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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

CURSO DE AGRONOMIA – CAMPUS TOLEDO


Disciplina de Manejo Ambiental em Sistemas Agropecuários

Aula 2 – Manejo de resíduos

Prof. Edson Kaefer

Toledo, Setembro de 2023.


Resolução SEDEST Nº 15/20,
anexo III
Manejo de dejetos suínos
Problema ambientais ocasionados por dejetos
- contaminação do lençol freático (amônia, nitratos), desequilíbrio dos nutrientes no solo e
contaminação das culturas por patógenos e parasitas
- Poluição olfativa - devido a evaporação de: amônia (NH4), metano (CH4), sulfeto de
hidrogênio (H2S), óxido nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2)
Manejo dos dejetos animais
- Realizado por meio de armazenagem ou tratamento:
- Armazenagem – dejetos acondicionados em depósitos por um período para fermentar
a biomassa e reduzir patógenos.
- Tratamento - conjunto de procedimentos para reaproveitar os dejetos de forma a
minimizar os riscos de poluição ambiental e potencializar o aproveitamento dos nutrientes
para fins agrícolas
Técnicas de tratamento de dejetos
- Principais técnicas utilizam a combinação de processos físicos e biológicos
Processo/tratamento físico
- separação das partes sólida e líquida, por meio de decantação, centrifugação, peneiramento
e/ou prensagem
- desidratação da parte líquida por meio do vento, ar forçado ou ar aquecido
- Vantagem: separação entre partes sólida/líquida minimiza custos do tratamento
Tratamento biológico de dejetos
- degradação biológica do dejeto por micro-organismos aeróbios e anaeróbios, resultando em
material isento de organismos patogênicos
- dejetos com características sólidas - tratamento biológico realizado por meio de compostagem
- dejetos líquidos – realizado por meio de lagoas de decantação
- produção de biogás – produção de energia e resíduos líquidos - fertirrigação
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
1. lagoas de decantação – conjunto de lagoas para retenção de dejetos e redução da carga
orgânica por meio de ação bacteriana e decantação
Tipos de lagoas
Lagoa anaeróbica
- redução micro-organismos patogênicos
- impermeabilizada, com profundidade 3 a 5m
Lagoa facultativa
- redução de N
- zona aeróbia: superficial, suprimento de O2 (algas)
- zona facultativa: porção central
- zona anaerobiose: fundo da camada sedimentada (lodo)
Lagoa aeróbica
- redução de N e remoção de patógenos
- impermeabilizada, prof < 1m
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
2. esterqueiras
- armazenamento dos desejos líquidos/sólidos
- fermentação biológica da matéria orgânica
- revestidas
https://www.youtube.com/watch?v=YUJj22eix7Y (vídeo embrapa/emater esterqueiras 3,25 a 5,10’)
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
2. Esterqueiras
Dimensionamento de esterqueiras
Um suinocultor deseja ampliar sua criação e irá construir um chiqueiro para mais 44 matrizes,
ciclo completo e solicita sua ajuda para dimensionar a esterqueira. Como você faria o cálculo
para dimensionar o tamanho da esterqueira? Quais informações você considera relevante para o
dimensionamento da esterqueira?
Tempo da atividade 10’
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
2. Esterqueiras
Dimensionamento de esterqueiras
Volume (lt) de dejetos produzidos de acordo com o tipo de granja por dia

Onde: UPL: Unidade produtora de leitões e UT: Unidade de terminação


Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
2. Esterqueiras
Dimensionamento de esterqueiras
Volume de dejetos produzidos por dia de acordo com o tipo de granja
(Res SEDEST Nº 15/20)
2. Esterqueiras
Dimensionamento de esterqueiras: V = Vd x Ta, Onde:
V = Volume da esterqueira (m3)
Vd = Volume de dejetos produzido (m3/dia)
Ta = Tempo de armazenamento (120 dias)

