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Materiais Arqueológicos III

Contacto do professor: jribeiro@uaum.uminho.pt

O que é a cerâmica romana?

Quais são os diferentes tipos?

Quem são os oleiros e seus consumidores?

Quais são as etapas de fabrico?

Avaliação continua e na aquisição de competências:

 Obrigatoriedade da presença dos estudantes em 75% das aulas;


 Assiduidade e participação (10%);
 Trabalho de grupo sobre os temas do programa com apresentação em aula (20%);
 1 ou 2 exercícios escritos (70%/ 35 + 35%) ou (40- 40% /80% teste escrito);

Ver propostas: Grupo e temas de trabalho;

Quantos testes?: 13 de abril e 1 de junho;

Percentagens do teste e do trabalho;

Introdução ao estudo dos materiais romanos:

Cerâmica que simultaneamente remete apara as técnicas como também os objetos.

Ceramologia: ciência que estuda estes materiais

Cerâmica comum: uma lousa mais utilitária

Cerâmica fina: é uma cerâmica de exceção

Cerâmica de produção local – Bracara Augusta

Cerâmica de importação;

Oleiro e oleiro;

Fabrico;

Processo de fabrico e modos de cozedura;


Ceramologia estuda os materiais para atribuir uma cronologia aos contextos que estamos a
investigar, mas também as complexidades sociais, económicas e religiosas. Qual é o significado
que elas tinham para as sociedades que as produziu?

Primeira coisa a fazer é a triagem dos materiais através de grandes categorias (Terra sgilata,
comuns, indígenas), posteriormente por tipologia morfológica (bordo, pança, fundo). Após a
observação e identificação das peças, começamos a fazer a quantificação. Estimativa de
números mínimos e relativos de fragmentos para chegar a valores aproximados sobre o
número de cerâmicas existentes.

Fontes literárias, de forma indireta: Biblia; Flacus,

Fontes diretas: M.Vitruvio – De Architetura; Plinio Segundo – Naturales Historiae; iulius Pollux -
Onomasticon ;

Para que servem as cerâmicas? Elas dão nos dados sobre aspetos qualitativos e quantitativos.
No qual se destaca a sua função de fóssil diretor, que pode remeter para a cronologia do local
arqueológico. Além disso, os aspetos socioculturais – sobre modas e gostos das pessoas que
produzem estes objetos. Informações sobre a economia e das trocas/rotas comerciais – O
intercambio e os produtos importados; sobre o mundo doméstico;

As sigilatas são fatores que representam os aspetos económicos;

Importância de identificação tipológica;

Classificação funcional;

Identificação de características físicas do objeto;

Problemáticas quanto ao estudo cerâmica e variados paradigmas:

O número significativo de materiais cerâmicos encontrados em escavação, que é bastante


fatigante, que é de muita difícil gestão. A tarefa de classificação raramente é evidente e muitas
vezes depende de conhecimentos tipológicos, mas também de mineralogia, espectrometria e
macrofotografia; Além disso, o nosso trabalho é dificultado pelas variadas imitações locais das
peças e formas originais.

O estudo de cerâmica romana implica conhecimentos sobre o fabrico; tipologias; questões


económicas;

O fabrico foca-se na pasta, que é a argila e os desengordurantes (inclusões – temos que


descobrir qual é a matriz dominante).O engobe é um liquido, tipo verniz, que decora a peça. O
banho diferencia-se de um engobe pela quantidade e intensidade deste “verniz”. Já a tipologia
Vai se guiar por um número variados critérios ( morfologia, função, cronologia e proveniência).

Os estudos das cerâmicas servem para chegar a questões da sociedade e economia da época,
que implica conhecimentos e estudos sobre o armazenamento e o transporte e distribuição
das peças.

As Nomenclaturas das peças podem surgir através da origem (campaniense), aspetos técnicos
(terra sigilata),

Até meados do século passado a cerâmica Romana não era um objeto de grande investigação,
mas lentamente os investigadores começaram a fazer um estudo pormenorizado,
principalmente da terra sigilata (por causa da datação, decoração e fabrico). As lucernas
também são investigadas devido à sua quantidade. O papel de Nino Lamboglia chama a
atenção para outras categorias. A partir dos anos 60, multiplicam-se síntese e monografias.

