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SOLO E DA ÁGUA
Sumário
1. CLASSIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS ....................................................... 3
1.1. PRÁTICAS EDÁFICAS: .............................................................................................3
1.2. PRÁTICAS CULTURAIS:...........................................................................................9
1.3. PRÁTICAS VEGETATIVAS: ..................................................................................... 13
1.4. PRÁTICAS MECÂNICAS: ....................................................................................... 19
2. PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO SIMPLIFICADA DAS PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS .... 26
2.1. PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS VEGETATIVAS: ................................................... 26
2.2. PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS MECÂNICAS: ..................................................... 26
3. ESCOLHA DAS PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS COM BASE NA DECLIVIDADE DA ÁREA. 26
4. INSTALAÇÃO DAS PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS NA PROPRIEDADE RURAL ............... 30
4.1. DETERMINAÇÃO DA DECLIVIDADE DO TERRENO .................................................. 30
4.1.1. Aparelhos utilizados na determinação da declividade e locação de linhas
niveladas básicas ................................................................................................................ 31
5. TERRACEAMENTO AGRÍCOLA............................................................................................. 38
5.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TERRAÇOS........................................................................... 39
5.2. CÁLCULO DE ESPAÇAMENTO ENTRE TERRAÇOS ................................................... 44
5.3. LOCAÇÃO DE TERRAÇOS EM NÍVEL ...................................................................... 49
5.4. LOCAÇÃO DE TERRAÇOS COM GRADIENTE ........................................................... 53
5.5. DIMENSIONAMENTO DE CANAIS DOS TERRAÇOS EM NÍVEL: ................................ 56
5.6. DIMENSIONAMENTO DE CANAIS DOS TERRAÇOS EM GRADIENTE ........................ 60
5.7. MANUTENÇÃO DOS TERRAÇOS: .......................................................................... 64
5.8. CANAIS ESCOADOUROS:...................................................................................... 65
6. CONTROLE DA EROSÃO EM ESTRADAS RURAIS ................................................................ 66
7. CAPACIDADE DE USO DA TERRA ........................................................................................ 73
7.1. MEIO FÍSICO ....................................................................................................... 74
7.2. CLASSES DE CAPACIDADE DE USO DO SOLO ......................................................... 79
7.2.1. Subclasses de Capacidade de Uso ...................................................................... 82
8. BIBLIOGRAFIAS COMPLEMENTARES SUGERIDAS .............................................................. 84
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Uma das principais funções do planejamento de uso e manejo dos solos é ter
maior aproveitamento das águas pluviais, evitando-se perdas excessivas por
escoamento superficial, criando-se condições para que a água da chuva se infiltre no
solo, garantindo o suprimento hídrico para as culturas, criações e comunidades,
prevenindo a erosão, evitando inundações e o assoreamento dos rios, assim como
abastecer os lençóis freáticos que alimentam os cursos de água. Em virtude disso, o
uso de práticas conservacionistas é de fundamental importância no controle de perdas
de solo e água em áreas agriculturáveis, propiciando a maximização do lucro sem
provocar redução da capacidade produtiva.
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rápido e sadio das plantas que promovem uma maior cobertura e proteção do solo contra a
chuva. Como exemplos, pode-se citar:
A B1 B2
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A B1 B2
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Preparo do solo e plantio: fazê-los em curvas de nível. Sempre que possível utilizar o
Sistema de Preparo Reduzido, ou o Sistema Plantio Direto, mas há situações em que o
preparo convencional e intensivo é indicado, como no caso de algumas olerícolas.
A B C
Figura 4. Sistema “Plantio Direto” (A); Sistema Preparo Reduzido/Cultivo Mínimo (B);
Preparo Convencional/Intensivo para o cultivo de cenoura (C).
A B C
Figura 5. Sistema radicular da soja em solo compactado (A); Sistema radicular da soja
em solo não compactado (B); Camada compactada do solo (C).
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A B C
Figura 6. Lavouras de sorgo forrageiro gigante (A), girassol (B) e crotalária (C).
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A B
Figura 11. Sacaria padrão para sementes fiscalizadas (A); Garantias das sementes (B).
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Figura 13. Espaçamento entre plantas: normal, falho e duplo (A); Tabela com a
avaliação em campo de uma semeadora-adubadora para plantio de milho de alta
densidade (B).
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A B C
Figura 16. Preparo do solo em nível (A); Sistema Plantio Direto sendo realizado em
contorno (B); Preparo do solo morro abaixo (C).
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A B
Figura 17. Crotalária como adubo verde (A); cobertura morta na cultura do milho (B).
