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DOI: 10.1590/1413-81232023286.

07622022 1767

Saúde e saneamento: uma avaliação das políticas públicas de

temas livres free themes


prevenção, controle e contingência das arboviroses no Brasil

Health and sanitation: an evaluation of public policies for the


prevention, control, and contingency of arboviruses in Brazil

Marco Túlio da Silva Faria (https://orcid.org/0000-0001-6255-5931) 1


Nathalia Roland de Souza Ribeiro (https://orcid.org/0000-0002-9823-6657) 2
Alexandre Pessoa Dias (https://orcid.org/0000-0002-5594-7221) 3
Uende Aparecida Figueiredo Gomes (https://orcid.org/0000-0002-2750-8635) 1
Priscilla Macedo Moura (https://orcid.org/0000-0003-0090-2955) 1

Abstract Arboviruses, especially those trans- Resumo As arboviroses, sobretudo as transmiti-


mitted by the Aedes aegypti mosquito, have be- das pelo mosquito Aedes aegypti, têm-se constitu-
come a serious public health problem in Brazil. ído em grave problema de saúde pública no Bra-
In order to analyze how sanitation is addressed sil. Com o intuito de analisar como o saneamento
in the basic guidelines of public policies to control básico é abordado em instrumentos norteadores
arboviruses in the country, content analysis was das políticas públicas de controle das arboviroses
performed on eight governmental reference docu- no país, foi realizada uma análise de conteúdo
ments. As a result, it was possible to identify that em oito documentos governamentais de referên-
aspects related to communication and social mo- cia. Como resultados, foi possível identificar que
bilization, vector control, and management are aspectos relacionados à comunicação e mobiliza-
the themes most addressed in the documents ana- ção social, controle vetorial e gestão são os temas
lyzed. On the other hand, the components of basic mais abordados nos documentos analisados. Já as
sanitation, especially rainwater management and componentes do saneamento básico, destacando-
drainage, and sewage control, are not addressed se o manejo e a drenagem das águas pluviais e
in the instruments. Intersectorality is mentioned, o esgotamento sanitário não são abordados nos
however, there are no specific proposals to imple- instrumentos. A intersetorialidade é mencionada,
ment the plan and ensure its implementation. no entanto, não existem proposições específicas
The Ministry of Health’s National Guidelines for que apontem e assegurem sua implementação. As
the Prevention and Control of Dengue Epidem- Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle
1
Universidade Federal ics is the most complete document on the subject. de Epidemias de Dengue, do Ministério da Saúde,
de Minas Gerais. Av. The conclusion drawn is that basic sanitation is constitui-se no documento mais completo sobre o
Antônio Carlos 6627,
Pampulha. 31270-901 Belo not sufficiently addressed in the instruments for assunto. Conclui-se que o saneamento básico não
Horizonte MG Brasil. combatting arboviruses, which can contribute to está suficientemente abordado nos instrumentos
marcotuliodefaria@ the low effectiveness of public intervention and, de enfrentamento às arboviroses o que pode con-
gmail.com
2
Universidade Federal de consequently, this discrepancy needs to be focused tribuir para a baixa efetividade de intervenção
Juiz de Fora. Juiz de Fora on by public policies in Brazil. pública e que, portanto, tal contradição precisa
MG Brasil. Key words Aedes aegypti, Intersectorality, ser superada pelas políticas públicas no Brasil.
3
Laboratório de Educação
Profissional em Vigilância Health promotion Palavras-chave Aedes aegypti, Intersetorialida-
em Saúde, Escola Politécnica de, Promoção da saúde
de Saúde Joaquim Venâncio,
Fundação Oswaldo Cruz.
Rio de Janeiro RJ Brasil.
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Faria MTS et al.

