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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ELIZIANO SILVA DE ARAÚJO

A DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA COMO FERRAMENTA


GERENCIAL: UMA ANÁLISE DE INDICADORES DE LIQUIDEZ DAS EMPRESAS
DO SEGMENTO DE TECIDOS, VESTUÁRIO E CALÇADOS.

NATAL/ RN
2017
ELIZIANO SILVA DE ARAÚJO

A DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA COMO FERRAMENTA


GERENCIAL: UMA ANÁLISE DE INDICADORES DE LIQUIDEZ DAS EMPRESAS
DO SEGMENTO DE TECIDOS, VESTUÁRIO E CALÇADOS.

Monografia apresentada ao Departamento


de Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, para
obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Adilson de Lima


Tavares

NATAL/ RN
2017
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Araújo, Eliziano Silva de.


A demonstração dos fluxos de caixa como ferramenta gerencial: uma
análise de indicadores de liquidez das empresas do segmento de tecidos,
vestuário e calçados / Eliziano Silva de Araújo. - Natal, 2017.
50f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Adilson de Lima Tavares.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal


do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
Departamento de Ciências Contábeis.

1. Contabilidade Gerencial - Monografia. 2. Demonstração - Fluxo de


caixa - Monografia. 3. Indicadores financeiros - Monografia. 4. Liquidez -
Monografia. I. Tavares, Adilson de Lima. II. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 657.21


ELIZIANO SILVA DE ARAÚJO

A DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA COMO FERRAMENTA


GERENCIAL: UMA ANÁLISE DE INDICADORES DE LIQUIDEZ DAS EMPRESAS
DO SEGMENTO DE TECIDOS, VESTUÁRIO E CALÇADOS.

A monografia foi julgada e aprovada para obtenção do grau de bacharel em Ciências


Contábeis, no curso de graduação em Ciências Contábeis bacharelado da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN.

____________________________________________________
Profa. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan – UFRN
Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis

Professores que compuseram a banca:

____________________________________________________
Prof. Dr. Adilson de Lima Tavares – UFRN
ORIENTADOR

____________________________________________________
Prof. Marke Geisy da Silva Dantas
EXAMINADOR

____________________________________________________
Prof. Rodolfo Maia Rosado Cascudo Rodrigues
EXAMINADOR

Natal, 22 de junho de 2017


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe (Maria das Graças), ao meu padrasto
(Pedro) e aos meus avós (in memorian) Djanira e Justino que a todo momento se
doaram, oferecendo sempre melhor de si, e sem cessar foram, e são, fontes de amor,
carinho e dedicação na minha vida, e me mostraram que o respeito, a educação e o
conhecimento são o caminho para grandes conquistas. Busco incessantemente ser
merecedor de todo esforço dedicado por vocês.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por me conceber à Vida e por me dá,


todos os dias, uma nova chance de ser um homem melhor.
Agradeço, imensamente, aos meus familiares que, cada um do seu jeito,
me estimularam e contribuíram para que eu seguisse sempre em frente, mesmo que
o caminho fosse difícil, porque eles estariam a todo tempo ao meu lado, e assim foi, e
assim É.
Agradeço a todos os meus amigos, esses são anjos, que me conhecem só
com um olhar ou uma palavra, sempre em nossos encontros, diários ou esporádicos,
são motivos de inspiração e exemplos para minha formação.
Agradeço aos meus professores por todo conhecimento compartilhado, e
por isso responsáveis pela concretização de mais uma etapa na minha vida.
Agradeço aos meus amigos da universidade, esses em especial, André,
Gláucia, Maria, Paulo Roberto, Ricelliano e Samara, que estiveram comigo ao longo
de toda jornada, e que me agregaram muito conhecimento diariamente através de
nossos trabalhos, discussões, dúvidas e encontros de estudo.
A todos vocês, a minha sincera e eterna gratidão.
“Mesmo que já tenha feito uma longa caminhada,
sempre haverá um caminho a percorrer”

Santo Agostinho
RESUMO

O presente trabalho apresenta a demonstração do fluxo de caixa como ferramenta na


tomada de decisão gerencial através da análise da liquidez de empresas de consumo
cíclico do setor do comércio do segmento de tecidos, vestuário e calçados. O trabalho
foi realizado por meio de uma pesquisa descritiva, aplicando procedimentos de análise
documental e pesquisa bibliográfica, e com uma abordagem quantitativa e qualitativa
de indicadores financeiros destas empresas. O resultado mostra uma posição da
liquidez das empresas através dos índices calculados mensurando a capacidade
cobrir suas dívidas, retorno dos acionistas, relação do fluxo de caixa das operações
com seus investimentos e financiamentos, retorno de suas vendas e seus ativos, bem
como o fluxo sobre seus lucros. Por fim o estudo conclui que as empresas
selecionadas na amostra, no geral, mantiveram seus indicadores financeiros sem
grandes alterações, controlando assim a liquidez mesmo diante da crise econômico-
financeira no Brasil no período analisado.

Palavras-chaves: Contabilidade Gerencial. Demonstração do fluxo de caixa.


Indicadores financeiros. Liquidez.
ABSTRACT

This paper presents a demonstration of cash flow as a tool in managerial making


decision through the analysis of the cyclical consumption companies' liquidity in the
trade, apparel and footwear segment. The work was carried out through a descriptive
research, applying documental analysis procedures and bibliographic research, and
with a quantitative and qualitative approach of financial indicators of these
companies.The result shows a position of the companies' liquidity through the
calculated indices measuring the capacity to cover their debts, return of the
shareholders, relation of the cash flow of the operations with their investments and
financings, return of their sales and their assets, as well as the flow on your
profits.Finally, the study concludes that the companies selected in the sample, in
general, maintained their financial indicators without major changes, thus controlling
the liquidity even in the face of the economic-financial crisis in Brazil during the
analyzed period.

Keywords: Managerial Accounting. Cash Flow Statement. Financial Indicators.


Liquidity.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Classificação das transações que envolvem caixa por atividades..............23

Figura 2 Modelo de DFC elaborada pelo método direto............................................25

Figura 3 Modelo de DFC elaborada pelo método indireto.........................................26


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Saldos dos fluxos de caixas ...................................................................... 35

Tabela 2 Saldos das contas patrimoniais e contas de resultados....... ..................... 36

Tabela 3 Indicador financeiro: Cobertura de Dívidas ............................................... 37

Tabela 4 Indicador financeiro: Retorno do Patrimônio Líquido ................................. 38

Tabela 5 Indicador financeiro: Cobertura de Investimentos....... .............................. 39

Tabela 6 Indicador financeiro: Retorno Total............................................................ 40

Tabela 7 Indicador financeiro: Retorno sobre Vendas ............................................. 42

Tabela 8 Indicador financeiro: Retorno sobre Ativo.................................................. 43

Tabela 9 Indicador financeiro: Fluxo sobre Lucro..................................................... 44


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa


DOAR - Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
COSIF - Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
IAS - International Accounting Standards
IASB - International Accounting Standards Board
FASB - Financial Accounting Standards Board
FCO - Fluxo de Caixa das Operações
FCI - Fluxo de Caixa de Investimento
FCF - Fluxo de Caixa de Financiamentos
ROL - Receita Operacional Líquida
PL - Patrimônio Líquido
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14
1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 14
1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .............................................................................. 14
1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ............................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16
2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL .......................................................................... 16
2.2 FLUXO DE CAIXA ............................................................................................... 17
2.2.1 Conceito de Fluxo de Caixa ........................................................................... 17
2.2.2 A importância do fluxo de caixa na Contabilidade Gerencial .................... 18
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ......................................................... 19
2.3.1 Obrigatoriedade da elaboração e divulgação .............................................. 19
2.3.2 Conceito e objetivos da demonstração do fluxo de caixa .......................... 20
2.3.3 Conceito de caixa e seus equivalentes ........................................................ 21
2.3.4 Estrutura da demonstração do fluxo de caixa ............................................. 22
2.3.4.1 Atividades Operacionais ................................................................................ 22
2.3.4.2 Atividades de investimentos .......................................................................... 22
2.3.4.3 Atividades de financiamentos ........................................................................ 23
2.3.5 Métodos de estruturação da demonstração do fluxo de caixa .................. 23
2.3.5.1 Método direto ................................................................................................ 24
2.3.5.2 Método indireto .............................................................................................. 25
2.3.6 Indicadores financeiros calculados a partir da DFC ................................... 27
2.3.6.1 Cobertura de Dívidas..................................................................................... 27
2.3.6.2 Retorno do Patrimônio Líquido ...................................................................... 27
2.3.6.3 Cobertura de Investimento ............................................................................ 28
2.3.6.4 Retorno Total ................................................................................................. 28
2.3.6.5 Retorno sobre Vendas................................................................................... 28
2.3.6.6 Retorno sobre Ativo ....................................................................................... 29
2.3.6.7 Fluxo sobre Lucro .......................................................................................... 29
3 METODODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................... 30
3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 30
3.2 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA .............................................................................. 31
3.2.1 Arezzo Indústria E Comércio S.A. ................................................................. 32
3.2.2 Grazziotin S.A. ................................................................................................ 32
3.2.3 Guararapes Confecções S.A. ........................................................................ 32
3.2.4 Lojas Hering S.A. ............................................................................................ 33
3.2.5 Lojas Renner S.A. ........................................................................................... 33
3.2.6 Marisa Lojas S.A. ............................................................................................ 33
3.2.7 Restoque Comércio E Confecções De Roupas S.A. ................................... 33
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 35
4.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ..................................................... 35
4.1.1 Cálculos dos Indicadores financeiros .......................................................... 36
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .................................................................. 46
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 47
13

