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A Quinta Medida
Igreja Cristã Maranata;
Quem revelou essa Obra?
Impressão:
Editora dSete
Primeira edição:
Tiragem 100 unidades
Fonte da capa:
Créditos: Jeremy Thomas
Unsplash
E-mail:
raphaelklicaquinao@gmail.com
2
Agradeço à Deus por me capacitar para concluir esse trabalho, à minha
esposa Louise que me deu todo apoio, também ajudou a digitar partes
desse opúsculo, a todos amigos ex icemitas e aqueles que ainda fazem
parte da denominação que me ajudaram dando informações, sugestões e
até me enviando materiais. Deus os abençoe ricamente!
Agradecimento especial ao Dr Joel Ribeiro Brinco, in memoriam.
3
SUMÁRIO
1. Algumas indicações...................................................................5
2. Introdução à Quinta Medida......................................................8
3. Obra Revelada por quem?
3.1. ICM cumprimento profético..............................................10
3.2. Outra mensagem bíblica....................................................10
3.3. A ICM é uma parte da obra redentora...............................16
4. O “Elo Perdido”........................................................................18
5. Aniquilaram os Dons Espirituais para dar ênfase na QM.........22
6. Autoridade Profética.................................................................26
7. Momento da busca (Bibliomancia)...........................................31
8. Excluíram a teologia e praticam o exclusivismo......................39
9. Clamor pelo Sangue de Jesus....................................................48
10. Como surgiu a Igreja Cristã Maranata?..................................57
11. A igreja de seu “Abílio”..........................................................66
11.1. 28 de Novembro de 1965................................................67
11.2. O Cisma..........................................................................68
11.3. Após o Cisma..................................................................79
11.4. Entrevista com Dr. Joel Ribeiro Brinco..........................81
12. Não toque no Ungido do Senhor.............................................84
13. Quimerismo............................................................................86
Alguns problemas do Quimerismo
13.1. Vocábulo........................................................................88
13.2. Problema teológico........................................................90
13.3. Paradoxo........................................................................94
14. A Quarta Trombeta..................................................................95
15. A Rádio Maanaim...................................................................97
16. Processos...............................................................................104
ANEXO
17. Lista dos processados pela ICM...........................................108
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Algumas Indicações
A Quinta Medida, um livro que descreve o estilo de instituição que é a Igreja Cristã
Maranata (ICM), foi escrito e documentado com o intuito de alertar da problemática
que se tornou o fanatismo da referida instituição. O apologista Raphael Leonessa, com
intrepidez, conseguiu explicitar e expor os fatos doutrinários e existenciais desta
organização bibliofóbica.
No livro o autor mostra como e qual é a metodologia usada pela seita para escravizar
mentes e corações. A obra aponta para o fato de que ali as pessoas sofrem uma lavagem
cerebral profunda e muitas vezes destrutiva, causando grandes prejuízos aos
envolvidos.
Por isso o leitor adquirirá mais que informação de um movimento sectário, receberá
elementos que lhe serão prestimosas em outras realidades.
A obra é inédita e singular até o momento, sendo indispensáveis a sua leitura. O livro
é imprescindível para o enlevo espiritual do leitor e para amplificar o saber teológico
que resgata a mente em Cristo em detrimento de qualquer fanatismo escuso.
Pesquisar este livro, diante da sua originalidade, além de substanciosa obra teológica,
nos fará ser cristãos mais bíblicos e perspicazes na proteção da nossa fé!
5
Embora o título se refira a doutrina da quinta medida da Igreja Cristã Maranata,
Raphael Leonessa, com o espírito investigativo, vai muito além e descortina diversos
outros ensinamentos que merecem a reflexão do leitor, a exemplo da doutrina do
clamor pelo sangue de Jesus, da bibliomancia e do quimerismo.
Recomendo esta leitura a todos, membros, ex-membros, simpatizantes, estudiosos da
religião ou meros interessados em conhecer a Igreja Cristã Maranata sob a ótica de um
apologista.
Sólon Lopes, Canal Maranata Anátema/ Celeiros.com.br
Nossa esperança é que reflexões como essas possam curar a referida denominação, ou
iluminar a mente dos que por hora estão presos a esse sistema estranho ao Evangelho
puro de Nosso Senhor."
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Prólogo
Mais uma vez me sinto na obrigação de refutar uma estranha doutrina da Igreja Cristã
Maranata, (daqui em diante usarei algumas vezes a abreviação ICM) e tenho por
necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos
santos. (Judas 1:3)
A tal doutrina, é a chamada “Quinta Medida”, não encontramos base bíblica alguma
para sustentar essa crença.
Confesso que há algumas dificuldades em explanar sobre essa doutrina de uma forma
bem pragmática, o motivo é bem simples, ela é inexplicável, insustentável e fantasiosa.
Ler os materiais da ICM é um grande desafio, entendê-los por completo é uma missão
que requer muito tempo e dedicação, para no final da leitura vir quase que
automaticamente a pergunta: “Será que eu entendi corretamente o que o autor quis
dizer”? Algumas vezes durante minhas pesquisas, tive que enviar trechos de textos a
alguns ex icemitas para comprovar se realmente tinha o compreendido.
Você já ouviu a expressão: “Nem desenhando deu para entender”? Pois bem, essa é a
realidade de muitos icemitas quando fazem esforços para compreender aquilo que a
ICM ensina.
Mesmo a literatura bem diagramada, corrigida e ilustrada, não é uma leitura fácil e
entendo ser um desafio até para leitores mais experientes e isto, creio ser um perigo,
tendo em vista que muitas pessoas dentro das denominações são simples e com pouca
escolaridade, não familiarizada com exposições de textos mais complexos, resultando
em uma fé cega em seus líderes (pastores) de sua igreja.
7
Introdução à Quinta Medida
Essa doutrina da QM não tem base bíblica sólida, tampouco existe algum teólogo na
história defendendo essa crença. Sabemos que ela vem diretamente dessa denominação
e principalmente de seu criador, Gedelti Gueiros, este apela sempre para a “revelação”
quando indagado sobre a natureza dessa crença.
Mas o que seria a QM? A doutrina da QM é artificialmente uma visão mais sofisticada
da revelação de Deus dada somente aos homens mais espirituais.
Prestando mais atenção ao texto citado, vemos na afirmação “quinta medida, essencial
para a vida, um elo que é capaz de ligar o homem à eternidade”, conseguimos perceber
um erro teológico aberrante, a QM “é um elo” que é capaz de “ligar” uma pessoa a
eternidade, ou seja, a Deus e “essencial para a vida” contradizendo outros pontos
fundamentais da reforma protestante “Somente Graça/Somente fé/Somente
Cristo” > ”Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus.” (Efésios 2:8)
Quem salva é Cristo, e a única forma de alguém ter certeza de sua salvação é através
do que bíblia revela, nunca revelações extra bíblicas, pois se a pessoa não confia nas
escrituras, confiará em homens?
“Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos
mortos ressuscite.” (Lucas 16:31) Vale deixar muito claro que o homem Rico dessa
passagem, ignorou os textos de Moisés e profetas (Tanach) e confiou muito mais em
uma experiência sobrenatural para a salvação de seus cinco irmãos (Lucas 16:28) mas
uma fé inútil. (Ler também Jeremias 17:5.)
8
Alguém poderia perguntar: “Mas os crentes pentecostais não acreditam em profecias,
e são revelações extra bíblicas”?
Hoje vemos no cristianismo distorções do pentecostalismo clássico, essa era moderna
de pentecostais está muito fora daquilo que propôs os primeiros e atualmente estão
dando mais valor aos carismas e experiências pessoais, do que propriamente naquilo
que está registrado nas escrituras.
Leiamos o que a nota da bíblia Pentecostal diz a respeito das profecias:
Confesso não ser carismático, mas partindo do pressuposto de que esse é o método
bíblico para as interpretações proféticas, faço apenas três perguntas aos icemitas:
1) Somente a liderança que credibiliza as profecias na ICM?
2) Você aceita todas as revelações da liderança sem questionar?
3) Sente muitas dificuldades ao encontrar base bíblica para fundamentar essas
doutrinas?
Se a resposta foi “sim” para as três perguntas, você precisa rever seu conceito sobre a
igreja, liderança e bíblia.
A ICM não afirma ser uma igreja Pentecostal, declara o seguinte:
9
Assim como os membros da Congregação Cristã no Brasil, não se rotulam como
“pentecostais”, fazem os icemitas o mesmo e passam despercebidos no meio da igreja
pentecostal como se fossem mais uma ramificação desta, mas o que os cristãos não
sabem, é que tanto uma quanto a outra, referem-se aos “pentecostais” como:
“Movimento”, “Religião”, “Seita”, “Primos”_ eles tem uma prática exclusivista muito
grande e qualquer ex icemita pode comprovar essa minha afirmação, tendo em vista
que a maioria dos membros não se sentem confortáveis em falar isso abertamente
porque comprovaria seu sectarismo!
A ICM que se auto intitula “a Obra Revelada”, rótulo que é repetido pelos membros
desse grupo, explicitando sutilmente, uma prática sectária.
Até aí tudo bem. Qual é a diferença da ICM para as demais denominações? Não são
todas o cumprimento do derramamento do Espirito Santo em pentecostes?
Aparentemente tudo correto, até que…
Em certa ocasião, nossos pais reunidos, nos convocaram para uma reunião
especial de família […] Todos receberam a ordem: “Sentem aqui”. Minha
mãe tomou a palavra dizendo: “Olhe, Hoje, nesta data, comemora-se
um grande acontecimento, que estava profetizado e esperado por nós
que vivemos aguardando esse dia”[…] “Esse momento profético se
refere a um grande sinal relacionado com a vinda do Senhor Jesus”
(1)
10
“Nessa data comemora-se”... refere a data de 1948, quando Israel ganhara o direito de
ser uma nação independente.
Continuemos:
Pelo que ela abriu a bíblia e leu e parábola descrita nos Evangelhos
(Marcos 11:20;22) quando: “Jesus entrou certa vez em determinada
cidade e encontrou uma figueira, e eles foram até a figueira, mas não
acharam os figos”. E a palavra de Jesus foi: “Seque-se a figueira”. Na
saída da cidade, eles viram que a figueira estava seca. Ninguém entendeu
o fato bíblico. “A figueira é Israel; o símbolo de Israel é a figueira,
como a videira é o símbolo da igreja” (2)
Dona Sarah, nessa reunião diz que “Ninguém entendeu o fato bíblico”, será que ela
quis dizer que ninguém antes dela havia compreendido o texto? Dois mil anos se
passaram e somente ela entendeu o texto?
Embora esse texto de Marcos 11 sobre a figueira seca mereça uma boa atenção para
sua análise, todavia esta não é uma passagem sem explicação e de forma alguma se
trata de eventos que vão se cumprir quase dois mil anos à frente, sendo mais específico,
em 1948.
Fazendo uma boa exegese do texto, concluímos que a lição de Jesus se dá naquele
momento, leiamos o que Beacon explana:
Outra afirmação de Sarah, mãe de Gedelti em sua fala, é de que “A figueira é o símbolo
de israel e a uva é o símbolo da igreja”, é sabido que a Maranata possui uma queda
pela Teologia Alegórica das Sagradas escrituras, dedicam muito tempo e materiais para
“desvendar o mistério” da simbologia bíblica e propagar essa crença.
11
Alguns teólogos, muito sérios têm defendido essa idéia alegórica, todavia a ICM
exagera na criatividade.
Estou mais convencido de que essas “alegorias” (figueira e uva) apenas representam
o “povo” de Deus, nesse contexto.
Os frutos são muitas vezes citados nas escrituras e apenas são usados na pedagogia
pois são os mais comuns para representar fertilidade na região seca da palestina e
obviamente cada texto tem seu próprio contexto.
Esses frutos aparecem juntos ou separados em textos tanto no velho como no novo
testamento.
Alguns exemplos:
No velho testamento:
“ainda há alguma semente no celeiro? Até hoje a videira, a
figueira, a romeira e a oliveira não têm dado fruto. Mas, de
hoje em diante, abençoarei vocês”
(Ageu 2:19)
No novo testamento:
Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher
uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?
(Mateus 7:16)
“Uvas e figos” nessa passagem sugerem igreja e Israel? Creio que não.
Como escrevi anteriormente, cada texto descrito existe seu próprio contexto.
Deixarei para trás os pormenores e continuarei tratando sobre a fala da mãe de Gedelti:
[...]Eu tinha 16 anos e questionei: “E isso, o que quer dizer?” E minha mãe
respondeu: “É que nesta data Israel se organizou como nação, depois de
ter voltado para sua pátria […] Jesus falou profeticamente, sobre o assunto:
“Quando a figueira brotar, eis que está próximo o verão” (Mateus
24:32) Era exatamente isso: Israel voltou à sua pátria. A figueira que
estava morta há 2 mil anos, agora renascia com o povo de volta à sua
pátria. Não interessa a nós se a pátria estaria neste ou naquele lugar, fato
irrelevante, porque nosso interesse é profético. Sabemos que existe um
12
cristianismo histórico, maravilhoso, que nos trouxe até aqui, mas que
existia essa outra mensagem bíblica que não estava situada na disputa
entre o capitalismo e o Comunismo [...] (3)
____________________________________________________________________
Resumo Histórico, profético e doutrinário; GUEIROS Gedelti; ICM volume I_ (1) (2)
pág.29 (3) pág.30 (e 36)
Quem está acostumado com a leitura de materiais apologéticos, percebe que os falsos
profetas escolhem textos que exigem mais atenção e tempo para sua exegese, esses
textos são os preferidos para criar uma “doutrina fantástica” ou uma “interpretação
extraordinária”, aquela que ninguém nunca tinha visto antes (com todo respeito e amor
que tenho pelas pessoas), parece que a senhora Sarah se assemelha a outras profetisas
assim como Ellen White, Mary Baker, Valnice Milhomens, etc, ela criou uma
interpretação profética que não existe base sólida bíblica, mas sim especulativa e que
ela descreve como: “nosso interesse é profético”.
