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Sociedades Camponesas

(Neolítico)

Neolítico

No limite Oriental da Expansão das economias produtoras- A


Neolitização da Península Ibérica: O Neolítico Antigo e o Neolítico
Médio.

Em meados do 6º Milénio (Neolítico Antigo) - ocupação em diferentes áreas do


território.
Finais do 5º Milénio - Neolítico Médio.

Novo fenómeno de origem exógena, em que, pequenos grupos neolíticos que circulam
no mediterrâneo, por pequenas canoas, que atingem a Península Ibérica.

Quem é que chega?


Porque é que chegam?

Registo arqueológico Ibérico- Traz um novo mundo do Mediterrâneo Oriental e depois


central. Transformado e reconstruído no Ocidente Europeu- Assumirá algumas
características próprias.

Figuras Antropomórficas- Uma nova tecnologia, um novo sistema simbólico e


uma nova economia.
Figura orante
1. Braços erguidos (Sem qualquer indicação de género);
Cerâmica
2. Cerâmica Cardial (Concha de berbigão);
3. Formas de garrafa;
4. Colo estrangulado;
5. Decoração barroco (Cobre quase a totalidade da peça);
6. Acabamento de superfície.

Arte Rupestre: Figura Orante também está bem presente.

Figuras antropomórfica:
(Valada do Mato)
1. Sem qualquer indicação de género;
2. Preenchido por osso (Decoração);
3. Temperaturas superior a 800º C (Ritual);
(Ritual)

Assim sendo a entrada destes novos grupos é acompanhada de novas


figuras simbólicas- Na Península Ibérica não tem género explicito;
Preocupação cronológica e cultural do Neolítico através da Europa

 Modelos de difusão démico ou cultural

Se são indivíduos que se deslocam ou redes de contacto que fazem circular os elementos
da Neolitização.

- Combinação entre ambas;


- Vários sítios podem apresentar ou o modelo démico ou cultural;
- Complexidade de mecanismos sociais.

Quem?
1. Dados de genética;
2. Entrada de novos genes dos primeiros grupos neolíticos;

O que trazem?

 Sedentarização;
 Agricultura;
 Pedra Polida;
 Pastorícia;
 Cerâmica;
 Nova demografia (crescimento demográfico);
 Novo quadro simbólico (Sistema).
1. Primeira metade do 6º Milénio- Península Itálica; Golfo da Ligúria;
2. Meados do 6º Milénio (5500-5400) - Sul da França; na fachada Mediterrânea do
espaço Peninsular. (Datações absolutas de grãos de trigo e cevada);
3. No último quartel do 6º Milénio- No interior da Península
4. (Nos meados e finais do 6º Milénio em diferentes áreas).

O que falta acrescentar? Um ponto para a estação das Lameiras, em Sintra com datas na
ordem dos 5400.
 Toda a Neolitização da fachada da Península parece quase simultânea. –
Processo muito rápido.

 No litoral de Portugal e na região da Cordilheira Cantábrica existe uma


permanência de comunidades Mesolíticas (Paisagem dual) Entre sociedades
Mesolíticas e Neolíticas.

 Todo o território, desde a Península Ibérica até à Península Itálica, são


“Penínsulas” profundamente Mediterrâneas.

Em termos de:
1. Clima;
2. Geologia;
3. Geomorfologia;
4. Espécies animais e vegetais.
 Transferências de animais e produtos agrícolas não problemáticos.

 Difícil, porém, na zona Atlântica, profundamente chuvosa, húmida, fria e


com poucas horas de sol.

Pastorícia

As principais espécies de animais domésticos, revelam-se a ovelha ou a cabra. Em


meados do 6 Milénio, existe uma ocupação muito densa na fachada do
Mediterrâneo, que a partir daqui se estende até ao extremo Ocidental.
No mapa as duas datas de carvão transmitem-nos cronologias muito antigas, uma
vez que o carvão sofre o efeito da madeira antiga, envelhecendo assim os sítios
arqueológicos. Mostra assim que estes não são os sítios mais antigos do Neolítico
antigo.
Para a obtenção de dados mais fiáveis é necessário utilizar amostras de vida curta
como a ovelha e cabra.

Horizonte Cultural das Cerâmicas Impressas- A Cerâmica Cardial


Estas cerâmica representa uma alta qualidade técnica. As argilas são relativamente
depuradas e os elementos desengordurantes que são adicionados são há base de rocha
moída, palhas e cerâmica triturada.

