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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI - UNIVINCI

CURSO DE DIREITO

FLÁVIA VOELZ SOARES

A LEGALIZAÇÃO DO MARKETING MULTINÍVEL NO BRASIL

A necessidade de uma legislação para reger as práticas do marketing multinível

GUARAMIRIM
2019
FLAVIA VOELZ SOARES

A LEGALIZAÇÃO DO MARKETING MULTINIVEL NO BRASIL


A necessidade de uma legislação para reger as práticas do marketing multinível

Monografia apresentada ao curso de Direito


do Centro universitário Leonardo da Vinci-
UNIVINCI de Guaramirim, como requisito
parcial para a obtenção do Título de
Bacharel em Direito.

Orientadora: Profª. Ana Paula Varela

Guaramirim

2019
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FLÁVIA VOELZ SOARES

A LEGALIZAÇÃO DO MARKETING MULTINIVEL NO BRASIL

A necessidade de uma legislação para reger as práticas do marketing multinível

Projeto de pesquisa apresentado no curso


de Direito ao Centro universitário Leonardo
da Vinci - Uni Vinci, a ser utilizado como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Direito.

Aprovada em____/____/______ nota___ (__________________)

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________
Orientadora: Profª. Ana Paula Varela

_______________________________________________
EXAMINADOR

_________________________________________________
EXAMINADOR
3
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me capacitado, por ter me dado sabedoria,


força de vontade e paciência para concluir esse curso maravilhoso, o curso de Direito
da FAMEG, Faculdade metropolitana de Guaramirim.
Ao meu marido e familiares que estiveram sempre ao meu lado desde o
início até o presente e feliz momento de conclusão do curso. Aos colegas de sala
que me deram dicas, apoio moral e foram fundamentais para a minha chegada até
aqui, aos professores pela sua dedicação em nos ensinar e mostrar o caminho. Em
especial a minha orientadora Ana Paula, que admiro pela sua dedicação e
inteligência que não negou esforços para me ajudar.

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RESUMO

Embora de não ter a informação necessária e a reputação negativa, é


indispensável saber que o marketing multinível é uma prática legal, sendo um modelo
de negócios que bonifica os cadastrados das empresas que ajudam a promover
certos bens de consumo e serviços, em escolha aos investimentos tradicionais em
publicidade. Importante saber que o marketing multinível não é crime, mas pode ser
confundido e conhecido no mercado, como pirâmide financeira. Sendo que o
marketing multinível não configura uma pratica ilegal por si só”, ao invés as pirâmides
financeiras são consideradas ilícitas, crimes contra a economia popular e podem ser
disfarçadas de marketing multinível legitima. A ausência de uma legislação própria e
um órgão governamental especializado para regulamentar e fiscalizar as práticas de
marketing multinível no Brasil fez com que muitas pessoas fossem enganadas
perdendo assim seus investimentos entrado em pirâmides financeiras disfarçadas
de MMN (marketing multinível), ou por terem entrado em empresas que foram
impedidas pela justiça nacional de trabalhar sob a suspeita de que tais organizações
seriam pirâmides , na verdade, o golpe financeiro mais conhecido nos EUA como
esquema de pirâmide se chamava esquema de ponzi. As leis que hoje são
sobrepostas aos casos envolvendo MMN não são o suficiente. O mercado financeiro
cresceu muito nos últimos anos e os conceitos que antigamente eram padrões
indiscutíveis estão ficando no passado. Por isso existe uma necessidade extrema de
ajustamento da legislação para as práticas de marketing multinível existentes no
Brasil. Diante disto , está em tramitação no Congresso Nacional o Projetos de Leis
de vários Senadores sendo eles: Eduardo Braga, Silas malafaia, e outros que
procura regulamentar a atividade do distribuidor do marketing multinível no Brasil.
Uma vez imposta a Lei do MMN os distribuidores e empreendedores não mais terão
nenhum tipo de problema com golpes financeiros disfarçados de MMN e com
bloqueios infundamentados por parte da justiça às empresas que são sérias, mas
são constantemente confundidas com pirâmides.

PALAVRAS CHAVE: Marketing Multinível, Regulamentação, Pirâmide


Financeira, Projeto de Lei.

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ABSTRACT

Despite the misinformation and negative reputation, we must recognize that the so-
called multilevel marketing is not an illegal practice. It is necessary not to confuse
MLM with the crime that is known in the market as a financial pyramid. The first is a
business model that rewards players with bonuses that help promote certain
consumer goods and services, as an alternative to traditional investments in
advertising. While the first "does not constitute a criminal offense per se," the
practices are crime and can be disguised as multilevel marketing. The lack of specific
legislation and a specialized government agency to regulate and supervise the
network marketing practices in Brazil has caused many people to lose money, either
by coming into financial pyramids disguised as MLM (multilevel marketing), or coming
into companies that were blocked by the national justice under the suspicion that such
organizations would be practicing, in fact, the best known financial hit in the US as
scheme so-called "ponzi". The laws that are now applied to cases involving MLM are
not suitable as they provide to other contexts, other realities. The financial market has
evolved a lot in recent years and the concepts that were once irrefutable paradigms
are becoming outdated. So there is a dire need of adequacy of Brazilian legislation
to existing multilevel marketing practices in Brazil. In this context, it is in the National
Congress Bill (PL) 6170/13 by Mr Silas House (PSD-AM), which seeks to regulate
the activity of multilevel marketing operator in Brazil. Once created MMN Law
consumers and entrepreneurs will no longer have any problems with financial scams
disguised as MLM and unsubstantiated blockages by the judgment to the companies
that your are serious, bu are constantly confused witpyramids.

KEY WORDS: Multilevel Marketing, Regulatory, Financial Pyramid, Bill.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................09

2. MARKETING......................................................................................................10

2.1. TIPOS DE MARKETING..............................................................................11

2.1.1 Marketing indireto................................................................................12

2.1.2 Marketing Direto..................................................................................12

2.1.3 Marketing de Nincho............................................................................13

2.1.4 Marketing de relacionamento..............................................................14

2.1.5 Marketing de Sazonal..........................................................................14

3. MARKETING MULTINIVEL................................................................................15

3.1 A HISTÓRIA DO MARKETING MULTINIVEL...............................................16

3.1 O MARKETING MULTINIVEL NO BRASIL..................................................23

3.3. COMPETÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE

VENDA DIRETA.................................................................................................27

4 PIRÂMIDE FINANCEIRA...................................................................................28

4.1 O QUE SÃO PIRÂMIDE FINANCEIRA.........................................................29

4.2 ORIGEM DAS PIRÂMIDES FINANCEIRAS..................................................32

4.3 PIRAMIDES FINANCEIRAS NO BRASIL.....................................................33

4.4 OS PRINCIPAIS CASOS DE PIRAMIDES FINANCEIRA NO BRASIL........34

4.5 A DIFERENÇA ENTRE PIRAMIDES FINANCEIRAS E O MARKETING

MULTINIVEL.................................................................................................38

5 LEGISLAÇÃO....................................................................................................40

5.1 A REGULAMENTAÇÃO DO MARKETING MULTINÍVEL NO BRASIL........43

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5.2 RESPONSABILIDADE CIVIL E A SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA..............45

5.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E O MARKETING MULTINÍVEL...................46

5.4 FUNCÃO SOCIAL DO CONTRATO E O PRINCIPIO DA BOA FÉ

OBJETIVA.....................................................................................................52

5.5 DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS..........................................................54

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................57

7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................59

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1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata da regulamentação do marketing multinível no brasil


e a necessidade de uma legislação para essa pratica no brasil. Como vem surgindo
muitas polemicas e desconfiança para os brasileiros, com o surgimento das
pirâmides financeira que se disfarçam de marketing multinível. O desconhecimento
da população e a falta de informação sobre o assunto, as pirâmides financeiras vêm
devastando a economia brasileira com promessas de enriquecimento rápido,
atentando assim contra a economia popular. Sendo assim necessário a
regulamentação de leis próprias para essa prática para que tanto distribuidor quanto
fornecedor não venham sofrer abuso contratuais, morais e materiais. Não apenas
sobre regulamentações, mas também sobre direitos e obrigações com os
consumidores (Código de Defesa do Consumidor), questões tributárias, questões
criminais (venda sem Nota Fiscal, promessas de enriquecimento, etc.) e outras
questões que sejam importantes para a realização de suas atividades. Sendo que
essa pesquisa tem a maior relevância para uma regulamentação própria dentro do
ordenamento jurídico brasileiro, para evitar a entrada de pirâmides financeira para
não ferir a economia popular, e está vedando as práticas abusivas pelo
empreendedor do marketing multinível contra seus cadastrados distribuidores
independente. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográficas, enriquecida com
site e revistas.

Sendo que o objetivo dessa pesquisa é analisar as leis que cabem ao MMN
no Direito brasileiro e assim, desenvolver essa modalidade dentro das leis que
tangem no Brasil. É importante e necessário que essa regulação das leis esteja clara
para os empresários que buscam empreender nessa modalidade para que não
estejam descumprindo nossas leis.

O presente trabalho será dividido em quatro capítulos, onde o primeiro, será


sobre o marketing multinível como deu início desse negócio e em seguida a história
de como se iniciou no brasil o segundo será analisado as pirâmides financeira e
como ela se originou dentro de nosso país, o terceiro será sobre a legislação
eminente nos estados unidos e os projetos de lei que tramitam em nosso senado e
a regulamentação do marketing multinível no brasil, e no quarto será relatado as

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considerações finais. E por último, as principais obras utilizadas foram de Edmundo
Roveri, Paulo de Tarso Aragão, Rodrigo Alberto Franzão Pinto.

2 MARKETING

Nosso dia a dia é rodeado de publicidades em todos os meios de comunicação


e pessoas são acometidas direta ou indiretamente por ofertas de produtos e serviços.
A sociedade capitalista beneficia o consumismo e a ideia de que o ter é mais
importante que o ser. Diante disto o marketing apareceu como benefício de questões
econômicas, no século XX, quando as empresas sentiram a necessidade de
melhorar o sistema de distribuição para concorrer e se destacar no mercado
consumidor. Sendo que seja uma forma simples podendo afirmar, que marketing é
um método social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de
que precisam e anseiam por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços.
Marketing, é uma via de duas mãos entre o mercado e as organizações, em que
estas buscam no mercado informações sobre seus desejos e necessidades,
recebendo como retorno, as informações. Para avaliar a verdadeira visão da
apreciação de marketing dentro das organizações, examina-se que, em essência,
ela deve se estender por praticamente toda a organização, principalmente para
aquelas diretamente relacionadas ao mercado.

De acordo com PINTO: (2017, p.11) considere:

Devido à existência de um mercado cada vez mais competitivo no Brasil, as


empresas de uma forma geral, assim como os vários tipos de organização,
precisam estar constantemente preocupadas com os clientes. Se não
puderem atendê-los, um concorrente poderá fazê-lo, e, então, os
competidores serão os vencedores.

Todas as atividades relacionadas com a procuram do contentamento dos


clientes, sejam eles internos ou externos, têm uma afinidade direta com os
responsáveis pelo marketing. Ao concentrar nos clientes a unica razão das empresas
viverem, as ações que influenciam seja positiva ou negativa na sua satisfação têm,
nos administradores de marketing. Analisaremos que o marketing é muito mais do
que instrumentos de promoção e vendas; trata-se de uma mera filosofia dentro das
organizações, filosofia esta que tem no cliente a principal razão da existência da
organização. As empresas orientadas para o marketing têm uma inquietação

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constante com as vontades dos clientes. Quando essas vontades mudam, as
empresas procuram crescer, evoluir guiando-se pelas orientações dadas pelos
clientes dizendo o que querem, e assim vão buscando formas que possam atendê-
los. (PINTO,2017. p.07)

Kotler (2000, p. 31) traz um conceito diferenciado de marketing definindo-o


como “um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas, obtêm
aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação
de produtos e serviços de valor com outros”.

A força que o marketing tem sobre a população é muito grande e as


empresas devem estar antenadas aos profissionais cuja conduta não seja
aceitável em relação ao consumidor e elaborar programas de orientações éticas
aos profissionais de marketing, que costumam ser acompanhada por todos.
Diante, o Código de Ética dos Profissionais da Propaganda de 1957 cuida-se
com a conduta destes profissionais, vedando o uso da má fé para atingir os
objetivos.
Art. 18 – O profissional de propaganda deve conhecer a legislação relativa
ao seu campo de atividade, e como tal, é responsável pelas infrações que,
por negligência ou omissão intencional, levar o cliente a cometer, na
execução do plano de propaganda que sugeriu e recomendou (BRASIL,
1957).

Quanto ao Código de Defesa do Consumidor de 11 de setembro de 1990,


este regulamenta as relações de consumo, objetivando atender “as
necessidades dos consumidores, o respeito à dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo [...]”. (BRASIL,
1990).
Desse modo, o marketing deve observar fatores sociais, o bem-estar
humano e ecológico e ainda, deverá focar na identificação das necessidades
não satisfeitas de forma a colocar no mercado produtos ou serviços que
proporcionem satisfação aos consumidores, ao mesmo tempo que gerem
resultados aos acionistas e a melhorar a qualidade de vida das pessoas e da
comunidade em geral.

2.1 TIPOS DE MARKETING


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Muitas pessoas pensam que marketing se é igual ou parecido com a
publicidade, o que não é. Necessariamente o caso a publicidade pode ser definido
como um tipo de marketing. Nós podemos definir marketing como um conjunto de
estratégias para selecionar o produto certo para o consumidor certo do lado dos
empresários, isso significa buscar e encontrar o consumidor para seus produtos.
Assim, marketing contempla uma série bem grande de possibilidades de
ações, cada uma indicada para um objetivo específico. Além disso, cada tipo de
marketing costuma funcionar melhor com um tipo de empresa ou instituição. Cada
tipo de marketing também possui seu conjunto de ferramentas e técnicas para
funcionar de maneira apropriada. Muita gente dúvida e acha charlatanismo, mas
marketing funciona se não está funcionando para você, ou o tipo escolhido foi o
errado ou suas técnicas não foram bem empregadas. (PINTO, 2017.p. 12)

2.1.1 MARKETING INDIRETO

Esse tipo de marketing trabalha com a ideia de expor a marca da empresa


para os consumidores fora de um contexto publicitário. serve para agir
subliminarmente na cabeça do consumidor, gravando a logo da marca e suas
características para eles se fixarem na memória do consumidor quando ele precisar
do produto. É a famosa frase “quem não é visto, não é lembrado” em forma de
estratégia de marketing. O Marketing Indireto é mais comum, pois ele encontra-se
em diversas propagandas televisivas, mostrando a marca do produto para os olhos
dos telespectadores como se não tivessem tal intuição. Por exemplo, quando atores
de novela usam tênis com a marca estampada. Tal estratégia faz com que você não
esqueça do slogan da marca, criando a necessidade de compra. (MORAES, 2014,
p. 38)

2.1.2 MARKETING DIRETO

Dentre os vários seguimentos do marketing, pode ser destacado o Marketing


Direto, nomenclatura que advém de um contato próximo existente entre vendedores
e clientes. É muito utilizado no mercado atual por proporcionar um relacionamento
gratificante entre empresas e clientes. Aragão (2009, p. 15), afirma que “as vendas
diretas se originaram com McConnel em 1886, que vendia livros de porta em porta

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oferecendo brindes para os clientes”. A partir daí várias empresas copiaram esta
fórmula, sempre a inovando e evoluindo.