1 INTRODUÇÃO

O mercado consumidor cada vez mais competitivo e dado o cenário de


crise econômica no Brasil, faz com que as empresas busquem ferramentas e
estratégias adequadas para melhorar seus resultados financeiros. Administrar os
recursos financeiros provendo caixa para cumprimento dos seus compromissos exige
mais planejamento e controle para garantir a continuidade da organização. Para tanto
a análise de indicadores da demonstração de fluxo de caixa fornece aos seus usuários
dados que podem ser aplicados no acompanhamento da liquidez e na gestão dos
recursos financeiros das empresas.
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser obrigatória
mediante a lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que modificou conceitos da lei
6.404/76 ou lei das sociedades anônimas, que retrata em seu artigo 176º que no fim
de cada exercício social, a empresa será obrigada a elaborar as demonstrações
financeiras. E com a alteração da lei nº 11.638 foi instituído no inciso IV do mesmo
artigo sobre a obrigatoriedade do uso da DFC, em substituição a Demonstração das
Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR). Segundo Assaf Neto (2012, p. 97):

A DFC permite que analise, principalmente, a capacidade financeira


da empresa em honrar seus compromissos perante terceiros
(empréstimos e financiamentos) e acionistas (dividendos), a geração
de resultados de caixa futuros e das operações atuais, e a posição de
liquidez e solvência financeira.

Diante da crise econômica e política que atingem o Brasil nos últimos anos,
as empresas veem sofrendo problemas financeiros como falta de caixa e altos índices
de endividamento como resultados deste processo. Para Tânia Laporta (2016):

Mesmo com a retomada da Bovespa em 2016, o número de empresas


que dão adeus ao mercado de ações está crescendo. Nos 10 primeiros
meses do ano, nove já fecharam capital e outras oito aguardam um
aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fazer o mesmo.

Considerando estes fenômenos, como se comportaram os indicadores de


liquidez obtidos a partir da demonstração de fluxo de caixa das companhias abertas
de consumo cíclico do setor de comércio do segmento de tecidos, vestuário e calçados
nos anos de 2014, 2015 e 2016?
14

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

O presente trabalho busca mensurar a liquidez das companhias abertas de


consumo cíclico do setor de comércio do segmento de tecidos, vestuário e calçados
através da análise de indicadores obtidos por meio da demonstração de fluxos de
caixa.

1.1.2 Objetivo Específicos

De forma mais específica o estudo pretende alcançar os seguintes


objetivos:
● Analisar os indicadores de liquidez das empresas de consumo cíclico do
setor de comércio do segmento de tecidos, vestuário e calçados, através da
demonstração do fluxo de caixa;
● Comparar o desempenho desses indicadores entre as companhias;
● Examinar a existência de um padrão ou tendência entre os indicadores
analisados, observando seu comportamento;

1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O presente trabalho delimita-se a analisar a liquidez a partir das


demonstrações dos fluxos de caixas das companhias abertas de consumo cíclico do
setor de comércio no segmento de tecidos, vestuários e calçados, mostrando seus
índices de liquidez no período de 2014, 2015 e 2016.

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Considerando o potencial da demonstração contábil para o uso no


planejamento e controle, o fluxo de caixa é capaz de apresentar a situação financeira,
bem como servir para realização de projeções da empresa, utilizando-se em seu
processo de elaboração de técnicas gerenciais (SILVA, 2011).
15

Desta forma este estudo mostra a importância da utilização dos indicadores


de liquidez obtidos através da análise da demonstração do fluxo de caixa de
companhias de capital aberto, caracterizando-se como uma ferramenta para
contabilidade gerencial bem como gerando informações relevantes para os usuários
como por exemplo: investidores que financiam as empresas e buscam retorno sobre
seus investimentos, acionistas que objetivam o recebimento de seus dividendos,
fornecedores interessados em conhecer a capacidade das empresas quitar suas
dívidas, cliente interessados em informações sobre a continuidade da capacidade
operacional da organização, entre outros.
16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo discorrem-se acerca das características relacionadas à


contabilidade gerencial, o fluxo de caixa e a demonstração do fluxo de caixa.

2.1 A CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade, dentre seus objetivos, busca fornecer informações que


subsidiem as tomadas de decisões nas empresas, demonstrando sua importância nos
processos administrativos dentro das organizações.
Neste contexto, a contabilidade passa a ser aplicada como ferramenta na
tomada de decisão não só por ser capaz de mensurar desempenhos passados, mas
também por apresentar a atual posição econômico-financeira e projetar exercícios
futuros.
A contabilidade gerencial deixa de ser apenas uma fonte de informações
contábeis e se torna uma técnica, que aliada a outros campos do conhecimento,
contribui como uma ferramenta na administração das empresas, capaz de dar suporte
na definição das suas metas e objetivos, no fornecimento de dados para comparações
de desempenho, na elaboração de projeções de suas atividades e realizar uma
análise financeira das instituições. De acordo com Iudícibus (2010, p.15):

A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente,


como um enfoque especial conferido as várias técnicas e
procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na Contabilidade
Financeira, na Contabilidade de Custos, na Análise Financeira de
Balanços etc. Colocados numa perspectiva [...] e classificação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu
processo decisório.

Assim a contabilidade gerencial está presente no processo da tomada de


decisão em diversas etapas desde o planejamento, controle, orçamento,
acompanhamento, avaliação e definição. Com isso o gestor utilizar-se desta
ferramenta de gestão e suporte, contribuindo de forma efetiva para o sucesso da
empresa.
O conceito de Iudícibus vai de encontro ao da COSIF, que define assim a
Contabilidade Gerencial:
17

[...] é a parte da Contabilidade que se refere o fornecimento de


informações e de subsídios para a tomada de decisões de caráter
corrente e as de natureza estratégicas permitindo também efetuar
avaliações de desempenho e fixação do preço de venda baseado no
custo, no mercado e no concorrente [...].

Com a contabilidade desempenhando a função gerencial de apresentar


uma situação real da entidade, surge a necessidade de um profissional qualificado e
com conhecimentos abrangentes à área contábil e áreas afins, cabendo ser o
responsável por tais atribuições, o contador gerencial.
Este profissional traz consigo amplos conhecimentos nas áreas da
contabilidade de custos, financeira, tributária e análise de balanços, além de
conhecimentos mais abrangentes como economia, mercado de atuação da empresa
e política que são aplicados na gestão dos processos decisórios.
Uma ferramenta utilizada pelo contador gerencial para elaboração das suas
informações é a análise do fluxo de caixa da empresa. Conforme defendido por Sá
(2008, p.4) o estudo do fluxo de caixa permite conhecer o processo de formação de
liquidez na empresa, mostrando que é mais importante a geração de caixa do que a
geração do lucro.