(São de pequena dimensão; Pasta compacta);


As cozeduras são totalmente acabadas, ou seja, são bem cozidas. Contêm
acabamentos de superfícies (Polimentos), mostrando um relevante brilho. São
também cerâmicas muito elaboradas, pois contêm uma decoração barroca, isto quer
dizer, está totalmente decorada.

Formas:
 São derivadas de esferas,
 Muitas vezes podem mostrar formas compostas com colo estrangulado
(Destinadas a conter líquidos);
 Contêm asas em fita, perfuradas horizontalmente ou verticalmente (Vasos
Suspensos);
 Verificam-se elementos de preensão e suspensão (Elementos decorativos, mas
também funcionais) - Ajudam no manusear da peça, o transporte e o
acondicionar.
 São cerâmicas locais (Assim sendo os pequenos grupos Neolíticos, trazem única
e exclusivamente os conhecimentos destas técnicas).
 Estas primeiras cerâmicas inscrevem-se na órbita da cerâmica cardial.

Os grupos cardiais da Península Ibérica Atlântica denunciam certas diferenças


relativamente aos da Península Mediterrânea.
 Porém partilham as mesmas formas (Semelhanças)

Santuários Rupestres: Representação da Figura Orante:


1. La Sarga;
2. Pla de Petarco
Grandes grutas:

 Com ocupações complexas;


Grutas de enterramento: Com ocupações pontuais. Nestas mesmas dá-se uma mudança
do papel dos mortos (neolitização da Europa)
 A morte e o ritual funerário perdem alguma da sua importância. São
enterramentos feitos em grutas naturais, mas de uma forma bastante elementar,
em que não existe um lugar específico de referência.
Grutas especializadas:
 Consideradas abrigos para pastores, onde os animais eram acolhidos e
protegidos;

Aldeias:
 Áreas habitacionais ao ar livre;
Fosso monumentais:
 Refletem esta sedentarização plena, que se traduz na marcação da paisagem em
grandes construções ou neste caso em grandes escavações.

Ética de Pioneiros: Mostra-se um avanço por várias regiões dos continentes.


Inicialmente por mecanismos de fuga do Próximo Oriente (Sociedade muito
repressiva), em que a aprática de abandono ou pelo menos segmentação era uma
constante. Derivaria por Razões de ordem social e de ordem simbólica? Ou por ordens
demográficas e ecológicas? (Dependendo da interpretação de cada autor).
 Exemplo em concreto: Abandono dos locais por grandes incêndios, derivados de
razões sanitárias (Pouco saudáveis)

Movimentação

Primeiros cenários de ocupação da neolitização da Península Ibérica.

 Segunda metade do 7º Milénio- Encontra-se uma ocupação importante neste


espaço.
 Presença de caçadores recolectores ainda significativo;

Finais do 7ºMilénio e princípios do 6 Milénio:

 Território que parece de facto despovoado;


 Recuamento do povoamento Mesolítico para o interior e é neste âmbito que as
sociedades Mesolíticas se instalam e estabelecem as suas economias tipicamente
neolíticas.

Padrão que encontramos em vários lugares da Bacia do Mediterrâneo e que


aparentemente também a Ocidente Peninsular, no que é o centro sul de Portugal, parece
também se identificado, mas não de uma forma tão clara.
 Inteligência social;
 A partir destes cenários, denota-se como estas comunidades se cruzam ou não;
Sedentarização

Planta do Sítio: Mas D´Iz (Alicnate)


Tipo de estação arqueológica com fossos:
 Não fecha propriamente um recinto, é um fosso linear;
 Encontrou-se um vaso cardial: Considerado um depósito fundacional
(Ritualístico), em que as sociedades segmentárias se estabelecem. São
sociedades que não tem formas de organização ou poder institucional, mas sim
um estabelecimento organizacional/planificado com um objetivo delimitado.
 Inicio do fenómeno de amtropização de paisagem (Deixam marcas visíveis da
ação humana na paisagem).

Evidencias da segunda metade do 6ºMilénio:
 Contêm áreas habitacionais (5600-5300 cal BC);
 Fossos escavados (5400-5150 cal BC);

Presença de cerâmicas em locais habitacionais (fragmentados) e em locais funerários ou
de natureza ritual (intactos)
1. Cerâmicas Decoradas;
2. Cerâmicas Cardiais;
3. Vasos de colo e com asas (muito diferenciado);

Técnica de Punto y Raya: Gesto partilhado da Bacia do Mediterrâneo- Feito por


concha de berbigão.

