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O PASSE ESPÍRITA

“Para dar passes, pois, não basta boa vontade; é necessário também que o
operador preencha uma série de condições físicas e psíquicas, tendentes à
purificação do corpo e do espírito”
ARMOND, E. Passes e Radiações.

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CONCEITO DO PASSE ESPÍRITA

Para nós espíritas, o passe é uma transmissão de energias físicas e espirituais que tem por objetivo
restaurar o equilíbrio de quem o recebe. É importante lembrar que essa não é uma invenção do
Espiritismo e que, de maneiras diferentes, também existe em outros cultos religiosos.

Quando Jesus estendia suas mãos sobre aqueles que o buscavam, ele desejava firmemente o bem
para tais pessoas. Como sabemos, a força moral de Jesus é tão grande que muitas pessoas
conseguiam, à época, sentir o bem-estar que esse contato trazia. É com base nesse exemplo que surge
o passe.

Os médiuns encarnados responsáveis pela transmissão dessas energias funcionam como


ferramentas para o trabalho da espiritualidade superior. Por meio deles, os espíritos amigos,
interessados no progresso da humanidade, transmitem fluidos salutares cultivados no próprio plano
espiritual e também retirados da natureza. Ao mesmo tempo, esses mesmos médiuns também doam
suas melhores energias aos assistidos, desde que que mantenham o pensamento voltado ao bem e ao
desejo sincero de ajudar.

Como nos ensina a doutrina espírita, o pensamento é algo bastante concreto. Do ponto de vista
espiritual, nossos pensamentos têm formas, cores, luminosidade e até odores característicos. A
obra de André Luiz, com a psicografia de Chico Xavier, tem exemplos fartos sobre o tema. Logo,
quando emitimos um pensamento de amor e solidariedade em direção a alguém, certamente ele tem
tudo para atingir seu alvo.

Mas uma condição é igualmente importante: que a pessoa que recebe aquelas vibrações também
deseje recebê-las. Para isso, é importante manter-se em atitude de confiança, com a vontade
verdadeira de receber o que os bons espíritos nos reservam.

O passe é um excelente auxiliar no tratamento de nossos conflitos emocionais, ajudando-nos a


revigorar as forças e enfrentar nossos desafios. Mas não se engane: ele não deve substituir nenhuma
orientação ou tratamento médicos. O ideal é aliar tudo o que a ciência coloca ao nosso alcance com
as possibilidades de equilíbrio que o tratamento espiritual pode nos trazer.

MECANISMO DO PASSE

“O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior quantidade pode dá-
lo a quem o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se.”
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Q. 70-comentário.

“Os fluidos espirituais atuam sobre o perispírito e este, por sua vez, reage sobre o organismo material
com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma
impressão salutar; se forem maus, a impressão será penosa.”
KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. XIV, it. 18.

As energias magnético-espirituais do passe são processadas no perispírito do receptor, e, através dos


centros de força ou centros vitais perispirituais, alcançam os plexos nervosos do corpo físico,
distribuindo-se, então, nas províncias orgânicas.

Os efeitos da ação fluídica sobre os doentes são variados segundo as circunstâncias, algumas vezes é
lento e reclama tratamento mais longo, outras, é rápido como uma corrente elétrica. Todavia, o
princípio é sempre o mesmo: O fluido desempenha o papel de agente terapêutico e o efeito fica
sempre subordinado à sua qualidade e as suas circunstâncias especiais. (fé, merecimento, momento
próprio, humildade, etc).
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A cura se opera conforme mediante a substituição de uma molécula não sadia por uma sadia. O poder
curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas depende também da
energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais emissão fluídica provocará.

Os resultados podem ser de três ordens:

B e n é f i c o s:
Dependem do médium passista, que deve estar em condições de transmitir o passe:
➢ saúde física em boas condições para que o fluído vital possa ser doado;
➢ equilíbrio espiritual elevado para que os fluídos espirituais estejam em harmonia.
Dependem do assistido quando está:
➢ receptivo, em condições de favorecer o recebimento da ajuda, vibrando mentalmente para
melhor absorver os recursos espirituais;
➢ disposto a se melhorar espiritualmente, pois a ajuda do Passe é passageira e se fixará através
de suas modificações íntimas.

M a l é f i c o s:
Dependem do médium passista quando está:
➢ em estado de saúde precária (fluido vital deficitário);
➢ com o organismo intoxicado (fumo, álcool, drogas, pensamentos desvirtuados, etc.);
➢ em estado de desequilíbrio espiritual (revolta, vaidade, orgulho, raiva, desespero, desconfiança,
ansiedade, etc.).
Depende do assistido:
➢ quando suas defesas estão praticamente nulas, não podendo neutralizar a torrente de fluídos
grosseiros que lhe são transmitidos, visto que, de alguma forma se afiniza com eles.
➢ quando tais fluidos não são atraídos pelo assistido, o próprio plano espiritual atuante
desintegrará a carga transmitida pelo médium passista despreparado.

