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GRADUAÇÃO EM ARTES PLÁSTICAS

Cerâmica I SEGUNDO SEMESTRE DE 2019 / Nº. 1

Introdução
conceitos históricos e
fundamentais
sobre a cerâmica

Metodologia
desenvolvimento
das aulas e avaliações

Materiais
ferramentas e
técnicas básicas

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Introdução
Decerto que existe um questionamento para todo artista ceramista da atualidade: mas,
afinal, qual é o papel da cerâmica dentro do contexto da arte contemporânea, já que este é
um material que atravessa a história da humanidade e ainda se faz presente de inúmeras
formas no cotidiano das pessoas?

Sabe-se, por meio de pesquisas arqueológicas, que artefatos cerâmicos foram encontrados
desde o período Neolítico, cerca de 10.000 a.C. Por terem sido queimadas a uma
temperatura baixa, entre 600ºC a 1000ºC, são objetos mais frágeis e porosos. Técnicas de
polimento, por exemplo, ajudavam a tornar as peças mais impermeáveis – um artifício que
driblava o fato de que, por não terem atingido uma alta temperatura de queima, as peças
não estariam totalmente sinterizadas, ou seja, fundidas. As formas mais recorrentes dos
vasos eram caliciforme (em formato de cálice) e campaniforme (em formato de sino - Figura
1), motivos geométricos decoravam a maioria deles, assim como pigmentos produzidos por
engobes vermelhos e beges (CHAVARRIA, 2004, p.9).

De acordo com Chavarria (2004), as cerâmicas que foram


encontradas nas Américas datam de 1200 a.C e tinham em
comum duas características: a primeira delas é que, como os
ameríndios não conheciam a técnica de torno, suas peças eram Figura 1. Vaso campani-
forme. Período Calcolítico
modeladas à mão, fosse por meio de rolinhos ou cobrinhas, (2800-18000 a.C.).
Cueva de La Ventosa.
fosse por meio de moldes; a segunda característica é que as
peças eram decoradas com engobes coloridos (Figuras 2 e 3).
Na América do Sul, mais especificamente na região que hoje
equivale ao Peru, as culturas Nasca (200 a.C.- 800 d.C),
Mochica (1-1200), Chimú (1200-1500), desenvolveram uma
cerâmica com temas zoomórficos (Figura 2) e
Figura 2. Recipiente zoomórfico
antropomórficos (Figura 3). com asa de estribo. Cultura
Mochica (1 - 1200 d.C.).Museu de
Arte Precolombino - Peru.
Para além destes exemplos citados, a cerâmica surgiu em
centenas de outras civilizações e povos dos cinco continentes
no decorrer dos tempos. E, apesar da relevância, não é o foco
deste texto discorrer sobre a trajetória da cerâmica na
história da arte.

Com um histórico de origem utilitária, a cerâmica esteve e Figura 3. Cuchimilcos. Peças de


cerâmica de figuras humanas
ainda está ligada às artes aplicadas, à manufatura e ao estilizadas. Cultura Chimú (1200 -
1500 d.C.). Museu de Arte
artesanato de modo como se entende na contemporaneidade.
Precolombino - Peru
arte,
artesanato
ou design?

Ainda segundo Paz (2006), o conceito de artesanato originou-se em um tempo em que


não se fazia nenhuma distinção entre o que era útil e o que era belo - dentro do que se
pode chamar dos cânones artísticos de beleza. Os objetos de uso cotidiano continham
em si uma força e uma beleza que transbordavam do seu mero significado útil: um
jarro grego de barro continha, além de sua função de conter líquidos, um formato
harmônico e proporcional e era preenchido em sua parte externa por imagens e
informações, capazes de demonstrar para qual uso ele poderia ser destinado: se era
profano, subordinado à utilidade do objeto, ou sagrado, subordinado ao poder mágico
que ele poderia conter.