2.2 FLUXO DE CAIXA

2.2.1 Conceito de fluxo de caixa

Considerando a função gerencial da contabilidade, o fluxo de caixa se


apresenta como um instrumento capaz de fornecer informações sobre a posição
financeira da empresa e embasar os gestores no processo decisório.
Assaf e Silva (2007, p.39) definem “o fluxo de caixa como um instrumento
que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma empresa”.
Destacando assim a sua importância no processo de tomada de decisões financeiras.
Afirma também que “conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona
os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma
empresa em determinado intervalo de tempo”.
Por meio do fluxo de caixa é possível identificar se a entidade possui
recursos suficientes para manter suas atividades e honrar seus compromissos.
Através destas informações os gestores administram o caixa de forma a controlar
18

excessos ou sobras de recursos, realizando, no momento oportuno, a captação de


empréstimos ou aplicação desses excedentes.
Para Sá (2008, p.11) “Chamamos de fluxo de caixa ao método de captura
e registros dos fatos e valores que provoquem alterações no saldo de caixa e sua
apresentação em relatórios estruturados, de forma a permitir sua compreensão e
análise”. Muitos analistas especificam o fluxo de caixa como uma das principais
ferramentas de análise capaz de monitorar a movimentação financeira, através das
alterações de caixa (SILVA, 2013).
Desta forma, a demonstração dos fluxos de caixa registra as
movimentações de recursos financeiros num dado período, permitindo a elaboração
de um planejamento capaz de fornecer informações sobre a liquidez e garantir a
continuidade de suas das atividades das empresas, sendo este um dos objetivos
deste instrumento gerencial.

2.2.2 A importância do fluxo de caixa na Contabilidade Gerencial

A importância do fluxo de caixa na contabilidade gerencial pode ser


verificada pela capacidade deste instrumento de planejamento e controle fornecer
informações relevantes sobre a saúde financeira da empresa, mostrando aspectos de
sua liquidez, capacidade de cumprir suas obrigações, análise de seus investimentos
e financiamentos, e medir sua geração de caixa.
De acordo com Martins (2001, p.275), “o fluxo de caixa é tido como aquele
que melhor revela a efetiva capacidade de geração de riqueza de determinado
empreendimento”. Sendo assim é tido como uma ferramenta aplicada no controle,
planejamento e gerenciamento eficiente das receitas, despesas e investimentos das
organizações.
Dentre os objetivos fundamentais na elaboração do fluxo de caixa são
destacados os seguintes por Zdanowicz (2000, p.24):

1. Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários


para execução do plano geral de operações, bem como na realização
de transações econômico-financeiras da empresa;
2. Empregar, da melhor forma possível, os recursos financeiros
disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e estudando,
antecipadamente, a melhor aplicação, o tempo e segurança dos
mesmos;
19

3. Planejar e controlar os recursos financeiros da empresa, em


termos de ingressos e reembolsos de caixa, através das informações
constantes nas projeções de vendas, produção e despesas
operacionais, assim como os dados relativos aos índices de
atividades: prazos médios de rotação de estoques, de valores a
receber e de valores a pagar;
4. Saldar as obrigações da empresa na data do vencimento;
5. Buscar o perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos de
caixa da empresa;
6. Analisar as fontes de empréstimos que oferecem empréstimos
menos onerosos, em caso de necessidade de recursos pela
empresa;
7. Evitar desembolsos vultuosos pela empresa, em épocas de
encaixe;
8. Desenvolver o controle de saldos de caixa e dos créditos a receber
pela empresa;
9. Permitir a coordenação entre os recursos que serão alocados em
ativo circulante, vendas, investimentos e débitos.

A administração do fluxo de caixa tem por objetivo manter a liquidez


necessária às atividades da empresa, além de controlar sua movimentação financeira,
constituindo o fluxo de caixa como indispensável na sinalização dos rumos financeiros
dos negócios da empresa. (ASSAF; SILVA, 2007).

2.3 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.3.1 Obrigatoriedade da elaboração e divulgação

Com o objetivo de acompanhar a internacionalização das normas contábeis


e fornecer mais informações aos seus usuários, a DFC tornou-se obrigatória a partir
de 01 de janeiro de 2008, pela publicação da lei de Nº 11.638/07 em substituição
Demonstração de Origens e Aplicações dos Recursos. Conforme Iudícibus et. al
(2013, p.651):

Para estabelecer as regras de como as entidades devem a elaborar e


divulgar a DFC o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) emitiu
o Pronunciamento Técnico 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa,
aprovado pela CVM, por meio da Deliberação Nº 641/10, e pelos
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e Banco Central, por meio
das Resoluções nos 1.296/10 e 3.604/08 do Conselho Monetário
Nacional, respectivamente.

O pronunciamento contábil técnico CPC 03(R2) – Demonstração dos


Fluxos de Caixa, que regulamentou a DFC, foi elaborado com base na norma
20

internacional de contabilidade IAS-7 do IASB, abrangendo os pontos a serem


apresentados como por exemplo, o que deve conter na demonstração, quais as
atividades relacionadas, quais os métodos de apresentações, e tratamento a ser
aplicado em diversas específicas.

2.3.2 Conceito e objetivos da demonstração do fluxo de caixa

A importância, o interesse a utilização desta demonstração justifica seu


conceito e seus objetivos. A DFC identifica a origem e aplicação do todo dinheiro que
passou pelo caixa num dado período, bem como o resultado deste fluxo (IUDÍCIBUS;
MARION, 2012).
Ribeiro (2013, p.422) define DFC como “um relatório contábil que tem por
fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que provocam
alterações no saldo de caixa e equivalentes de caixa”.
Tais informações apresentadas na DFC são capazes de auxiliar gestores e
demais usuários das demonstrações na mensuração da eficiência da empresa na
geração de caixa, bem como a administrar seus recursos. Também a partir dessas
informações é possível verificar como estão sendo realizados seus investimentos e
qual sua estrutura de capital, além do retorno que foram gerados aos seus acionistas.
Quando analisadas juntamente com outras demonstrações financeiras, as
informações geradas pela DFC, possibilitam, aos seus usuários, uma avaliação
financeira da entidade (Iudícibus et al., 2013). Dentre os itens analisados o autor
destaca os seguintes:

1. a capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos


de caixa;
2. a capacidade de a empresa honrar com seus compromissos,
pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos;
3. a liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa;
4. a taxa de conversão de lucro em caixa;
5. a performance operacional de diferentes empresas, por eliminar
os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas
transações e eventos;
6. o grau de precisão das estimativas passadas de fluxo futuros de
caixa;
7. os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das
transações de investimento e de financiamento etc.(Iudícibus et
al.2013, p.651).
21

Assim a DFC é utilizada como um relatório dinâmico e torna-se um


importante instrumento para dar suporte a tomada de decisões financeiras.
Com isso, atendendo as novas mudanças nas normas contábeis, espera-
se que as demonstrações financeiras aumentem seu poder preditivo, possibilitando
aos seus diversos usuários compreender e avaliar o desempenho das empresas, bem
como sua atual posição no mercado e projetar resultados.

2.3.3 Conceito de caixa e seus equivalentes

Caixa pode ser definido de maneira básica como os recursos disponíveis


em espécie que a empresa possui em seu poder, bem como aquele em contas
bancárias. Já equivalentes de caixa são os recursos que mesmo estando em
aplicações financeiras apresentam liquidez imediata, ou seja, é convertido em espécie
tão logo a empresa necessite.
Todas as disponibilidades da empresa existentes nas contas, Bancos conta
Movimento e Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata compreende a definição de
caixa, segundo Ribeiro (2013, p.422). Que ainda destaca a necessidade de constar
os equivalentes de caixa descritos nas notas explicativas.
Vale ressaltar que alguns critérios devem ser considerados para que estas
aplicações financeiras sejam consideradas como equivalentes de caixa. A liquidez
imediata que abrange as aplicações financeiras com resgate até três meses contados
a partir da sua aquisição.
De acordo com Iudícibus et al. (2013), as aplicações financeiras no
mercado primário em títulos de renda fixa, públicos ou privados, mantidas por este
período, são consideradas equivalentes de caixa. O autor ainda destaca que os
investimentos em equivalentes de caixa não têm caráter especulativo, de obter lucros
anormais como tais aplicações, e não podem estar sujeitos a risco significativo de
alteração de valor, mas apenas o de assegurar a essas sobras temporárias a
remuneração correspondente ao preço do dinheiro no mercado.
Assim os autores concluem que os investimentos submetidos a flutuação
de valor, não possuem características de aplicações de curto prazo e desta forma não
considerados equivalentes de caixa.
22

2.3.4 Estrutura da demonstração do fluxo de caixa

De acordo com a Lei nº 6.404/76, não foi definido um modelo único de DFC
adotado por todas as empresas. Porém, seu inciso I, do artigo 188 determina que pelo
menos as alterações, durante o exercício, nas contas caixa e equivalentes de caixa
devem ser registradas agrupadas em três fluxos de atividades: das operações, dos
financiamentos e dos investimentos (RIBEIRO, 2013).

