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PARTICIPATIVAS
Um guia para (re)pensar as
suas práticas pedagógicas
na Educação Infantil
. . . É tempo de acontecer
@proflualves24
uma nova Educação Infantil
ÍNDICE
PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS:
Por onde começar? 10
4
Compartilhando práticas pautadas nas
PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS 49
Querida professora,
Esse e-book é pra você que deseja mudar a sua prática
pedagógica e acredita no seu potencial de
transformação!
Esse material foi elaborado por uma professora em
desconstrução, assim como você, querida professora!
Acredite, sei quais são suas dificuldades, angústias e
desafios.
Sei que sua vontade de mudar, e de se transformar é
real!
Portanto, não desista de dar os primeiros passos, e de
transformar sua prática com as crianças no cotidiano
na escola das infâncias.
Eu, e você acreditamos que uma nova Educação Infantil
é possível, por isso, estamos aqui estudando e
desejando alcançar novos voos assim como fazem as
borboletas ao sair do casulo.
1. ACREDITE NOS SEUS
PROCESSOS para se
manter em voo...
04
É preciso sair do casulo para se permitir uma verdadeira
transformação.
Ser uma professora das infâncias, exige de nós que busquemos novos
voos, por meio de leituras, estudo e reflexões de nossa prática
diária.
05
Todavia, é preciso que a gente não desista de defender a prática
pedagógica que acreditamos, que a gente não se cale, ou ache
que pode ser impossível ressignificar o nosso olhar e o nosso
fazer pedagógico docente.
Às vezes, ou quase sempre, seremos julgadas por querermos
mudar, nos transformar, ou por termos escolhido um caminho
diferente...
Mas, não desista!
A educação contemporânea vem passando por mudanças a todo o
momento, os documentos legais ratificam o que digo aqui.
Saiba que, se seus pensamentos juntamente com sua prática
pedagógica, validam o respeito, os direitos das crianças, bem
como o bem-estar delas nas escolas das infâncias, você está no
caminho certo, e não precisa temer por isso!
Mesmo diante da solidão pedagógica, não podemos deixarmos de
nos posicionarmos, de defender nossa prática pedagógica, pois,
elas estão embasadas e amparadas pelos Documentos Legais da
Educação Infantil...
Aqui, é importante conhecermos nossa Legislação Educacional.
06
É preciso nos libertar da solidão pedagógica...
08
Vamos acabar com a solidão pedagógica?
É tempo de nos unir...
É tempo de ressignificarmos o nosso olhar para as
infâncias...
É tempo de acolher para sermos acolhidas...
É tempo de partilhar, trocar ideias...
É tempo de criar parcerias capazes de mover a nossa
mente, o nosso olhar...
É tempo de acreditar que uma nova Educação Infantil é
possível!!!
Vamos dar as mãos para crescermos juntas!
09
2. Pedagogias
Participativas: Por
onde começar?
10
O que são as Pedagogias participativas?
As Pedagogias Participativas são uma abordagem de ensino onde, considera a
participação de todos os envolvidos no processo de aprendizagem. A criança é vista
como sujeito histórico e de direitos, como um ser ativo e capaz. Portanto, ela
participante de seu processo de aprendizagem.
Nas Pedagogias Participativas a educação torna-se um desafio complexo e
questionador!
Nessa perspectiva, não cabe atividades com objetivos a serem alcançados, todo o
processo é valorizado, nada é linear...
Então, isso quer dizer que nas Pedagogias Participativas, devemos nos interrogar:
Qual a nossa concepção de criança?
Qual a nossa concepção de infância?
Qual a nossa concepção de Currículo na Educação Infantil?
Quais os direitos das crianças?
Então, diante uma imagem de criança potente e capaz, tem como a gente
permanecer com práticas pedagógicas baseadas nas pedagogias tradicionais e/ou
transmissivas?
Será que essa pedagogia representa esse novo sujeito, com direitos, que pensa, que
opina?
11
É preciso que a gente reflita sobre as nossas práticas...
