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BRASÍLIA | DF

2021
ENFA. MARILUCE RIBEIRO DE SÁ

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BRASÍLIA | DF
2021
©Copyright 2021 | Mariluce Ribeiro de Sá
Todos os direitos reservados.

Texto revisado segundo o novo Acordo


Ortográfico da Língua Portuguesa.

Revisão Técnica Científica:


Dra Betânia Maria Pereira dos Santos

Revisão Técnica:
Mariluce Ribeiro de Sá

Revisão Jurídica:
Dr. Alberto Jorge Santiago Cabral

Revisão Ortográfica:
Zarqueu Manoel da Silva

Editoração:
Matheus Vieira de Melo da Costa Cirne

Design de capa:
Gileno Brandão Mendes

Diagramação:
Gileno Brandão Mendes

Modo de acesso:
ISBN :978-65-87031-04-0 (livro eletrônico)

Dados Catalográficos
__________________________________________________________
Sá, Mariluce Ribeiro de. Coletânea de respostas às dúvidas de
Enfermagem à luz da legislação– COFEN. Brasília – DF. 2021.
p:128
ISBN :978-65-87031-04-0

Este e-book ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de
forma alguma sem autorização expressa, por escrito, da autora ou editor,
exceto pelo uso de citações breves em uma resenha do e-book.
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Produzido no Brasil
PREFÁCIO

O domínio acerca da legislação na Enfermagem é de


extrema relevância para a garantia do exercício
profissional, em compromisso com os princípios éticos que
regem a profissão. Este E-book se apresenta como uma
acessível alternativa àqueles que buscam aprimorar seus
conhecimentos acerca das leis, resoluções e pareceres da
Enfermagem, sejam alunos ou profissionais.

Com um conteúdo prático e estruturado de forma


didática, a coletânea também contém um vasto arcabouço
normativo do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e
exibe de forma resumida respostas para os conflitos e
questões que são impostos aos profissionais diariamente,
facilitando a resolução de dúvidas e dilemas, garantindo
uma conduta em consonância com a regulamentação e a
autonomia profissional.

Ao longo do tempo, a Enfermagem vivenciou


evoluções que se traduziram no aumento da
complexidade do exercício da profissão. Estes avanços
refletiram, sobremaneira, na organização profissional, nos
cuidados com os pacientes e claro, na exigência de um
trabalho dentro dos moldes éticos.

Neste sentido, a atuação na Enfermagem exige o


conhecimento amplo sobre deveres, responsabilidades e

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proibições da profissão, normatizada pelo novo Código de
Ética, estabelecido pela Resolução Cofen nº 564/2017.
Recomendo veementemente a leitura deste E-book, como
uma forma de manter-se atualizado e ciente, não apenas
de suas atribuições e competências técnicas e científicas,
mas também da relevância do seu papel enquanto agente
do cuidar que compõe a maior força da Saúde brasileira.

Nesta coletânea, o leitor irá se deparar de forma


constante com a iniciativa por parte da autora de conferir
ao leitor um empoderamento por meio do conhecimento.
De fato, profissionais que dominam a legislação
contribuem exponencialmente para uma Enfermagem
empoderada, que detém propriedade para agir diante das
mais variadas situações. Por este motivo, é imprescindível
ao profissional o domínio das normas que orientam a
prática profissional e das funções de seu próprio Conselho.

Esse desconhecimento não somente interfere no


exercício das funções por parte do profissional, mas
também impede que uma categoria se articule, direcione
reivindicações e lute de forma clara e objetiva pela
aprovação de pautas históricas. Igualmente, prejudica a
autonomia na profissão e facilita a perda de direitos e
outros retrocessos.

Desejo que este E-book possibilite a expansão do


conhecimento do leitor sobre a legislação que rege a
Enfermagem, contribuindo para o aprimoramento da
educação e para torná-lo um profissional empoderado e
atuante na luta pelos direitos da Enfermagem.

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Uma boa leitura!
Betânia Maria Pereira dos Santos
Presidente do Conselho Federal de Enfermagem-COFEN

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Ao ser convidado para escrever o prefácio de
COLETÂNEA DE RESPOSTAS ÀS DÚVIDAS DE
ENFERMAGEM À LUZ DA LEGISLAÇÃO, aceitei sem
pensar duas vezes. Pela honra do convite, por saber da
importância do material para os autores e por ver que o
livro gestado na disciplina Ética e Legislação: Resoluções,
Decisões, sob os comentários da Profa. Dra. Mariluce
Ribeiro estava finalmente terminado.

Os cuidados com a edição, em revisões e checagens,


leva a acreditar que tudo está pronto para os estudos e
aperfeiçoamento dos Profissionais de Enfermagem. Essa
sensação se dá também pela expectativa de soluções
para descrição de atividades da classe. Talvez o desejo do
autor de que algo poderia acontecer de melhor para essas
pessoas que exercem papel assistêncial, produzindo um
final preventivo e permitindo atender a segurança do
paciente.

Depois da leitura, consegui mensurar a relevância do


livro em si. Apesar de ter ligação com a disciplina
coordenando a comissão Nacional de Auxiliares e
Técnicos de Enfermagem, acompanhei a idealização da
obra, as anotações realizadas pela autora em reuniões da
CONATENF e a emoção em torno do tema, mas não tinha a
dimensão do volume e diversidade de informações que
encontraria.

No meio educacional já tem sido apresentado em


aulas em que se debatem os riscos advindos da ausência
de conhecimento das resoluções na luz da norma, da

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COLETÂNEA DE RESPOSTAS ÀS DÚVIDAS DE
ENFERMAGEM À LUZ DA LEGISLAÇÃO, será certamente
uma referência para quem vier a estudar, seja sob o ponto
de vista Ético, dos profissionais em formação, da análise
dos Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem em
exercício, da análise de averiguações, supostas infrações
e outras disciplinas.

Jefferson Caproni – Coordenador Comissão Nacional de


Auxiliares e Técnicos de Enfermagem CONATENF/COFEN

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APRESENTAÇÃO

Sempre quis escrever algo que pudesse contribuir


com a minha profissão. Um desejo que começou a maturar
dentro de mim na época em que fui Conselheira Regional
do COREN PB na gestão 2012-2017. Neste período,
construí alguns pareceres técnicos na época aprovados
em plenária.

Mesmo não sendo mais integrante da plenária do


Conselho Regional de Enfermagem, alguns profissionais
sempre me procuram a fim de tirar dúvidas relacionadas às
atividades de enfermagens, sobre atribuições,
competências e legalidades.

Desta forma, comecei, através das minhas redes


sociais, a fazer um trabalho interativo, no início meio tímido,
realizando enquetes e postagens sobre temas propostos.
No entanto, queria algo maior, que me permitisse levar as
informações para todos os meus colegas.

Então, uma colega Enfermeira lançou um e-book na


área em que atua e se tornou a minha fonte de inspiração.
Algo que já tinha dentro de mim aflorou, e comecei a
colocar em prática o meu desejo. Assim, nasceu o título do
meu E-book Coletânea de Respostas as Dúvidas de
Enfermagem, à luz da Legislação.

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Confesso que quando era estudante não gostava da
matéria de Legislação, mas hoje, me vejo escrevendo e
lendo diariamente sobre a temática. Desta forma, consegui
enxergar a importância dos Profissionais de Enfermagem
conhecendo a regulamentação do meu exercício
profissional.

No início, pensei em fazer uma coletânea apenas dos


meus pareceres. No entanto, pensei em algo maior,
repassando meus conteúdos já postados de uma forma
mais didática e prática, incluindo as sugestões dos
p ro fi s s i o n a i s , t e n d o co m o b a s e o s co n fl i t o s e
questionamentos que surgem no cotidiano profissional.
Com isso, pretendo de uma forma resumida e informativa,
tirar as dúvidas que afligem muitos profissionais de
Enfermagem.

Esta Coletânea tem como principal objetivo


proporcionar consultas aos profissionais de Enfermagem
quanto às suas atribuições, competências técnicas e
cientificas, no que diz respeito à Legislação vigente.
Ademais, seu conteúdo também pode ser usado para
elaboração de protocolos nas instituições de Saúde e de
ensino.

Muito do sucesso que obtive em minha vida


profissional teve uma contribuição significativa e
fundamental dos meus queridos colegas de trabalho, e
hoje me sinto uma Enfermeira e Técnica de Enfermagem
empoderada. Escolha você também ser um Profissional de
Enfermagem empoderado, buscando ampliar os seus

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A Enfermagem despertou em mim a arte do cuidar,
ensinar, tentar e não desistir. A tentativa é o primeiro
degrau para o sucesso, e só conseguiremos se tentarmos.
Por isso, acredite sempre!

Mariluce Ribeiro de Sá

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SUMÁRIO

11
SUMÁRIO

12
SUMÁRIO

13
SUMÁRIO

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SUMÁRIO

15
SUMÁRIO

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LEI N 5.905/73,
DE 12 DE JULHO DE 1973

Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e


Regionais de Enfermagem e dá outras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º – São criados o Conselho Federal de Enfermagem


(COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem
(COREN), constituindo em seu conjunto uma autarquia,
vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Art. 2º – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são


órgãos disciplinadores do exercício da profissão de
enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos
serviços de Enfermagem.

Art. 3º – O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados


os Conselhos Regionais, terá jurisdição em todo o território
nacional e sede na Capital da República.

Art. 4º – Haverá um Conselho Regional em cada Estado e


Território, com sede na respectiva capital, e no Distrito
Federal.
Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o

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número de profissionais habilitados na unidade da
federação for interior a cinqüenta, determinar a formação
de regiões, compreendendo mais de uma unidade.

Art. 5º – O Conselho Federal terá nove membros efetivos e


igual número de suplentes, de nacionalidade brasileira, e
portadores de diploma de curso de Enfermagem de nível
superior.

Art. 6º – Os membros do Conselho Federal e respectivos


suplentes serão eleitos por maioria de votos, em escrutínio
secreto, na Assembléia dos Delegados Regionais.

Art. 7º – O Conselho Federal elegerá dentre seus


membros, em sua primeira reunião, o Presidente, o Vice-
presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários e o
Primeiro e o Segundo Tesoureiros.

Art. 8º – Compete ao Conselho Federal:


I – aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos
Regionais;
II – instalar os Conselhos Regionais;
III – elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e
alterá-lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos
Regionais;
IV – baixar provimentos e expedir instruções, para
uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos
Conselhos Regionais;
V – dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos
Regionais;
VI – apreciar, em grau de recursos, as decisões dos

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Conselhos Regionais;
VII – instituir o modelo das carteiras profissionais de
identidade e as insígnias da profissão;
VIII – homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos
Regionais;
IX – aprovar anualmente as contas e a proposta
orçamentária da autarquia, remetendo-as aos órgãos
competentes;
X – promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
profissional;
XI – publicar relatórios anuais de seus trabalhos;
XII – convocar e realizar as eleições para sua diretoria;
XIII – exercer as demais atribuições que lhe forem
conferidas por lei.

Art. 9º – O mandato dos membros do Conselho Federal


será honorífico e terá a duração de três anos, admitida uma
reeleição.

Art. 10 – A receita do Conselho Federal de Enfermagem


será constituída de:
I – um quarto da taxa de expedição das carteiras
profissionais;
II – um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos
Regionais;
III – um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos
Regionais;
IV – doações e legados;
V – subvenções oficiais;
VI – rendas eventuais.
Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos

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para inscrição de profissionais o Conselho Federal de
Enfermagem adotará como critério, no que couber, o
disposto na Lei nº 2.604, de 17 de setembro 1955.

Art. 11 – Os Conselhos Regionais serão instalados em


suas respectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e
outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira,
na proporção de três quintos de Enfermeiros e dois quintos
de profissionais das demais categorias do pessoal de
Enfermagem reguladas em lei.
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos
Regionais será sempre ímpar, e a sua fixação será feita
pelo Conselho Federal, em proporção ao número de
profissionais inscritos.

Art. 12 – Os membros dos Conselhos Regionais e


respectivos suplentes serão eleitos por voto pessoal,
secreto e obrigatório, em época determinada pelo
Conselho Federal, em Assembléia Geral especialmente
convocada para esse fim.

§ 1º Para a eleição referida neste artigo serão organizadas


chapas separadas, uma para enfermeiros e outra para os
demais profissionais de Enfermagem, podendo votar, em
cada chapa, respectivamente, os profissionais referidos no
artigo 11.

§ 2º Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas


eleições referidas neste artigo, será aplicada pelo
Conselho Regional multa em importância correspondente
ao valor da anuidade.

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Art. 13 – Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente,
Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargos de
Vice-presidente, Segundo-secretário e Segundo-
tesoureiro, para os Conselhos com mais de doze membros.

Art. 14 – O mandato dos membros dos Conselhos


Regionais será honorífico e terá duração de três anos,
admitida uma reeleição.

Art. 15 – Compete aos Conselhos Regionais;


I- deliberar sobre inscrição no Conselho e seu
cancelamento;
II – disciplinar e fiscalizar o exercício profissional,
observadas as diretrizes gerais do Conselho Federal;
III – fazer executar as instruções e provimentos do
Conselho Federal;
IV – manter o registro dos profissionais com exercício na
respectiva jurisdição;
V – conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética
profissional, impondo as penalidades cabíveis;
VI – elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto
de seu regimento interno e submetê-los à aprovação do
Conselho Federal;
VII – expedir a carteira profissional indispensável ao
exercício da profissão, a qual terá fé pública em todo o
território nacional e servirá de documento de identidade;
VIII – zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a
exerçam;
IX – publicar relatórios anuais de seus trabalhos e relação
dos profissionais registrados;
X – propor ao Conselho Federal medidas visando à

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melhoria do exercício profissional;
XI – fixar o valor da anuidade;
XII – apresentar sua prestação de contas ao Conselho
Federal, até o dia 28 de fevereiro de cada ano.
XIII – eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao
Conselho Federal;
XIV – exercer as demais atribuições que lhes forem
conferidas por esta Lei ou pelo Conselho Federal.

Art. 16 – A renda dos Conselhos Regionais será


constituída de:
I – três quartos da taxa de expedição das carteiras
profissionais;
II – três quartos das multas aplicadas;
III – três quartos das anuidades;
IV – doações e legados;
V – subvenções oficiais, de empresas ou entidades
particulares;
VI – rendas eventuais.

Art. 17 – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais


deverão reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente.
Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano,
sem licença prévia do respectivo Conselho, a cinco
reuniões perderá o mandato.

Art. 18 – Aos infratores do Código de Deontologia de


Enfermagem poderão ser aplicadas as seguintes penas:
I – advertência verbal;
II – multa;
III – censura;

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III – censura;
IV – suspensão do exercício profissional;
V – cassação do direito ao exercício profissional.
§ 1º As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo
são da alçada dos Conselhos Regionais e a referida no
inciso V, do Conselho Federal, ouvido o Conselho Regional
interessado.
§ 2º O valor das multas, bem como as infrações que
implicam nas diferentes penalidades, serão disciplinados
no regimento do Conselho Federal e dos Conselhos
Regionais.