Introdução no âmbito do enfrentamento às arboviroses ur-


banas no Brasil.
O artigo 3º da Lei nº 8.080/19901 considera como
fatores determinantes e condicionantes da saúde
a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o Metodologia
meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços Para identificar os instrumentos norteadores das
essenciais. Nesse sentido, no âmbito da promo- políticas públicas relacionados ao enfrentamento
ção da saúde, “o saneamento assume ações para das arboviroses urbanas, realizaram-se buscas na
melhoria da qualidade ambiental e para a erra- internet, bem como buscas nos sites oficiais do
dicação das doenças”2. Neste contexto, as ações Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saú-
de saneamento não devem se restringir a doenças de e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas
específicas, mas envolver o manejo habitacional Gerais.
(intra e peridomiciliar), comunitário e público Dessa forma, foram selecionados e analisados
das águas e dos resíduos em uma rede de ques- oito documentos governamentais, intitulados: i)
tões de saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue pu-
Desta forma, as doenças transmitidas por in- blicado no ano de 20028; ii) Programa Nacional
seto vetor, as arboviroses, sobretudo as transmi- de Controle da Dengue publicado no ano de
tidas pelo mosquito Aedes aegypti, têm se cons- 20069; iii) Diretrizes Nacionais para a Prevenção
tituído em grave problema de saúde pública no e Controle de Epidemias de Dengue10; iv) Plano
Brasil, sobretudo pela sazonalidade da dengue, de Contingência Nacional para a Febre de Chi-
zika e chikungunya. Como o Aedes aegypti é o kungunya11; v) Plano de Contingência Nacio-
principal vetor da transmissão dos vírus da den- nal para Epidemias de Dengue12; vi) Controle
gue, zika e chikungunya, torna-se fundamental de Vetores: procedimentos de segurança13; vii)
adotar medidas de controle da população exis- Dengue: Instruções para Pessoal de Combate
tente deste vetor como estratégia para enfrentar ao Vetor - Manual de Normas Técnicas14; e viii)
essas doenças arbovirais3. Afinal, em função da do estado de Minas Gerais, o Plano Estadual de
complexidade do ambiente antrópico, a integrali- Contingência: arboviroses urbanas15.
dade das ações entre os diversos setores da socie- A análise de conteúdo dos documentos foi
dade, nos quais a saúde, apesar de ser essencial, realizada adotando-se a análise temático-cate-
não é a única entre as políticas públicas a serem gorial16. Desta forma, após a leitura de todos os
consideradas4. Afinal, considerando as arbovi- programas, diretrizes e planos, identificaram-se
roses urbanas como Doenças Relacionadas ao as categorias e os códigos adotados na análise de
Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI)5, conteúdo. O processo de categorização e codifi-
as medidas de controle devem envolver, priori- cação dos documentos analisados foi realizado
tariamente, o manejo adequado das águas e dos com o auxílio do software MAXQDA 2020. A
resíduos nos domicílios, peridomicílios e áreas análise pautou-se em cinco eixos norteadores:
comunitárias, visando à superação das limitações • Aspectos do planejamento governamental em
do controle químico e sua consequente não uti- documentos: objetivo dos planos e programas; fi-
lização6. nanciamento; gestão; responsabilidade da esfera
Destaca-se ainda que as mudanças climáticas federal, estadual e municipal e intersetorialidade.
e a ocorrência dos eventos climáticos e hidroló- • As abordagens da saúde nos documentos
gicos extremos, conforme alertado pela sistema- governamentais: vigilância sanitária; vigilância
tização dos estudos consignados pelos relatórios entomológica; Agentes Comunitários de Saú-
do Intergovernmental Panel on Climate Change de (ACS) e Agentes de Controle de Endemias
(IPCC), alteram a dinâmica e a ecologia dos veto- (ACE).
res diante do aumento da temperatura e das alte- • Comunicação e Mobilização social.
rações dos regimes pluviais e fluviais, ampliando- • Saneamento e fatores ambientais: abasteci-
se a complexidade sobre o tema e a necessidade mento de água; esgotamento sanitário; limpeza
de serem consideradas em estudos, modelagens urbana e manejo dos resíduos sólidos; drenagem
e metodologias nos campos do saneamento e e manejo das águas pluviais.
da vigilância em saúde7. Assim sendo, o objeti- • Controle e monitoramento do Aedes aegyp-
vo desse estudo é analisar como a integração do ti: controle vetorial; controle mecânico; controle
saneamento básico e da saúde são abordados em legal; controle integrado; controle químico; con-
instrumentos norteadores das políticas públicas trole biológico.
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Resultados contradas nesses documentos as responsabilida-
des com relação à utilização de inseticidas para o
Aspectos do planejamento governamental controle do vetor nas ações de rotina nos muni-
em instrumentos norteadores relacionados cípios. Encontraram-se ainda, nesses três docu-
com as arboviroses urbanas mentos, ações relacionadas à intersetorialidade,