É tempo de refletirmos acerca de
velhas práticas, rompendo com velhos pensamentos. A
educação infantil não deve ser um espaço de reprodução,
somente porque sempre foi feito desse jeito, precisamos
alargar nossos olhares.
A educação infantil, deve ser um espaço de reflexão, de
pesquisas, de repensar o currículo, os nossos
planejamentos, a nossa concepção de criança e infância.
12
Um convite àqueles que desejam adentrar nas pedagogias participativas:
Para isso, faz-se necessário:
Repensar nossa concepção de criança, de infância e currículo na educação
Infantil;
Rever a nossa ação educativa, se está pautada em conteúdos, objetivos,
métodos ou nas experiências das crianças?
É preciso compreender que o currículo na e da Educação Infantil não é
fragmentado, articula os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem
parte do patrimônio da humanidade.
Rever o nosso papel enquanto educadores das infâncias, que não somos meros
transmissores de conteúdos, mas o mediador, ou seja, aqueles que participam
ativamente das nossas práticas não devem ser movidas pelo que as famílias
gostam ou por modismos...
Rever nossa forma de planejar, será que o nosso planejamento está centrado na
criança? Será que ele considera os espaços, tempos, materiais, as brincadeiras
e as interações entre os pares? Os grupos? Será que todas as crianças devem
fazer tudo ao mesmo tempo?
Pensar na intencionalidade pedagógica, bem como, no bem-estar das crianças!
Esses são os motivos que me ajudaram a ressignificar a minha prática
pedagógica e adentrar nas Pedagogias participativas!
Seguimos juntas!
É preciso pensamos que o nosso trabalho não pode ser medido pelo tempo
cronológico do relógio.
Precisamos embasar nossas práticas cotidianas na educação infantil nas
interações e na brincadeira, conforme os documentos orientadores.
13
Nossas práticas não devem ser movidas pelo que as famílias gostam ou
por modismos...
Rever nossa forma de planejar, será que o nosso planejamento está
centrado na criança? Será que ele considera os espaços, tempos,
materiais, as brincadeiras e as interações entre os pares?
Os grupos? Será que todas as crianças devem fazer tudo ao mesmo
tempo?
Pensar na intencionalidade pedagógica, bem como, no bem-estar das
crianças!
Esses são os motivos que me ajudaram a ressignificar a minha prática
pedagógica e adentrar nas Pedagogias participativas!
Seguimos juntas!
14
BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL
É preciso compreender e refletir sobre a visão da criança como
indivíduo e como era sua educação nos primórdios da história. Na
sociedade medieval tradicional não via a criança com bons olhos.
Nesta época não existia a valorização da família ela existia para a
conservação dos bens; a prática comum de um ofício, a criança
tinha que trabalhar desde cedo. Na verdade, a criança era vista
como um adulto em miniatura, não havia distinção entre crianças
e adultos, usavam os mesmos tipos de trajes e de linguagem, bem
como na questão da educação, não haviam privilégios para a
criança, ambos recebiam os mesmos ensinamentos.
Essa visão que se tinha da criança passa a se modificar social e
intelectualmente após a Idade Moderna, a Revolução Industrial, o
Iluminismo e a constituição de Estados laicos, porém apenas a
criança nobre era tratada melhor, diferentemente da criança
pobre.
De um ser sem importância a criança passa ser um indivíduo de
grande relevância na sociedade, com diretos que precisa ter suas
necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais
supridas.
15
Eis que no início do século XX, houve um
grande avanço....importantes mudanças de
concepção de infância...
16
Ao reconhecer a educação infantil como a primeira etapa
da educação básica, a LDB 9394/96 reafirma a
importância da aprendizagem nos primeiros anos de vida
como processo fundamental para “desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
17
O pensamento de Dewey sobre a educação é que esta é a própria vida,
assim é fundamental que a escola propicie um ambiente o mais
próximo da realidade cotidiana vivenciada pelos sujeitos. Por outro
lado, na contramão dos ideais de Dewey, estavam a Gestão Científica
da Educação, liderados por "Henry Ford" e "Frederick Winslow
Taylor", que se preocupavam apenas em conceber meios para que a
capacidade produtiva dos homens e máquinas atingisse seu patamar
máximo. Para tanto, eles acreditavam que estudos científicos
minuciosos deveriam combater os problemas que impediam o
incremento da produção, ou seja, eles estavam preocupados em
aumentar os lucros, no desempenho das máquinas e do trabalho, e de
como poderiam desenvolver uma indústria, buscando a educação das
massas focados na produção, e nos resultados. E todos começam a
comprar as ideias de Taylor e Ford, infelizmente.
