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Serviço Público Federal

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

Resumo da revisão: “Principais solos do Semiárido tropical brasileiro: Caracterização,


potencialidades, limitações, fertilidade e manejo”:i
Erivaldo de J. da Silva1
A macrorregião do semiárido brasileiro pode ser descrita pela sua diversidade de paisagens e
ambientes, resultantes dos variados tipos de material de origem e de formas de relevo, da alta
intensidade de insolação e das baixas precipitações, o que se traduz em diversas classes de solo, os
quais ocupam grandes extensões do território nacional, estimado em 982.563 km 2 e habitado por
20.870.020 habitantes. A região, se estende por nove estados da federação, sendo oito Nordestinos e
apenas um na região Sudeste. Ela é caracterizada, principalmente, pelo clima quente (médias anuais
de 23 0C a 27 0C), pelas baixas precipitações (até 800 mm, anual) e pelas ocorrências de estiagens
prolongadas. Além disso esses fatores climáticos definem as características da cobertura vegetal, de
padrão arbóreo e arbustivo, com a predominância de espécies xerófitas, lenhosas decíduas e
espinhosas. Sendo assim, o conhecimento dos solos dessa região é de fundamental importância para
gerenciar o recurso água, possibilitar a expressão do potencial genético das espécies, minimizar a
degradação dos recursos naturais com vista na sustentabilidade socioeconômica do espaço rural. As
classes de solos pertencentes ao semiárido vai dos mais jovens, com destaque para os Neossolos
(presente em 19% do território), aos mais desenvolvidos como é o caso dos Latossolos (estes
ocupam 21%). A região possui ainda solos como Argissolos, Luvissolos, Cambissolos, Vertissolos,
Planossolos, Chernossolos e Plintossolos, os quais garantem potencialidades de produção, mas
também impõem limitações para uso agrícola. Assim, os Latossolos e os Argissolos, de maneira
geral apresentam boas características físicas como profundidade, drenagem e facilidade de
mecanização, mas do ponto de vista de fertilidade são ruins, pois apresentam baixa disponibilidade
de nutrientes aos vegetais, isto é, apresentam baixo pH, baixa CTC, SB, V% e presença de Al +3,
baixo teor de CO e de P assimilável, fato que impõem limitações e seu uso fica condicionado à
aplicação de corretivos da acidez e de fertilizantes. Os mais argilosos requerem cuidados no
emprego de mecanização, pois estão mais sujeitos à compactação e os mais arenosos estão sujeitos
a erosão quando submetido a cultivos mais intensivos. Nesses casos, necessitam de práticas de
conservação. Ao contrário, aqueles pertencentes a classe dos Neossolos (Flúvicos, Litólicos,
Quartzarênicos, Regolíticos) são poucos, desenvolvidos e pouco profundos, exceção do
Quartzarênicos, possui textura variando de média, argiloso e muito argiloso, possuem características
1
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
i
Cunha, T. J. F. C; Petrere, V.G; Silva, D.J; Mendes, A. M. S; Melo, R. F. de; Neto, M. B. O; Silva, M. S. L. da;
Alvarez, I. A. Principais solos do semiárido tropical brasileiro: caracterização, potencialidades, limitações, fertilidade e
manejo. In: Sá, B. I & Sila, P. C. G. da. Semiárido brasileiro: pesquisa, desenvolvimento e inovação. 1ª edição.
EMBRAPA, 2010. p. 51-88.
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Rua Rui Barbosa, 710 – Campus Universitá rio Secretaria – Fone: (75) 3621-2798
CEP 44380-000 – Cruz das Almas – BA Coordenaçã o – Fone: (75) 3621-2798
www.ufrb.edu.br/ppgea Email: ccaab.cppgea@ufrb.edu.br
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de fertilidade química melhores que os anteriores, como elevado pH, CTC, SB, V%, mas ainda
assim é pobre em CO e de P assimilável. De maneira geral, os solos dessa classe estão susceptíveis
a erosão necessitando da aplicação de práticas conservacionistas com vistas ao seu controle. No
caso dos Cambissolos devido a sua heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e
das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para outro,
variam de fortemente até imperfeitamente drenados, rasos a profundos; de alta a baixa saturação por
bases e CTC. Possui profundidade mediana e sem restrição a drenagem, tem bom potencial
agrícola, mas estão sujeitos a inundações em planícies, variam de moderadamente ácidos a neutros,
são de alta fertilidade natural. O P assimilável é muito baixo, mas, possui bons teores de CO.
Quanto à suscetibilidade à erosão, estes solos possuem erodibilidade bastante variável em razão da
diversidade de textura, profundidade, permeabilidade. Os Vertissolos são solos minerais com
restrição temporária à percolação de água, com 30% ou mais de argila ao longo do perfil,
apresentam pronunciada mudança de volume, de acordo com a variação do teor de umidade. Tem
elevado potencial nutricional para as plantas pois possuem características de fertilidade química
muito boas. O P assimilável apresenta valores de baixos a altos e os teores de CO são baixos. A
mecanização pode se dificultada em razão da textura muito argilosa. São pouco permeáveis, o que
restringe a sua drenagem, ainda assim são suscetíveis à erosão e requerem manejo cuidadoso, com
práticas de conservação. Dessa forma, verifica-se que os solos predominantes na região semiárida
possuem características químicas favoráveis à produção vegetal, mas características físicas
desfavoráveis, tais como a profundidade dos horizontes superficiais em alguns deles, além disso há
limitação de disponibilidade de água, em razão das baixas precipitações anuais. Portanto, o manejo
dos solos do Semiárido deve levar em consideração a combinação das condições climáticas,
geomorfológicas, pedológicas e de uso da cobertura vegetal, pois esses fatores interferem na
produção agrícola e nos sistemas de manejo das culturas de forma sustentável.

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