A B A
Figura 19. Faixas de retenção (cana-de-açúcar) (A); Capim Napier (B); Erva-Cidreira
(Capim Santo) (C).
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A B C
Figura 20. Milho consorciado com feijão (A); Plantação consorciada de café e laranja
em Porto Rico (B); Consórcio de milho + braquiária (C).
A B
Figura 21. Ruas alternadamente capinadas em cultura perene (A); Capina realizada na
projeção da saia da cultura e, o controle do mato nas ruas, por meio de roçadas (B).
ação ambiental de plantar árvores e vegetações em zonas que foram desmatadas, seja
por força da natureza (incêndios e tempestades) ou por influência humana (queimadas,
construções de barragens, exploração mineral ou de madeireira e etc), objetivando a
proteção do solo contra a erosão. As florestas, através de suas espécies, são capazes
de conservar o solo, proteger as encostas contra os riscos de desmoronamentos, reter
gases nocivo como o CO2, tido como um dos grandes causadores do aquecimento
global e causador de problema à saúde humana. Ao depender de cada caso, pode ser
afirmado como sendo uma das principais técnicas para se controlar a desertificação,
aumentando a matéria orgânica presente no solo, retendo água das precipitações,
evitando a desagregação do solo causada pelo impacto das gotas de chuvas reduzindo
o efeito Splash, por consequência diminuindo a erosão e o arraste superficial do solo
que, por fim, acarreta no assoreamento dos corpos hídricos, causando problemas de
drenagens que podem afetar as populações.
A B C
Figura 22. Florestamento com árvores nativas (A); Reflorestamento com eucalipto (B);
Sistema de integração: Agro-Silvo-Pastoril (C).
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A B
C D
Figura 23. Esquema: Projeto da redução média do vento quando se usa um Quebra
Vento de boa permeabilidade (A); Distância entre Quebra Ventos considerando sua
altura final, em função da declividade da área (B); Quebra Vento na cultura do café (C);
Granja avícola protegida por Quebra Ventos (D).
A B
Figura 24. Pasto degradado/erosão acelerada (A); Pasto bem manejado/solo protegido
da erosão (B).
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A1 A2
A B C
Figura 26. Estabilização de taludes erodidos com placas de grama (A); Estabilização de
taludes erodidos com pneus (B); Estabilização de voçorocas com a estratificação de
camadas de pneus com camadas de solo (C).
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A B C
Figura 27. Terraço comum (A); Terraço tipo Patamar contínuo (B); Terraço tipo
Patamar descontínuo/Banqueta individual (C).
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B
A
Figura 29. Terraços em nível, com “travesseiros”, em cafezal (A); Detalhe da bacia de
captação de água, construída para receber água dos carreadores e do possível
escoamento dos terraços (B).
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Canais escoadouros: São canais largos e rasos construídos artificialmente pelo homem,
ou depressões naturais estabilizadas por vegetação bem desenvolvida, que recebem as
águas conduzidas pelos canais dos terraços com gradiente, em solos de baixa
capacidade natural de infiltração das águas da chuva, como ocorre em Argissolos que
possuem horizonte B textural, principalmente naqueles que apresentam mudança
textural abrupta. Devem possuir dimensões suficientes para conduzir o fluxo coletado
até as partes baixas do terreno, sem perigo de erosão em seu leito. Normalmente
procura-se aproveitar as depressões naturais, áreas de pasto, bordas de matos,
bosques ou zonas arbustivas, desde que estejam bem vegetadas, sem indícios de
erosão.
A B
Figura 31. Terraços com gradiente e canal escoadouro natural (A); Canal escoadouro
artificial (B); Sentido do escoamento das águas dos canais dos terraços, representado
pelas setas amarelas e sentido do escoamento das águas no canal escoadouro,
representado pelas setas em azul (C).
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Paliçadas: Dentro das voçorocas e/ou das áreas desmoronadas, quando não for
possível desviar o fluxo de água à montante, ou quando as águas que caem
diretamente em sua parte interna forem excessivas, torna-se necessária a construção
de paliçadas para reduzir a velocidade de escoamento da água e reter parte dos
sedimentos por ela transportados, o que vai permitir a melhor estabilização do solo no
local e evitar que mudas, sementes e adubos, sejam arrastados durante as primeiras
chuvas na fase de implantação do projeto.
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A B
Figura 34. Caixa seca (A); Reforma de estrada rural com pequenos murunduns
direcionando a enxurrada para caixas secas (B).