Voltando à fala da senhora Sarah, ela usa o texto de Mateus 24:32 para dar uma nova
interpretação e diz que o texto referia à 1948: “Era exatamente isso: Israel voltou à
sua pátria. A figueira que estava morta há 2 mil anos, agora renascia com o povo de
volta à sua pátria”.
De qualquer forma, não existe nenhum erudito renomado defendendo com tanta
veemência especificamente de que a fala do Senhor Jesus: “Quando a figueira brotar,
eis que está próximo o verão”, refere diretamente ao evento de 1948 e talvez outra
interpretação creio que entraria em conflito com o versículo 34: "Em verdade vos digo
que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam”
Beacon tem uma cosmovisão bem dispensacionalista, vejamos o que ele diz:
13
Geração égenea. Esta palavra inicialmente significava “família,
descendência, raça”.
Algumas vezes se refere a “nação”. O sentido primário nos Evangelhos é
comentado por Arndt e Gingrich da seguinte maneira: “Basicamente, a
soma de todos aqueles que nasceram na mesma época, expandida para
incluir aqueles que estavam vivos na mesma época. Geração,
contemporâneos”.22 Se tomarmos a palavra com esse sentido exclusivo,
a referência só pode ser aos eventos de 70 d.C., na Judéia. Os primeiros
patriarcas da igreja preferiram ampliar o conceito. Crisóstomo e
Orígenes disseram que ela representa aquela geração de fiéis. Jerônimo
sugeriu que o significado era o da raça judaica ou da raça dos homens.
Mas a maioria dos comentaristas modernos defende que a palavra
deveria ser interpretada no seu sentido natural e mais limitado. A
única maneira de relacioná-la com a Segunda Vinda é dizer que a geração
que testemunhar o começo do cumprimento definitivo dos sinais, verá o
final dos tempos. Embora um pouco nebulosa, esta interpretação não deve
ser descartada de forma negligente.
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Comentário BEACON; Mateus_ pág. 168 PDF (Grifo nosso)
Como lemos, Beacon dá duas linhas exegéticas para o termo “geração”, uma ligada
àqueles que estavam presentes no tempo do texto (de Mateus 24) e também a
possibilidade de estar associado “àquela geração de fiéis”, e continua: “Mas a maioria
dos comentaristas modernos defende que a palavra deveria ser interpretada no seu
sentido natural e mais limitado”, associando essa geração (de todos ali presente) ao
evento do ano 70 d.C. obviamente estou tratando do verso 32, aquele que Sarah afirma
ser cumprido em 1948 e possivelmente não é a realidade do texto.
Eu prefiro pensar que os sinais últimos que precedem a volta de Jesus, é o que está
descrito no texto (Mateus 24:33), corroborando com a grande maioria dos teólogos.
Não preciso dar uma explicação emblemática e satisfatória nesse livreto, o grande
problema quem tem é a Maranata na pessoa de Gedelti, pois ele é o presidente
doutrinador e autor das literaturas que fazem essa afirmação tão categórica e
“profética”.
Nós temos os sinais que apontam a volta de Jesus, ele tem uma data precisa (1948), o
ônus da prova não é de quem faz a afirmação? Aí entra o “x da questão”. Na ICM não
há respostas totalmente teológicas, há uma grande apelação para o sobrenatural, para a
revelação!
Se não bastasse essa interpretação duvidosa, Gueiros vai apresentar em seu livro uma
fala herética de sua mãe na página supracitada:
Sarah afirma categoricamente que “ que existia essa outra mensagem bíblica”.
Qual seria a outra mensagem bíblica? Seria a Quinta Medida? Revelação dos pastores?
Grupo de intercessão? Clamor pelo Sangue? Quimerismo?
Não fica bem claro o que dona Sarah quis dizer sobre o que seria essa “outra mensagem
bíblica”, mas fica implícito na sequência:
Os “benefícios proféticos” Gedelti se refere, em tese seria aquilo que foi “revelado por
profecia”, mas na prática vejo que é tudo aquilo que é ensinado aos membros, mas não
pode ser comprovado explicitamente nas escrituras.
Esses “benefícios proféticos” é uma porta aberta para a entrada de novas doutrinas
extra bíblicas. Beneficia apenas um outro evangelho exposto na igreja.
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro
evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se
alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja
anátema.
(Gálatas 1:8,9 ACF)
15
C) Gedelti Gueiros, declara que Quinta Medida é uma parte da obra redentora
A QM é uma peça fundamental da ICM, descrito por Gedelti como “parte da obra
redentora”, leiamos:
“Lembro-me que tinha um dízimo para doar à igreja, e disse: “Podemos
começar, eu tenho um dinheiro para ser doado”. E a resposta do Senhor
foi: “Não, você vai dar o dinheiro na igreja de onde você saiu, porque eu
não abandonei o meu povo. Eu quero outra coisa”. Quando passamos a
entender e ver que existe um cristianismo que tenta se expressar em nível
mundial, outro voltado para evangelização, mas quanto a nós, era
requerido algo que nos seria cobrado, que estava ligado ao aspecto
profético do cristianismo.
De um lado cronos, medida histórica restrita aos limites da obra criadora,
em suas quatro partes: largura, altura, profundidade e tempo. Medidas
incapazes de alcançar a fé, algo que é parte da obra redentora, uma
oportunidade de Deus, que vem de cima para o homem, como mistério
de uma quinta medida.
__________________________________________________________
Resumo Histórico, profético e doutrinário; GUEIROS Gedelti; ICM volume I_ pág.35
(Grifo meu)
Ao que tudo indica, Gedelti conversa diretamente com o Senhor e Este responde a
Gedelti, e não através de sua palavra já revelada nas escrituras, que aliás, é o
fundamento da QM, “o profético”.
A resposta do Senhor,“Eu quero outra coisa”, refere à Quinta Medida, que é uma
doutrina atrelada a fé, segundo o texto, faz parte da obra redentora.
Como já foi mencionado, Gedelti diz que a “quinta medida é essencial para a vida, um
elo que é capaz de ligar o homem à eternidade através do Senhor Jesus”, considerando
que só na ICM que é ensinado a tal QM, o Clamor pelo Sangue, Quimerismo, etc, logo,
ela é a única igreja verdadeira, totalmente baseada na revelação do Senhor, todas as
outras denominações faltam esse “elo perdido”.
16
os mandamentos de Deus, incluindo o 4° mandamento, o descanso no sábado (Êx 20:8),
assim a ICM se caracteriza como uma seita exclusivista, por ser a detentora de tão
maravilhosa graça concedida à ela, “A Quinta Medida”, essa graça que foi revelada
pelo próprio Deus, como já vimos.
Por que somente os icemitas receberam esse mistério?
Por que ninguém em uma história de mais de dois mil anos não viu QM? Isso não é
estranho?
Somente a ICM tem essa doutrina, e afirma que é “a grande Obra que o Senhor quer
realizar nesse tempo, em nossos dias”, essa “Obra” é escrito em maiúsculo para
enfatizar sua importância:
[sic] O inimigo não está do lado dos fiéis, é claro, porque sabe
que pode contar com seus homens e muitos outros fatores
para tentar impedir ou atrasar a grande Obra que o Senhor
quer realizar nesse tempo, em nossos dias.
________________________________________________
Fé sua manifestação histórica e profética; GUEIROS Gedelti_ICM 2018
pág.56
A QM é o novo termo para “profecia” ou “revelação”, é artificialmente uma visão mais
sofisticada da revelação de Deus/ do Espírito Santo, uma crença bíblica distorcida e
obviamente a Maranata não pensa assim.
Verifiquei em muitas mensagens nos canais que publicam materiais da ICM no Youtube,
que quando os pastores vão tratar sobre a QM, eles se perdem nas exposições dos textos
e acabam distorcendo (propositalmente?) o contexto da mensagem bíblica para
arrazoar essa doutrina, chegando até afirmar dislates sem nenhum fundamento bíblico.
Transcrevi um pequeno trecho de uma mensagem do pastor Júnior da ICM de Brasília
para ilustrar essa minha afirmação:
“[…]A Quinta Medida foi revelada para nós [...] Jesus é a Quinta
Medida. Porque Jesus é o evangelho de Deus. Porque o senhor Jesus é a
Salvação que veio pela misericórdia do Pai […]”
_______________________________________________________________
Canal Youtube: ICM-mensagens ICM-Igreja Cristã Maranata “QM alcançada por um homem que
conversou com Jesus na cruz”- publicado em 6 de março de 2017; Ministração em Brasília/ o vídeo
original foi retirado do Youtube, mas tenho esse trecho upado aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=RCUuekeDBAs
17
Então Jesus é a Quinta Medida? E só a ICM recebeu essa revelação? Nunca se ouviu
falar da tal Quinta Medida em nossa história, isso quer dizer que ninguém alcançou
Jesus em dois mil anos da história da igreja? Os apóstolos não ensinaram sobre a QM,
será que eles não conheceram Jesus? Que conveniente para a ICM ensinar crenças e
não dar as devidas respostas, não?
Entenda uma coisa muito importante caro leitor, a QM não é somente uma sutil
mudança do termo “revelação”, mas, na prática, é uma crença atrelada a salvação dos
icemitas, que os tornam aficionados e dependentes do corpo de pastores do alto clero
da ICM, pois esses são os detentores da verdade sobre a QM, nenhum membro da igreja
poderá usar dela como um dom vindo de Deus, para confrontar os ensinos errôneos que
são transmitidos nos Maanais por exemplo.
Concluo, se a doutrina da QM não tem base bíblica alguma, logo ela não foi revelada
por Deus.
O Elo Perdido, título este, que pode até lembrar duma antiga série de TV, mas dentro
da ICM é um termo doutrinário. Essa crença foi muito difundida nos sites e blogs
icemitas, ensinados pelos professores da EBD e saiu até em famosas revistas. O início
desse novo ensino, pelo que apurei, se dá no primeiro semestre do ano de 2020.
“Fé – o Elo Perdido, foi publicado nas Revistas VEJA e ISTOÉ, duas revistas de grande
circulação em todo território nacional.
Uma fé que o alcança e lhe tira do caminho da cegueira e da morte. Esta Fé é portanto
o elo perdido pela desobediência e hoje, pelo Espírito Santo, se estabelece como
fundamento para ligar o homem do universo criador para o universo redentor o que
fundamenta a caminhada da Igreja viva”.
A citação é do pastor e membro do Grupo Ciência e Fé da Igreja Cristã Maranata,
Tarcísio Nunes Teles, autor do texto “Fé, o Elo Perdido”. (Cf: http://micm.org.br/fe-o-elo-
perdido-publicado-nas-revistas-veja-e-istoe/ consultado 21/02/2021)
A doutrina do Elo Perdido, parece mais uma emenda nos ensinos da ICM para
justificar a Quinta medida, portanto seria parte dessa “colcha de retalhos”.
Como havia escrito anteriormente, toda seita tem um ensino diferente das demais
igrejas cristãs, nesse sentido há uma certa homogeneidade, os falsos mestres
geralmente encontram crenças distintivas dos outros grupos cristãos para ter um
“diferencial” nos cultos, eles não querem se associar à outros crentes.
Uma seita pseudocristã que costuma usar “O Elo perdido” em seus estudos é o
Tabernáculo da Fé.
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“Quantos sabem que a ciência não pode encontrar o elo perdido?
Todos vocês sabem disto. Por que? Aqui está. A serpente [...] Aí
está você. Aí está aquele elo perdido: Agora aqui vem Caim...”
___________________________________________________________________
A SEMENTE DA SERPENTE (verso 128) William M. Branham 28 de setembro de
1958/ Jeffersonville - Indiana - U.S.A.
Se você mesmo, caro leitor, fizer uma rápida pesquisa sobre esse sr. chamado William
Branham (ou sobre o Tabernáculo da Fé), nos livros e sites apologéticos, verá
afirmações semelhantes a essas:
1-William Branham é o restaurador da igreja de nossa era;
2-Foi visitado por Deus e depois disso começou a pregar esse evangelho;
3-O evangelho pregado por ele é o verdadeiro e único;
4-Saiu de igreja tradicional e deu início a um novo movimento;
5-Detêm para si a “Fé perfeita” (Título de um programa, apresentado pelo Pr César Augusto);
6-Creem exageradamente no sobrenatural;
7-A mensagem ensinada é a única que leva a verdade;
8-Escutam a voz de Deus (Branham escreveu sobre esse tema em1958);
9-A igreja cristã de hoje está na mesma situação espiritual da igreja de Laodicéia,
portanto essa “obra” restaura a igreja;
10-Os louvores deles são únicos e revelados. Os hinos produzidos e cantados
pelos membros dessa igreja são especiais, os outros hinos estão corrompidos
(movimento gospel).
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completamente diferente. Costumam dar mensagens bíblicas onde o modelo de uma
igreja bíblica são eles mesmos e criticam todas as outras denominações no mundo.
Leiamos o que o Pr César Augusto disse em uma pregação:
“Um monte de gente bobo, que eu estou dizendo que lê a bíblia sem
entender nada” (Minuto 01:09:12)
“O selo de Deus é o Espírito Santo” (Minuto 01:11:15)
“Então isto é o Espírito Santo. O Espírito Santo não sela a vida
desorganizada” (Minuto 01:18:53)
________________________________________________________________________
“O Selo de Deus”/ Pr César Augusto em uma pregação no dia 07/07/13 “O Selo de Deus”/
programa: Fé perfeita https://www.youtube.com/watch?v=E-gPoi1Y3fQ consultado dia
21/03/2021
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Essa pergunta foi colocada no slide da EBD do dia 19/04/2020, cujo tema “Fé- O Elo
Perdido” foi ensinado aos membros, os pastores usaram o texto de Hebreus 11 para
anular a razão da fé, resultando em uma escola bíblica com evangelho fideísta.