como por exemplo, na esfera estadual:
Os documentos governamentais analisados Constituir Comitê Gestor Intersetorial, sob co-
têm por objetivo apresentar informações sobre ordenação da secretaria municipal de saúde, com
como realizar o controle do Aedes aegypti, bem representantes das áreas do município que tenham
como a prevenção e o controle das arboviroses interface com o problema da dengue (defesa civil,
urbanas. limpeza urbana, infraestrutura, segurança, turis-
No documento contendo as Diretrizes Nacio- mo, planejamento, saneamento, etc), definindo
nais para a Prevenção e Controle de Epidemias responsabilidades, metas e indicadores de acom-
de Dengue10 indica-se que alguns dos objetivos panhamento de cada área de atuação10.
são: “fortalecer a articulação das diferentes áre- Na esfera municipal, tem-se ainda a seguinte
as e serviços, visando à integralidade das ações indicação:
para enfrentamento da dengue; e, reforçar ações Implantar Grupo Executivo Intersetorial de
de articulação intersetorial em todas as esferas Gestão do Plano Municipal de Prevenção e Con-
de gestão”. Um dos principais desafios para a trole de Epidemias de Dengue, com a participação
prevenção e o controle das arboviroses urbanas das diversas áreas de interesse da administração
consiste em extrapolar o setor de saúde, buscan- municipal, tais como limpeza urbana, defesa ci-
do-se a realização de ações intersetoriais, em es- vil, educação, saneamento, planejamento urbano,
pecial nas áreas de educação e saneamento. Esse etc10.
tema também é abordado no Plano Estadual de Na esfera federal, tem-se que “manter a ar-
Contingência15, sendo o seu objetivo: “fortalecer ticulação interministerial, por intermédio do
a articulação entre as áreas e serviços envolvidos grupo executivo específico, visando a atenuar os
no enfrentamento da dengue, chikungunya e zika macrodeterminantes envolvidos na manutenção
vírus, além da articulação intersetorial”. do Aedes aegypti no ambiente”10.
Apesar de a intersetorialidade aparecer em No que se refere ao financiamento dos planos
alguns trechos dos documentos analisados, de de prevenção e controle de epidemias de dengue,
forma específica, somente o PNCD8 e DNPCED10 o tema é abordado somente nas Diretrizes Nacio-
apresentam ações sobre o tema. nais para a Prevenção e Controle de Epidemias
No documento das Diretrizes Nacionais para de Dengue10.
a Prevenção e Controle de Epidemias de Den-
gue10 aborda que: As abordagens da saúde nos documentos
O setor saúde, por si só, não tem como resol- governamentais relacionados
ver a complexidade dos fatores que favorecem a com as arboviroses urbanas
proliferação do vetor da dengue, o mosquito Aedes
aegypti. A rápida urbanização do país gerou dé- Para o controle e monitoramento do Aedes
ficits nas estruturas de saneamento básico, o que, aegypti é importante à atuação dos Agentes de
por sua vez, favoreceu aumento de criadouros do Controle de Endemias (ACE) e Agentes Comu-
vetor. [...] Promover ações articuladas, tanto no nitários de Saúde (ACS). Informações sobre ACE
âmbito governamental quanto junto à sociedade e ACS foram encontradas no Manual de Normas
organizada ou não, é caminho a ser trilhado na Técnicas FUNASA14, DNPCED10 e PNCD8.
busca de soluções10. Somente PEC15 e PNCD8 apresentam infor-
O PCNFC11 e PCNED12 também abordam so- mações sobre Vigilância Entomológica. No Plano
bre a importância da intersetorialidade. No PC- Estadual de Contingência15 indica-se a necessida-
NFC11 indica que “buscar parcerias intersetoriais, de de “monitorar o Índice de Infestação Predial;
como por exemplo, o serviço de limpeza urbana, realizar análise dos indicadores entomológicos
para realizar ações diferenciadas nas áreas com [...]; estabelecer estratégias de controle de vetor,
registro de casos” é uma das ações a ser desen- de acordo com estrutura e cenário local, em con-
volvida. junto com o município”.
No PNCD8, DNPCED10 e PEC15 apresentam Com relação ao controle vetorial, os do-
ações sob responsabilidade das esferas federal, cumentos DNPCED10, PCNFC11, PCNED12 e
estadual e municipal. Destaca-se que foram en- PNCD8 apresentam informações sobre o tema.
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Inúmeros fatores são determinantes para a biental10. Com relação à fiscalização sanitária, é
ocorrência de doenças e do vetor transmissor das possível, por exemplo, identificar locais propícios
arboviroses urbanas. As condições inadequadas para a proliferação do mosquito Aedes aegypti
de habitação em aglomerados urbanos, em de- e adotar medidas educativas e/ou legais a partir
corrência da ausência de planejamento urbano e das irregularidades constatadas10.
da efetividade das políticas habitacionais diante Por outro lado, o manejo ambiental busca eli-
de um elevado déficit habitacional, juntamente minar os riscos de criadouros. Trata-se de “um
com situações de irregularidade na prestação de conjunto de medidas e intervenções nos riscos
serviços de saneamento básico, resultando em ambientais que impeçam ou minimizem a pro-