O marketing direto possui diferentes terminologias, que evoluíram ao longo dos anos,
mas relacionam-se com o mesmo assunto, quais sejam: marketing de
relacionamento ou marketing one-to-one. Esse ramo do marketing é uma ferramenta
emergente que consiste em contatos diretos, de forma individualizada, entre a
empresa e seus clientes. É utilizado para que se possibilite uma relação
personalizada, contribuindo para uma maximização das vendas.

Na mesma linha, Kotler (1999, p. 333) aponta que:

“além de incomodarem os consumidores, alguns profissionais de marketing


direto são tão hábeis para contatar seu público-alvo e elaborar apelos
eficientes que têm sido acusados de tirar vantagens desleais de
compradores impulsivos ou menos refinados”.

A Associação Brasileira de Marketing Direto trabalha em prol do


desenvolvimento e aperfeiçoamento do marketing direto no Brasil e esclarece a
opinião pública sobre as funções econômicas e sociais desenvolvidas pelas
empresas que utilizam marketing direto. Assim, surgiu o Código que regulamenta o
marketing direto, com a finalidade de garantir uma boa imagem junto ao mercado
consumidor, de forma que favoreça a aceitação de técnicas de venda pelas
empresas e consumidores. Em 12 de março de 1997 foi aprovado o Código Brasileiro
de auto-regulamentação do Marketing Direto Código de Ética da Associação
Brasileira de marketing direto. Este código constitui a auto-regulamentação do setor
no Brasil. Objetiva prover princípios de conduta e aceitação a organizações que
atuam em marketing direto e prioriza princípios éticos e justos à conduta dos agentes
em relação ao consumidor.

2.1.3 MARKETING DE NINCHO

Diferente do Marketing de exclusividade, o Marketing de nicho identifica uma


macro ou micro tendência e se apropria delas para gerar ações voltadas a um
determinado público específico, por exemplo, alguma tribo urbana. O trabalho com
o marketing de nicho está muito ligado ao “cool hunting”, que identifica os modismos

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e hypes da sociedade e busca aproveitar os momentos para criar relações com a
marca que criem conexões com grupos específicos. Geralmente, a identificação de
tendências pode, inclusive, incentivar a empresa a lançar novos produtos ou novas
coleções, ao invés de apenas voltar suas ações de marketing a esses modismos.
(PINTO 2017, p.15)

2.1.4 MARKETING DE RELACIONAMENTO

Esse tipo de marketing é focado em obter um valor muito mais abstrato e


subjetivo para as empresas: um valor de relacionamento e imagem. Seu objetivo é
promover uma imagem positiva da marca ao associá-la com causas sociais,
solidárias e em áreas de vulnerabilidade. Você encontra Marketing Social em
empresas que apoiam essas causas ou eventos solidários. Mas tem que observar,
não é porque é um tipo de marketing que esse tipo de apoio é “falso” ou algo similar.
São ações genuínas para criar o valor e a identificação de uma marca, além de
exercer sua responsabilidade social para criar um ambiente melhor. Tem como
objetivo desenvolver uma relação entre cliente-empresa, revendedores-clientes. São
estratégias focadas em manter o cliente feliz e satisfeito com o produto ou o serviço
prestado pela empresa ou pelo revendedor. Normalmente empresas que vendem
itens consumíveis investem pouco nesse setor, o que é um erro. Empresas de
serviço são as clientes mais comuns desse tipo de ação. (MORAIS,2008. p. 20)

2.1.5 MARKETING SAZONAL

Esse tipo de marketing nasceu apenas em algumas épocas do ano.


Normalmente, em feriados tradicionais, como o Natal ou a Páscoa, as empresas
criam toda uma tática de marketing para voltar suas ações e até seus produtos para
se adequar à temática sazonal. Para alguns setores, a relação é bem óbvia.
Chocolates na Páscoa, flores no Dia dos Namorados, academia na chegada do
verão, entre outros, mas é possível encontrar oportunidades para ações sazonais
para qualquer tipo de empresa, desde que você identifique o papel dela no mercado
e como ela pode se relacionar com aquela data de maneira natural, sem parecer algo
muito forçado.(PINTO,2017p.17)

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3 MARKETING MULTINÍVEL

O Marketing Multinível é um negócio que se concretiza pela formação de uma


rede de indivíduos independentes que utilizam bens e serviços do fabricante e
revende para o consumidor, concretizado por meio do cadastramento de pessoas
que são indicadas por outras que já conhecem ou trabalharam com a empresa, a fim
de representar um produto ofertado. Essa prática exige uma grande preocupação do
legislativo para que a conduta das empresas em face aos revendedores não seja
lesiva.
Podemos definir o Marketing Multinível como sendo uma metodologia de
remuneração em rede, onde para cada venda de produtos e serviços
realizada por profissionais independentes sem a utilização de um
estabelecimento comercial gera o pagamento de comissões, bônus ou
prêmios, não só ao profissional que fez a venda como também para a sua
linha patrocinadora.(ROVERI,2013.p.09)

O Marketing Multinível possui diferentes nomes como multilevel marketing,


network marketing ou marketing de rede. Procede de vendas diretas e é um negócio
muito lucrativo e eficaz sendo que em certas as empresas necessitam criar novos
vínculos maior com o cliente para se manter no mercado.
“contribui definindo o marketing multinível como: um “sistema de
bonificações que premia os distribuidores que vendem, recrutam e treinam
outros distribuidores para a empresa”. Aragão (2009, p. 87)

Segundo Marks : (2006, p. 20) determina o marketing multinível como “um sistema
de distribuição, ou forma de marketing, que movimenta bens e/ou serviços do
fabricante para o consumidor por meio de uma rede de contratantes independentes”.
O marketing multinível alcançou muitos requisitos no decorrer dos anos além
de ganhar bonificação com as pessoas cadastradas diretamente, o distribuidor
também passou a ganhar bonificação com as pessoas que são cadastradas a baixo
de seus vendedores diretos trazido para a empresa. A remuneração passou a ser
vantajoso e a redução dos custos era surpreendente.
No mesmo sentido, pode-se citar outra vantagem do multinível:
[...] você cria uma organização de distribuidores independentes que podem
multiplicar de forma exponencial as suas comissões de vendas, uma forma
poderosa de alavancagem de negócios sem necessidade de novos e altos
investimentos, além disso estes mesmos distribuidores independentes
continuam a vender e indicar muito tempo depois que você resolver reduzir
as atividades, mantendo-lhe uma renda (NUSKIN,2013).

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Sabe-se que existe dois tipos de negociação no mercado: que é o método
tradicional que inclui a fábrica, o vendedor , o atacadista, o varejista até chegar ao
consumidor final, e o marketing multinível que entrou no mercado por ser mais
simplificado, sua forma de trabalhar se resume em fábrica, distribuidor e consumidor
final evitando o atravessador. O método tradicional possui um custo elevado por
passar por um montante de atravessadores que acaba por diminuir a margem de
lucro do vendedor final. O marketing multinível, diferentemente, faz com que o lucro
seja maior por não necessitar de tantos intermediários, sendo que o marketing
multinível vem crescendo sem controle no Brasil, coincidindo aos países onde o
sistema é mais desenvolvido (ARAGÃO, 2009.p.21).
O Multinível não é nenhum milagre, mas ele proporciona uma realidade que
o emprego formal jamais ofereceria. Basta imaginar que você, ao invés de
ganhar 100% do seu próprio desempenho, vai ganhar 1% do desempenho
de outras 100 pessoas. (ROVERI,2013, p.13)

3.1 A HISTÓRIA DO MARKETING MULTINÍVEL


Essa prática de marketing multinível ou marketing de rede teve origem no ano
de 1941. De uma forma geral e simplista pode se afirmar que marketing é a o
conjunto de instituições e os processos para criar, comunicar, entregar e
trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade
em geral. Essa acepção mostra a alcance da percepção do marketing. Ressalta que
o foco dessa atividade não é vender produtos para clientes. O marketing trabalha
com a geração de valor, e isso deve acontecer na percepção dos diferentes públicos
sobre o custo-benefício que a empresa entrega. Já o multinível é a venda direta, é
um modelo comercial de distribuição de bens ou serviços em que os ganhos podem
acontecer da venda efetiva dos produtos ou do recrutamento de novos vendedores.
Evitando gastos com publicidade. (PINTO,2017, p.10)
Kotler (2000, p. 29) traz um conceito diferenciado de marketing definindo-o
como: “um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas, obtêm
aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação
de produtos e serviços de valor com outros”.
No ano de 1941 o médico, químico e industrial, Dr. Carl Rehnborg lançou nos
Estados Unidos uma variante das vendas diretas. Funcionava da mesma forma, sem
atravessadores conhecida como venda direta, ou seja, os produtos deixavam as

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fabricas e iam direto para os distribuidores cadastrados independente para os
consumidores finais. Nas vendas diretas simples os distribuidores independentes
ganham em níveis e não apenas sobre os diretos, assim nascia o multinível. Os
cadastrados não gnhavam somente nas vendas e sim na formação de equipes de
novos cadastrados ligados diretamente a eles, em apenas um nível de bonificação.
“o marketing multinível nada mais é do que uma estrutura comercial dentro
do sistema de vendas diretas onde as pessoas que participam dessa
estrutura tem a possibilidade de optar por uma carreira dentro da empresa
que escolheram empreender, onde a carreira, é determinada pelo
recrutamento de pessoas, volume de consumo e venda de
produtos.”(PINTO,2017,p.24)

Segundo ARAGÃO:(2009, p.20). O que o Dr. Carl Rehnborg criou foi uma
derivação desse sistema, onde se ganhava em vários níveis. A empresa do Dr. Carl
Rehnborg era a Nutri lite. A partir desse momento foi lançado o sistema de rede
profissional, para a distribuição de produtos. Após o doutor Carl Rehnborg, iniciar
sua carreira como representante de venda direta da companhia americana na China,
na década de XX, e fazer observações sobre diferentes hábitos culturais nutricionais
Carl Rehnborg decidiu se dedicar aos estudos da nutrição para ajudar as pessoas a
atingir uma ótima saúde por meio de dieta balanceada. Mas o conceito de rede de
relacionamentos é muito anterior a isso. A Bíblia relata a história de Moises, e mostra
que ele arquitetou um sistema de relacionamento para melhor administrar seus
seguidores.
Segundo a BIBLIA, considere que:
“E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus,
homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por
maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez”;

O Êxodo é um dos cinco primeiros livros da Bíblia, cujo conjunto é chamado


de Pentateuco, todos de autoria de Moisés. Analisa-se que, seguindo o conselho
dado pelo seu sogro Jetro, Moisés fez uma sistematização da rede de
relacionamento em dez, cinquenta, cem e mil pessoas. Moisés escolheu os dez
melhores entre os três milhões para fazer parte de sua primeira linha de líderes. Em
multinível chamamos a estes da primeira linha de primeiro nível, ou diretos, por
estarem diretamente ligados ao patrocinador.
Para ARAGÃO:(2009, p.29), considera que: Os critérios que Moisés utilizou
para esta escolha? Identificamos pelo menos três critérios: Homens leais, ensináveis

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e que gostavam de ajudar pessoas a ajudarem pessoas. Estes dez também
escolheram dez cada um, que somam então cem pessoas no segundo nível. Os cem
colocaram cada um os seus dez, completando mil pessoas no terceiro nível. E assim
por diante, em progressão, até chegarmos a três milhões de pessoas. Moisés
sentava com os dez liderados diretos do primeiro nível, logo cedo pela manhã, e,
antes do final do dia, todos os três milhões já sabiam o rumo que deveriam tomar.

Segundo PINTO:(2017,p.26), considera que: Com o crescimento do


marketing multinível para os negócios teve origem com as vendas diretas, sendo
elas de porta-a-porta, e boca-a-boca, por Jay Van Andel e Rich DeVos no ano de
1949 passaram a ser distribuidores da Nutrilite e rapidamente se tornaram grande
escala de vendas transformando-a numa potência numa empresa multi- milionária.
O negócio prosperou e nasceu então a empresa American Way Association,
rebatizada como Amway voltada para a distribuição de produtos de limpeza para o
lar. O novo negócio se desenvolveu tão perfeitamente que acabaram comprando a
empresa Nutrilite, que havia sido pioneira no sistema multinível, em 1941. A época
a Amaway pagava 3 níveis de profundidade, o que ja revolucionou o mercado que
anteriormente pagava até a segunda geração.
“Quando você mostra o tamanho do Marketing de Rede e apresenta
argumentos concretos sobre o que está acontecendo neste mercado, sua
oportunidade passa a ter muito mais força. Daí as críticas se enfraquecem
e você patrocina as pessoas com uma atitude mais profissional, poupando
tempo e suas valiosas cordas vocais. Não tenho dúvidas de que o primeiro
componente da Fórmula da Liderança é a informação, a capacidade de
aprender e reunir conhecimentos que irão vender a oportunidade por você.
Estando bem preparado, com materiais de qualidade e uma boa dose de
conhecimento, ninguém mais será capaz de duvidar do que você está
falando”. (BUAIZ,1996, p. 08),

Para Buaiz (1996, p.10) considere que: “Nós temos um negócio fantástico nas
mãos, pois estamos no lugar certo e na hora certa. Temos números de crescimento
que impressionam, oportunidades de trabalho em um mundo carente de empregos,
tecnologia de ponta e produtos de qualidade superior”.
Dr. Carl Rehnborg apreendeu essa astúcia da psicologia humana e deu um
plus aos seus revendedores, que além de ser bonificado com os cadastrados diretos,
o Dr. Carl foi muito mais além. Os seus cadastrados passaram a ganhar bonificação
com as pessoas que seus diretos traziam para a empresa, o que foi uma revolução
completa na época. Diante deste negócio gerou uma enorme remuneração com

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ganhos extraordinários que chegou a enriquecer o empreendedor, porque atingia
vários níveis, sucedido daí o termo multinível. Sendo que, mais de 60 anos depois,
cerca de 95% das vendas diretas nos Estados Unidos são geradas através do
sistema em multinível, No Brasil, com índices em torno de 10%. percorremos a cada
dia mais e mais empresas que operavam novo modelo ocasionando a mudança de
novos termos técnicos para a atividade, como lateralidade e profundidade, por
exemplo. Lateralidade são as pessoas da rede ligadas diretamente a você;
Profundidade são as pessoas ligadas aos seus diretos, em todos os níveis abaixo de
você. (ARAGÃO, 2009, p. 33 e 34)
O conhecimento a mais de seis décadas de marketing multinível mostrou que
a lateralidade dá dinheiro e a profundidade dá segurança. Sendo que a partir de
tantas provações passar a existir a Engenharia de Rede, que veio para administrar
a entrada dos novos cadastrados na rede, segundo os respaldos da lateralidade e
profundidade, apontando a formação de uma rede produtiva. com vendas diretas
simples passarem a adotar o sistema multinível. A empresa do Dr. Carl Rehnborg,
agora com o multinível, teve um grande impulso. Graças ao advento das redes de
distribuidores, dentro de pouco tempo seus produtos chegavam a praticamente todo
o país. (ARAGÃO, 2009, p. 35).
Para Edmundo Roveri,(2013), é o negócio do século XXI com ganhos
impressionantes com flexibilidade de carga horaria de trabalho.
Sabemos que em um trabalho tradicional você depende sempre 100% de
você. Normalmente, você trabalha aproximadamente 8 horas por dia, 44
horas por semana e 220 horas no mês e, depois de 30 a 40 anos de trabalho
se aposenta ganhando na maioria dos casos, um valor bem inferior ao que
ganhava quando estava em atividade e, por muitas vezes, acaba
dependendo do governo, dos filhos ou de ambos para sobreviver.
Sendo que:
Já no mercado Multinível, com 30 a 60 horas de trabalho mensais, é
possível obter o mesmo ganho do mercado tradicional durante o mês sendo
que, devido à progressão geométrica de crescimento das redes, o sistema
poderá lhe proporcionar ganhos muito superiores e milionários, podendo
dar a você uma independência financeira depois de 2 a 5 anos de trabalho.

