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Cerâmica de importação;
Oleiro e oleiro;
Fabrico;
Primeira coisa a fazer é a triagem dos materiais através de grandes categorias (Terra sgilata,
comuns, indígenas), posteriormente por tipologia morfológica (bordo, pança, fundo). Após a
observação e identificação das peças, começamos a fazer a quantificação. Estimativa de
números mínimos e relativos de fragmentos para chegar a valores aproximados sobre o
número de cerâmicas existentes.
Fontes diretas: M.Vitruvio – De Architetura; Plinio Segundo – Naturales Historiae; iulius Pollux -
Onomasticon ;
Para que servem as cerâmicas? Elas dão nos dados sobre aspetos qualitativos e quantitativos.
No qual se destaca a sua função de fóssil diretor, que pode remeter para a cronologia do local
arqueológico. Além disso, os aspetos socioculturais – sobre modas e gostos das pessoas que
produzem estes objetos. Informações sobre a economia e das trocas/rotas comerciais – O
intercambio e os produtos importados; sobre o mundo doméstico;
Classificação funcional;
Os estudos das cerâmicas servem para chegar a questões da sociedade e economia da época,
que implica conhecimentos e estudos sobre o armazenamento e o transporte e distribuição
das peças.
As Nomenclaturas das peças podem surgir através da origem (campaniense), aspetos técnicos
(terra sigilata),
Até meados do século passado a cerâmica Romana não era um objeto de grande investigação,
mas lentamente os investigadores começaram a fazer um estudo pormenorizado,
principalmente da terra sigilata (por causa da datação, decoração e fabrico). As lucernas
também são investigadas devido à sua quantidade. O papel de Nino Lamboglia chama a
atenção para outras categorias. A partir dos anos 60, multiplicam-se síntese e monografias.
Centros produtores:
Bética: Andujar
Os fornos ficavam normalmente fora das áreas urbanas. Estes comtemplam 3 partes:
Praefurnium (canal de alimentação); Câmara de fogo; Câmara de cozedura/laboratório
A cozedura pode ser oxidante, redutora com lanha verde/palha ou ausência de ar.
As marcas têm dois grandes tipos: marcas pré-cozedura (signacula, que são matrizes em metal,
ou grafiti) após cozedura (tituli pictos – na zona do colo e pança – que pode indicar o
conteúdo, o mercador, o transportador);
Na difusão destas produções temos a via marítima e fluvial: grandes portos que
circulavam as tipologias cerâmicas que depois se espalhavam pela via terrestre e
levava também à sua imitação.
Temos os centros de produção da cerâmica que depois é conduzido pelos negociatores
que levavam o recipiente e seu produto ao porto. Quando chegava a um centre de
distribuição, era lançado por os locais de consumo. Há casos bastente conhecidos
sobre a circulação destes produtos pelas vias, como é a terra sigilata gálica, que está
mesmo muitobem estudada. Quanto às ânforas temos a Dressel 20, que é fabricado no
sul da Espanha atual, no Guadalquivir, que transportava azeite – associados tanto ao
comercio como ao abastecimento e manutenção dos exércitos.
Estes produtos destinavam-se a uma clientela variada, como aos autoctes/indígenas,
clientelas especializadas, aos exércitos e aos grandes centros urbanos (urbes, vicus e
villae). Estes materiais que iremos estudar aqui em várias funções, desde de logo,
serviços de mesa e utensílios de cozinha, armazenamento (dolia) e contentores de
transporte (este último, caso específico são as ânforas). Também podiam ser utilizados
para lavagens e tarefas domésticas – a iluminação com as lucernas. Instrumentos de
preparação de substâncias ou escrituras e votivas (certas ânforas podem ter tido esta
função, no entanto, não é uma interpretação absoluta).
Os sítios que são escavados, maioria do material não é estudado e publicado, por isso,
como arqueólogos devemos ter a capacidade de privilegiar a produção de
conhecimento. Para isso é necessário saber identificar e caracterizar a cor, dureza,
textura, granulometria, elementos constituintes, condições de cozedura, técnicas
decorativas e o acabamento.