Em poucas palavras, fideísmo é um ensino que despreza a razão e sugere a existência
de verdades absolutas através de experiências pessoais ou sentimentos, a ideia central
do fideísmo é que as questões religiosas não podem ser justificadas por meio de
argumentos ou provas, mas apenas pela fé.
Esse capítulo trata da visão e da perseverança da fé. Ele nos apresenta aos homens e
mulheres do AT que tinham perfeita visão espiritual e que suportaram grande vergonha
e sofrimento em vez de renunciar a própria fé. O versículo 1 não é de fato uma definição
formal de fé, mas uma descrição do que a fé faz por nós [...] A fé deve ter como alguma
revelação de Deus, alguma promessa de Deus. Não é um tatear no escuro. Ela exige
evidência mais segura no universo e a encontra na palavra de Deus. Ela não está
limitada a possibilidades; invade o reino da impossibilidade. (Cf: William Macdonald;
comentário de Hebreus 11; MC-2008)
[...] o caminho de fé não é novo, mas tão antigo quanto a história do povo de
Deus. Por meio deste caminho de fé, os justos no decurso da revelação especial
foram o que foram. Se não tivessem sido homens de Deus, a geração presente
não poderia desfrutar da rica herança hebraica.
1. O Significado da Fé (11.1)
O autor inicia com uma proposição geral em relação à natureza da fé. Ora, a fé
é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se
não vêem. A palavra fé (pistis) pode significar crença, confiança, fidelidade,
persuasão firme ou convicção firme. Mas na Bíblia ela sempre encontra seu
propósito em Deus. Fé bíblica não é crer em si mesmo ou no homem, mas em
Deus. O uso constante do dativo de instrumento (“pela fé”) neste capítulo não
atribui nenhum poder mágico à fé, mas simplesmente mostra que a fé é o meio
pelo qual recebemos de Deus, a fonte do nosso serviço para Deus e a única base
aceitável de um relacionamento satisfatório com Deus.
Portanto, a proposição do versículo 1, embora não defina fé exatamente, mostra
a) sua relação com a esperança e b) sua relação com o invisível. A palavra
fundamento, no grego hypostasis, traz a idéia de “colocar por baixo”. Neste
caso, esta palavra traz a idéia da confiança de que as nossas esperanças são
válidas e o fundamento para que se realizem. A fé fica na base das coisas que se
esperam e as preserva para nós. Se perdermos a nossa fé, nossas esperanças não
se materializarão. (BEACON Commentary; Hebreus 11)
21
A fé não é um tiro sem mira no escuro, mas a certeza de acertar o alvo. O escritor aos
hebreus não apela para algo novo, não apela para uma “nova medida” ou nova
revelação profética, mas para fatos históricos conhecidos por eles. A fé bíblica não é
sem razão, a fé bíblica deve ser racional.
O povo hebreu era conhecedor da proteção de Deus em Israel não apenas por fé, mas
também por evidências, fatos históricos, e a doutrina do Elo Perdido faz com que os
icemitas desenvolvam uma fé cega, sem parâmetro de medida, podendo ser levados de
um lado a outro ouvindo a voz da própria emoção, não por revelação bíblica.
Deus não exige uma fé cega, sem entendimento. Se a bíblia é a verdade, ela não ruirá
diante do escrutínio. É importante saber a razão por que cremos.
A razão também é importante para entender e aplicar o texto da Bíblia. Não basta ler,
é preciso entender. O entendimento da palavra de Deus ajuda a crer e a transformar a
vida. Uma vez que entendemos racionalmente o que Deus tem feito por nós, faz sentido
nos dedicarmos a ele em obediência e serviço, esse é nosso culto racional.
Concluindo, a pergunta feita na EBD com o tema Fé- O Elo Perdido, do dia
19/04/2020 “Lendo o capítulo 11 da carta aos Hebreus, como a Fé se apresenta
na relação do homem com Deus, contrapondo-se a todos os limites da razão?” é
uma pergunta capciosa, feita de forma que confunde os ouvintes e induz ao erro,
porque a fé não contrapõe a todos os limites da razão, mas a fé em Deus é o princípio
para ser verdadeiramente racional e o temor do Senhor é o princípio da sabedoria
(Salmos 111).
Não existe na ICM o ensino e o uso dos dons espirituais para a edificação dos membros
(1 Pedro 4:10), o mais próximo dessa teologia tão significativa é a prática denominada
Momento de busca, que não se parece em nada com a doutrina dos dons espirituais.
O membro não pode questionar ou contestar os pastores biblicamente e é muito
provável que o “membro comum”, será advertido, com uma frase semelhante a essas:
“A letra mata”
“Você está na letra, busque a revelação”
“Cuidado para não cair, você está na letra”
22
“Está fora da Palavra Revelada”
“Você está na quarta medida, somente na quinta medida que se tem a palavra
revelada”
Leiamos:
Como escrevi no tópico anterior, para nossa adoração ser “aceitável a Deus”, ela deve
ser “um serviço sagrado” prestado com a “faculdade de raciocínio”, devemos adorar a
Deus “de uma forma digna de seres racionais”, não meros “fantoches sem intelecto”
que são manipulados por outras pessoas e aceitam qualquer revelação atribuída a Deus.
Todo cristão genuíno tem um dom vindo de Deus e deveria usá-lo, claro, com a devida
ordem e decência (1 Coríntios 14:33,40 Romanos 12:11) assim como deve ser as coisas
de Deus:
Os nossos dons espirituais, ainda que sejam diferentes uns dos outros, são úteis para
que juntos possamos trabalhar para servir a Deus e uns aos outros.
24
Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos
os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos
um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros.
(Romanos 12:4-5)
Ele não faz acepção de pessoas (Romanos 2:11), Ele não capacitou somente alguns e
deixou outros sem dons. Portanto, os dons são para todos!
Os dons são concedidos por Deus pelo Espírito Santo, segundo a Sua vontade (1
Coríntios 12:11, 18). É o Espírito Santo quem decide qual é o nosso dom, eles não são
dados de acordo com o nível espiritual em que o crente se encontra, nem pelo número
de anos passados na igreja, nem pelo cargo que alguém ocupe ou por merecimento
(Efésios 4:7).
Não vou tratar pormenorizadamente a respeito da doutrina dos dons espirituais bíblicos,
pois o objetivo desse trabalho não é responder todas as questões, mas fazer a devida
objeção a algumas das falsas afirmações que são apresentadas nas ICM’s.
Na ICM, os pastores são aludidos da seguinte maneira: “[Ele] está como pastor’’; e
não pense você que é apenas um mero jogo de palavras, quando a realidade, é que se
um pastor da ICM tropeçar em algum ponto que vai “contra a Obra” (ICM), o corpo
de presbitério remove ele do cargo quando bem entender de forma arbitrária, mas
afirmando que foi o próprio “Senhor que revelou seu fim no ministério”.
Pode acreditar, se você é salvo em Cristo Jesus, certamente tem um dom de Deus, mas
me parece que a ICM aniquila o conhecimento sobre os Dons Espirituais para dar mais
ênfase na QM, assim o alto clero se faz detentor da vida espiritual dos membros da
Maranata.
25
Autoridade Profética
Entendo que os pastores da ICM, se fazem autoridades superiores aos apóstolos, pois
esses eram inspirados por Deus, faziam muitos sinais e prodígios (Atos 5:12 2
Coríntios 12:12) não necessitando provar suas afirmações doutrinárias, mas mesmo
assim vemos que eles usaram um apoio bíblico (antigo testamento) para falar com
autoridade sobre assuntos diversos.
A inspiração divina é a revelação de Deus através de seu Espírito, dirigido aos profetas
e apóstolos, por isso que a bíblia é um livro singular e inerrante.
Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus (2Timóteo 3:16) essa é a afirmação
bíblica.
A palavra "inspiração" vem do latin inspiratio.
O verbo Inspirare é composto pelo prefixo in + o verbo spirare (soprar). Inspirare
significa "soprar em" ou "insuflar".
Existem duas correntes teológicas mais comuns sobre a inspiração de Deus. A primeira
afirma que a inspiração é “verbal e plenária”, ou seja, Deus escolheu cada palavra que
foi escrita ou falada por seu servo (inspiração verbal) ex: “E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo” (Ezequiel 17:1) e que essa inspiração se estende por toda a escritura,
em todos os livros, mesmo aqueles chamados de poéticos (ex: Provérbios, Cantares,
Salmos, Eclesiastes etc) essa é a “inspiração plenária”, todos os temas são
divinamente colocados nas escrituras pelo próprio Deus.
A outra corrente defende que tudo o que está na bíblia tem origem divina, mas o homem
também foi usado no processo de formação, tendo a possibilidade de sofrer alteração a
revelação original por algum erro do profeta quando for transferir a mensagem ao
destino final (escrito ou falado), e as próprias palavras escolhidas nos textos podem ter
sido de origem humana nesse processo entre a relação divina e a humana. Também
alguns textos podem ter a posição do autor em relação ao acontecimento registrado.
Em outras palavras, a bíblia foi escrita por Deus e homens em conjunto, podendo conter
pequenos erros, mas não quer dizer que a bíblia não seja inspirada. Essa posição
26
corrobora com o termo “Inspirare ” no tempo clássico do Império Romano, o termo
recebeu a conotação de "respirar profundamente" e o sentido figurativo de "insinuar
algo no coração de alguém", ou seja, Deus colocou a palavra no coração do seu profeta,
mas cabe a ele repassar a mensagem divina escolhendo as palavras precisas. Parece
que essa visão é a mais adotada no meio da teologia liberal, usam do argumento de
“pequenos detalhes ou acréscimos literários” e outras suposições para corroborar com
crenças novas (heresias).
Prefiro ficar com a primeira posição, onde a inspiração é verbal e plenária, logo
inerrante. Creio que o Espirito Santo “soprou” cada palavra para seus profetas, assim
entraria em concordância com os textos bíblicos em que Deus se revelou até a homens
sem tanta escolaridade (como Pedro e João) estes retransmitiram mensagens
maravilhosas e bem profundas.
Mas obviamente que os textos sem erros que me refiro, são os manuscritos originais,
os que temos em nossos dias são cópias com alguns erros, interpolações e por isso que
existem os críticos textuais e a atualização das traduções, porém a palavra de Deus
jamais passará (Mateus 24:35).
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi
anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi,
nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus
Cristo.
(Gálatas 1:11,12 ARC)
E Jesus Cristo afirmou que o que ele ensinava veio do próprio Pai, ou seja, pela mesma
autoridade de Deus (João 12:49 e 50) porque ele é o mediador entre Deus e os homens
(1 Timóteo 2:5) e que Deus é a Palavra e Ele se tornou num homem (João 1:1-14).
Jesus era Deus e estava com Deus. Por outras palavras, Jesus é uma parte da Trindade
de Deus. Muitas pessoas se utilizam de passagens que falam de Jesus estar “junto a
Deus” como evidência que Ele não é Deus, mas outras passagens são muito claras ao
afirmar que Jesus é Deus.
27
Enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa
manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus
Cristo.
(Tito 2:13 KJA)
Toda escritura é divinamente inspirada por Deus. Os apóstolos falaram aquilo que
ouviram de Jesus, igualmente o Espírito Santo também anunciou a eles as palavras do
próprio Cristo.
A bíblia é uma revelação divina, completa e inerrante, uma obra em conjunto, de Deus
Pai, Filho e Espírito, todos princípios básicos para se ter uma boa conduta cristã nesse
mundo estão registrados nas escrituras.
Vou me abster propositalmente de entrar no mérito da questão se cessacionismo ou
continuísmo é a teologia mais precisa, pois teria que dedicar muito mais páginas para
explicar os conceitos detalhadamente e esse não é o meu objetivo nesse trabalho, porém,
é inegável que todos os princípios fundamentais para a vida estão contidos nas
escrituras e não dependemos de novas revelações o tempo todo para saber como
proceder diante dalguma situação que nos encontramos.
“Sai a Bíblia pela porta do fundo e entra a ‘Revelação’ pela porta da frente”
Essa ilustração define muito bem o que acontece em reuniões nos Maanains.
Certamente você já deve ter assistido alguma vez um desenho ou filme que reproduz
uma cena semelhante a essa. O personagem está em algum local e precisa rapidamente
retirar algo ou alguém às escondidas, então o tira pela porta do fundo, enquanto isso
alguém vai entrando pela porta da frente sem perceber nada.
28
1. Um jovem pretende mudar de cidade, ele encontrou uma faculdade mais
acessível e tem alguns parentes que lhe ofereceram moradia, tem amigos nela
e um emprego já à disposição.
2. Uma jovem viu a necessidade de auxiliar uma família que está padecendo
muitas necessidades e resolveu juntar alguns membros da igreja para aliviar
o sofrimento dessa família, dando mantimentos para alimentação e pagando
algumas contas como a de água e luz.
No exemplo n° 1 temos um jovem que precisa saber se é da vontade de Deus que ele
se mude para outra cidade. Uma vida e rotina bem diferente do que ele está vivendo
atualmente.
Nesse caso, em qualquer igreja bíblica, o jovem pensaria em alguns princípios:
A) Onde vou morar, poderei ler a bíblia e fazer minhas orações com
tranquilidade, ou será um lugar com bagunça e festas? (Provérbios 17:1)
B) Vou dar bom testemunho e evangelizar aquele lar? (Atos 16:31)
C) No trabalho novo, vou ter tempo para descansar? (Eclesiastes 4:6)
D) No tempo de minha folga ou no intervalo das aulas, vou conseguir
evangelizar alguém? (Atos 1:8)
E) Tem igrejas bíblicas para poder congregar nessa cidade? (Hebreus 10:25)
F) Se alguma coisa ou alguém me fazer tropeçar, vou ter força para fugir desse
pecado? (Mateus 5:28-30 1 Coríntios 16:13)
G) Irmãos mais sábios e mais maduros na fé me aconselharam? (Provérbios
12:15; 15:22)
Esses são alguns exemplos de “princípios bíblicos” que um cristão usaria nesse
primeiro caso.