Coeva de LÓr (Alicante)

Gruta que se localiza numa zona pré-montanhosa sobre um Vale. Muito


ocupada por sociedades Neolíticas, que contêm um material que não seja
doméstico. (Sem presença de sociedades Mesolíticas). Foi escavada em
diferentes momentos do século XX, com um espolio notável. Considerada
como uma gruta de armazém e de rituais.

Espólio Fundamental:
 Recipiente cerâmicos cardiais, impressão (+60%): Com uma qualidade de
execução extraordinária, com formas e decorações muito elaboradas e grande
qualidade. Encontram-se inteiros ou quase inteiros, mostrando que foram
depositados no interior da gruta. Sem desgaste qualquer. Podem ter contido
material líquido (água), decoração cardial que cobre a pança do vaso e o colo.
Presença de asas, com uma perfuração horizontal que permite a suspensão.
Outra evidência nestes vasos são a presença de um número significativo de uma
figura orante: Cabeça vagamente triangular, braços erguidos, mão com dedos
abertos e os pés também. Completa ausência de uma anatomia que permita
distinguir o sexo, nem se são personagens humanas.
 Outros recipientes de grandes dimensões: Encontram-se cordões
plásticos, que é aplicado sobre o recipiente para o decorar e para lhe
dar robustez.
 Vasos geminados: Com perfurações verticais, e uma decoração notável;
provavelmente com simbologia de nascimento de gémeos (sem confirmações).
 Conjunto de objetos de adorno:

1. Braceletes em pedra polida, em anfibolito polido; feitas em dois segmentos,


onde seriam postos fios para ligar as duas partes da pulseira. São fosseis-
diretores para datar certos locais pois são muito escassas. (Neolítico antigo).
Uma em Reguengo de mossarás e outra na Valada do Mato (Portugal).
2. Contas e pendentes- Feitos em búzios, rochas e dentes de veado.
3. Anéis: em osso, que aponta para uma cronologia muito fina – Típicos do
Neolítico Antigo- Muito estreita ao neolítico mediterrâneo.
4. Colheres: em osso- surge no neolítico antigo, quando aparecem os alimentos
cerealíferos. Neste local não são de usos doméstico (ATENÇÃO);
5. Vasos de armazenamento: Grandes quantidades de cereal carbonizado (trigo
e cevada); outros objetos de valor social (colheres, contas, pendentes,
pulseiras, anéis);
6. Ambiente ritualizado- Figura orante;
7. Revela vários conceitos simbólicos, identitários, social e económico.
8. Presença de indústria de pedra lascada, diferente das comunidades locais do
Mesolítico Final. (rutura num campo das utensilagens geométricas). Nesta
altura passa-se a demonstrar uma presença mais significativa de trapézios de
retoque bifacial. Largura superiora 12 mm, feitos em lâmina.
9. Outras peças: Furadores (destinadas a perfurar), que se obtém sobre laminas
ou lamelas espessas, peças robustas, com uma ponta bem destacada por
retoque abrupto. Tem sido associado a produção de objetos de adorno,
nomeadamente à produção das aberturas nas contas.

Tem um elemento funerário pouco fundamental, os enterramentos ou deposições são


feitos em grutas naturais, abertas pequenas fossas onde o corpo é depositado, e pode
ou não ser coberto. Com um espólio por alguma cerâmica, pedra polida e alguns
objetos de adorno.
La Draga (Banyoles)
(5.300 a.C)

Realidade única com paralelos no Mediterrâneo Central, do povoado de La Marmota,


pois foi encontrado submerso pelas águas do lago. Conservou-se assim as matérias
orgânicas, a madeira, a sementes e a cestaria.
Existência na Península Ibérica de casas de madeira, feitas sobre lasca e com plantas
retangular com coberturas em adobe. Numa tradição que conhecíamos das populações
LBK e nas aldeias palafiticas dos lagos suíços e austríacos.
Hoje em dia encontra-se reconstruído.
 Casas feitas com elementos vegetais e revestidas à argila;
 Presença de cestaria (em palha);
 Recipientes cerâmicos;
 Trituração de cereais; (instrumentos de pedra polida);
 Espaço de abrigo e trabalho;
 Indústrias microlítica, utilizados em setas;
 Indústria em osso (furadoras, sovelas e agulhas);
 Instrumentos agrícolas: foice, machado de pedra polida ainda no seu cabo,
pentes, entrançados de fibras vegetais;
 Longa Lança;

Arte:

(Região de Alicante) - Dicotomia entre caçadores recolectores em áreas imediatas e


as primeiras sociedades neolíticas nesta área da península se implantam de uma
forma muito densa e com uma entidade cultural vincada, quer aos níveis dos
comportamentos económicos, quer na componente material e quer na componente
simbólica.
Arte Levantina:

