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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


CAMPUS TOMÉ-AÇU
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
QUARTO SEMESTRE 2023.1
LITERATURA BRASILEIRA-MODERNISMO
DOSCENTE; Marcelo Spitzner
DISCENTES: Aline Taisa Gusmão Dos Santos ;Sara Furtado Guimarães; Thayanne Marques de
Araújo

ANÁLISE DO POEMA DA GERAÇÃO DE 30

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise do poema ‘’No meio do
Caminho’’, de Carlos Drummond de Andrade. O poema pertence a fase da literatura modernista
brasileira, é considerado um dos poemas mais marcante do autor, sua publicação trouxe polêmicas,
pois para os críticos o autor teria usado de muitas repetições em seus versos. Apesar de ser
considerado um poema simples e curto, carrega consigo um enorme significado. O complexo da vida
e as ações ou acasos que são capazes de mudar uma vida.
O poeta inicia ‘’No meio do caminho tinha uma pedra ‘’, a pedra pode representar os
problemas circunstanciais que todos passamos, a imprevisibilidade, os obstáculos enfrentados
durante a jornada vida. Os versos’’ nunca esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas
tão fadigadas’’, ou seja, o autor expressa o avanço da vida, com passar do tempo, o envelhecimento.
E apesar da velhice, alguns acontecimentos podem marcar uma vida inteira.
A estilística da repetição é considerada uma característica marcante na obra de
Drummond, segundo Gilberto Mendonça Teles ‘’uma repetição que busca trazer à expressão o que é
deixado de lado a cada escolha que se faz, um jogo entre real e virtual que o eu lírico de Drummond
continuamente nos apresenta” (MENDONÇA,1976. ) .Diante das palavras do autor (Duarte)2012,
além de deter em considerações sobre a poesia selecionando um nível como foco central(como fez
Teles), busca pensar processos de repetições em vários níveis interagindo simultaneamente, em um
jogo de ecos exatos e inexatos.
Nesse viés, o poema em si pode representar a fixação de algo, como uma espécie de
trauma, que pode ser lembrado de maneira recorrente por quem passou. ‘’tinha uma pedra no meio
do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra’’.Outra possível análise, o caminho, seria a vida, e
a pedra simboliza o obstáculo. A pedra pode ser algo fácil de retirar do caminho (ou as vezes não),
quem determina o tamanho do problema é quem passa, pode ser simples retirar, mas cada sujeito tem
sua individualidade, seus anseios e seus medos, ou seja, cada problema, ou situação é vivida de
maneira diferente. Em linhas gerais, pode parecer simples, mas representa o sujeito e todas as suas
complexidades.
Em relação a sua estrutura, o poema apresenta um esvaziamento poético, sem elementos como
rimas, musicalidade e grandes figuras de linguagem. O poema é constituído por duas estrofes, e 10
versos, e com uma linguagem simples do cotidiano. Nesse sentido, ele se destaca por sua essência
poética. O poeta dialoga com o movimento modernista por trazer questões da individualidade do
sujeito moderno, trabalhando com temas profundos da existência humana que podem ser interpretados
por anseios individuais de cada leitor.
REFERÊNCIA;
TELES, Gilberto Mendonça. Drummond: a estilística da repetição. Pref. de Othon Moacyr
Garcia. Fotos do Autor e de Carlos Drummond de Andrade. (Col. Documentos
Brasileiros). Prêmio Sílvio Romero, da Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro: J.
Olympio, 1970. 202 p. - 2. ed. Idem, 1976.
DUARTE, Soares Daniel. A poesia de Carlos Drummond de Andrade: uma estranha
Ordem geométrico. Universidade Federal de Santa Catarina centro de comunicação e
Expressão pós-graduação em literatura. Florianópolis, 2012.
ANDRADE, Carlos de Drummond. Alguma poesia.

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