Cronologia – com os materiais podemos trabalhar um indicador cronológico: questão


complexa que necessita de técnicas de datação (termoluminescência e
Arqueomagnetismo) que dependem de outras ciências; A cronologia nem sempre é
evidente porque as próprias formas conhecem uma evolução ao longo do tempo, mas
tendencionalmente, todas as formas ficam maiores, menos esvasado ou com um
engobe de fraca qualidade. O fóssil diretor denuncias as grandes fases de
desenvolvimento das próprias cerâmicas romanas: -Républica: Campaniense/ cerâmica
de relevo itálico grega/pré sigilata

O processo de produção cerâmica: extração de argila e preparação de argila; introdução de


elementos não plásticos, cozedura,

Centros produtores:

Centro oleiro, local de concentração de oficinas: Vale do Ebro - Tritium Magalum

Vale do Douro: Clunia

Bética: Andujar

O grosso da cermica importada que aparece em braga é a de Tritium.

Técnicas usadas pelo oleiro: mão, água, esteca, tornos, moldes,

Secagem ao longo de uma semana

O acabamento: O engobe branco ou vermelho (banhada em argila líquida); Pintura, Pigmento;


incisão, excisão, estampado, relevo aplicado, vidrado.

Os fornos ficavam normalmente fora das áreas urbanas. Estes comtemplam 3 partes:
Praefurnium (canal de alimentação); Câmara de fogo; Câmara de cozedura/laboratório

A cozedura pode ser oxidante, redutora com lanha verde/palha ou ausência de ar.

Modo A: cozedura R depois de oxidante – pasta vermelha com núcleo cinzento;

As marcas têm dois grandes tipos: marcas pré-cozedura (signacula, que são matrizes em metal,
ou grafiti) após cozedura (tituli pictos – na zona do colo e pança – que pode indicar o
conteúdo, o mercador, o transportador);

Na difusão destas produções temos a via marítima e fluvial: grandes portos que
circulavam as tipologias cerâmicas que depois se espalhavam pela via terrestre e
levava também à sua imitação.
Temos os centros de produção da cerâmica que depois é conduzido pelos negociatores
que levavam o recipiente e seu produto ao porto. Quando chegava a um centre de
distribuição, era lançado por os locais de consumo. Há casos bastente conhecidos
sobre a circulação destes produtos pelas vias, como é a terra sigilata gálica, que está
mesmo muitobem estudada. Quanto às ânforas temos a Dressel 20, que é fabricado no
sul da Espanha atual, no Guadalquivir, que transportava azeite – associados tanto ao
comercio como ao abastecimento e manutenção dos exércitos.
Estes produtos destinavam-se a uma clientela variada, como aos autoctes/indígenas,
clientelas especializadas, aos exércitos e aos grandes centros urbanos (urbes, vicus e
villae). Estes materiais que iremos estudar aqui em várias funções, desde de logo,
serviços de mesa e utensílios de cozinha, armazenamento (dolia) e contentores de
transporte (este último, caso específico são as ânforas). Também podiam ser utilizados
para lavagens e tarefas domésticas – a iluminação com as lucernas. Instrumentos de
preparação de substâncias ou escrituras e votivas (certas ânforas podem ter tido esta
função, no entanto, não é uma interpretação absoluta).
Os sítios que são escavados, maioria do material não é estudado e publicado, por isso,
como arqueólogos devemos ter a capacidade de privilegiar a produção de
conhecimento. Para isso é necessário saber identificar e caracterizar a cor, dureza,
textura, granulometria, elementos constituintes, condições de cozedura, técnicas
decorativas e o acabamento.
Temos de treinar as nossas capacidades de observação, que implica uma grande
prática diária na manipulação destes objetos. Após da lavagem dos materiais temos
uma triagem dos objetos segundo as grandes categorias (