18
Diante da disseminação das ideias de Taylor e Ford, foi
reconhecida pelos governos, a Pedagogia Tradicional para
atender às massas, focada nos resultados. Porém, para se
desenvolver a Gestão Científica, o indivíduo precisa executar
bem as atividades, e não é necessário ser inteligente, reflexivo,
crítico em suas escolhas no decorrer da sua vida, como proponha
os ideias de Dewey.
Em 1988, quando a Educação Infantil entra para a primeira
etapa da Educação Básica, muitas práticas pedagógicas
defendidas no ensino fundamental foram trazidas para a
Educação Infantil, que vigora em muitas escolas das infâncias
até hoje.
Muitas escolas das infâncias, defendem uma Educação Infantil
baseada em metodologias engessadas, sequências didáticas,
mecânicas e nada significativas para as crianças dessa faixa
etária.
Em 2009, surge a Revisão das Diretrizes Curriculares
Nacionais, um documento que regulamenta um novo olhar para
as infâncias, que fala em experiências significativas, espaços,
tempos e materiais, cotidiano, brincadeiras e interações como
norteador das práticas pedagógicas com as crianças, o
planejamento tendo como centro a crianças, e seus interesses, o
professor como mediador da aprendizagem, etc.
19
Em 2017, eis que surge a BNCC- Base Nacional
Comum Curricular.
Foi um grande presente, mais um documento
orientador que nos traz diversas formas de pensar as
práticas na Educação Infantil, baseadas no cotidiano
vivido, os campos de experiências, entrelaçados pelas
Pedagogias participativas, defendidas por Paulo
Freire, John Dewey, Celestin Freinet, Júlia Oliveira
Formosinho, entre outros.
Quantos caminhos a Educação Infantil percorreu para
chegar até aqui...
E ainda, precisamos avançar!
Desconstruir para construir!
Respeitar todo processo vivido pela educação das
infâncias, porém buscar uma Educação
transformadora, respeitosa e significativa nas escolas
das infâncias.
20
Todas nós, professoras de educação Infantil, estamos
impregnadas das teorias e práticas das pedagogias
transmissivas e tecnicistas, onde o professor é o detentor
do saber, ou seja, aquele que somente transmite
conteúdos. Aqui, nas Pedagogias Transmissiva, como o
próprio nome já diz, o professor apenas transmite seus
conhecimentos. A prática por essa linha pedagógica, é
baseada em memorização e exercícios frequentemente
repetitivos, a criança não é vista como protagonista no seu
aprendizado, o planejamento é pautado em conteúdos e
datas comemorativas.
23
Diga não as
"ATIVIDADES NA
EDUCAÇÃO
INFANTIL QUE NÃO
VALORIZAM A
CRIATIVIDADE E A
SENSIBILIDADE DA
CRIANÇA"!
O famoso
CARIMBO DE MÃOS!
É tempo de repensar o que entendemos por criança,
infância, senso estético e Educação Infantil!
25
Educação Infantil não é produção,
produto final!
Tudo é um processo...
26
"Não são novos nomes
para velhas práticas."
Maíra Braga
27
A Nomenclatura
na Educação infantil
RESSIGNIFIQUE na Educação
Infantil..
ALUNO CRIANÇA
CANTINHOS CONTEXTOS
28
A partir da interpretação do documento oficial, é urgente que
repensemos o que proporcionamos as nossas crianças todos os
dias. Será que estamos ferindo os seus direitos previstos em lei?