No exemplo n° 2 vemos uma jovem querendo auxiliar uma família que está padecendo
muitas necessidades e resolveu juntar alguns membros da Igreja para aliviar o
sofrimento desta. Em uma igreja bíblica ela provavelmente faria o seguinte:
A) Comunicaria o fato aos presbíteros (Hebreus 13:17 Tiago 5,14-15)
B) Os presbíteros entenderiam que a causa é justa (Mateus 5:16 Deuteronômio
15:11)
C) Se tivessem recursos, auxiliariam a família (Deuteronômio 26:12 Atos 4:32-
37; 6:1-4)
D) Se a igreja não tivesse recurso imediato, os presbíteros dariam a liberdade
para os membros que quisessem colaborar com a causa espontaneamente
(Efésios 4:28 Tiago 1:27)
Esses são alguns exemplos de “princípios bíblicos” que um cristão usaria nesse
segundo caso.
Nesses dois exemplos que citei acima, o modus operandi na ICM sempre é a
mesma, apelam para a “Bibliomancia” o que eles chamam de “Consulta a palavra”
uma espécie de lançamento sortes; tratarei adiante.
29
A palavra “princípio” significa origem, o primeiro momento da existência (de algo), o
que serve de base a alguma coisa; causa primeira, raiz, razão.
Quando um cristão precisa tomar qualquer decisão na sua vida, a primeira coisa que
ele deveria pensar seria: “Deus aprova isso? O que Ele pensa sobre tal coisa”? Nas
escrituras estão contidos os princípios de Deus, servos Dele passaram e registraram
diversas experiências e estas são princípios para nós. A Bíblia é um livro que contém
inúmeros princípios, verdades absolutas que não se prendem ao contexto histórico ou
à época em que foram escritas: São princípios, verdades eternas.
Outro exemplo:
Sabemos que Davi, um “homem segundo o coração” de Deus (1Samuel 13:14; Atos
13:22) pôde trazer ruína para a sua vida e família, em 2 Samuel 11.1, lemos que Davi
comete adultério com Bate-Seba: “…no tempo em que os reis costumam sair para a
guerra” Davi ficou em Jerusalém”. Essas palavras parecem ser uma advertência
apontando às circunstâncias em que pecou. Davi negligenciou as suas obrigações como
rei de Israel. Ele deveria ter acompanhado seu exército, mas preferiu ficar em sua casa
na ociosidade, a descansar e passear, enquanto seus homens estavam em batalha (veja
o verso 2 e compare-o com os versos 1 e 11).
Qual é o princípio que essa história nos dá? Aqui aprendemos vários princípios em
nossas vidas:
A) Não seja ocioso, foque em Deus e em seu trabalho! (Romanos 6:11-14
Colossenses 3:23)
B) Não cobice o que não é seu (Deuteronômio 5:21 Mateus 5:28).
C) Você é humano e pode pecar. Cuide-se para que não caia! (1 Coríntios 10:12)
Citei apenas três “princípios” como exemplo, mas poderíamos retirar dessa passagem
muitas outras lições para nossa conduta cristã.
A bíblia é a nossa diretriz moral e é nela que devemos fundamentar nosso bom
procedimento. Nela estão contidos os ensinos essenciais para nós, como: vida no
casamento, no lar, no emprego, na escola, no namoro, alimentação, saúde etc. Mesmo
que a bíblia não trate especificamente sobre o assunto, os “princípios” estão registrados
para nossa orientação.
A autoridade profética na ICM não é bíblica, mas sim, mística, humana e falha.
30
Momento da busca
(Consulta a palavra ou Bibliomancia)
Estamos entrando em um assunto que merece a devida atenção, um dos pilares da ICM.
O “momento da busca” se dá no denominado “culto profético”, que antecede a reunião
principal (30 minutos antes), é o momento de buscar os “dons espirituais”. Os dons
espirituais referido aqui não são os dons mencionados na bíblia.
O membro que teve um dom; “sonho, visão ou revelação” que entenda ser de Deus
escreve em um papel esse suposto dom e apresenta para a pessoa que está dirigindo o
“culto profético”, e juntos vão “consultar a Deus” através da bibliomancia, chamado
por eles de “busca à palavra” ou “consulta à palavra”. (obs: aqui as aspas se fazem
necessárias pois os termos são peculiares da seita)
Um dos membros presentes faz o “clamor” e pergunta a Deus se o dom procede Dele,
a Bíblia é aberta, e leem três ou mais textos aleatoriamente, se os textos encontrados
falarem de bençãos, lucros, alegria, vitórias, etc; e corroborar com o dom apresentado,
então foi confirmado.
Se a maioria dos textos falarem de maldição, juízos, pragas etc, não provém de Deus.
Vence a maioria dos textos; os textos “positivos” confirmam o dom, textos “negativos”,
invalidam o dom.
Deus “confirmando” aquele dom, então a mensagem é transmitida no culto para todos
presentes.
Deus não confirmando aquele dom, repetem esse ritual até que alguém receba um outro
dom e esse seja confirmado através da bibliomancia (Consulta a palavra).
Como você pôde ver, os dons na ICM, é uma espécie de revelação de Deus, uma
revelação mística, humana e sujeito a falhas ou manipulações, o dom bíblico é
totalmente diferente do que vemos na ICM.
O uso do dom que vemos na Maranata não tem nenhum respaldo bíblico, é mais uma
criação da liderança, através de suas experiências “proféticas”, anulando a bíblia
sagrada que é a orientação dos cristãos.
31
Mas o que seria dons do Espírito, biblicamente falando?
Existem três listas bíblicas dos “dons do Espírito”, também conhecidos como dons
espirituais. As três principais passagens que descrevem os dons espirituais são:
Romanos 12:6-8, 1 Coríntios 12:4-11 e 1 Coríntios 12:28. Os dons espirituais
identificados em Romanos 12 são profetizar, servir, ensinar, incentivar, dar, liderança
e misericórdia. A lista em 1 Coríntios 12:4-11 inclui a palavra de sabedoria, a palavra
de conhecimento, fé, cura, poderes miraculosos, profecia, discernimento dos espíritos,
falar em línguas e a interpretação de línguas. A lista em 1 Coríntios 12:28 inclui curar,
ajuda, governos, variedade de línguas.
Todos esses dons espirituais são para edificação do corpo de cristo (1 Coríntios 14:12
Efésios 4:11-13).
[...] Os membros do corpo não discutem entre si nem invejam uns aos
outros nem disputam a respeito de sua importância relativa. Cada parte do
corpo desenvolve sua própria função, não importa quão preeminente ou
quão humildemente oculta seja essa função. Era convicção de Paulo
(Romanos 12:3-8) que assim devia ser a Igreja cristã.
Cada membro da mesma tem uma tarefa a desenvolver, e somente quando
cada membro contribui com a ajuda de sua própria função, o corpo da
Igreja funciona como é devido. […] carismata. No Novo Testamento,
carisma é algo que foi dado por Deus a um homem, que ele mesmo não
teria podido obter ou adquirir. É um dom pessoal, individual que Deus lhe
deu. Em realidade, assim é a vida.
A pessoa pode praticar toda a vida e mesmo assim não tocar piano como
Curtinho ou o violão como Segovia. Estes têm algo mais que uma simples
prática: têm algo mais — o carisma — que é um dom de Deus. A pessoa
pode trabalhar toda a vida e mesmo assim não ser destro no uso de
ferramentas, madeira e metais; outro homem pode trabalhar madeira e
moldar metais com uma destreza especial e as ferramentas parecem parte
de seu corpo; tem esse extra, o carisma, que é um dom de Deus. A pessoa
pode praticar oratória dia após dia, e, entretanto, não adquirir nunca esse
algo mágico que sacode um auditório ou uma congregação; outro salta
sobre uma plataforma ou sobe a um púlpito e tem o seu auditório na mão;
tem esse algo extra, esse carisma que é um dom de Deus. A pessoa pode
trabalhar toda sua vida sem poder adquirir o dom de passar seus
pensamentos ao papel em forma vívida e inteligível; outro vê sem esforço
como seus pensamentos crescem em uma folha de papel diante dele; o
segundo tem esse algo extra, esse carisma, que é um presente de Deus.
__________________________________________________________
BARCLAY Willian; Comentary Romanos (pág.169-171)
Os dons espirituais são para edificação do coletivo, tanto internamente, isto é, dentro
da igreja local (1 Tessalonicenses 5:11;1 Coríntios 3:6-7), quanto fora dela, no mundo
(Marcos 16:15 Atos 12:24).
32
A liderança da Igreja local deveria estimular os dons espirituais dos membros para a
edificação da igreja de Cristo, mas em vez disso, a ICM se mantém detentora dos dons
de seus membros aniquilando a doutrina bíblica dos dons do Espírito e criando um
fantasioso dom que poderá ser manipulado convenientemente.
O dom, que para eles são sonhos, visões ou revelações, é uma verdade espiritual
seletiva, quem vai definir sua autenticidade é a liderança local.
No “momento de busca”, é decidido todo o andamento do culto, o que eles julgam ser
um culto “revelado” com todas as “orientações” de Deus, na realidade pode ser sim
manipulado pela liderança local no momento, seja pelo obreiro, diácono ou pastor.
1- Quando o icemita apresenta um papel escrito o que ele acredita ser um dom
no “culto profético”, o responsável pelo culto, lendo e constatando que esse
poderá causar algum embaraço na igreja, (o dom) é descartado no ato, a resposta
do responsável pelo “culto profético” normalmente é: “O dom não é para o
momento...vamos orar mais”, então o rejeita, evitando dizer: “não é do Senhor”,
para não constranger o icemita.
Sendo assim, não há garantia nenhuma de que uma visão, sonho, revelação seja
qual for o nome dado a esse suposto dom recebido do Senhor para o icemita, será
aceito pela liderança da igreja como uma instrução de Deus para aquele culto.
2- Outra forma de manipulação de dom, é o encerramento das atividades
pastorais. Como havia escrito anteriormente, um pastor na ICM não é pastor, ele
“está como pastor”, assim que este não cumprir as exigências do presbitério,
certamente um dom será revelado para a invalidação de seu cargo na ICM. Em
conversa com um ex pastor, com mais de 30 anos atuando “na obra”, me revelou
que um “companheiro” (é a forma com que um pastor se dirige a outro) foi
retirado do cargo através de uma revelação do presbitério, pois não estava
ligando o satélite (estudo via vídeo conferência transmitido em todas as igrejas),
pois ele acreditava que a igreja local estava precisando de estudos bíblicos mais
aprofundados para a edificação dos membros.
3- Vários dons se tornaram clichê dentro da ICM, esses exemplos que citarei são
bem antigos e conhecidos em muitos locais.
A) Dom manipulado para o membro não faltar dos cultos: “O Anjo do Senhor
foi até a igreja para dar as bençãos a uma irmã, mas como ela não estava, o
Anjo foi embora sem dar as bençãos”.
A prática de consulta a oráculos por meio de sorteio de textos de um livro sagrado não
é uma novidade criada há 50 anos pela ICM. Estima-se que há cerca de três mil anos,
os chineses utilizam um livro sagrado chamado "I Ching" ou "Livro das Mutações", é
um dos maiores legados do povo chinês.
Por se mostrar “eficaz” a ICM adotou uma prática de adivinhação comum em povos
antigos, mas condenado por Deus:
34
por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar
aquelas nações da presença de vocês. Permaneçam inculpáveis perante o
Senhor, o seu Deus.
(Deuteronômio 18:9-13 NVI)
É muito comum esse misticismo no seio das seitas pseudocristãs, por exemplo, a Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) crê que Urim e Tumim sejam
duas pedras presas em um arco de ouro, o qual o profeta Joseph Smith Jr. utilizou para
decifrar e traduzir o texto do Livro de Mórmon.
Dentro da teologia do Antigo Testamento, uma posição muito comum, é que Urim e
Tumim signifiquem “luzes e perfeições”. Também é aceitável a posição alegórica como
significando “revelação e verdade”, ou “doutrina e verdade”, aparece nesta mesma
forma na Vulgata.
As roupas que Deus havia ordenado que se confeccionassem para o sumo sacerdote
(Êxodo 28.30; Levítico 8.8), estavam ligadas à dois objetos chamados de Urim e Tumim
(presume-se que eram duas pedras, embora alguns acreditem que fosse um único objeto)
35
Em todas as referências bíblicas, as palavras Urim e Tumim ocorrem juntas, com
exceção de Números 27:21 e em 1Samuel 28:6, mencionado apenas o Urim, razão
porque alguns deduzem tratar-se na verdade de um único objeto com dois nomes.
Com o exílio babilônico, o uso do Urim e Tumim tornou-se muito raro. Nos dias de
Jesus e dos apóstolos já não se ouve mais falar destes objetos, deduzimos que seu uso
tinha se tornado obsoleto, embora mesmo no início da igreja, vemos o “lançar de sortes”
(Atos 1:26). Todavia, neste caso, não devemos pensar que se tratava do Urim e Tumim,
pois seu uso era restrito aos sacerdotes. Em nenhum momento os cristãos recorrem ao
uso daqueles objetos sagrados. Esse foi o único caso de ser lançado sortes para
consultar ao Senhor, no Novo testamento.
Sólon Lopes Pereira, foi membro ativo da ICM por vinte anos, tendo o cargo de pastor
da igreja por cinco, em 2013, após o seu desligamento escreve com muita propriedade
um artigo bem extenso sobre a bibliomancia, refutando essa crença, leiamos uma parte
de sua explanação:
“Por essa prática (da bibliomancia), Deus tem que ficar à disposição do homem,
em todo o tempo, para respondê-lo na hora que ele desejar e sobre qualquer
assunto, mesmo que a matéria esteja previamente revelada e autorizada pela
palavra de Deus.
Por exemplo, a bíblia nos ensina que a decisão do batismo nas águas é do
homem que deseja ser batizado, bastando apenas que ele tenha sido devidamente
informado sobre quem é Jesus (vida, obra e proposta de salvação) e esteja
convencido de que é isso que ele deseja para si.