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B1 B2
C D
D
C
E F
Figura 35. Perfil transversal de uma estrada rural e de carreadores com superfície
abaulada (A); Carreador construído em nível, logo abaixo do dique do terraço (B1 e B2);
Distribuição racional de carreadores no cafezal (C); Distribuição adequada de caminhos
em uma estrada rural estabilizada (D); Estrada rural erodida (E); Estrada rural com
diversas barraginhas à margem, ao longo de sua extensão (F).
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Práticas recomendadas para áreas com declividade de até 6%, não envolvendo
movimentação de terra, ou obras de engenharia na instalação do sistema. Portanto,
nesse grupo ficam incluídas as práticas edáficas, culturais e vegetativas, citadas
anteriormente.
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Para declividades inferiores a 3%, em áreas sem indícios de erosão (presença de sulcos
de erosão), recomenda-se o preparo do solo e o plantio em nível. Dessa forma, é
aconselhado marcar-se com estacas as linhas niveladas básicas para servirem de
orientação para o preparo primário do solo (aração). Pode-se adotar 50 metros como
distância horizontal entre uma linha nivelada e outra, sem a necessidade do emprego
de tabelas , ou cálculos, e adotar-se a distância entre 10 e 30 metros entre uma estaca
e outra, conforme a uniformidade da área, na linha nivelada, ou seja, para relevo mais
movimentado, adota-se menor distância (10 metros) entre as estacas, enquanto que
para áreas mais uniformes, as maiores distâncias (30 metros). Como a superfície do
solo se torna muito irregular após a aração, o que dificultaria a locação de novas linhas
niveladas para a realização do preparo secundário (destorroamento e nivelamento do
solo), com a ajuda de uma pessoa, é indicado a retirada da estaca que fica logo à
frente do trator, no momento da aração, voltando-a para a mesma posição logo após a
passada do conjunto trator-arado. O mesmo procedimento pode ser adotado após o
preparo secundário, para a orientação da semeadura/plantio em contorno (plantio em
nível).
A B C D
Figura 36. Aração realizada em contorno. Observa-se que a leiva tombada serve de
orientação para a recolocação das estacas das linhas niveladas básicas (A); Gradagem
em contorno (B); Plantio direto na palha (C); Culturas em faixas de rotação (D).
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Nas áreas com declividade entre 6 e 12%, são recomendadas práticas mecânicas,
tendo como exemplo o terraceamento em nível, para solos com boa capacidade de
infiltração de água, ou terraços com gradiente, para solos com limitações na
velocidade de drenagem interna da água. Algumas culturas perenes são plantadas em
esquadro, ou seja, a linha de plantio acompanha o disposição de carreadores, ou de
cercas e, portanto, não estão em nível. Neste caso, indica-se a construção dos
“cordões em contorno”, que nada mais são do que uma modalidade de terraços de
base estreita, adaptada para culturas perenes já plantadas em esquadro. Desta forma,
consegue-se reduzir a eliminação de algumas plantas já instaladas e possivelmente já
em produção, ajustando o alinhamento do “cordão em contorno”, em relação às
plantas.
A B C
Figura 38. Cordão em contorno (A); Cultura perene (cafezal) plantada em nível, em
área terraceada (B); Cultura perene (citros) plantada em esquadro (C).
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A B
A B C D
E F G H
Figura 40. Proteção da fauna (A); Proteção da flora (B); Ecoturismo (C e D); Construção
de terraço tipo patamar contínuo em lavoura de café plantada em nível (E); Terraço
tipo patamar contínuo já finalizado, em lavoura de café (F); Colhedora de café
desenvolvida para áreas com terraços tipo patamar contínuo (G); Terraço tipo patamar
descontínuo, também denominado de banqueta individual (H).
Porém algumas dessas áreas podem ser destinadas para o ecoturismo, esporte e lazer,
sempre respeitando-se a preservação ambiental. Entretanto, em alguns casos, essas
áreas podem ser destinadas para a produção agrícola. Contudo, é necessária uma
análise mais detalhada do ambiente de produção, visto que, além do elevado custo na
construção e manutenção do sistema conservacionista, o solo precisa apresentar
profundidade efetiva adequada ao desenvolvimento da cultura, e a espécie a ser
explorada possuir adaptação às condições climática em que ficará exposta, tendo, por
exemplo, tolerância à geadas. Neste caso é possível a construção de terraços tipo
patamar contínuo ou os patamares descontínuos, que são também denominados de
banquetas individuais.
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Como a superfície do solo é naturalmente irregular, quer seja por causa natural,
quanto pela ação antrópica, o formato tomado pelo relevo exerce influência no
escoamento das águas de chuva em diferentes trajetórias sobre o terreno.