Estamos valorizando os princípios estéticos? A criatividade da
criança? As suas manifestações artísticas e culturais? Ou será
que estamos ofertando atividades estereotipadas, mecânicas, e
que apaga a singularidade de cada criança na escola das
infâncias?
A famosa
RODINHA
na Educação Infantil.
Todos os dias do mesmo jeito, e de forma mecanizada.
A prática da rodinha, em que todas as crianças têm que esperar
a sua vez de falar, e de se expressar...
Também, precisamos ressignificar!
29
Não é que pararemos de fazer rodinha, a Base nacional Comum
Curricular- BNCC, nos diz sobre a organização das crianças em
pequenos grupo.
Professoras, podemos convidar as crianças em pequenos grupos, ou
no coletivo para conversar de forma tranquila e participativa. Acaso,
alguma criança não queira participar dessa assembleia, desse
momento e queira brincar nos contextos da sala referência, por
exemplo, deixe-a. Em outro momento, a professora pode conversar
com aquela criança, convidar outra criança que nunca participa da
roda interativa para ouvir uma música, uma história, ou opinar sobre
à pesquisa do grupo, ou qualquer outro assunto que possa surgir
naquele grupo de crianças.
Decoração da
sala
referência
com ENFEITES
de E.V.A
30
A sala referência, como o nome mesmo já diz, é lugar de intimidade,
pertencimento, brincadeiras, explorações, descobertas, investigações. É nela
que acolhemos os bebês, as crianças, portanto, deve ser pensada em cada
detalhe com intencionalidade.
É preciso ter em mente, que cada coisa que colocamos nela, tem uma razão de
ser, e tem fundamentos baseados nos princípios: éticos, estéticos e político
que os documentos legais nos orientam, citados nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a EducaçãoInfantil- DCNEI, e no Parecer n.º 20/2009.
Ao adentrar nos estudos das Pedagogias Participativas, nos faz pensar em
ressignificar a concepção de criança, de aprendizagem, de infância, de escola,
de currículo, de prática pedagógica, e nos convida a tecer um novo olhar para a
concepção de espaço.
Agora, será mesmo que a sala referência de educação infantil precisa de
decoração?
Será que precisamos decorar a sala referência com cartazes de E. V. A estampados
com desenhos estereotipados, ou de personagens com cores fortes, como se fosse
uma preparação para um buffet de festa? 31
Faz sentido a gente decorar paredes da sala referência
com cartazes de E.V.A, sendo que as paredes devem ser
usadas para expor as pesquisas e investigações das
crianças?
Como poderemos privilegiar as produções das crianças,
da sua cultura local?
Será que esses enfeites de E.V.A como: calendários,
aniversariantes do mês, do tempo representam as
pesquisas das crianças? Respeitam as preferências das
crianças? Quem habita, quem vive na sala referência? E
o protagonismo infantil?
34
A música como
prática de comando
na Educação
Infantil.
40
É chegada a hora de refletirmos acerca de
velhas práticas, rompendo com velhos
pensamentos. A educação infantil não deve ser
um espaço de reprodução, somente porque
sempre foi feito desse jeito, precisamos alargar
nossos olhares.
A educação infantil, deve ser um espaço de
reflexão, de pesquisas, de repensar o currículo,
os nossos planejamentos, a nossa concepção de
criança e infância.
41
3. VOCÊ ESTÁ RESPALDADA NA
LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO
INFANTIL NO BRASIL
42
NÃO TENHA MEDO DE ADENTAR NAS
PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS,
43
O QUE PREVÊ A DOCUMENTAÇÃO?
44
A partir do momento, que comecei a colocar em prática tudo que tenho
aprendido até hoje, os trabalhos por contextos e que tipo de proposta
seria essa, que para ser sincera nada tem de novo foram surgindo olhares
de indiferença, questionamentos, perguntas e mais perguntas...
Hoje, ainda sou vítima de julgamentos, tais como:
-Ah, que besteira enfeitar a porta...
— Ah, no papel tudo é bonitinho...
- As crianças ficam muito soltas...
— Tudo isso é invenção, é pedagogia do modismo!