O Multinível precisa de muito trabalho, pois sabe-se que nada cai do céu, mas
se trabalhar seguindo os requisitos e as regras do marketing multinível ele
proporciona uma realidade que o emprego formal jamais oferece.
Segundo Pinto, (2017, p.27) considera que: Nos Estados Unidos fortaleceu a
indústria bélica americana e tudo o que dissesse respeito à guerra. Entretanto tudo

19
o que não estivesse a ela como atividade de marketing multinível, deixou de
prosperar. Só nos anos 50, com a retomada do crescimento americano no pós-
guerra, foi que o sistema de distribuição em multinível voltou a se expandir. A
empresa do Dr. Carl Rehnborg a Nutrilite, durante todo esse tempo a empresa
operou normalmente, mesmo nos anos da Segunda Guerra. Por isso, ela é
considerada como a mais antiga de marketing multinível do mundo.
A história de Mary Kay Ash nos anos 50 nos EUA. Sendo que era uma grande
empreendedora e foi líder TOP a mais de uma década, ela em diversas empresas
americanas de multi leve marketing (MLM). e já perto dos 60 anos de idade, ela criou
a primeira oportunidade de multinível voltada para a mulher (ARAGÃO, 2009, p. 40).
Ao decorrer dos anos, sendo que muitos empreendedores de sucesso se
destacaram no mercado do marketing multinível, mas ninguém como a senhora Mary
Kay Ash. Mesmo sem a sua presença desde 2001, suas palavras ainda refletem em
nosso dia a dia que são de sabedoria e lições de vida sendo assim continuam a
inspirar a mulher empreendedora, sendo fonte de motivação em todo o mundo. Ela
marcou incomparavelmente no mercado corporativo americano por proporcionar
oportunidades de trabalho para milhares de mulheres
Para LODEN:(1988). Considera-se que:
“Mulheres, em sua maioria, são profissionais ligadas aos detalhes de cada
situação, o que faz com que elas tenham uma visão ampla da empresa. Em
função de suas características pessoais, normalmente são bem-sucedidas
nos processos de comunicação e de negociação. Por terem uma jornada
dupla de trabalho, com função no trabalho e desempenho dentro de casa,
elas conseguem ser mais flexíveis no ambiente corporativo e ainda executar
diversas atividades ao mesmo tempo. E, aplicando seu instinto maternal,
conseguem obter melhores resultados com as pessoas”.

Apreciando a cultura feminina, por se desempenhar em seus trabalhos com


dedicação e comprometimento, elas são bem mimadas com premiações, e
presentes que não deixava a desejar por nenhuma mulher, eram joias caríssimas e
também um prêmio inédito um automóvel Cadillac todo cor-de-rosa, que a General
Motors produzia especialmente para a empresa. Ela foi a Srª Mary Kay, fundadora
em 1963 da empresa que leva o seu nome. Mary Kay Ash estava sempre a frente
do seu tempo, o tempo todo. Ela revolucionou o mundo feminino dos negócios,
criando mais oportunidades para as mulheres, construiu uma empresa guiada por

20
seus valores e empoderou as mulheres, colocando-as no controle de seu próprio
futuro.
De acordo com ASH:(1994, p.190) considera que:
Mary Kay Ash sempre acreditou que os valores corretos poderiam levá-la
até o topo. Ela permaneceu fiel às lições de vida que a moldaram como
pessoa eu sou a Regra de Ouro para guiá-la, certificando-se de que ela
estava sempre liderando pelo exemplo e elevando os outros ao longo do
caminho. Ela costumava dizer aos outros: “Nunca, absolutamente nunca,
comprometa seus princípios.” Sua integridade inabalável inspirou milhões
de mulheres e fez de uma das maiores empreendedoras e líderes do
mundo.
Para Rovery:(2013, p.07) explica que: “O Marketing Multinível é um assunto
tentador e até intrigante, uma indústria bilionária que oferece oportunidade real de
transformação de vidas e, muitas vezes, não é compreendida.”
O grande segredo para conseguir remunerar toda a estrutura está na forma de
pagamento das comissões e bônus, uma vez que o maior trabalho é realizado
através da “boca a boca” e não através de campanhas publicitárias milionárias, o
que permite aumentar o valor pago como comissão, bônus e premiações.
Com o crescer do sistema de redes do marketing multinível nos anos 60,
começaram a aparecer muitas denúncias na mídia americana. Acusavam as
legitimas empresas de multinível de pirâmides disfarçadas. com inúmeros processos
na justiça. Sendo que essa onda contrária ao marketing multinível nos Estados
Unidos na década de 60 foi apoiada por grupos e setores do mercado tradicional.
Durante anos haviam acusações nos tribunais contra um negócio, que é considerado
legítimo. Até que em 1979 a Suprema Corte Americana deu a última palavra sobre
a questão. (ARAGÃO, 2009 p. 41).
O marketing multinível tolerou muitas de falsas acusações nos estados unidos
na década de 60 apoiada e financiada por grupos e setores do mercado tradicional.
Estavam assustados se sentido ameaçados, com uma nova onda de distribuição
através das redes que não passava pelos seus estabelecimentos comerciais,
tampouco fazia publicidade nos meios de comunicação para divulgar os produtos e
incrementar as vendas. Sendo que marketing multinível, depois de XX anos de
embates, finalmente foi declarado como atividade perfeitamente legal e lícita. Então,
a partir daí começou uma nova fase na história do multinível. Surgiram centenas de
novas empresas, animadas pela recém-declarada legalidade do negócio. Porém,

21
outras centenas de empresas também fecharam as portas, num processo de seleção
natural (ROVERI, 2013, p.42).
Então, todos os líderes deixaram esta empresa e levaram suas redes para
pastos mais verdejantes, para novas empresas. Uma legítima empresa de multinível
jamais teria comportamentos inadequado com seus líderes. Ela tem um muito bem
definido plano de carreira, onde os ganhos são sempre crescentes. Ela investe no
suporte ao distribuidor, oferece uma gerência de marketing com pessoal
especializado, que organiza as promoções e premiações, por desempenho. É por
isso que estas legítimas empresas têm a consciência de que precisam dar todo o
suporte para que ela permaneça sempre motivada, durante toda a sua caminhada.
Daí as viagens, troféus, pins, prêmios em dinheiro, automóveis, joias, etc.
(ARAGÃO, 2009 p. 51).
De acordo com Buaiz:(1998, p.15) considere:
“Os planos de marketing multinível são estruturados para vender produtos
reais, efetivamente utilizados por consumidores, sendo a compensação dos
distribuidores ou revendedores decorrentes, principalmente, de efetivas
vendas e não do recrutamento de novos membros. Pirâmides financeiras
têm por finalidade obter recursos dos novos integrantes e é essa prioridade
que acaba influenciando as características da oferta, quando elas assumem
a forma de marketing multinível”

Para que todos entendam melhor o atual momento desta indústria que
movimenta bilhões de dólares em todo o planeta, o Marketing de Rede foi "dividido"
em ondas. A primeira onda ocorreu entre os períodos de 1941 e 1979, quando iniciou
o marketing de rede. Havia uma forte competição entre as empresas legítimas de
marketing de rede e aquelas conhecidas como pirâmides. Essa onde teve fim quando
a Comissão Federal de Comércio, o órgão de fiscalização americano, decidiu que o
marketing de rede e todas as empresas que faziam parte de negócio eram legítimos.
(ARAGÃO, 2009, p.45)
A segunda onda foi entre 1080 a 1989. Com o uso da tecnologia dos
computadores, ficou muito fácil criar uma empresa de MMN. Houve uma explosão
sem precedentes de empresas de marketing de rede, pois todo mundo queria ter a
sua empresa de MMN. Muitas nasciam em fundos de quintal e garagens, sem muita
estrutura, muitas delas quebravam depois do 4º ou 5º ano de funcionamento,
deixando milhares de distribuidores com milhares de dólares em produtos estocados
em suas casas (ARAGÃO, 2009 p. 47).

22
A terceira onda foi entre 1990 a 1999. Nos anos de 1990, tudo isso mudou,
criou-se leis para normatizar o segmento e uma série de empresários com
experiência profissional passaram a fazer parte dos quadros dessas empresas. A
automação também foi fundamental nesse processo. Sistemas de computadores
tornaram simples os complexos cálculos de comissões a serem pagas aos
distribuidores. O período de expansão do setor, que cresce mais que qualquer
economia, contando aproximadamente com 35 milhões de distribuidores no mundo
e esse número aumentando exponencialmente. As formas de vender os produtos e
serviços nunca foram tão fáceis, pois se perdeu o preconceito em relação às
empresas desse setor (ARAGÃO, 2009. p. 48).
A quarta onda foi no ano de 2000 Esta onda levou alguns especialistas a
acreditarem que o marketing multinível cresceria ainda mais no século XXI, o que
tem se consagrado. Prova disso é que grandes empresas multinacionais têm
apostado em empresas de marketing multinível em suas empresas. Este impacto é
efeito da imagem que o marketing multinível tem erguido por meio das empresas que
trabalham com o sistema e o aplicam com seriedade. (ARAGÃO, 2009, p.46).
E a quinta onda ao desenvolver, entende-se como a associação dos conceitos
de ou “marketing multinível e com o avanço da internet, sendo este o caminho mais
eficiente para a criação de um bom “network”, afinal, conceitualmente, a “internet”
nada mais é do que uma rede mundial de pessoas integradas por meio de um
receptor da mesma (smartphones, tablets, computadores, etc.) (ARAGÃO,
2009.p.47).
O fato é que, devido aos avanços tecnológicos, o nível de competição entre
as empresas aumentou, assim como o nível de exigência por parte dos clientes.
Essas mudanças trazem consequências positivas para o comércio, principalmente,
para o consumidor final.
3.2 O MARKETING MULTINÍVEL NO BRASIL
Com a chegada da prática do Marketing Multinível no Brasil, é preciso
conhecer o seu conceito e sua forma de atuação. Podemos ver que Marketing
Multinível como sendo um meio de remuneração , sendo que para cada venda de
produto e serviço efetivada por profissionais independentes sem precisar de um
estabelecimento comercial o negócio gera o pagamento de comissões, bônus ou

23
prêmios, não só ao profissional que fez a venda como também para a sua linha
patrocinadora (ROVERI, 2013, p.12).
Esse negócio veio para mudar a vida de pessoas comum trazendo uma renda
extra e melhorando a qualidade de vida. As empresas de Marketing Multinível só
chegaram ao Brasil na década de 1970, mas em razão da pouca informação, do
momento pelo qual passava o país e até mesmo por questões culturais, nenhuma
dessas empresas acabou prosperando e se mantendo ativas por muito tempo. O
Marketing Multinível permaneceu estagnado durante os anos que se seguiram, tendo
pouco efeito relevante no crescimento e desenvolvimento das vendas diretas no
Brasil. Isso durou até novembro de 1991. (ROVERI, 2013, p. 30).
De acordo com KOTLER,( 2000, p.30). considere:
O marketing multinível, traz um conceito diferenciado de marketing
definindo-o como um processo social por meio do qual pessoas e
grupos de pessoas, obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam
com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de
valor com outros.
Essa prática chegou ao Brasil através da Avon, há 50 anos. É interessante
notar que a Avon já trabalha com distribuição através do multinível há muitos anos
nos Estados Unidos, mas no Brasil ainda não. Sendo que foi a primeiras empresas
de vendas diretas a chegar ao Brasil foi, de fato, foi a AVON. Sendo que a AVON é
uma empresa apenas de vendas diretas, por não possuir lojas, assim sendo, os
produtos são distribuídos diretamente aos distribuidores independentes que sem
intermédio de atravessador levam os produtos aos consumidores finais. Esse
sistema de vendas diretas tem chamado a atenção de muitas pessoas pela
oportunidade de obter uma renda extra de fácil requisição, pois qualquer pessoa
pode ser tornar uma distribuidora independente sem maiores burocracias (ARAGÃO,
2019, p. 35).
marketing de rede é: qualquer método de marketing que permita
representantes de vendas autônomos recrutarem outros representantes de
vendas e receber comissões das vendas efetuadas por esses recrutas.
Esse modelo de negócio se torna proveitoso para todas as partes
envolvidas, direta e indiretamente. (NOBREGA, 2011 p. 12)

Nessa época ainda as empresas tinham um sistema antigos de


comercialização. Era necessário obter uma grande quantidade de estoque de
mercadoria, para desenvolver e administrar, sem ajuda de ninguém a equipe de

24
distribuidores cadastrados. Inclusive calculando e pagando os bônus de rede de
cada um deles. a rede de cada um deles.