Art. 19 – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais


terão tabela própria de pessoal, cujo regime será o da
Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 20 – A responsabilidade pela gestão administrativa e


financeira dos Conselhos caberá aos respectivos diretores.

Art. 21 – A composição do primeiro Conselho Federal de


Enfermagem, com mandato de um ano, será feito por ato
do Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante
indicação, em lista tríplice, da Associação Brasileira de
Enfermagem.

Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído


caberá, além das atribuições previstas nesta Lei:
a) promover as primeiras eleições para composição dos
Conselhos Regionais e instalá-los;
b) promover as primeiras eleições para composição do
Conselho Federal, até noventa dias antes do termino do
seu mandato.
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Art. 22 – Durante o período de organização do Conselho
Federal de Enfermagem, o Ministério do Trabalho e
Previdência Social lhe facilitará a utilização de seu próprio
pessoal, material e local de trabalho.

Art. 23 – Esta Lei entrará em vigor na data da sua


publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 12 de julho de 1973.


(Ass.) Emílio G. Médici, Presidente da República, e Júlio
Barata, Ministro do Trabalho e Previdência Social
Lei nº 5.905, de 12.07.73
Publicada no DOU de 13.07.73.

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LEI N 7.498/86,
DE 25 DE JUNHO DE 1986

Dispõe sobre a regulamentação do exercício da


Enfermagem e dá outras providências.
O presidente da República.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o


território nacional, observadas as disposições desta Lei.

Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares


somente podem ser exercidas por pessoas legalmente
habilitadas e inscritas no Conselho Regional de
Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o
exercício.

Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente


pelo enfermeiro, pelo técnico de Enfermagem, pelo
auxiliar de Enfermagem e pela parteira, respeitados os
respectivos graus de habilitação.

Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições


e serviços de saúde incluem planejamento e programação
de Enfermagem.

Art. 4º – A programação de Enfermagem inclui a prescrição

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da assistência de Enfermagem.

Art. 5º – (vetado)
§ 1º (vetado)
§ 2º (vetado)

Art. 6º – São enfermeiros:


I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por
instituição de ensino, nos termos da lei;
II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de
enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a
titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica
ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola
estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como diploma de enfermeiro, de enfermeira Obstétrica ou
de obstetriz;
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,
obtiverem título de enfermeiro conforme o disposto na
alínea “”d”” do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de
março de 1961.

Art. 7º – São técnicos de Enfermagem:


I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e
registrado pelo órgão competente;
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente
conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.

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Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem:
I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem
conferido por instituição de ensino, nos termos da Lei e
registrado no órgão competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14
de junho de 1956;
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o
inciso III do Art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de
1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de
dezembro de 1961;
IV – o titular de certificado de enfermeiro Prático ou Prático
de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional
de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da
Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde
nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº
23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778,
de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de
outubro de 1959;
V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem,
nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de
1967;
VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola
ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado
em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou
revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de
Enfermagem.

Art. 9º – São Parteiras:


I – a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei
nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto
na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;

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II – a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou
equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro,
segundo as leis do país, registrado em virtude de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois)
anos após a publicação desta Lei, como certificado de
Parteira.

Art. 10 – (vetado)

Art. 11. O enfermeiro exerce todas as atividades de


enfermagem, cabendo-lhe:
I – privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da
estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada,
e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de
suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas
prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e
avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem;
d) (VETADO);
e) (VETADO);
f) (VETADO);
g) (VETADO);
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre
matéria de Enfermagem;
i) consulta de Enfermagem;
j) prescrição da assistência de Enfermagem;
l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com
risco de vida;
m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade

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técnica e que exijam conhecimentos de base científica e
capacidade de tomar decisões imediatas;
II – como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da
programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos
planos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em
programas de saúde pública e em rotina aprovada pela
instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de
unidades de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar
e de doenças transmissíveis em geral;
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam
ser causados à clientela durante a assistência de
Enfermagem;
g) assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e
puérpera;
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
i) execução do parto sem distocia;
j) educação visando à melhoria de saúde da população.
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do
art. 6º desta lei incumbe, ainda:
a) assistência à parturiente e ao parto normal;
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de
providências até a chegada do médico;
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de
anestesia local, quando necessária.

Art. 12 – O Técnico de Enfermagem exerce atividade de

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nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento
do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e
participação no planejamento da assistência de
Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
§ 1º Participar da programação da assistência de
Enfermagem;
§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto
as privativas do enfermeiro, observado o disposto no
Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;
§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de
Enfermagem em grau auxiliar;
§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 13 – O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de


nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços
auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a
participação em nível de execução simples, em processos
de tratamento, cabendo-lhe especialmente:
§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
§ 2º Executar ações de tratamento simples;
§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 14 – (vetado)

Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta


Lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e
privadas, e em programas de saúde, somente podem ser
desempenhadas sob orientação e supervisão de
enfermeiro.

30
Art. 16 – (vetado)

Art. 17 – (vetado)

Art. 18 – (vetado)

Parágrafo único. (vetado)

Art. 19 – (vetado)

Art. 20 – Os órgãos de pessoal da administração pública


direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito
Federal e dos Territórios observarão, no provimento de
cargos e funções e na contratação de pessoal de
Enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta Lei.
Parágrafo único – Os órgãos a que se refere este artigo
promoverão as medidas necessárias à harmonização das
situações já existentes com as diposições desta Lei,
respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e
salários.

Art. 21 – (vetado)

Art. 22 – (vetado)

Art. 23 – O pessoal que se encontra executando tarefas de


Enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos
de nível médio nesta área, sem possuir formação
específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho
Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares
de Enfermagem, observado o disposto no Art. 15 desta
Lei.
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Parágrafo único – A autorização referida neste artigo, que
obedecerá aos critérios baixados pelo Conselho Federal
de Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o
prazo de 10 (dez) anos, a contar da promulgação desta Lei.

Art. 24 – (vetado)
Parágrafo único – (vetado)

Art. 25 – O Poder Executivo regulamentará esta Lei no


prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua
publicação.

Art. 26 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 27 – Revogam-se (vetado) as demais disposições em


contrário.

Brasília, em 25 de junho de 1986, 165º da Independência


e 98º da República
José Sarney
Almir Pazzianotto Pinto
Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86
Seção I – fls. 9.273 a 9.275 Seção I fls. 6.825.

DECRETO N 94.406/87

Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que


dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras
providências
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe
confere o Art. 81, item III, da Constituição, e tendo em vista

32
o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de
1986, Decreta:

Art. 1º – O exercício da atividade de Enfermagem,


observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho
de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo
de enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de
Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional
inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da
respectiva região.

Art. 2º – As instituições e serviços de saúde incluirão a


atividade de Enfermagem no seu planejamento e
programação.

Art. 3º – A prescrição da assistência de Enfermagem é


parte integrante do programa de Enfermagem.

Art. 4º – São enfermeiros:


I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por
instituição de ensino, nos termos da lei;
II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de
enfermeira Obstétrica, conferidos nos termos da lei;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a
titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica
ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola
estrangeira segundo as respectivas leis, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de enfermeiro, de Enfermeira
Obstétrica ou de Obstetriz;
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,

33
obtiveram título de Enfermeira conforme o disposto na
letra “”d”” do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de
28 de março de 1961.

Art. 5º. São técnicos de Enfermagem:


I – o titular do diploma ou do certificado de técnico de
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e
registrado no órgão competente;
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente
conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de técnico de Enfermagem.

Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem:


I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem
conferido por instituição de ensino, nos termos da Lei e
registrado no órgão competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14
de junho de 1956;
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o item
III do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de1955,
expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de
dezembro de 1961;
IV – o titular de certificado de enfermeiro Prático ou Prático
de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional
de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da
Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde
nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº
23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778,
de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de
outubro de 1959;

34
V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem,
nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de
1967;
VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola
ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado
em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou
revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de
Enfermagem.

Art. 7º – São Parteiros:


I – o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de
22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº
3.640, de 10 de outubro de 1959;
II – o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou
equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro,
segundo as respectivas leis, registrado em virtude de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 26 de
junho de1988, como certificado de Parteiro.

Art. 8º – Ao enfermeiro incumbe:


I – privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da
estrutura básica da instituição de saúde, pública ou
privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de
suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas
prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e
avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre
matéria de Enfermagem;

35
e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves
com risco de vida;
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade
técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados
e capacidade de tomar decisões imediatas;
II – como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da
programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos
planos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos previamente
estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina
aprovada pela instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de
unidades de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar,
inclusive como membro das respectivas comissões;
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e
controle sistemático de danos que possam ser causados
aos pacientes durante a assistência de Enfermagem;
g) participação na prevenção e controle das doenças
transmissíveis em geral e nos programas de vigilância
epidemiológica;
h) prestação de assistência de Enfermagem à gestante,
parturiente, puérpera e ao recém-nascido;
i) participação nos programas e nas atividades de
assistência integral à saúde individual e de grupos
específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto
risco;

36
j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
l) execução e assistência obstétrica em situação de
emergência e execução do parto sem distocia;
m) participação em programas e atividades de educação
sanitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da
família e da população em geral;
n) participação nos programas de treinamento e
aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos
programas de educação continuada;
o) participação nos programas de higiene e segurança do
trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças
profissionais e do trabalho;
p) participação na elaboração e na operacionalização do
sistema de referência e contra referência do paciente nos
diferentes níveis de atenção à saúde;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia
apropriada à assistência de saúde;
r) participação em bancas examinadoras, em matérias
específicas de Enfermagem, nos concursos para
provimento de cargo ou contratação de enfermeiro ou
pessoal Técnico e Auxiliar de Enfermagem.

Art. 9º – Às profissionais titulares de diploma ou


certificados de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica,
além das atividades de que trata o artigo precedente,
incumbe:
I – prestação de assistência à parturiente e ao parto
normal;
II – identificação das distócias obstétricas e tomada de
providências até a chegada do médico;
III – realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação

37
de anestesia local, quando necessária.

Art. 10 – O Técnico de Enfermagem exerce as atividades


auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de
Enfermagem, cabendo-lhe:
I – assistir ao enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão
das atividades de assistência de Enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a
pacientes em estado grave;
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em
geral em programas de vigilância epidemiológica;
d) na prevenção e controle sistemático da infecção
hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos
que possam ser causados a pacientes durante a
assistência de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras “”i”” e
“”o”” do item II do Art. 8º.
II – executar atividades de assistência de Enfermagem,
excetuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no
Art. 9º deste Decreto:
III – integrar a equipe de saúde.

Art. 11 – O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades


auxiliares, de nível médio atribuídas à equipe de
Enfermagem, cabendo-lhe:
I – preparar o paciente para consultas, exames e
tratamentos;
II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao
nível de sua qualificação;

38
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou
de rotina, além de outras atividades de Enfermagem, tais
como:
ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
realizar controle hídrico;
fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma,
enema e calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação
de vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em
doenças transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de
diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário,
instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV – prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e
zelar por sua segurança, inclusive:
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de
equipamentos e de dependência de unidades de saúde;
V – integrar a equipe de saúde;
VI – participar de atividades de educação em saúde,
inclusive:
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao
cumprimento das prescrições de Enfermagem e médicas;
b) auxiliar o enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na
execução dos programas de educação para a saúde;

39
VII – executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de
pacientes:
VIII – participar dos procedimentos pós-morte.

Art. 12 – Ao Parteiro incumbe:


I – prestar cuidados à gestante e à parturiente;
II – assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e
III – cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Parágrafo único – As atividades de que trata este artigo
são exercidas sob supervisão de enfermeiro obstetra,
quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que
possível, sob controle e supervisão de unidade de saúde,
quando realizadas em domicílio ou onde se fizerem
necessárias.

Art. 13 – As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11


somente poderão ser exercidas sob super visão,
orientação e direção de enfermeiro.

Art. 14 – Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem:


I – cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da
Enfermagem;
II – quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as
atividades da assistência de Enfermagem, para fins
estatísticos;

Art. 15 – Na administração pública direta e indireta,


federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos
Territórios será exigida como condição essencial para
provimento de cargos e funções e contratação de pessoal
de Enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no

40
Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
Parágrafo único – Os órgãos e entidades compreendidos
neste artigo promoverão, em articulação com o Conselho
Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à
adaptação das situações já existentes com as disposições
deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a
vencimentos e salários.

Art. 16 – Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 17 – Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 08 de junho de 1987;


José Sarney
Eros Antônio de Almeida
Dec. nº 94.406, de 08.06.87
publicado no DOU de 09.06.87 seção I – fls. 8.853 a 8.855.

41
QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE CONSELHOS,
SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES?

O CONSELHO FEDERAL E REGIONAIS DE


ENFERMAGEM (COFEN/CORENs) constituem uma
autarquia vinculada ao Ministério do Trabalho. O Conselho
Regional de Enfermagem (COREN) é uma entidade
autônoma de interesse público, na esfera da fiscalização
do exercício profissional. O objetivo principal do Conselho
é zelar pela qualidade dos serviços da Enfermagem, pelo
respeito ao Código de Ética e cumprimento da Lei do
Exercício Profissional.

O Conselho Federal de Enfermagem e os Conselhos


Regionais de Enfermagem existem desde 1973, quando
foram criados pela Lei Nº 5.905 de 12 de julho 1973.

Os SINDICATOS são responsáveis pela defesa dos


diretos do profissional. Dentre as principais funções estão
a luta por melhores condições de trabalho e valorização
profissional, que envolvem pautas como redução da
jornada de trabalho, lei do descanso, direitos trabalhistas,
entre outras. Ademais, também compete aos Sindicatos a
realização de convenções, acordos individuais e coletivos,
o oferecimento de orientação jurídica.

ASSOCIAÇÃO é a união de várias pessoas ou coisas


para conseguir um objetivo em comum. A Associação
Brasileira de Enfermagem (ABEn) tem como objetivo

42
representar o coletivo dos profissionais de Enfermagem,
promovendo o desenvolvimento político, social e
científico. Tem como eixos a defesa e a consolidação da
educação em Enfermagem, da pesquisa científica, do
trabalho da Enfermagem como prática social, essencial à
assistência social e à saúde, à organização e ao
funcionamento dos serviços de saúde.

Enquanto os sindicatos têm como objetivo principal a


representação e a defesa da respectiva classe profissional,
principalmente em relação às condições de trabalho e à
remuneração, os Conselhos profissionais regulam,
normatizam e fiscalizam a profissão, tendo como foco zelar
pelo exercício ético e legal da profissão, disciplinando e
protegendo o cidadão.