2.3.4.1 Atividades Operacionais

Os fluxos de caixa das atividades operacionais correspondem ao resultado


dos pagamentos e recebimentos gerados a partir das principais atividades da empresa
para obtenção de lucro.
É o montante desse fluxo de caixa advindos das atividades operacionais
que indicado quanto as operações da entidade têm gerado suficientes fluxos de caixa
saldar suas obrigações, manter a capacidade operacional da entidade, e fazer novos
investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento (CPC 03(R2), 2010).

2.3.4.2 Atividades de investimentos

Segundo Assaf e Silva (2007, p.56), “As atividades de investimentos são


aquelas oriundas das decisões de investimentos de longo prazo como as decorrentes
de compra de máquinas, terrenos, veículos, etc.”.
Esse fluxo de caixa está vinculado às movimentações associadas ao ativo
permanente, sendo consideradas também a venda de outros investimentos não
classificados nos equivalentes de caixa, como exemplo aquisição ou venda de
participações em outra empresa.
23

2.3.4.3 Atividades de financiamentos

O fluxo das atividades de financiamentos é o resultado da composição do


capital da empresa. Demonstra a movimentação do que foi pago de remuneração ao
capita de terceiros e capital próprio, bem como o que foi contraído de obrigações no
exercício.
A figura 1 mostra uma classificação das transações que envolvem o caixa.

Figura 1: Classificação das transações que envolvem caixa por atividades


Fonte: Braga e Marques (2001, p.09)

2.3.5 Métodos de estruturação da demonstração do fluxo de caixa

A DFC pode ser elaborada através da utilização de dois métodos de


apresentação, denominados de direto e indireto, que se diferenciam no tratamento
dado as atividades operacionais.
Conforme Iudícibus et.al.(2013, p.660), “O FASB e IASB recomendam que
as empresas utilizem o método direto, mas é facultada a elaboração do fluxo das
24

operações pelo método indireto, ou método da conciliação”. Também o CPC 03 (R2)


(2010) faculta essa utilização dos métodos, exigindo que quando da aplicação do
método direto, a conciliação do lucro líquido com o fluxo de caixa líquido das
operações.
Os métodos de apresentação diferem, exatamente, na forma de
apresentação dos fluxos de caixa das atividades operacionais, pois tanto no método
direto quanto no método indireto as atividades de investimentos e financiamentos
apresentam formas semelhantes.

2.3.5.1 Método Direto

Através do método direto a empresa deve estruturar a DFC evidenciando


todos os seus pagamentos e recebimentos oriundos das atividades operacionais,
considerando as entradas e saídas por seus valores brutos. Conforme CPC 03 (R2)
(2010):

Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de


recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas
alternativamente:
(a) dos registros contábeis da entidade; ou
(b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou
serviços vendidos e outros itens da demonstração do resultado ou do
resultado abrangente referentes a:
(i) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas
operacionais a receber e a pagar;
(ii) outros itens que não envolvem caixa; e
(iii) outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades
de investimento e de financiamento.

Considerando o fato de poder ser elaborado diariamente e, em alguns


casos, projetar a movimentação do caixa, esse método torna-se um instrumento
insubstituível na execução de um planejamento financeiro (SÁ, 2008).
25

A figura 2 abaixo apresenta um modelo de DFC elaborada pelo método


direto.
COMPANHIA
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ATUAL ANTERIOR
1. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
 Valores recebidos de clientes
 Valores pagos a fornecedores e empregados
 Impostos de renda e contribuição social pagos
 Pagamentos de contingências
 Recebimentos por reembolsos de seguros
 Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias
 Outros recebimentos (pagamentos) líquidos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas
(aplicadas nas) atividades operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
(–) Compras de Investimentos
(–) Compras do imobilizado
(–) Compras do Intangível
(+) Recebimentos por vendas de Investimentos
(+) Recebimento por vendas do imobilizado
(+) Recebimento por vendas do intangível
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas
(aplicadas nas) atividades de investimentos
3. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
(+) Integralização de capital
(+) Empréstimos tomados
(–) Pagamentos de dividendos
(–) Pagamentos de Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas
(aplicadas nas) atividades de financiamentos
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES (1+/–2+/–3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO (4 +/– 5)
Figura 2: Modelo de demonstração dos fluxos de caixa elaborada pelo método direto
Fonte: Ribeiro (2013, p.428)

2.3.5.2 Método Indireto

No método indireto os recursos oriundos das atividades operacionais são


apresentados a partir do lucro ou prejuízo, sendo ajustados por itens que modificam o
resultado, mas não alteram o caixa da empresa. São elementos como a depreciação,
amortização, exaustão, e receitas e despesas consideradas na apuração do resultado
do exercício que devem ser adicionadas ou excluídas de acordo com sua natureza.
O item 20 do CPC 03(R2) (2010, p.7) estabelece que os ajustes da DFC
pelo método indireto devem ser realizados da seguinte forma:
26

(a) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas


operacionais a receber e a pagar;
(b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões,
tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados e
resultado de equivalência patrimonial quando aplicável; e
(c) todos os outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das
atividades de investimento e de financiamento.

A figura 3 apresenta o modelo de DFC pelo método indireto:

COMPANHIA
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ATUAL ANTERIOR
1. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Resultado do Exercício antes do IR e da CSLL
Ajustes por:
(+) Depreciação, amortização, etc
(+/–) Resultado da venda de Ativos Não Circulantes
(+/–) Equivalência patrimonial
Variações nos Ativos e Passivos
(Aumento) Redução em contas a receber
(Aumento) redução dos estoques
Aumento (Redução) em Fornecedores
Aumento (Redução) em Contas a Pagar
Aumento (Redução) no IR e na CSLL
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas
(aplicadas nas) atividades operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
(–) Compras de Investimentos
(–) Compras do imobilizado
(–) Compras do Intangível
(+) Recebimentos por vendas de Investimentos
(+) Recebimento por vendas do imobilizado
(+) Recebimento por vendas do intangível
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas
(aplicadas nas) atividades de investimentos
3. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
(+) Integralização de capital
(+) Empréstimos tomados
(–) Pagamentos de dividendos
(–) Pagamentos de Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas
(aplicadas nas) atividades de financiamentos
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES (1+/–2+/–3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO (4 +/– 5)
Figura 3: Modelo de demonstração dos fluxos de caixa elaborada pelo método indireto
Fonte: Ribeiro (2013, p.427)
27

2.3.6 Indicadores financeiros calculados a partir da DFC

Considerando a classificação das atividades do fluxo de caixa em


operacionais, investimentos e financiamentos, através da DFC associada aos dados
balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício, são obtidos alguns
indicadores que possibilitam a análise da situação econômico-financeira das
empresas.
Assaf Neto (2007), baseado em Almeida (2001), destaca os seguintes
índices: cobertura de dívidas, retorno do patrimônio líquido, cobertura de investimento,
retorno total, retorno sobre vendas, fluxo sobre ativo e fluxo sobre lucro.

2.3.6.1 Cobertura de Dívidas

Esse indicador corresponde a relação entre o fluxo de caixa das atividades


operacionais e o passivo total da empresa, mostrando se suas dívidas são cumpridas
com o fluxo de caixa das suas operações.

Cobertura de Dívidas = Fluxo de Caixa das Operações (FCO)


Passivo Total

2.3.6.2 Retorno do Patrimônio Líquido

Através desse índice pode-se verificar qual o retorno dos acionistas,


considerando o fluxo de caixa das atividades operacionais da empresa. Destaca-se
que, conforme seja a estrutura de capital da entidade, o retorno do patrimônio líquido
está relacionado ao total do financiamento com capital de terceiros.

Retorno do Patrimônio Líquido = Fluxo de Caixa das Operações (FCO)


Patrimônio Líquido (PL)
28

2.3.6.3 Cobertura de Investimento

A relação encontrada entre o fluxo de caixa das operações e o fluxo de


caixa de investimento indica quanto do investimento que a empresa realizou é coberto
pelo seu caixa gerado nas operações. Desta forma quanto este índice for maior que a
unidade a empresa consegue se autofinanciar e na situação inversa a origem dos
recursos para atividade de investimentos pode ser aportada pelos sócios ou capital
de terceiros.