Só no início de 1990 que foi chegando as primeiras empresas de marketing


multinível no Brasil e estão no mercado consumerista até os dias de hoje. As
empresas do ramo com o incentivo fornecido aos seus cadastrados ou melhor
dizendo distribuidores, promoviam encontros, treinamento e reuniões de
oportunidades de negócio para incentivar ainda mais os novos cadastrados, sendo
assim participando semanalmente ele se sentia com muita motivação de encarrar o
dia a dia. (ARAGÃO,2009, p.52)
Essa prática que as empresas do marketing multinível trabalham nas vendas
diretas e bonificar em formato de multinível. Esses estabelecimentos não são físicos,
onde o consumidor vai até ao endereço para obter o produto, sendo assim
indispensável entrar em contato com um distribuidor independente. Sendo que essas
empresas e seus distribuidores obtêm ganhos muitos maiores, e com o contato direto
com o consumidor tem a oportunidade de trazer novas pessoas interessadas em
obter uma renda extra, formando assim uma rede de consumo inteligente. Os planos
de marketing, como são chamadas as formas de bonificação em tais empresas, são
os mais variados possíveis, cada empresa adota uma forma diferente. Na maioria
dos casos é adotado um sistema de lateralidade e profundidade, onde a lateralidade
são as pessoas diretamente ligadas a você na rede e a profundidade são as pessoas
ligadas aos seus diretos em vários níveis abaixo. (Nobrega 2011.p.37)
Em novembro de 1991, surgiu em nosso território brasileiro a empresa
Amway, com seus produtos de limpeza diferenciados e a promessa de tornar seus
revendedores milionários através do modelo multinível. Tratando-os como
empresários, a Amway conseguiu reunir 200 mil revendedores em quatro anos de
atuação. No entanto, devido ao foco no time de vendas e não nos produtos, a
empresa não conseguiu manter a equipe. Mas hoje conta com sua sede em São
Paulo e três Centros de Experiência, em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, e
investe principalmente em dois segmentos, que são no setor nutricional e produtos
de limpeza para casa. (ROVERI,2013. p.29)
Em 1995, chega ao Brasil a Herbalife, como já dissemos, uma das maiores
empresas de nutrição que opera no modelo multinível. Com bases sólidas e uma

25
política consistente de bônus e premiações, continua ainda hoje, atuando no Brasil,
de forma rentável e sustentável, o que nos permite afirmar que sua vida ainda será
muito longa. Outra empresa de grande expressão que ao Brasil em 1998 foi a Mary
Kay, empresa de cosméticos que também atua no modelo de multinível e que
congrega hoje, somente aqui no país, mais de 150 mil consultoras cadastradas.
(ROVERI,2013.p.31)
Empresas brasileiras, como a Polishop adotam o Marketing Multinível como
um canal de vendas, sendo que, uma empresa com mais de R$ 1 bilhão de
faturamento anual, que atua com múltiplos canais de vendas, como as vendas
através do telemarketing e propagandas na televisão, vendas através das lojas que
são no sistema de franchising, entre tantas outras. Outro exemplo foi o Banco
Unibanco, que criou em 2007 o Mega Bônus, um sistema de Marketing Multinível
para vender um cartão de crédito que conquistou uma rede de mais de 2 milhões de
pessoas. Esta operação foi descontinuada após a aquisição do Unibanco pelo banco
Itaú. (ROVERI,2013. p.32)
A primeira empresa a se destacar em nosso território é a Perfam com a
distribuição de perfumes de várias essências, cosméticos e suplementos
alimentares, começando as atividades em 2002 e conseguiram cadastrar mais de
720 mil distribuidores. Ainda em atuação, a empresa mantém o modelo de multinível
voltado para vendas aos consumidores e inovou adaptando esse mesmo sistema de
vendas aos estabelecimentos comerciais em atacado e varejo. (ROVERI,2013.p.33)
Logo em seguida veio a Hinode uma empresa que até nos dias atuais está na
área com seus produtos de Perfumaria e Cosméticos que desde 1988 atua com as
Vendas Diretas. Durante 20 anos, a empresa paulista fez diversos investimentos e
se fortaleceu no mercado nacional com a proposta de oferecer às pessoas a
oportunidade de mudar de vida e, a partir de 2008, lançou um plano de compensação
em Multinível. ( ROVERI,2013.p.36)
O mercado brasileiro é muito atrativo e desejado por empresas de Multinível
de todo o mundo e, diferentemente de muitos países, o mercado brasileiro para ser
atendido de maneira eficiente depende que a maioria das empresas se instalem aqui,
para que consigam realmente desenvolver um bom trabalho em nosso mercado.
De acordo com ARAGÃO, (2000, p. 73), considere:

26
Iniciar um trabalho de marketing multinível sem fazer o que realmente
importa é como tomar um ônibus na estação rodoviária sem antes ler o
letreiro. Você poderá terminar em qualquer lugar, inclusive em algum lugar
onde você não gostaria de estar - o fracasso, por exemplo. O marketing
multinível dá certo desde 1941, quando foi criado nos Estados Unidos pelo
Dr. Carl Rehnborg, há mais de 60 anos. Mas para você ter sucesso neste
trabalho há um caminho a seguir. É como se fosse uma receita de bolo,
onde você não pode alterar os ingredientes nem a sua dosagem.

Portanto, posso dizer que o Marketing Multinível é a oportunidade de negócio


próprio popular, onde qualquer pessoa pode iniciar seu negócio sem grandes
investimentos e fazer dele o negócio de sua vida.
3.3 A COMPETÊNCIA DA ABEVD – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS
DE VENDA DIRETA.
ABEVD-A Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas relata que é
uma empresa particular que tem por objetivo organizar, fiscalizar, delimitar e até
mesmo criar condutas referentes às vendas diretas no Brasil, e até mesmo as
práticas de marketing multinível. A própria ABEVD se intitula como uma entidade
sem fins lucrativos fundada em 1980, e que tem por objetivo promover e desenvolver
a venda direta no Brasil.
As vendas diretas das quais o marketing multinível faz parte no Brasil têm seu
órgão regulamentador, a ABEVD – Associação brasileira das empresas de venda
direta, que é filiada à Federação Mundial das vendas diretas. Essa prática de
distribuição em marketing multinível tem crescido de uma tal forma que ultrapassou
todos os limites. A ABEVD já tem um núcleo de marketing multinível, que estuda e
agencia a prática multinível. No total de afiliadas na ABEVED, contamos hoje com
75 empresas (dados de 2012) que utilizam distribuição em multinível para seus
produtos ou serviços. Especialistas do mercado marcam que o trabalho de
desenvolver redes em marketing multinível é uma boa alternativa para os tempos de
desemprego e desaceleração econômica no Brasil, no biênio 2015-2016.
(ARAGÃO,2019. p.43)
Nos anos 70, a venda direta já era uma atividade em expansão no mundo:
contava com empresas que tinha compromissos e comprometimento que envolvia
milhões de trabalhadores q. Para representar essa que procuravam obter uma renda
extra, onde muitas indústrias que se desenvolvia rapidamente, nisso nos Estados
Unidos foi criada, em 1978 a organização não governamental World Federation of
Direct Selling Associations (WFDSA). E para o Brasil se basear em 20 de setembro

27
de 1979, nasceu em São Paulo a Associação Brasileira das Empresas de venda
direta (ABEVD) Vendedoras de Mercadoria a Revendedoras a Domicílio, ou Domus,
apoiada por empresas como Avon, Natura, Vogue, Christian Gray, Jafra, Yakult,
Tupperware e Stanley Home (ABEVD).
A importância da ABEVD é inegável de fato para o crescimento do setor de
vendas diretas no país, porém como a própria empresa se define ela é uma
associação que tem por objetivo promover e desenvolver a venda direta no Brasil,
ou seja, ela não é uma associação especializada em marketing multinível. Inclusive
é importante ressaltar que a ABEVD é uma empresa patrocinada por duas das
maiores empresas de vendas diretas no Brasil, Avon e Natura, empresas essas que
não tem interesse de ver o marketing multinível crescer, visto que os sistemas de
bonificação do MMN gera um interesse muito maior nas pessoas, o que diminui a
procura pelas empresas de vendas diretas apenas (ARAGÃO, 2009, p.59).
A ABEVD é uma instituição particular, patrocinada por empresas
multinacionais de vendas diretas, por isso ela não tem poder nem competência para
regular nada em nível de multinível. Não se trata de um órgão governamental, com
poder e competência instituídos em Lei para regular e fiscalizar as atividades de
marketing multinível no Brasil. Para entrar, ou seja, fazer parte da ABEVD, uma
empresa deve ficar à mercê da instituição aceitá-la ou não em seu corpo de
membros. A ABEVD teve sempre um papel atuante nos processos contra empresas
acusadas de praticar pirâmides financeiras, mesmo empresas que vem provando
perante a justiça sua legalidade (ARAGÃO, 2009, p. 60).
O julgamento da ABEVD é, portanto, extremamente parcial. Devido ao seu
histórico, a instituição ganhou o respeito da sociedade e até mesmo da justiça
nacional, levando as pessoas a crerem que fazer parte da ABEVD é um item
necessário para uma empresa de MMN ser considerada legítima.
4 PIRÂMIDE FINANCEIRA
Segundo a comissão de valores mobiliários- CVM, órgão que está ligado ao
DPDC- departamento de proteção e defesa do consumidor, através de boletim de
informação contra golpe o sistema de pirâmide financeira existe a muitos anos
praticamente a quase um século. No entanto tomou novos formatos e proporções
maiores com a ajuda da internet, a CVM afirma que o sistema de pirâmide recruta
pessoas que recrutam outras de forma progressiva. O objetivo principal é buscar

28
novos integrantes, pois os que entrarem alimentam o esquema do topo para baixo,
sendo que logo aquelas pessoas que entraram primeiro e estão no topo se
beneficiará, e que vier depois recebera pouco ou nada, tendo apenas prejuízo
configurando o golpe. A oferta de ganhos exorbitante fomenta pela bonificação do
recrutamento de novas pessoas para a rede, é característica principal para o sistema
A lei nº 1521/51: (BRASIL, 1951) estabelece pena de seis meses a dois anos
de prisão e multa para crimes de “obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento
do povo ou de números indeterminado de pessoas mediante especulações ou
processo fraudulento”. O esquema de pirâmide favorece sempre quem está no topo
e a base sustenta. Entretanto quanto mais a base/rede cresce mais gente perde
dinheiro à custa de um golpe a economia popular.
4.1 O QUE SÃO PIRÂMIDES FINANCEIRA
Infelizmente, mesmo após quase cem anos, muitas pessoas ainda confundem
o Marketing Multinível com esquemas de pirâmides financeiras. Isso ocorre porque
as pirâmides financeiras somente se sustentam através da entrada de novas
pessoas para o esquema e o Marketing Multinível utiliza a boca a boca, onde uma
pessoa convida outra para fazer parte de sua equipe. Algumas pessoas confundem
uma coisa com outra. Outros fatores são que algumas pirâmides também se utilizam
do modelo de remuneração do Marketing Multinível para expandirem seus esquemas
e também algumas pirâmides financeiras utilizam uma estrutura comercial de um
negócio autêntico e legal, no qual tiram vantagens de sua complexidade.
(ROVERI,2013, p.08)
No esquema piramidal, os produtos e serviços não têm valor comercial e,
muitas vezes, nem existem. Normalmente, os participantes são
remunerados somente pela indicação de outros indivíduos ao esquema,
sem precisar vender nada. Quem realmente lucra neste sistema
fraudulento, porém, são apenas as primeiras pessoas que entraram.
(ABEVD)

Essa prática conhecida como pirâmides aplicam golpes convincentes através da


promessa de ganhar dinheiro de maneira rápida e fácil. Temos que conhecer quando
um negócio é Pirâmide Financeira ou Marketing Multinível. O objetivo da pirâmide é
fazer com que os indivíduos realizem investimentos, ou seja, façam contribuições
financeiros para que em determinado prazo recebam muito mais do que investiram
sem vender qualquer produto ou serviço. A cada recrutamento, o dinheiro é

29
distribuído pela cadeia, chegando em seu maior volume ao idealizador do golpe que
sempre ficará com a maior fatia. (ROVERI,2013, p.09)
Segundo Roveri, (2013) considera que:
A estrutura se sustenta enquanto há pessoas ingressando no esquema. A
partir do momento em que cessa a entrada de novas pessoas e,
consequentemente, de novos aportes, a cadeia sofre um colapso e os
últimos a entrarem, ou seja, os indivíduos da base da pirâmide, serão
aqueles a sofrerem o maior prejuízo financeiro, uma vez que investiram e
não tiveram tempo de recuperar seu investimento.

A pirâmide financeira também utiliza de fatores psicológicos para manter-se


estruturada e aumentar sua base de receita.
Segundo ROVERI, (2013, p.10) considere uma situação hipotética:
Você, uma pessoa simples, trabalhador formal, decide investir num negócio
promissor que garante uma boa renda, sem saber que é um esquema de pirâmide
recém-criado. Separa parte de sua poupança e investe no esquema com a promessa
de dobrar seu valor investido em três meses. Passado esse período, realmente você
recebeu o seu dinheiro de volta e mais a parte prometida, ou seja, você dobrou o seu
dinheiro. Logo após, você se sente seguro de que o investimento que fez é ótimo e
a empresa é séria. Assim, pega o que investiu, o que ganhou e o resto do dinheiro
que estava na poupança e aplica tudo no negócio, pois tem certeza que vai ganhar
ainda mais e de fato ganha. Após mais três meses, volta a dobrar seus
investimentos. É nesta etapa onde ocorre o maior drama daqueles que entraram no
negócio, de boa-fé, sem saber que era um esquema fraudulento. O ser humano é
ganancioso e quando se sente seguro, não mede esforços para continuar ganhando.
Assim, decide reinvestir tudo o que ganhou, além de pedir empréstimos no banco,
vender patrimônios para aplicar tudo neste negócio maravilhoso. Aí se passando seis
meses com os novos investimentos não consegue mais ter seu dinheiro novamente
e vai ter que brigar muito por isso.
Atualmente estamos na era digital, onde as pessoas estão acostumadas em
obter uma resposta com apenas um clique, o que reforça uma cultura baseada no
imediatismo, que neste caso, reflete no desejo de enriquecer rapidamente. As
pirâmides financeiras, por sua vez, são negócios totalmente distintos do marketing
multinível. Elas são esquemas ilegais de movimentação financeira. Os modelos mais
comuns de pirâmides financeiras são: As Correntes e o Modelo Ponzi. Com o

30
objetivo de demonstrar a diferença, criei um quadro para que você consiga identificar
os dois tipos de negócios (ROVERI, 2013, p.48).
Um ponto fundamental para se definir um esquema de pirâmide financeira, é
um sistema insustentável, que funciona por um curto espaço de tempo e depois
quebra. Se, de alguma forma, alguém conseguisse criar um sistema onde não
haveria produtos, porém fosse totalmente sustentável isso não seria uma pirâmide
financeira, isso seria um maravilho, moderno e inovador modelo de negócio, mas
jamais um golpe, pois o golpe está fundamentado na lesão que traz às pessoas, e
se o sistema nunca irá ruir logo não irá prejudicar ninguém, logo não é um golpe,
logo não é ilegal. Guardem esse conceito, se o sistema for sustentável então não
será uma pirâmide financeira, mesmo que não tenha produtos (ROVERI, 2013, p.48).
Basicamente no Marketing Multinível você bonifica conforme resultados do
seu trabalho junto com a sua equipe. Nas Pirâmides embora possa existir
pagamento por realizar algum trabalho, os ganhos são fundamentados no
investimento e não há sustentação financeira quando novos profissionais deixam de
entrar no negócio. Além das diferenças apresentadas na tabela, há ainda mais
algumas observações que podem nos ajudar a identificar um esquema de pirâmide.
O marketing multinível legitimo só é possível obter renda com a venda de produtos
e isso pode levar mais ou menos tempo, dependendo da dedicação e vontade de
cada profissional. Já as pirâmides financeiras prometem lucros rápidos, com pouco
ou nenhum esforço. Podem também garantir rendimentos superiores ao
investimento inicial em pouquíssimo tempo (ARAGÃO, 2009, p.71).
No MMN, o produto é vendido por um preço justo. Um negócio que se mantém
terá pessoas que comprarão o produto no preço ofertado mesmo sem haver a
oportunidade de negócios. Já nas Pirâmides, ocorrem todas as situações, há
aquelas que não têm o produto, outras que tem um produto apenas para dizer que
o tem e colocam o preço nas alturas e também há aquelas que têm o produto,
inclusive a preços de mercado, mas é só para maquiar a outra parte da operação,
onde oferece ganhos baseados no investimento (ARAGÃO, 2009, p. 75).
Um esquema de pirâmide é um plano de investimento fraudulento que
trouxe e ainda traz para muitas pessoas em todo o mundo, a perda de seus
patrimônios. O conceito por trás do esquema de pirâmide é simples e deve
ser fácil de identificar, no entanto, a pirâmide é muitas vezes apresentada a
potenciais investidores em uma forma disfarçada ou ligeiramente alterada.
(ROVERI,2013. p.11)

31
Por esta razão, é importante compreender e analisar quando se configura um
trabalho como pirâmide, mas também se familiarizar com as várias formas e
diferentes modelos que este sistema pode aparentar.
Foi identificado dois modelos de pirâmides financeiras que se destacam que
são as correntes e o sistema Ponzi. O modelo de correntes é estruturado como uma
pirâmide. Ela começa com uma pessoa - o recrutador inicial - que está no topo, no
ápice da pirâmide. Este recrutador, para ter direito aos prêmios e bônus, deve
recrutar no mínimo, mais duas pessoas, por exemplo. Estas duas, por sua vez, para
também terem dinheiro a estes prêmios e bônus, devem recrutar cada uma, no
mínimo, mais duas, ou seja, o recrutador inicial já tem debaixo dele seis pessoas
investindo no esquema fraudulento. Esse processo continua até que a base da
pirâmide começa a se retrair, causando um colapso em toda a estrutura superior,
uma vez que é o dinheiro que entra na base que sustenta todo o esquema.
(ROVERI,2013, p.13)
Observe a representação da figura do volume de pessoas:

Fonte:google imagem
Podemos observar que os mais prejudicados são aqueles que estão na base
da pirâmide, onde se torna dificílimo recrutar o número de pessoas exigidas para
fazer parte dos níveis mais altos. Este modelo de negócios é ilegal em praticamente
todo o mundo. Estima-se que 90% das pessoas que se envolvem em um esquema
de pirâmide perdem dinheiro.
4.2 A ORIGEM DAS PIRÂMIDES FINANCEIRA.