Mesmo assim, a igreja bibliomântica utiliza critérios outros que podem impedir
o batismo. E mesmo depois de atendidos os citados critérios o homem ainda não
36
pode ser batizado. Ele tem que passar por uma “consulta à palavra de Deus” para
que se tenha a autorização divina de seu batismo.
Outro exemplo: a mulher que deseja se batizar na igreja bibliomântica, mas que
utilize calça comprida, simplesmente não terá seu nome submetido à “consulta”,
mesmo que ela atenda aos critérios bíblicos para ser batizada. Depois que ela
passar a vestir somente saia ou vestido é que será considerada apta ao crivo da
“consulta à palavra de Deus” para saber se Deus permite que ela seja batizada.
Evidentemente, isso não confere com os ensinamentos bíblicos sobre o assunto,
vejamos:
“Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o
profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? 35 Então, Filipe explicou; e,
começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. Seguindo eles
caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui
água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de
todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de
Deus. Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o
eunuco.” (Atos 8:34-38 RA)
Assim, pelo método criado pela Igreja bibliomântica, o critério bíblico
“revelado e explícito” não é suficiente. A palavra de Deus perde
completamente o seu valor neste caso."
_______________________________________________________________
Por Pr. Sólon Lopes Pereira; Texto extraído do site www.celeiros.com.br Maio / 2013 (Grifo meu)
37
Esse texto deveria fazer o icemita a ver a Maranata em uma perspectiva mais
transparente. Nem tudo do Senhor é revelado, há muitas coisas que só é do
conhecimento Dele e não é para nós exposto.
O erudito Adam Clarke já comentara:
[…]"O que Deus achou apropriado revelar, ele revelou; o que ele revelou
é essencial para o bem-estar do homem, e essa revelação não é pretendida
apenas para o tempo presente, nem para um povo, mas para todas as
gerações seguintes. As coisas que ele não revelou não dizem respeito ao
homem, mas somente a Deus e, portanto, não devem ser consultadas.
Assim, então, as coisas que estão escondidas pertencem ao Senhor,
aquelas que são reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos.[...] Os
judeus sempre consideraram esses versículos como contendo assuntos da
mais alta importância para eles, e colocaram marcas no original לנו
ולבנינוlanu ulebaneynu, "para nós e para nossos filhos", a fim de fixar
a atenção do leitor em verdades que os afetam individualmente, e não
apenas, mas toda a sua posteridade.
__________________________________________________________
CLARKE Adam; Commentary Deuteronomy 29 (Em inglês, retirado do site
studylight.org/ Grifo meu)
Deus não está preso às escrituras, Ele é o Deus todo poderoso, a Bíblia é o
conhecimento de Deus limitado a nós.
Deus é conhecedor de tudo e sobre tudo, e a Bíblia não revela todo o conhecimento de
Deus; Ela não caberia no mundo. Mas tudo o que ela revela é para nós.
38
medida”, enfatizando que o membro está estudando teologia, logo não precisa dos dons
revelados (somente dentro) da ICM.
Quando indagados sobre seu credo, muitos têm dificuldades em apontar nas escrituras
textos objetivos que respalde sua fé e solidifique suas doutrinas tornando esta
acachapante, mas pelo contrário, parece-nos que suas crenças são muito frágeis e
facilmente refutáveis.
Embora na teoria exista uma certa teologia para os pastores, como podemos ler:
“Nós não usamos estudo bíblico! Estudo bíblico não é nosso ministério.
O nosso ministério é revelação, então os movimentos fazem estudos
bíblicos, eles pegam um texto e começam a esmiuçar aquele texto; repetir
aquele texto; aplicar uma palavra literalmente naquele texto. Nós não,
vamos naquilo que vai além da letra”
__________________________________________________________
(Estudo MAANAIN vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=qZYeXkiHeaM&t=565s minuto
17:05)
39
Há alguns anos a própria liderança das igrejas locais eram as responsáveis por levarem
os estudos bíblicos. Separavam as crianças e adolescentes em uma sala anexo ao templo
e os próprios pastores ou diáconos levavam a palavra à congregação. Não sei precisar
a data, mas por volta de 2010 fora implantado o sistema via satélite para transmissões
simultâneas de reuniões e seminários.
No início, não era obrigatório fazer a transmissão das mensagens nas EBD’s ou cultos
especiais, mas atualmente se tornou obrigatório esse sistema de cultos, com certa
semelhança a homilia católica, ou seja, todas as igrejas devem transmitir a mesma
mensagem para toda congregação através do “telão”, e “novas revelações, novas
doutrinas, novas orientações, nova dinâmica da Obra” é ali apresentado para todos os
membros, geralmente é Gedelti ou alguém do “alto clero” quem conduz os estudos,
mas muitos pastores não concordam com esse método, mesmo assim transmitem, caso
contrário, o pastor estará sujeito a perder seu cargo na igreja.
Paulo quando enviou sua carta à igreja da Galácia tratou sobre um tema principal que
é o da “liberdade dos cristãos”, a importância de andar no Espírito (Gálatas 5:16),
correlacionando ao cumprimento das complexas prescrições do Judaísmo. Alguns
pensavam que era necessária a observância da Lei de Moisés e de suas tradições orais
para a salvação. Entretanto, sua epístola à igreja em Tessalônica, trata
fundamentalmente da Parusia, ou segunda vinda de Cristo e da ressurreição dos mortos.
Paulo entendia que cada igreja tinha seus problemas doutrinários, suas próprias dúvidas
e um contexto diferente entre si.
40
Não seria muito eficaz por exemplo, um pregador levar uma mensagem no livro de
Cantares de Salomão à igreja que se encontra em um país onde há perseguição extrema
contra cristãos. Não estou afirmando com isso que os escritos de Salomão não mereça
ser compartilhada com aqueles ouvintes, todavia é crucial que aquela igreja seja
despertada, exortada e orientada à realidade que vivem no momento.
Um sermão à uma igreja deve ser bem preparada através de estudos e muita oração,
pedindo um norte ao Deus para que Ele revele o impacto preciso de sua palavra já
escrita.
Os estudos são rasos e ineficientes, similares à escolinha bíblica de férias, com a adição
de profecias, novas revelações e torção de textos são bem comuns nessas reuniões.
Usam muitas alegorias, por exemplo, lendo sobre a luta de Davi contra Golias
(1Samuel 17), os professores vão ensinar que Golias o filisteu era o inimigo da ‘Obra’
(ICM) e Davi sendo jovem, mesmo assim era um guerreiro valente (1 Samuel 16:18) e
derrotou Golias (Davi representa a Obra-ICM). Sempre as aulas são nessa linha
alegórica, colocando a Obra em toda a escritura.
Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos
ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom
ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa
esperança.
(Romanos 15:4 NVI)
42
Pelo que percebo, a ICM doutrina seus fiéis com uma rigidez ditatorial e responde os
questionamentos dos fiéis com um relativo: “Foi revelado”! Além disso, as constantes
repetições de termos icemitas, fazem encucar dislates sectários oriundos da mente de
Gedelti Gueiros e do alto clero da ICM_ “Uma mentira repetida mil vezes torna-se
verdade”_ Essa frase atribuída a Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda na
Alemanha Nazista, já se tornou um jargão popular em nossos dias resume bem o tipo
de teologia icemita. Vejamos:
Esse pequeno trecho da revista Vem Maranata, traz alguns fatos implícitos, que só fica
claro para quem conhece o modus operandi desse movimento.
Mas o fato é que essa forma de associar a ICM à outras denominações é apenas um
engodo para não chocar o ouvinte/leitor dos materiais dela, pois esse movimento é
exclusivista e sectário, não aceitando associação de forma nenhuma com outros grupos
cristãos.
43
“Esse é o problema dos que caem! Pensam que o Espírito Santo… E
outros que querem acompanhar, pensam que o Espírito Santo está com
aquele ministério...Abandone isso! Deixe pra lá.. caiu, caiu, foi para lá,
deixa ir embora! Ele escolheu o que queria. Ele abandonou a coisa mais
preciosa. […] A linha do Espírito é muito séria e as pessoas pensam que
mudando de lugar tá tudo bem”
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Gedelti Gueiros; Mensagem (A partir do minuto 01:13); arquivo:
https://www.youtube.com/watch?v=cP6XgxNNyeY
Como havia escrito: “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, assim é a
forma de manipulação do alto clero da ICM, repetições de inverdades, até que se
tornem uma verdade. Os jargões diversos na ICM são para encucar na mente dos seus
fiéis os enganos. Quando Gedelti diz: “A conceituação de fé baseada em filosofia,
teologia, ideologia” está implicitamente acusando as outras denominações (e
principalmente a IPB de Vilha Velha especificamente nesse contexto) de serem “caídas”
e igrejas carnais (estão na Quarta medida), pois não dão valor às “profecias”, mas sim
em teologia.
44
Uma palavra que Gedelti usa muito é FILOSOFIA, repetida 43 vezes no livro
“Resumo Histórico e Profético volume II”, um livreto de 48 páginas, mas em todas as
outras obras consultadas por mim vi o mesmo termo escrito. De certa forma, Gedelti
acusa todos aqueles que estudam as escrituras de seguir a linha da Filosofia, no sentido
de “amor pela sabedoria”, e segue dizendo: “nos conduzindo a um evangelho de maior
simplicidade e experiências, de mais comunhão com Deus”_ A Resposta das diversas
dúvidas a respeito da ausência de estudos sistemáticos da bíblia sagrada é essa: “Somos
simples e Deus quer que sejamos simples”/ “Temos experiências com Deus”_ Isso é
apenas um sofisma, ou seja, um argumento ilusório que tem por objetivo de produzir
uma verdade, pois uma pessoa que estuda a bíblia seriamente, não pode ter humildade
e comunhão sincera com Deus? Ou devemos nos tornar ignorantes de tudo para passar
a enxergar as verdades das escrituras? Paulo, Pedro, João e outros, não eram bons
conhecedores do Judaísmo e todo o Antigo Testamento, eles tinham humildade e
comunhão com Deus?
A frase que lemos acima no artigo da Revista Vem Maranata: “...sem a preocupação
de qualquer tipo de confronto, já que nossa preocupação era e continua a ser a de
não mudar a verdade”... Corresponde bem do porquê a Maranata não esclarece
objeções dos seus opositores. Não participam de debates, não produzem materiais
teológicos e apologéticos, visto que se produzissem os tais, deveria existir dentro da
ICM responsáveis para dar as devidas respostas a eventuais objeções das pessoas que
não entenderam os estudos em seus materiais.
Certa vez, uma pessoa que se intitulou ex pastor da ICM, publicou um texto em um
grupo no Facebook, desafiando para um debate bíblico qualquer membro ou pastor da
ICM para responder questões levantados por ele sobre a doutrina da “Quinta Medida”,
não obteve sucesso, o que vi foram várias críticas de pessoas defendendo a Maranata e
desqualificando ele como debatedor, chamando de “Caído”, “Carnal” e dizendo que
eles não têm obrigação alguma em defender uma “verdade revelada”.
Só repetiram o que ouviram ano-após-ano nos Maanains, categorizado a ICM em um
movimento fideísta.
Fideísmo termo derivado do latim fides; fé. É uma prática religiosa que prega que as
verdades, morais, sagradas, vida pós-morte são inalcançáveis através da razão, e só
serão compreendidas por intermédio da fé. Rejeita o emprego da razão para o exercício
da fé, ou seja, prega que a crença religiosa não deve ser apoiada pela razão.
Ensinam que o único atributo de que necessitamos é a fé, nada mais. Os fideístas
procuram se esquivar de qualquer tipo de argumentação, para que possam apoiar sua
fé em Deus sem qualquer tipo de racionalização.
Porém, esta corrente teológica é flagrada em aparente contradição quando utiliza a
própria razão para expor sua doutrina e depois negar seu emprego em questões de fé.
45
A ICM não é uma igreja bíblica, mas sim fideísta, e a constante repetição de jargões
se torna numa espécie de lavagem cerebral, usando a “teologia do medo”, como vi
recentemente em uma pregação que dizia: “Cristo está voltando, vai buscar sua igreja...
muitos vão ficar, porque não estão vindo na escola dominical e preferem ficar em casa
dormindo”. O medo faz com que o indivíduo fique suscetível aceitar a proteção de
qualquer “herói”; A bíblia não nos ensina a teologia do medo, mas sim do amor.
Vemos esse método em muitas áreas de nossa vida: O medo de perder o emprego faz
uma pessoa prestar horas extras e outras funções, sem aumento de salário por parte da
empresa. Nas eleições para presidente é muito comum candidatos causarem pânico nos
eleitores, afirmando que alguma catástrofe no país ocorrerá caso o tal candidato ganhe
as eleições.
A igreja na idade média recebia fortunas e terras de pessoas por medo de pestilências
e pragas e durante a Idade Média o clero passou a controlar grande parte dos territórios
feudais. Testemunhas de Jeová ganharam muitos membros ensinando que a “Guerra do
Armagedom” estava próxima. No século XIX, próximo a 1840, muitos cristãos norte-
americanos doaram seus bens à parentes, amigos e suponho que não foram poucos os
que desesperadamente resolveram suas contendas pessoais e pecados, acreditando que
a vinda de cristo se daria no ano de 1843/44, esse grupo ficou conhecido como os
Milleritas.
A ICM não se une a outras igrejas de forma alguma, não estou defendendo o
ecumenismo, mas sim afirmando que as igrejas genuinamente cristãs podem sim ter
comunhão. Eu mesmo já fui ver peça de teatro em outra denominação, já assisti cultos,
já entreguei sopas a moradores de rua com irmãos membros de outras denominações,
isso não é errado! Mas a ICM tem uma repulsa por outras denominações.
“A Igreja Cristã Maranata não ‘fala a mesma língua’ das demais denominações
legitimamente cristãs”.
Assim é na ICM, usam a bíblia como amuletos, emblemas, enfeites, mas o que vale
mesmo é a “revelação” extrabíblica, através dos dons imaginários.