Cobertura de Investimento = Fluxo de Caixa das Operações (FCO)


Fluxo de Caixa de Investimento (FCI)

2.3.6.4 Retorno Total

Esse indicador representa como estão se relacionando os fluxos de caixa


das operações e financiamentos. Quanto a empresa está sendo capaz de gerar de
caixa das operações em função dos seus financiamentos. Na análise deste índice
deve-se observar o comportamento dos valores apresentados pelos elementos dessa
razão, uma vez que eles podem ser positivos ou negativos, levando a uma
interpretação equivocada da posição da empresa.

Retorno Total = Fluxo de Caixa das Operações (FCO)


Fluxo de Caixa Financiamento (FCF)

2.3.6.5 Retorno sobre Vendas

Representa a capacidade da geração de caixa pelo volume de vendas,


utilizando em seu cálculo a Receita Operacional Líquida (ROL), indicando que quanto
maior este indicador maior o caixa líquido das operações, mais liquidez possui a
empresa.

Retorno sobre Vendas = Fluxo de Caixa das Operações(FCO)


Vendas (ROL)
29

2.3.6.6 Retorno sobre Ativo

Esse índice mensura a eficiência da empresa em gerar fluxos de caixa


pelas atividades operacionais frente aos investimentos realizados no ativo. É
calculado pela razão entre o fluxo de caixa das operações e o ativo.

Retorno sobre Ativo = Fluxo de Caixa das Operações (FCO)


Ativo

2.3.6.7 Fluxo sobre Lucro

Demonstra quanto do lucro gerado foi transformado em caixa das


operações. Podendo também mostrar o estágio do ciclo de vida da empresa. Assim
sendo esse indicador varia ao longo das fases inicial, de crescimento e da maturidade
da empresa.

Fluxo sobre Lucro = Fluxo de Caixa das Operações (FCO)


Lucro

Para Costa (2009), esses indicadores financeiros apresentam informações


acerca da eficiência da entidade na geração de fluxos de caixa, ressaltando que na
análise das demonstrações contábeis não devem ser utilizados de maneira isolada,
sugerindo a comparação com outros relatórios gerenciais.
Ressalta-se também que fatores externos podem alterar o comportamento
do fluxo de caixa, destacando-se o mercado de atuação da empresa, novos
concorrentes, estágio do ciclo de vida, níveis de inadimplência, novos investimentos,
situação econômico-financeira nacional, fatores políticos entre outros.
E é nesse contexto que este trabalho busca mensurar a liquidez de
companhias abertas de consumo cíclico do setor de comércio.
30

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Segundo Beuren (2003), dentre os procedimentos metodológicos são


encontrados os delineamentos que são importantes, pois tem no papel de articular os
planos e estruturas com o objetivo de obter as respostas aos problemas definidos no
trabalho. A autora ainda destaca a inexistência de um tipo de delineamento específico
aplicado aos assuntos relacionados à Contabilidade. Desta forma, considerando
particularidades das ciências contábeis, as tipologias de delineamentos são
apresentadas em três categorias:
a) Pesquisa quanto aos objetivos: exploratória, descritiva e explicativa;
b) Pesquisa quanto aos procedimentos: estudo de caso, levantamento,
pesquisa bibliográfica, documental, participante e experimental; e
c) Pesquisa quanto à abordagem do problema: pesquisa qualitativa e
quantitativa.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

O presente estudo, considerando a classificação acima, caracteriza-se


como uma pesquisa descritiva, por ser um trabalho intermediário quanto aos seus
objetivos, o que o diferencia de uma pesquisa exploratória definida como uma
preliminar e de uma pesquisa explicativa tida como um estudo mais aprofundado.
Desta forma para alcançar seu objetivo do trabalho, de busca avaliar a
liquidez de companhias abertas de consumo cíclico do setor de comércio do segmento
de tecidos, vestuário e calçados através da análise de indicadores obtidos por meio
da DFC, realizou por meio das demonstrações contábeis divulgadas em meio
eletrônico, analisar, examinar e comparar alguns de seus índices econômico-
financeiros.
Este trabalho foi conduzido como uma pesquisa documental onde foram
tratadas as informações apresentadas nas demonstrações contábeis das empresas
estudadas, buscando mostrar seus desempenhos financeiros através da mensuração
dos indicadores de cobertura de dívidas, retorno do patrimônio líquido, cobertura de
investimento, retorno total, retorno sobre vendas, fluxo sobre ativo e fluxo sobre lucro.
E teve como base de seu referencial teórico uma pesquisa bibliográfica referenciando
informações e conhecimentos já divulgados.
31

Os dois tipos de pesquisas utilizados, quanto aos procedimentos, se


confundem por apresentarem características semelhantes, sendo diferenciados pelo
fato da pesquisa documental utilizar materiais que ainda não receberam tratamento
analítico ou que podem ser reelaborados para atender o objetivo do trabalho,
enquanto a pesquisa bibliográfica estrutura-se em contribuições de outros autores
sobre o tema do estudo (BEUREN, 2003).
Dado o delineamento da pesquisa quanto a sua abordagem do problema
este estudo é definido como qualitativo por analisar a interação entre variáveis e como
quantitativo pelo tratamento empregado aos dados coletados.
De acordo com Minayo (2008) na pesquisa qualitativa, durante a
investigação científica é preciso reconhecer a complexidade do objeto de estudo,
rever criticamente as teorias sobre o tema, além de analisar todo o material de forma
específica e contextualizada.
Pelo fato da contabilidade ser considerada uma ciência social é justificada
a importância do uso da abordagem qualitativa como tipologia de sua pesquisa.
Abordagem essa, primordial nas pesquisas associadas ao desenvolvimento teórico
ou prático da contabilidade (BEUREN, 2003, p. 92). A autora ainda que uma pesquisa
com abordagem quantitativa é considerada importante ao passo que se aplica
métodos estatísticos durante o processo de coleta, análise e tratamento dos dados.
Sendo assim, dada a apresentação dos dados, mensuração e quantificação
de índices de liquidez a partir da DFC, bem como a observação de existência de
tendências entre as empresas este estudo possui uma abordagem quantitativa.

3.2 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA

As empresas analisadas nesta pesquisa foram selecionadas levando em


consideração a obrigatoriedade da divulgação da DFC e a intenção de como essas
organizações do setor de consumo cíclico do subsetor de comércio do segmento de
tecidos, vestuários e calçados se comportaram diante da situação econômica- política-
financeira do Brasil, frente à crise estabelecida. Abaixo estão apresentadas as
empresas selecionadas na amostra que compõe o segmento.
32

3.2.1 Arezzo Indústria e Comércio S.A

No mercado desde 1972, a Arezzo Indústria e Comércio S.A. é uma


companhia tem como principal atividade a industrialização e a comercialização de
artigos de couro e de plástico em geral, incluindo sapatos e artigos de vestuário.
Atua através do sistema de franquias possuindo mais de 356 lojas em todo
país, sendo considerada melhor franquia do Brasil no segmento vestuário, calçados e
acessórios (Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios).

3.2.2 Grazziotin S.A.

A Grazziotin S.A. foi uma fundada 1950 e atuava no comércio atacadista


de secos e molhados, uma futura casa comercial. Ao longo do tempo a empresa foi
expandindo os negócios em diversas ramos e atualmente tem como principal atividade
o comércio varejista de vestuário e bazar.
Dada a expansão dos negócios, a Grazziotin S/A é uma empresa com 4
redes (Lojas Grazziotin, PorMenos, Tottal Casa & Conforto e Franco Giorgi), que
opera nos três estados do sul com 243 lojas, atuando também nos setores de pecuária
e reflorestamento.

3.2.3 Guararapes Confecções S.A.

Fundada em 1947, a Guararapes Confecções S.A iniciou suas atividades


com o comércio varejista de roupas e 1979 expande sua atuação para o varejo têxtil
através da aquisição das Lojas Riachuelo.
Hoje a sua principal atividade é a confecções de roupas e tecidos em geral,
sendo 100% da sua produção destinada à Riachuelo. A empresa mantém a gestão
integrada de sua operação financeira, integrando assim as três vertentes do seu
negócio: varejo, indústria e financeira.
33

3.2.4 Lojas Hering S.A.

Dada sua fundação em 1880, a Cia Hering é uma das empresas de


confecções mais antigas do Brasil, passando em 1993 a atuar na atividade de
comércio varejista de artigos têxteis através das Lojas Hering S.A.
Juntamente com inclusão da atividade varejista introduziu o sistema de
franquias e hoje possui uma estrutura de mais de 400 lojas franqueadas espalhadas
por todas as regiões do país.