intermitências ou interrupção no fornecimen- pagação do vetor, evitando ou destruindo os cria-
to de água potável ou mesmo a falta de acesso douros potenciais de Aedes aegypti”. Nesse sen-
à agua potável, e o manejo e destinação inade- tido, podem-se citar boas práticas na gestão de
quados dos resíduos sólidos, associados à ina- resíduos sólidos, como por exemplo, a instalação
dequação do manejo das águas pluviais, seja na de ecopontos para a correta segregação e acondi-
macro, meso e microdrenagem, tanto nas áreas cionamento dos resíduos10.
comunitárias como domiciliares, bem como fa- Controle integrado ou manejo integrado de
tores supranacionais, como o crescente trânsito pragas foi encontrado somente em Controle de
de pessoas e cargas entre países e as mudanças Vetores: procedimentos de segurança13. O con-
climáticas provocadas pelo aquecimento global, trole integrado consiste em utilizar “várias téc-
destacam-se dentre esses fatores. Dessa forma, nicas disponíveis e necessárias a um programa
pode-se dizer que o controle vetorial é uma ação unificado”13. Com relação ao controle químico,
de responsabilidade coletiva, não se restringin- foram encontradas informações em FUNASA13,14
do apenas aos profissionais do setor de saúde. O e DNPCED10.
envolvimento de setores como abastecimento de O controle químico “é a última alternativa de
água, esgotamento sanitário e planejamento ur- controle a ser utilizada, uma vez que outras ações
bano é essencial para dar suporte às ações de con- menos agressivas e eficazes devem ser prioriza-
trole das arboviroses urbanas a fim de se alcançar das”13. Quando se realiza o tratamento focal, apli-
sua sustentabilidade10. ca-se um larvicida nos depósitos positivos com
Ainda no que se refere ao controle vetorial, formas imaturas que não podem ser eliminados
cabe mencionar a aplicação dos agrotóxicos como mecanicamente. Por outro lado, para realizar o
os inseticidas. Uma ampla variedade de equipa- tratamento perifocal, aplica-se “uma camada de
mentos é utilizada no controle da dengue, “desta- inseticida de ação residual nas paredes externas
cando-se os utilizados na aplicação de inseticidas dos depósitos situados em pontos estratégicos,
para o tratamento residual (perifocal), os costais por meio de aspersor manual, com o objetivo de
motorizados, o nebulizador portátil e o nebuliza- atingir o mosquito adulto que aí pousar na oca-
dor pesado”10. Visto que o uso desses equipamen- sião do repouso ou da desova”14.
tos de aspersão de inseticidas apresenta alcance Com relação ao controle biológico, foram en-
limitado e provoca grande impacto ambiental e à contradas informações em FUNASA13,14 e DNP-
saúde pública, o DNPCED10 ressalta seu caráter CED10. A utilização de controle biológico tem por
complementar às demais ações de controle, de- vantagem minimizar os danos ambientais que os
vendo ocorrer de forma concomitante. inseticidas comuns podem causar14. O Ministério
Por isso, o planejamento das atividades re- da Saúde vem adotando o uso do Bacillus thurin-
lacionadas ao controle vetorial consiste em um giensis israelensis (Bti) como agente biológico10.
fator essencial para se definir as necessidades de Com relação ao controle legal, esse tema foi
pessoal, equipamentos e insumos de forma pré- abordado em DNPCED10 e FUNASA13. Além
via, garantindo assim suas aquisições em tempo disso, o controle legal está relacionado com a “co-
hábil. É importante também que as ações de con- leta e destinação adequada de resíduos sólidos,
trole vetorial sejam planejadas e executadas de regulamentação de atividades econômicas críti-
forma intersetorial, promovendo a articulação cas (ferro-velho, borracharias), limpeza de terre-
entre diversos setores municipais (educação, lim- nos baldios e educação ambiental”13.
peza urbana, saneamento etc.) e permanente10. Com relação ao controle mecânico, esse tema
Somente DNPCED10 apresenta informações foi abordado em DNPCED10 e FUNASA13. De
sobre vigilância sanitária. As duas áreas de atua- acordo com o documento13:
ção da vigilância sanitária no controle da dengue o controle mecânico compreende técnicas bas-
são: i) fiscalização sanitária; e, ii) manejo am- tante simples e eficazes, representando algumas
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vezes, alto investimento inicial, porém com resul- institucional da Secretaria de Gestão Estratégica e
tados permanentes, pois envolvem ações de sane- Participativa do Ministério da Saúde.
amento básico e de educação ambiental, como: i) • Colaborar na realização de encontros, ofici-
drenagem e retificação de criadouros; ii) coleta e nas e/ou seminários para fortalecer o compromis-
destino adequado de lixo; iii) destruição de cria- so dos conselhos de saúde com o enfrentamento
douros temporários; e, iv) telagem de janelas13. da dengue, principalmente com a mobilização dos
segmentos representados10.
Comunicação e Mobilização social Outro ponto importante diz respeito ao en-
nos documentos relacionados volvimento de escolas para a mobilização da so-
às arboviroses urbanas ciedade, que é abordado no DNPCED10 e PEC15.