Todo este território ocupado pelas primeiras sociedades neolíticas, é palco de um ciclo
artístico do pós-glaciar a que damos o nome de arte Levantina, pois fixa-se no Levante
Espanhol.
 Estas arte foi identificada desde os princípios do século XX, em abrigos
desta região, em áreas abertas.
 A técnica, espaço geográfico e motivos representados não se assemelha a
arte paleolítica.
 A figura humana é nuclear;
 É uma arte de cenas e episódios de vida quotidiana, caça, enfrentamento
entre grupos, dança, mulheres a colher mel, etc...
 Datação: Sociedades de caçadores recolectores; Cenas de caça; Grande
concentração de adornos.

Arte Macroesquemática:

 Pla de Petarcos: Encontram-se uma série de representações em abrigos;


Imagem de um painel de grande dimensão (1,50 m) representando uma mãe e
um filho;
 La Sarga: Evidencia de um núcleo de arte levantina muito próxima de
uma área de grupos neolíticos.
 Sobreposição de motivos: Da pintura da arte macroesquemática pela arte
Levantina;

 Evidencia de grupos caçadores-recolectores e de grupos neolíticos nnum dado


momento.
 Arte de Caçadores-recolectores locais e arte de grupos Neolíticos recém-
chegados;
 Não existe sinal de violência física;
 Existe, porém, um confronto de entidades, de grupos, de diferentes sistemas
culturais;
 Fenómenos de reação aos grupos (possibilidades);
 Consequência entre este encontro;
 Necessidade de marcar simbolicamente os territórios;
As comunidades da arte levantina parecem se situar em grutas, afastados do litoral, que
mantém uma estratégia de caça e recoleção. Desconectados destes fenómenos de
neolitização do território e recebem eventualmente cerâmica, em pequena quantidade.

 Cueva de La Cocina: Longa diacronia de ocupação (Paleolítico Superior).

1. Evidencias de fragmentos cerâmicos com uma origem estratigráfica muito


duvidosa;
2. Ossos escasso de animais domésticos (Possibilidade de furto de animais
domésticos);
3. Resumidamente indícios de contacto direto muito pontual, mas nenhuma
aculturação com as sociedades Neolíticas.

 Cova Fosca: Lugar de Caçadores-recolectores.


1. Mantém uma estratégia tradicional;
2. Fenómeno de resistência cultural;
3. Equilíbrio com o meio ambiente;
4. Fim da história das sociedades de caçadores recolectores.

Observação: Componente das Bacias Hidrográfica (Vales de cota baixa) - A partir


do Ebro, liga-se ao Douro e Tejo e são quem conduzem a cultura, transferindo-a de
região em região. Expansão para o interior. (Grupos com uma grande
mobilidade):

Interior da Península Ibérica

Cueva de Chaves (Huesca)

Assentamento de comunidades pastoris, em que no caminho de circulação pelos


Pirineus, explica a existência deste tipo de sítios.
Presença de cerâmica do Neolítico antigo, Seixos pintados- (Lidos como elemento do
simbólico).

La Lámpara (Ambrona)- Vale do Douro

Identificado numa área agrícola, que na Neolitização demonstrou um impacto muito


negativo para as interpretações.
Evidenciou-se uma fossa de enterramento, e um conjunto de macroresto botânicos
(1cm) - Cerais domésticos e o Lino.
Representa uma expansão (sociedades agrícolas) para o interior da Península Ibérica,
nos últimos séculos do 6º Milénio (5300-5200 a.C).
Estes agricultores (escala pequena) são de facto comunidades devoradoras de terra, que
necessitam de abrir pequenas clareiras. Prática de desflorestação e expansão territorial e
demográfica. Aqui se ultrapassa uma fronteira, abrindo-se uma linha de corte,
expandindo-se para o interior da Península Ibérica.
 Cerâmicas profundamente decoradas, tradição do litoral, não contem cerâmica
cardial.
 Contem a presença de asas, para suspender.
 Ritual funerário (ritual individual, num silo que se transforma numa fossa
funerária). Presença de vaso cerâmico, uma fossa de armazenamento de cereal
(silo), reutilizada por uma fossa funerária. Presença d eblocos de pedra no
interior.

Los Cascajos

Permitiu identifica uma série de fossas funerária, que receberam inumações humanas,
mas que pode ter sido numa primeira fase utilizada com uma estrutura de
armazenamento (prática simbólica comum) - Utilização de elementos de mó como uma
carapaça para fechar o espaço funerário.
A presença das sociedades densas neolíticas, neste espaço do interior. Expandido
completamente o espaço que era anteriormente identificado única e exclusivamente no
interior, como presença de sociedades neolíticas.