Durante o exercício de suas profissões, os


profissionais transitam entre os limites da ética. Diferente
dos Sindicatos e Associações, todos os profissionais
deverão se inscrever obrigatoriamente no seus Conselhos
de classe Profissional.

IMPORTANTE: Antes de começar a tirar as dúvidas


relacionados aos temas de Enfermagem, vamos entender
a diferença entre Leis, Resoluções e Pareceres.

43
DIFERENÇAS ENTRE LEIS,
RESOLUÇÕES E PARECERES

LEI: É um princípio, um preceito, uma norma, criada


para estabelecer as regras que devem ser seguidas. É um
ordenamento, ou seja, uma obrigação imposta. Em uma
sociedade, a função das leis é controlar os
comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os
princípios daquela sociedade. O descumprimento delas
pode levar a sansões penais.

RESOLUÇÃO: Ato normativo que regula matérias da


competência privativa usado pelos Conselhos Federais
para manifestar suas deliberações sobre assuntos de sua
competência ou para seu próprio funcionamento.

PARECERES: O parecer técnico não tem força normativa, é


de caráter opinativo, mas que são fundamentadas nas
Leis, Resoluções existentes sobre o tema proposto. Serve
para orientar os profissionais em relação alguma matéria
técnica.

Hierarquicamente, RESOLUÇÃO não se sobrepõe a LEI,


sendo a Lei bem mais rigorosa. Enquanto a Lei emana do
poder Legislativo, as Resoluções abrangem temas
específicos e muito usado pelos Conselhos de classe. Os
PARECERES TÉCNICOS podem ser construídos por
algum especialista na matéria solicitada e são
amplamente discutidos em plenárias e aprovados pelo
colegiado.
44
QUAIS AS PRINCIPAIS MUDANÇAS
DO NOSSO CÓDIGO DE ÉTICA?

Diferente do último Código de Ética (RESOLUÇÃO


COFEN 311/2007) revogado desde dezembro de 2017,
que era segmentado por assuntos, o texto atual na
RESOLUÇÃO COFEN 564/2017 é mais claro, objetivo e
organizado em capítulos que abordam os princípios
fundamentais, direitos, deveres, proibições, infrações,
penalidades e suas aplicações. Na época da construção do
mesmo, participei ativamente da aprovação como
delegada Regional.

No capítulo I dos DIREITOS:

“Art. 19 Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias


sociais e meios eletrônicos para conceder entrevistas,
ministrar cursos, palestras, conferências, sobre assuntos
de sua competência e/ou divulgar eventos com finalidade
educativa e de interesse social.

Art. 20 Anunciar a prestação de serviços para os quais


detenha habilidades e competências técnico-científicas e
legais.

Art. 21 Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em


mídias sociais durante o desempenho de suas atividades
profissionais”.

45
No capítulo II dos DEVERES:
O respeito à diversidade de gênero também é uma
temática abrangida pelo código.

“Art. 35 Apor nome completo e/ou nome social, ambos


legíveis, número e categoria de inscrição no Conselho
Regional de Enfermagem, assinatura ou rubrica nos
documentos, quando no exercício profissional.

Art. 46 Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem


e Médica na qual não constem assinatura e número de
registro do profissional prescritor, exceto em situação de
urgência e emergência.

§ 1º O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a


executar prescrição de Enfermagem e Médica em caso de
identificação de erro e/ou ilegibilidade da mesma, devendo
esclarecer com o prescritor ou outro profissional,
registrando no prontuário.

§ 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o


cumprimento de prescrição à distância, exceto em casos
de urgência e emergência e regulação, conforme
Resolução vigente”.

No capítulo III das PROIBIÇÕES:

“Art. 91 Delegar atividades privativas do(a) enfermeiro(a)


a outro membro da equipe de Enfermagem, exceto nos
casos de emergência.

46
Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades
privativas a outros membros da equipe de saúde.

Art. 92 Delegar atribuições dos(as) profissionais de


enfermagem, previstas na legislação, para
acompanhantes e/ou responsáveis pelo paciente.

Parágrafo único. O dispositivo no caput não se aplica nos


casos da atenção domiciliar para o autocuidado apoiado.

Art. 93 Eximir-se da responsabilidade legal da assistência


prestada aos pacientes sob seus cuidados realizados por
alunos e/ou estagiários sob sua supervisão e/ou
orientação”.

47
A ENFERMAGEM TEM OBRIGATORIEDADE DE
CHAMAR MÉDICO E OUTROS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE NO REPOUSO?

Cabe à equipe de Enfermagem prestar assistência


aos pacientes que se encontram sob os seus cuidados,
avaliando dentro da sua competência as necessidades, e
realizando as intervenções necessárias. Não compete à
equipe de Enfermagem chamar o médico ou qualquer
outro profissional de saúde no horário de repouso para
atender pacientes que aguardam atendimento. Todas as
ações da equipe de Enfermagem devem ser devidamente
registradas.

É o entendimento de vários Conselhos Regionais de


Enfermagem que não existe essa obrigatoriedade, visto
que não faz parte do nosso rol de atribuições. Como
exemplo, cito os entendimentos do Distrito Federal, São
Paulo, Goiás, Sergipe, Paraíba e Tocantins.

Vejamos o que diz o entendimento do COREN-GO


Nº003/CT/2016:
“não compete ao profissional de Enfermagem chamar o
médico no repouso para atender pacientes em espera, pois
todos os profissionais devem permanecer em seu posto de
trabalho durante o plantão, respeitando o revezamento”.

Em situações de emergência, a responsabilidade de


chamar o médico é de todos os profissionais de saúde
envolvidos na assistência ao paciente. O chamado deve
ser registrado com data, local e horário.
48
Já os casos rotineiros e previsíveis de atendimento de
saúde não devem servir de motivo para imposição de
responsabilidades aos profissionais de Enfermagem, que
ao invés de estarem nos seus postos de trabalho, se
ausentam para procurarem o Profissional Médico pelo
serviço nas instituições de saúde, abandonando assim não
apenas seus postos, mas também o paciente que deveria
estar sendo assistido.

Além disso, o Código de Ética dos Profissionais de


Enfermagem (Resolução COFEN 564//2017), ART. 1° “O
profissional de Enfermagem deve exercer a Enfermagem
com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os
pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos
humanos”.

O COREN PB, em seu Parecer Técnico 60/2020,


concluiu: “com base na fundamentação subsidiada nos
pareceres dos Conselhos Regionais de Enfermagem
citados acima, no Código de Ética Profissional da
Enfermagem, no Código de Ética Profissional Médica, não
há legalidade do profissional de Enfermagem chamar o
profissional médico ou qualquer outro profissional no
repouso. Entretanto, em situações onde o médico
plantonista estiver na instituição de saúde, deverá o
médico ser acionado por qualquer membro da equipe de
saúde de plantão, presencial ou através dos dispositivos
disponíveis no serviço (leia-se campainha, telefone fixo,
celular, chamadas dispositivo móvel ou similar), seguindo
os protocolos de atendimento nacionais e internacionais
de acionamento da equipe em situações de emergência,
em razão do risco à vida do paciente”.
49
Cabe aos gestores criarem protocolos e normas
internas, que favoreçam o bom andamento do serviço, sem
prejuízo de nenhuma das partes, bem como compete aos
Conselhos fiscalizarem e coibirem essa prática,
protegendo os profissionais de Enfermagem de possíveis
constrangimentos.

50
CABE AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
LEVAR ROUPA SUJA PARA LAVANDERIA?

A resposta é que NÃO cabe aos profissionais de


Enfermagem transportar roupa suja para lavanderia,
conforme a Lei Federal Nº 7498/86, que regulamenta o
exercício da profissão de enfermagem, Art. 11, afirma que
“O enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem”.

O transporte de roupas sujas não está no nosso rol de


atribuições. A RDC 06 (Brasil, 2012), dispõe sobre as Boas
Práticas de Funcionamento para as Unidades de
Processamento de Roupas de Serviços de Saúde em seu
Art. 26, diz que:

“O descumprimento das disposições contidas nesta


Resolução constitui infração sanitária, nos termos da Lei nº.
6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das
responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis”.

Vejamos o que diz o Manual do Ministério da Saúde


sobre o processamento de roupa suja, quando se refere à
coleta:
“A c o l e t a d e v e s e r r e a l i z a d a e m h o r á r i o
preestabelecido e a roupa suja deve permanecer o menor
tempo possível na unidade. Durante a operação de coleta,
o servidor deve usar luvas de borracha, máscara e gorro. A
roupa suja deve ser colocada no hamper. Após fechado, o
saco de roupa suja é retirado do hamper e colocado em
carro próprio que, completada sua capacidade, transporta
51
a roupa até a recepção da lavanderia.”

Existem muitas instituições de saúde criando essa


prática errônea na qual os Profissionais de Enfermagem
têm que pegar roupa limpa para exercer as suas
atividades, bem como são obrigados a levar a roupa suja
para o setor de lavanderia. Tal prática fere as normas
vigentes no que diz respeito ao funcionamento para as
unidades de processamento de roupas de serviços de
saúde.

CONSIDERANDO o Parecer Técnico do COREN PB


98/2019,é possível concluir: “não há respaldo legal e nem
obrigatoriedade, para que os profissionais de Enfermagem
realizem tais atividades por serem de competência
exclusiva do serviço de lavanderia. Denunciem tal prática
e os abusos, estamos respaldados legalmente pelo
COREN PB que deixa claro não ser de nossa competência
realizar tais ações, minimizando assim a exposição de
riscos biológicos”.

52
REMANEJAMENTO CONSTANTE DE
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE
SETOR SEM TREINAMENTO É LEGAL?

São constantes as queixas dos Profissionais de


Enfermagem e o desrespeito por parte dos gestores
acerca dos remanejamentos rotineiros dos setores devido
à falta de observância do Dimensionamento de Pessoal.
Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), este
é o motivo do maior número de abertura de processos
judicializados.

CONSIDERANDO a RESOLUÇÃO COFEN 293/2004


que dispõe sobre dimensionamento correto, garantindo a
segurança, a qualidade e a continuidade ininterrupta da
assistência de enfermagem, é essencial que as instituições
cumpram e disponham do Índice de Segurança Técnica
(IST) para cobrir possíveis faltas ou atestados. A ausência
do mesmo ocasiona o remanejamento de pessoal por falta
de profissionais suficientes para cobrirem as folgas, faltas
ou atestados, fragilizando, desta forma, a assistência de
enfermagem, comprometendo a qualidade e pondo em
risco inclusive a vidas de pacientes.

Vejamos o que diz a RESOLUÇÃO COFEN 293/2004:

”§ 2º – O quantitativo de profissionais estabelecido deverá


ser acrescido de um índice de segurança técnica (IST) não
inferior a 15% do total.

53
De acordo com a NR 32 (Norma regulamentadora) do
Ministério do trabalho e Emprego- Segurança e Saúde no
Trabalho em Serviços de Saúde, no item 32.2.4.9 diz:
32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos
trabalhadores, antes do início das atividades e de forma
continuada, devendo ser ministrada:
a) sempre que ocorra uma mudança das condições de
exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos;
b) durante a jornada de trabalho;
c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos
inerentes aos agentes biológicos”.

Em qualquer situação é assegurado aos Profissionais


de Enfermagem que não se sentirem com aptidão técnica e
científica, bem como não sentirem segurança para realizar
uma assistência de Enfermagem em um setor no qual
nunca recebeu a rotina do serviço o DIREITO de se recusar.
Vejamos o que diz o CEPE:

A RESOLUÇÃO COFEN 564//2017, no Capítulo II,


dos DIREITOS:

“Art. 22 Recusar-se a executar atividades que não sejam


de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que
não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à
família e à coletividade”.

VEJAMOS o que diz o Parecer do COREN PB 02/2015:

«...quanto ao remanejamento constante por faltas,


atestados ou licenças, este conselho entende que isso não

54
deve acontecer, uma vez que temos uma RESOLUÇÃO
293/2004, que assegura o IST, que deve existir em toda
instituição (pública, filantrópica ou privada). Nos casos
extremos onde haja faltas e/ou atestados, para que se
garanta uma assistência de qualidade ao usuário, o
enfermeiro de plantão deverá realizar um sorteio quando
nenhum profissional por livre e espontânea vontade
quiser dobrar o plantão, não podendo exceder que o
mesmo faça mais de 24 horas de plantão, tendo a
Responsável Técnica obrigação de providenciar alguém
para o plantão ou assumir as atividades garantindo que o
profissional não exceda o número de horas
regulamentadas por lei".

Denunciem os abusos aos órgãos competentes, os


Profi s s i o n a i s d e E n fe r m a g e m tê m D EV E R ES E
RESPONSABILIDADES, mas também têm DIREITOS.

55
LIMPEZA DE LEITO:
DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

Em 2015 houve uma provocação por parte dos


Profissionais de Enfermagem, sobre de quem é a
responsabilidade da limpeza do leito nos casos de alta,
óbitos e transferência. Quando Conselheira na época,
construí o Parecer Técnico 130/2015 COREN PB aprovado
em plenária. vejamos:

"(...)Diante do exposto, concluo que não está no rol de


atribuições dos profissionais de Enfermagem a lavagem
do leito quando o mesmo está desocupado, após alta,
transferência ou óbito, devendo ser os profissionais de
higienização capacitados para tal ação. Qualificar a equipe
profissional que atua nas áreas aonde a higienização faz-
se necessária em período integral é um dos pilares para
um atendimento de qualidade, proporcionando
segurança, conforto e bem-estar ao paciente e aos
colaboradores da instituição. Lembrando, que os
profissionais de higienização só devem iniciar a limpeza
terminal, depois da retirada de todos os equipamentos,
pela equipe de Enfermagem.

A Enfermagem é parte integrante deste processo,


naquilo que lhe compete, sendo responsabilidade dos
profissionais de Enfermagem a desinfecção de
equipamentos e demais materiais relacionados à
assistência do paciente, sendo imprescindível ressaltar
que a limpeza do leito ocupado é de responsabilidade dos
56
mesmos, minimizando os riscos, garantindo a segurança
ao paciente".

Cabe aos gestores a criação de protocolos de


maneira que eximem essa atribuição dos Profissionais de
Enfermagem, para que assim eles possam ter mais tempo
para prestar uma assistência de Enfermagem de
qualidade, diminuindo a sobrecarga de trabalho.

Para as instituições que não aderiram a esta nova


realidade, é fundamental que haja o treinamento da
equipe de higienização para que seja a responsável por
esta atribuição. Lavar o leito demanda tempo e os
Profissionais de Enfermagem podem usar este período
para melhorar a qualidade da assistência aos seus
pacientes.

