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(1) Nossa tese parte da hipótese de que o Vale do Jaguaribe (CE), com foco no
seu médio-baixo curso, foi um subespaço capturado por ideologias
geográficas e políticas territoriais (MORAES, 2005) de corte hídrico, que
transfiguraram a geografia das águas com efeitos diretos na questão
agrária cearense.
OBJETIVO GERAL:
• Objetivamos com a presente proposta de tese de doutoramento
oferecer uma crítica ao processo de produção capitalista da natureza
que resulta na transfiguração da geografia das águas no Vale do
Jaguaribe (CE), dando ênfase aos conflitos, às injustiças e resistências
que redimensionam a questão agrária regional.
Específicos
(1) desvelar qual o papel das ideologias geográficas e das políticas
territoriais, acionadas pelo Estado-frações do capital, na produção da atual
configuração hidrossocial do Vale do Jaguaribe;
(2) identificar e analisar quais sistemas de engenharias/normas
(re)desenham os fluxos, os usos e os destinatários da água no recorte
espacial da pesquisa;
(3) compreender e cartografar como as práticas espaciais do Estado e
das frações do capital – em torno do acesso, dos usos e da dominação das
águas – conformam territórios atravessados por injustiças e conflitos;
(4) apreender e visibilizar as práticas espaciais insurgentes de grupos e
classes sociais que tensionam o regime metabólico do capital e anunciam
outros projetos e usos das águas-territórios.
A produção da configuração hidro-social do Vale do
Jaguaribe
Reservatórios Monitorados pela Cogerh – 2020
Bacia
Hidrográfica Capacidade Reservatórios (%)
Alto Jaguaribe 2.771,10 14,90
Médio
Jaguaribe 7.373,99 39,64
Baixo Jaguaribe 24,99 0,13
Banabuiú 2.755,32 14,81
Acaraú 1.719,71 9,24
Coreaú 301,68 1,62
Curu 1.028,80 5,53
Litoral 214,90 1,16
Metropolitana 1.383,75 7,44
Salgado 452,31 2,43
Serra da
Ibiapaba 141,00 0,76
Sertões de
Crateús 436,04 2,34
Total 18.603,59 100,00
http://atlas.cogerh.com.br/
Macro Configuração hidro-social do Vale do Jaguaribe
Produção
da
Natureza
Ecologia
Geografia
Política
Agrária
L.A
Eixos teóricos e temáticos
Metabolismo
Produção da natureza
sociedade-natureza: Ciclo hidrossocial/configurações
MARX, 2013; FOSTER, Metabolismo sociedade-natureza hidrossociais/paisagens hídricas
2005; Sistemas técnicos
Regimes metabólicos
Dimensão naturogênica do semiárido
-Produção capitalista da
Formação territorial, ideologias geográficas e
natureza: SMITH,1988; políticas territoriais
MARQUES, 2019; Produção dos Sertões, Nordestes, Semiáridos Seca, questão agrária e políticas de
HARVEY, 2020; e da água, desenvolvimento regional
BUDDS, 2011; Estado e dinâmica de classes
Relações sociais de produção e de poder
SWYNGEDOUW, 2006.
Substrato espacial material
Produção do espaço/ do território Práticas espaciais
-Questão agrária Territorialização, territorialidade e conflitos
nordestina OLIVEIRA, A multidimensionalidade da água
1981; BURSZTYN, 1985; Políticas hídricas e as rodadas de
Ecologia política das águas neoliberalização
CARVALHO, 1988;
Produção da escassez, mercantilização e
ANDRADE, 2005 cercamentos das águas
Agrohidronegócio, pilhagem e injustiças hídricas
Contraespaço e reapropriação social da natureza
Práticas insurgentes, resistências e sertões Movimentos e ativismos sociais no campo
Convivência com o semiárido
Regimes metabólicos e projetos socioecológicos
para além do capital
METODOLOGIA
Eixo 1 - Vale do Jaguaribe: laboratório e produto das políticas de combate à seca e de
gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará
METODOLOGIA
Eixo 2 - Dominação e apropriação das águas do Vale do Jaguaribe: uma cartografia
dos latifúndios hídricos e dos “Sem-Água”.
OS LATIFÚNDIOS HÍDRICOS - 2019
REQUERENTE MUNICÍPIO
Título
AQUIFEROS TIPO USO
VOLUME
OUTORGADO(m³)
VOLUME OUTORGADO m³
(%)
CISTERNA(16.000 L)
FRUTOBRAZ - Agrocomercial e
QUIXERE JANDAIRA IRRIGAÇÃO 9,07%
Exportadora de Frutas Ltda 991.842,14 61.990,13