3.2.5 Lojas Renner S.A.

Com objetivo de comercializar seus artigos têxteis, o grupo A J A Renner,


de indústria fabril, fundou em 1922 a primeira unidade das Lojas Renner. Após uma
reestruturação nos anos 90 a empresa passou atuar no formato de lojas de
departamentos, sua principal atividade atualmente.
Atualmente as Lojas Renner contam com 299 unidades distribuídas em
todos os estados brasileiros, além das Lojas Carmicado e Youcom que foram
introduzidas como parte do projeto de expansão.

3.2.6 Marisa Lojas S.A.

A Marisa Lojas S.A. atua no comércio varejista de artigos do vestuário e


acessórios, prestação de serviços de correspondente bancário, intermediação de
negócios e congêneres, atuação como representante de seguros.
Criada em 1948, a empresa que atuava na venda para pronta entrega de
estoques de grandes fabricantes, hoje conta com mais de 400 lojas espalhadas por
todo país, além de quatro centros de distribuição estrategicamente localizados
próximos aos maiores centros consumidores.

3.2.7 Restoque Comércio e Confecções de Roupas S.A.

A Restoque Comércio e Confecções de Roupas S.A. é a mais jovem


empresa dentre as analisadas, fundada em 1982, atua na exploração de comércio e
indústria de confecção de produtos em geral.
34

Com foco no público de alto padrão aquisitivo a empresa é representada


no mercado pelas marcas Le Lis Blanc Deux, Dudalina, Bo.Bô - Bourgeois Bohême,
John John, Individual, BASE e Rosa Chá, presente com mais de 200 lojas em todo
Brasil.
35

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Para dar suporte a compreensão deste trabalho foram elaboradas as


tabelas 1 e 2, apresentadas abaixo, contendo os dados utilizados nos cálculos dos
indicadores financeiros, obtidos a partir das demonstrações contábeis das empresas
do segmento de tecidos, vestuários e calçados, publicadas pela CVM.

Tabela 1: Saldos dos fluxos de caixas - (Reais mil)

Empresa Item / Ano FCO FCF FCI


2016 101.709 (84.024) (20.958)
AREZZO INDÚSTRIA E
2015 91.247 (62.076) (30.407)
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 (64.899) (48.021)
2016 81.211 (23.573) (12.882)
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 (16.735) (12.817)
2014 14.118 (9.801) (25.583)
2016 417.426 110.491 (278.909)
GUARARAPES
2015 345.864 192.429 (529.931)
CONFECCOES S.A.
2014 190.438 311.819 (376.178)
2016 669 - (158)
LOJAS HERING S.A. 2015 810 - (368)
2014 337 - (252)
2016 914.208 (279.288) (476.917)
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 (297.845) (570.954)
2014 591.108 (81.118) (477.242)
2016 329.534 (353.214) (108.875)
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 (279.701) (112.879)
2014 265.366 207.808 (220.377)
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 (100.807) (33.546)
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 (377.835) 14.805
S.A. 2014 154.910 198.794 (94.383)
Fonte: Demonstração do Fluxo de Caixa (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados Trabalhados pelo autor
36

Tabela 2: Saldos das contas patrimoniais e contas de resultados - (Reais mil)

Passivo Lucro
Empresa Ano Ativo PL ROL
Total Líquido
AREZZO 2016 907.148 237.449 669.699 1.239.110 116.149
INDÚSTRIA E 2015 853.948 236.043 617.905 1.120.557 119.663
COMÉRCIO S.A. 2014 796.509 220.216 576.293 1.052.909 112.752
2016 643.833 184.541 459.292 390.440. 64.012
GRAZZIOTIN S.A. 2015 577.297 145.494 431.803 374.110 46.618
2014 568.085 167.884 400.202 406.136 59.463
GUARARAPES 2016 7.720.762 4.104.412 3.616.350 5.921.650 317.551
CONFECCOES 2015 6.969.805 3.579.697 3.390.108 5.507.306 350.215
S.A. 2014 5.876.303 2.700.530 3.175.773 4.728.129 480.110
2016 53.207 34.792 18.415 3.197 493
LOJAS HERING
2015 52.407 34.226 18.181 3.042 479
S.A.
2014 51.488 33.531 17.957 2.814 521
2016 6.475.212 3.838.416 2.636.796 6.451.578 625.058
LOJAS RENNER
2015 5.863.719 3.552.823 2.310.896 6.145.198 578.838
S.A.
2014 5.318.884 3.463.616 1.855.268 5.216.820 471.420
2016 2.644.049 1.632.413 1.011.636 2.852.785 (88.006)
MARISA LOJAS
2015 2.832.135 1.713.290 1.118.845 3.164.906 (35.764)
S.A.
2014 2.975.990 1.820.112 1.155.878 3.344.593 51.082
RESTOQUE COM 2016 3.179.649 1.498.586 1.681.063 1.125.829 (61.642)
E CONFECÇÕES 2015 3.172.335 1.429.418 1.742.917 1.188.743 (17.219)
DE ROUPAS S.A. 2014 3.381.678 1.577.887 1.803.791 765.717 (4.477)
Fonte: Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

4.1.1 Cálculos dos Indicadores financeiros

Cobertura de Dívidas

Obtido pela relação entre o fluxo de caixa operacional e o passivo total este
indicador mostra a capacidade da empresa pagar suas dívidas pelo com recursos
oriundos de seus caixa.
De acordo com índices encontrados para as empresas do segmento de
tecidos, vestuários e caçados, observa-se que o caixa gerado é suficiente para
pagamento de apenas um pequeno percentual de suas dívidas, com exceção das
empresas Arezzo que possui índice de 0,43 em 2016, e da Grazziotin S.A. que mesmo
tendo mostrado um índice de 0,08 em 2014, se recuperou e alcançou o índice de 0,44
nos exercícios seguintes.
Este crescimento também foi apresentado por todas as demais empresas
dos exercícios de 2014 para 2015 porém nem todas conseguiram manter este
crescimento no ano de 2016, devido ao difícil e desafiador mercado encontrado diante
37

instabilidade da economia conforme apresentado em seus relatórios de


administração. A tabela 3 abaixo demonstra os dados que embasam os comentários.

Tabela 3: Indicador Financeiro: Cobertura de Dívidas - (Reais Mil)

Cobertura de
Empresa Ano FCO Passivo Total
Dívidas
2016 101.709 237.449 0,43
AREZZO INDÚSTRIA E
2015 91.247 236.043 0,39
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 220.216 0,50
2016 81.211 184.541 0,44
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 145.494 0,44
2014 14.118 167.884 0,08
2016 417.426 4.104.412 0,10
GUARARAPES CONFECCOES
2015 345.864 3.579.697 0,10
S.A.
2014 190.438 2.700.530 0,07
2016 669 34.792 0,02
LOJAS HERING S.A. 2015 810 34.226 0,02
2014 337 33.531 0,01
2016 914.208 3.838.416 0,24
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 3.552.823 0,22
2014 591.108 3.463.616 0,17
2016 329.534 1.632.413 0,20
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 1.713.290 0,25
2014 265.366 1.820.112 0,15
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 1.498.586 0,17
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 1.429.418 0,12
S.A. 2014 154.910 1.577.887 0,10
Fonte: Balanço Patrimonial e Demonstração do Fluxo de Caixa (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

Retorno do Patrimônio Líquido

O cálculo deste indicador o fluxo de caixa que a empresa pode gerar ao


investimento do capital próprio.
Desta forma analisando os índices encontrados tem-se a Lojas Renner S.A.
como a empresa que apresenta melhor índice de fluxo de caixa gerado aos seus
acionistas, com índices crescentes de 0,32, 0,33 e 0,35 nos anos de 2014, 2015 e
2016, respectivamente. A Marisa Lojas S.A. também apresentou índices equivalentes,
porém com um aumento de aproximadamente 70% do índice de 2014 para 2015,
seguida de uma queda de 15%, em 2016, e finalizou o exercício com índice de 0,33.
A tabela 4 apresenta as informações sobre os cálculos dos índices.
38

Tabela 4: Indicador Financeiro: Retorno do Patrimônio Líquido - (Reais Mil)