Com relação à comunicação e mobilização Saneamento e fatores ambientais


social, só não há menção a este tema no PNCD9. nos documentos relacionados
Nos demais documentos analisados e que pos- às arboviroses urbanas
suem informações sobre o tema, destacam-se a
relevância da mobilização social no combate ao Sabe-se que alguns dos fatores que favorecem
mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus. Res- a proliferação do mosquito Aedes aegypti e a dis-
salta-se que “o controle da dengue é exemplo seminação das arboviroses urbanas estão direta-
claro de que, quando as ações educativas são mente relacionados com o saneamento básico. O
devidamente valorizadas e implementadas, traz saneamento básico e fatores ambientais são abor-
como consequência a redução ou mesmo a não dados pela FUNASA14, como componentes im-
utilização de inseticidas”13. Nessa linha, ainda é portantes, embora pouco fomentados. Visando
considerada imprescindível a participação popu- ao êxito no controle vetorial, três aspectos devem
lar para o combate do mosquito Aedes aegypti14. ser considerados no que se refere aos resíduos
Ações como: limpeza frequente e cobertura de sólidos: a redução da geração de resíduos, acom-
caixas d’água, poços, cisternas, calhas e piscinas; panhada pela sua reciclagem ou reutilização; a
se evitar o acúmulo de água parada em pneus coleta dos resíduos; e a disposição final adequa-
velhos, tambores e outros utensílios domésticos; da. Contudo, ações de melhorias dos serviços de
manter os resíduos sólidos bem acondicionados limpeza pública muitas vezes ocorrem apenas na
e tampados; dentre outras, devem ser adotadas vigência de maior incidência. Com relação ao
no nível do domicílio, por todos os moradores14. abastecimento de água, é fundamental a reali-
As ações de comunicação e mobilização de- zação de trabalho educativo, junto à população,
vem envolver entidades da sociedade civil orga- visando difundir o uso correto de recipientes de
nizada e são de responsabilidade das três esferas armazenamento de água e noções acerca do sa-
de gestão, sendo essencial a intersetorialidade neamento domiciliar14.
para a sua condução10. O documento estabelece Foi possível observar a baixa representativi-
como atribuições comuns da área de comunica- dade dos quatro componentes do saneamento
ção intersetorial e mobilização social do Ministé- básico (abastecimento de água, esgotamento sa-
rio da Saúde, SES e SMS: nitário, resíduos sólidos e drenagem e manejo
• Colaborar na implantação de comitês de mo- das águas pluviais) nos documentos analisados.
bilização estaduais/municipais em locais estratégi- O abastecimento de água é mencionado somen-
cos para o controle da dengue. Os comitês devem te em PNCD8. Nesse plano são abordadas ações
ser de iniciativa da gestão estadual ou municipal relacionadas às melhorias sanitárias domiciliares
do SUS e integrados por diversos setores de gover- associadas aos recipientes de armazenamento de
no, por lideranças comunitárias, empresas priva- água potável, vedação dos depósitos de água e
das e pela sociedade civil. fornecimento contínuo de água nos domicílios.
• Qualificar as ouvidorias estaduais do SUS e Com relação à limpeza urbana e manejo dos
ouvidorias municipais existentes (serviços de dis- resíduos sólidos, foram encontradas informações
que dengue, por exemplo), com capacidade de pro- em PNCD8,9. Entre as ações necessárias para re-
duzir relatórios ágeis, que possam orientar a ação duzir a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti
da gestão e da mobilização. e Aedes albopictus, estão o “fomento da limpeza
• Pautar a temática da dengue e o papel dos urbana e a coleta regular de lixo realizada de for-
conselhos nos processos de educação permanente ma sistemática pelos municípios, buscando atin-
para o controle social, que estão sendo desenvol- gir coberturas adequadas, principalmente em
vidos nos estados com o apoio técnico, financeiro e área de risco”8.
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Ao analisarem os fatores de risco para a ocor- ses certamente será mais efetivo se os gestores
rência de dengue, Rivera e Rodríguez17 relatam compreenderem a importância dos serviços de
que as densidades vetoriais aumentam com as saneamento para a promoção da saúde pública,
práticas de armazenamento de água, em função levando em consideração a análise interdiscipli-
da intermitência da falta de abastecimento de nar do território”.
água, e com o aumento de uso de recipientes que A falta de medidas preventivas de saneamen-
acumulam água, como pneus e materiais descar- to, sejam estruturais e estruturantes, resultam no
táveis. aumento do risco de ocorrência de arboviroses
