Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


ENGENHARIA CIVIL/PÓS-LABORAL 4⁰ ANO

Redes e infraestrutura Urbana

Tema:
Bacias Secas

Estudantes: Docentes:
Mst eng. Bento Chunga

Beira, Março de 2024


Redes de infraestrutura Urbana
Engenharia Civil/ Pós-Laboral 4⁰ ano

Trabalho a ser apresentado a Universidade Zambeze, Faculdade de Ciência e Tecnologia,


curso de Engenheira Civil, na cadeira de Redes de Infraestrutura Urbana

Temas:
Bacias Secas

Beira, Março de 2024


Índice
LISTA DE FIGURA____________________________________________________________4
INTRODUÇÃO_______________________________________________________________5
1. BACIAS DE RETENÇÃO___________________________________________________6
1.1. Constituição física de uma bacia de retenção_________________________________7
1.1.1. Corpo da bacia:____________________________________________________7
1.1.2. Dique de jusante:___________________________________________________7
1.1.3. Dispositivos de descarga em condições normais:__________________________7
1.1.4. Dispositivos de segurança ou de descarga em condições excepcionais:_________7
2. CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS DE RETENÇÃO______________________________7
2.3.Quanto à sua localização em relação ao coletor ou canal de drenagem podem________7
3. BACIAS SECAS___________________________________________________________8
3.1. Implantação das bacias secas_____________________________________________8
3.2. Funcionamento das bacias secas___________________________________________9
3.3. Manutenção das Bacias de Retenção secas__________________________________11
3.4. Processo para a execução das bacias de retenção_____________________________12
3.4.1. Estudo hidrológico, hidráulico e hidrogeológico caracterização dos meios
receptores_______________________________________________________________12
3.4.1.1. Estudo hidrológico, hidráulico e hidrogeológico_______________________12
3.4.1.2. Caracterização do meio receptor e rede de drenagem____________________12
3.4.1.3. Conhecimento da rede de drenagem_________________________________12
3.4.2. Identificação preliminar dos locais potencias de bacias de retenção____________13
3.4.3. Analise de dados complementares______________________________________13
3.4.4. Dimensionamento hidráulico__________________________________________13
3.4.5. Dimensionamento da secção e forma da bacia_____________________________13
CONCLUSÃO_______________________________________________________________14
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS_____________________________________________15
LISTA DE FIGURA
Figura 1: Perfil transversal tipo de uma bacia seca...........................................................9
Figura 2: Esquematização de uma bacia seca..................................................................10
Figura 3: Esquematização da tomada de água de uma bacia seca...................................11
INTRODUÇÃO
1. BACIAS DE RETENÇÃO

Segundo o (Mata-Lima, et al., 2006). As bacias de retenção surgem neste contexto


como solução privilegiada aos actuais problemas de drenagem pluvial, uma vez que
evitam a necessidade de renovação e redimensionamento da rede existente, tratando-se
de estruturas que actuam como mecanismo de controlo, armazenamento e regularização
dos caudais, retendo o volume de água em excesso, amortecendo o caudal de ponta e
restituindo-o de forma compatível com o meio receptor de águas pluviais consiste na
recolha e encaminhamento das águas provenientes da precipitação, no entanto, os
crescentes níveis de impermeabilização dos solos, têm induzido caudais excessivos,
incapacitando os sistemas de drenagem existentes.

Segundo (Marques, et al., 2013). Perante esta situação de crescentes níveis de


impermeabilização dos solos e atendendo ainda à problemática da artificialização das
linhas de água e da ocupação de zonas de risco, em particular leitos de cheia, torna-se
imperativo a adoção de soluções de gestão do escoamento, por forma a diferir os
caudais excessivos e amortecer o pico do escoamento, evitando inundações e
perturbações quer a jusante, quer na própria área urbanizada. Além do papel
fundamental no diferimento dos caudais afluentes, as bacias de retenção possuem
aplicações em diversos outros aspectos, dos quais se salientam a contribuição em
funções de armazenamento de água para fins de rega ou como reserva contra incêndios,
criação de polos recreativos e de lazer, e garantem, de forma global, um melhor
comportamento do sistema de drenagem existente.