Espero que esse capítulo lhe ajude a caminhar com as crianças de forma
segura. Não tenha medo de ser questionada, de ter que responder
perguntas a qualquer momento!
49
VAMOS COLOCAR EM
PRÁTICA?
50
Compartilho com vocês alguns caminhos para começarem a colocar
em prática tudo que já aprenderam com as Pedagogias
Participativas.
O planejamento de contextos, é o que mais abordamos na nesta
pedagogia.
A prática por contextos é muito desafiadora, a cada dia vamos lapidando nosso olhar e a
nossa prática no cotidiano, vencendo os desafios que muitas vezes aparece no caminho.
Todavia, algumas questões relacionadas ao trabalho por contextos, é a decisão de manter ou
não um contexto, quando retroalimentar, quais materiais utilizar, tem gerado muitas
dúvidas, inquietações principalmente nas educadoras que estão começando os estudos e a
prática com espaços educadores.
A prática pedagógica por contextos, exige de nós: estudos constantes, buscar formações
constantes, determinação, coragem, olhares para dentro e fora da sala referência,
sensibilidade, compromisso e principalmente escuta, registro e reflexão.
"Os contextos são espaços/lugares entremeados com elementos que provocam desafios nas
crianças. Entendemos por contextos de aprendizagem como uma maneira rica de construir
relações, uma relação que investiga, que faz perguntas, que ativa o pensamento, que faz
reconhecer por meio de todos os sentidos, uma maneira de tornar visível a intencionalidade
da educadora" pg.32.
(Trecho do livro: Construção e Construtividade)
Como descobrir e alimentar a pesquisa do seu grupo? Se, antes a nossa tarefa era
pesquisar assuntos e expor, transmitir conteúdos para as crianças, aqui nós
estaremos no processo de descoberta com elas. Nos trabalhos por contextos,
saberemos o momento certo de quando e como mediar, permitindo que as crianças
sejam protagonistas de sua aprendizagem.
E como se dá a organização do cotidiano?
Para planejar contextos no início do ano, você deve compreender esses princípios:
CONHEÇA SEU GRUPO DE CRIANÇAS
É importante compreender as preferências das crianças do seu grupo, os interesses
mais profundamente. Porém, todas essas ações só será possível através da
observação e escuta das crianças continuamente.
É preciso estar presente com elas no cotidiano para compreendê-las, e
enxergar o que elas nos trazem através de suas ações, suas brincadeiras e
suas interações com outro.
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Como organizar o planejamento de contexto?
Na verdade, não existe uma regra para colocar tudo isso no papel, vocês
podem fazer em forma de tabela, tópicos, mapas, ou da forma que mais achar
melhor! Eu costumo fazer o meu planejamento em forma de tabela, pois acho
mais acessível e prático. Nessa tabela, eu escrevo a data, o nome dos
contextos, os materiais, o espaço, o quê será observado, as perguntas que
nortearão a minha observação.
Perguntas
GRUPOS dos adultos
Organização
do espaço
Conceitos
Seleção
dos
materiais
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Após, todo esse processo, cabe ao educador enxergar as descobertas, as experiências, os
encantamentos das crianças.
Que possamos ofertar as crianças materiais e espaços adequados e potentes para que as
crianças não abandonem suas pesquisas e suas brincadeiras.
Jamais esqueça de observar e registrar as aprendizagens das suas crianças de forma
tranquila, significativa e respeitosa. É imprescindível realizar a documentação pedagógica.
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A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA, nos dá toda a direção do que propor para as
crianças. Inclusive, como e o que planejar, quais espaços propor, quais contextos
ofertar para as crianças.
Na verdade, é o VIVIDO NO COTIDIANO!
Através dessa documentação do vivido, iremos ter matéria-prima para escrever os
relatórios da turma, sendo eles individuais ou coletivos.
Como eu já disse, é um processo contínuo, autoral, exige refinamento do olhar,
estudo, reflexão, e quem alimenta todo esse DOCUMENTAR, são as crianças.