De seguida faz-se a quantificação dos objetos, para inicialmente ter uma ideia sobre o
que representa a quantidade de cerâmica no devido contexto através de uma análise
comparativa com outros setores. Abordar as associações de cerâmica na sua
globalidade / de uma época para outra. Verificar o surgimento de uma categoria de
cerâmica com o seu desaparecimento – ou seja, a identificação do contexto através do
tipo de material presente.
Para a quantificação há muitos métodos de trabalho, iniciando a contagem e pesagem
dos fragmentos e relacionar com outros setores para nos ajudar com a nossa
interpretação do local. Além destes, há métodos absolutos, que tem em vista
aproximar o número de peças que aqueles fragmentos representam.
Número mínimo de indivíduos: agrupar elementos de fragmentos e estimar quantas
peças que elas representam.
Equivalente vases: através de uma análise dos diâmetros dos bordos, identificar um
número estimado de objetos inteiros.
Que tipos de cerâmicas vamos encontrar? Focando o período romano, teremos várias
comuns, iniciando com a cerâmica comum que aparece em maior quantidade, que
também pode apresentar decorações. A maior dificuldade é identificar a sua
cronologia, vito que existe cerâmica comum em todos os séculos roamanos. Ou seja,
para a datar, é necessário correlacionar com outros fosseis diretores.
Temos as cerâmicas finas, que têm uma maior qualidade que as anteriores, no qual se
destaca a terra sigilata. O nome siggilata vem do facto que maioria delas contêm uma
marca no seu interior. São de produção maioritariamente feitas na peninsua itálica.
Cerâmica de iluminação: lucerna
Cerâmicas de armazenamento e transporte: Ânforas
Cerâmica de importação: todas as peças que não são produções locais. O prolema é
que às vezes temos produções locais que imitam as exteriores. Porém, isto ajuda-nos
porque há períodos específicos para esta produções, tornando-se um fóssil diretor.
As cerâmicas também podem ter usos funerários como urnas, mobiliário funerário.
Elementos de construção: como os tijolos, tegulae, canalizações.

As oficinas e o trabalho dos oleiros:


Nas cidadãs, normalmente era na preferia que os oleiros trabalhavam ou em bairros
dedicados para a produção artesanal. Na preferia, podiam se produzir nos centros de
produção ou junto das vias ou vilae. A sua localização não é ocalhas, e precisa de estar
próxima junto de uma via ou de um local de extração de argila, madeira e água.
As etapas de fabrico:
A primeira é a recolha da matéria prima, quer seja água, a madeira e nomeadamente
aa argila. A segunda etapa consistia na preparação da argila. Como é uma rocha
sedimentar, quando é trabalhada com água, torna-se mais plástica e elástica. A
introdução dos desengordurantes permite a elasticidade, sem que haja quebra da
argila. Esta é depurada, amassada no solo, num poço, para a introdução dos enp.
Depois é amassada e posteriormente moldada. Em contexto romano, elas são feitas a
torno. Além disto podiam usar moldes também. De seguida, antes da decoração há a
excisão, decoração em relevo. O acabamento pode incluir técnicas como o alisamento
ou polimento, mas também o engobe branco ou vermelho que impermeabiliza as
peças. Depois de seco, num local sem direto contacto com o sol, é cozida num
forno/kiln. Normalmente os oleiros colocam as peças por cima, equilibrando-as umas
em cima da outra, o que implica uma certa habilidade.

Cerâmica local de Braga:


Cerâmica cinzenta fina polida
Cerâmica fina Bracarense: coloração clara e no exterior é meio alaranjado/castanho,
enquanto é mais beje no interior. 50-125 d.c;
Cerâmica comum fina: tem uma parte exterior um pouco polida, mas não pode ter
decoração, enquanto tem uma coloração claro com argila caulina ou mais
avermelhado.
Cerâmica de engobe branco: em braga tem uma cronologia tardia – séculos IV-V.
Cerâmica de engobe vermelho- cerâmica que foi banhada em engobe vermelho, mas
que, por vezes não é banhada no interior.
Cerâmica comum fina pintada: Dependo da coloração, pudemos associar ao baixo ou
ao alto império.
Cerâmica de tradição indígena: cerâmica semelhante à castreja da idade do ferro, que
se encontra em braga durante o período fundacional.
Cerâmica de paredes finas
Cerâmica cinzenta tardia
Cerâmica comum fina
Cerâmica comum grosseira.
Cerâmica vidrada

Breve historial de estudo da cerâmica comum em Portugal: é um trabalho de Jorge de