Dimensões (em m) e relação entre a


Desenhos esquemáticos de uma esterqueira profundidade e inclinação do talude
dimensionado para uma criação de 44 recomendadas para as esterqueiras e
matrizes, ciclo completo (± 3,74 m3 /dia), lagoas de acordo com a capacidade de
tempo de retenção hidráulico de 120 dias e estocagem
estocagem de 449 m3
2. Esterqueiras – disposição final do esterco

Estimativa de produção dos dejetos de suínos e área necessária


para recebimento como fertilizante de acordo com o número de
matrizes (Manejo dejetos suínos Embrapa)
Atividade que deve ser desenvolvida para a aula do dia 31/10
2. Considere a seguinte informação: um agricultor quer iniciar a produção de suínos e quer
instalar um chiqueiro para alojar 2.000 animais de engorda/terminação. Ele procura sua
assessoria para saber qual deve ser o tamanho da esterqueira e da área de lavoura para
destino final dos dejetos. Com base nesta informação, das aulas anteriores e nas tabelas 1 e
2 do slide seguinte, calcule: (a) o volume de esterco produzido por dia, (b) a capacidade
(m3) de estocagem da esterqueira, (c) o tamanho (ha) da lavoura necessária para dispor os
dejetos suínos (é necessário demonstrar a memória do cálculo).

a) Volume de esterco produzido por dia:

b) Capacidade de estocagem da esterqueira:

c) Área de lavoura:
Tabela 2. Estimativa de produção dos dejetos de suínos e área necessária para recebimento
como fertilizante de acordo com o número de matrizes (Manejo dejetos suínos Embrapa)
2. Esterqueiras - aplicação do esterco (Anexo III Res SEDESTE 15/20)
Taxa de aplicação (ver anexo III)
- A área para aplicação de dejetos de suínos deve ser avaliada de acordo com a classe de risco
ambiental e do teor de fósforo disponível no solo
- A aplicação de dejetos pode ser realizada nas classes de risco ambiental I, II, III e IV. Para áreas
de classe IV, aplicação somente em culturas perenes
- calculada em função da concentração de nutrientes no dejeto, do índice de eficiência do
dejeto da análise do solo e da recomendação de adubação para as culturas utilizadas de acordo
com o Manual de adubação e calagem para o estado do Paraná (SBCS-NEPAR, 2017).
- considera-se os elementos limitantes para o uso agrícola dos dejetos, o nitrogênio, fósforo e
potássio, efetuando-se uma adubação baseada no princípio de equilíbrio, ou seja, a taxa de
aplicação deverá ser em função do elemento que exigir menor quantidade de dejeto,
realizando a complementação quando necessário
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
3. Biodigestores
- câmaras que realizam a fermentação anaeróbia da matéria orgânica produzindo biogás e
biofertilizante
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
3. Biodigestores
https://www.youtube.com/watch?v=RdpIKVI0S2s (Vídeo 11’ - Sistema de Tratamento de Efluentes da
Suinocultura – Sistrates Embrapa)

Sistema instalado na Granja Máster, em Videira-SC (Embrapa Suínos e Aves – 13/07/20)


Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
4. compostagem
- local de armazenamento dos dejetos nos quais ocorre fermentação bacteriana, resultando
em material orgânico utilizado principalmente como adubo
https://www.youtube.com/watch?v=9m0lxwUeHVs (vídeo compostagem mecânica 4’)
Formas de armazenamento e tratamento de dejetos
5. cama sobreposta ou biológica
- Semelhante cama de aviário - uso de maravalha/palha - partes sólidas e líquidas infiltram e
fermentam
- processo de compostagem (aeróbio) - redução emissões de amônia e odores
- Melhor conforto e bem-estar animal
- Maior necessidade de ventilação - eliminação do vapor de água produzido no processo de
compostagem
- maior espaço por animal (1,20m2) em comparação ao convencional (0,70m2/animal)

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