57
DESLOCAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM DE SEUS POSTOS DE TRABALHOS
PARA FARMÁCIA E OUTROS SETORES
ADMINISTRATVOS, DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

São constantes as queixas dos profissionais em


relação a esses problemas que ocorrem diariamente nas
instituições de Saúde, sejam aqui da Paraíba ou de
qualquer outra cidade do Brasil. Encontrei alguns
pareceres técnicos dando o posicionamento dos
Conselhos, como por exemplo o do COREN GO e COREN
MS.

Vejamos que diz o COREN GO em seu Parecer


Técnico N°046/CTAP/2017: “(...) o Parecer Técnico (...)
entende que não compete ao Técnico de Enfermagem
deslocar-se do seu posto para ir à farmácia hospitalar
buscar medicamentos, pois não há respaldo legal para tal”.
O Parecer Técnico 07/2018 COREN MS, teve o mesmo
Posicionamento: “(...)quanto ao deslocamento dos
profissionais de Enfermagem do posto de trabalho para ir
à farmácia hospitalar buscar medicamento e entregar
formulários, não há respaldo legal que fundamente a
ausência desses profissionais de seus postos de trabalho
com a finalidade de realizar atividades de caráter
administrativo”.

Ocorre isso constantemente, aonde os enfermeiros e


técnicos de Enfermagem são obrigados a se deslocarem
de seus postos de trabalho vão até a farmácia buscar
esses medicamentos ou materiais em falta, deixando sem
assistência pacientes sob sua responsabilidade. Essas
58
atribuições são de cunho meramente administrativo, é da
competência de qualquer outro profissional, cabendo ao
farmacêutico e ao Diretor Técnico construírem Protocolo
Operacional Padrão (POP) que discipline sobre a
responsabilidade de quem irá pegar a prescrição,
encaminhar a medicação às unidades de internação e
resolver problemas de internação fora dos seus postos de
trabalho.

Você pode encontrar ainda em pesquisa o Parecer


Técnico 92/2013 do COREN PB, nele reafirma: “que não
está no rol de nossa profissão, conforme a Lei que
regulamenta nosso exercício Profissional a 7498/86,
sendo proibido o deslocamento desses profissionais à
farmácia e/ou setores da Instituição com a finalidade de
realizar atividades administrativas que por sua natureza
seja da competência de outro profissional”. Denunciem os
abusos aos órgãos competentes, os profissionais de
Enfermagem têm o direito de se recusar, está no Código de
Ética na RESOLUÇÃO COFEN 564/2017, em seu ART. 22:
“Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua
competência técnica, científica, ética e legal ou que não
ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à
coletividade. ”.

59
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS DE PACIENTES NO ÂMBITO
DA EQUIPE DE ENFERMAGEM, DE QUEM É A
RESPONSABILIDADE?

Os Profissionais de Enfermagem buscam saber de quem é


a RESPONSABILIDADE PELA ASPIRAÇÃO DAS VIAS
AÉREAS do paciente. Quando fui Conselheira do COREN
PB, emiti o Parecer Técnico 43/2014, concluindo que:

“(...)Diante do exposto, sou do entendimento que a


aspiração de secreção das vias aéreas superiores e
inferiores em pacientes entubados, traqueostomizados e
graves, considerados instáveis, devem ser privativas do
enfermeiro, conforme a nossa Lei vigente. A aspiração das
VAS e VAI a pacientes entubados ou traqueostomizados,
considerados estáveis somente poderá ser realizada pelos
Técnicos de Enfermagem com a presença do enfermeiro na
unidade.

A aspiração das VAS em pacientes considerados não


graves somente poderá ser realizada pelo auxiliar de
Enfermagem durante a toalete sob a supervisão do
enfermeiro. Vale ressaltar que todas as atividades que
serão realizadas pelos Técnicos e Auxiliares de
Enfermagem deverão seguir a Resolução 358/2009 que
dispõe sobre a SAE, devendo obrigatoriamente estar
implantada em todo serviço hospitalar".

A RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/2017 determina de


maneira mais detalhada a responsabilidade no âmbito da
Equipe de Enfermagem. Vejamos o que diz:
60
“Art. 2º Os pacientes graves, submetidos a intubação
orotraqueal ou traqueostomia, em unidades de
emergência, de internação intensiva, semi intensivas ou
intermediárias, ou demais unidades da assistência,
deverão ter suas vias aéreas privativamente aspiradas por
profissional Enfermeiro, conforme dispõe a Lei do Exercício
Profissional da Enfermagem.

Art. 3º Os pacientes atendidos em Unidades de


Emergência, Salas de Estabilização de Emergência, ou
demais unidades da assistência, considerados graves,
mesmo que não estando em respiração artificial, deverão
ser aspirados pelo profissional Enfermeiro, exceto em
situação de emergência, conforme dispõe a Lei do
Exercício Profissional de Enfermagem e Código de Ética do
Profissional de Enfermagem – CEPE.

Art. 4º Os pacientes em unidades de repouso/observação,


unidades de internação e em atendimento domiciliar,
considerados não graves, poderão ter esse procedimento
realizado por Técnico de Enfermagem, desde que avaliado
e prescrito pelo Enfermeiro, como parte integrante do
Processo de Enfermagem.

Art. 5º Os pacientes crônicos, em uso de traqueostomia de


longa permanência ou definitiva em ambiente hospitalar,
de forma ambulatorial ou atendimento domiciliar, poderão
ter suas vias aéreas aspirada pelo Técnico de
Enfermagem, desde que devidamente avaliado e prescrito
pelo Enfermeiro, como parte integrante do Processo de
Enfermagem”.

61
NA EQUPE DE ENFERMAGEM, A QUEM COMPETE
A INSTALAÇÃO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL?

A RESOLUÇÃO COFEN 450/2014 aprova a Norma


Técnica que dispõe sobre a Atuação da Equipe de
Enfermagem em Terapia Nutricional (TN). Vejamos o que a
mesma diz em seu parecer normativo:

"De modo geral, compete ao Enfermeiro cuidados de


Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimentos científicos adequados e capacidade de
tomar decisões imediatas.
Por ser considerada uma terapia de alta complexidade, é
vedada aos Auxiliares de Enfermagem a execução de
ações relacionadas à TN podendo, no entanto, executar
cuidados de higiene e conforto ao paciente em TN. Os
Técnicos de Enfermagem, em conformidade com o
disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e no
Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que
regulamentam o exercício profissional no país, participam
da atenção de enfermagem em TN, naquilo que lhes
couber, ou por delegação, sob a supervisão e orientação do
Enfermeiro".

Em 2014, emiti um Parecer Técnico 050/2014


COREN PB sob a atuação do Enfermeiro em sondas e
cateteres, concluindo que: "(...) qualquer tipo de
procedimento invasivo, seja a inserção de uma sonda
nasogástrica ou orogástrica, nasoenteral ou sondagem
vesical, que exija conhecimentos técnicos científicos de
62
maior complexidade deverão ser realizadas
privativamente pelo enfermeiro no âmbito da equipe de
Enfermagem, tendo o mesmo a decisão de solicitar aquilo
que couber ao técnico de Enfermagem, respeitando a
capacidade técnica e científica do profissional que irá
realizar. É vedado ao Auxiliar de Enfermagem realizar
ações de alta complexidade seja ela na terapia nutricional
ou na sondagem vesical, podendo apenas realizar a
higiene e conforto de pacientes em uso desses cateteres".

D e st a fo r m a , o s Re s p o n s á ve i s Té c n i co s e
coordenadores devem instituir as normas do seu serviço
de acordo com a Resolução COFEN 450/2014. Os
procedimentos privativos não podem ser delegados, salvo
em caso de emergência no qual impossibilite o enfermeiro
de realizar a ação naquele momento.

63
USO DE CARIMBO, É OBRIGATÓRIO?
O QUE MUDOU?

Em 2018, O Conselho Regional de Enfermagem do


Distrito Federal (COREN-DF), tendo em vista a
apresentação de divergência na Resolução 545/2017 e o
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE),
solicitou Parecer ao COFEN sobre a obrigatoriedade do
uso de carimbo nos trabalhos técnicos desenvolvidos
pelos profissionais de Enfermagem.

De acordo com o assessor legislativo Alberto Cabral,


o Art. 5º da Resolução COFEN 545/2017, que prevê a
obrigatoriedade de aposição do carimbo em todo e
qualquer trabalho profissional de Enfermagem, prevalece
sobre o que dispõe o Código de Ética no § 1º do art. 35 que
aponta como facultativo tal procedimento.

Foi emitida em esclarecimento a consulta do


COREN-DF 08/2018, na qual a prevalência da Resolução
545/2017 sobre o Código de Ética, especificamente em
relação a esse ponto, se deve ao fato de que a Resolução
possui caráter especial, enquanto que o Código de Ética
possui caráter geral. E, conforme a Lei brasileira, lei de
caráter geral não se sobrepõe sobre norma especial
quando uma se antagoniza à outra e quando a de caráter
geral vem depois da específica. Deste modo, torna-se
OBRIGATÓRIO o uso do carimbo.

64
É importante também ficar atento às siglas e o que
deve conter no carimbo: para Enfermeiro usa-se a sigla
ENF; para Obstetriz, OBST; TE, para Técnico de
Enfermagem; AE, para Auxiliar de Enfermagem, e PAR,
para Parteira. O carimbo é um instrumento pessoal e
intransferível do profissional. Sobre as informações
carimbadas, o profissional deverá apor sua assinatura ou
rubrica, obrigatoriamente.

65
QUAL A COR DE CANETA QUE OS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM DEVERÃO USAR NOS PLANTÕES
DIURNOS E NOTURNOS?

CONSIDERANDO a RESOLUÇÃO COFEN no


429/2012, que dispõe sobre os registros das ações
profissionais no prontuário do paciente, e em outros
documentos próprios da Enfermagem, independente do
meio de suporte tradicional ou eletrônico, é definido que:

“ART. 1. É responsabilidade e dever dos profissionais


da Enfermagem registrar, no prontuário do paciente e em
outros documentos próprios da área, seja em meio de
suporte tradicional (papel) ou eletrônico, as informações
inerentes ao processo de cuidar e ao gerenciamento dos
processos de trabalho, necessárias para assegurar a
qualidade e a continuidade da assistência. [...
]”. A Resolução sobre registros em nenhum momento cita
sobre cores de canetas.

Existe uma prática antiga, inclusive difundida nos


cursos de Enfermagem, que os profissionais devem,
durante o plantão diurno, escrever de caneta azul, e nos
plantões noturnos, com caneta vermelha. Este
entendimento já está sendo abolido em algumas
instituições hospitalares, nas quais para diferenciar os
plantões diurnos com noturnos, substituiu-se a caneta
vermelha para a preta nos plantões noturnos.

Encontrei alguns PARECERES sobre a questão, e


todos eles chegaram a mesma conclusão, de que não há
66
nenhuma Lei ou Resolução regulamentando essa prática.
N o e n t a n to, ca b e à s i n st i t u i çõ e s re a l i za re m a
normatização. A justificativa para diferenciar as cores das
canetas está centrada na ideia de que esta diferenciação
irá facilitar o trabalho de auditoria e da gerência no
processo de trabalho de Enfermagem.

O COREN PB, em seu livrinho de bolso que contém o


Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem,
recomenda a NÃO utilização da caneta vermelha, pois
diante da necessidade de cópias dos documentos, como o
livro de ocorrência ou o prontuário do paciente, a escrita
pode apresentar péssima qualidade, e em algumas vezes,
fica ilegível. Vale salientar que eticamente o profissional
de Enfermagem não será́ penalizado junto ao Conselho,
visto que não há nenhuma obrigatoriedade na Lei.

67
O ENFERMEIRO QUE TRABALHA APENAS COMO
DOCENTE DEVERÁ ESTAR INSCRITO NO SISTEMA
COREN/COFEN?

O Parecer Técnico 051/2010 CTLN/COFEN dispõe


sobre a necessidade do enfermeiro docente ter sua
inscrição no Sistema COFEN/Conselhos Regionais de
Enfermagem. Esta questão sempre foi alvo de dúvidas, por
não encontrarmos na Lei 7.498/86, que regulamenta o
exercício profissional da Enfermagem e nem no Decreto
94.406/87 que a regulamenta, dispositivos que tratem
sobre a temática.

“Para pronunciamento sobre o Parecer suscitado


pela consulta do COREN-SC faz-se necessário,
retomarmos ao que refere a Lei Nº. 2604/1955, que ainda
tem vigência nos artigos que não foram revogados pela
sanção da Lei 7.498/86. Vejamos o que diz a referida Lei
em seu art. 3º:

Art. 3º. São atribuições dos enfermeiros além do exercício


de Enfermagem.
[…]b) participação do ensino em escolas de Enfermagem e
de auxiliar de Enfermagem;
c) direção de escolas de Enfermagem e de auxiliar de
Enfermagem; […]

No Ministério da Educação, a regulamentação sobre


o ensino profissional é competência do Conselho Nacional
de Educação, através da Câmara de Educação Superior –
CES (Nível Superior) e da Câmara de Educação Básica –
68
CEB (Nível Médio). Entretanto constatamos a não
existência de normatização específica que verse sobre a
matéria, tanto no ensino médio como no ensino superior.
Inobstante a situação relatada acima, quanto ao nível
superior, nos chamou atenção o disposto no artigo 6º da
RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 3, DE 7 DE NOVEMBRO DE
2001, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Enfermagem:

Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de


Graduação em Enfermagem devem estar relacionados
com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família
e da comunidade, integrado à realidade epidemiológica e
profissional, proporcionando a integralidade das ações do
cuidar em Enfermagem. Os conteúdos devem contemplar:
Além disso, a Lei nº. 2604/1955 estabelece em seu artigo
3º, alínea “b”, que é atribuição dos enfermeiros, além do
exercício de Enfermagem, a “participação do ensino em
escolas de Enfermagem e de auxiliar de Enfermagem”. Em
seguida a Lei 7.498/86 em seu artigo 2º, assim estabelece:

Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares


somente podem ser exercidas por pessoas legalmente
habilitadas e inscritas no Conselho Regional de
Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o
exercício. (g.n.)

Nesse sentido, se considerarmos que no direito


brasileiro a Lei se sobrepõe ao Decreto, não é possível o
Decreto n. 9.235/2017 afastar a obrigatoriedade prevista
no art. 2º da Lei 7.498/86 c/c art. 3º, alínea “b” da Lei

69
2.604/1955 em que o enfermeiro somente pode participar
do ensino em escolas de Enfermagem se estiver
legalmente habilitado e inscrito no Conselho Regional de
Enfermagem.

Dessa forma, observa-se que para a Enfermagem, o


dispositivo previsto no art. 93 do Decreto n.º 9.235/2017,
é ilegal e inaplicável, devendo o Conselho Federal de
Enfermagem propor medida judicial pertinente para que
seja declarada ilegal o referido artigo.