59
Compartilho com vocês, um sessão na prática:
Outro planejamento de sessão que realizei com as minhas crianças foi a dos
ROSTOS. Durante as interações no contexto gráfico, as crianças realizavam
desenhos livres, geralmente os rostos de seus familiares com poucos
detalhes, e também sem um critério de proporção, demonstravam
dificuldades na compreensão na localização dos elementos que compõem
nosso rosto.
61
Observem: As crianças realizavam
desenhos livres, porém, quase sempre
se referiam aos seus rostos, os rostos
dos seus familiares, etc.
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O PLANEJAMENTO DE SESSÃO,
NÃO É SINÔNIMO DE
ATIVIDADE DO DIA!
A forma de planejar, e a valorização do cotidiano na escola das
infâncias está intimamente ligada aos processos que ali acontecem,
todos os dias, todos os momentos. Mas, para que esse cotidiano
possa ser observado e visto, se faz necessário um olhar atento e
sensível aos movimentos dentro da escola, e isso se dará através da
documentação pedagógica.
O planejamento através das Pedagogias Participativas, está ligado
ao todo, ou seja, ao planejamento do próprio cotidiano, tudo o que
acontece na escola, e não apenas na hora da atividade do dia. Todos
os dias, é motivo de registrar, de observar, de se encantar! A partir
do vivido no cotidiano, vamos alimentado nosso processo
documental.
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Como acontece na prática a
organização do cotidiano?
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Segundo a Base Nacional Comum Curricular-BNCC, as
interações e a brincadeira, experiências nas quais as
crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos
por meio de suas ações e interações com seus pares e com
os adultos, o que possibilita aprendizagens,
desenvolvimento e socialização.
A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da
infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e
potenciais para o desenvolvimento integral das crianças.
Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças
e delas com os adultos, é possível identificar, por
exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das
frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das
emoções.
Dito isto, precisamos valorizar o cotidiano,
compreendê-lo em toda sua riqueza, observando as
ações das crianças, através das brincadeiras, das
relações entre elas e os adultos, nas explorações dos
contextos e materiais.
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Algumas pessoas, cometem o equívoco de pensar que as professoras
que trabalham por contextos e com as Pedagogias Participativas,
deixam as crianças fazerem o querem, sem limite algum… o que não é
verdade!
ATENÇÃO: Nos primeiros dias, as crianças irão ficar agitados, pode ter
bagunças, mas faz parte da exploração livre das crianças... É preciso
tempo para elas se apropriarem dos materiais e dos espaços.
68
A minha sala é composta por 4 contextos, são eles:
1. CONSTRUÇÃO E CONSTRUTIVIDADE
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2. FAZ - DE- CONTA
( Casinha)
3. CONTEXTO
GRÁFICO
70
4. CONTEXTO DE MASSINHA
71
O contexto de argila segue sendo explorado pelas crianças na
sala referência, vejam:
72
-PROFESSORA, ESSE
BOLO É PRA VOCÊ,
DISSE MARIA ELISA,
( 3 anos e 6 meses)
73
74
É importante lembrar que contextos de aprendizagens, estão
vinculados aos espaços circunscritos, ou seja, espaços
demarcados. Esse espaço, por si só, passa a mensagem para as
crianças que devem brincar naquele local.
Vejam, as crianças estão nos espaços onde desejam estar de forma
livre.
75
Entre os meses fevereiro e
junho, as crianças
demonstraram muito
interesse nas moradias. Suas
investigações seguiam com
moradias diversas: casas,
castelos e prédios. Um certo
grupo de crianças
permanecem nas suas
pesquisas, fazendo muitas
perguntas acerca dessas
moradias...
76
Mais construções. . .
77
As construções de
moradias, desde o início
do ano fazem parte do
cotidiano do grupo 3 A.
As investigações sobre
moradias, estão
voltadas para altura. As
crianças mantém
interesse em construir
casas que cheguem lá
no topo.
" -Prédio é um
amontoado"...
( Lunna, 3 anos)
79
-"Prédio é bem
grandão..."