O acúmulo de resíduos sólidos também se urbanas e mesmo de epidemias. Esses fatos justi-
destaca como um fator de risco. Os autores ao ficam a intensificação do uso de modelo químico
encontrarem relação entre o gerenciamento de para o controle do mosquito Aedes aegypti. En-
resíduos sólidos e a ocorrência de dengue, apon- tretanto, a adoção dessa tecnologia necessita de
tam para a importância de se implantar uma ges- recursos financeiros elevados, traz riscos à saúde
tão de resíduos sólidos adequada nos municípios ambiental e humana e tem se mostrado ineficaz.
como uma ação estratégica para reduzir os casos Em face das pesquisas que relacionam os
de dengue18. componentes do saneamento básico como fatores
Ao analisar as componentes do saneamento de risco para a ocorrência de arboviroses urba-
drenagem e manejo das águas pluviais e o esgo- nas, esperava-se que os instrumentos norteadores
tamento sanitário nos instrumentos norteadores das políticas públicas no âmbito do enfrentamen-
das políticas públicas no âmbito do enfrentamen- to às arboviroses urbanas no Brasil apresentas-
to às arboviroses urbanas no Brasil, não foram sem maior interface entre os assuntos. Afinal, a
identificadas menções sobre esses componentes abordagem intersetorial é essencial. Segundo os
nos documentos analisados. autores, o combate à dengue extrapola a área de
saúde e é influenciado pela situação inadequada
de saneamento21.
Discussão Há necessidade da elaboração, implantação e
implementação de políticas públicas articuladas,
Diante da importância das ações em saneamento nas três esferas de governo e que considerem me-
para o monitoramento e controle desse mosquito, didas eficazes de saneamento básico. Como por
observa-se que essa temática é pouco abordada exemplo, a coleta regular de resíduos sólidos, para
nos documentos analisados, afinal, as arboviro- reversão do quadro atual das arboviroses urbanas,
ses urbanas estão relacionadas às DRSAI. De fato, promovendo o controle do vetor e a prevenção de
uma vez que se consideram as arboviroses urbanas doenças, complicações e óbitos no país.
como DRSAI, a busca por melhorias na prestação Nesse sentido, entre os componentes de sa-
dos serviços de saneamento deve ser uma cons- neamento básico, ressalta-se que existem estudos
tante para amenizar a proliferação e a ocorrência que já relacionam as estruturas de drenagem e
das arboviroses urbanas. De acordo com Funda- manejo das águas pluviais como locais propícios
ção Oswaldo Cruz (Fiocruz), a articulação entre para a presença de focos de proliferação do mos-
os componentes do saneamento com as dimen- quito Aedes aegypti e Aedes albopictus22-27. No en-
sões ambientais e da saúde tornam-se necessárias tanto, não há menção sobre a drenagem e manejo
para se atingir a promoção de territórios susten- das águas pluviais nos documentos analisados.
táveis e saudáveis19. Afinal, apesar da conhecida Além disso, a drenagem e manejo das águas plu-
relação entre saúde e saneamento, a compreensão viais precisa ter maior visibilidade entre os inves-
dessa associação apresenta lacunas que se tornam timentos municipais. Haja vista que as mudanças
entraves para a melhoria da saúde por parte dos climáticas têm propiciado eventos extremos de
beneficiados dos serviços de saneamento19. pluviosidade, com maior frequência e intensida-
A Fiocruz considera ainda que as práticas e de causando perdas decorrentes de enchentes e
políticas de saneamento são ineficazes em razão inundações e ocasionando ambientes favoráveis
da necessidade de se envolver outros fatores e por para a proliferação de vetores.
desconsiderar as condições futuras de manuten- Ressalta-se ainda a discrepância observada
ção das intervenções de saneamento, de planeja- entre a incidência da ocorrência de arboviroses
mento, a participação social, bem como a visão urbanas na área urbana em detrimento da área
antiga de ser tecnicista e voltada somente para rural. Fato é que se observa um processo de ur-
as questões de engenharia do saneamento19. Para banização sem planejamento, afetando princi-
Queiroz et al.20, “o enfrentamento das arboviro- palmente os moradores das áreas periféricas com
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pouco acesso aos serviços públicos. Ou seja, a Identifica-se ainda na PNVS elementos que
precariedade do saneamento básico, aliada ao au- precisam ser utilizados no controle das arbovi-
mento do fluxo rural-urbano e entre os países são roses urbanas, como a participação popular, a
condicionantes para a proliferação dos vetores28. priorização de ações em territórios onde residem