Para reforçar a tese de que os Conselhos Regionais


de Enfermagem podem exigir o registro do enfermeiro em
atividade de docência, vamos nos socorrer ao princípio
constitucional da legalidade, previsto no art. 5º, inciso II, da
Constituição Federal que dispõe que “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”, portanto, somente a lei pode inovar o
Direito, ou seja, criar, extinguir ou modificar direitos e
obrigações, sendo que no atual regime constitucional
brasileiro, não se obriga nem desobriga a ninguém por
decreto, nem mesmo pelo doutrinamento chamado
decreto autônomo, cujo debate não se aplica in casu.

Cumpre-nos, portanto, afirmar que como a docência


e a direção de escolas de Enfermagem e de auxiliar de
Enfermagem são tidas como atribuições dos profissionais
de Enfermagem (art. 3º da Lei 2.604 /55), os Enfermeiros
que as desenvolvem, também, estão sujeitos à fiscalização
do Conselho Profissional respectivo. Embora a
responsabilidade do Enfermeiro esteja ligada, em primeiro

70
lugar, ao respectivo exercício da Enfermagem, o mesmo
não pode descurar-se do comportamento ético ao assumir
um cargo que só lhe foi possível alcançar em face de sua
condição profissional”.

Esse Parecer é da Coordenadora da Câmara Técnica


do COFEN, Doutora Cleide Mazuela, que possui o
entendimento de que é obrigatório que enfermeiros,
mesmo que exerçam apenas a docência, sejam inscritos no
seu respectivo Conselho.

71
ASSÉDIO MORAL CONTRA OS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM. O QUE DIZ O NOSSO
CÓDIGO DE ÉTICA?

O assédio moral é a forma de violência no trabalho


mais recorrente em ambientes hospitalares. A
Enfermagem é a categoria profissional que mais é vítima.
Ele consiste na prática deliberada e recorrente, da
comunicação hostil, sem ética e ofensiva destinada contra
um trabalhador ou um grupo de trabalhadores. É uma
estratégia de poder baseada na exposição,
desqualificação e humilhação dos profissionais de
Enfermagem. O assediador passa a agredir a vítima,
humilhando-a, castigando-a, constrangendo-a, isolando-
a, entre outras situações constrangedoras, que levam o
trabalhador assediado ao sofrimento físico e psicológico. É
importante ressaltar que para que se caracterize o assédio,
a prática precisa ser recorrente.

Comumente, o assédio moral é descendente (do


superior para os subordinados), mas pode ser ascendente
(dos subordinados para o superior), horizontal (entre os
pares) ou misto. O assédio moral tem grandes impactos na
saúde mental dos profissionais assediados, como a baixa
autoestima, estigmatização, morbidade física e psíquica,
diminuição da produtividade e perda de vontade de
exercer suas funções laborais. A prática pode se dar
através de forma física, sexual ou psicológica.

Praticar calúnia e injúria contra um profissional de


Enfermagem pode ser considerado uma forma de assédio
72
moral. No CEPE, existe um artigo próprio que pune tal
prática. Podemos encontrar no ART. 71 da RES. COFEN
564/2017, no capitulo que diz respeito as PROIBIÇÕES:

“Art. 71 Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e


difamação de pessoa e família, membros das equipes de
Enfermagem e de saúde, organizações da Enfermagem,
trabalhadores de outras áreas e instituições em que exerce
sua atividade profissional”.

Alguns sinais podem ajudar a identificar um


empregado que está sendo assediado. O profissional que
está sendo vítima de assédio geralmente fica isolado dos
demais colegas e passa a ser impedido de se expressar
s e m j u s t i fi c a t i v a , f r a g i l i z a d o, r i d i c u l a r i z a d o e
m e n o s p r e z a d o n a f r e n t e d o s c o l e g a s . Co m o
consequência, torna-se emocionalmente e
profissionalmente abalado, o que o leva a perder a
autoconfiança e o interesse pelo trabalho. O profissional
também se torna propenso a doenças e muitas vezes se
sente forçado a pedir demissão.

Como o profissional de Enfermagem deve agir


quando for vítima de assédio moral?

Reunir testemunhas. se possível; coletar possíveis


indícios e provas do assédio, se oportuno; encontrar outras
vítimas; denunciar em órgão próprio da instituição de
trabalho, Conselho Regional de Enfermagem do estado de
Jurisdição (ou Distrito Federal) onde se encontra a
instituição e realizar denúncia no sindicato e/ou registro de

73
ocorrências na delegacia de polícia.

A denúncia, além de proteger a vítima e promover a


justiça, é um meio de dar visibilidade e inibir novos
episódios de assédio moral. Na mesma Resolução acima
citada, das PROIBIÇÕES, cita no seu Art. 83:

“Praticar, individual ou coletivamente, quando no


exercício profissional, ASSÉDIO MORAL, sexual ou de
qualquer natureza, contra pessoa, família, coletividade ou
qualquer membro da equipe de saúde, seja por meio de
atos ou expressões que tenham por consequência atingir a
dignidade ou criar condições humilhantes e
constrangedoras”. Fiquem atentos aos sinais de assédio
moral, diga não a qualquer tipo de assédio, não se calem e
denunciem aos órgãos competentes.

74
ENFERMEIROS PODEM UTILIZAR DISPOSITIVOS
EXTRAGLÓTICOS NO AMBIENTES INTRA
E PRÉ HOSPITALARES?

A RESOLUÇÃO COFEN 641/2020 estabelece que é


privativo do enfermeiro, no âmbito da equipe de
Enfermagem, a utilização dos Dispositivos Extraglóticos
(DEG) e de outras técnicas para acesso à via aérea,
restritas a situação de iminente risco de morte. Através dos
Dispositivos Extraglóticos (DEG) e outros procedimentos,
o enfermeiro poderá atuar em situações emergenciais para
garantir a sobrevida dos pacientes que apresentem
complicações respiratórias ou que necessitam de uma via
aérea avançada, garantindo uma oxigenação adequada,
trazendo o respaldo ético-legal necessário para uma
atuação efetiva, que estabilize pacientes graves. Vejamos
o que diz a Resolução:

“Art. 2º: Compete ao Enfermeiro, no âmbito da equipe de


Enfermagem, a averiguação quanto ao correto
posicionamento e as técnicas de manutenção das
pressões internas dos manguitos e/ou balonetes dos
DEGs e tubos traqueais, a instilação de líquidos (soro
fisiológico ou água destilada), e o esvaziamento
controlado, conforme protocolo institucional, para os
pacientes submetidos ao transporte em aeronaves de asa
fixa e/ou rotativa".

O enfermeiro deve estar devidamente capacitado,


por meio de curso presencial com conteúdo que inclua
teoria e prática simulada. Vejamos o que a mesma
75
Resolução diz a respeito de ministração de cursos por
enfermeiros:

"Art. 6º Os Enfermeiros instrutores de cursos de


capacitação para os procedimentos normatizados nesta
Resolução, devem:
I – Possuir especialização na área de urgência e
emergência ou outras afins que contemplem na matriz
curricular o conteúdo relacionado aos procedimentos
acima; ou
II – Ter experiência prática comprovada na utilização de
Dispositivos Extraglóticos (DEG) e cricotireoidostomia por
punção.

Parágrafo único. É proibido ao Enfermeiro ministrar cursos


referentes aos procedimentos normatizados nesta
Resolução à profissionais que não possuem competência
legal para executá-los (Téc/Aux. de Enfermagem,
Bombeiros Militares, Bombeiros Civis, Socorristas)".

O COREN PB emitiu o Parecer Técnico 004/2018


sobre a competência legal do Profissional enfermeiro na
inserção de máscara laríngea na parada
cardiorrespiratória.

76
ENFERMEIRO NOS PROCEDIMENTOS DE HEMODINÂMICA
PODE FAZER A RETIRADA DE INTRODUTORES?

Existem muitas divergências, até́ mesmo entre os


Conselhos Regionais de Enfermagem, sobre a
participação do enfermeiro nos procedimentos de
hemodinâmica, mais precisamente no que diz respeito a
retirada de introdutores vascular.

Em Parecer Normativo N° 001/2015 da


CTAS/COFEN, concluiu: “com base na literatura
especializada e na legislação vigente, que o Enfermeiro
deverá possuir competência e habilitação para proceder à
retirada de cateter introdutor arterial ou venoso, em
pacientes submetidos a inter venções coronárias
percutâneas possuindo amparo legal para o desempenho
da função.

E, deve ainda avaliar, criteriosamente, sua


competência técnica, científica e ética visando assegurar
uma assistência de Enfermagem livre de danos
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

Deverá utilizar o Processo de Enfermagem como


ferramenta metodológica, associado com a utilização de
protocolos de boas práticas que garantam a segurança e a
normatização da realização do procedimento.

Recomendamos ainda que o Plenário do Conselho


Federal de Enfermagem solicite a Câmara Técnica de
77
Legislação de Normas elaboração de minuta de Resolução
que proporcione ao Enfermeiro amparo legal para a
realização de procedimento”.

Em Parecer Jurídico 139/2017, o COREN PE diz


que:“é vedada a retirada de cateter introdutor por qualquer
integrante da equipe de Enfermagem por ser atividade
privativa do médico”. Por sua vez o CFM em Parecer
22/2017 concluiu que: “a responsabilidade profissional
pela retirada do cateter introdutor pós-procedimentos
realizados nos serviços de angiografia e de hemodinâmica
é de competência de médico e não pode ser delegada a
outro profissional”

Por não haver nenhuma RESOLUÇÃO do COFEN que


nos ampare legalmente para essa prática, (sendo inclusive
sugerido no Parecer da Câmara Técnica do COFEN que
seja criada uma Resolução) e diante do Parecer do CFM
que diz ser competência indelegável do médico tal
atribuição, entendo que não compete ao enfermeiro fazer
essa atividade sem amparo legal para tal prática. O Código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem, inclusive,
confere aos enfermeiros o direito de se recusarem a
realizar tal procedimento.

78
O QUE DIZ A NOVA RESOLUÇÃO SOBRE ATUAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL TERRESTRE E AQUAVIÁRIO?

A nova RESOLUÇÃO COFEN 655/2020 normatiza a


a t u a ç ã o d o s p r o fi s s i o n a i s d e E n fe r m a g e m n o
Atendimento Pré-hospitalar (APH) Móvel Terrestre e
Aquaviário, se aplica à assistência direta, gerenciamento,
na Central de Regulação das Urgências (CRU), vejamos o
que diz:

“Art. 1º Normatizar a atuação dos profissionais de


Enfermagem, no âmbito de suas competências legais, no
Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (APH), terrestre e
aquaviário, bem como nas Centrais de Regulação das
Urgências, em serviços públicos e privados, civis ou
militares.

Art. 2º A assistência direta de maior complexidade técnica


a pacientes graves e com risco de morte no atendimento
pré-hospitalar, no âmbito da equipe de enfermagem, no
Suporte Avançado de Vida, é privativo do Enfermeiro.
Parágrafo único. A assistência de enfermagem com risco
conhecido no atendimento pré-hospitalar, pelas equipes
de Suporte Básico de Vida, pode ser realizada pelos
Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.

Art. 3º Os serviços de APH que optarem por ampliar a


capacidade resolutiva do Suporte Básico de Vida
(inclusive sobre motos), a partir da incorporação do
enfermeiro, devem manter o Técnico de Enfermagem na
79
composição da equipe.

Art. 4º As unidades de Suporte Avançado de Vida


terrestres e aquaviárias que atuarem sem a presença do
médico, porém tripuladas por enfermeiro, deverão
também estar tripuladas pelo profissional técnico de
enfermagem e/ou por outro profissional enfermeiro.

Art. 5º Para garantia de uma assistência segura, tanto aos


usuários dos serviços quanto aos profissionais envolvidos,
e com o objetivo de compatibilizar as competências e as
prerrogativas profissionais às necessidades dos pacientes
e à legislação pertinente, fica estabelecido o escopo de
atuação e as estratégias de capacitação dos profissionais,
no anexo desta resolução.

Art. 6º Integra a presente norma anexo contendo


informações técnicas sobre a atuação dos profissionais de
enfermagem no APH móvel terrestre e aquaviário, quer
seja na assistência direta, no gerenciamento e/ou na
Central de Regulação das Urgências (CRU).

Ocorreram três mudanças nessa nova Resolução, a


saber: a autorização do Auxiliar de Enfermagem atuar no
serviço de emergência sob a supervisão do enfermeiro; a
permissão ao enfermeiro para tripular a Unidade avançada
sem a presença do médico, desde que tenha outro
profissional que seja técnico ou enfermeiro; a
determinação de que as unidades básicas que quiserem
tripular com enfermeiro deverão permanecer com os
técnicos de Enfermagem.

80
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTENCIA
DIRETA E GERENCIAMENTO DO ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL E INTER-HOSPITALAR
EM VEICULO AÉREO

A Resolução 656/2020 foi alterada pela 660/2021


que normatiza a atuação do enfermeiro na assistência
direta e no gerenciamento do Atendimento Pré-Hospitalar
Móvel e Inter-hospitalar em veículo aérea, tendo sido
elaborada pelo Grupo de Trabalho Aeromédico do Cofen
,que é composto por enfermeiros de voo civis e militares de
diversas regiões do país. Vejamos o que diz a mesma:

“Art. 1° Normatizar a atuação do enfermeiro na assistência


direta e no gerenciamento do Atendimento Pré-Hospitalar
Móvel e Inter-hospitalar em veículo aéreo.

Art. 2° É privativo do Enfermeiro, no âmbito da equipe de


enfermagem, a atuação no serviço de enfermagem
aeroespacial.

Art. 3º Para o exercício das atividades previstas nesta


resolução deverá o Enfermeiro atender a pelo menos um
dos seguintes critérios.
I – ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu
em Enfermagem Aeroespacial, reconhecido pelo
Ministério da Educação (MEC), com título registrado no
Conselho Regional de sua jurisdição; ou
II – possuir título emitido por sociedade de especialista em
Enfermagem Aeroespacial, com título registrado no
Conselho Regional de sua jurisdição.

81
Parágrafo primeiro: os enfermeiros de voo em exercício, ou
que tenham exercido atividade aeroespacial,
comprovados através de documentos oficiais (escalas,
declarações, contrato/carteira de trabalho ou outros), que
não atendam aos incisos I ou II à data da presente
publicação “poderão continuar a exercer às suas funções.

Parágrafo segundo: Os enfermeiros que venham iniciar a


atividade aeroespacial e que não atendam o disposto
n e s t e a r t i g o n a d a t a d a p r e s e n t e p u b l i c a ç ã o,
excepcionalmente, poderão exercer às suas funções por
até 36 (trinta e seis) meses, período no qual deverão
cumprir as exigências nos incisos I e II deste artigo.

Art. 4º Fica estabelecido que o Responsável Técnico do


Serviço de Enfermagem Aeroespacial deverá possuir
título emitido por sociedade de especialista ou
especialização em enfermagem aeroespacial.

