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Discente do curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
PGSS035 – DINÂMICA DA ÁGUA NO SOLO
1. Introdução
DTA
DTA
Assim:
( CC−PMP )
DTA= x ds
10
Onde:
DTA = disponibilidade total de água no solo, em mm
CC = conteúdo de água no solo na capacidade de campo, em m3.m-3 ou kg.kg-1
PMP = conteúdo de água no solo no ponto de murcha permanente, em m3.m-3 ou kg.kg-1
ds = densidade do solo (g de solo/cm3 de solo)
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Esse valor representa a quantidade total de água disponível que o solo pode
armazenar em uma profundidade z, ou seja, essa profundidade z corresponde à
profundidade efetiva do sistema radicular.
Conforme figura 2, o produtor pode consultar o valor de z para a cultura a ser irrigada,
além disso existem muitos materiais na internet que podem ser acessado, tais como:
(https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/25532/1/Circ-136.pdf);
(https://aueirrigacao.com/?id=dimensionar-a-lamina-d%C2%B4agua:-parte-2---
calculos&in=35.); (https://docplayer.com.br/23860051-Balanco-hidrico-climatologico-
normal-e-sequencial-de-cultura-e-para-manejo-da-irrigacao.html.
A figura mostra uma planta qualquer, onde foi retirada uma amostra de solo para determinar a CAD para duas situações (SOLO
ARGILOSO E SOLO ARENOSO)
Essa força pode ser mensurada, ou seja, pode ser medida e tem a
denominação de Tensão da água no solo, cujas unidades de medidas podem ser
em atmosfera (atm), em metro ou em centímetro de coluna de água (mca ou cca),
em quilo Pascal ou mega Pascal (kPa ou MPa), entre outras unidade de pressão
(LIBARDI, 2010).
Dessa forma, pode-se relacionar o conteúdo de água no solo com a Tensão
(ou força) que o solo exerce sobre ela, onde quanto mais seco estiver o solo mais
fortemente a água estar retida na matriz do solo (MAROUELLI, 2011). Daí é
possível obter pares de valores entre determinado conteúdo de água e o respectivo
valor de Tensão e a partir desses pares se constrói a curva de retenção de água no
solo, conforme figura 3.
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A curva é característica de cada solo e além de ter forte relação com a classe
textural (Figura 4), sofre influência também do manejo que o solo é submetido
(SILVA et al., 2010).
Como foi dito, cada classe de solo possui curva de retenção característica devido,
principalmente, da classe textural de cada solo. Em razão do maior ou menor grau de
dificuldade de retirada de água do solo pelas plantas é que se estabeleceu a fração de
água no solo chamada de Disponibilidade Real de Água (DRA), ou seja, se trata de uma
fração da CAD, para não permitir que o conteúdo de água no solo SEJA ESGOTADO até
o PMP.
Essa fração, chamada de fator de depleção, fração de esgotamento ou fator crítico,
é representada pela letra fc e entre outros fatores, depende do estágio fisiológico da
planta a ser irrigada, conforme tabela 2. A qual apresenta valor de tensão crítico para
algumas culturas.
A tabela 2 mostram valores de fc para algumas culturas livre de estresse hídrico e
sob a evapotranspiração de 5,0 mm/dia, (adaptado de Allen et al., 1998 VER NO LIVRO
MICROIRRIGAÇÃO PAG. 144). Além dessa tabela, na literatura são abundantes para as
culturas diversas, a exemplo de Alencar et al., (2009), FRANKE, (2000).
Culturas Fator f
Amendoim 0,50
Alface 0,30
Batata 0,35
Cenoura 0,35
Feijão-vargem 0,45
Melancia 0,40
Melão 0,40
Milho 0,55
Pimentão 0,30
Tomate de mesa 0,40
Figura 5: curva de retenção de água no solo, em que se define Ucc, Upmp, Umidade
crítica (Ucrítica) e o coeficiente de disponibilidade ou fator fc.
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( 34 , 74−26 , 35 )
DTA=
10
x 1, 5 x 3 0
DTA=37 , 8 mm
DTA=19 , 0 mm
3º passo: Determinar o valor para umidade crítica (Ucrítica) e tensão crítica para o
acionamento da bomba.
0 , 5 x 8 , 4=34 ,74−Ucrítica
Ucrítica=30 , 55 %
Isso significa que assim que o sensor de umidade atingir esse valor o moto-bomba
deve ser acionado.
A tensão crítica é calculada com a função ajustada para a curva, utilizando o valor
da Ucrítica.
4º passo: Cálculo da Lâmina Necessária (LN) para que a umidade do solo retorne
para a umidade na Capacidade de Campo (Ucc)
( Ucc−Ucrítica )
ln (mm)=
10
x dsxZ
( 34 , 74−30 ,55 )
ln (mm)=
10
x1,5x 30
Aspersão convencional
Microaspersão ou Gotejamento
A escolha do método será importante para definir o tempo de irrigação necessário
para que a umidade do solo retorne para a Ucc.
LTN 23 , 8
Ti= = =3 , 16 horas=3 , 0 h e 1 0 mimutos
peq 7 , 5
Para aplicação localizada, a área molhada pela microirrigação é menor que a área
total ocupada pela cultura, ocasionando menor perda de água por evaporação do solo.
Daí precisa definir a fração de área molhada e sombreada, com a finalidade de
ajustar as necessidades hídricas estimadas pelos métodos tradicionais ás condições de
irrigação localizada.
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ln . Fam 44 , 0 x 0,289
LTN = = =14 , 1mm
EA 0,9
VTN =14 ,1 x 3 , 0 m x 6 , 0 m=254 litros / planta (esse é a lâmina a ser aplicada por
planta)
7. Considerações finais:
O tempo de funcionamento para que o solo atinja esse valor, depende do método
da irrigação e da cultura a ser irrigada;
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8. REFERÊNCIAS
ESTEVES, B. S.; SILVA, D. G. da; PAES, H. M. F.; SOUSA, E. F. de. Irrigação por
gotejamento. Niterói: Programa Rio Rural, 2012.18 p. MANUAL TÉCNICO, 32.
Disponível em:
http://www.pesagro.rj.gov.br/downloads/riorural/32_Irrigacao_por_gotejamento.pdf.
Acesso em: 05/08/2021.
GALBIATTI, J. A.; BORGES, M. J.; BUENO, L. F.; GARCIA, A.; VIEIRA, R. D. Efeito de
diferentes períodos de irrigação no desenvolvimento, produção e qualidade de sementes
na cultura do milho (Zea mays L.). Engenharia Agrícola, v. 24, n. 2, 2004, p. 301-308.
DOI:10.1590/S0100-69162004000200008.
JONG van LIER. Disponibilidade de água às plantas. In: JONG van LIER. Física do solo.
Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2010. 298 p.
LIBARDI, P. L. Água no solo. In: JONG van LIER. Física do solo. Viçosa, MG: Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 2010. 298 p.
SILVA, A. P. da; TORMENA, C. A.; DIAS JUNIOR, M. S.; IMHOFF, S.; KLEIN, V. A..
Indicadores da qualidade física do solo. In: JONG van LIER. Física do solo. Viçosa, MG:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2010. 298 p.