N u l o s:
Depende do assistido:
➢ embora a ajuda do médium passista, o assistido se coloca em posição impermeável (descrença,
vaidade, aversão, leviandade, etc.)

O PASSISTA

A pessoa que aplica passes é médium, pois, serve de intermediário entre os espíritos e encarnados.
Neste trabalho o passista assemelha-se a um fio elétrico dando passagem a uma força que não lhe
pertence totalmente, mas, que servirá como auxílio para beneficiar outras criaturas. Na verdade, toda a
orientação vem do Alto o por isso não é o passista que diretamente realiza a cura mas sim, os espíritos
que oferecem condições, ao combinarem seus fluidos com os fluidos animalizados do médium.

Fluidos magnetizados = Passista


+
Fluidos espirituais = Espíritos

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A primeira disposição que o passista deve apresentar é a boa vontade. Alicerçado neste sentimento
puro, ele receberá do Plano Maior a sugestão para renovar qualidades e aptidões que lhe permitam ser
o intermediário capaz e benfeitor.

¨ A mediunidade curativa se reveste da mais alta importância desde que alicerçada


nos sentimentos mais puros da mais pura fraternidade ¨ André Luiz.

São deveres do passista


1 – Manter boa conduta evangélica e conhecer o evangelho;
2 – Manter-se assíduo ao trabalho e executá-lo com amor;
3 – Não ingerir bebidas alcoólicas e não fumar;
4 – Ler sempre as obras básicas de Kardec;
5 – Nos dias de trabalho, se possível, não comer carne vermelha;
6 – Procura manter-se calmo e sereno;
7 – Ter Fé (confiança absoluta);
8 – Preparo e disciplina (responsabilidade);
9 – Elevação espiritual através da prece;
10 – Equilíbrio psíquico;
11 – Equilíbrio orgânico;
12 – Desenvolvimento moral;
13 – Respeito e compreensão aos problemas humanos;
14 – Vestir-se sobriamente, tendo em mente que é o espírito que trabalha. A roupa não deve chamar
atenção, nem pelo requinte nem pelo desleixo. Não usar saias curtas ou bermudas, nem blusas
decotadas ou regatas, não se deve usar maquiagem ou jóias ou perfumes exagerados, evitando chamar
a atenção para si, pois isso atrai más vibrações que podem influenciar no desempenho de seu trabalho;
15 – Assiduidade
16 – Ter sempre em mente que não trabalha para a Casa Espírita e nem para os dirigentes da mesma
e, sim para Jesus a quem pertence a Seara

O médium que não se prepara,


não consegue se concentrar.

O médium que fez a reforma íntima


e acompanha o preparo do
ambiente, concentra-se,
perfeitamente, para o trabalho e
expande sua aura amorosa
iluminada.

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PREPARAÇÃO DO AMBIENTE

O passe deve ser aplicado em local especificamente determinado. A câmara de passes fica,
constantemente, saturada de elementos fluídicos espirituais que permitem melhor atendimento ao
necessitado.
O ambiente deve ser preparado através de:
• Preces
• Leitura do Evangelho
• Respeito mútuo
• Calma
• Harmonia
• Silêncio

“Do ambiente poluído nada de bom se pode esperar.” André Luiz

CÂMARA DE PASSES = Preparação dos Mentores (limpeza psíquica do ambiente e utilização de


aparelhos próprios) + Ambiente Vibratório Coletivo (contribuição de TODOS os passistas)

O PASSE - PRÁTICA

O passe é simplesmente a imposição de mãos, usada e ensinada por Jesus conforme mencionado no
Evangelho. Ele não comporta as encenações e gesticulações, nem o sopro, nem fricção das mãos, nem
estalar dos dedos, etc.
O passista deve colocar as mãos acima da cabeça do receptor do passe ou paciente, uns dois dedos
acima dos cabelos, sem tocar o receptor, porque a força se projeta de uma aura para outra,
estabelecendo uma verdadeira ponte de ligação.
Durante a execução do passe deve-se fazer uma prece mentalmente (a critério de cada um) ou então
um Pai Nosso. A oração atua como vigorosa corrente mental, expulsando os pensamentos que nos
envolvem na luta diária e permitindo receber do plano espiritual substâncias renovadoras, em favor do
próximo (ajudamos e somos ajudados).
Quanto ao tempo que deve durar o passe, devemos usar o bom senso (nem o passe rapidinho, nem o
prolongado) uns 30 segundos é um tempo razoável.
André Luiz nos explica que os fluidos que emanam das mãos dos médiuns antes circulam pela sua
mente, pois é pelo pensamento que o passista transfere ao fluido qualidades como: equilíbrio, saúde,
fé, tranqüilidade, etc. e através da vontade dirige suas energias para o receptor visando ajudá-lo.
Concluímos, então, que o passe é uma transfusão de energias físico-psíquicas e espirituais.
Quanto ao receptor do passe, ele deve, sempre que possível, estar numa posição cômoda e
descontraída, com o pensamento voltado para DEUS e espíritos superiores, para melhor assimilar a
bênçãos divinas proporcionadas pelo passe. Convém lembrar que não existe posição convencionada a
fim de receber o passe, mãos abertas sobre o joelho, pernas descruzadas, nada mais são de que
resquícios do passado. O importante é a posição mental e não a posição do corpo.