Considerando:
EV → EH
D% → 100
D% = 100 (EV/EH)
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D% = 100 tan α
Clinômetro de Abney
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Uma segunda pessoa desloca-se no sentido do maior declive até uma distância de
cerca de 10 metros e o observador faz coincidir a marca na luneta do aparelho
(indicado pela seta vermelha, na figura abaixo) com a altura do olho na mira, e desloca
o nível de bolha para a posição horizontal.
Nível de bolha
Espelho interno
Apesar de ser possível a observação de uma marca feita nas hastes de madeira em
distâncias muito superiores aos 10 metros sugeridos (marca riscada com um canivete,
ou por uma fita colorida amarrada na haste), isto não é indicado por gerar grandes
erros em relação aos valores reais, principalmente quando se trata da locação de
“curvas em nível”, em que esses erros serão acumulados.
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A B
C
POSTURA ERRADA DO TÉCNICO
Figura 43. Referência do centro da bolha do nivel do clinômetro para a leitura na mira
(A); Técnico ajustando a bolha do nivel para a determinação da declividade da área (B);
Postura errada do técnico ao fazer a leitura do seu “ponto de vista” na mira (C);
Valores de declividade expressos em graus e também em porcentagem (D).
Nível de precisão
São empregados para grandes áreas e exigem conhecimento e cuidados para sua
instalação e manuseio, o que não é diferente para os demais aparelhos, mesmo para
aqueles de mais baixo custo e simplicidade, utilizados para a agricultura familiar.
Necessita de uma mira (régua graduada) que geralmente tem altura de 4 metros.
Trata-se de uma luneta de aumento com centro focal e um retículo gravado na outra
extremidade com três fios na horizontal (superior, médio e inferior), e um fio na
vertical (para alinhamento da mira). O centro focal da luneta e o fio superior e inferior
formam um triângulo “abc”. A relação entre “b-c” e a distância “h” (distância do
retículo ao centro focal) é constante, uma vez que a luneta do aparelho tem tamanho
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fixo. A diferença de leitura entre esses fios na mira “s-i” estabelece a base de um
triângulo proporcional àquele na luneta e que, dada a essa proporcionalidade, permite
calcular a distância “d” entre o aparelho e a mira (Figura 44). A relação entre a
distância “d” e a diferença de fios superior e inferior no retículo representa a
constante do aparelho, normalmente igual a 100. Portanto, a diferença de leitura do
fio superior e inferior na mira, multiplicada pela constante do aparelho fornece a
distância entre o aparelho e a mira.
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Nível de mangueira
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a2 = b2 + c2 sendo:
a = comprimento da rampa medido com a trena
b = Espaçamento vertical (diferença de leitura entre as duas réguas)
c = Espaçamento horizontal (EH real)
Nível de trapézio
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Prumo
Para a determinação da declividade de uma área (Figura 49), uma perna do cavalete
deverá ser colocado em um ponto mais elevado e a outra perna em um ponto mais
baixo, sempre considerando-se a linha de maior declividade da gleba.
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Coloque o pé-de-galinha em nível. Levante a perna da frente até que a bolha do nível
de pedreiro fique entre os dois traços do nível, e o prumo alinhado. Determine a
diferença de nível por meio de uma régua graduada, medindo a distância que vai da
ponta da perna do pé-de-galinha até o terreno (este será o EV). O EH será o
comprimento do pé-de-galinha, no caso, 3 metros. Assim, para obter-se a declividade
desse pequeno trecho é só aplicar a fórmula da declividade, já apresentada
anteriormente. Repita a operação tantas vezes quantas forem necessárias, ao longo de
cada linha de maior depressão selecionada, adotando como declividade média a média
das declividades obtidas neste trecho de rampa. Desta forma, será obtida a declividade
de cada um dos segmentos mais críticos, onde se concentram as enxurradas.
Caso a gleba apresente padrões diferentes de declividade (Figura 50), esta gleba
deverá ser dividida em sub-glebas, adotando o procedimento descrito acima para cada
uma delas em separado, o que permitirá ao técnico a realização de ajustes quanto à
escolha da prática conservacionista recomendada, bem como a variação na distância
entre as linhas niveladas básicas que servirão de referência para o distanciamento
entre terraços, faixas de retenção, ou outra prática conservacionista recomendada.
5. TERRACEAMENTO AGRÍCOLA
O terraço é uma prática mecânica de controle da erosão em que se utilizam
estruturas artificiais, geralmente formadas por porções de solo dispostas
adequadamente em relação ao declive do terreno, com a finalidade de parcelar a
rampa, possibilitando a redução da velocidade da água e sua infiltração no solo, ou
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Quanto à função
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Terraço de base larga: Nos terraços de base larga a movimentação de terra ocorre ao
longo de uma faixa de 6 a 12m, sendo este tipo de terraço adequado para declividades
não superiores a 12%, preferencialmente até 6 a 8% (Figura 53A).