32
As pirâmides financeiras são mais antigas que o próprio marketing multinível,
uma das táticas mais usadas no golpe das pirâmides financeiras é o esquema Ponzi.
Essa prática enganosa foi criada na década de 1920 por Charles Ponzi, um italiano
que imigrou para a América em busca de novas oportunidades. Quando aterrissou
nos Estados Unidos vindo do Canadá, conseguiu ver que, através de uma carta
recebida da Espanha, os selos internacionais podiam ser comercializados em
território americano, por um valor maior do que o valor conseguido no estrangeiro,
sendo que visualizou um possível negócio que poderia lhe trazer lucros.
(ROVERI,2013, p.15)
o sistema de pirâmide criado por Ponzi, o investidor não precisa indicar ninguém, o
sistema costuma crescer porque a pessoas indicam naturalmente e não ganham por
indicar. O ganho é baseado no volume financeiro investido. Depois de ser descoberto
de sua fraude Ponzi foi condenado e preso. Depois de cumprir sua pena, veio para
o Brasil e acabou seus dias internado em um hospital no Rio de Janeiro, pobre, cego
e paralítico, vindo a falecer no ano de 1949. (ROVERI,2013, p.18)
Através de um executivo chamado Bernard Madoff, que foi um dos fundadores
e ex- presidente da Nasdaq, bolsa de valores americanas das empresas tecnológicas
em Wall Street, já com os seus 70 anos de idade com um grande conhecimento no
mercado financeiro era procurado pelas autoridades americana por permitir que sua
empresa criasse um esquema de pirâmide que ficou conhecido como esquema de
Madoff. Ele agia com muita discrição evitando chamar a atenção do governo
Americano. E esse ato fraudulento durou a quase 18 anos até Bernard madoff ser
desmascarado, isso porque os Estados Unidos em 2008 sofreram uma grande crise
econômica. Sendo que após esse acontecimento ele foi preso e condenado a 150
anos de prisão. (ROVERI, 2013.p. 22)
Diante desse dois esquema piramidal que até hoje é usado pelos executivos
que trazem essa prática para nosso país como sendo os esquemas mais usados e
os que mais funcionam para enganar a população, com promessas de
enriquecimento rápido.
4.3 PIRÂMIDES FINANCEIRAS NO BRASIL.
Os golpes financeiros envolvendo o esquema de pirâmide começaram no
Brasil por volta de 1980.enloquecidos pelo desejo de enriquecimento rápido, muitas
pessoas foram vítimas desse engano. Apesar dessa prática ser prevista como crime,
33
este sistema ainda permanece a fazer vítimas pelo país e em todo o mundo. Nas
décadas de 1980 e 1990 milhares de brasileiros caíram no golpe, através de
recrutamento por cartas. Hoje em dia com a expansão da internet, esta prática vem
ganhando lugar novamente, só que ao invés de cartas agora os e-mails e as redes
sociais são as formas mais frequentes de recrutamento como foi no caso da telexfree
em 2013. (ROVERI,2013. p.26)
Sendo que cada vez mais cresce o número de casos envolvendo o sistema
de pirâmide no Brasil. Segundo o Ministério da Fazenda, “A pirâmide financeira é um
crime contra a economia popular”, já que promete ganhos elevadas, porém de uma
forma não sustentável. Somente de 2007 a 2011 foram abertos aproximadamente
24 processos contra ofertas semelhantes ao esquema de pirâmide. Isso mostra que
apesar deste golpe ser antigo, muitas pessoas ainda são vítimas dessa prática. A
mobilização desencadeada em casos envolvendo o sistema de pirâmides ganhou
força, despertando a atenção de todos os segmentos da sociedade brasileira. As
repercussões tem ganhado cada vez mais espaço na mídia. (ROVERI,2013. p.28)
Diante do aumento do desemprego no nosso país, diversas pessoas buscam
meios alternativos de renda para o seu próprio sustento ou de suas famílias.
Promessas de boa renda mensal e enriquecimento em um futuro próximo iludem
várias pessoas a participarem de esquemas de enriquecimento propostos pelo
Marketing Multinível.

4.4 OS PRINCIPAIS CASOS DE PIRÂMIDE FINANCEIRA NO BRASIL.


No Brasil surgiram muitas práticas de pirâmide financeira dentre elas
abordarei as que mais causaram repercussão na mídia. Como a BBOM,
MULTICLICK, TELEXFREE e por último a famosa UNICK.

A BBOM é uma empresa brasileira de rastreamento. A empresa relata que


atua em sistema de marketing multinível, e tinha sido acusada de pirâmide
financeira. Em 15 de dezembro de 2017 a Justiça Federal de Goiás determinou a
dissolução da empresa, indenização aos seus clientes e o pagamento de uma multa
de 100 milhões de reais por aplicar o esquema de pirâmide. O Ministério Público
Federal em Goiás (MPF-GO) deu um parecer solicitando julgamento definitivo do
processo envolvendo a empresa responsável pela marca BBom, que tramitam no

34
estado desde 2013. Segundo o MPF-GO, o laudo de uma perícia judicial aprova que
as atividades incidem em pirâmide financeira. Assim, pediu que a Justiça Federal
determine a indenização aos consumidores e investidores lesados, além da
dissolução da empresa. (TÚLIO,2016)

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE RESSARCIMENTO. PRETENSA


PARCERIA COMERCIAL. PAGAMENTO DE COTA PARA ASSOCIAÇÃO.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MONITORAMENTO E
RASTREAMENTO. ‘SISTEMA BBOM’. RELAÇÃO CONTRATUAL NÃO
FORMALIZADA. OMISSÃO DA EMPRESA NA ENTREGA DOS
PRODUTOS E PRESTAÇÃO DO SERVIÇO OFERTADO. SUSPEITA DE
PIRÁMIDE FINANCEIRA. DIREITO À RESTITUIÇÃO DOS VALORES
INVESTIDOS. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. DANOS
MORAIS INOCORRENTES. FRUSTRAÇÃO. MERO ABORRECIMENTO.
REVELIA. PLURALIDADE DE AUTORES. AUSÊNCIA À AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. 1. Correta a decisão que extinguiu
o feito sem solução de mérito em relação aos autores ausentes à audiência
de conciliação. Aplicação do art. 51, I, da Lei 9099/95. 2. A revelia da
requerida permite ao julgador acolher como verdadeiros os fatos articulados
pelos autores. Aplicação do art. 20 da Lei 9099/95. 3. Restou comprovado
que os autores fizeram o aporte de R$ 3 mil à empresa requerida, com o
intuito de ingressar na rede de vendas de rastreadores e de prestação de
serviços de monitoramento. Ocorre que após receber a quantia paga pelos
autores, a empresa não formalizou a relação, omitindo-se no que tange ao
fornecimento dos equipamentos prometidos e à prestação do serviço
ofertado. 4. O descumprimento da oferta impõe a restituição dos valores
pagos pelos autores, sob pena de enriquecimento ilícito da empresa.
Sentença reformada no ponto. 5. Cabia aos autores a prova do abalo na
esfera extrapatrimonial, além da mera frustração. Ônus que não foi
satisfeito, a teor do art. 373, I, do CPC. Mantida a improcedência do pedido
de indenização por danos morais. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(Recurso Cível, Nº 71006873095, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: José Ricardo de Bem Sanhudo, Julgado em: 25-07-
2017)
Já a MULTICLICK, O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) conseguiu
na Justiça o congelamento de bens da Multiclick Brasil e de todos os seus sócios. A
empresa ainda está vedada de cadastrar novos distribuidores, por suspeita de ser
uma pirâmide financeira que atraiu 300 mil pessoas. A Multiclick e seus sócios
também estão impedidos de receber ou enviar dinheiro para o exterior. O modelo de
negócios da Multiclick prometia lucros de R$ 160 a R$ 800 por mês em troca de
investimentos iniciais de R$ 600 e R$ 2.750. O faturamento viria da venda de
produtos por meio de marketing multinível – um sistema de varejo legal baseado em
representantes autônomos sendo por colocação de anúncios na internet. O MP-SC
anunciou em nota que o bloqueio visa a garantir a indenização de quem investiu no

35
negócio. a Multiclick chegou a pedir à Justiça que a livrasse de um eventual
congelamento e os pedidos não foram atendidos. (SORANO,2013)
RECURSO INOMINADO. RESCISÃO DE CONTRATO. SERVIÇOS DE
PROPAGANDA ELETRÔNICA. CONTRATOS DE ADESÃO `AFILIADOS`
DE MULTICLICK BRASIL PUBLICIDADE LTDA ME. Ainda que se indique
atividade que a empresa ré induz em erro os seus contratantes a partir de
promessa de lucro fácil com pouco esforço e dedicação, o reembolso exige
a comprovação do pagamento. Prova inexistente no caso concreto, não
sendo possível conhecer documentos juntados apenas com as razões
recursais sob pena de violação do princípio do duplo grau. A frustração de
expectativas emprestadas ao contrato e ao negócio, que se caracterizam
de alto risco, pelas suas semelhanças com "pirâmide financeira", não
permite reparação por danos morais. Sentença confirmada. RECURSO
IMPROVIDO. (Recurso Cível, Nº 71005872114, Turma Recursal Provisória,
Turmas Recursais, Relator: Juliano da Costa Stumpf, Julgado em: 27-06-
2016)

A empresa Ympactus Comercial Ltda. ME, sendo representada pelo seu nome
fantasia Telexfree, com sua sede localizada no Brasil no estado Espírito Santo, diz
operar com prestação de serviços de telefonia VoIP (por meio da internet). Para o
serviço poder ter mais conhecimento, a empresa comercializar pacotes a
“divulgadores", que compram e revendem contas e "recrutam" novos revendedores.
A divulgação é feita principalmente pela internet. Para ser um colaborador, o
interessado precisa obter uma taxa de adesão e comprar os pacotes de contas,
que custam a partir de US$ 289. Ele persuade outras pessoas a participarem, que
também investem dinheiro, e proporcionam comissão a quem convidou.
Estimativas do MPF e do Ministério da fazenda distinguem que a atividade
comercial da empresa não é sustentável no longo prazo e evidencia prática
conhecida como "pirâmide financeira", o que é considerado crime contra a
economia popular.
Como já havia sido previsto desde fevereiro, uma decisão da Justiça do Acre
pode ter decretado o fim da Telexfree, a maior pirâmide financeira da história do
Brasil. A Telexfree prometia aos usuários que a diferença viria dos lucros de seu
serviço Voip, apresentando inclusive estatísticas sobre o crescimento do uso de
seu programa. Entretanto, o produto oferecido pela empresa se mostrava pouco
competitivo no próprio mercado Voip, com um plano mensal de 3 mil minutos em
ligações por R$ 97,91 (US$ 49,90). Como já foi falado, uma empresa, para poder
pagar bônus fixos, precisa usar o dinheiro investido pelo novo franqueado para

36
aplicar em alguma fonte de renda que possibilite a empresa lucrar e ainda poder
pagar os bônus fixos prometidos.
APELAÇÃO CÍVEL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA COLETIVA. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. PRÁTICA DE ATO ATENTATÓRIO À ECONOMIA
POPULAR. ESQUEMA DE PIRÂMIDE FINANCEIRA INTITULADO
TELEXFREE. SENTENÇA INDEFERIU A INICIAL, RECONHECENDO A
ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO DEMANDANTE ANTE A
AUSÊNCIA DE PROVA DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA
ENTRE AS PARTES. RECURSO DO AUTOR. ALEGADA
IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA ANTE A IMPOSSIBILIDADE DE ACESSO AOS
BANCOS DE DADOS DA DEMANDADA. INSUBSISTÊNCIA.
REQUERENTE QUE, A DESPEITO DOS ARGUMENTOS DEDUZIDOS
NA INICIAL, NÃO ACOSTOU AOS AUTOS DOCUMENTOS HÁBEIS A
COMPROVAR O DISPÊNDIO DE VALORES PARA INGRESSO NO
PROGRAMA TELEXFREE. LEGITIMIDADE PARA PLEITEAR A
RESTITUIÇÃO DE VALORES QUE PODERIA SER DEMONSTRADA
MEDIANTE JUNTADA DE COMPROVANTES DE PAGAMENTO DE
QUALQUER NATUREZA. AUSÊNCIA DE PROVAS NESTE SENTIDO.
EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO QUE SE IMPÕE.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TJSC, Apelação Cível n. 0301588-46.2017.8.24.0028, de Içara, rel. Des.
Denise Volpato, Sexta Câmara de Direito Civil, j. 20-08-2019).
E por último abordarei o caso da unick que tem causado muita repercussão
deixando desamparado muitos divulgadores que investiram todas suas economias e
foram prejudicados materialmente. A Justiça Federal aceitou a denúncia do
Ministério Público Federal (MPF) contra a Unick Forex. Com as denúncias dos
prejuízo os diretores da unick forex já estão encarcerados, Leidimar Lopes e Danter
Silva agora vão para o banco dos réus. A lista de crimes considerada pela Justiça é
longa, conforme o despacho que cita o MPF. os integrantes do bando obtinham “vantagens
econômicas mediante a prática dos crimes de emissão de títulos ou valores mobiliários sem
autorização”, praticavam evasão de divisas, lavagem de dinheiro e operavam de instituição
financeira sem autorização legal. O dinheiro da operação foi, em parte, enviado ao exterior.
A Unick Forex estava vedada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
de operar no mercado, mas eles não estavam nem ligando mesmo assim
permanecia vendendo produtos. Como sempre as promessa de lucro de 100%
sobre o valor investido em até seis meses, a empresa captou ilegalmente cerca de
um milhão de pessoas até começar ser investigada pela Polícia Federal Na
operação, a Policia Federal prendeu nove pessoas. O diretor-jurídico, Fernando
Lusvarghi, não foi capturado e é considerado foragido pela Justiça. O relatório