Segundo (EPA, 1999). As bacias de retenção possuem ainda a capacidade de melhorar a


qualidade das águas pluviais, que transportam não só poluentes atmosféricos, como
também pelo facto do escoamento ocorrer em tecido urbano, onde entram em contacto
com substâncias nocivas como metais pesados, hidrocarbonetos, óleos e gorduras, entre
outros, actuando, no tempo de permanência de um dado volume de água no seu interior,
por um lado como um decantador, na medida em que permite a sedimentação de sólidos
em suspensão, e por outro promove o tratamento da água através do conjunto de
processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem no seu interior, libertando para o
meio recetor uma água menos poluída.
Segundo (Correia, 2007). As bacias de retenção apresentam ainda a vantagem de não
consumir muito espaço, relativamente à bacia drenada, cerca de 2% a 3% no máximo da
área de contribuição, sendo ideais para grandes áreas intervencionadas.

1.1. Constituição física de uma bacia de retenção

Independentemente do seu tipo, a bacia de retenção é constituída geralmente da


seguinte forma:

1.1.1. Corpo da bacia: inclui o fundo e bermas ou taludes laterais.


1.1.2. Dique de jusante: estrutura linear, cuja elevação condiciona a altura
máxima de retenção e onde se instalam os dispositivos de descarga em
condições normais.
1.1.3. Dispositivos de descarga em condições normais: colectores, orifícios,
válvulas.
1.1.4. Dispositivos de segurança ou de descarga em condições excepcionais:
descarregador de superfície.

2. CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS DE RETENÇÃO

2.1. Quanto a estrutura física


As bacias de retenção podem apresentar as mais diversas formas geométricas e
profundidades, adaptando-se às condicionantes fisiográficas do terreno de implantação,
em função das necessidades.

Em termos geométricos nas bacias secas o fundo deverá ser construído com uma
inclinação de 5% ou superior, para evitar a formação de zonas pantanosas, enquanto
que, para os taludes das bermas é aconselhável a adopção de inclinações máximas de
1/6 ou 1/2, nos casos de acessibilidade ou não acessibilidade ao público,
respectivamente.

2.2. Quanto à implantação em relação à superfície do solo podem ser:

 Bacias a céu aberto;


 Bacias enterradas;

2.3.Quanto à sua localização em relação ao coletor ou canal de drenagem


podem ser:
 Bacias em série;
 Bacias em paralelo;

2.3. Quanto ao comportamento hidráulico, as bacias a céu aberto,


classificam-se podem ser:

 Bacias secas;
 Bacias com nível de água permanente.

3. BACIAS SECAS

As bacias secas possuem os dispositivos de descarga no nível mais baixo da bacia,


levando ao esvaziamento total da bacia após a ocorrência de precipitação, sendo que a
descarga da água retida se dá, no máximo em alguns dias, o que significa que a bacia
permanece vazia durante períodos de tempo seco.

Este tipo de bacias caracteriza-se por proporcionar, a possibilidade de criação de


espaços verdes e de lazer durante o período seco.

Isto porque, Segundo (Woods-Ballard, et al., 2007). As bacias secas são concebidas, de
forma a se encontrarem, durante grande parte do tempo, sem água, com excepção em
tempo após a precipitação, tornando o escoamento acumulado apenas em períodos
específicos que, correspondem à ocorrência de precipitações, devendo, em qualquer
outra situação, a bacia esvaziar-se completamente em 72 horas.

Sendo assim, de acordo com (Avilez-Valente, 2020). Em casos onde ocorre um


armazenamento superior a este tempo pode tornar a bacia ineficaz e conduzir a
condições anaeróbicas com produção de maus odores e eventual nidificação de
mosquitos.