Figura 53. Terraço de base larga (A); Terraço de base média (B); Terraço de base
estreita (C).
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Tipo Nichol’s ou Canal: Para construção desse tipo de terraço deve-se movimentar o
solo sempre de cima para baixo, de modo que a massa de solo que forma o camalhão
é retirada da faixa imediatamente superior, o que resulta no canal com formato
triangular. Na faixa de construção do canal não e possível a utilização para o plantio.
Esse tipo de canal pode ser construído em rampas com declive de até 15% e,
excepcionalmente, se o solo apresentar boa cobertura de palhada, a 18%(Figura 54).
Tipo Mangum ou Camalhão: Na sua construção, movimenta-se uma faixa mais larga de
solo que a do terraço tipo Nichol’s. A massa de solo é deslocada tanto da faixa
imediatamente superior como da inferior ao camalhão, ora num sentido da aração, ora
noutro, em passadas de ida e volta com o trator. Podem ser construídos tanto com
arados (fixo ou reversível), como com terraceadores em terrenos de menor declividade.
E mais indicado para terrenos de menor declividade. (Figura 55).
Terraço comum: Deve ser utilizado em terrenos com declividade inferior a 18%, como
ocorre na maioria das áreas cultivadas do Brasil (Figura 56).
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Terraço tipo Patamar Contínuo: Utilizado em terrenos com declividade maior que 18%,
sendo constituído de plataforma, onde é feito o plantio da cultura, e de um talude, que
deve ser estabilizado por meio de uma cobertura vegetativa. Este terraço controla a
erosão e facilita as operações agrícolas (Figura 58).
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Terraço Embutido: O terraço embutido caracteriza-se por ser construído de modo que
o canal tenha a forma triangular, ficando o talude que separa o canal do camalhão
praticamente na vertical. Este tipo de terraço tem boa aceitação entre os agricultores,
tendo em vista a sua estabilidade e a pequena área inutilizada no plantio.
Normalmente é construído com motoniveladora ou trator com lâmina (Figura 60).
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A distância vertical (EV) entre as linhas niveladas, ou com gradiente que servirão como
referência para a instalação da prática conservacionista a ser instalada pode ser
definida por diversas fórmulas, ou por tabelas e devem ser definidas por um técnico
qualificado.
Tabelas:
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Fórmula de Bentley:
EV = ( ). 0,305 em que:
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𝑫
EV = ( 𝟐 ). 0,305
𝑿
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D = Declividade do terreno;
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Grupo de preparo do solo e manejo de restos culturais com seus respectivos índices.
Grupo Preparo primário Preparo Índice
secundário
1 Grade aradora (ou pesada), ou Enxada rotativa Grade 0,50
Niveladora
2 Arado de discos, ou aivecas Grade 0,75
niveladora
3 Grade leve Grade 1,00
niveladora
4 Escarificador Grade 1,50
niveladora
5 “Plantio” sem revolvimento do solo, roçadora, rolo- Não tem 2,00
faca, herbicidas (“Plantio Direto”)
Outras considerações para o cálculo de espaçamento entre terraços (Lima et al., 2010)
Por questões de segurança, o primeiro terraço deve ser locado com a metade
do espaçamento calculado.
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uma estaca (Figura 61). Esta será a primeira estaca da primeira linha nivelada básica.
Ainda seguindo o alinhamento da maior declividade, medir o EH calculado (13,56 m) e
bater outra estaca que será a referência para a segunda curva de nível. Seguir esse
procedimento ao longo da linha de maior declividade, medindo mais 13,56 m de
distância entre a estaca referência da segunda curva e a terceira curva. Depois, medir
mais 13,56 m entre a estaca da terceira para a quarta curva e assim por diante. Dessa
forma, você terá uma linha de estacas morro a baixo, em que cada estaca será a
referência para cada uma das curvas de nível a serem locadas.
Agora, para locar-se cada curva de nível, coloca-se uma das “réguas” na estaca
referência da primeira curva (estaca 1). Com a outra “régua” procura-se outro ponto
(ponto 2), deslocando para cima ou para baixo, de tal modo que a leitura no nível
d’água nas duas hastes seja a mesma (Figura 62). Este ponto deve ser marcado com
uma estaca. A seguir desloca-se a “régua” do ponto 1 para o ponto 2, e a do ponto 2,
procurando a mesma cota anterior, onde será fixada uma estaca como sendo o ponto
3, e assim por diante. Terminada a primeira linha em nível, procede-se de maneira
semelhante para as outras linhas.