Casa Montero (Madrid)

Minas de sílex- 4 ha.


Cerca de 4000 poço extração;
Profundidade: 6 -10 m
Diâmetro: 80 cm
Datado entre 5400-5200 a,C.

Este local evidencia uma clara compreensão de rápida expansão do neolítico com uma
informação Indígena. Presença de oficinas de talhe, lugares especializados de obtenção
de núcleos, algum talhe inicial, feitos ao ar livre feitos por sílex. (Grande qualidade),
grão muito fino.
A dispersão das comunidades neolítica pela observação da cronologia é um fenómeno
quase imediato. Pode ter tido por guias indígenas que conheciam muito bem este lugar.
 Estes poços verificam um uso muito acentuado, sendo colocado riscos na sua
obtenção. Oficina de escola- Trabalho de crianças que recolhem o sílex para a
obtenção de lascas e utensílios.
 A Casa Montero o sílex que está a ser extraído não é para ser usado em consumo
local, evidencia-se um transporte deste sílex para outros locais no espaço
península, com grande valor económico, como uma rede de trocas.

Andaluzia: Dois mundos Oriental e Ocidental.


Grutas:

Presença de uma chegada da cerâmica cardial: Com a concha de


berbigão

 (Aproximação muito estreita com o País Valenciano e Catalunha)

1. Cueva de la Cariguela (Granada);

Outro tipo de cerâmica: A Almagre

1. Cueva de Nerja (Málaga);


 Dualidade de cerâmica cardial (pouco relativa) e incisa com
acabamento à Almagre.
2. Cueva de La Dehesilla, Cadiz;

 Práticas económicas: evidencia-se animas domésticos;


 Cultura Material: Mais destacada com engobe que reveste a peça,
excecional, com óxidos de ferro (Ocre); Utilização da técnica de incisão,
feito com uma pulsão.
 Motivos complexos de linhas;
 Preferências regionais;

Formações de gruta em calcário, em ambientes básicos que preservam os restos


faunísticos e humanos. Contêm também uma riqueza acrescida no espólio interno. Estas
áreas de litoral contêm uma sucessão de ocupação, que não terão sidos usadas para fins
domésticos, desempenhando outras funções.
Estas grutas contêm uma presença de cereais e animais domésticos- Primeiro elemento
de uma economia que são os elementos comum destas comunidades. A partir do 5º
Milénio é um território neolitizado, em que estas práticas estão documentadas em várias
áreas, distinguindo-se na cultura material, principalmente as cerâmicas: Mecanismo
mais determinante para identificar diversas culturas.

As populações do neolítico utilizariam as áreas abertas pra fins domésticos e estas


grutas para outras funções pouco determináveis.

O limite Ocidental da Expansão das Economias Produtora: A


neolitização da Península Ibérica: O Neolítico Antigo e o Neolítico
Médio

Inicialmente uma dispersão acentuada de grupos neolíticos pela Península Ibérica, desde
o litoral ao interior. Acontece de uma forma rápida e densa. Caminhos de circulação,
pelos vales de rio, onde as primeiras sociedades agro-pastoris circulam, complementado
pela circulação da costa que é mais rápido.
Na fachada do litoral, na Bacia do Mondego existe um ponto de interrupção. No Minho
e Douro evidencia-se a presença de pequenos grupos do neolítico antigo (5ºMilénio),
porém existe muitos poucos dados desta fachada atlântica. O Portugal mediterrâneo
interrompe-se na Bacia do Mondego (R.Orlando), devido ao clima e elementos que não
são familiares a estas sociedades.
São comunidades que geram os recursos que estão disponíveis, que numa primeira fase
dará passos para construir uma nova sociedade, mas mais tarde o ritmo da mudança e da
complexificação social se altera. Em poucos milénios alteram-se por completo os
comportamentos dos humanos. Existe uma complexificação económica e social no
território Português.

Primeiros sinais da chegada do Neolítico ao atual território Português


 Sinais de uma presença de cerâmica, que são vasos mediterrâneos de colo, com
asas perfuradas e decoradas, com cordões plásticos, com uma decoração que se
estende ao longo do corpo do vaso (cardial). É uma tecnologia dominada;

 Transporte do conhecimento tecnológico que são próprias ao seu lugar de


origem;

 Transporte de animais do Médio Oriente por pequenas canoas (?)

