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Leusa Araujo
Temas Amizade; Superação das diferenças; Cultura popular
nordestina; Vida no interior de Pernambuco; Garimpo
Guia de leitura
para o professor
Série Laranja nº 12
288 páginas
O livro Como é vista a chegada de uma aluna nova, A autora Leusa Araujo nasceu em São
Berenice, dona de uma inusitada cabeleira vermelha, à Paulo em 1960, de pai nordestino e mãe
paulista. Jornalista há 24 anos, é redatora,
escola de uma cidadezinha no interior de Pernambuco?
pesquisadora e editora. Estreou na literatura
Como João Batista, seu colega de classe, vai lidar com a infanto-juvenil em 1994.
“primeira paixão” que o acomete por Berenice, sem que
os outros percebam? A narrativa delicada e envolvente A ilustradora Sônia Magalhães vive em São
Paulo, é professora de artes e ilustradora.
conduz o leitor a refletir sobre a dificuldade das pessoas
Faz ilustrações para livros e revistas, sempre
em aceitar o diferente e o novo sem julgamentos utilizando a técnica de colagem.
prévios. A história se passa numa cidade fictícia, e a
autora retrata, aliando a realidade à ficção, o modo de
vida da região e os costumes de seus moradores.
A questão do garimpo e de como ele representa a falsa
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*Os destaques remetem ao item Mergulhando na temática.
A cabeleira de Berenice Leusa Araujo
A cabeleira de Berenice Leusa Araujo
Antes da leitura
Para estimular os alunos à leitura, é interessante pedir a eles que
pesquisem e tragam para a sala de aula fotos ou figuras de diversos
tipos de cabeleira. Pode-se começar sugerindo que procurem por
tipos de penteados que marcaram época (os black powers dos anos
1970, os cabelos com permanente dos 1980, entre outros). Para es-
timular a curiosidade e a imaginação dos alunos, a música “Cabelo”,
de Jorge Ben e Arnaldo Antunes, que fala de diversos tipos de cabe-
leiras, pode funcionar. Depois, pode-se analisar o material selecio-
nado pelos alunos e estimulá-los a fazer comentários por meio de
questões como: alguma delas causa estranheza? Proporciona prejul-
gamentos? Essas questões podem iniciar e orientar a discussão até
que se chegue ao mais importante: como lidamos com o diferente?
A discussão pode ser encaminhada para um dos temas do livro,
sem, entretanto, antecipar elementos da narrativa: o jeito como
alguém se veste ou penteia os cabelos pode levar a preconceitos
e gerar discriminação? Ou ainda: pessoas que são diferentes da
maioria devem ser condenadas por conta disso? Elas também po-
dem ter algo de positivo e interessante que independe da maneira
como se vestem, de traços físicos ou da maneira como são?
A partir dessas questões, pode-se fazer a leitura dos dois capí-
tulos iniciais, que tratam da chegada de Berenice à sala de aula e
do estranhamento que ela provoca. Convém, então, discutir, com
base nos itens anteriores, por que tal estranhamento faz parte
de um preconceito e como essa atitude pode interferir negativa-
mente na vida do outro e nos privar de conhecer melhor alguém.
A cabeleira de Berenice Leusa Araujo
Durante a leitura
Para envolver os alunos na narrativa, pode-se pedir a eles que
tragam informações sobre o garimpo Bom Futuro e montem um
painel com fotos e reportagens sobre as condições de vida no local.
Atualmente, a reserva está decadente e com baixa produtividade.
No início da década de 1990, havia em Bom Futuro cerca de 25 mil
habitantes. Em 1997, esse número caiu para 3 mil. Houve, também,
durante esse período, ações para erradicação do trabalho infantil
na região e melhorias de condições de vida da população local.
Como trabalho interdisciplinar, com o apoio dos professores
da área de geografia, vale sugerir aos alunos uma pesquisa sobre
a extração da cassiterita, principal mineral de estanho. Rondônia
é responsável por 40% da cassiterita produzida no Brasil, boa
parte retirada de Bom Futuro.
Pesquisas sobre outras jazidas brasileiras de cassiterita ou
outros minérios podem ser feitas, com os alunos estabelecendo
comparações e conhecendo um pouco mais dessa dura realida-
de, muitas vezes esquecida: o que leva as pessoas a tentar a sorte
no garimpo? Pobreza? Falta de perspectivas?
Partindo desse tema, é possível discutir vários pontos interes-
santes: por que trabalhadores de garimpo são submetidos a con-
dições insalubres de trabalho, já que contribuem para a riqueza
do próprio empreendimento e até do país, que exporta o miné-
rio? Não seria possível assegurar dignidade e infra-estrutura pro-
fissional a eles? Além disso, quais as conseqüências da devastação
causada pela exploração caótica de jazidas minerais para o meio
ambiente? Em um trabalho interdisciplinar com a área de ciên-
cias, os alunos podem pesquisar outras situações semelhantes em
que a degradação do meio ambiente acarreta inúmeras seqüelas.
Além dessa abordagem, o olhar dos alunos pode ser direcionado
para outro aspecto da história: o amadurecimento de João Batista.
A cabeleira de Berenice Leusa Araujo
Após a leitura
Por meio de Berenice, alguns personagens passam a ter um con-
tato mais direto com a literatura: começam a escrever cartas e poe-
mas (ou pedir que escrevam, como é o caso de Dulcinda), conhecer
poetas e se interessar pela leitura e pela criação de poemas. Tais ati-
tudes podem ser estimulantes para os alunos. Que tal escrever um
poema, uma letra de música, que remeta a algum tema do livro?
Para basear a atividade, o professor pode pedir uma pesquisa
sobre os autores citados na narrativa (Cacaso, Paulo Leminsky e
Cassiano Ricardo) e sua obra.
Paulo: Moderna, 2000, p.16-7. revisão Márcia Menin, Carla Mello Moreira e