Torna-se complicado analisar esses objetos sob a perspectiva deslocada de seu


contexto histórico e significado original, se hoje eles são vistos dentro de museus
como objetos de arte. O autor defende a tese de que, a partir do século 17, os museus
se transformaram em novas catedrais, já que os objetos de arte passaram a ser
adorados e o intrínseco valor sagrado que eles possuíam havia sido totalmente
retirado. Já no Modernismo, os objetos tornam-se autossuficientes, uma vez que não
havia a necessidade de criar qualquer tipo de valor agregado a ele. Neste sentido, a
beleza estaria diretamente ligada ao equilíbrio entre forma e função - quanto mais
útil, menos materialidade.
"O que torna uma obra uma
obra de arte? A questão,
além de complexa, é
histórica. (...)
Também é
conveniente cogitar se os
termos da questão estão
bem postos, pois, na medida
em que a questão é
histórica,
os termos mudam. (...)
Ser ou não ser uma obra de
arte é uma alternativa
que só ganhou força no
século XX, em especial na
sua última metade."

ALBERTO TASSINARI
(2001)
Metodologia
Os métodos de apresentação dos conteúdos se darão mesclando
aulas expositivas e práticas. Nas aulas expositivas, realizadas por
meio de recursos audiovisuais, serão mostradas imagens de obras,
vídeos de performances, instalações e qualquer outro tema
relevante ao assunto abordado, como filmes didáticos ou técnicos.

Nas aulas práticas em ateliê serão mostradas técnicas relativas às


ementas e objetivos das disciplinas. Também é de grande relevância
a demonstração dos recursos disponíveis no ateliê aos alunos: sua
adequada utilização já que se tratam de materiais que estão
disponíveis para uso coletivo e que, portanto, devem ser
devidamente conservados.

O uso consciente dos recursos naturais também será um tema


abordado no decorrer dos períodos, no que tange as questões à
cerca da ecologia e meio ambiente. Também serão destacados o uso
contínuo em sala de aula de EPI (Equipamento de Proteção
Individual), como luvas, máscaras e aventais, por se tratarem de
disciplinas que se utilizem de materiais com certo grau de toxidade,
resíduos aspiráveis, objetos cortantes, etc.

Serão apresentadas técnicas básicas de modelagem: pinch poty


(beliscão), rolinhos (acordelado), placas e moldes. Assim como as
técnicas básicas de decoração: pintura com engobes, texturas,
relevos, esgrafito.

As avaliações irão ocorrer de dois modos: apresentação dos objetos


desenvolvidos pelos alunos no semestre, juntamente com memorial
descritivo contendo imagens de todo
processo (apresentação digital enviada por e-mail a professora e
apresentada em sala de aula) e uma breve pesquisa sobre um artista
ceramista que serviu de inspiração
ao aluno.

Critérios de avaliação: Participação em aula durante os debates e


proposições de atividades; as apresentações dos objetos e do
projeto individual.

Importante: será observado e respeitado o modo particular de


cada aluno tem ao desenvolver e criar as peças.
Materiais
ESTECAS E DESBASTADORES:
FERRAMENTAS BÁSICAS

1 kit de Estecas: ferramentas


específicas para se trabalhar com
a cerâmica. Ao lado seguem
imagens meramente ilustrativas
para exemplificar. (OBS: não é
necessário adquirir essa
quantidade de ferramentas.
Considerar também a possibilidade
de você mesmo fazê-las ou
improvisá-las. Aos poucos, você
vai descobrir qual seria a melhor
opção para desenvolver seu
trabalho).

5 kg de argila vermelha/terracota
5kg argila branca ou creme
(OBS: vocês não vão usar tudo de
uma vez, essa
quantia possivelmente será para
todo o curso, dependendo do
tamanho e quantidade de peças
que irão desenvolver).

Fio de nylon ou aço para cortar a


massa plástica;

Esponja macia;

Avental;
Materiais
MATERIAIS QUE NÃO PRECISAM SER
COMPRADOS

Panos de prato antigos,


camisetas e lençóis velhos, etc.
para limpeza e
acondicionamento das peças;

Tábuas de madeira ou azulejos


que servirão de suporte para as
peças desenvolvidas por vocês
(OBS: esse material pode ser
levado aos poucos, um de cada
vez, conforme vocês forem
desenvolvendo seus
trabalhos);

Sacos plásticos diversos para


embalar as peças
e jornal velho;

Potes diversos com tampa para


armazenar a barbotina ou argila
seca (OBS: pode ser embalagens
de margarina, manteiga,
sorvete, garrafas de água,
refrigerantes, etc., não é
preciso comprar os potes, vamos
reaproveitar o que já temos)

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