O jogo dominó tem regras e estratégias, existe uma forma correta para jogar, não
obedecendo o regulamento não há nenhuma condição dos participantes interagirem
entre si, não há condições de usar o jogo da forma correta.
A Maranata não consegue ser uma unidade com as demais denominações, por não ser
uma igreja com padrões bíblicos, impossível a ICM concordar com as demais
denominações genuinamente cristãs, quando essas dão ensinos bíblicos em suas EBD’s,
automaticamente excluem ela como uma igreja co-irmã.
De certa forma é por esse motivo que a ICM orienta seus membros a não visitarem
outras denominações, creio que as palavras mais corretas aqui seriam: “proíbem seus
membros de visitarem outras denominações”, pois há uma grande chance de um
membro conhecer algumas verdades bíblicas e optar por sair da ICM. Essa proibição
nem sempre é direta, como disse, ela vem em um sentido mais suave usando termos
como “aconselhamento”, mas é factual casos de membros atuantes na igreja que ao
visitar outras denominações, perderam seu cargo, e essa é uma atitude ditatorial de
seitas exclusivistas como as Testemunhas de Jeová.
“[...] Por último, se alguém resolve sair do nosso meio, seja por exclusão
ou por decisão pessoal, sabemos que não levará Jesus, nem o Espírito
Santo, nem a igreja Fiel, e isto serve de advertência para que ninguém se
precipite, levados por enganos em decisões pessoais de terceiros,
irresponsáveis, em certos casos que levam à derrocada a vida espiritual”.
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10 junho 2010 Secretaria do Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata
CIRCULAR Comunicado 046/2010 (grifo meu)
Ao ler esta circular vemos claramente uma atitute sectária e exclusivista, não sei ao
certo os motivos que levaram membros sair da seita em 2010, mas tenho convicção de
que a liderança deveria resolver os problemas da igreja, não ameaçar os membros de
perderem a salvação quando se afastarem da ICM. A “levar a derrocada a vida
espiritual”, é o mesmo que ser destruído espiritualmente, perder a salvação, se tornar
47
um apóstata. Sair da ICM é o mesmo que perder a salvação, quem se atrever a sair da
seita “não levará Jesus, nem o Espírito Santo” com ele, portanto deverá ser um “servo
valente e fiel” e aguentar todos os escândalos e heresias que porventura surgirem
naquele meio. A ICM mantém seus membros presos dentro da sua Obra, não dando
qualquer liberdade cristã aos membros, Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o
Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Coríntios 3:17ACF)
O Clamor pelo Sangue de Jesus é feito em todas as orações dentro dos cultos na ICM,
não apenas em cultos, mas em outras ocasiões, por exemplo: Se uma congregação for
em viagem para algum evento de ônibus, faz se o Clamor pelo sangue de Jesus. Durante
a viagem é comum se “renovar o Clamor”, de tempo em tempo oram novamente
Clamando pelo Sangue de Jesus e pedindo as bençãos sobre aquela viagem.
O Clamor pelo Sangue é um tipo de oração mais fervorosa e urgente.
Na prática, o Clamor pelo Sangue é um tipo de SEDEX 10, uma oração com fervor e
urgência. Pode parecer estranho a comparação, mas se faz necessário: Se dois
indivíduos orarem ao Senhor, um icemita “Clamando pelo Sangue” e um evangélico
orando como é de costume, a lógica icemita é que a oração que chega mais rápido na
presença do Senhor é a oração Clamando pelo Sangue de Jesus.
Esse não é um jargão de origem icemita, o seu início é atribuído aos pioneiros do
“movimento Palavra da Fé”.
48
e promovido conferências bastante concorridas em São Paulo. (ROMEIRO Paulo; Super
Crentes 1993 editora Mundo Cristão pág.20)
O que muitos não sabem é que o “Clamor pelo Sangue de Jesus” ou “Sangue de Jesus
tem poder” são tipos de jargões comum nesse movimento.
E esta é a segurança que temos para com Ele: que, se lhe fizermos
qualquer pedido, de acordo com a vontade de Deus, temos a certeza
de que Ele nos dá atenção.
(1 João 5:14 KJA)
49
Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos
deleites.
(Tiago 4:3 ACF)
Ao invés disso, deveriam dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e
faremos isto ou aquilo".
(Tiago 4:15 NVI)
Como um icemita fará um pedido a Deus “segundo Sua vontade”? Em primeiro lugar,
conhecendo a pessoa de Deus! Isso ocorre quando se estuda as escrituras. Viu como é
importante conhecer bem as escrituras bíblicas? Dar valor às palavras de Deus é ser
zeloso com Ele, já que Ele é zeloso conosco (Tito 2:12-14 Salmos 69:9 João 2:12-17)
e isso não é estar na carne, ou na letra, como afirmam.
50
Pr Jonas Marques, que foi a grande influência sobre Gedelti enquanto ele ainda estava
na igreja Presbiteriana, o próprio nome “IGREJA CRISTÃ MARANATA” Gedelti
afirma que veio através de uma revelação dirigida a ele (Cf: Resumo Histórico, profético e
doutrinário; GUEIROS Gedelti; ICM volume I_ pág.37), este foi o principal divulgador dessa
doutrina sem base bíblica e que o próprio pastor Amadeu diz que eles não tinham uma
base doutrinária e que aquilo era MÍSTICO, que era supersticioso.
O Clamor pelo Sangue é uma doutrina que foi criada a partir de uma revelação
extrabíblica e progressivamente passou a “ser criada uma base bíblica” na tentativa de
responder as objeções, assim como é comum em seitas como o tal “Juizo investigativo”
no adventismo, a “Imaculada Conceição” no catolicismo, a proibição da transfusão de
sangue no jeovismo, o Clamor pelo Sangue de Jesus é mais uma doutrina criativa e
peculiar de uma liderança religiosa e uma prática fideísta.
No texto bíblico, sangue significa sacrifício para remissão de pecados, já que no Antigo
Testamento um animal era sacrificado para expiar o pecado do povo (Levítico 16), com
a morte de Jesus, o termo indica a morte expiatória do Salvador, assim também Cristo
foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos (Hebreus
9:28) Ele foi entregue à morte para pagar todos os nossos pecados e ressuscitado para
nossa completa justificação (Romanos 4:25).
Não necessitamos Clamar pelo Sangue de Jesus o tempo todo, a oração é uma conversa
franca com Deus, um filho não se dirige a um pai com uma “chave introdutória de
conversa” toda vez que deseja falar com ele, apenas chega a ele e diz: “Pai preciso de
falar tal coisa...” Jesus disse sobre a oração:
"E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de
ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos
pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena
recompensa.
Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai,
que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.
E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como
fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.
Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam,
antes mesmo de o pedirem.
(Mateus 6:5-8 NVI)
Outra coisa interessante a observar é que uma heresia leva a produção de disparates
teológicos, por exemplo, para poder defender a prática da oração precedida pelo
Clamor pelo Sangue de Jesus como essencial para que esta chegue a Deus,
indiretamente a pessoa defende que apenas a oração da Maranata é ouvida por Deus.
Isso é um absurdo!
Se o icemita dizer que não é bem assim, ou seja, que Deus escuta todo tipo de oração,
então no ato pergunte para ele:_”Em um culto transmitido ao público, o que
51
aconteceria com um pastor se este orasse sem Clamar pelo sangue de Jesus?” Essa
pergunta derruba toda a tese de que Deus escuta toda oração, pois qualquer pessoa que
ora em público na ICM deve Clamar pelo Sangue antes da oração, caso ele se esqueça
(muito raro isso acontecer) outra pessoa interrompe a oração e Clama pelo Sangue, ou
pede para que se repita a oração, fazendo o Clamor dessa vez.
Por isso concluo que somente a ICM tem o tipo de oração verdadeira.
[…] “Muito bem! Então o clamor pelo Sangue de Jesus é isso. No começo
de cada culto nós fazemos… É o início de um culto onde todos entram
numa mesma comunhão. Se você na hora da oração quiser renovar o
clamor, você pode renovar, mas é até dispensável, na comunhão é
dispensável. Todas as vezes que você vai entrar na presença do Senhor
é pelo sangue. A porta da graça só se abre pelo sangue. É pelo sangue
que eu clamo agora eu não vou cantar um louvor antes não. Eu primeiro
clamo, depois canto louvor. Eu clamo porque é o meu momento de
comunhão, é ali que Deus abre as portas”.
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Gedelti Gueiros; Seminário de principiantes- Arquivo: Minuto 22:45
https://www.youtube.com/watch?v=5lTMm-kvn7M&t=271s
Então, se é só fazendo um Clamor que a porta da graça se abre, posso concluir que
todas as outras denominações evangélicas, ou qualquer outro grupo cristão em todo
mundo não teve sua oração ouvida ou seu culto foi direcionado a Deus.
Nenhum outro Cristão na história da igreja, anterior a Maranata fez uma oração que
foi levada a presença do Senhor, pois nunca se ouviu do tal Clamor pelo Sangue de
Jesus antes do século XX (movimento Palavra da Fé) e para ser bem mais preciso, em
outubro de 1967, com o surgimento da ICM. Foram mais de dois mil anos de orações
não ouvidas por Deus. Foram dois mil anos que a porta da graça esteve fechada para a
igreja, inclusive para os apóstolos de Jesus, enfim essa crença não faz algum sentido
bíblico.
O Senhor Jesus disse que as profecias messiânicas se referem a Ele. Ao ler Isaías na
sinagoga de Nazaré, Ele afirma: “Hoje se cumpre diante de vós esta escritura” (Lucas
52
4, 21). Aos fariseus que se recusavam a crer nele, Jesus diz: “Perscrutai as Escrituras,
já que nelas esperais ter a vida eterna; elas dão testemunho de mim” (João 5, 39).
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com
que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos
vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).
(Efésios 2:4-5 ARC)
Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos
procurarão entrar, e não poderão. Quando o pai de família se levantar e
cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor,
Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois;
(Lucas 13:24,25 ACRF)
Essa aberrante doutrina extrabíblica do Clamor pelo Sangue, faz com que os
seminaristas da ICM criem absurdos nada-teológicos, como essa frase de Daniel
Moreira:
Essa é apenas mais uma “gambiarra teológica” para poder enfiar a força o tal Clamor
pelo Sangue nas escrituras. Desta feita o Espírito Santo; Ruach ( )רוחem hebraico ou
Pneuma (πνεῦμα) em Grego, nos dois casos o termo está relacionado com “sopro, vento
ou respiração” de Deus e não há como ter sangue em algo imaterial, não-tangível, ou
seja, o Espírito Santo é ligado a pessoa de Deus, não a esse sangue que a ICM criou.
Mesmo afirmando que ele não está “Clamando por sangue biológico, mas sim pela
vida que o espírito tem”, ainda sim essa fala é mais uma “gambiarra teológica” na
tentativa de induzir o ouvinte a acreditar que essa crença é bíblica, porém é só mais
uma cria das revelações da mente dos icemitas do presbitério Espírito-santense. Deus
53
é espírito (João 4:24) e nele há vida mesmo sem sangue, mas foi manifestado em carne
(1 Timóteo 3:16) Jesus, estava no princípio com Deus (João 1:2), vivo, na eternidade,
mesmo sem estar encarnado em um corpo com sangue. Nessa aula nesse seminário,
mesmo sem ter a intenção, Moreira rebaixou Jesus e limitou Ele a um simples ser
humano preso em um corpo carnal.
Moreira apresenta uma argumentação que demonstra o total desconhecimento da
doutrina da Trindade clássica, embora a ICM afirme ser uma igreja trinitária, essa fala
dele só prova a minha assertiva desde o início sobre a QM: “...inexplicável,
insustentável e fantasiosa” -O Clamor pelo Sangue de Jesus igualmente, pois é mais
uma confecção fraudulenta, mas designado como profética, ou seja, através da Quinta
Medida.
Daniel Moreira ainda diz outra coisa que causa estranheza, nessa aula para defender o
tal Clamor, ele afirma que “sem o Espírito Santo não existe comunhão, mas sim
ajuntamento’’, até aqui talvez você concorde com essa fala, todavia se valendo dos
textos de Atos 2:42 e também 1 João 1:7 que diz: “temos comunhão uns com os outros,
e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”; baseando nesses
textos, Moreira funde o Sangue de Jesus com o Espírito Santo e fica implícito que sem
o “Clamor pelo sangue de Jesus” não há comunhão na igreja.
“Meus irmãos, os dois textos que lemos, mostra com clareza que a
comunhão está associada à oração e corpo […] Quem revela Jesus? Nós
sabemos é o Espírito Santo. Então a comunhão queridos não é
simplesmente um sentimento de estar bem com Deus; a comunhão é
uma doutrina […] A comunhão é somente com a revelação de Jesus.
Se Jesus não se revela não há comunhão, há ajuntamento, há reunião,
mas se Jesus se revela é porque há comunhão […] que é uma ação, uma
operação, uma intervenção, uma ligação que o Espírito Santo faz do
homem da criança, do jovem, da senhora, da igreja com a eternidade. O
momento que nós vivemos, nós já temos aprendido já algum tempo é
o momento do profeticamente, é o momento do Breve” [5]
____________________________________________________________________
Daniel Moreira_ Seminário: “A comunhão e o clamor pelo sangue de Jesus”; Maranatha of
Orlando, Fl; 3° aula Arquivo: https://www.youtube.com/watch?v=CdO21oxBQOs [4] e [5]
Notemos alguns detalhes sobre os textos apresentados (Atos 2:42 e 1 João 1:7):
Os textos não ensinam que devemos ficar repetindo o jargão “Clamor pelo Sangue”.
