTELO, 2018; VELHO, 2016).
Figura 8 – Dendrograma de dissimilaridade genética, obtido a partir de dados morfológicos e bromatológicos de Ipomoea batatas
provenientes do Banco Ativo de Germoplasma do IFES Campus de Alegre.
No grupo VII ficaram alocados os acessos IFES28, IFES39 e IFES27 devido o baixo
teor de carboidrato (17,229%) e peso da raiz (0,475kg), e também um valor
intermediário para comprimento da raiz (18,611cm). Ademais esse grupo também se
distinguiu pelo córtex da raiz muito espesso (>4mm). E ainda a respeito de
características morfológicas qualitativas, esse grupo se destacou por possuir uma
intensidade escura da cor da casca da raiz (100%), e também pode-se mencionar a
coloração da polpa dos acessos IFES39 e IFES27, onde o primeiro demonstrou uma
coloração laranja intensa e o segundo uma coloração roxa intensa.
Raízes que possuem polpas e cascas com as mais variadas cores refletem em uma
maior diversidade de pigmentos presentes nos mesmos, por exemplo, polpas de
coloração laranja apresentam maior concentração de β-caroteno, enquanto polpas
de coloração roxa apresenta maior concentração de antocianina (HAYATI et al.,
2020). Tanto o β-caroteno quanto a antocianina possuem atividade antioxidante, o
que gera inúmeros benefícios para a saúde humana (DARON et al., 2020; LUO et
al., 2018). O baixo teor de carboidrato é outro ponto importante, já que indivíduos
que buscam uma dieta mais saudável dão preferência em consumir alimentos com
baixo valor calórico, e os acessos que formam o grupo VII são uma excelente
alternativa já que possuem baixa concentração de carboidratos (REMONATO et al.,
2017).
Apenas o acesso IFES07 constituiu o grupo IX, que foi caracterizado por apresentar
valores altos para as variáveis: peso da raiz (1,255kg), comprimento da raiz
(21,467cm), pH (6,600) e o maior teor de fibra observado (0,985%). Já em relação a
coloração, a casca da raiz foi creme enquanto que a polpa da raiz foi laranja pálida.
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SST= Sólidos Solúveis Totais; pH= Potencial Hidrogeniônico; ATT= Acidez Total Titulável; UM= Umidade; TCZ= Teor de
Cinzas; TCB= Teor de Carboidrato; TPB= Teor de Proteína Bruta; TF= Teor de Fibra; PR= Peso da Raiz; CR=
Comprimento da Raiz; DR= Diâmetro da Raiz.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2022).
Tabela 3 – Agrupamento das médias de 11 variáveis quantitativas dos 38 acessos de Ipomoea batatas pelo método de Scott-Knott
a 5% de probabilidade.
Acesso SST pH ATT UM TCZ TCB TPB TF PR CR DR
1 6.900c 6.620a 0.190d 70.837c 1.310c 19.225c 2.126a 0.780b 0.680b 17.000b 8.700a
2 5.600c 6.637a 0.180d 79.397a 1.000d 14.440d 1.580b 0.976a 0.700b 20.833a 8.803a
4 6.767c 6.553b 0.197d 70.747c 1.173d 24.465b 1.394c 0.953a 0.838b 18.833a 9.747a
5 7.233c 6.490b 0.253c 71.427c 1.147d 22.268b 2.048a 0.884a 0.693b 6.600b 10.117a
6 7.033c 6.530b 0.260c 71.327c 1.293c 23.556b 1.708b 0.912a 0.238b 14.200b 5.590a
7 6.633c 6.600a 0.207d 74.220b 1.230d 18.949c 1.160d 0.985a 1.255a 21.467a 9.233a
9 6.533c 6.706a 0.183d 72.250c 1.253c 24.778b 1.195d 1.148a 0.317b 13.300b 8.140a
10 7.167c 6.607a 0.243c 69.870d 1.293c 22.279b 1.703b 0.945a 0.717b 23.100a 7.103a
11 6.267d 6.610a 0.157d 78.393a 1.167d 14.694d 1.593b 0.746b 1.213a 22.833a 10.110a
12 9.200a 6.587a 0.200d 68.607d 1.263c 21.891b 2.014a 0.860a 0.450b 20.500a 6.497a
13 7.633b 6.743a 0.220c 68.997d 1.313c 25.183b 1.770b 0.954a 0.295b 16.667b 6.427a
14 7.600b 6.503b 0.323b 71.377c 1.350c 21.738b 1.358c 0.730b 1.078a 22.333a 8.880a
15 6.567c 6.540b 0.247c 71.703c 1.287c 23.856b 0.969d 0.958a 0.273b 15.333b 7.273a
16 8.167a 6.633a 0.253c 71.300c 1.200d 24.458b 1.780b 0.753b 1.295a 18.333b 9.757a
17 7.267c 6.487b 0.300b 69.420d 1.313c 26.650a 2.113a 0.620b 1.443a 27.333a 10.447a
18 6.733c 6.413c 0.230c 71.990c 1.190d 23.213b 1.305c 0.729b 0.245b 15.767b 6.233a
19 7.700b 6.340d 0.330b 70.010d 1.307c 27.343a 1.777b 0.770b 1.072a 21.433a 6.387a
20 7.133c 6.297d 0.287b 70.577c 1.127d 26.474a 1.370c 0.839a 0.378b 16.500b 7.260a
21 7.433b 6.413c 0.257c 68.633d 1.057d 28.840a 1.226d 0.723b 0.475b 15.500b 7.723a
22 8.667a 6.287d 0.350a 68.113d 1.453c 28.962a 1.825b 0.686b 0.805b 23.677a 8.357a
23 7.500b 6.263d 0.380a 72.243c 1.373c 24.365b 1.982a 0.518b 1.173a 23.000a 11.467a
24 6.767c 6.290d 0.343a 73.057c 1.227d 23.707b 1.433c 0.647b 0.540b 20.333a 7.543a
25 7.000c 6.437c 0.207d 75.650b 1.137d 21.870b 1.599b 0.591b 0.532b 16.000b 7.643a
26 6.833c 6.360d 0.400a 72.827c 1.193d 24.241b 1.877a 0.715b 0.748b 16.500b 9.880a
27 7.467b 6.437c 0.360a 69.617d 1.377c 19.745c 1.642b 0.700b 0.582b 19.500a 6.860a
28 5.833d 6.223d 0.257c 77.697a 1.003c 15.581d 1.481c 0.820a 0.387b 18.667a 7.913a
29 7.367b 6.463c 0.283b 70.683c 1.763b 26.950a 1.882a 0.701b 0.368b 14.500b 7.380a
30 6.900c 6.350d 0.310b 72.377c 2.043a 20.263c 1.136d 0.848a 2.193a 24.000a 14.783a
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2022).