 Locais de de área aberta e de gruta;

Onde chegam estas comunidades?

Litoral: Nas superfícies levantadas, nas praias levantadas onde se encontram os mais
antigos vestígios.

 Costa Vicentina (Vila de Bispo)

Cabranosa (Vila de Bispo)

Zona completamente plana e aberta, arenosa onde nenhum indicador visível marca esta
ocupação. Foram identificados materiais arqueológicos.
 Indústria de pedra lascada;
 Materiais de pedra polida;
 Cerâmica;
 Escavada uma pequena lareira que tinha restos de animais domésticos;
(5300 a.C)

Matéria primas predominante:


 Áreas onde o sílex aflora;
 Conseguiu produzir-se uma indústria lítica muito particular (lamelas,
furadores, raspadores, denticulados)
 Indústria de pedra polida (machados de pedra polida), possivelmente
usados para ser usados como enxadas;
 O solo, porém, não demonstra um solo muito fértil, mas sim solos mais
pobres (escolha destas primeiras comunidades).

Presença de cerâmica: Decorada com concha de berbigão (cardiais), é a


ligação deste grupo aos outros que circulam com os da bacia do
Mediterrâneo; com asas, de menor dimensão com mamilos;

Gruta da Almonda (Torres Novas)

 Zona do Maciço calcário estremenho;


 Ocupado pelos grupos Neolíticos;
 Densidade de cerâmica (cardial (I fases), incisa (I fase), punto y raya);
 Uso de dentes de veado e outros ecofactos como as contas de colar para
acompanhar os mortos (adornos).
 Outros locais destacados: Sítios mais protejidos

Gruta do Calderião (Tomar)


 Lugar usado durante um Neolítico Antigo, como lugar de enterramento.
 Recipientes cerâmicos;

S.Pedro de Canaferrim (Sintra)


 Localiza-se em Sintra, em que se verifica uma comunidade Neolítica que se
associa a um conjunto de práticas essencialmente;
 Fossas escavadas na rocha: Silos;
 Cereais torrados para não germinarem;

Gruta da Senhora da Luz (Rio Maior)

Vale Pincel I (Sines)

 Lugar junto à costa, aberto, plano, numa zona arenosa;


 Produção de Cerâmica: Elementos de falsa folha de acácia, asas bífidas,
 Instrumentos de pedra polida (Raros)- fez-se que construísse para o Neolítico
Antigo na Península que era uma sociedade caçadora-recolectora pastoril e
menos agrícola;
 Presença de instrumentos micrólitos geométricos (segmentos) na segunda
metade do 6º Milénio;
 Instrumentos de Pedra-polida;

Estruturas habitat associadas a estes grupos: De pedra Seca


Fossas escavadas na rocha:
 Escavam-se pequenas fossas, preenchidas com bloco de pedra que se tornam em
termo claustros.
 Preenchidas com carvões e cinzas;

Fossas com carapaça pétrea:


 Armazenamento;
Empedrados:
 Zona de trabalho;
Estruturas pétreas;
Valada do Mato: Oeste da cidade de Évora

 Habitat ao ar livre do neolítico antigo (finais do 6º Milénios/inícios do 5º


Milénio cal a.C) - (Última fase de ocupação deste lugar).
 Demonstração da sua expansão para o interior do território Português;
 Indicia uma relativa pobreza dos solos há volta do sítio (Solos arenosos e
geologia de granito).
 Visibilidade para sul da paisagem pois encontra-se no cimo de um cabeço;
 Pequena linha de água em volta do sítio, contribuindo para a sua subsistência
pois denotou-se uma reconstrução de uma lagoa possível neste local;

Evidencias de estruturas de Habitat (pétreas)-Evidencia de restos faunísticos;

 “Empedrados” (Áreas de trabalho);


 Estruturas negativas: Fossas abertas no granito de base: Com um seixo não
quartzito não local, proveniente dos terraços do Guadiana ou do Sado. Usado
como uma “bigorna”, foram também encontradas em outras fossas para a
produção de cerais;
 Total indiferença com os recursos aquáticos- Encontram-se muito
periféricos;
 Economia: Caça e Recoleção, agricultura e pastorícia.

Cultura material: Local


 Tipo de argila distinta ao longo deste espaço, com pastas muito depuradas,
compactas e acabamentos de superfícies muito cuidadosos. (Diferentes tipos de
cerâmica), dependendo da funcionalidade pretendida.
 Cerâmica decorada (fragmentada)- Incisa, impressa, canelada, com mamilos,
com asas e cordões plásticos. (elementos de preensão e suspensão).
 Espaço visual muito “barroco”, profusamente decorados.
 Armazenamento de alimentos, consumo, de líquidos, etc...