Temos de treinar as nossas capacidades de observação, que implica uma grande
prática diária na manipulação destes objetos. Após da lavagem dos materiais temos
uma triagem dos objetos segundo as grandes categorias (
De seguida faz-se a quantificação dos objetos, para inicialmente ter uma ideia sobre o
que representa a quantidade de cerâmica no devido contexto através de uma análise
comparativa com outros setores. Abordar as associações de cerâmica na sua
globalidade / de uma época para outra. Verificar o surgimento de uma categoria de
cerâmica com o seu desaparecimento – ou seja, a identificação do contexto através do
tipo de material presente.
Para a quantificação há muitos métodos de trabalho, iniciando a contagem e pesagem
dos fragmentos e relacionar com outros setores para nos ajudar com a nossa
interpretação do local. Além destes, há métodos absolutos, que tem em vista
aproximar o número de peças que aqueles fragmentos representam.
Número mínimo de indivíduos: agrupar elementos de fragmentos e estimar quantas
peças que elas representam.
Equivalente vases: através de uma análise dos diâmetros dos bordos, identificar um
número estimado de objetos inteiros.
Que tipos de cerâmicas vamos encontrar? Focando o período romano, teremos várias
comuns, iniciando com a cerâmica comum que aparece em maior quantidade, que
também pode apresentar decorações. A maior dificuldade é identificar a sua
cronologia, vito que existe cerâmica comum em todos os séculos roamanos. Ou seja,
para a datar, é necessário correlacionar com outros fosseis diretores.
Temos as cerâmicas finas, que têm uma maior qualidade que as anteriores, no qual se
destaca a terra sigilata. O nome siggilata vem do facto que maioria delas contêm uma
marca no seu interior. São de produção maioritariamente feitas na peninsua itálica.
Cerâmica de iluminação: lucerna
Cerâmicas de armazenamento e transporte: Ânforas
Cerâmica de importação: todas as peças que não são produções locais. O prolema é
que às vezes temos produções locais que imitam as exteriores. Porém, isto ajuda-nos
porque há períodos específicos para esta produções, tornando-se um fóssil diretor.
As cerâmicas também podem ter usos funerários como urnas, mobiliário funerário.
Elementos de construção: como os tijolos, tegulae, canalizações.
Cerâmica de tradição indígena – sobre a qual não é muito diferente da cerâmica da idade do
ferro, mas como a sua produção reside na cidade, é uma tipologia separada. Quando
encontramos em contextos selados, sem violações, vai remeter à fundação da cidade que
acompanham a Sigilata Itálica. Cronologia- 16ª.c a 50ª.c. Pasta arenosa, com acabamentos um
pouco mais cuidados, sendo possivelmente alisados e polidas. Com uma cozedura boa.
Presença de muitas micas.
Cerâmica cinzenta fina polida e cinzenta alta imperial: pasta cinzenta, superfície polida ou
alisada com uma pasta bastante depurada e friável (verifica-se um processo de cozedura
uniforme) Motivos decorativas com linhas paralelas e cronologia entre I e II d.c – púcaros,
copos, bilhas e pratos.
Cinzentos alto imperial: menos frequentes e com uma pasta bastante mais dura e com uma
abundância de grão de quartzo. A dificuldade desta tipologia, é identificar entre alto e baixo
imperial, sendo que o alto é de menor qualidade.
Cerâmica Bracarense: é um cerâmica que utiliza argila caulina do litoral – mancha na zona de
Esposende e Viana de Castelo. Pasta bastante depurada com uma superfície revestida em
engobe de cor variável (amarelado, larnja acastanhado ou salmão. Decoração com guiloché,
linhas de incisão obliquas no colo das peças. Imita formas de terra sigilata hispânica/paredes
finas de Mérida. Pode derivar a instalação de oleiros estrangeiros em Portugal ou uma
imitação de produtores locais de outras peças importadas. Contudo, nem tudo é cópia, sendo
que contempla também peças de uso comum e lucernas – cronologia 50-125ª.c (tese de
Felisbela leite)
Cerâmica de paredes finas: são copinhos com paredes bastante finas, espessura entre os
milímetros. São raros. As argilas são de Prado. O fabrico é muito semelhante às cerâmicas
comuns finas de cor clara. A sua distribuição ocorre no interior da cidade.