42
Tabela 3 – Continuação.
Acesso SST pH ATT UM TCZ TCB TPB TF PR CR DR
31 6.633c 6.327d 0.270c 73.687b 1.687b 20.166c 1.107d 0.887a 1.270a 18.000b 8.677a
32 6.867c 6.307d 0.233c 74.087b 1.593b 21.975b 1.174d 0.703b 0.647b 15.333b 7.103a
33 7.100c 6.383c 0.323b 71.663c 1.417c 17.932c 1.535b 0.791b 0.631b 14.833b 9.240a
34 7.633b 6.310d 0.367a 71.817c 1.707b 24.986b 2.121a 0.741b 0.422b 17.000b 7.963a
35 7.800b 6.433c 0.310b 70.583c 1.490b 26.582a 1.595b 0.736b 0.640b 14.333b 9.590a
36 7.200c 6.457c 0.293b 71.220c 1.267c 23.042b 1.578b 0.649b 0.727b 17.000b 8.283a
37 6.733c 6.440c 0.286b 71.750c 1.300c 26.646a 1.175d 0.797b 0.593b 13.000b 11.673a
38 7.233c 6.587a 0.223c 74.903b 1.240d 20.365c 0.994d 0.588b 0.767b 20.500a 9.627a
39 7.067c 6.283d 0.357a 77.397a 1.213d 16.360d 1.418c 0.960a 0.457b 17.667b 7.243a
40 8.433a 6.497b 0.317b 69.920d 1.403c 25.018b 1.650b 0.631b 0.353b 13.833b 8.270a
M Geral 7.174 6.459 0.273 72.115 1.320 22.712 1.563 0.789 0.723 18.038 8.532
CV (%) 7.050 1.280 14.690 2.450 9.230 8.580 12.720 15.850 76.280 23.040 25.680
*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.
SST= Sólidos Solúveis Totais; pH= Potencial Hidrogeniônico; ATT= Acidez Total Titulável; UM= Umidade; TCZ= Teor de Cinzas; TCB= Teor de Carboidrato; TPB= Teor de Proteína Bruta;
TF= Teor de Fibra; PR= Peso da Raiz; CR= Comprimento da Raiz; DR= Diâmetro da Raiz.
Já em relação aos dados qualitativos das raízes, de uma forma geral, o presente
trabalho demonstrou: uma maior frequência de raízes com formato oboval (19,80%),
redonda (14,85%) e redonda elíptica (14,85%); uma predominância da coloração
vermelha arroxeada (38,46%) e creme (33,33%) para a casca das raízes; uma
intensidade da cor da casca pálida (42,10%) e intermediária (50%); uma maior
presença das cores brancas (68,42%) e amarelo pálida (18,42%) para a cor principal
da polpa; ausência de coloração (71,05%) e cor creme (13,16%) para a variável cor
secundária da polpa; predominância da coloração creme (36,36%) e amarela
(27,27%) na distribuição da cor secundária da polpa; superfície da raiz com sulcos
longitudinais (57,63%); e um córtex espesso (38,46%) e muito espesso (56,36%).
(84,8%) e da cor creme (10,8%) para a cor da casca; maior frequência da cor creme
(93,5%) e branca (6,5%) para a cor principal da polpa, além da presença de córtex
das raízes muito finos (100%). E CAMARGO (2013) notaram uma coloração pálida
(42,5%), intermediária (40%) e escura (17,5%) para intensidade da cor da casca; e
cor ausente (37,5%), cor creme (37,5%) e cor alaranjada (15%) para a cor
secundária da polpa.
Foi constatada uma elevada variabilidade fenotípica para a cor da casca, cor da
polpa e formato da raiz (Figura 10). Destaca-se também que raízes coletadas em um
mesmo município tiveram alta variabilidade fenotípica, o que evidencia o cultivo de
diferentes variedades tradicionais de batata-doce pelos produtores rurais da região
Sul do estado do Espírito Santo. A cor da casca e da polpa e o formato das raízes
foram as características com maior variabilidade, colaborando com significativa
diferenciação dos grupos MOULIN et al. (2014).
29% para verde com roxo em ambos os extremos para a variável pigmentação do
pecíolo.
46
Figura 10 – Variabilidade Morfológica das Raízes dos 38 acessos de Ipomoea batatas do Banco Ativo de Germoplasma do IFES
Campus de Alegre.
47
5 CONCLUSÃO
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