Alarcão que fala sobre a cerâmica comum local regional de Conimbriga. Jeannete
Nollen; Monte Mouzinho; Manuela Martins e Manuela Delgado; Rui Morais
No que respeita sobre as oficinas de braga como centro de produção de cerâmicas, é
um mercado importante que se verifica o trabalho de muitos artesões e oficinas.
Porém, além da cerâmica temos o vidro, metalurgia e o têxtil, daí sendo um centro
produtor. Localizavam-se oficinas dentro e fora da cidade romana; Produção local de
olaria com papel relevante na cidade e no abastecimento da região. A argila seria
retirada no Prado/Ucha.
Que elementos podem denunciar esta atividade? Desde de logo a localização de um
sector artesanal no quadrante SO de Braga _ forno, tanque de decantação de argila,
moldes de lucernas. Presença de relas de oleiro, calço de argila, suportes bi-
troncóconicos. Presença de peças com marcas de oleiro(signacula).
Características técnicas podemos identificar dois grupos:
Pastas finas de cor creme – recipientes de servir à mesa;
Pastas mais grosseiras – peças de armazenamento, transporte e ir ao lume .
Destacamos também as cerâmicas de engobe vermelho.
Cerâmica de tradição indígena, não é diferente da idade do ferro, mas é importante
porque remete a um estádio cronológico da época fundacional da Bracara Augusta. È
uma das primeiras produções. E tem uma cronologia que coincide com a fundação da
cidade de Bracara, desde 16 a.c a 50 d.c. Pasta arenosa, embora ela seja semelhante às
produções do castro, tem um acabamento mais cuidado, com micas em abundância.
Quanto às formas e aos tamanhos: temos pratos e potes.
Cerâmicas cizentas finas polidas: pasta cinzenta, superfiecie polida com seixo, pasta
friável e depurada. Cozedura uniforme. Motivos decorativos – linhas laterais dipostas
na vertical. Cronologia séc I e II.
Cerâmica Bracarense: feita com pasta caulina, muito depurada, com uma coloração
variável heterogénea. Decoração guilhoché. Imita formas de terra sigillata
hispânica/paredes finas de Mérida. Preencher a falta de abastecimento faz-se um
cerâmica com as mesmeas formas, mas mais barata e tosca. Ou, poderia significar a
instalação de determinados oleiros dessas terras e reproduzem as suas formas aqui em
Braga. Cronologia: 50-125 d.c. – séc i a II. Contempla peças de uso comum e lucernas.
Cerâmicas de paredes finas: Temos paredes finas de produção local, mas é muito
residual. São feitas de arigila de prado. O seu fabrico é muito semelhante às comuns
finas de cor claro. Difusão essencialmente no mercado da cidade.

No que respeita a cerâmica há produção cerâmica de produção local ou importado.

Cerâmica de tradição indígena – sobre a qual não é muito diferente da cerâmica da idade do
ferro, mas como a sua produção reside na cidade, é uma tipologia separada. Quando
encontramos em contextos selados, sem violações, vai remeter à fundação da cidade que
acompanham a Sigilata Itálica. Cronologia- 16ª.c a 50ª.c. Pasta arenosa, com acabamentos um
pouco mais cuidados, sendo possivelmente alisados e polidas. Com uma cozedura boa.
Presença de muitas micas.

Cerâmica cinzenta fina polida e cinzenta alta imperial: pasta cinzenta, superfície polida ou
alisada com uma pasta bastante depurada e friável (verifica-se um processo de cozedura
uniforme) Motivos decorativas com linhas paralelas e cronologia entre I e II d.c – púcaros,
copos, bilhas e pratos.

Cinzentos alto imperial: menos frequentes e com uma pasta bastante mais dura e com uma
abundância de grão de quartzo. A dificuldade desta tipologia, é identificar entre alto e baixo
imperial, sendo que o alto é de menor qualidade.

Cerâmica Bracarense: é um cerâmica que utiliza argila caulina do litoral – mancha na zona de
Esposende e Viana de Castelo. Pasta bastante depurada com uma superfície revestida em
engobe de cor variável (amarelado, larnja acastanhado ou salmão. Decoração com guiloché,
linhas de incisão obliquas no colo das peças. Imita formas de terra sigilata hispânica/paredes
finas de Mérida. Pode derivar a instalação de oleiros estrangeiros em Portugal ou uma
imitação de produtores locais de outras peças importadas. Contudo, nem tudo é cópia, sendo
que contempla também peças de uso comum e lucernas – cronologia 50-125ª.c (tese de
Felisbela leite)

Cerâmica de paredes finas: são copinhos com paredes bastante finas, espessura entre os
milímetros. São raros. As argilas são de Prado. O fabrico é muito semelhante às cerâmicas
comuns finas de cor clara. A sua distribuição ocorre no interior da cidade.