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(1,0 + = 1,61)
O valor de 1,61 (Figura 64) será a leitura de todas as estacas da primeira linha
em nível. As leituras da segunda linha em nível serão obtidas somando a leitura da
curva anterior (1,61 m) com o EV (1,22 m), obtendo-se assim a leitura 2,83 m (1,61 +
1,22 = 2,83 m). Este valor será adotado para todas as estacas desta segunda linha.
Se ainda considerar-se que com o aparelho na posição 2 não seja possível visar
a terceira estaca, da terceira linha nivelada básica, deve-se proceder nova mudança do
aparelho (posição 3), instalando-o e nivelando-o novamente. Fazer nova leitura de ré,
mas agora na mesma curva (na estaca dois, que já está locada). Suponhamos que nesta
visada de ré obteve-se a leitura de 0,70 m. Como se pretende continuar na mesma
curva e esta está locada em nível, deve-se manter a mesma leitura obtida na visada de
ré (0,70 m) em todas as próximas estacas a serem locadas.
Caso seja necessário locar mais linhas niveladas, deve-se proceder da mesma
forma já descrita acima.
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O comprimento dos terraços com gradiente não devem exceder a 600 m. Terraços
muito longos podem apresentar erosão no fundo do canal, dado ao volume e energia
da enxurrada ao longo do mesmo. Os sistemas de terraços com gradiente exigem
como complemento os canais escoadouros, para o escoamento do excesso de água,
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não infiltrada no solo, de forma lenta e segura, até a parte mais baixa do terreno. Estes
canais escoadouros podem ser naturais, ou artificiais.
Cálculos:
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Em que:
Dados de chuva para a região central do Brasil podem ser encontrados em Assad
(1994).
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GRUPO DE SOLOS
TOPOGRAFIA USO E MANEJO A B C D
RELEVO PLANO Alto 0,2 0,3 0,4 0,5
(0-5%) Médio 0,3 0,4 0,5 0,6
Baixo 0,4 0,5 0,6 0,7
RELEVO ONDULADO Alto 0,3 0,4 0,5 0,6
(5 -10%) Médio 0,4 0,5 0,6 0,7
Baixo 0,5 0,6 0,7 0,8
RELEVO ACIDENTADO Alto 0,4 0,5 0,6 0,7
(10-30%) Médio 0,5 0,6 0,7 0,8
Baixo 0,6 0,7 0,8 0,9
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Figura 67. Formas das seções de canais de terraços e respectivas fórmulas para cálculo
de área de seção de canal.
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Em que:
A = EH * 1 A = 18,4 m x 1 m = 18,4 m2
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estimar essa fração de chuva que eventualmente poderá escorrer até o canal do
terraço. Para efeito de exemplo, serão considerados o solo de permeabilidade rápida
no solo e subsolo (pertencente ao grupo A), uso e manejo médio e o relevo ondulado
(5 a 10%). O coeficiente de enxurrada (Tabela 7) é 0,4. Conforme cálculo anterior, a
quantidade de chuva máxima diária para a região é de 126 mm (0,126 m).
Considerando que o canal do terraço terá seção triangular com largura útil igual
a 3,5 metros, pode-se calcular a profundidade necessária para o volume de enxurrada.
Como se trata de um triângulo, a área da seção é:
S = l x p/2
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Em que:
t = tempo mínimo de duração da chuva (esta equação é aplicada para t < 120 min).
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O tempo mínimo da chuva e igual ao tempo que a agua fica concentrada no canal até
ser descarregada no canal escoadouro.
Em que:
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Q=CxIxA
Em que:
Q=SxV
Tabela 8. Valores máximos para velocidade média em canais abertos (m/s). Adaptado
de Neves (1986) e Bertoni e Lombardi Neto (1999).
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S = Q/V
S = 0,101/0,8 = 0,126 m2
Assim, a vazão calculada foi de 0,101 m3/s. Portanto, sendo a vazão uma função
de seção e velocidade (Q = S x V), considerando a velocidade como sendo 0,6 m/s,
tem-se que a seção do canal será:
S = Q/V
S = 0,101/06 = 0,168 m2
No caso de terraços com gradiente, a largura poderá ser menor do que aquela
empregada para terraços em nível. Para efeito de exemplo, será empregado o terraço
de base igual a 3 metros, onde a largura do canal (l) será de 2 metros, com seção
triangular. A profundidade necessária para a vazão de 0,101 m3/s será:
p = S x 2/l
Em que:
p = 0,168 x 2/2 = 0,168 m (0,17 m). A título de segurança, pode-se elevar 10% a
profundidade do canal, passando para 0,20 m (P).