Técnicas decorativas:

 Linhas impressas como decoração: Cardial (Impressa);


 Asas perfuradas, cordões plásticos; mamilos- Associados a impressões ou
incisões;

Indústria Lítica: Aculturação entre Sociedades Caçadores e Sociedades Neolíticas

 Constituída por um grande número de informações- (Pedra Lascada)


 Indústria Microlítica (10cm): Produção de lamelas, pequenos suportes;
 Núcleos prismáticos de sílex (não local) com sinais de tratamento térmico
(aquecimento do sílex). - Talhe controlada, única e exclusiva destas sociedades
neolíticas).
 Material com córtex, Pré- testados antes de se utilizar para o talhe.
 Tabletes de reavivamento das superfícies de debitagem;

Objetivos:

Criação de lamelas que são essencialmente em sílex e em média tem uma dimensão
maior que a dos caçadores recolectores; O quartzo hialino também é usado para a
produção de lamelas alongadas de pequena dimensão. Vão ser usas da produção de
micrólitos geométricos ou e outros utensílios;
 Raspadeiras sobre sílex e lascas espessas; (peles)
 Furadores;
 Denticulados;
 Lamelas de dorso abatido; (superfície muito mais espessa).

Outros utensílios: Pedra Lascada

 Micrólitos geométricos: Trapézios; Triângulos; Segmentos;


 Micro-Buris (restos de talhe). Elemento pouco comum. (apresentam sinais de
tratamento térmico).
 Caça feita por segmentos: Elemento pouco comum.

As Sociedades neolíticas neste local parecem ter aculturado uma tradição de Caçadores-
Recolectores e provavelmente indivíduos, pois no registo arqueológico evidenciam-se
informações de técnicas de micro-buril e a utilização de segmentos para a caça:
Evidencia-se o usos claro de ouros microlíticos como os trapézios e triângulos e de uma
relação muito próxima com os caçadores-recolectores.
Instrumentos de Pedra Polida: Anfibolito

Rochas duras locais:

 Enxós
 Machados;
 Poluidores (Raros)
 Utilizados para polir de pedra;
 Ligados à produção de objetos de “adorno”;
 Correlação com o Norte de África e no Mediterrâneo;
 Paleta em pedra.

Instrumentos de Pedra afeiçoada:

 Seixo (recolhido na estrutura negativa acima referido) - Bigorna com uma típica
concavidade. Nesta bigorna o núcleo assenta e é utilizado para apoiar o talhe
da pedra. (Não local)
 Movente (sobre seixo), feita para a moagem de cereais.

Evidencia de atividades agrícolas num processo de produtos como cereais e produtos


hortícolas. Pelos materiais aqui constituídos e recolhidos.

Objeto de Adorno:
 Ligados aos Poluidores para produção de objetos de “adorno”;
 Contas de colar em anfibolito;
 Fragmento de bracelete em pedra: correlação com os Levante Espanhol
 Pendente com perfuração inacabada, feitos em seixos polidos e transformados;

O Neolítico Médio no Ocidente Peninsular

Caracterização – 2ºetapa da Neolitização (desde a segunda metade do


5ºMilénio/ao terceiro do 4º Milénio A.C).

Neolítico Inicial: 5200-4500 a.C.

Neolítico Médio- c.4500-3200 a.C

 4500-3700
 3700-3200

Esta transição torna-se muito difícil de explicar pois existe uma ausência de
informação por parte dos fósseis diretores. Escassa informação acerca dos
lugares de povoamento um quadro cronológico cronométrico de reduzida
dimensão e a maioria das ocupações são de contextos funerários.
Reduzido índice do “Estado da Arte”.

“...escassez de informação acerca da cultura material, mas também de


outros componentes do sistema, nomeadamente dos padrões de ocupação e
das estratégias económicas, desenvolvidos ao longo desta etapa” (Diniz,
2015, p.265).

Definição:

 Período de transição entre o Neolítico antigo- neolítico Médio


2º etapa da Neolitização (de segunda metadade do 5º-terceiro quartel do 4º
Milénio a.C)
 Estratégias de ocupação/exploração do espaço
(continuidade óbvias com o Neolítico antigo)

Redução do número de espaço de habitat no Neolítico médio pleno


comparativamente aos locais explorados no Neolítico Inicial.
Datações dos períodos do neolítico: Quadro cronométrico.