3.1. Implantação das bacias secas

A implantação destas bacias, por forma a garantir que a cota de fundo da bacia se situa
acima do nível freático em período de precipitação, caso contrário poderá dar-se a
criação de zonas pantanosas, e como tal, surgir problemas de índole ambiental e de
saúde pública decorrentes da estagnação da água.

As bacias secas devem ser consideradas quando os volumes de água afluente são pouco
significativos ou a precipitação da área em estudo não permita a manutenção de bacias
com nível de água permanente, as quais do ponto de vista estético são mais apelativas.

Nos casos em que as bacias secas, são dimensionadas com fundo permeável, o
esvaziamento ocorre por infiltração no solo, sendo neste caso designadas por bacias de
infiltração, e possuem a vantagem de proporcionar a recarga dos aquíferos subjacentes,
podendo assim dispensar, em alguns casos, a instalação de dispositivos de drenagem
para jusante.

De acordo com alguns decretos, nomeadamente o Decreto Regulamentar n.º 23/95,


Secção II, Artigo 180º. Alguns aspetos construtivos a considerar na implantação de
bacias secas, é:

 A inclinação do fundo não deve ser inferior a 1/20, para impedir a formação de
zonas alagadas e as inclinações dos taludes das bermas, não podem exceder 1/6
ou 1/2, consoante sejam ou não transitáveis.

Para Woods-Ballard, et al., 2007. A máxima profundidade de água numa bacia seca não
pode exceder os 2 metros no evento mais extremo previsto no projeto. Porém, podem
ser exigidas profundidades máximas menores, por razões de segurança.

Figura 1: Perfil transversal tipo de uma bacia seca


Fonte: Avilez-Valente, 2020
3.2. Funcionamento das bacias secas

A bacia seca requer que, em períodos de chuva, o nível freático máximo atingido se
situe abaixo da cota de fundo da bacia, observa a Figura 1:

Figura 2: Esquematização de uma bacia seca


Fonte: Avilez-Valente, 2020.
Onde:
1- Entrada da água através da obra de entrada, transportando lixo, poluentes e
sedimentos do solo;
2- A água flui para o canal de talvegue, atravessando rapidamente a bacia;
3- Bermas com declive superior a 1/20 permitem que o escoamento superficial se
escoe para o canal de talvegue, evitando o alagamento;
4- A água escoa-se entre a vegetação rasteira, relva, cujas raízes curtas não
permitem uma grande absorção ou filtragem da água;
5- A estrutura de saída é projectada para retirar a água da bacia e enviá-la para o
meio receptor;
6- A água é descarregada no meio receptor através da estrutura de descarga;

Para garantir a regularização do caudal a jusante, segundo (Avilez-Valente, 2020). É


instalado um dispositivo de tomada de água, com caudal de descarga máximo igual a
QT, onde QT corresponde ao caudal do escoamento superficial afluente, em condições
de pré-urbanização, cujo período de retorno é T. Adicionalmente, a tomada de água
para o caudal QT, deverá ser colocada ao nível máximo correspondente ao volume de
retenção para o período de retorno imediatamente inferior, o nível freático em períodos
de chuva deve permanecer abaixo da cota do fundo da bacia.

Através da implantação deste tipo de bacia, é possível garantir uma deposição de


sólidos suspensos na ordem de 40 a 60%, utilizando como chuvada de cálculo uma
chuvada com capacidade de erosão suficiente.

Relativamente ao caudal efluente, o tempo de retenção deverá encontrar-se no intervalo


de 12 a 24 horas, necessitando da instalação de uma tomada de água com controlador de
caudal para este efeito.

Geralmente, a regularização de caudais obriga à existência de descarregadores a vários


níveis, sendo necessário proceder ao cálculo dos respetivos volumes de retenção.
Usualmente, os descarregadores são implementados considerando períodos de retorno
correspondentes a 2 ou 10 anos.