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O passista deve estar sinceramente decidido a cooperar no bem dos outros. Pensamentos elevados
combinados a um corpo sadio, são indispensáveis ao passista.
Tanto o fluido do homem tem ação magnética e cura, quanto o fluido do espírito geralmente, porém, os
espíritos espontaneamente cedem seus fluidos ao passista humano, combinando os dois tipos e
reforçando a ação, que a prece intensifica mais ainda.
Muitas vezes, o passe não exemplifica uma cura que, por razões espirituais (ligadas a débitos de vidas
passadas) não permitiriam; a profundidade do alcance do passe não pertence a nós, mas
exclusivamente aos Espíritos Superiores. Só eles conhecem a situação real do paciente, as
possibilidades de ajudá-lo em face de seus débitos bem como a natureza dos fluidos que necessita.
Normalmente o passista tem uma percepção vaga, geralmente epidérmica dos fluidos. O passe deve
ser ministrado em Centro Espírita.
O paciente levado a um Centro Espírita para receber o passe, sente os efeitos psicológicos por sua
presença em um ambiente onde haja pessoas interessadas em ajudá-lo, o que lhe desperta a sensação
de segurança e confiança em si mesmo; trata-se de uma reação anímica (do próprio espírito do
paciente), em que se quebra o desânimo da solidão.
Além disso, a presença do paciente numa reunião lhe permite receber ajuda do calor humano e da
doação fluídica direta. Assim o passe a distância só deve ser empregado quando de todo for
impossível o passe de contato pessoal. Somente deve alguém tomar passe no lugar de outro
quando estiver impossibilitado de ir ao Centro Espírita, devendo de preferência estar ciente e
preparado para o mesmo no horário provável do passe.
Na câmara de passe deve-se manter silêncio absoluto, não arrastar cadeira, não conversar, de maneira
a não quebrar a paz e a harmonia do recinto.
O médium passista deve estar presente na sala de passes se preparando, concentrando-se, pelo
menos dez minutos antes de ministrá-lo.

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1. NÃO EXISTE UMA QUANTIDADE MÁXIMA DE PASSES QUE O MÉDIUM POSSA APLICAR
2. CASO O ASSISTIDO ESTEJA COM UMA CRIANÇA NO COLO, UMA MÃO DEVE SER IMPOSTA SOBRE O
ADULTO E A OUTRA SOBRE A CRIANÇA
3. NUNCA TOCAR NO ASSISTIDO
4. EVITAR MOVIMENTAÇÃO EXCESSIVA
5. MANTER-SE NUM CLIMA DE VIBRAÇÕES ELEVADAS POR MEIO DA PRECE, ESTUDO E ESFORÇO DE
MELHORIA MORAL
6. NÃO PRESTAR ORIENTAÇÕES MEDIÚNICAS DURANTE O PASSE
7. NÃO DAR PASSIVIDADE DURANTE O PASSE
8. EVITAR QUALQUER TIPO DE EXIBICIONISMO
9. SEGUIR AS ORIENTAÇÕES DA DOUTRINA E DA CASA ESPÍRITA
10. CUIDAR DA ALIMENTAÇÃO E DA SAÚDE
11. PARTICIPAR DAS REUNIÕES DE ESTUDO
12. NÃO APLICAR PASSE EM FAMILIAR
13. VESTIR-SE DISCRETA E ADEQUADAMENTE
14. NÃO APLICAR PASSE SE:
✓ fizer uso de substâncias tóxicas viciantes – álcool, tabaco, entorpecentes
✓ estiver debilitado (física, psíquica e/ou emocionalmente), impactando em suas atividades diárias
✓ estiver gestante
✓ estiver há 7 dias ou mais sem receber e/ou aplicar passe
✓ fizer uso de medicamento controlado e que impacte em suas atividades diárias

Concluímos que, como médiuns passistas, devemos estar conscientes de que temos no passe
uma oportunidade sagrada de praticar a CARIDADE pura, desde que imbuídos do verdadeira
espírito cristão, sem falar na bênção de podermos estar em companhia de bons espíritos que,
com carinho, diligência, amor, compreensão e humildade se utilizam de nossas ainda limitadas
potencialidades energéticas em benefício do próximo e de nós mesmos.

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