A comum fina pintada: é uma cerâmica fina, em que ocorre em dois grandes grupos – um de
caulinos com dois subgrupos (pasta creme e outra esbranquiçada); Século I a II d.c; Mas
também há a presença de argilas de prados, ou seja, mais vermelhas ou castanhas. Pastas
homogéneos. No entanto, caso não esteja sem decoração pintada, é facilmente identificada
como comum fina. Normalmente estas peças apresentam linhas brancas com argila de prado
(sabemos que estas ocorrem entre o primeiro quartel do século IV.)

Cerâmicas de engobe vermelho: dois grupos (um que imita o engobe pompeiano e outro que
imita terra sigilata hispanica– Alto imperial- e de sigilata Africana – Baixo Imperial). E depois
outro grupo que faz produções comuns, que não imitam nada. A lousa de importação podia
não ser suficiente para abastecer o mercado, então há uma produção interna para cessar a
procura.

Cerâmicas de engobe branco: produção pouco estuda, sendo que em Conimbriga é alto
imperial, enquanto em braga é tardio/baixo imperial. Finais do terceiro e inícios do quarto
século, com alguns sendo posteriores ao século V. Predomina os potes e os jarros.

Cerâmica cinzenta tardia: perceber o que é baixo ou alto imperial? Cronologia IV ao VIII. Tem
uma cronologia diferente, argila originária de Prado, com dois grandes grupos: pastas de cor
cinzenta, com muitos desengordurantes, com um calibre mais grosseiro, superfícies alisadas e
polidas. (tese de Alexandra Gaspar). O primeiro grupo tenta imitar sigilata Africana de
Importação. O segundo grupo é de uso comum.

Cerâmica comum fina: Pasta fina com dois grandes grupos, cronologia do século I a II. O
primeiro grupo é muito fino com uma cor de creme, com copos, púcaros, jarros, bilhas,
potinhos e potes. Já o segundo grupo, mais raro, tenta imitar formas sigilatas.

Cerâmica comum grosseira: é a que mais se encontra nos estratos de braga, o seu estudo tem
sido cada vez mais intensificado, não há uma grande diferença entre uma peça do século I com
uma do século III, obrigando-nos a cruzar com outros elementos que podem aparecer com ela.
Barreiros: prado e Ucha. Funcionalidade: cozinhar, comer, armazenar e transporte. Tem um
calibre maior e com imensas inclusões. Há uma grande diversidade de fabricos. Formas:
pratos, frigideiras, tigelas, taça, jarros, bilhas, potes e fichas de jogo. Além disso, menos
frequentemente, podem ser vistas em dolia também.

Cerâmica vidrada: muito residual, existiu uma produção vidrada no mundo romano- uma
vidração em chumbo no interior do objeto. Ocorre em braga, mas também noutros locais do
conventus bracarensis. A cronologia é ainda muito problemática, podem remeter ao século IV
ao VII. O mais antigo que foi encontrado residia na casa da bica, na escavação do teatro.

Problemáticas e métodos de estudo tecnológico da cerâmica comum: cerâmica muito


diversificada a nível morfológico. Carece de um estudo tecnológico no seu cotexto regional da
produção. Em Portugal a analise das pastas só ocorre a partir dos anos 70. A Análise implica
que para que arqueólogo identifique corretamente p problema que tenta resolver. Estudo
tecnológico – caracterização, analise de proveniência e de produção.
Analise de composição mineralógicas – elas dão dados sobre a textura e estrutura da cerâmica,
indicando os minerais presentes e sua hierarquização. Além de dizer a matriz e os elementos
desengordurados. Pode também nos dizer sobre dado sobe a cozedura e a sua temperatura.

Analise química:

Analise de proveniência: temos que ter a caracterização das amostras e dos principais
barreiros. Aqui também se recorre à estatística e um dos principais bases destas abordagens é
a sua analise físico química.