Parágrafo primeiro: os Responsáveis Técnicos em


exercício, ou que tenham exercido atividade aeroespacial,
comprovados através de documentos oficiais (escalas,
declarações, contrato/carteira de trabalho ou outros), que
não atendam o disposto neste artigo na data da presente
publicação, ¿poderão continuar a exercer às suas funções.”

Parágrafo segundo: os Responsáveis Técnicos que


venham iniciar a atividade aeroespacial que não atendam
o disposto neste artigo na data da presente publicação,
poderão, excepcionalmente, continuar a exercer suas
funções por até 36 (trinta e seis) meses”.

82
QUAL A LEGALIDADE DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM EXECUTAREM PERFURAÇÃO DO LÓBULO
AURICULAR EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS?

Existem diversos pareceres abordando a legalidade


e competência dos profissionais de Enfermagem, bem
como a realização dos procedimentos dentro das
instituições hospitalares.

O Parecer COREN-AL Nº001/2015, sobre o


procedimento de perfuração do lóbulo auricular pela
equipe de Enfermagem, conclui que: “os profissionais de
enfermagem podem realizar o procedimento em
neonatos, dentro das unidades hospitalares”.

O Parecer COREN-GO Nº 037/CTAP/2016, sobre o


procedimento de perfuração do lóbulo auricular em
recém-nascidos e adultos pela equipe de Enfermagem,
concluiu que: “auxiliares, técnicos e enfermeiros podem
realizar perfuração do lóbulo auricular para colocação de
brincos em neonatos e adultos, dentro das unidades
hospitalares, desde que esteja capacitado para a
realização desse procedimento”.

A Resposta técnica COREN/SC Nº 009/CT/2015,


sobre a legalidade da realização pelos profissionais de
Enfermagem do procedimento de perfuração do lóbulo
auricular para colocação de brincos, concluiu que: “o
profissional de enfermagem, devidamente capacitado,
está apto a realizar o procedimento de perfuração do
lóbulo auricular para colocação de brincos, desde que
83
respeitados todos os preceitos da referida RDC e da
legislação de enfermagem pertinente”.

A Orientação fundamentada COREN/SP Nº


058/2014, sobre a colocação de brinco em Recém-
Nascido, concluiu que: “os profissionais de enfermagem
estão aptos a realizar tal procedimento, desde que,
garantida a segurança da criança conforme os preceitos
éticos e legais da profissão, os quais preconizam uma
assistência livre de danos decorrentes de imperícia,
negligência e imprudência. Ressalta-se ainda a
necessidade de registro de toda a atividade realizada
pelos profissionais, bem como, da supervisão dos
Auxiliares e Técnicos de Enfermagem pelo Enfermeiro”.

O Parecer Técnico 07/2019 COREN-DF, sobre o


procedimento, concluiu que: “os profissionais de
enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de
Enfermagem) possuem competência legal para realizar o
procedimento de perfuração do lóbulo auricular desde que
atendam as normas vigentes. Uma vez realizada nos
serviços de saúde públicos e privados é necessário que
esse procedimento componha os serviços prestados pela
instituição por meio do Procedimento Operacional Padrão
(POP)”.

Ressalta-se que as atividades desempenhadas por


técnicos e auxiliares de enfermagem devem ser exercidas
sob a responsabilidade e supervisão do enfermeiro. Os
pareceres técnicos não são leis, mas servem para orientar
as práticas dos profissionais e tirar dúvidas em relação às

84
competências e legalidades de algumas atividades. Em
minha busca, não encontrei nenhum parecer do COREN
PB sobre esse tema. É preciso que seja solicitado por
algum profissional para que seja construído e aprovado
em plenária.

Entendo que todos os profissionais de Enfermagem


(enfermeiros, técnicos ou auxiliares) podem fazer essa
atividade desde que sejam capacitados e treinados para a
realização do procedimento, e que a realização dele dentro
das instituições públicas ou privadas deverão ser
normatizadas através de POPs.

85
O ENFERMEIRO PODE REALIZAR PUNÇÃO INTRAÓSSEA?

Historicamente, foi feito pelo COREN SP o primeiro


Parecer sobre a matéria (Parecer Técnico 001/2009),
respaldando o uso por enfermeiros devidamente
treinados. Neste sentido, a Resolução vem respaldar o
enfermeiro no tocante à execução do seu papel na
assistência ao paciente crítico, normatizando parâmetros e
trazendo segurança jurídica

A RESOLUÇÃO COFEN 648/2020 dispõe sobre a


realização de punções intraósseas por enfermeiros e
regulamentou a atuação de enfermeiras e enfermeiros na
realização da punção intraóssea em situações de urgência
e emergência pré e intra-hospitalar. Agora, a categoria
conta com um dispositivo legal que define objetivamente a
qualificação, os parâmetros técnicos e os requisitos
necessários para a realização desses procedimentos com
segurança. Ela cria a normatização, a capacitação e a
atuação do enfermeiro na realização das punções, e foi
aprovada pelo plenário do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN). Vejamos o que diz:

“Art. 1º No âmbito da equipe de enfermagem, é privativo


do Enfermeiro a realização da punção intraóssea, em
situações de urgência e emergência, na impossibilidade de
obtenção do acesso venoso periférico”.

86
Parágrafo único. Para realização da punção intraóssea,
recomenda-se a utilização de dispositivos designados
para esse fim e legalmente registrados na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), não devendo
ser utilizadas agulhas hipodérmicas, cateteres sobre
agulha ou qualquer outro material não específico para
esse procedimento.

“Art. 1º No âmbito da equipe de enfermagem, é privativo


do Enfermeiro a realização da punção intraóssea, em
situações de urgência e emergência, na impossibilidade de
obtenção do acesso venoso periférico. (...)

Art. 2º Para a realização da punção intraóssea, o


enfermeiro deve estar devidamente capacitado, por meio
de curso presencial com conteúdo que inclua teoria e
prática simulada.

Art. 3º Os Enfermeiros instrutores de cursos de


capacitação para a punção intraóssea devem possuir
especialização na área de urgência e emergência, ou
outras afins, que contemplem na matriz curricular o
conteúdo relacionado ao procedimento de que trata esta
resolução.

Parágrafo único. É proibido ao Enfermeiro ministrar curso


de punção intraóssea a profissionais que não possuem
competência legal para executá-los (Técnicos/Auxiliares
de Enfermagem, Bombeiros Militares, Bombeiros Civis,
Socorristas, entre outros similares) (...)”.

87
A normativa, proposta pela Comissão Nacional de
Urgência e Emergência, vai dar mais segurança aos
profissionais de enfermagem para a realização dessas
intervenções, que são determinantes para salvar a vida de
pacientes graves, que as vezes é o único acesso possível.

88
O ENFERMEIRO PODE REALIZAR TROCA
DE CATETER POR GASTROTOMIA?

De acordo com o Parecer Técnico Nº 75/2014 do COREN


PB que dispõe sobre troca de Cateter de Gastrostomia de
minha autoria, concluí que: "(...)a troca de sonda de
Gastrostomia no âmbito da equipe de enfermagem,
deverá ser realizada privativamente pelo enfermeiro, por
ser um procedimento invasivo e de alta complexidade ou
preferencialmente um Enfermeiro Especialista em
Estomoterapia se o serviço assim disponibilizar.

A troca do cateter de Gastrostomia pode ser realizada pelo


enfermeiro seja no ambiente hospitalar, bem como na
atenção primária, devendo garantir condições adequadas
e materiais necessários para a realização do procedimento.
A troca de cateteres de jejunostomia deve ser realizada
exclusivamente pelo médico responsável

Caso a troca não for caracterizada de rotina, esteja sendo


necessária por motivo acidental, esta recolocação deverá
acontecer por um profissional habilitado e seguir o
protocolo da instituição, encaminhando o paciente para o
seu enfermeiro ou médico".

O Enfermeiro pode trocar o cateter de gastrostomia, tendo


respaldo legal, desde que ele seja habilitado para tal
prática e se sinta seguro de realizar o procedimento. Caso
contrário, o profissional possui o DIREITO de se recusar a
realizá-lo.
89
GASOMETRIA ARTERIAL, A QUEM COMPETE
NO ÂMBITO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM?

No âmbito da equipe de Enfermagem, a


RESOLUÇÃO COFEN Nº 390/2011 estabeleceu que a
realização da punção arterial, tanto para fins de
gasometria quanto para monitorização de pressão arterial
invasiva, é privativa do enfermeiro, considerando que este
profissional é o responsável pela realização de cuidados
de Enfermagem de maior complexidade técnica e que
exigem a tomada de decisão pautada em conhecimentos
científicos.

A Resolução acima citada estabelece que o


Enfermeiro obtenha conhecimentos, competências e
habilidades que garantam rigor técnico-científico para a
realização do procedimento, atentando para a capacitação
contínua relacionada à realização da punção arterial.

O Parecer Técnico do COREN PB N 50/2014, que


dispõe sobre as atribuições dos enfermeiros quanto as
sondas e cateteres, tem o mesmo posicionamento,
reafirmando que é privativo do enfermeiro na equipe de
Enfermagem a gasometria arterial.

90
SONDAGEM VESICAL DE ALIVIO E/OU DE DEMORA,
A QUEM COMPETE NO ÂMBITO DA EQUIPE
COMPETÊNCIA DE ENFERMAGEM?

Considerando a RESOLUÇÃO COFEN 453/2014 que


normatiza o procedimento de Sondagem Vesical no
âmbito do Sistema COFEN / CORENs , mais
especificamente o seu parecer normativo anexo, é possível
concluir que: “Requer cuidados de Enfermagem de maior
complexidade técnica, conhecimentos de base científica e
capacidade de tomar decisões imediatas e, por essas
razões, no âmbito da equipe de Enfermagem, a inserção de
cateter vesical é privativa do Enfermeiro, que deve
imprimir rigor técnico-científico ao procedimento”

A Resolução ainda traz em seu anexo a competência


da equipe de Enfermagem na sondagem vesical por se
tratar de um procedimento invasivo, envolvendo riscos ao
paciente, que está sujeito a infecções do trato urinário e/ou
ao trauma uretral ou vesical. A sondagem requer cuidados
de Enfermagem de maior complexidade técnica,
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
decisões imediatas e, por essas razões, no âmbito da
equipe de Enfermagem, a inserção de cateter vesical é
privativa do enfermeiro, que deve imprimir rigor técnico-
científico ao procedimento.

Aos técnicos de Enfermagem, observadas as


disposições legais da profissão, compete a realização de
atividades prescritas pelo enfermeiro no planejamento da
assistência, a exemplo de monitoração e registro das
91
queixas do paciente, das condições do sistema de
drenagem, do débito urinário; manutenção de técnica
limpa durante o manuseio do sistema de drenagem, coleta
de urina para exames; registro da diurese no balanço
hídrico – ingestão e eliminação de líquidos; sob supervisão
e orientação do enfermeiro.

No Parecer Técnico 50/2014 do COREN PB que


dispõe sobre sondas e cateteres, conclui: "Diante do
exposto, sou do entendimento que qualquer tipo de
procedimento invasivo, seja a inserção de uma sonda
nasogástrica ou orogástrica, nasoenteral ou sondagem
vesical, que exija conhecimentos técnicos científicos de
maior complexidade deverão ser realizadas
privativamente pelo enfermeiro no âmbito da equipe de
enfermagem, tendo o mesmo a decisão de solicitar aquilo
que couber ao técnico de enfermagem, respeitando a
capacidade técnica e cientifica do profissional que irá
realizar".

92
TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR, O MAQUEIRO
PODE TRANSPORTAR PACIENTES SOZINHO?

A RESOLUÇÃO COFEN 588/2018 normatizou a


atuação da equipe de Enfermagem no transporte de
pacientes em serviços de saúde, entrando em vigor em
10/2018 e revogando a Resolução COFEN 376/2011.

A normativa estabelece que o transporte do paciente


hospitalizado faz parte das competências da equipe de
Enfermagem, devendo os serviços de saúde assegurar as
condições necessárias para atuação do profissional
responsável pela condução do meio (maca ou cadeira de
rodas).

Todas as intercorrências e intervenções ocorridas


durante o processo de transporte devem ser registradas
no prontuário do paciente. A Resolução traz ainda, em
anexo, as incumbências específicas do enfermeiro e o
quantitativo mínimo de pessoal necessário para o
transporte, conforme a complexidade do caso. Por
envolver a garantia da segurança do paciente, o transporte
exige assistência contínua e que necessita da equipe de
Enfermagem durante todo o seu processo. Vejamos o que
tem no anexo normativo da Resolução:

" 2.2.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O


TRANSPORTE DO PACIENTE

93
A designação do profissional de enfermagem que
prestará assistência ao paciente durante o transporte,
deve considerar o nível de complexidade da assistência
requerida:
I – Paciente de cuidados mínimos (PCM): paciente estável
sob o ponto de vista clínico e de enfermagem e
autossuficiente quanto ao atendimento das necessidades
humanas básicas;
II – Paciente de cuidados intermediários (PCI): paciente
estável sob o ponto de vista clínico e de enfermagem, com
parcial dependência dos profissionais de enfermagem
para o atendimento das necessidades humanas básicas.
III – Paciente de cuidados de alta dependência (PCAD):
paciente crônico, incluindo o de cuidado paliativo, estável
sob o ponto de vista clínico, porém com total dependência
das ações de enfermagem para o atendimento das
necessidades humanas básicas;
IV – Paciente de cuidados semi-intensivos (PCSI): paciente
passível de instabilidade das funções vitais recuperável,
sem risco iminente de morte, requerendo assistência de
enfermagem e médica permanente e especializada;"

Enfermeiros e responsáveis técnicos devem


normatizar seus serviços dentro da Resolução vigente, a
fim de proteger os pacientes de danos decorrentes de
negligência e imprudência, incumbindo aos enfermeiros
avaliar o paciente e determinar quais os profissionais que
deverão acompanhar o paciente no transporte intra-
hospitalar.

94
A RESPONSABILIDADE NOS CUIDADOS AOS
PACIENTES DE VENTILAÇÃO MECÂNICA SÃO DOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM?

A RESOLUÇÃO COFEN 639/2020, definiu as


competências do enfermeiro no cuidado aos pacientes em
ventilação mecânica no ambiente extra e intra-hospitalar.
No âmbito da equipe de Enfermagem, o enfermeiro é
responsável pela montagem, testagem e instalação de
aparelhos de ventilação mecânica invasiva e não-invasiva
em pacientes adultos, pediátricos e neonatos. Já no
processo de Enfermagem, é competência do profissional a
monitorização, a checagem de alarmes, o ajuste inicial e o
manejo dos parâmetros da ventilação mecânica tanto na
estratégia invasiva quanto não-invasiva.