Patrimônio Retorno do
Empresa Ano FCO
Líquido PL
2016 101.709 669.699 0,15
AREZZO INDÚSTRIA E 617.905 0,15
2015 91.247
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 576.293 0,19
2016 81.211 459.292 0,18
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 431.803 0,15
2014 14.118 400.202 0,04
2016 417.426 3.616.350 0,12
GUARARAPES CONFECCOES
2015 345.864 3.390.108 0,10
S.A.
2014 190.438 3.175.773 0,06
2016 669 18.415 0,04
LOJAS HERING S.A. 2015 810 18.181 0,04
2014 337 17.957 0,02
2016 914.208 2.636.796 0,35
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 2.310.896 0,33
2014 591.108 1.855.268 0,32
2016 329.534 1.011.636 0,33
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 1.118.845 0,39
2014 265.366 1.155.878 0,23
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 1.681.063 0,15
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 1.742.917 0,10
S.A. 2014 154.910 1.803.791 0,09
Fonte: Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

Cobertura de Investimento

O indicador cobertura de investimento mostra quanto do caixa gerado pelas


operações cobre os investimentos realizados pelas empresas. No cálculo desse
indicador deve ser levado em consideração o sinal dos fluxos de caixas para garantir
que não ocorram distorções nas interpretações dos índices, pois um consumo de
caixa significa que a empresa está realizando investimento, enquanto uma geração
pode ser causa de venda de imobilizados para produção de caixa.
Conforme os índices estimados, a Grazzotin S.A. destaca-se apresentando
índices crescentes nos anos de 2014, 2015 e 2016, de -0,55, -4,95 e, -6,30,
respectivamente, o que significa que a empresa está gerando caixa suficiente para
cobrir os investimentos realizados. Para isso a empresa reduziu seu fluxo de
investimentos em 50% de 2014 para 2015 e manteve no mesmo patamar no ano
seguinte, enquanto seu FCO aumentou em mais de 349% do primeiro para o segundo
período e em 27,98% no ano de 2016.
39

A empresa Restoque Comércio e Confecções de Roupas S.A., apesar de


apresentar um índice de 11,81 no ano de 2015, teve um saldo do fluxo de caixa de
investimento positivo, que de acordo com sua DFC deve-se a geração de caixa pelo
resgate de títulos de valores mobiliários e de aplicação financeiras, não consideradas
como equivalentes de caixa. Em 2016 a empresa eleva em 44,78% seu FCO e diminui
o consumo de caixa pelos investimentos e apresenta um índice de -7,55. Esses
índices são apresentados na tabela 5.

Tabela 5: Indicador Financeiro: Cobertura de Investimento - (Reais Mil)


Cobertura de
Empresa Ano FCO FCI
Investimento
2016 101.709 (20.958) -4,85
AREZZO INDÚSTRIA E (30.407) -3,00
2015 91.247
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 (48.021) -2,29
2016 81.211 (12.882) -6,30
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 (12.818) -4,95
2014 14.118 (25.584) -0,55
2016 417.426 (278.909) -1,50
GUARARAPES CONFECCOES (529.931) -0,65
2015 345.864
S.A.
2014 190.438 (376.178) -0,51
2016 669 (158) -4,23
LOJAS HERING S.A. 2015 810 (368) -2,20
2014 337 (252) -1,34
2016 914.208 (476.917) -1,92
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 (570.954) -1,35
2014 591.108 (477.242) -1,24
2016 329.534 (108.875) -3,03
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 (112.879) -3,84
2014 265.366 (220.377) -1,20
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 (33.546) -7,55
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 14.805 11,81
S.A. 2014 154.910 (94.383) -1,64
Fonte: Demonstração do Fluxo de Caixa (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor
40

Retorno Total

Este indicador é mensurado para conhecer a eficiência da geração de caixa


frente ao fluxo de caixa de financiamentos.
Diante dos índices conhecidos dessas empresas verifica-se que a Arezzo
Indústria e Comércio S.A., Grazziotin S.A. e Lojas Renner S.A. produziram caixas, a
partir de suas operações, suficientes para cobrir as atividades de financiamentos, em
todos os períodos analisados. Com destaque para a segunda e terceira empresa por
apresentarem índices acima de 200% na maioria dos exercícios verificados.
A empresa Marisa Lojas S.A. conseguiu gerar caixa para os exercícios de
2014 e 2015, porém apresentou uma queda em 2016, finalizando o exercício com
incide de -0,93. Já a Guararapes Confecções S.A. e a Restoque Comércio e
Confecções de Roupas S.A. vem demonstrando uma evolução nos seus índices e
aumento de seus fluxo de caixas operacionais, porém primeira com geração de caixa
com as atividades de financiamentos nos três anos consecutivos, enquanto a segunda
apresentando geração de caixa no ano 2014 e consumo de caixa em 2015 e 2016.
A empresa Lojas Hering não apresentou atividades que afetaram seu fluxo
de caixa de financiamentos, como por exemplo: contratação e amortizações de
principal de capital de terceiros, ou aporte de capital dos sócios, ou pagamento de
dividendos, desta forma, seu saldo para os anos analisados está zerado, o que
impossibilita o cálculo do índice, conforme tabela 6, abaixo.

Tabela 6: Indicador Financeiro: Retorno Total - (Reais Mil)

Empresa Ano FCO FCF Retorno Total

2016 101.709 (84.024) -1,21


AREZZO INDÚSTRIA E (62.076) -1,47
2015 91.247
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 (64.899) -1,69
2016 81.211 (23.573) -3,45
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 (16.735) -3,79
2014 14.118 (9.801) -1,44
2016 417.426 110.491 3,78
GUARARAPES CONFECCOES 192.429 1,80
2015 345.864
S.A.
2014 190.438 311.819 0,61
2016 669 - -
LOJAS HERING S.A. 2015 810 - -
2014 337 - -

Continuação...
41

2016 914.208 (279.288) -3,27


LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 (297.845) -2,59
2014 591.108 (81.118) -7,29
2016 329.534 (353.214) -0,93
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 (279.701) -1,55
2014 265.366 207.808 1,28
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 (100.807) -2,51
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 (377.835) -0,46
S.A. 2014 154.910 198.794 0,78
Fonte: Demonstração do Fluxo de Caixa (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

Retorno sobre Vendas

Resultado do cálculo do fluxo das operações sobre as vendas, este


indicador mede quanto da receita operacional líquida(ROL) proporcionam de caixa as
suas empresas.
Dados os índices calculados, vale destacar, as empresas Lojas Hering S.A.
e Restoque Comércio e Confecções de Roupas S.A. que apresentaram números
acima de 20% em dois dos exercícios analisados. A primeira apresentando um
crescimento constante de suas receitas operacionais líquidas, enquanto a segunda
registrou uma queda em 2015, passando de 20% para 15%, porém mesmo reduzindo
suas receitas conseguiu gerar melhor retorno sobre as vendas em 2016 alcançando
o índice de 22%. A empresa Grazziotin S.A. também mostrou um crescimento deste
retorno sobre vendas ao longo do período finalizando 2016 com índice de 21%.
A empresa Guararapes Confecções S.A. foi a que mostrou menores índices
entre as empresas estudadas, todos abaixo de 10%, mas com um crescimento deste
indicador durante o período, já que também apresentou uma evolução tanto do fluxo
de caixa das operações quanto das suas receitas operacionais líquidas, de acordo
com a tabela 7 abaixo.
42

Tabela 7: Indicador Financeiro: Retorno sobre Vendas - (Reais Mil)


Retorno sobre
Empresa Ano FCO ROL
Vendas
2016 101.709 1.239.110 0,08
AREZZO INDÚSTRIA E 1.120.557 0,08
2015 91.247
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 1.052.909 0,10
2016 81.211 390.440 0,21
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 374.110 0,17
2014 14.118 406.136 0,03
2016 417.426 5.921.650 0,07
GUARARAPES CONFECCOES 5.507.306 0,06
2015 345.864
S.A.
2014 190.438 4.728.129 0,04
2016 669 3.197 0,21
LOJAS HERING S.A. 2015 810 3.042 0,27
2014 337 2.814 0,12
2016 914.208 6.451.578 0,14
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 6.145.198 0,13
2014 591.108 5.216.820 0,11
2016 329.534 2.852.785 0,12
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 3.164.906 0,14
2014 265.366 3.344.593 0,08
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 1.125.829 0,22
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 1.188.743 0,15
S.A. 2014 154.910 765.717 0,20
Fonte: Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração de Resultado do Exercício (2014, 2015 e
2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