Análises de produção: A questão mais focada seria as tarefas e fases da produção. A ideia de
que os oleiros ficam perto dos barreiros, por norma no mundo romano todo o tipo de matéria-
prima ficava próxima do local de produção. Em braga, os barreiros mais utilizados é prado,
Cabanelas e ucha, enquanto os caulinos eram transportados de Esposende.

Rui Morais – 2004 – produtos locais de 141 e 319

Cerâmicas de Paredes finas: Esta produção é muito antiga, tendo várias questões sobre a sua
espessura – é uma questão técnica que exige muita perícia para evitar o estalamento durante
a cozedura. O que é certo, nos inícios da produção, havia uma maior espessura – inicialmente
feita a torno e depois a molde. Estas peças já existiam na Grécia. Surgem em grande
quantidade no centro itálico como no sul da Gália. O nome deve-se a um investigador
lambgodia, e agora as peças são vistas como uma convenção. Temos formas muito variadas,
com paredes tendencionalmente finas, lisas, decoradas com reflexos metálicos. A cor da pasta
vai dependendo local de produção -a espessura das paredes vai de 0,5 a 5 mm ( - 2 mm em
períodos mais antigos, antes de Tibério). A sua função é de beber. A sua difusão inicia-se na
Itália. Tal como acontece, elas acompanham os movimentos das legiões e das ânforas vinárias.
Elas estão situadas antes da generalização do uso do vidro. Tem uma grande variedade cores,
principalmente claras. O tratamento dado à superfície é frequentemente decorado,
principalmente com barbotina, incisão e introdução de areias. Tem um grande reportório
formal.

Centros de produção: produção centro itálica, campana, Sicília, Itália setentrional, P. Ibérica,
Gália, Britânia e Renana.

Século II a.c a II d.c – no entanto, em certas regiões interiores e a norte, esta produção é
continuada até ao seculo IV. Inicialmente, nestas zonas há uma reprodução das cerâmicas
itálicas e depois é que lançam as sus próprias peças. O seu auge ocorre no século I a.c.

Em Braga, as paredes finas foi também detetada em Braga, apesar de ser residual (argilas da
região de Prado).

O fabrico destas peças é idêntico as comuns finas, não existindo peças engobadas, com uma
cor esbranquiçada
Terra itálica – Contém é tendencionalmente acastanhada, a pasta é um pouco mais arenosa, o
engobe (o verniz que vitrifica durante a cozedura a mil graus) torna a superfície mais suave.

Terra Gálica – Tendencionalmente mais avermelhada, quando se parte tem uma fratura
vitrifica,

Terra Hispânica: pasta contém elementos amarelos, a superfície e a pasta é


tendencionalmente arenosa.

Terra sigilata Hispanica – RIT8 – Malga com a mesma forma, mas com tamanhos diferentes.

Drag15/17 – um prato com um pé particular, com um bordo esvasado.

Meia cana – transição, uma moldura interna entre a parede e o fundo.

Drag 18/31

Drag 14/15 – tigela de pé alto, com uma moldura exterior e algumas apresentam a técnica de
guilhoche.

Drag 27 – Dupla curvatura entre o bordo e a pança.

Drag 35 – tigela com bordo em aba encurvada, com uma decoração em folha de agua.

Drag 36 – a diferença entre a anterior é o tamanho, visto que esta não é tão alto, mas sim mais
aberto e largo.

Drag39 -

Drag 44- moldura no lado externo, bordo esvasado e encurvado.

Hermet 13 – Cantil, só tem engobe no lado de fora.

LudTB ou Drag46 – malga com parede obliqua com aba horizontal/soerguida

Hispanica 4 – prato com bordo em aba decorado com guilhoche.

Hispanica 7- difícil de diferenciar entre estes testos e pratos.

Drgandorf 29 – malga feita a molde, apresentam guilhoce no bordo do lado externo com uma
mforma aberta com moldura e ceneluras. Bordo esvasado e uma pança mais arredondado e
cilindrico

Drag 30- Parede mais vertical

Drag 37 – admite-se duas variantes, a primeira serie é com um bordo engrossado, em forma de
amêndoa. A segunda tem um bordo vertical e não tão grosso.