Cerâmicas: Neolítico Médio

Presenças- Elementos de diagnóstico:


 Homogeneidade formal;
 Formas esféricas;
 Recipientes tendencialmente lisos;
Ausências:
Neolítico Inicial:
 Cerâmicas decoradas- típicas do Neolítico Antigo
 Impressas, incisas, aplicações plásticas, asas, combinação de técnicas;

Neolítico Final:
 Recipientes denteados;
 Formas carenadas características do Neolítico Final;
 Vasos mamilados;
 Decoração “simbólica”
 Queijeiras;
 Pesos de Tear;
 Ídolos de cornos;

Indústria Lítica:

Presenças:

 Presença predominante de produção de suportes sobre lascas (quartzito e


quartzo);
 Morfometria tendencialmente laminar de pequenas dimensões;
 Padrões métricos dos produtos alongados superiores;
 Robustecimento dos módulos laminares;
 Geométricos com dimensão superior aos do Neolítico antigo;
 Trapézios sobre lâminas;
 % mais elevada de pedra polida; machados com secções mais diversificadas
(nos espólios votivos);

Ausências:

 Pontas de seta do neolítico Final;


 Lâminas de grandes dimensões;
 Placas de Xisto (espólios votivos);

Cerâmica: 5200-4800 cal BC (Neolítico Antigo)

 Regionalismo:

Estremadura

 Falsa folha de acácia;


 Bandas preenchidas com incisões ou impressões;
 Asas em fita;

Alentejo Interior: Diferentes tipos de decoração

 Faixas incisas preenchidas;


 Impressões em forma horizontal;
 Asas claramente diferentes;
Neolítico antigo evolucionado: Cerâmica

 Conjuntos cerâmicos com claro domínio de recipientes decorados face aos


recipientes lisos. Impressão como técnica decorativa predominante.

Neolítico Médio Inicial:

 Segunda metade do 5º Milénio e Inicio do 4º Milénio cal BC (4500-3700 cal


BC)

Existência de uma maior uniformidade artefactual, assim sendo uma comunidade forte e
dinâmica de circulação e interatividade com outros grupos que ocupam uma vasta área
do centro e sul de Portugal.
 Costa Sudoestes;
 Margem esquerda Baixo Tejo;
 Estremadura (Maciço Calcário)

Existe uma maior homogeneidade, quando se denota os sítios com um elemento comum
nas cerâmicas com uma linha de baixo do bordo (sulco abaixo do bordo), uma redução
da decoração da cerâmica assim sendo, um índice muito mais elevado de uma cerâmica
simples e útil, com reduzida decoração e cada vez mais lisa. Dentro da cerâmica
decorada, emerge um único motivo a pouco apresentado o “sulco de baixo do bordo”,
sendo considerada uma técnica de incisão.

Neolítico Médio Final:

 Segundo e terceiro quartel do 4º Milénio cal BC (3700-3200 cal BC)

Existência de uma homogeneidade das formas e a presença constante de cerâmicas lisas,


o que seria nesta altura a maior predominância, sendo que não contêm qualquer tipo de
decoração;
 Costa Sudoeste;
 Vale do Tejo (Moita de Ouvires);
 Costa do Alentejo (Barrosinha);

Prática Funerária: Do Neolítico Médio 4500-3200

 Sítios de grutas naturais como necrópoles, em que se inserem as práticas


funerárias;

Existe nestas áreas uma complexificação em termos dos depósitos funerários, pois
intercala-se com as deposições dos sítios em grutas naturais do Neolítico Médio Pleno,
verificando-se uma presença intercalada do Megalítico funerário, inserindo-se numa
temática muito mais complexa e representativa, porém com datações muito próximas
(3700-3300).

1º Fase do Megalitismo Funerário

 Fase 1- Pré ídolos placa;


 Arquitetura- pequenos sepulcros de câmara simples e pequenos sepulcros
de corredor curto com espólio “antigo”;

 Espaço funerário: reduzido NMI depositados;

Espólio: pouco numeroso e pouco diversificado;


 Pedra polida (machados/enxós);
 Pequenas lâminas/lamelas, raramente;
 Retocadas; geométricas (+ trapézios que segmentos e triângulos);
 Ausência/presença muito reduzida de cerâmica;
“Pacote” artefactual transversal a um conjunto de sepulcros, grutas naturais e
hipogeus coevos;

Demonstração de uma unidade cultural (e cronológica), associada à fase plena do


neolítico médio pleno e que ultrapassa (e aproxima), espaço regionais, até há pouco,
pensados como distintos;
Para além dos complexos funerários do Megalítico, surgem também a presença em
grutas artificias.

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