Retorno sobre Ativo

A relação entre fluxo de caixa das operações sobre ativo determina quanto
de foi gerado de disponibilidades para cada unidade monetária de ativo.
Deste modo, a empresa Lojas Renner S.A. apareceu com resultado
crescentes acima de 10% em todos os exercícios calculados, sendo este crescimento
acompanhado pela sua geração de caixa. As empresas Grazziotin S.A. e Restoque
Comércio e Confecções de Roupas S.A. apresentaram crescimento no índice e
geração de caixa, porém a primeira começando em 2014 com índice de 2% e
superando a marca de 10% apenas em 2015 e 2016, já a segunda a evolução do
índice é evidente, mas inferior a 10%.
Nas demais empresa verificou-se oscilações, manutenção e quedas dos
índices ficando a Lojas Hering S.A. com os menores índices, sendo de 1%, 2% e 1%,
em 2014, 2015 e 2016 respectivamente, conforme tabela 8 a seguir.
43

Tabela 8: Indicador Financeiro: Retorno sobre Ativo - (Reais Mil)


Retorno sobre
Empresa Ano FCO Ativo
Ativo
2016 101.709 907.148 0,11
AREZZO INDÚSTRIA E 853.948 0,11
2015 91.247
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 796.509 0,14
2016 81.211 643.833 0,13
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 577.297 0,11
2014 14.118 568.085 0,02
2016 417.426 7.720.762 0,05
GUARARAPES CONFECCOES 6.969.805 0,05
2015 345.864
S.A.
2014 190.438 5.876.303 0,03
2016 669 53.207 0,01
LOJAS HERING S.A. 2015 810 52.407 0,02
2014 337 51.488 0,01
2016 914.208 6.475.212 0,14
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 5.863.719 0,13
2014 591.108 5.318.884 0,11
2016 329.534 2.644.049 0,12
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 2.832.135 0,15
2014 265.366 2.975.990 0,09
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 3.179.649 0,08
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 3.172.335 0,06
S.A. 2014 154.910 3.381.678 0,05
Fonte: Balanço Patrimonial e Demonstração do Fluxo de Caixa (2014, 2015 e 2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

Fluxo sobre Lucro

Este indicador mostra quanto do lucro líquido foi transformado em caixa


efetivamente, e aplicado ao trabalho foram identificadas as seguintes situações:
A empresa Lojas Renner apresentou melhor desempenho gerando caixas
suficientes para realizar seu lucro em todos os exercícios analisados. A Grazziotin
S.A. e Lojas Hering S.A. mostraram um crescimento dos índices ao longo dos anos
2014, 2015 e 2016, superando os 100% da realização do lucro pelo caixa nos dois
últimos períodos. A Guararapes Confecções S.A. também evoluiu, mas só superou a
marca de 100% em 2016. Já a Arezzo Indústria e Comércio S.A. demonstrou
oscilações com índices de 0,98, 0,76 e 0,88, nesta ordem, crescente, para os anos
pesquisados.
Estes índices acima de 100% podem representar a realização de receitas
ocorridas em exercícios anteriores, dada a obediência ao regime de competência da
DRE, que só foram registradas no fluxo caixa no seu efetivo recebimento.
44

As empresas Marisa Lojas S.A. e Restoque Comércio e Confecções de


Roupas S.A. apresentaram, em todo o período analisado, prejuízos nos finais de seus
exercícios. Logo, considerando que o indicador mede quanto de lucro foi efetivamente
realizado, os índices encontrados para estas empresas distorcem sua interpretação.
A seguir, a tabela 9 com os dados abordados.

Tabela 9: Indicador Financeiro: Fluxo sobre Lucro - (Reais Mil)


Fluxo sobre
Empresa Ano FCO Lucro Líquido
Lucro
2016 101.709 116.149 0,88
AREZZO INDÚSTRIA E 119.663 0,76
2015 91.247
COMÉRCIO S.A.
2014 109.965 112.752 0,98
2016 81.211 64.012 1,27
GRAZZIOTIN S.A. 2015 63.458 46.618 1,36
2014 14.118 59.463 0,24
2016 417.426 317.551 1,31
GUARARAPES CONFECCOES 350.215 0,99
2015 345.864
S.A.
2014 190.438 480.110 0,40
2016 669 493 1,36
LOJAS HERING S.A. 2015 810 479 1,69
2014 337 521 0,65
2016 914.208 625.058 1,46
LOJAS RENNER S.A. 2015 771.604 578.838 1,33
2014 591.108 471.420 1,25
2016 329.534 (88.006) -3,74
MARISA LOJAS S.A. 2015 433.513 (35.764) -12,12
2014 265.366 51.082 5,19
RESTOQUE COMÉRCIO E 2016 253.142 (61.642) -4,11
CONFECÇÕES DE ROUPAS 2015 174.847 (17.219) -10,15
S.A. 2014 154.910 (4.477) -34,60
Fonte: Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração de Resultado do Exercício (2014, 2015 e
2016)
Nota: Dados trabalhados pelo autor

Analisando as empresas, considerando todos os indicadores encontrados,


a Arezzo Indústria e Comercio S.A. apresentou quedas nos índices, exceto cobertura
de investimento, dos anos de 2014 para 2015 e em 2016 conseguiu mantê-los ou
aumenta-los, exceto o retorno total que reduziu de -1,47 para 1,21. Já a Grazziotin
S.A. manteve todos os índices crescente em todos os exercícios, exceto no indicador
fluxo sobre o lucro que reduziu em 0,09 de 2015 para 2016.
A empresa Guararapes Confecções S.A. e a Lojas Renner S.A
apresentaram crescimentos em todos indicadores ao longo do período analisado, com
exceção do retorno total da segunda empresa que caiu em 2015, mas fechando em
45

alta no ano seguinte. A Lojas Hering conseguiu melhorar todos os índices de 2014
para 2015, porém não sustentou este crescimento no ano seguinte, fechando com
queda dos indicadores de retorno sobre vendas e sobre ativo, e também fluxo sobre
lucro.
A Marisa Lojas S.A. apresentou um crescimento constate da capacidade
de cobertura de dívidas e queda, também constante do seu fluxo sobre lucro, os
demais indicadores oscilaram ao longo dos anos trabalhados, e a Restoque Comércio
e Confecções de Roupas S.A. apresentou indicadores de cobertura de investimentos
e fluxo sobre lucros inconstantes ao longo do período, porém com crescimento dos
demais indicadores. Destaca-se que essas foram as duas que apresentaram
resultados negativos no final dos exercícios analisados.
46

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

As empresas têm buscado constantemente ferramentas adequadas que


contribuam com seu sucesso. E diante de um mercado em situação econômico-
financeira de instabilidade, essa necessidade se torna mais exigida. Assim sendo a
utilização da demonstração do fluxo de caixa como ferramenta de avaliação de
liquidez e tomada de decisão gerencial pode contribuir no alcance de seus objetivos.
Este trabalho buscou mostrar que através dos indicadores financeiros
calculados a partir da DFC podem ser obtidas informações das empresas sobre suas
capacidades de honrar seus compromissos, qual o retorno seus foram dados aos seus
acionistas, qual a origem dos seus investimentos, quanto de suas vendas geraram de
fluxo de caixa líquido, além de quanto de seus lucros líquidos foram efetivamente
realizados, contribuindo assim na avaliação da liquidez as entidades.
Considerando os dados analisados das empresas de consumo cíclico do
setor de comércio do segmento de tecidos, vestuário e calçados, no geral, de acordo
com os indicadores financeiros encontrados não apresentaram grandes variações,
demonstrando assim que mesmo diante de um cenário econômico desafiador
conseguiram se manter competitivas e apresentando resultados constantes ao longo
do período, até mesmo para as empresas que finalizaram seus exercícios registrando
prejuízo, uma vez que estes vem diminuindo ano a ano.
O resultado deste trabalho caracteriza uma parte do ciclo de vida dessas
empresas. Logo, considerando os diversos fatores internos e externos que modificam
a estrutura econômico-financeira de uma organização, sugere-se a perspectiva de
novos estudos, buscando o aprofundamento com outras abordagens, ficando assim
registradas algumas sugestões para novas pesquisas como por exemplo:
acompanhar a liquidez das empresas ao longo do seu ciclo de vida, comparar esses
indicadores financeiros com os de empresas de outros setores, ampliar a amostra da
pesquisa comparando com empresas de outros segmentos e verificar a eficiências
desses indicadores financeiros com outros apresentados em abordados por outros
pesquisadores.
47

6 REFERÊNCIAS

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