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Joaquim Inácio da Trindade, conhecido como Quinzinho, era filho de Inácio Salvador

da Trindade e de Adalzinda Leocádia da Trindade. Nasceu em 09 de agosto 1896, natural do


sítio Bom Pasto, próximo ao distrito da Esperança, município de Santo Antônio. Casou-se com
Olindina Olífia de Macedo no dia 23 de junho de 1925, no oratório público de Lagoa de Pedras.
O casal teve 9 filhos. Possuía um terreno de arisco, que originalmente tinha 40,0 hectares, em
Brejinho, chamado de Baixa do Genipapo, comprado ao neto do português Antônio Fernandes
Borges) que em 1972 valia aproximadamente Cr$: 28.400,00. Possuía também um terreno de
5,5 hectares no sítio Santa Maria, hoje município de Brejinho, como também um armazém onde
hoje é a loja Teixeira Móveis, onde vendia uma variedade de produtos, dentre eles cortes de
tecido, artigos farmacêuticos, artigos de agricultura, munição, mel etc.
Era dono de uma casa de farinha na Avenida Antônio Alves Pessoa, que se localizava na
esquina da rua do cemitério, onde hoje se encontram duas lojinhas de confecções. Negociava
com empresários expressivos da região, fazia uma rota que passava por Monte Alegre, onde
tinha muitos amigos. Comercializava também com a base da Aeronáutica de Parnamirim.
Alguns oficiais chegavam a vir comprar em Brejinho o delicioso mel que vendia.
Prezava sempre por estreitamento com intelectuais em busca de conhecimentos, e por
isso mesmo mantinha contato constante com seu primo distante Dr. Onofre Lopes e o seu primo
legítimo, o deputado-estadual João Aureliano de Lima.
Foi um pesquisador dos recursos naturais da região, a ponto de receber a visita, em
Brejinho, da primeira turma de mineração da E.T.F.R.N. em 1967, liderada pelo geólogo Dr.
Edgard Dantas, para aula de campo. Turma esta da qual seu neto, José Anacleto Xavier, fazia
parte. Costumava reunir homens que estivessem ociosos após o período da farinhada para fazer
pesquisas geológicas na região Agreste. Encontrou indícios de mica (malacaxeta) em Santa
Maria (distrito de BrejinhoRN); mica, quartzo branco e quartzo rosa em Lagoa de Pedras e
colombita no Comum (distrito de Monte Alegre-RN). Prezava pelo avanço do Brasil, já que era
um homem muito patriota, e chegou a manter correspondência com o então presidente da
República Getúlio Vargas.
Era um grande admirador da abelha sem ferrão, sendo um meliponicultor, criador de
abelhas da raça uruçu. Sendo um dos maiores produtores e comerciantes de mel de abelha sem
ferrão do agreste na época, e comercializando um produto referência de pureza e de qualidade, o
delicioso mel que vendia ia parar em estados vizinhos, como Paraíba e Pernambuco. Essa
criação se dava no próprio quintal de casa, onde construiu um galpão coberto com telhas em que
conviviam cerca de 100 colônias do pequeno inseto. Contribuía assim não apenas com o
desenvolvimento da cidade, mas também auxiliava a natureza, preservando abelhas nativas
muito importantes para o equilíbrio do ecossistema.
Quanto a sua religiosidade: vivia e criava seus filhos num catolicismo fervoroso,
fazendo jus ao seu sobrenome. Só como exemplo, falemos da promessa que fez de ir a pé de sua
casa na Esperança até Juazeiro do Norte, no Ceará. Ele e sua esposa Olindina deixaram os filhos
nascidos na época (Jessi, Carmelita, Nazinha e João) na casa dos avós Inacinho e Adalzinda e
partiram a pé, até a cidade do Ceará, distante cerca de 530km de sua residência. Segundo
contam suas sobrinhas Anizete Costa e Maria das Neves, isso foi por volta do final de 1933 ou
início de 1934, quando o famoso Padre Cícero estava no final de sua vida. Ao chegar lá, seu
Quinzinho conversou por muito tempo com o sacerdote, fazendo-lhe diversas perguntas. Alguns
meses depois, em 20 de julho de 1934, o “Padim Ciço” faleceu em Juazeiro, com 90 anos de
idade.
Já no final de sua vida, seu Quinzinho teve duas crises de trombose, o que o deixou
muito debilitado. Quando seu filho Américo começou a namorar com Rosemeire, ele já havia
tido essas duas crises. No dia 11 de março de 1972, às 08 horas, faleceu de trombose cerebral na
Casa de Saúde São Lucas, em Natal. Foi sepultado no cemitério de Brejinho, onde descansa até
hoje no jazigo da família Trindade. Uma rua do conjunto Planalto da cidade de Brejinho foi
batizada como Rua Joaquim Inácio da Trindade, em sua homenagem.

FONTE: LIVRO MEMORÁVEIS NOMES DO AGRESTE, DE AUTORIA DE JOHNATHAN


WESLEY DA TRINDADE SILVA (BISNETO DO FALECIDO QUINZINHO)

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