A comum fina pintada: é uma cerâmica fina, em que ocorre em dois grandes grupos – um de
caulinos com dois subgrupos (pasta creme e outra esbranquiçada); Século I a II d.c; Mas
também há a presença de argilas de prados, ou seja, mais vermelhas ou castanhas. Pastas
homogéneos. No entanto, caso não esteja sem decoração pintada, é facilmente identificada
como comum fina. Normalmente estas peças apresentam linhas brancas com argila de prado
(sabemos que estas ocorrem entre o primeiro quartel do século IV.)
Cerâmicas de engobe vermelho: dois grupos (um que imita o engobe pompeiano e outro que
imita terra sigilata hispanica– Alto imperial- e de sigilata Africana – Baixo Imperial). E depois
outro grupo que faz produções comuns, que não imitam nada. A lousa de importação podia
não ser suficiente para abastecer o mercado, então há uma produção interna para cessar a
procura.
Cerâmicas de engobe branco: produção pouco estuda, sendo que em Conimbriga é alto
imperial, enquanto em braga é tardio/baixo imperial. Finais do terceiro e inícios do quarto
século, com alguns sendo posteriores ao século V. Predomina os potes e os jarros.
Cerâmica cinzenta tardia: perceber o que é baixo ou alto imperial? Cronologia IV ao VIII. Tem
uma cronologia diferente, argila originária de Prado, com dois grandes grupos: pastas de cor
cinzenta, com muitos desengordurantes, com um calibre mais grosseiro, superfícies alisadas e
polidas. (tese de Alexandra Gaspar). O primeiro grupo tenta imitar sigilata Africana de
Importação. O segundo grupo é de uso comum.
Cerâmica comum fina: Pasta fina com dois grandes grupos, cronologia do século I a II. O
primeiro grupo é muito fino com uma cor de creme, com copos, púcaros, jarros, bilhas,
potinhos e potes. Já o segundo grupo, mais raro, tenta imitar formas sigilatas.
Cerâmica comum grosseira: é a que mais se encontra nos estratos de braga, o seu estudo tem
sido cada vez mais intensificado, não há uma grande diferença entre uma peça do século I com
uma do século III, obrigando-nos a cruzar com outros elementos que podem aparecer com ela.
Barreiros: prado e Ucha. Funcionalidade: cozinhar, comer, armazenar e transporte. Tem um
calibre maior e com imensas inclusões. Há uma grande diversidade de fabricos. Formas:
pratos, frigideiras, tigelas, taça, jarros, bilhas, potes e fichas de jogo. Além disso, menos
frequentemente, podem ser vistas em dolia também.
Cerâmica vidrada: muito residual, existiu uma produção vidrada no mundo romano- uma
vidração em chumbo no interior do objeto. Ocorre em braga, mas também noutros locais do
conventus bracarensis. A cronologia é ainda muito problemática, podem remeter ao século IV
ao VII. O mais antigo que foi encontrado residia na casa da bica, na escavação do teatro.
Analise química:
Analise de proveniência: temos que ter a caracterização das amostras e dos principais
barreiros. Aqui também se recorre à estatística e um dos principais bases destas abordagens é
a sua analise físico química.
Análises de produção: A questão mais focada seria as tarefas e fases da produção. A ideia de
que os oleiros ficam perto dos barreiros, por norma no mundo romano todo o tipo de matéria-
prima ficava próxima do local de produção. Em braga, os barreiros mais utilizados é prado,
Cabanelas e ucha, enquanto os caulinos eram transportados de Esposende.
Cerâmicas de Paredes finas: Esta produção é muito antiga, tendo várias questões sobre a sua
espessura – é uma questão técnica que exige muita perícia para evitar o estalamento durante
a cozedura. O que é certo, nos inícios da produção, havia uma maior espessura – inicialmente
feita a torno e depois a molde. Estas peças já existiam na Grécia. Surgem em grande
quantidade no centro itálico como no sul da Gália. O nome deve-se a um investigador
lambgodia, e agora as peças são vistas como uma convenção. Temos formas muito variadas,
com paredes tendencionalmente finas, lisas, decoradas com reflexos metálicos. A cor da pasta
vai dependendo local de produção -a espessura das paredes vai de 0,5 a 5 mm ( - 2 mm em
períodos mais antigos, antes de Tibério). A sua função é de beber. A sua difusão inicia-se na
Itália. Tal como acontece, elas acompanham os movimentos das legiões e das ânforas vinárias.