A figura abaixo, ilustra uma tomada de água de uma bacia superficial seca típica:

Figura 3: Esquematização da tomada de água de uma bacia seca


Fonte: Avilez-Valente, 2020

3.3. Manutenção das Bacias de Retenção secas

De forma a garantir a maior eficiência das bacias de retenção secas durante o horizonte
de projecto, segundo (Bichança, 2006). Devem ser estipulados planos de monitorização
e operações de manutenção frequentes, em consonância com o tipo e nível de utilização
das mesmas bem como das suas especificidades, tendo igualmente em conta outros
fatores, como as características das águas afluentes, disponibilidade técnica e custos.

Segundo (Clar, Barfield, & O'Conor, 2004). A manutenção das bacias de retenção secas
é de vital importância, não só para garantir o bom funcionamento durante o período de
vida útil, mas também para evitar situações que contrariem o próprio propósito da sua
implementação, expondo-se de seguida alguns dos possíveis aspetos negativos
decorrentes de falha do sistema:

 Descarga de poluentes para jusante;


 Aumento do risco de inundações;
 Erosão acentuada dos canais a jusante e aumento de sólidos transportados;
 Perdas materiais e humanas;
 Problemas estéticos, sociais e económicos para a região.

3.4. Processo para a execução das bacias de retenção


3.4.1. Estudo hidrológico, hidráulico e hidrogeológico caracterização dos
meios receptores
3.4.1.1. Estudo hidrológico, hidráulico e hidrogeológico
Tem como objetivo determinar os caudais afluentes e caudais de estiagem e meio
receptor, situação e flutuação o lençol freático, e do funcionamento global do sistema de
drenagem.

3.4.1.2. Caracterização do meio receptor e rede de drenagem


Com o objectivo de qualidade, caudais de estiagem, indicadores de estado físico,
biológico e ecológico que têm como finalidade identificar os débitos de chegada de
água permitidos e os níveis admissíveis da quantidade e qualidade da descarga de águas
pluviais.

3.4.1.3. Conhecimento da rede de drenagem

Com o objectivo de definir o papel da bacia de retenção nessa rede será necessário o
conhecimento da sua localização assim como a sua capacidade. Saber-se-á então se a
bacia deverá ser em série ou em paralelo e se a sua posição relativamente a zona de
risco será a jusante ou a montante.
3.4.2. Identificação preliminar dos locais potencias de bacias de retenção

Esta etapa pressupõe a conjugação dos aspectos técnicos definidos anteriormente com
os outros não menos importantes, de natureza ambiental, integração paisagística e
exequibilidade sócio -económica. Procura-se conciliar os pontos e ocorrência de
maiores caudais e volumes de escoamento pluvial com os pontos baixos e áreas de
depressão natural, por forma a aproveitar ao máximo as condições naturais de
armazenamento e de escoamento gravítico, tendo em atenção se possível, os aspectos de
valorização da paisagem e possibilidade de criação de espaços de lazer.

3.4.3. Analise de dados complementares

Com o objectivo de analisar a viabilidade de execução e da precisão do tipo de bacia a


implementar. Dever-se-ão reunir os seguintes dados:

 De levantamentos topográficos;
 De natureza geológico e geotécnicos;
 Dados hidrogeológico;
 Pedológicos;
 Outros designadamente: natureza sociológica, patrimonial ou ambiental.

3.4.4. Dimensionamento hidráulico


Esta fase tem como objectivo estimar o volume necessário a reter tendo em conta a
precipitação de determinado período de retorno, por formas a restituir a jusante dum
canal que não ultrapasse um valor pré-definido.

3.4.5. Dimensionamento da secção e forma da bacia


Nesta fase a forma e secção da bacia será definida de acordo com o volume de água
calculado, com o espaço disponível e outras condicionantes pré-estabelecidas.
CONCLUSÃO
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Você também pode gostar