37
parcial sobre o caso da pirâmide indica uma dívida bilionária da empresa com seus
clientes cerca de R$ 12 bilhões.
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CRIMES CONTRA A
ECONOMIA POPULAR. ART. 2º, INC. IX, DA LEI Nº 1.521/51. PIRÂMIDE
FINANCEIRA. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO.
POSSIBILIDADE. AUSENTE ILEGALIDADE OU ABUSO DE DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. Com base nos documentos do feito, a empresa “Unick
Forex”, está ligada a um esquema de pirâmide financeira, atuando de forma
irregular ao realizar atividades no mercado de valores sem documento
expedido pela CVM, captando “clientes” das mais diversas formas,
constituindo em crime contra a economia popular. Na espécie, não há
ilegalidade ou violação a direito líquido e certo na decisão do magistrado
que aplicou as medidas cautelares diversas da prisão de interdição da sede
física da Unick Forex no Município de Crissiumal e proibição de oferta e
divulgação, por qualquer meio, dos serviços prestados pela empresa diante
da ausência de autorização da CVM para a sua operação. Como se sabe,
a via do mandado de segurança requer prova documental pré-constituída,
plenamente apta a demonstrar que o direito reclamado é indiscutivelmente
líquido e certo, o que impede a dilação probatória. Desse modo, consoante
os indícios de materialidade e autoria dos delitos, mostra-se necessária a
aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319, inc. IV, do CPP,
para fins de garantir a investigação, bem como para fins de evitar a prática
de delitos pelos investigados. ORDEM DENEGADA. (Mandado de
Segurança, Nº 70081037863, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Rogerio Gesta Leal, Julgado em: 25-04-2019)

É importante que diante de tanta ilegalidade os legisladores de uma atenção


mais minuciosamente para o fato de que o Marketing Multinível necessita de
normatização de forma específica, para que assim não haja brechas para a prática
de abusos contra o consumidor e/ ou trabalhadores autônomos, e crimes contra a
economia popular, com a prática de pirâmides.
4.5 A DIFERENCA ENTRE PIRAMIDE FINANCEIRA E MARKETING MULTINIVEL.
No Marketing multinível, o produto é vendido por um preço justo. Um negócio
que se mantém terá pessoas que comprarão o produto no preço ofertado mesmo
sem haver a oportunidade de negócios. Já nas Pirâmides, ocorrem todas as
situações, há aquelas que não têm o produto, outras que tem um produto apenas
para dizer que o tem e colocam o preço nas alturas e também há aquelas que têm o
produto, inclusive a preços de mercado, mas é só para maquiar a outra parte da
operação, onde oferece ganhos baseados no investimento. - Ao contrário do
marketing multinível que se organiza sobre princípios legais, as pirâmides financeiras
configuram Crime Contra a Economia Popular, previsto por nossa legislação.
(ROVERI, 2013,p.46)
De acordo com Raimundo, (2013), considere que:
38
“Apesar de as Pirâmides Financeiras usarem o modelo de Marketing
Multinível para maquiar sua atividade ilícita, é possível notar diversas
diferenças e é isso que quero apresentar a vocês, Este conflito de
informações atrapalha e prejudica os profissionais de Marketing Multinível,
uma vez que o nosso negócio, realizado de forma séria e legal, é confundido
com uma atividade fraudulenta e ilícita.”

Diante desse negócio o marketing multinível coloca relações contínuas de


consumo com o consumidor. Sendo que na pirâmide, o que se está comercializando
é a troca dos próprios interesses internos. O marketing multinível, além de oerecer
e realizar treinamentos e dar suporte aos seus vendedores, garante continuidade
nos processos. Já a pirâmide normalmente se caracteriza pela falta de treinamento
aos seus membros, estabelecendo como regra a captação de novos distribuidores.
No marketing multinível a recompensa é proporcional ao esforço de cada um. Na
pirâmide ganha mais quem está no topo da hierarquia e/ou aquele que mais investe
a tempo, antes do esquema desmoronar. (ROVERI,2013, p. 52).
Segundo ROVERI: (2013.p.48) considere que:
O objetivo da empresa que tem um modelo de negócio é beneficiar o seu
distribuidor pela venda do produto, bem como os revendedores que se dedicam e
trabalham firme para montar sua equipe, que normalmente são os que o recrutaram
e treinaram este profissional. O marketing multinível é uma atividade legalizada,
baseada na comercialização de produtos e serviços. Ele se baseia em princípios e
fundamentos éticos e legais e pode gerar bons rendimentos aos profissionais,
dependendo, sempre dos resultados de cada um. Já as pirâmides financeiras, são
negócios totalmente distintos do marketing multinível. Elas são esquemas ilegais de
circulação financeira, ferindo a economia popular dos brasileiros.
Perante a essa prática Compara-se Marketing multinível e Pirâmide, sendo
que no marketing multinível sempre tem produtos viáveis, com preço atraente, o
comerciante deve sempre provar que conseguiu revender para o consumidor final, a
empresa do marketing multinível garante a compra dos produtos, e evita o acúmulo
de estoques na rede sendo que também a empresa faz mais propagada dos produtos
com o sistema de boca a boca para que seu revendedor possa obter mais lucro, e
os impostos dessa prática são recolhidos normalmente e Não há taxa de entrada, ou
seja ela não é fundamental para a sustentação da empresa.
Já no sistema de pirâmide não existe produto duradouro, e se tiver pode acreditar
que é um preço bem mais caro do que os dos concorrentes, o consumo quando tem

39
se dá apenas por quem também é revendedor. Aonde não há um consumidor final,
a recompra dos produtos não é garantido, eles não acumulam estoques porque
muitas vezes nem tem produtos, há mais propaganda dos lucros que o comerciante
pode obter do que do produto em si, diante dessa prática ilegal a empresa não
recolhe impostos, e a taxa de entrada existe e é a principal fonte de faturamento da
empresa.
Essa comparação é muito evidente e indica corretamente que no marketing
multinível tem que haver produtos para comercialização, elas fazem treinamento com
seus distribuidores, paga os impostos devidos. Já nas pirâmides somente há mais
propaganda e falsas promessas de enriquecimento ilícito.
5 LEGISLAÇÃO.

A legalidade E legitimidade dessa prática o marketing multinível começou em


1975, nos Estados Unidos, quando, aconteceu uma repercussão em face da Amway.
Essa empresa fez com que muitas outras empresas denunciassem a companhia ao
ponto de esta ser acusada pela Federal Trade Comission (Comissão de Comércio
Americano) de operar um esquema piramidal. Essa investigação durou cerca de 4
anos até 1979, depois disto foi lançado o Regulamento da Amway pela Suprema
Corte, onde reconheceu o marketing multinível como um modelo de negócio legal,
permitindo assim, que pudesse ser praticado em todo o país. Para que esse
processo não voltasse à tona, foi criado, em 1978, a World Federation of Direct
Selling Association (WFDSA – Federação Mundial das Associações de Venda
Direta) no intuito de manter a regularidade deste modelo de negócio e proteger
empresas, distribuidores e clientes finais contra ações de má-fé. (FERREIRA,2016)

A WFDSA, não possui fins lucrativos, e estabelece diretrizes e códigos de


conduta como por exemplo, critério de recrutamento, informações sobre produtos,
direitos do consumidor e prazos para devolução de produtos, no intuito de manter o
bom relacionamento das vendas diretas com a ferramenta do marketing de rede.
Essas diretrizes, são a base para o código de ética existente em mais 60 países,
adotado pelas maiores associações ao redor do mundo afiliadas a WFDSA, que
“amparam” esse modelo de negócio em nações onde essa ferramenta ainda não é
regulamentada, como no Brasil, por exemplo, através da ABEVD – Associação 46
Brasileira de Empresas de Vendas Diretas, criada por volta de 1980, por grandes

40
companhias brasileiras. Desse modo, as empresas brasileiras que são associadas a
ABEVD, devem respeitar os critérios e exigências definidos pela WFDSA, e isso,
proporciona maior segurança ao setor de vendas diretas e marketing multinível
(FERREIRA,2016).

Segundo SOUZA, (2014) considere que. Atualmente, existem 5 projetos de lei


apensados (6775/2013; 6667/2013; 6170/2013; 6206/2013 e 413/2018) que
tramitam na câmara legislativa com o propósito de regulamentar o marketing
multinível no Brasil. Por exemplo o projeto de lei 6667/2013, de autoria do Deputado
Federal Acelino de Freitas (Popó) propõe, além da regulamentação do marketing
multinível, estabelecer normas de proteção aos empreendedores, segurança jurídica
para as empresas que atuam neste segmento e garantia para que os distribuidores
possam trabalhar e ter seus direitos resguardados. Já a PL 6170/2013, de autoria do
Deputado Silas Câmara, propõe a exigência de idade mínima de 18 anos, ausência
de problemas com a justiça por parte dos novos distribuidores, ou seja, penal,
comercial ou civil, estar em dia com o serviço militar, além de ter um contrato de
trabalho com a empresa a qual atua. Já o Projeto de Lei do Senado (PLS 413/2018),
sugerido pelo senador Eduardo Braga (2018) que regulamenta as atividades de
marketing multinível no Brasil, prática também conhecida como marketing de rede,
que engloba sistema de pagamentos e de venda de produtos ou serviços por meio
de cadeia de empreendedores independentes. Sendo que estabelece as
características do marketing multinível, e cria obrigações e vedações para empresas
e empreendedores independentes

O senador Eduardo Braga, (2018) explica que o marketing multinível é


sustentável economicamente em razão da venda de produtos e serviços.

— Estamos propondo a regulamentação da atividade para proteger as


empresas sérias, os empreendedores independentes e os consumidores.
Estamos estabelecendo balizas para a atividade, ao mesmo tempo em que
estamos dando cumprimento ao artigo 201 da Constituição, no que se refere
à filiação obrigatória à Previdência Social de pessoas que exercem
atividade econômica sem vínculo de emprego — explica Eduardo Braga na
justificativa do projeto

Esse penúltimo projeto, acabou sendo arquivado e perdendo forças pela


ausência de acompanhamento do mesmo, debate público, e participação das
empresas, o que demonstra ser um absurdo descaso, tendo em vista que países de

41
primeiro mundo já possuem uma legislação específica para o setor, refletindo a
credibilidade e a tendência que representa esse setor na economia, bem como,
proporcionando maior segurança a empresas e distribuidores. Inclusive, a própria
vizinha Colômbia, possui uma das melhores legalizações sobre o marketing
multinível no mundo.

Em relação aos tributos, o site negócio MMN,(2017) aponta que o Estatuto do


Vendedor Direto, em conformidade com o Código Comercial Brasileiro (Lei nº 556
de 25/06/1850 e revogada pela Lei nº 10.406, de 10/01/2002) estabelece que as
companhias de venda direta que utilizam da ferramenta do marketing multinível, 47
estão submetidas as mesmas leis que regem qualquer outra empresa de venda
direta, ou seja, todos os tributos da empresa, bonificações e comissionamento pagos
aos seus distribuidores também estão submetidas ao recolhimento de impostos.

De um modo geral, tendo em vista a repercussão nacional e global do


marketing multinível na economia, perante o número de oportunidades a qual essa
ferramenta oferece, o resultado com as vendas que vem obtendo, e a situação legal
em grandes potências econômicas ao redor do mundo, faz-se necessário a
regulamentação imediata deste setor também no Brasil. Já existem projetos de leis,
ideias, alta representatividade de distribuidores, forte volume de faturamento que
fundamentam e justificam essa tomada de decisão. Contudo, é notório que esse feito
não acontecerá do dia para a noite. É preciso amadurecer a ideia e debater sobre o
tema, para que o veredito não implique em tomadas de decisões precipitadas que
possam prejudicar o setor, retroagindo o mesmo ao ponto de partida, afinal de
contas, o MMN, vem obtendo grandes resultados pela sua flexibilidade. FERREIRA,
(2016)

No Brasil, os crimes contra o sistema financeiro estão previstos em Lei desde


o começo da década de 1950, pela Lei nº 1.521/51. Esta lei, na verdade, está
relacionada aos crimes contra o consumidor, contudo, adiante transcreveremos
somente os principais tópicos, isto é, os artigos pertinentes aos crimes contra a
economia pública. (ROVERI,2013, p.31)

Principais tópicos da lei 1.521/51, destaca-se:

Em seu artigo 2º, a Lei prevê como crime, entre vários delitos:

42
[...]
IX - Obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de
número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos
fraudulentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardismo”, pirâmides e
quaisquer outros equivalentes).
X - Violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteios ou deixando
de entregar a coisa vendida, sem devolução das prestações pagas, ou
descontar destas, nas vendas com reserva de domínio, quando o contrato
for rescindido por culpa do comprador, quantia maior do que a
correspondente à depreciação do objeto.
[...]
Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos nesta Lei, bem
como na de qualquer outro de defesa da economia popular, sua guarda e
seu emprego considerar-se-ão como de primeira necessidade ou
necessários ao consumo do povo, os gêneros, artigos, mercadorias e
qualquer outra espécie de coisas ou bens indispensáveis à subsistência
do indivíduo em condições higiênicas e ao exercício normal de suas
atividades. Estão compreendidos nesta definição os artigos destinados à
alimentação, ao vestuário e à iluminação, os terapêuticos ou sanitário.

A pena para estes tipos de crime é de seis meses a dois anos de detenção,
mais o pagamento de multa previamente estabelecida pelo juiz. O certo é que
atualmente o congresso brasileiro está reavaliando alguns pontos dessa lei, na
tentativa de agravar a pena para os chamados crimes contra a economia popular. O
intuito é diminuir as ocorrências desta prática que vem trazendo enormes prejuízos
tanto à economia quanto aos investidores desses sistemas insustentáveis e
fraudulentos.