Os autores entendem que para desenvolver as populações em situação de maior risco e em
campanhas de mobilização social e de comuni- vulnerabilidade, integralidade, intersetoriali-
cação, com a finalidade de realizar atividades de dade, equidade, ações de promoção da saúde e
promoção a saúde no controle dos vetores das articulação entre as vigilâncias36. Nesse sentido,
arboviroses urbanas, deve haver a participação considera ser essencial a adoção das ações pre-
social desde o planejamento das ações até a sua conizadas na PNVS para que se tenha efetividade
execução. Afinal, esse processo é mais complexo no controle das arboviroses urbanas, bem como
do que somente haver a transmissão de informa- no alcance da promoção da saúde36.
ções29. Nesse sentido, “a participação, a mobiliza- Gómez-Dantés e Willoquet37 consideram
ção e o controle social funcionam como um eixo que as estratégias de controle de vetores e as ca-
transversal, unindo a educação em saúde, a edu- pacidades de vigilância devem ser abordadas de
cação ambiental e o saneamento básico”30. maneira integrada, devido à complexidade dos
Para realizar o controle das arboviroses ur- fatores envolvidos na dinâmica de transmissão,
banas, é importante que sejam realizadas ações avaliação de riscos e potencial de controle. No
intersetoriais. Nesse sentido, para além de en- entanto, Braga e Valle38 consideram que as ações
volver os principais setores, como saúde, meio do manejo ambiental estão centradas na elimi-
ambiente, limpeza urbana e educação, torna-se nação do vetor e/ou seus focos como forma de
necessária a formação dos trabalhadores, sejam impedir o contato homem-vetor utilizando, para
AVS, bem como os ACS ou ACE, incluindo a isso, a instalação de telas em janelas e portas, bem
necessidade da formação de técnicos em vigilân- como a eliminação de criadouros.
cia em saúde. Afinal, estes precisam ter conhe- Por fim, considera-se que deva haver um con-
cimentos técnicos, de saneamento e saúde para trole integrado dos vetores, envolvendo todos os
atuarem nessa área, bem como mobilizar a po- atores sociais, bem como contemplando as ações
pulação para realizar ações de manejo das águas de vigilância em saúde associadas com atenção
e de resíduos em nível de domicílio. No entanto, básica e saneamento básico nas escalas domici-
autores apontam a dificuldade de concretização liares e comunitárias. Nesse sentido, a partir da
da intersetorialidade nas ações de combate à den- análise dos instrumentos norteadores das po-
gue31,32. Os autores, inclusive, afirmam que não líticas públicas no âmbito do enfrentamento às
há uma base de conhecimento acumulado sobre arboviroses urbanas no Brasil entende-se que
experiências relacionadas às práticas interseto- apesar de se reconhecer a importância da in-
riais33. Desta forma, considera-se importante que tersetorialidade, não são apresentadas de forma
haja um maior empenho dos governantes e dos prática e precisa de como isso pode ser execu-
setores relacionados ao controle das arboviroses tado no combate às arboviroses urbanas. Assim
urbanas para que de fato as ações intersetoriais sendo, considera-se que em novas edições desses
sejam implantadas nos municípios. instrumentos norteadores, bem como em demais
A atuação da equipe de vigilância sanitária, documentos governamentais relacionados à essa
bem como a vigilância entomológica são fun- temática, torna-se necessário apresentar ações
damentais no controle de vetores34,35. Contudo, claras e específicas de como se atingir a interse-
devem ser realizadas de forma articulada e inte- torialidade no combate às arboviroses urbanas.
gradas com os setores relacionados ao tema. Res- Além da intersetorialidade, observou-se que
salta-se que a Política Nacional de Vigilância em os instrumentos norteadores de combate às ar-
Saúde (PNVS) é recente e foi instituída pela Re- boviroses urbanas não existem muitas menções
solução nº 588 de 12 de julho de 2018 pelo Con- sobre a temática saneamento básico, apesar das
selho Nacional de Saúde36. Na PNVS, conforme arboviroses urbanas estarem relacionadas às
artigo 3º observa-se que existe uma orientação DRSAI. Desta forma, considera-se que a temá-
em realizar a “articulação dos saberes, processos tica saneamento deve ser inserida com maior
e práticas relacionados à vigilância epidemiológi- ênfase nesses documentos governamentais, prin-
ca, vigilância em saúde ambiental, vigilância em cipalmente com relação a drenagem e manejo
saúde do trabalhador e vigilância sanitária”36 com das águas pluviais que não são mencionadas em
a finalidade de realizar ações transversais sobre a nenhum documento analisado.
determinação do processo saúde-doença.
1774
Faria MTS et al.