( Lorenzo, 4 anos)
80
Seguimos retroalimentando as pesquisas das crianças de acordo com seus
interesses. Tenho tentado levar materiais que elas consigam empilhar e
construir casas, castelos bem altos.
Durante esse processo, tentei envolver às famílias, solicitei que às
famílias construíssem suas moradias... algumas crianças, moram em
casas, outras em prédios!
Também, foi pedido que enviassem fotos da fachada das moradias das
crianças. Fizemos vários desenhos coletivos e diversas outras vivências!
86
Nesses últimos dias, as crianças vêm mantendo interesse em moradias, em ruas, em
trânsito, pistas, delegacia, bombeiros… enfim, muitos caminhos a serem
analisados, e juntos iremos pensar sobre os possíveis desdobramentos das
pesquisas e pensamentos das crianças.
Todo processo, acontece no seu tempo… as minhas crianças são bem pequenas e, é
preciso tempo e muita calma para observar e compreender o que elas querem e
desejam saber... Qual é o seu pensamento para seguir em uma abordagem projetual.
Entendem? Será que um novo desdobramento surgirá?
Os desenhos das crianças, nos ajudam muito em relação aos possíveis caminhos a
seguir... E seguimos, acreditando na potência das crianças!
87
88
Educadoras das infâncias,
Apesar dos desafios que podemos encontrar por
seguir um caminho diferente, não desistam!
Sei que cada uma tem uma realidade diferente...
Muitas de nós, encontramos dificuldades em
relação às estruturas físicas das escolas, dividir
sala com colegas que acreditam em linhas
pedagógicas diferentes, turmas super lotadas,
salas pequenas, gestão escolar sem diálogos, que
preferem não acolher as pedagogias
participativas, mesmo sabendo que estamos
embasadas nos documentos norteadores da
Educação Infantil.
O que tenho feito nesse sentido de evitar conflitos,
faço a cada 15 dias uma mini-história, que
costumo chamar de narrativas do vivido,
exposições, fotografias e coloco nas paredes da
escola, que pode ser na entrada da escola, no
refeitório das crianças, na porta da sala
referência, ou até no grupo de WhatsApp das
famílias e da escola, também costumo deixar uma
parede da sala para expor as Documentações
pedagógicas.
Enfim, são muitos os motivos para desistir de
seguir o caminho das Pedagogias Participativas.
Mas, acredite em você e siga sempre as crianças!
Quem elegeu a busca não pode recusar a
travessia” - Guimarães Rosa- 89
É tempo de fazer acontecer uma nova Educação
infantil. . .
É tempo de compreendermos que a primeira infância, é
permeada por vivência significativas e respeitosas, ao
mesmo tempo, em que a criança e educador se
relacionam de forma participativa, eles devem
caminhar de mãos dadas, essa relação deve ser movida
por afeto, respeito, compromisso, cooperação,
confiança, protagonismo, profissionalismo,
priorizando os processos de cada um, isto é, de forma
singular, respeitando a sua história, suas culturas,
suas experiências, saberes, tempos, desafios e acima de
tudo, muito respeito com as nossas crianças e suas
infâncias!
Percebam com os olhos de crianças um cotidiano cheio
de maravilhas, para que você continue sendo, como já
dizia Loris Malaguzzi, o profissional do
maravilhamento, do encanto, da alegria, da descoberta
e do amor!
( Professora Luciane ALves) 90
SOBRE MIM...
Sou Luciane Alves, professora de Educação Infantil da rede
pública, ressignificando o olhar para as infâncias, mudando a minha
prática e aprendendo todos os dias com as crianças e com
Pedagogias Participativas!
Acredito que é tempo de acontecer uma nova Educação Infantil no
Brasil e no mundo!
Administradora da página @proflualves24@gmail.com ,
Na página compartilho algumas reflexões sobre infâncias, sobre
escolas das infâncias, Pedagogias Participativas, e práticas com
contextos educativos e materiais potentes. 91
Vamos fazer essa
TRAVESSIA JUNTAS!
Um novo caminho te espera!
92
REFERÊNCIAS
93