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S = 20 P2
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Figura 70. Bacia de contenção de enxurrada em estrada (Foto: José Maria Lima).
EV = 0,4518* K * D0,58
Em que:
D = declividade (%)
D = (EV/EH)*100 EV = (D*EH)/100
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I = 43,95*TR0,14/t0,77
Em que:
t = tempo (24h).
V = I * EH * L
Vol = π p2 (r – p/3)
Quando se adota uma máxima inclinação de talude igual a 45°, a relação entre
raio e profundidade fica definida, conforme ilustrado na Figura 73.
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Figura 73. Relação entre raio e profundidade, com o volume da bacia de contenção,
para inclinação máxima de aterro igual a 45°.
p – (12,2/6,25)1/3 = 1,23 m
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Lepsch et al. (1991) classificam o solo quanto à fertilidade em muito alta; alta; média;
baixa e muito baixa, levando em consideração a capacidade do solo em manter a
produtividade durante algum tempo; esta classificação é utilizada em países de clima
frio onde é comum a ocorrência de solos férteis em condições naturais. Para as
condições brasileiras, os autores alertam para a necessidade de análise de resultados
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Como neste material a ênfase vem sendo dado aos solos dos Cerrados onde a
condutividade elétrica e a saturação por sódio normalmente é muito baixa, como
sugestão na Tabela 12 é apresentada uma proposta de classificação simplificada de
fertilidade dos solos dos Cerrados tendo por base a saturação por bases; a saturação
por alumínio, e a CTC efetiva e potencial dos solos.
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Tabela 12. Classificação dos solos dos Cerrados, quanto à limitação da Fertilidade
(adaptado de COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS,
1999).
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Classificação
-1
Valor de permeabilidade (mm h ) Permeabilidade Drenagem interna
<1,25 Muito lenta Deficiente
1,25 – 5 Lenta Pobre
5 – 75 Moderada Moderada
75 – 250 Rápida Adequada
>250 Muito rápida Excessiva
Área com Erosão Laminar Ligeira: quando menos de 25% do horizonte A já foi
removido, ou quando o solo ainda apresentar mais de 15 cm de horizonte A;
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Área com Erosão Laminar moderada: quando entre 25-75% do horizonte A já foi
removido, ou quando o horizonte A apresentar entre 5-15 cm de profundidade;
Área com Erosão Laminar severa: quando mais de 75% do horizonte A já foi removido,
ou quando o horizonte A apresentar menos de 5 cm de profundidade;
Área dom Erosão Laminar muito severa: quando todo o horizonte A já foi removido e
o horizonte B já foi afetado;
Área com Erosão Laminar extremamente severa: Quando a maior parte do horizonte
B já foi removida e o horizonte C já foi afetado;
Área com Erosão em Sulcos Ocasionais: quando a área apresenta sulcos distanciados
em mais de 30 metros;
Área com Erosão em Sulcos Frequentes: quando a área apresenta sulcos distanciados
em menos de 30metros, porém afetando menos de 75% da área;
Área com Erosão em Sulcos Muito Frequentes: quando a área apresenta sulcos
distanciados em menos de 30 metros, e mais de 75% da área já foi afetada.
Área com Erosão em Sulcos Superficiais: quando os sulcos podem ser desfeitos com o
preparo do solo;
Área com Erosão em Sulcos Rasos: quando os sulcos não podem ser desfeitos com o
preparo do solo, mas ainda podem ser cruzados por equipamentos agrícolas;
Área com Erosão em Sulcos Profundos: quando os sulcos não podem ser cruzados por
equipamentos agrícolas, mas ainda não atingiu o horizonte C;
Sem dúvida, quanto mais bem estudado for o solo e quanto maior o número de
detalhes e indicações recolhidas no seu levantamento, tanto mais corretas serão as
bases para um planejamento de seu uso racional.
Todas as terras produtivas podem ser divididas em duas categorias: (a) as que
garantem uma colheita satisfatória por determinado período de cultivo sem danos
ambientais, e, (b) as que precisam estar cobertas com vegetação permanente para
produzir lucro satisfatório sem degradação ambiental. Deve-se, portanto, em uma
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Basicamente as terras podem ser agrupadas nas seguintes categorias: (a) cultiváveis;
(b) cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes e
adaptadas em geral para pastagens, ou florestas; e; (c) terras que não se prestam para
vegetação produtiva. As classes de capacidade de uso são baseadas nessas três
categorias.