Elas estão situadas antes da generalização do uso do vidro. Tem uma grande variedade cores,
principalmente claras. O tratamento dado à superfície é frequentemente decorado,
principalmente com barbotina, incisão e introdução de areias. Tem um grande reportório
formal.
Centros de produção: produção centro itálica, campana, Sicília, Itália setentrional, P. Ibérica,
Gália, Britânia e Renana.
Século II a.c a II d.c – no entanto, em certas regiões interiores e a norte, esta produção é
continuada até ao seculo IV. Inicialmente, nestas zonas há uma reprodução das cerâmicas
itálicas e depois é que lançam as sus próprias peças. O seu auge ocorre no século I a.c.
Em Braga, as paredes finas foi também detetada em Braga, apesar de ser residual (argilas da
região de Prado).
O fabrico destas peças é idêntico as comuns finas, não existindo peças engobadas, com uma
cor esbranquiçada
Terra itálica – Contém é tendencionalmente acastanhada, a pasta é um pouco mais arenosa, o
engobe (o verniz que vitrifica durante a cozedura a mil graus) torna a superfície mais suave.
Terra Gálica – Tendencionalmente mais avermelhada, quando se parte tem uma fratura
vitrifica,
Terra sigilata Hispanica – RIT8 – Malga com a mesma forma, mas com tamanhos diferentes.
Drag 18/31
Drag 14/15 – tigela de pé alto, com uma moldura exterior e algumas apresentam a técnica de
guilhoche.
Drag 35 – tigela com bordo em aba encurvada, com uma decoração em folha de agua.
Drag 36 – a diferença entre a anterior é o tamanho, visto que esta não é tão alto, mas sim mais
aberto e largo.
Drag39 -
Drgandorf 29 – malga feita a molde, apresentam guilhoce no bordo do lado externo com uma
mforma aberta com moldura e ceneluras. Bordo esvasado e uma pança mais arredondado e
cilindrico
Drag 37 – admite-se duas variantes, a primeira serie é com um bordo engrossado, em forma de
amêndoa. A segunda tem um bordo vertical e não tão grosso.
Cronologia de terra sigilata em braga só se faz a partir do século 15/16 a.c – Alto imperial
(século I e século II);
Origem: a terra sigilata tem origens em meados do século I a.c, em Arezzo, onde a cerâmica
sofre diversas inovações a partir de conhcementos prévios da cerâmica campaniense. – a sua
origem advem de uma mudança de moda, que acompanha uma evolução tecnológica
(moldes);
É uma peça acastanhada, com um verniz muito suave, que é difícil de observar a pasta. O
período de Auge ocorreu entre 20 a.c e o 14 d.c – período do imperador augusto. Há uma
grande diversidade de formas, tanto lisas como decoradas, bastante estandardizada.
Na cozedura, a terra sigilata nunca está em constante contacto com as chamas, havendo tbos
suficiente para garantir a saída de fumo e a entrada de oxigénio. Havia câmaras com paredes
ocas, os tubulis, garantido a transmissão de calor. A cerâmica mantém apinhados uns nos
outros, de forma a gerir adequadamente o espaço do forno. A vitrificação é preciso chegar a
temperaturas semelhantes a mil graus. Os fornos podiam chegar a ter 30.000 mil exemplares.
E a cozedura durava 36 horas e o seu arrefecimento lento e oxidante que era feito durante 4
dias.
Sigilata tipo Itálica – Tipologia Dragendorf; Tipologia Loeschcke; Tipologia Goudineau; Pucci –
catálogo de referência para o atlante. Tipologia de Conspectus.
Marcas na terra sigilata – as marcas são inéditas e referentes à cronologia e local de produção.
Terra Sigilata Gálica – temos vários centros de produção. As peças essências que chegam aqui
são Graufesenque. O seu período primitivo occore num pequeno núcleo durante os primeiros
20 anos do século I. Periodo Inicial – A terra sigilata Itálica perde a sua importância às formas
gálicas, que se aproveita da quebra de produção de sigilata itálica. Período de esplendor (40-
60 d.c) libertação das influências itálicas;