Os textos não ensinam que a comunhão só se dá “Clamando pelo Sangue”, mas diz
que “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros”
e a luz pode ser vários tipos:
1-A palavra de Deus, ou seja, a bíblia é a luz para nosso caminho (Salmos
119:105)
2-Jesus é a luz do mundo (João 8:12)
54
3-Deus é a Luz e salvação (Salmos 27:1; 1 João 1:5)
4-Paulo e Barnabé foram luz para os gentios (Atos 13:46)
5-Vós sois a luz do mundo (Mateus 5:14)
6-Boas obras são iluminadas pela luz (Mateus 5:15-16)
7-Com ele mora a luz (Daniel 2:22)
8-A exposição das palavras de Deus dá luz (Salmos 119:130)
Diante desses textos percebemos que: “temos comunhão uns com os outros se
andarmos na luz”- e essa Luz é tudo que engloba nossa Salvação (Sua Palavra, Deus,
Jesus e Espírito Santo).
Interessante que não existe uma verdadeira comunhão fora do que a bíblia apresenta,
pois ela é também é a chamada de Luz:
Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.
(Salmos 119:105)
Parece contraditório um grupo que se diz “Obra Revelada” usar um texto que trata
sobre comunhão uns com os outros (1 João 1:7), mas este não entra em comunhão com
outros grupos cristãos. Isso mesmo, a ICM não se alia a outras genuínas denominações
cristãs para nenhum tipo de comunhão ou trabalho. Embora estou notando uma certa
mudança no comportamento da ICM desde 2017 (quando comecei minhas pesquisas),
mas no que se refere “comunhão”, continua a mesma, só se associam entre si e
continuam irredutíveis quanto a isso.
Quando Moreira disse que “A comunhão é somente com a revelação de Jesus. Se Jesus
não se revela não há comunhão, há ajuntamento, há reunião, mas se Jesus se revela é
porque há comunhão”, certamente estava se referindo a QM, ou seja, só existe
comunhão onde há “revelação”, e lembrando que somente na ICM que existe tal
revelação como já vimos.
55
News, ano 1, n° 1 Jan. 2017 pág.3) e só ela tem o Clamor pelo Sangue de Jesus, que abre
a porta da Graça.
Além disso, também só existe comunhão verdadeira onde tem essa revelação que é a
QM, como ensinou Moreira em seu seminário.
O Clamor pelo Sangue de Jesus se tornou um termo banalizado e corriqueiro nas redes
sociais, virando até memes nas páginas de ex icemitas, até mesmo os próprios membros
usam desenfreadamente essa frase de forma cômica.
Jargões no meio cristão podem se tornar motivo de chacotas, lembro o quanto foi
banalizado “o sangue de Jesus tem poder”.
Na exibição da novela Avenida Brasil, da Rede Globo, de 11 de maio de 2012, uma
cena chamou bastante atenção. Foi durante um diálogo travado entre Carminha (atriz
Adriana Esteves) e Débora (atriz Nathalia Dill).
No início da conversa entre as duas personagens um dos assuntos foi sobre o
relacionamento entre Jorginho (ator Cauã Reymond) e Débora. Em dado momento
Carminha se empolga e diz que Débora é a nora de seus sonhos, mas esta mostra-se
um tanto incrédula e diz gostar de Jorginho, porém não sabe se é correspondida.
Carminha retruca: “Gosta. Ele foi enfeitiçado por essa bruxa, e feitiço, sabe o que a
gente faz? Quebra na marra. O Sangue de Jesus tem poder, minha filha!” e a
conversa prossegue.
Lamentavelmente logo após Carminha proferir a frase, o assunto acabou ganhando
destaque, sendo um dos principais que entraram na lista de “Trending Topics” (os 10
mais comentados) da rede social Twitter. Várias zombarias foram proferidas, referindo-
se ao “Sangue de Jesus”.
Muitos cristãos que não assistem novelas (o meu caso), rapidamente foram
surpreendidos por avalanches de memes e vídeos nas redes e tomaram conhecimento
do ocorrido.
Vários memes foram feitos na época e tweetado por muitos perfis famosos, sendo
retwittado (retransmitido) por dezenas de outros perfis.
A frase precisa ser erradicada do vocabulário de muitos cristãos. Como amuleto,
ela nunca surtirá efeito algum. Deverá ser usada apenas quando inserida no contexto
em que se refere ao perdão dos pecados, à salvação, à vida eterna.
Existe alguém que procura continuamente vilipendiar o Sangue de Jesus. É o nosso
principal adversário (1 Pedro 5:8 Efésios 6:11), o Diabo.
56
Como surgiu a Igreja Cristã Maranata?
A Igreja Cristã Maranata é uma Obra revelada_ Frase bombardeada para todos os
lados pela liderança e fiéis icemitas; mas será isso toda a verdade mesmo?
01- Um amigo narra para você um acidente de carro que ele testemunhou, conta com
detalhes todo o acontecimento. Na manhã seguinte, você escuta na padaria duas
pessoas conversando sobre o mesmo acidente, logo conclui que realmente aconteceu o
tal acidente. Nesse caso, não precisaria de todos os detalhes serem confirmados, pois
damos crédito as palavras de amigos.
Esse é apenas um exemplo modesto e hipotético de uma verdade “verificável”.
02- Outro exemplo, um caso real: Na cidade de San Diego, (nos EUA.), havia um culto
ufológico chamado Heaven's Gate. Fundada em 1974 por Marshall Applewhite e
Bonnie Nettles (conhecido como Bo e Bip).
Cerca de 40 membros suicidaram ao mesmo tempo.
Eles acreditavam que do outro lado do cometa Hale-Bopp se aproximava um OVNI.
Os membros deste culto criam que se eles morressem de uma maneira simultânea
coordenada com a chegada daquele cometa, suas almas seriam libertadas deste plano
terrestre pelos alienígenas daquela nave espacial.
Pois bem, como você verificaria e comprovaria essa religião? Você poderia ir para o
outro lado do cometa e ver se há um OVNI lá ou não? A resposta é não! Você não
poderia fazer isso.
Isso significa que você não pode comprovar se a religião deles é falsa ou verdadeira,
porque não há método de verificar as afirmações dos líderes dessa religião.
Isso é muito importante, porque a teologia deles não repousa sobre a realidade. Se eu
fosse inventar um falso sistema teológico e tentar obter conversos, não desejaria que
meu sistema pudesse ser provado como falso. Portanto, eu precisaria organizar uma
teologia de tal maneira que não poderia ser refutada e apelaria para o “espiritual ou o
profético”.
O meio mais simples de verificação se de fato a ICM é uma Obra revelada, seria
procurarmos na história como surgiu essa denominação. Se é verdade que ela é uma
denominação genuína, oriunda de uma revelação, as evidências falarão por si mesmas.
57
Se ao verificarmos na história que a ICM surge a partir de rompimento com outro grupo
(dissidência) e por motivos insignificantes ou pura vaidade, logo ela é mais outra seita
cristã e não há nada de “tão especial” nela.
Infelizmente há casos em que um cristão deveria sair de uma denominação, quando ela
está vivendo um falso evangelho, desvio de ofertas ou até mesmo uma liderança
corrompida em pecados e escândalos, creio que nesses casos, quando longe de serem
solucionados, um verdadeiro crente deveria se retirar deste grupo.
Um princípio bíblico muito importante é o afastamento do pecado:
Abstende-vos de toda a aparência do mal. (1 Tessalonicenses 5:22 ACF)
O meu povo grita assim: “O Senhor mostrou que estamos certos. Vamos
a Jerusalém contar ao povo o que o Senhor, nosso Deus, tem feito.
(Jeremias 51:10 NTLH)
Diante desse texto do profeta Jeremias, percebemos que Israel por um chamado de
Deus, saiu do meio da confusão religiosa, a Babilônia, pois ela seria destruída, e assim
aconteceu.
E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas
participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
(Apocalipse 18:4 ACF)
58
Sabemos que em toda igreja local, existem diferenças de opiniões e posições teológicas
dos membros, pois somos seres humanos suscetíveis a erros, nos enganamos muitas
vezes e estamos em constante aprendizado. Porém essas diferenças de opiniões não são
suficientes para causar uma divisão em uma igreja, mas sim uma oportunidade de usar
o bom senso e sabedoria para lhe dar com situações de conflitos.
Os membros com mais sabedoria e conhecimento bíblico, são geralmente aqueles que
apazigua conflitos e tentam chegar a um denominador comum dentro da igreja,
evitando ao máximo divisões e rompimento de laços entre os membros mais sectários.
Paulo escreve:
“...quando vocês se reúnem como igreja, há divisões entre vocês, e até
certo ponto eu o creio.
Pois é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam
conhecidos quais dentre vocês são aprovados”.
(1 Coríntios 11:18,19 NVI)
“Bem pode ser que os distintos grupos estivessem formados por gente que sustentavam
diferentes opiniões. Um grande erudito disse: 'Ter zelo religioso, sem converter-se em
um sectário religioso, é uma grande prova de verdadeira devoção’. Se pensarmos
diferente de outro, com o tempo poderemos chegar a compreendê-lo e até simpatizar
com ele se nos mantemos em comunhão com ele e conversamos; mas se nos fechamos
e formamos nosso pequeno grupo enquanto essa pessoa permanece em seu pequeno
grupo não haverá esperança alguma de chegar a um mútuo entendimento” ( BARCLAY
Willian; Comentary 1 Coríntios; pág. 102, 103).
Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que
digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes
sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.
(1 Coríntios 1:10 ACF)
A Igreja local deve lutar pela unidade de pensamentos, ou seja, tentar resolver conflitos
internos de uma forma branda e com amor, lembrando que as vezes é melhor ter
paciência e adiar um problema mal resolvido, do que romper com a igreja local.
Muitas denominações talvez não tivessem tantas dissidências se usassem o bom senso,
sabedoria, principalmente o fruto do Espírito que é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gálatas 5:22). Vale deixar
59
enfatizado que unidade de pensamentos, não é o mesmo que unanimidade de
pensamentos.
Unidade em ideias numa igreja local, é quando todos os membros estão dispostos a
chegar em um acordo final ao resolver qualquer questão interna, mesmo que alguns
tem ideias distintas, porém aceitam ou toleram as propostas dos outros membros, para
manter uma boa harmonia dentro do grupo.
Diante dessas ponderações, creio ficar evidente que cristãos não podem sair dividindo
igrejas a seu bel-prazer, abrindo outras sem o menor critério.
É bem limitado os materiais que tratam sobre a ICM, quando é mencionada, não há
aprofundamento histórico.
O missiólogo Stephenson Soares Araújo, em seu livro-tese “A Manipulação no
processo da evangelização”, faz uma lista relacionando 36 denominações pentecostais
só no Brasil, em um tom crítico, cita entre essas, a ICM. No bem-afamado livro: “A
história da evangelização do Brasil” de Elben M. Lenz César, menciona a tese de
Araújo_ A ICM juntamente a outras tantas denominações pentecostais estão listadas
em um capítulo com o título “Pentecostais e Históricos precisam tomar cuidado com
o Joio no meio do trigo”, com uma perspectiva dúbia em relação a todas essas novas
denominações, César escreve:
61
“...Em resposta ao anseio de alguns que buscavam uma relação de maior
intimidade com Deus, como resultado de uma operação do Espírito Santo
profetizada para esse tempo, de uma promessa e evidências no
derramamento do Espírito Santo, antecipando o preparo da igreja para o
seu arrebatamento”.
__________________________________________________________
GUEIROS Gedelti; Revista: Vem Maranata; 50 anos_edição especial Março de 2018
pag. 6)
Ao ler esse texto de Gedelti, fica evidente que a ICM é mais uma nova denominação
pentecostal assim como tantas outras, mas eles negam tal afirmação dizendo: “A igreja
não é pentecostal nem neopentecostal”, mas usam argumentos idênticos e tem as
mesmas características de uma igreja pentecostal: “Somos uma igreja que crê na
Palavra de Deus como única regra de fé e prática, que inclui: Batismo com o Espírito
Santo e dons espirituais”.(Cf Revista: Vem Maranata; 50 anos_edição especial Março de
2018 pag. 14)
Outras características peculiares das duas são os louvores em orquestra com hinos bem
selecionados como se esses fossem inspirados pelo próprio Espírito Santo, na ICM é
chamado de “Louvores Revelados”, também a bibliomancia e o mais importante, o
cavalo de batalha, que é a ausência da obrigatoriedade do dízimo, porém existe essa
“obrigatoriedade de forma sutil aos ministros”. Outra semelhança é a manutenção do
prédio e equipamentos, que na maioria das vezes fica por conta dos membros
realizarem o custeio ou até mesmo a mão de obra.
62
servos de Deus (2 Co 11:14). A verdade e a mentira estão realmente
presentes no reino dos céus, na igreja visível e no movimento carismático.
Isso não deveria ser novidade, pois Jesus declarou que nem todo o que
proclama o seu senhorio, nem todo o que profetiza em seu nome, nem
todo o que expele demônios em seu nome, e nem todo o que realiza
milagres em seu nome está do seu lado (Mt 7:21,23)
__________________________________________________________
CÉSAR Elbem M. Lenz – História da Evangelização do Brasil; editora Ultimato 2
edição Agosto 2000 pág. 156 e 157
Embora o presidente Gedelti nega ser a ICM uma igreja pentecostal, lemos na revista
“Vem Maranata” na seção intitulada “Para melhor entendimento”, um texto que fica
implícito a gênese dessa denominação juntamente a outras no avivamento carismático
na década de 60. Ao tratar sobre a sua origem, se valendo da profecia de Joel 2:28,29,
Gedelti escreve:
Assim, a luz dessa palavra profética (de Joel) associada aos grandes movimentos
espirituais da época, chamados de avivamento, ocorrências em diversos grupos
evangélicos no Brasil e no Mundo, que envolveu os mais interessados no assunto,
desejosos de uma experiência de maior intimidade com Deus, através do Espírito
Santo. Ao final da década de 60, a Igreja Cristã Maranata contou em seu início
com um pequeno número de homens e uma mulher que decidiram se aprofundar
mais nas experiências que estavam sendo vividas, como já mencionado, em
diversos grupos e igrejas, cuja doutrina está baseada no batismo com o Espírito
Santo, uma experiência referida na bíblia, reservada para todos aqueles que
desejassem buscá-la.