5.1 AREGULAMENTAÇÃO DO MARKETING MULTINÍVEL NO BRASIL.

Essa prática no Brasil ocorre que não há muito conhecimento, assim como a
legislação precisa se enquadrar nas leis brasileiras os operadores do marketing
multinível possa trabalhar de forma correta no Brasil. Sendo que em nosso país não
possui legislação específica e nem Doutrinas que fale sobre a atividade desse ramo
o Marketing Multinível, e a prática dessa atividade não é proibida pela nossa
legislação. Quando o marketing multinível surgiu houve muita discução devido à
comparação com pirâmide financeira, porém os legisladores buscaram conhecer
essa modalidade e adequar as nossas leis brasileiras. (CÂMARA, 2014)

Muitas reformas sobre as normas do marketing multinível ainda há de se fazer


para que a população conheça esse novo negócio que vem adentrando com força
no mercado e perca o preconceito implantado na sua mente no passado. Empresas

43
de distribuição do marketing multinível são aquelas que tem produtos para
comercializar por intermédio de comerciantes ou distribuidores que, por sua vez,
patrocinam outros, recebendo pagamentos baseados sobre as vendas realizadas
pelos patrocinados. (CÂMARA, 2014)

Em todo país segundo Deputado Sila: (2016). Considera:


é crescente o anseio da população por uma legislação específica que possa
nortear as relações comerciais entre operadores e a empresas as quais eles
representam, ou de forma indireta, constituem parcerias comerciais. Os
consumidores destes produtos ou serviços também necessitam de um
amparo legal para se proteger contra eventuais danos causados por
operadores ou empresas de MMN.

Em nosso legislativo existem alguns projetos de lei para regulamentar essa


prática e tem por objetivo coibir os abusos e fraudes contra distribuidores,
empreendedores e consumidores. Diante de tantas repercussões que vem
ocasionando essa prática podemos analisar o principal projeto de lei mais recente
que está tramitando no legislativo esperando aprovação.

Perante o projeto de lei pessoas que queiram ter seu próprio negócio na área
de marketing multinível serão obrigadas a se cadastrar como microempreendedor
individual (MEI). Esse é o diferencial do Projeto de Lei do Senado (PLS 413/2018)
do senador Eduardo Braga (MDB-AM) que regulamenta a prática do marketing
multinível no Brasil, atividade também conhecida como marketing de rede, que junta
sistema de pagamentos e de venda de produtos ou serviços por meio de cadeia de
cadastrados distribuidores independentes. (CÂMARA,2014)

O documento, aguarda a aceitação de emendas na Comissão de Ciência,


Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), constitui as características
do marketing multinível, e cria obrigações e vedações para empresas e
empreendedores independentes. A proposta proíbe o uso de telemarketing e de
ações abusivas, como dumping (oferta de venda abaixo do preço de custo ou do
preço de mercado de determinado produto ou serviço) e o marketing predatório
(oferta ou qualquer tipo de vantagem diferente da prevista no marketing da empresa)
nas atuações de marketing multinível. A matéria será analisada em caráter
terminativo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). (SENADO, 2018)

O senador Eduardo Braga, (2018) explica que o marketing multinível é


sustentável economicamente em razão da venda de produtos e serviços.

44
— Estamos propondo a regulamentação da atividade para proteger as
empresas sérias, os empreendedores independentes e os consumidores.
Estamos estabelecendo balizas para a atividade, ao mesmo tempo em que
estamos dando cumprimento ao artigo 201 da Constituição, no que se refere
à filiação obrigatória à Previdência Social de pessoas que exercem
atividade econômica sem vínculo de emprego — explica Eduardo Braga na
justificativa do projeto.

A regulamentação de uma lei própria para o desenvolvimento do marketing


multinível em nosso país virá muito benefícios para o nosso governo e para o
empreendedor independente evitará fraudes e as entradas de pirâmides financeiras
que iniciam seu trabalho se disfarçando de marketing multinível legitimo que é
sustentado por produtos de consumo. Na Responsabilidade solidária dentro desse
projeto de lei, o operador poderá trabalhar de forma autônoma ou subordinada às
empresas representadas. No caso de atuar como subordinado legalmente
contratado, o operador e a empresa representada responderão solidariamente pelo
ressarcimento de danos e pagamento de prejuízos, exceto nos casos de problemas
com o produto, quando a empresa fornecedora será a única responsável pelo
ressarcimento ao cliente (SOUZA, 2014).

5.2 RESPONSABILIDADE CIVIL E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A responsabilidade civil é, com certeza o maior questionamento no direito


atual. Nesse sentido, Gagliano e Pamplona Filho (2008, p. 1) dizem que “toda a
atuação do homem invade ou, ao menos, tangencia, o campo da responsabilidade”.
Assim dessa maneira a todo momento aparecem situações que geram o problema
de responsabilidade civil, pois a cada ataque sofrido pelo homem referente à sua
pessoa ou ao seu patrimônio, estabelece uma intranquilidade de ordem moral ou
patrimonial. Ou seja, a conduta cometida por um indivíduo que gera prejuízo a
outrem, por conseguinte, produz um dever de reparar o dano sofrido.

A Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002, Código Civil, traz no artigo 186 o


conceito de ato ilícito: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito”.

Para Diniz (2005, p. 24), o grande fundamento da teoria da responsabilidade


é o ato ilícito in verbis:

45
Infere-se daí que a teoria da responsabilidade se funda em regra no ato
ilícito, apesar da ordem jurídica admitir, outras fontes de responsabilidade.
O ato ilícito constitui uma ação (comissão ou omissão), imputável ao agente,
danosa para o lesado e contraria a ordem jurídica.

Nesse seguimento a responsabilidade civil compreende outros campos do


Direito além do âmbito civil, como por exemplo, o direito do consumidor, direito
ambiental, direito penal etc. No âmbito do Direito do Consumidor, caso ocorra
danos morais e/ou patrimoniais que venham a ter em uma relação de consumo
e/ou em uma prestação de serviço serão amparado pelo artigo 14 do Código de
Defesa do Consumidor de 1990.O Código de defesa do consumidor protege as
relações de consumo e tem o objetivo de acatar as necessidades dos consumidores,
respeitar sua dignidade, saúde e segurança e resguardar seus interesses
econômicos. É relevante ressaltar, mais uma vez, que não existe, atualmente, uma
legislação específica que regule o marketing multinível no nosso ordenamento
jurídico, porém os danos advindos dele não podem ficar sem reparação. De tal modo,
a imprevisão legal aplicar-se-á a legislação referente à responsabilidade civil, nas
relações oriundas do marketing multinível.

5.3 A RESPONSABILIDADE CIVIL E O MARKETING MULTINÍVEL.

Referido ao marketing multinível uma das características é a abordagem


direta feita aos consumidores. Sendo que no ponto de vista publicitário em nosso
país, esse procedimento deve satisfazer às normas já regulamentadas no
ordenamento jurídico brasileiro. Ou seja, o marketing multinível é acontecimento
empregado no âmbito das relações jurídicas, mas lhe falta normas regulamentadoras
próprias. Assim, aplica-se, no que couber, as normas do ordenamento brasileiro.
(BRASIL, 1990).

O artigo 6º da Lei nº 8.078 de 1990, em seu inciso IV dispõe que é um dos


direitos básicos do consumidor: “A proteção contra a publicidade enganosa e
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços”

Certamente, se tiver aplicação dos métodos coibidos pelo artigo supracitado,


os direitos do consumidor serão tutelados. Assim, qualquer informação publicitária
deve ser clara e de fácil entendimento, sendo vedado toda espécie de publicidade

46
enganosa ou abusiva. O artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor (1990), em
seu parágrafo primeiro, define a publicidade enganosa in verbis:

§ 1º é enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de


caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços (BRASIL,
1990).

Essa lei exige, expressamente, a veridicidade do conhecimento, propiciando


ao consumidor uma escolha livre e consciente. Sendo que a publicidade enganosa
se distingue não somente pela fraude ou falsidade comprimida na informação, mas
por qualquer outro meio virtualmente capaz de induzir o consumidor a erro.
(LEDIER,2004).

O Código de Defesa do Consumidor (1990) também caracteriza a publicidade


abusiva em seu art. 37, § 2º, como a: “que incite a violência, explore o medo
ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança” (BRASIL,
1990).

Não há necessidade de que a abusividade esteja diretamente ligada ao


produto ou serviço, é suficiente que esteja focada no constrangimento e/ou algum
mal que possa ser causado ao consumidor (LEDIER, 2004).

Reconhecendo o mesmo fim social, cita-se a Lei nº 4.680/65, regulamentada


pelo Decreto nº 57.690/66 que trata do exercício da profissão de publicitário e
propagandista. Essa atividade é regida pelo Código de Ética dos Profissionais de
Marketing e Propaganda, que prescreve normas e recomendações às quais norteiam
os profissionais a difundir ideias verdadeiras e que não induzam o povo a erro, a agir
responsável e honestamente.

Pode-se disser ainda a Lei nº 7.347 de 1985, que disciplina a ação civil pública
de responsabilidade por danos causados ao consumidor, anteriormente a atual
Constituição Federal de 88 e ao atual Código de Defesa do Consumidor de 1990.
Esta lei já previa que havendo danos morais e patrimoniais ao consumidor, as

47
pessoas legalmente legitimadas poderiam ajuizar ação, cujo objeto é a condenação
em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. No âmbito da
responsabilidade civil, a responsabilidade consiste na indenização dos danos
causados, material e moralmente decorrentes da veiculação da publicidade
enganosa. O anunciante não precisa, necessariamente, ter agido com a intenção de
enganar os consumidores, ele responde pelos danos causados pela publicidade
enganosa, pois sua responsabilidade é objetiva, ou seja, não se discute a culpa,
apenas o dano e o nexo causal.

De outra forma, a responsabilização na esfera penal prevê pena de detenção


aos profissionais que trabalham em desacordo com a legislação brasileira. O artigo
67 do Código de Defesa do Consumidor (1990) dispõe que:

“fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa


ou abusiva” a pena é de detenção de três meses a um ano e multa.
Complementa no artigo seguinte “fazer ou promover publicidade que sabe
ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança”, a pena prevista é de
detenção de seis meses a dois anos e multa.

Por fim, a Lei nº 8.137/90, determina que:

crimes contra a ordem tributária, econômica encontra as relações de


consumo, em seu art. 7º, VII, diz que constitui crime contra as relações de
consumo induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação falsa
ou enganosa sobre a natureza, qualidade de bem ou serviço, utilizando-se
de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária. A pena
prevista para este delito é de detenção de dois a cinco anos, ou multa.

Em conclusão, entende-se que o fim social das normas catalogadas é garantir


os direitos do consumidor, proporcionando uma escolha livre e consciente dos
produtos e serviços que serão adquiridos. Para que este fim social se efetive, são
necessários profissionais sérios e éticos. A neutralização de profissionais
inescrupulosos é um dever moral que visa tanto o bem da população quanto a
manutenção da atividade econômica (ARAGÃO, 2009).

Essa seriedade interessa ao país estando implicitamente inserido nos


princípios gerais da atividade econômica e financeira alicerçadas na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, previstos no art. 170 da Constituição Federal
de 1988, observados os princípios da livre concorrência e defesa do consumidor.

48
Importante destacar que o país necessita dos profissionais do marketing, sendo
estes, vistos como detentores de parte da responsabilidade por empregos e vendas
contribuindo para economia, mas, em contrapartida, espera-se deles uma conduta
ética que preserve a ordem econômica e financeira. Surge, no entanto, no âmbito do
marketing multinível, uma categoria diferenciada de consumidores, a do consumidor-
distribuidor. A questão que desponta é a possibilidade ou não do consumidor-
distribuidor ser considerado consumidor final ou não. Assim, o distribuidor também
seria um consumidor final do produto ou serviço que revende.

O art. 2º do Código de Defesa do Consumidor conceitua consumidor como:


“toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final”. Diante disso, a proteção deste Código é dada ao distribuidor
quando exerce o papel de consumidor final, uma vez que este dispositivo legal
reconhece a vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo.

Contudo, é de muita importância ressaltar que o objeto do presente estudo é


a posição do revendedor de uma empresa multinível frente à legislação brasileira e
não o consumidor-distribuidor. Assim, para se comprovar a existência de
vulnerabilidade do revendedor e a crescente necessidade de criação de normas que
regule expressamente os direitos e deveres do revendedor e da empresa para com
estes, mister se faz compreender a real relação existente entre o revendedor e a
empresa multinível.

É importante relatar que todos que entram no ramo do multinível têm um


mesmo objetivo: acumular riquezas. Embora não exista uma fórmula mágica para se
tornar milionário do dia para noite, as empresas trabalham os sonhos das pessoas
para que estas se esforcem ao máximo, dando o melhor de si em busca do que
almeja. Aragão (2019, p. 46) confirma que a empresa multinível “sabe que vai mexer
com os sonhos das pessoas, despertando-os” e que estes “vão pagar o preço do
sucesso”.

Aragão (2009, p. 98) esclarece que para se tornar um revendedor de primeiro


nível, a pessoa precisa ser convidada para uma apresentação em multinível
organizada pela empresa, este revendedor é aquele que possui um vínculo primário

49
com a empresa. A pessoa passa a ser um distribuidor independente, possuindo um
contrato com a empresa para representar seus produtos. Primeiramente não são
demonstradas as exigências da empresa em relação à postura que o revendedor
deverá adotar ao revender seus produtos e as horas que deverão ser dedicadas ao
trabalho de revenda.

A carência de informações sobre o trabalho de revenda que será adimplido,


pode ser comparada à propaganda enganosa e abusiva, cuja omissão pode induzir
a pessoa a erro e a se comportar de forma prejudicial a si próprio. E, para garantir o
número crescente de revendedores, a empresa adota a política de que o revendedor
primário deve cadastrar novos revendedores, os quais serão chamados
revendedores secundários, para garantir o ganho de um bônus oferecido pela
empresa referente a cada novo revendedor cadastrado. Dessa forma, aquele
revendedor primário, que cadastra um novo revendedor na empresa, recebe uma
nova nomenclatura: patrocinador. Logo, cada pessoa que ingressar na rede se
tornando revendedor, estará ligada diretamente ao patrocinador, ou seja, à pessoa
que o indicou. É a partir daí que começam a surgir os níveis de bonificação.
(ARAGÃO, 2019. p. 100)

Nessa prática é importante explicar que as empresas podem escolher


livremente o sistema de bonificação com o qual irá trabalhar. Esses planos de
compensação são vários, não existindo um parâmetro legal. Dentre os muitos planos
de compensação existentes, Aragão (2009, p.99) explica o sistema chamado no
multinível como fim de linha que é plano de compensação mais utilizado pelas
empresas multiníveis no Brasil, que distribui a maior parte dos bônus em
profundidade. Esse atributo pode se tornar o plano mais seletivo, reduzindo o ganho
imediato do distribuidor iniciante e aumentando o potencial de ganhos de seus
principais líderes. Em contra partida, muitas vezes, os iniciantes não recebem nada
ou quase nada, além de promessas incentivadoras de que receberão mais dinheiro
somente se conseguirem cadastrar mais pessoas na rede. Para garantir o
entusiasmo das pessoas, a empresa multinível sempre promove grandes encontros
onde há apresentação de vídeos, fotos e depoimento de pessoas que,
possivelmente, obtiveram grandes fortunas decorrentes do trabalho na empresa.