Considerações finais forma superficial. Apesar de alguns dos docu-


mentos analisados apresentarem os responsáveis
Após a análise de como o saneamento é abordado pelas ações previstas, muitas lacunas são deixa-
em instrumentos norteadores das políticas públi- das. Ainda, com relação ao financiamento das
cas no âmbito do enfrentamento às arboviroses ações, somente um documento o menciona. Sem
urbanas no Brasil, constata-se que essa temática é definição de responsabilidades e de fontes de fi-
pouco abordada e as ações não são apresentadas nanciamento é de se esperar que as ações plane-
claramente nos documentos que versam sobre jadas não sejam implantadas, o que fragiliza as
o assunto. Os documentos analisados focam no políticas.
controle vetorial e não na prevenção e controle Dos códigos buscados nos documentos dois
das arboviroses urbanas. não foram mencionados em nenhum deles: es-
De fato, percebe-se que são imprescindíveis gotamento sanitário e drenagem e manejo das
ações intersetoriais para o adequado monito- águas pluviais. Ressalta-se que nenhum dos oito
ramento e controle do mosquito Aedes aegypti documentos analisados aborda a drenagem e o
e Aedes albopictus nos municípios brasileiros, manejo das águas pluviais, embora já existam es-
envolvendo, inclusive o saneamento básico. Per- tudos que apontem as estruturas de drenagem e
cebe-se que a intersetorialidade não é abordada manejo das águas pluviais como locais de prolife-
com evidência nos documentos, apesar de ser ração do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopic-
identificada em diversos trechos nos documen- tus. Nesse sentido, considera-se importante que
tos analisados. nas futuras revisões e publicações de instrumen-
A educação, comunicação e mobilização so- tos norteadores das políticas públicas no âmbito
cial são destacadas nos documentos como im- do enfrentamento às arboviroses urbanas no Bra-
portantes para o controle vetorial, entretanto sil, deve ser abordado com mais ênfase a temática
na maior parte dos documentos são tratados de do saneamento e a intersetorialidade.

Colaboradores

MTS Faria realizou a análise de conteúdo, bem


como concepção e na redação final do manuscri-
to. NRS Ribeiro colaborou na análise de conteú-
do e na discussão do manuscrito. AP Dias contri-
buiu na metodologia e na escrita do artigo. UAF
Gomes contribuiu na metodologia e na escrita do
artigo. PM Moura contribuiu na metodologia, na
escrita do artigo e na revisão do artigo.
1775

Ciência & Saúde Coletiva, 28(6):1767-1776, 2023


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Artigo apresentado em 17/05/2022


Aprovado em 08/11/2022
Versão final apresentada em 10/11/2022

Editores-chefes: Romeu Gomes, Antônio Augusto Moura


da Silva

CC BY Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons

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