Vacúolos – orifícios na pasta

Terra sigilata Alto Imperial – Na itália temos centros de produção – o Darezo;

Hispânia – tricium e Andorra.


Galia – Lavrau Fasent.

Sigilata – o nome vem do sigillium (estampa do produtor)

Aspetos tecnológicos – pasta, engobe, cozedura e decoração

Funcionalidade – Serviço de mesa.

Cronologia de terra sigilata em braga só se faz a partir do século 15/16 a.c – Alto imperial
(século I e século II);

Origem: a terra sigilata tem origens em meados do século I a.c, em Arezzo, onde a cerâmica
sofre diversas inovações a partir de conhcementos prévios da cerâmica campaniense. – a sua
origem advem de uma mudança de moda, que acompanha uma evolução tecnológica
(moldes);

A cerâmica anterior vai competir nos mercados com a terra sgilita.

A primeira cerâmica Aretina, de Arezzo, só se faz a partir de 20 a.c

É uma peça acastanhada, com um verniz muito suave, que é difícil de observar a pasta. O
período de Auge ocorreu entre 20 a.c e o 14 d.c – período do imperador augusto. Há uma
grande diversidade de formas, tanto lisas como decoradas, bastante estandardizada.

Na cozedura, a terra sigilata nunca está em constante contacto com as chamas, havendo tbos
suficiente para garantir a saída de fumo e a entrada de oxigénio. Havia câmaras com paredes
ocas, os tubulis, garantido a transmissão de calor. A cerâmica mantém apinhados uns nos
outros, de forma a gerir adequadamente o espaço do forno. A vitrificação é preciso chegar a
temperaturas semelhantes a mil graus. Os fornos podiam chegar a ter 30.000 mil exemplares.
E a cozedura durava 36 horas e o seu arrefecimento lento e oxidante que era feito durante 4
dias.

Estardadização dasigillata aretina – ocorre com uma simplificação do processo de fabrico. As


primeiras formas têm uma grande diversidade, existindo várias variantes. No fim do reinado de
Augusto, diminuem a diversidade para criar uma maior facilidade e estandardização de fabrico.

Sigilata tipo Itálica – Tipologia Dragendorf; Tipologia Loeschcke; Tipologia Goudineau; Pucci –
catálogo de referência para o atlante. Tipologia de Conspectus.

Marcas na terra sigilata – as marcas são inéditas e referentes à cronologia e local de produção.

Marcas podem ser intra-decorativica.

As importâncias do estudo das marcas explicam como as oficinas se organizavam. Tanto o


estatuto do seu produtor e a área de produção. Percebeu-se que haviam no máximo 10 a 12
escravos especializados, enquanto maioria tinham 2 a 4 escravos. Ou seja, havia mais oficinas
de pequenas dimensões. Para Arezzo temos um total de 500 oleiros, nos quais 40 são
especializados em decoração. Apenas 20 empresas empregariam esses escravos que
decoravam. As grandes oficinas podiam subcontratar outras oficinas mais pequenas, que
depois explica a diversidade de marcas, que queriam de facto demonstrar uma distinção da
produção.

Ateius – empresário de Arezzo


Sigillata Tardo-Itálica (80-150) -Após de 15 d.c há um declínio da qulidade da produção devido
à sua estandardização, destribuindo-se por várias regiões. As oficinas mudam-se para Pisa. O
reportório formal diminuiu, menos formas, uma produção desorganizada, mais em massa,
apenas sabemos 6 marcas e 6 oleiros, o que indica que muitos eram anónimos.

Terra Sigilata Gálica – temos vários centros de produção. As peças essências que chegam aqui
são Graufesenque. O seu período primitivo occore num pequeno núcleo durante os primeiros
20 anos do século I. Periodo Inicial – A terra sigilata Itálica perde a sua importância às formas
gálicas, que se aproveita da quebra de produção de sigilata itálica. Período de esplendor (40-
60 d.c) libertação das influências itálicas;

Sigilata Marmoreada – mistura de duas argilas diferentes

Geralmente são artesões indepdendentes, livres à nascença, mas há a refere^ncia do uso de


escravos que são usados para a recolha de lenha, argila, polimento de argila e transporte do
material.

Terra sigilata Hispânica (Tricium e Andujar) -

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