50
Após fazerem uma reprogramação cerebral nos revendedores, são oferecidos
os kits de patrocínio. Na visão de Aragão (2009, p. 81), “este kit nada mais é que
uma pasta de negócios, um manual que contém informações básicas sobre o
negócio: os procedimentos, os níveis de bonificação e todas as possibilidades
oferecidas pela empresa”. Há obrigatoriedade de aquisição deste kit para se tornar,
efetivamente, um revendedor multinível, ou seja, paga-se pela oportunidade de
trabalho. Esse ato pode ser entendido como uma agressão ao princípio da dignidade
da pessoa humana elencado no artigo 1º, III, da Constituição Federal de 88.

Aragão (2009) esclarece que muitas empresas aumentam o valor real do kit,
para comissionar o patrocinador. Em muitos países é proibido o comissionamento
sobre estes kits de patrocínio. Não fosse o bastante pagar para prestar serviços a
uma empresa, há que contribuir ainda com uma taxa anual para que o revendedor
possa manter o vínculo com a empresa.

Aragão (2009, p.95) esclarece que a “taxa anual de renovação é o pagamento


anual exigido pela empresa para a renovação do cadastro do distribuidor”.

Segundo Aragão (2009), para que o revendedor fique sempre animado a se


esforçar cada vez mais, a empresa propõe objetivos intermediários que são
estabelecidos para auxiliar no planejamento e na avaliação de desempenho de cada
distribuidor, direcionando-o para a conquista de seu objetivo principal: a
consolidação de seu sonho.

Na veracidade, o real ganho adquirido pelo revendedor está no lucro de


revenda bem-conceituado segundo Aragão (2009, p. 86), que: “como o ganho
imediato que o revendedor obtém ao comprar produtos da empresa pelo preço de
atacado e revendê-los pelo preço de varejo ao consumidor final”. O objetivo da
empresa multinível é atingir o maior número possível de consumidores para seus
produtos, e assim, não mede esforços para criar planos de compensação,
convencendo os revendedores de que o lucro maior virá com a posição que ele
ocupará, na medida em que sua rede de patrocinados cresça.

51
Incontestavelmente, o lucro da empresa multinível é de grande proporção,
enquanto o de seus revendedores não pode, sequer, ser comparado. Diante do
exposto qual é a proteção jurídica, dada aos revendedores multinível, de que o
sucesso oferecido pela empresa realmente será atingido. Sendo que diante desse
caso existe uma relação civil, entre o revendedor e a empresa, que advém de um
contrato de prestação de serviço. Sendo que na esfera contratual, primasse pelo
Princípio da Boa Fé Objetiva para assegurar o revendedor que sofre abuso.

5.4 A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO E O PRINCIPIO DA BOA FÉ OBJETIVA.

Conforme os contratos realizados no âmbito jurídico brasileiro, predomina o


princípio da Boa Fé e a função social do contrato, dispostos expressamente nos
artigos – 421 “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função
social do contrato”, e 422: “os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e Boa
Fé” - do Código civil Brasileiro de 2002.

O Princípio da Boa Fé, colocado nas relações contratuais, impõe aos


contratantes uma conduta franca e digna, sempre respeitando a confiança das
partes. Não se confunde este Princípio da boa Fé Objetiva com a forma tradicional
de interpretação dos contratos. Porém, no Princípio da Boa Fé Objetiva não há a
interpretação de cláusula ou disposição obscura do contrato, mas uma análise do
comportamento das partes quanto aos deveres anexos ao vínculo jurídico
estabelecido pelo contrato.

Observando a importância deste princípio na relação contratual existente


entre a empresa do marketing multinível e o seu cadastrado, sendo que se faz o
entendimento do Ministro do Superior Tribunal de Justiça Ruy Rosado de Aguiar
Júnior (1995, p. 5): o Princípio da Boa Fé Objetiva possui três funções: a “primeira,
fornece critérios para a interpretação do que foi avençado pelas partes para que
assim se possa exigir o cumprimento das prestações; segunda, criar deveres
secundários e a terceira é limitar o exercício de direito”.
A boa-fé objetiva cria obrigações secundários aos que constam no contrato,
como por exemplo, o dever de informação recíproca, dessa feita, a empresa do
52
marketing multinível deveria levar ao conhecimento do distribuidor independente que
o lucro progressivo, assim como o sucesso nem sempre é constante, como o
distribuído em suas reuniões e encontros. O contrato não apenas cria direitos e
deveres para as partes como também se volta ao valor do ser humano assumindo
uma função social. O princípio da boa-fé nada mais é que as partes se tratarem
segundo a lealdade e confiança coisa que não acontece por parte do fornecedor,
finalmente, a colocação do princípio da boa-fé é mensurar o exercício do Direito,
sendo instrumento importante, para a averiguação do abuso de direito.
Segundo o art. 187, do Código Civil de 2002, “ocorre o abuso de direito
quando não é observado o fim social e econômico da norma e os bons costumes”.
Aragão (2009, p. 68) ressalta que “seja qual for o plano de compensação ou
a empresa multinível, a pessoa só vai ser remunerada sobre o sucesso dos outros”,
se a rede formada pelo distribuidor fracassar, o distribuidor não ganha nada. Diante
da realidade das vendas, as pessoas começam a trabalhar, o máximo que podem,
para que subam de nível dentro da rede. Para que o revendedor/distribuidor continue
motivado a aumentar o volume de vendas e indicação de novos revendedores, a
empresa promove um evento onde o reconhecimento por cada nível atingido é feito
publicamente. “O seminário é um evento mensal ou bimestral realizado pela
empresa, para treinamento e motivação dos grupos de negócio. Nele, os
distribuidores são reconhecidos nos níveis que alcançaram durante o período
anterior” (ARAGÃO, 2009, p. 94).

Diante dessa prática do marketing multinível, focando em elevar sua qualificação, o


distribuidor é forçado a fazer estoques, a comprar produtos em grandes quantidades
para obter descontos, ou para obter uma pontuação elevada e manter o nível que
conquistou. O estoque distingue uma reação irrefletida do revendedor que pensa ser
vantajoso para a elevação do nível de qualificação em que se encontra, e, por
imediata, o nível de remuneração, sendo que os produtos estocados podem servir
de pronta entrega para futuras demandas (ARAGÃO, 2009, p. 92).

Outro aspecto importante a ser ressaltado é a possibilidade de o revendedor dispor


dos bens que possui para garantir a compra destes produtos, os quais não garantem
a venda imediata e o valor em dinheiro empregado. Aragão (2009) ensina que é
chamada de Frontloading a pressão feita pelas empresas para que os revendedores

53
comprem produtos em uma quantidade que não serão capazes de vender. Nos
países em que a prática do multinível já é regulamentada, o frontloading é ilegal
sendo tipificado como uma pirâmide financeira.
Nesse sentido, Aragão (2009, p. 84-85) cita como as empresas agem para não
incorrer em pirâmide financeira:
As empresas de ponta no multinível oferecem garantia de devolução dos
produtos adotando uma política de reaquisição, que reembolsa o estoque
que não foi vendido pelo distribuidor. O percentual varia de setenta a cem
por cento do valor pago. Algumas empresas além de reembolsarem
integralmente, não descontam as taxas de correio.

É possível dizer que, a pessoa que concordou em revender os produtos da


empresa, na pretensão de obter lucros, primeiramente teve que dispor de uma
quantia em dinheiro, se dedicou ao máximo para atender as expectativas da empresa
do marketing multinível e não teve suas próprias expectativas atendidas, tenham
direito a perdas e danos ao deixar a empresa. Pode-se considerar ainda, que houve
efetivamente dano sofrido pelo revendedor tanto material, referente ao valor
investido nos kits, nas taxas e nos estoques, como moral, observado na dedicação
integral ao trabalho prestado à empresa sob a promessa de uma boa recompensa
em dinheiro.
5.5 DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS.
A Responsabilidade Civil incide na obrigação de indenizar, de reparar os
danos ocasionado a outra pessoa seja ela física ou jurídica. Para garantir a ordem
social e acautelar possíveis prejuízos que possam ser causados às pessoas que
vivem em comunidade, o Código Civil de 2002 em seu artigo art. 186 expressa que:
“aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
É através da ilegalidade do ato cometido que se pode chegar à responsabilidade de
reparação ao dano causado.
Uma vez causado danos, material ou moral, o causador do dano deve repará-
lo. Na mesma linha preceitua o art. 927 do Código Civil de 2002: “aquele que por ato
ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Logo, não se exime a
empresa da responsabilidade decorrente de seus atos, que por falta de
regulamentação legal, podem ser livremente executados. Dessa maneira,
independente de culpa por parte da empresa, havendo dano ao revendedor há a
54
obrigação de repará-lo, sendo que o atual Código Civil de 2002 baseia-se na ilicitude
ou no risco do ato praticado pelo agente com o intuito de garantir ao lesado a
compensação, moral e material, pelo prejuízo que sofreu.
Diniz (2019, p. 44) diz que: “[...] o agente deve ressarcir o prejuízo causado
mesmo que isento de culpa, porque sua responsabilidade é imposta por lei
independentemente de culpa e mesmo sem necessidade de apelo ao recurso da
presunção”.
Com respaldo no parágrafo único do artigo 927 do Código Civil (2002), resta
salientar que a responsabilidade neste caso será uma responsabilidade objetiva
sendo que a obrigação de reparar não dependerá da comprovação de culpa e sim
do simples fato de a atividade desenvolvida pelo autor implicar riscos aos direitos
alheios.
Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem (CÓDIGO CIVIL, 2002).

De fato, o distribuidor do marketing multinível é deixado em uma situação de


vulnerabilidade, uma vez que precise investir uma quantia certa em dinheiro para se
cadastrar na empresa sem que haja qualquer garantia de que este realmente
conseguirá revender os produtos adquiridos e obter o valor empregado de volta. Isso
gera, por parte da empresa, enriquecimento ilícito, o que é reprimido pelo
ordenamento jurídico brasileiro.
Depreende-se da segunda parte do parágrafo único do artigo 927 do CC que,
quem desenvolve atividade, mesmo que lícita, mas que possa gerar perigo para
outrem deve responder pelo risco. E, estando à responsabilidade objetiva fundada
no risco, sendo que não há garantias para que o revendedor seja ressarcido do valor
em dinheiro que empregou inicialmente e tão pouco que perceberá a alta margem
de lucros que lhe foi oferecido a empresa multinível terá a obrigação de indenizar
independente de se comprovar a culpa, restando apenas que seja averiguado o dano
e o nexo causal.
O entendimento é reafirmado por Diniz (2019, p. 50) quando conceitua a
responsabilidade objetiva: “a responsabilidade objetiva funda-se num princípio de
equidade, existente desde o direito romano: aquele que lucra com uma situação deve
responder pelo risco ou pelas desvantagens dela resultante”.

55
As desvantagens e os riscos possuem proporções maiores que o revendedor
possa perceber de início. Algumas desvantagens já citadas, como: o valor gasto com
a compra do kit, cobrança de taxa anual de renovação de cadastro, com a criação
de estoques além da incerteza da renda mensal e os riscos que o revendedor
assume, não podem ser assimilados logo que ingressa na rede multinível devido à
didática de entusiasmo adotada pelas empresas. Vale ressaltar que esta didática
está exclusivamente voltada à programação neurolinguística.
Contudo, resta comprovado que o ressarcimento por dano material e moral é um
direito notório do distribuidor. A empresa do marketing multinível é responsável não
apenas pelo valor em dinheiro investido durante a prestação de serviço, o que
corresponde ao dano material, como também pela crença, esforço e dedicação
depositados pelo revendedor na empresa.
Por fim, o fato de não haver até o presente momento legislação brasileira que regule
a situação apresentada, não é empecilho para que a atenção do judiciário se volte
ao tema, podendo assim utilizar-se do parágrafo único do art. 927 do Código Civil de
2002.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o
dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

A posição do revendedor frente ao marketing multinível deve ser passível de uma


legislação brasileira específica que regule esta relação, carecendo de um projeto de
lei e que venha ser aprovada para reger a pratica do marketing multinível no Brasil.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos a vivência de um mercado que movimenta milhões de reais todos
os anos, que envolve mais de 5 milhões de pessoas e que, possibilita realização de
sonhos, precisa estar regulamentado por uma lei específica. Apesar de muitos
órgãos governamentais já tiveram a iniciativa de seus estudos e investigações,
somente com o passar de meses ou anos será possível fazer uma maior análise dos
eventos.
O poder público, os advogados os magistrados em geral precisam ter mais
conhecimento sobre o assunto, analisar toda a complexidade das relações
existentes no marketing multinível, compreender de uma vez por todas as diferenças
entre pirâmide financeira e marketing multinível legítimo, caso contrário, mesmo
existindo uma lei, continuarão a acorrer abusos, manobras processuais erradas,
decisões precipitadas.
Os cidadãos brasileiros devem saber sobre os reais riscos e perigos dos
esquemas de pirâmides financeiras, resta medir o quão a vontade de se enriquecer
indevidamente ultrapassou e feriu a dignidade das vítimas. Infelizmente, a educação
e informação diminuem profundamente a natureza vulnerável do cidadão, mas não
vence ou tampouco evita a vergonha bilateral. Diante da realidade, tornou-se ainda
mais imprescindível uma reflexão crítica em referente aos órgãos governamentais
de controle e combate a tais golpes.
O marketing multinível legitimo aquele negócio que obtém produtos para
comercialização trata-se de um legal de vendas diretas, que utiliza os contatos dos
seus distribuidores independentes para estreitar a distância entre os fabricantes e os
consumidores finais, por meio de relacionamento porta a porta, promoção e
distribuição dos produtos destas instituições. Apesar disto, os distribuidores, mesmo
não havendo vínculo empregatício com a organização, levam consigo a imagem e o
nome da empresa.
o marketing multinível, um assunto novo no ordenamento jurídico brasileiro e
que ainda não obteve a atenção merecida. Contudo, a problemática enfrentada em
relação ao multinível, assemelha-se a toda nova situação que adentra o
ordenamento jurídico sem previsão legal: é grande a dificuldade de se adequar os
fatos às normas já existentes. As empresas que vêm trabalhando o multinível ao
longo das últimas décadas estão se expandindo gradativamente, e sem a existência
57
de um instrumento jurídico que regulamente a prática do multinível e proteja os
revendedores que trabalham neste ramo, ante a possibilidade de danos acrescidos
desta prática.
Dessa forma, havendo a ocorrência de danos acarretados pela prática
do multinível, as pessoas cadastradas na rede possuem o direito de buscar o
ressarcimento de todo o dano que lhes foram causados material e moralmente,
com o respaldo na responsabilidade civil. Mesmo que não exista legislação
específica que regule o Marketing Multinível no ordenamento jurídico brasileiro,
os danos advindos dele não podem ficar sem reparação. A empresa que
cometeu o ilícito tem a obrigação de reparar o dano patrimonial ou moral
causado, buscando restaurar o estado anterior da coisa ou se não for possível,
efetuar o pagamento de uma indenização.
Por fim, conclui-se que o fato de não haver até o presente momento,
legislação brasileira que regule a situação apresentada, não é empecilho para
que a atenção do judiciário se volte ao tema, podendo assim utilizar-se do
parágrafo único do art. 927 do Código Civil de 2002. Contudo a posição do
revendedor frente ao marketing multinível deve ser passível de uma legislação
brasileira específica que regule esta relação, carecendo de uma lei própria.

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