A deliberação também define a coleta de sangue


arterial para fins de monitorização gasométrica e
respiratória no âmbito da equipe de Enfermagem como
procedimento privativo do Enfermeiro. Para tal prática, já
existe Resolução regulamentadora, a Resolução COFEN
390/2011. A Resolução traz no seu Art. 3°:

"Na montagem, testagem e instalação de aparelhos


de ventilação mecânica, é competência do Enfermeiro:
I – A fixação e centralização do tubo traqueal, assim como a
monitorização da pressão do cüff (balonete) da prótese em
níveis seguros e a averiguação quanto ao seu correto
posicionamento;
II – A realização e a avaliação da necessidade de aspiração
das vias aéreas nos pacientes sob ventilação mecânica, de
95
acordo com as diretrizes elencadas na Resolução Cofen nº
557/2017;
III – A realização e/ou prescrição dos cuidados em relação
ao orifício da traqueostomia e à integridade da pele
periestomal;
IV – A realização e/ou prescrição de higiene bucal,
incluindo o uso do gluconato de clorexidina 0,12% ou
outras soluções antissépticas cientificamente
recomendadas, em pacientes sob ventilação mecânica;
V – Participar da decisão, da realização e/ou prescrição na
Equipe de Enfermagem dos procedimentos relacionados à
pronação de pacientes sob ventilação mecânica e
aplicação dos cuidados relacionados a prevenção dos
incidentes associados".

Essa Resolução do Conselho Federal respalda os


profissionais de Enfermagem e, vale ressaltar, que a
presença do profissional fisioterapeuta no plantão não
exime as responsabilidades que o enfermeiro deverá ter
nos cuidados aos pacientes em VM, sendo
responsabilidade de toda a equipe multidisciplinar.

96
A QUEM COMPETE PREENCHER PARCIALMENTE
OU TOTALMENTE A DECLARAÇÃO DE
NASCIDOS VIVOS (DNVs)?

O preenchimento de Declaração de Nascido Vivos


(DNV) não é privativo do enfermeiro e de nenhuma outra
profissão. O técnico e o auxiliar de Enfermagem que
participarem da assistência e se sentirem seguros sob a
supervisão do enfermeiro podem preencher a Declaração
dentro da sua capacidade técnica sem nenhum
impedimento.

CONSIDERANDO ainda a LEI Nº 12.662, DE 5 DE


JUNHO DE 2012, “Art. 3° § 1º A Declaração de Nascido
Vivo deverá ser emitida por profissional de saúde
responsável pelo acompanhamento da gestação, do parto
ou do recém-nascido, inscrito no Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde - CNES ou no respectivo
Conselho profissional”.

Vejamos o que diz alguns pareceres fundamentados


em Leis e Portarias. O COREN PB, em seu Parecer Técnico
15/2018, diz que “(...) a DNV não é privativo dos
profissionais de Enfermagem, porém se a critério da
instituição, for normatizado como de responsabilidade
destes, e para garantir a confiabilidade dos dados contidos
na DNV. Sou do entendimento que seja responsável do
preenchimento, o profissional que prestou assistência à
mulher no momento do nascimento ou assistência
imediata ao recém-nascido: Enfermeiro, Obstetriz, Técnico,
A u x i l i a r. D eve n d o o Té c n i co e A u x i l i a r s e re m
97
supervisionados pelo Enfermeiro ou Obstetriz”.

O COREN GO, em seu Parecer Técnico 01/2020,


concluiu que: “... Os recém-nascidos em estabelecimentos
de saúde, deverão ter sua DNV preenchida por
profissional de enfermagem, da referida instituição, a
saber, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem, a
depender do protocolo adotado pela mesma”.

Cabe às Instituições de Saúde, através de seus


responsáveis técnicos, normatizar e minimizar possíveis
conflitos, deixando pré-determinado quem deverá
preencher a DNV, já que a mesma não é privativa de
nenhum profissional de saúde, devendo ser preenchida
por quem prestou assistência durante o parto ou ao
recém-nascido.

98
CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS, DE
QUEM É A COMPETÊNCIA?

O enfermeiro tem amparo legal e privativo para


realizar o procedimento de Classificação de Risco, que
entre outros compreende o Processo de Enfermagem.
Vejamos o que diz a RESOLUÇÃO 661/2021:

“Art. 1º No âmbito da Equipe de Enfermagem, a


classificação de Risco e priorização da assistência é
privativa do Enfermeiro, observadas as disposições legais
da profissão.

§ 1º Para executar a Classificação de Risco e Priorização da


Assistência, o Enfermeiro deverá ter curso de capacitação
específico para o Protocolo adotado pela instituição, além
de consultório em adequadas condições de ambiente e
equipamentos para desenvolvimento da classificação.

§ 2º Para garantir a segurança do paciente e do


profissional responsável pela classificação, deverá ser
observado o tempo médio de 04 (quatro) minutos por
classificação de risco, com limite de até 15 (quinze)
classificações por hora.

Art. 2º O Enfermeiro durante a atividade de Classificação


de Risco não deverá exercer outras atividades
concomitantemente.

Art. 3º O procedimento a que se refere esta Resolução


99
deve ser executado no contexto do Processo de
Enfermagem, atendendo-se as determinações da
Resolução Cofen nº 358/2009 e aos princípios da Política
Nacional de Humanização do SUS.

Art. 4º Cabe aos Conselhos Regionais de Enfermagem


adotar as medidas necessárias para acompanhar a
realização do procedimento de que trata esta norma,
visando a segurança do paciente e dos profissionais
envolvidos”.

O novo parecer garante que o enfermeiro exerça


atividade exclusiva na classificação de risco sem estar
concomitante à outra atividade em mesmo horário, e
dispõe sobre um tempo adequado para realizar a
classificação, bem como sobre a garantia de um ambiente
propício.

Cabe às Instituições de Saúde fazerem cumprir o que


dizem as determinações do COFEN. Auxiliares e Técnicos
de Enfermagem, sem a presença do enfermeiro, não
poderão realizar a classificação de risco, porém, podem
realizar escuta qualificada, sobretudo no âmbito da
Atenção Básica, visto que o Decreto nº 94.406 de 1987
regulamenta a Lei nº7.498 de 1986.

100
DE QUEM É A RESPONSABILIDADE DA LAVAGEM
DE APARADEIRAS E PAPAGAIOS?

Este é um assunto que gera discussão sobre a


temática e apresenta divergências de opinião entre alguns
Conselhos Regionais de Enfermagem, fazendo-se
necessária a padronização das decisões entre todos os
Regionais. Realizando buscas, encontrei diversos
pareceres de vários Estados, tais como COREN PE,
COREN BA, COREN SC e COREN SP.

Parecer Técnico Nº 017/2019 COREN-PE, conclui


que: “Não há nenhum dispositivo técnico ou ético legal,
que atribua aos profissionais de enfermagem a limpeza de
aparadeiras e papagaios. Quanto ao encaminhamento
desses artigos não críticos para serem submetidos ao
processo de desinfecção no Centro de Material de
Esterilização – CME, não há menção sobre isso nas
atividades dos profissionais de enfermagem
regulamentadas por este Conselho”.

Demanda semelhante encaminhada para parecer


r e a l i z a d o p e l o C O R E N S C , P a r e c e r Té c n i c o
Nº023/AT/2004 destaca que “o material sanitário (cuba
rim, escarradeira, comadre, papagaio, urinol e outros) é
usado pela Enfermagem na prestação do cuidado”, no
entanto, se houver capacitação e protocolo organizacional
“nada impede que essa atividade seja feita por um
profissional do serviço de limpeza”.

101
O COREN SP em sua ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA
Nº 006/2016, considerou: “que o processo de limpeza e
desinfecção seja criterioso, precedido de capacitação e
previsto no protocolo institucional com as atribuições dos
membros da equipe, tanto da Enfermagem quanto da
Limpeza”.

O COREN BA em seu Parecer Técnico Nº 007/2018


diverge em alguns pontos de opinião, vejamos: “É também
atribuição do técnico e do auxiliar de enfermagem no
exercício das suas ações de assistência ao paciente, o
manuseio de qualquer artefato/objeto utilizado na
assistência à saúde e em uso pela pessoa assistida, ou
seja, a instalação e remoção dos mesmos, a exemplo dos
serviços de limpeza hospitalar e a capacitação desses
profissionais para a limpeza possibilita a realização de
protocolos institucionais para os materiais não críticos
como, por exemplo, comadre, papagaio, dentre outros,
desde que estabelecidos em protocolos organizacionais e
com a capacitação necessária, a limpeza pode ser
realizada por um profissional da limpeza”.

Cabe às instituições normatizar de acordo com as


orientações do seu Regional e sempre dialogando com o
serviço de Controle de Infecção Hospitalar, para criação de
POPs.

102
O TÉCNICO DE ENFERMAGEM PODE FAZER SUAS
ATIVIDADES SEM A PRESENÇA DO ENFERMEIRO NAS
UNIDADES BASICAS DE SAÚDE (UBS)?

E m PA R E C E R D E C Â M A R A T É C N I C A N º
01/2018/CTAB/COFEN, concluiu que: “(...) considerando o
ordenamento jurídico em vigência, entendemos que a
ausência temporária do Responsável Técnico-RT não
interfere na atuação dos Auxiliares e Técnicos de
Enfermagem quando o RT e/ou Enfermeiro assistencial
estiver na Unidade Básica de Saúde ou em atividade em
território, sendo acessível o comparecimento na UBS
quando da ocorrência de alguma intercorrência.

Ressaltamos, ainda, que nos casos de ausência


eventual do mesmo nas Unidades Básicas de Saúde,
compete ao Responsável Técnico de enfermagem
organizar a demanda de atividades e o cronograma de
capacitações/reuniões/visitas domiciliares, de maneira que
respeite as atribuições legais e as competências técnicas
do profissional Técnico e Auxiliar de enfermagem, assim
como garanta a qualidade da assistência livre dos riscos de
negligência, imperícia e imprudência à população.

Nos casos de ausência programada do profissional


ao serviço como férias/licenças/folgas/treinamentos em
locais diversos da UBS, recomendamos que a gerência da
UBS em conjunto com responsáveis gerenciais superiores
garanta a programação de substituição ou cobertura do
serviço por outros Enfermeiros garantindo assim a
assistência de Enfermagem à população e a supervisão
103
dos profissionais de enfermagem”.

Não se verifica a exigência integral da presença do


Responsável Técnico-RT da Unidade de Saúde na
supervisão da equipe de Enfermagem. Neste sentido, a
ausência temporária do RT não é impedimento para o
desenvolvimento do exercício ou impedimento do
exercício profissional dos auxiliares e técnicos de
Enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde – UBS. No
entanto, em casos de ausência programada do profissional
ao serviço, deve a gerência da unidade, em conjunto com
responsáveis gerenciais superiores, garantir a
programação de substituição ou cobertura do serviço por
outros profissionais, assegurando assim a assistência de
Enfermagem à população e a supervisão dos profissionais
de Enfermagem.

Conforme o Parecer Técnico acima citado, o técnico


de Enfermagem pode realizar suas atividades de rotina na
ausência eventual do enfermeiro, como vacinas,
medicações e coletas de exames, curativos simples, entre
outras atividades, podendo em uma dúvida e/ou
intercorrência entrar em contato com o/a enfermeiro (a) da
unidade.

104
GLICEMIA CAPILAR: NA FALTA DE LANCETAS,
POSSO UTILIZAR AGULHAS DESCARTÁVEIS?

O teste de glicemia capilar (GC) consiste na coleta de


uma pequena amostra de sangue, muitas vezes adquirida
por meio de perfuração cutânea da “ponta do dedo” com
lanceta ou agulha. A amostra de sangue é então
depositada sobre a fita reagente, acoplada ao aparelho de
dosagem de glicemia, o qual apresenta o valor referente
ao nível de glicose do sangue (CARRARA e AVELAR),
2009.

Considerando a Resolução COFEN 0564/2017, que


diz respeito aos direitos nos artigos:

“Art. 1o Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança


técnica, científica e ambiental, autonomia, e ser tratado
sem discriminação de qualquer natureza, segundo os
princípios e pressupostos legais, éticos e dos direitos
humanos.

Art. 2o Exercer atividades em locais de trabalho livre de


riscos e danos e violências física e psicológica à saúde do
trabalhador, em respeito à dignidade humana e à proteção
os direitos dos profissionais de Enfermagem”.

CONSIDERANDO o Parecer CT /2019 do COREN SC,


o mesmo recomenda: “...que todos os procedimentos de
Enfermagem sejam realizados com material adequado,
respeitando os princípios técnicos e normas de
105
biossegurança. Recomenda-se ainda que o HGT seja
realizado prioritariamente com lanceta, caso este material
não esteja disponível, o HGT poderá ser realizado com
agulha”.

A GC é essencial para o controle glicêmico dos


pacientes diabéticos, precisando apenas de uma pequena
quantidade de sangue, podendo ser conseguido com a
lanceta ou agulha. Na falta da lanceta, o profissional de
Enfermagem pode utilizar agulha descartável disponível
na instituição de saúde, realizando o procedimento de
forma asséptica e segura para si e para o paciente.

Em uma busca na literatura, incluindo artigos e


pareceres técnicos, não encontrei nada que cite algum
impedimento legal do profissional se recusar a fazer um
procedimento essencial para o controle glicêmico do
paciente pela falta da lanceta, ou seja, não há nada que
fundamente tal recusa. Considerando que possa ser
prejudicial deixar de fazer a glicemia do paciente, pode-se
utilizar agulha descartável, que sempre foi usada antes da
existência das lancetas, sem nenhum prejuízo ao paciente
e nem ao profissional de Enfermagem.

106
PASSAGEM DE PLANTÃO É PRIVATIVA DO ENFERMEIRO?

A passagem de plantão é uma ferramenta utilizada


por todos os profissionais que atuam na área de Saúde,
não sendo diferente pela Enfermagem. A mesma assegura
a continuidade da assistência prestada ao paciente,
constituindo uma atividade fundamental para a
organização e efetividade do trabalho no âmbito da equipe
de Enfermagem, não sendo algo privativo do enfermeiro.

CONSIDERANDO a Lei 7.498/86 que regulamenta o


exercício profissional de Enfermagem, cabe ao enfermeiro
o planejamento, organização, coordenação, execução e
avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem.
Desta forma, este profissional está responsável por
normatizar e estabelecer as rotinas do processo de
trabalho para a execução do plano de cuidados ao
paciente. Em nível institucional, cabe à gerência de
Enfermagem organizar as normas e rotinas da ação de
Enfermagem nas instituições de Saúde.

CONSIDERANDO a RESOLUÇÃO COFEN


564/2017, Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem, CAPITULO II nos DEVERES:

Art. 38. Prestar informações escritas e/ou verbais,


completas e fidedignas, necessárias à continuidade da
assistência e segurança do paciente.