Classe II: Terras cultiváveis que requerem uma ou mais práticas especiais para serem
cultivadas segura e permanentemente, com a produção de colheitas entre médias e
elevadas das culturas anuais. A declividade pode ser suficiente para correr enxurrada e
provocar erosão. O solo pode ter alguma deficiência que possa limitar a sua
capacidade de uso: algumas naturalmente encharcadas podem requerer drenagem;
podem não ter boa capacidade de retenção de umidade; algumas práticas
conservacionistas são necessárias, tais como plantio em contorno, plantas de
cobertura, culturas em faixa, até mesmo terraços. Em alguns casos, pode necessitar a
remoção de pedras e utilização de adubos e corretivos.
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Classe IV: Terras que não se prestam para cultivos contínuos, ou regulares, com
produção de colheitas médias ou elevadas das culturas anuais, mas que se tornam
apropriadas, em períodos curtos, quando adequadamente protegidas. São de declive
íngreme, erosão severa, drenagem muito deficiente, baixa produtividade, ou qualquer
outra condição que a torna imprópria para o cultivo regular. Em algumas regiões, onde
há escassez de chuva, as culturas sem irrigação não são seguras.
Classe V: Terras que não são cultiváveis com culturas anuais, sendo
especialmente adaptadas para algumas culturas perenes, para pastagens, ou para
reflorestamento. São terras praticamente planas com problemas de encharcamento,
ou alguma obstrução permanente, como afloramento de rochas. O solo é profundo e
as terras têm poucas limitações para uso em pastagens, ou silvicultura, podendo ser
usadas permanentemente sem práticas especiais de controle de erosão, ou de
proteção do solo.
Classe VI: Terras que não são cultiváveis com culturas anuais, sendo
especialmente adaptadas para algumas culturas perenes, para pastagens, ou
reflorestamento. São terras que apresentam problemas de pequena profundidade do
solo, ou declividade excessiva. Em regiões áridas e semi-áridas, a escassez de umidade
é a principal causa para o enquadramento na classe.
Classe VII: Terras que, além de não serem cultiváveis com culturas anuais,
apresentam severas limitações, mesmo para pastagens, ou para reflorestamento,
exigindo grandes restrições de uso, com ou sem práticas especiais. Requerem cuidados
extremos para controle da erosão.
Classe VIII: Terras não cultiváveis com qualquer tipo de cultura e não se
prestando para o uso com florestas, ou para produção de qualquer outra forma de
vegetação permanente de valor econômico. Prestam-se apenas para proteção e abrigo
da fauna silvestre, para fins de recreação, ou de armazenamento de água em açudes.
São áreas extremamente áridas, declivosas, pedregosas, arenosas, encharcadas, ou
severamente erodidas. São, por exemplo, encostas rochosas, terrenos íngremes
montanhosos, ou de afloramento rochoso, dunas arenosas da costa, terrenos de
mangue e de pântano.
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As classes de Capacidade de Uso das Terras podem não ter um caráter permanente,
pois as modificações naturais sofridas pelo solo, ou a introdução de novas práticas de
manejo podem deslocar uma gleba de uma para outra classe de capacidade de uso,
porém a avaliação da capacidade de uso se baseará nas condições existentes por
ocasião do levantamento.
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algarismo romano das classes. Quando existem duas limitações com intensidades
semelhantes, ambas são indicadas separadas por vírgula, com a primeira delas
designando a limitação predominante. São quatro as naturezas de limitações expressas
pelas subclasses: e, quando existe erosão, ou há risco de que ocorra; a, quando há
problemas de encharcamento; s, quando há limitação do solo e c, quando a limitação
diz respeito ao clima (Lepsch et al., 1991).
Como provável causa da degradação dos solos, propensão destes solos ao processo
erosivo, ou tipos de processos erosivos existentes, cita-se:
Rampa longa;
Presença de voçorocas;
Horizonte A arenoso.
No que diz respeito às limitações diretamente relacionadas aos solos de cerrado, cita-
se como os mais críticos:
Toxidade de alumínio;
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Risco de inundação;
Seca prolongada;
Geada;
Ventos frios.
Sendo assim, uma área de LATOSSOLO Eutrófico, com declive de 9%, que recebeu a
classificação IIIe-1, tem capacidade para ser explorada com culturas anuais, com
práticas complexas de conservação, porque o principal problema desta terra diz
respeito à susceptibilidade à erosão, devido à declividade acentuada do terreno. Sendo
este LATOSSOLO Distrófico e recebendo a classificação IIIe-1,s-3, significa que o
manejo da área deve envolver controle da erosão e correção das deficiências de
fertilidade do solo.
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