107
CONSIDERANDO o PARECER TÉCNICO 001/021, mais
recente da Câmara Técnica de Normas e Legislação do
COFEN, o mesmo concluiu que:

“Considera que de acordo com a legislação vigente,


que a passagem de plantão deve acontecer entre as
equipes ao trocarem de turno, tanto pelos enfermeiros
quanto pelo nível médio de enfermagem, de modo a
garantir a continuidade da assistência, ofertando
informações necessárias ao efetivo cuidado do paciente,
(...) cabe às instituições de saúde a elaboração de
documento normativo de passagem de plantão para ser
utilizado pela equipe de enfermagem(...)”

A Resolução 564/2017 Código de Ética dos


Profissionais de Enfermagem nos traz claramente como
responsabilidade dos profissionais o dever de garantir a
continuidade da assistência, não sendo privativo do
enfermeiro. Na falta dos profissionais de Enfermagem,
cabe aos RTs e às coordenações de cada instituição
elaborar POPs, sendo importante o conhecimento de
todos os membros da equipe sobre como proceder diante
desta não conformidade.

108
PROTOCOLO DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA
DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO ESTADO DA PARAÍBA:
PODE SER USADO EM CONSULTÓRIOS PRIVADOS
DE ENFERMAGEM OU HOSPITAIS?

Em sua apresentação, o protocolo do enfermeiro na


estratégia de saúde da família do COREN PB, lançado em
2015, diz:

”De acordo com o artigo 11, inciso II, alínea “g” da Lei
Federal no 7.498/86 que dispõe sobre o exercício da
enfermagem e dá outras providências, compete ao
enfermeiro prestar assistência de enfermagem e como
integrante da equipe de saúde prescrever medicamentos
estabelecidos em Programas de Saúde Pública e em rotina
aprovada pela instituição de saúde(..) Portanto, diante das
exigências legais e científicas, o presente protocolo de
atendimento elaborou um guia prático para nortear os
enfermeiros cabendo a estes profissionais adequar às
recomendações apresentadas para o cenário de atuação
na assistência na Estratégia Saúde da Família - Atenção
Básica da Paraíba não independente dos Manuais e
Normas Técnicas já estabelecidas e não excluindo os
advindos posteriores a esta elaboração”.

C O N S I D E R A N D O o PA R E C E R 3 5 / 2 0 2 0
CTLN/COFEN, o mesmo diz: “(...) somos de entendimento
que o profissional enfermeiro não pode realizar
prescrições medicamentosas as quais não ocorram em
função de seu direcionamento ao paciente, que esteja
vinculado a Programas de Saúde Pública ou previstos em
rotinas e/ ou protocolos das instituições nas quais os
109
consultórios particulares ou públicos dos enfermeiros
estejam vinculados”, ou seja, o protocolo de enfermagem
só pode ser utilizado pra prescrição de medicamentos e
requisição de exames na atenção básica, aonde existem
protocolos e portarias instituídas pelo MS, não há
proibição de usar de forma consultiva em outras
instituições que não seja programa de saúde da família.

O Parecer COFEN 0119/2021 da Conselheira


Federal reafirma a mesma posição da CTLN/COFEN,
concluindo: “(...) que as orientações contidas no
PROTOCOLO DO ENFERMEIRO NA ESTRATEGIA DA
SAUDE DA FAMILIA DO ESTADO DA PARAÍBA, são
próprias do processo de trabalho dos enfermeiros que
atuam na Estratégia Saúde da Família.

Os Protocolos do Ministério da Saúde, Estados e


Municípios, são elaborados na lógica da equipe
multiprofissional, portanto não se adequando aos
consultórios de atendimento em saúde por profissionais
autônomos, sendo estes regulamentados e fiscalizados,
por seus respectivos conselhos profissionais. No caso de
Consultório ou Clinica de Enfermagem pelo Conselho
Regional de Enfermagem de cada Estado”.

110
OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM PODEM
PREENCHER RECEITAS E ATESTADOS MÉDICOS
PARA OUTROS PROFISSIONAIS?

O Parecer Técnico 02/2021, aprovado pelo COREN


PB, orienta e reforça sobre a não responsabilidade dos
profissionais de Enfermagem preencherem receituários e
atestados médicos para serem assinados por outros
profissionais, lembrando que isso pode ser considerado
uma infração ética, bem como uma contravenção penal. O
mesmo conclui:

“. . .é c l a r o o e n t e n d i m e n t o q u e N Ã O é
responsabilidade dos profissionais de enfermagem
realizar o preenchimento de receitas médicas para que o
médico apenas assine no final, vez que é atribuição
daquele que fez a prescrição”.

CONSIDERANDO a Resolução 564/2017 nas


Proibições:

Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem


a outro profissional, exceto em caso de emergência, ou que
estiverem expressamente autorizados na legislação
vigente.

Na mesma Resolução, o Profissional tem como direito:

Art. 22 Recusar-se a executar atividades que não sejam de


sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não
ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à
111
coletividade.

Os profissionais de Enfermagem já possuem muitas


atribuições para se ocuparem realizando aquilo que não
lhes compete. Vale ressaltar que o preenchimento de
receitas e atestados médicos ainda pode colocar em risco o
registro profissional, tornando o profissional passível de
ser denunciado, bem como de responder processo ético e
até penal conforme a Lei.

Est a s a t i v i d a d e s p o d e m s e r co n s i d e ra d a s
contravenção penal e/ou exercício ilegal da profissão e
cada profissional tem que ter a responsabilidade de
preencher, carimbar e assinar as suas próprias ações. Caso
você esteja sendo coagido ou obrigado a fazer isso no seu
trabalho, denuncie ao seu órgão de classe através da
ouvidoria, podendo realizar de forma anônima, pedindo
sigilo na denúncia.

112
O QUE O ENFERMEIRO PRECISA PARA
SER RESPONSÁVEL TÉCNICO DE UNIDADE
DE TERAPIA INTENSIVA?

O Parecer nº 06/2017/CTLN do COFEN responde a


esses questionamentos. Vejamos:

“Quais especializações podem ser exigidas do


enfermeiro responsável técnico em terapia intensiva? De
acordo com o tipo de serviço em que atue, seja adulto,
cardiológico, neurológico, pediátrico ou neonatal, ou seja, a
matriz curricular do curso de especialização deve abranger
a temática de cuidados intensivos/críticos na área de
atuação.

Quais seriam os requisitos necessários ao enfermeiro


RT do CTI?
Ser especialista em cuidados intensivos/críticos na área de
atuação, seja adulto, cardiológico, neurológico, pediátrico
ou neonatal, não cabe ao Conselho a definição do perfil
deste profissional, pois cada instituição tem autonomia na
definição do tempo de experiência/atuação que deseja
para o profissional que quer ter como coordenador de seus
serviços.

Existe alguma exigência que esse profissional tenha


que validar sua pós-graduação na Associação de Medicina
Intensiva Brasileira (AMIB) ou qualquer outra associação?
A RESOLUÇÃO COFEN nº 389/2011, que trata dos
procedimentos para registro de título de pós-graduação
lato e strictu sensu concedido a Enfermeiro e lista as
113
especialidades, em seu artigo 1º define que o Enfermeiro
detentor de títulos de pós-graduação (lato e strictu sensu)
é assegurado o direito de registrá-los no Conselho
Regional de Enfermagem de sua circunscrição, conferindo
legalidade para atuação na área específica do exercício
profissional, não havendo menção da necessidade de que
este título seja registrado/validado por qualquer outra
entidade, desde que atenda aos requisitos legais, ou seja,
os títulos devem ser provenientes de instituições
credenciadas pelo Ministério da Educação – MEC, ou
concedidos por Sociedades, Associações ou Colégios de
Especialistas.

Claro é que a RDC 137/2017 alterou o entendimento


e deu aos Conselhos de Classe a prerrogativa de
estabelecer critérios para os títulos de especialista dos
coordenadores de Enfermagem, porém mais claro ainda,
ao nosso entendimento, é que não deve o mesmo
Conselho criar dificuldades para que o profissional possa
atuar no serviço”

O Parecer Normativo 002/2021/COFEN conclui:

“(...) que a alteração da norma da ANVISA trouxe


novo entendimento sobre os títulos exigidos para que o
Enfermeiro assuma a Coordenação de Enfermagem de
Unidades de Terapia Intensiva;

Considerando que a norma dá ao Conselho Federal, este


que é o órgão disciplinador do Sistema, a prerrogativa de
definir os critérios para os títulos daqueles profissionais

114
que se candidatam a assumir as referidas coordenações;
(...) somos de parecer que atendida a exigência da RDC
137/2017, de título de especialista, e que seja definido
pelo Cofen, através de normativo, que o Enfermeiro poderá
apresentar títulos de qualquer especialização (lato ou
strictu sensu), desde de que relacionada à área de
cuidados intensivos/críticos”.

115
CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de fundamental importância que os profissionais


de Enfermagem busquem conhecer a Legislação que
regulamenta a sua profissão. Muitas vezes, é por meio das
dúvidas e até mesmo por conflitos de opiniões durante o
exercício profissional, impulsionam o profissional buscar
conhecimentos e a regulamentação das suas atividades.
Só o conhecimento pode liber tar e garant ir o
desenvolvimento dos profissionais, para que possam
garantir o exercício ético e legal da profissão.

Espero que dessa maneira vocês tenham conseguido


gostar um pouco mais de Legislação na prática, e que eu
tenha conseguido alcançar o principal objetivo deste livro,
o de tirar as principais dúvidas do cotidiano dos
profissionais de Enfermagem através da construção de
uma coletânea com dúvidas e respostas fundamentadas
na legislação vigente que regulamenta nosso exercício
profissional.

Ao lerem esta Coletânea, anotem os números das


Leis, Pareceres e Resoluções. Os mesmos podem ser
consultados e encontrados nas Páginas dos CORENs e do
COFEN, com seus textos e anexos na íntegra.

É preciso ampliar a autonomia e ter personalidade


profissional, para que a Enfermagem voe mais alto e colha
os frutos que planta historicamente com dedicação, amor e
116
competência. Tudo começa pela consciência da relevância
do nosso papel. Somos autônomos, trabalhamos em
equipe, mas é preciso compreender que não somos servos
de nenhum outro profissional; temos que ir atrás de
desenvolvimento permanentemente, conhecimento e
trabalhar bem em equipe, além de buscar formação.

No entanto, estas buscas não se dão por decreto. Elas


precisam ser estimuladas nas faculdades, nos hospitais,
na vida. O enfermeiro deve saber se impor, sempre com
propriedade naquilo que sabe fazer. O melhor caminho é o
conhecimento.

Espero ter contribuído para sanar as principais


dúvidas da Enfermagem, ajudando os profissionais a
perceberem que temos DEVERES,
RESPONSABILIDADES e PROIBIÇÕES, mas que como
todo e qualquer cidadão, temos DIREITOS que devem ser
respeitados à luz do nosso Código de Ética, das
Resoluções e Pareceres que normatizam e orientam as
atividades de Enfermagem. E para que o respeito aos
nossos direitos prevaleça, é necessário cobrarmos com
propriedade para que desta forma nos tornemos uma
Enfermagem empoderada através do conhecimento.

117
REFERENCIAL TEÓRICO

BRASIL, MINISTERIO DA SAÚDE. Manual de


Processamento de Roupas de Serviços de Saúde (2009).
Disponível em:
https: //pt.slideshare.net /LuisSantos14/manual-de-
processamento-de-roupas-de-servios-de-sade. Acesso
em: 01/02/2020

BRASIL, MINISTÉRIO DA SÁUDE, RESOLUÇÃO - RDC N°


6, DE 30 DE JANEIRO DE 2012. Dispõe sobre as Boas
Práticas de Funcionamento para as Unidades de
Processamento de Roupas de Serviços de Saúde e dá
outras providências. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rd
c0006_30_01_2012.html. Acesso em: 16 de janeiro de
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CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN).


LEGISLAÇÃO/DECRETOS. Decreto n.º 9.235/2017.
Disponível em: < http: // www.portalcofen.gov >. Acesso
em: 15 de janeiro de 2021. Acesso em: 10 de janeiro de
2021.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN).


LEGISLAÇÃO/LEIS. Lei Federal Nº 7498/86. Disponível
em: < http: // www.portalcofen.gov >. Acesso em: 15 de
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118
BRASIL, MINISTERIO DA SAÚDE. Manual de
Processamento de Roupas de Serviços de Saúde (2009).
Disponível em:
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6, DE 30 DE JANEIRO DE 2012. Dispõe sobre as Boas
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LEGISLAÇÃO/RESOLUÇÕES. RESOLUÇÃO COFEN Nº
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Enfermagem. Disponível em: < http: //
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2021.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN).


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588/2018. Disponível em: < http: // www.portalcofen.gov
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CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN).


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CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN).


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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE GOIÁS


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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE GOIÁS


(COREN GO). LEGISLAÇÃO/PARECERES. PARECER
N º 0 3 7 C TA P/ 2 0 1 6 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : //
www.corengo.gov >. Acesso em: 16 de janeiro de 2021.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE GOIÁS


(COREN GO). LEGISLAÇÃO/PARECERES. PARECER
N º 0 4 6 C T/ 2 0 1 7 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : //
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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO MATO


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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA


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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA


(COREN PB). LEGISLAÇÃO/PARECERES Parecer Técnico
60/2020. Disponível em: < http: // www.corenpb.gov >.
Acesso em: 16 de janeiro de 2021.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA


(COREN PB). LEGISLAÇÃO/PARECERES. Parecer Técnico
COREN PB 98/2019. Disponível em: < http: //
www.corenpb.gov >. Acesso em: 16 de janeiro de 2021.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA


(COREN PB). LEGISLAÇÃO/PARECERES. PARECER DE
CÂ M A R A T É C N I CA N º 0 1 / 2 0 1 8 / C TA B / CO F E N
Disponível em: < http: // www.corenpb.gov >. Acesso em:
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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA


(COREN PB). LEGISLAÇÃO/PARECERES. Parecer Técnico
COREN PB 43/2014. Disponível em: < http: //
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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA


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CATARINA (COREN SC). LEGISLAÇÃO /PARECERES.
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CATARINA (COREN SC). LEGISLAÇÃO /PARECERES.
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PAULO (COREN SP). LEGISLAÇÃO/PARECERES. Parecer
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www.corensp.gov >. Acesso em: 20 de janeiro de 2021.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO


PAULO (COREN SP). LEGISLAÇÃO/PARECERES. Parecer
Técnico 058/2014 COREN SP. Disponível em: < http: //
www.corensp.gov >. Acesso em: 20 de janeiro de 2021.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO


PAULO (COREN SP). LEGISLAÇÃO/PARECERES. Parecer
Técnico 006/2016 COREN SP. Disponível em: < http: //
www.corensp.gov >. Acesso em: 20 de janeiro de 2021.

PORTAL PEBMED. Assédio moral e a enfermagem: o que


é e como lidar? (02-04-2020) Disponível em:
https://pebmed.com.br/assedio-moral-e-a-enfermagem-
o-que-e-e-como-lidar/ Acesso em: 02/02/2021

128

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