_______________________________________________________________
GUEIROS Gedelti; Revista: Vem Maranata; 50 anos_edição especial Março de 2018 pag. 7
(itálico, acréscimo meu)
Não posso concluir outra coisa, a Maranata é mais uma seita como tantas outras oriunda
do movimento pentecostal que teve seu início no século XX e que até hoje vem se
alastrando desenfreadamente. Mas o discurso que vemos e ouvimos é outro: A Igreja
Cristã Maranata é uma Obra revelada!
Segundo o presidente Gedelti Gueiros, até o nome dessa denominação foi “revelado”
(Quinta Medida), como podemos ler em uma de suas obras o seguinte:
O Senhor revelou um nome de uma seita nova? Não creio, e explicarei por qual razão.
63
A Igreja de Jesus não tem um nome específico, embora em nossos dias é comum e até
se faz necessário ter uma placa de identificação, tanto para a localidade se desvincular
de seitas pseudocristãs, mas também para obedecer a Lei de nosso país (Romanos 13:1;
Tito 3:1 e 1 Pedro 2:13-15), embora sabemos que um CNPJ não fabrica uma igreja
instantaneamente, mas sim pessoas convertidas em Jesus que formam uma igreja.
Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses
membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós,
que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos
os outros.
(Romanos 12:4-5 NVI)
Igreja reunida nos lares, nas praças, em cavernas ou no deserto como vemos em países
onde há grande perseguição contra os cristãos, são feitas de pessoas convertidas e não
é uma placa que define essa congregação, mas sim a fé em Deus e em sua palavra.
A obra do Dr. Joel Ribeiro apresenta fatos e com detalhes documentados que revelaram
a consistência da história contada em seu livro.
Com a devida autorização do próprio autor, publicarei abaixo a história do surgimento
da Igreja Cristã Maranata.
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65
“A igreja de seu “Abílio”
O Sr. Abílio Gueiros era pessoa influente junto a sociedade vilavelhense onde foi
comerciante, proprietário de uma padaria situada no centro da cidade, à distância de
uns duzentos metros do templo da Congregação.
Única padaria no local, todos, diariamente, a ela se dirigiam em busca de pão, biscoitos
e outras guloseimas, sendo seu proprietário muito benquisto na Cidade, conhecido e
respeitado por todos.
Inaugurada a Congregação, sendo ela freqüentada pela família do Sr. Abílio, todos a
ela se referiam como “a Igreja de seu Abílio”.
Não era a Congregação Presbiteriana. Era a “Igreja deu Abílio”.
E, de fato, quando Congregação e depois, nos primeiros anos de organizada em Igreja,
a família Gueiros era a mais proeminente na comunidade presbiteriana de Vila Velha:
O Pastor era filho do Sr. Abílio;
O Sr. Abílio era presbítero da Igreja, bem como seu filho Gedelti;
Outro filho, Jabes, era diácono.
Sua esposa, Sra. Sara, exercia cargos na SAF-Sociedade Auxiliadora Feminina, sendo,
quase sempre, sua presidenta.
O Sr. Abìlio e sua esposa lecionavam na Escola Dominical.
Geldeti organizou a UMP-União de Mocidade Presbiteriana, sendo seu primeiro
presidente.
No púlpito, quando o Pastor Jedaias não pregava, pregava seu irmão Gedelti ou alguém
designado pela família Gueiros.
De fato! A igreja parecia ser do “seu Abílio”
E como o Sr. Abílio dava as ordens na Igreja, amparado por sua família, quando houve
a primeira eleição para pastor, em 1959, ninguém se dispôs a disputar o cargo com o
Rev. Jedaias, filho do Sr. Abílio, pois, se viesse a ganhar, dificilmente teria ele
condições para bem exercer seu pastorado, como veio a ocorrer alguns anos depois.
A família Gueiros foi uma bênção na Igreja Presbiteriana de Vila Velha, onde seus
membros exerceram liderança inconteste até novembro de 1965.
O Sr. Abílio exerceu o presbiterato durante todo aquele tempo: sua esposa Sara, atuou
ativamente na liderança da Sociedade Auxiliadora Feminina, além de ter sido, por
muitos anos, professora no Departamento Infantil da Escola Dominical.
66
Gedelti Gueiros foi o organizador e o primeiro presidente da União da Mocidade, além
de ter exercido o diaconato e, depois, o presbiterato. Na Escola Dominical chegou a
exercer a superintendência.
Jabes gueiros exerceu o diaconato, Nelly Rabelo gueiros, esposa do Rev, Jedaias, foi
supervisora da Liga Juvenil e regente do Coral da Igreja. Jurama Barros Gueiros,
esposa de Gedelti, chegou a presidência da SAF em 1963, sendo substituída no ano
seguinte, 1964, por Jerusa Gueiros Samú, filha do Sr. Abílio.
Mas a paz terminou no dia 28 de novembro de 1965!
28 de Novembro de 1965
Eleição de Pastor
Era pastor da igreja o Rev. Milton Othon de Albuquerque Leitão. Seu mandato estava
chegando ao fim e concorreram ao cargo o Rev. Jedaias Vitalino Teixeira Gueiros, filho
do Sr. Abílio Gueiros, que abandonara o pastorado seis anos antes, em 1959, e o Rev.
Sebastião Bitencourt dos Passos, vindo de uma igreja do sul do Estado, pouco
conhecido em Vila Velha.
A igreja crescera com a chegada de novos membros vindos do romanismo ou
transferidos de outras igrejas.
O outro candidato, Rev. Sebastião, era um ilustre desconhecido que pregava uma ou
duas vezes na Igreja, em ocasiões passadas, sendo ele muito pretensioso em disputar a
eleição com alguém da família Gueiros.
A Igreja estava dividida entre os partidários da família Gueiros, que desejavam a
eleição do Rev. Jedaias e os que não julgavam ser conveniente tal eleição.
Tal situação faz recordar a Igreja de Corinto, na época do Apóstolo Paulo (1 Co. 1:10-
17). Estava a igreja dividida entre as simpatizantes dos Gueiros e os que desejavam
mudanças na direção da Igreja. Todos pressionados por Abílio e Gedelti, esquecendo-
se que a Igreja não era propriedade de uma família e, sim, de Cristo.
67
A pedra fundamental da Igreja é Cristo e não qualquer outra pessoa, como ensina o
Apóstolo Pedro(1 Pe 2:1-10).
Os que formam a Igreja são “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamarem as virtudes daquele que os
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz…”
A igreja não pode ser manipulada por quem quer que seja.
Resultado: O Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos foi eleito pastor da Igreja com 62
votos, tendo o Rev. Jedaias obtido apenas 41 votos.
Assim o triênio 1966/1968, seria Rev.Sebastião o Pastor eletivo da Igreja Presbiteriana
de Vila Velha, eleito pela maioria dos membros da Igreja.
A eleição não apaziguou os ânimos da família Gueiros e os de seus seguidores.
O Cisma
Ainda nos dias do Novo Testamentos surgiram divisões e partidos na Igreja, como se
vê em I Co. 1:11-12 e Ap. 2:14-15, e isso nunca mais parou de ocorrer.
Movimentos cismáticos de grande proporção ocorreram no seio da Igreja, tais como a
divisão ocorrida em 1054 d.C, que deu origem ao surgimento da igreja ortodoxa e no
século XVI com a Reforma Protestante.
Também ocorreu no seio da Igreja Presbiteriana de Vila Velha, de onde surgiu aquela
que veio a se intitular Igreja Cristã Maranata!
Eis os fatos:
A família Gueiros, liderada por Gedelti e seu pai, Abílio, inconformada com a eleição
do Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos para pastorear a Igreja, tudo fez para anular a
eleição junto ao PVTR- Presbitério de Vitória.
Influente junto àquele presbitério, conseguiu, em parte, seu intento, pois o Presbitério
acabou não aprovando a eleição do Rev. Sebastião para o pastorado da Igreja “em
virtude da inobservância de preceitos constitucionais indispensáveis”.
Mas, mesmo tendo conseguido anular a eleição do Rev. Sebastião, os Gueiros não
conseguiram seu intento de colocar o Rev. Jedaias no comando da Igreja pois o
Presbitério, atendendo a vontade da maioria dos membros, convidou o Rev. Sebastião
68
para permanecer à frente dos trabalhos na qualidade de Pastor Evangelista e, em 03 de
março de 1966, perante o Conselho da Igreja, ele assumiu o cargo.
Tais votos nunca foram marcados pela sinceridade pois a grande oposição ao Pastor
Sebastião começou, exatamente, no início daquele ano de 1967, encabeçada por
Gedelti.
69
Nessa oportunidade, Gedelti e seu pai, Abílio, comandavam uma rebelião no seio da
Igreja, contra o Rev. Sebastião, chegando a exercer sua má influência sobre quase
metade dos membros.
Tentavam introduzir doutrinas alheias ao presbiterianismo, dando ênfase a revelações,
profecias e dons de línguas, deturpando a mensagem bíblica.
Felizmente, Gedelti e seu pai já não lecionavam na Escola Dominical e o professor de
então, não dava oportunidade para que eles e seus adeptos ministrassem, de público,
seus ensinamentos.
Tentaram fazê-lo junto à Congregação do Bairro da Glória, porém ali também não
conseguiram êxito.
Teodolino Vieira, que estava acompanhado por outro membro da Congregação, Sr.
Valentim Pinto da Vitória, disse ao Pastor que a doutrina pregada na Congregação de
Cruz do Campo era “busca do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, de
acordo com o Movimento de Renovação Carismática” e que a liderança da
Congregação convidara pregadores à revelia do Conselho da Igreja. Ao final, chamou
o Pastor de “Editor de Bula Papal” e responsável por todos os problemas da Igreja
Presbiteriana de Vila Velha, por ter vetado uma série de pregações de Jonas Marques
na sede da Igreja.
70
Alcary, coordenador dos trabalhos na Congregação de Cruz do Campo, pediu ao Rev.
Sebastião para que se afastasse da mesma, “deixando-a em paz” pois não iria permitir
a intromissão de ninguém nos trabalhos.
Depois disso, o Rev. Sebastião deixou de dar assistência pastoral àquela Congregação,
ficando ela, definitivamente, sob o controle de Alcary e Gedelti.
Registre-se que Manoel dos Passos Barros, designado para compor a Comissão
Especial do presbitério para analisar os problemas que vinham ocorrendo na Igreja
Presbiteriana de Vila Velha, embora fosse presbítero da 1°Igreja Presbiteriana de
Vitória, era sogro de Gedelti e, como o seu genro, também estava envolvido no tal
“Movimento de Renovação Espíritual”.
Interessante nesse abaixo-assinado, escrito por Gedelti, e assinado por Abílio e Alcary,
é que eles se comportam como vítimas de uma trama, como se eles é que fossem
oprimidos e perseguidos pelos demais membros do Conselho ao invés de, como de fato
acontecia, serem eles os algozes do Reverendo Sebastião cujo único pecado fôra o de
ter vencido as eleições para pastorear a Igreja, em detrimento de Jedaias Gueiros,
menbro do clã dos Gueiros.
Gedelti, não satisfeito com o protesto supra, juntou, naquela oportunidade, outro, em
seu nome pessoal:
“Gedelti V.T. Gueiros, abaixo assinado, membro deste Conselho e representante
da Igreja junto ao Presbitério, no uso de suas atribuições constitucionais da Igreja
Presbiteriana do Brasil, vem com respeito, protestar e denunciar o seguinte: O
Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos apresentou a Comissão Executiva do
Presbitério de Vitória, queixa contra presbíteros da Igreja de Vila Velha que,
para maior esclarecimento, podemos dividir duas partes: 1°) Queixa contra três
presbíteros: Abílio, Gedelti e Alcary. 2°) Queixa contra suposta infiltração do
Movimento de Renovação Espíritual. O referido Pastor não deu ciência ao
Conselho do encaminhamento desse papel, ficando ilegal qualquer reunião que
venha tratar deste assunto com a presença do Presbitério ou Comissão Especial,
sem o convite do nosso Conselho, pois a CI no artigo 63, diz: “Nenhum
documento subirá a qualquer Concílio, se não for por intermédio do inferior
competente, salvo quando este se recusar a encaminhá-lo”. O artigo 19 do
Código Disciplinar (CD) estabelece o seguinte: “Compete nos Conselhos
processar e julgar originalmente membros e oficiais da Igreja.” Não sendo
maioria do Conselho implicada na queixa, nem tão pouco ministro, não poderá
prevalecer o artigo 45 CD, nem o artigo 20, que diz: “Compete ao Presbitério:
I-Processar e julgar originalmente: a) Ministros; b) Conselhos”.
O artigo 81, letra e da CI, usado como pretexto da referida reunião, está mal
empregado à luz das razões acima expostas e, por este motivo, deixo de
reconhecer a legalidade da reunião do Conselho, pedindo que o referido
protesto seja inserido na ata desta sessão nos ermos em que está redigido. OBS:
Requeiro, em tempo, que seja encaminhado ao Presbitério cópia do presente
protesto. Para clareza firmo o presente. Ass: Gedelti Vitalino Teixeira Gueiros
(presbítero)”.
72
O Presbitério, reunido em 14 de julho de 1967, emitiu a seguinte Resolução, que trata
do envolvimento dos presbíteros no dito “Movimento de Renovação Espiritual”.
1-Determinar aos Conselhos das Igrejas que não convidem pregadores não
presbiterianos, ligados direta ou indiretamente aos “movimentos de renovação
espiritual”, nem aceitem ofertas suas para pregarem nos púlpitos das igrejas
presbiterianas.
2-Determinar aos seus ministros que sob nenhum pretexto convidem tais
pregadores para quaisquer trabalhos eclesiásticos nos limites de nosso Concílio, nem
aceitem suas ofertas para realizarem trabalhos dessa natureza.
3-Determinar aos seus ministros que, sob nenhum pretexto, não participem como
pregadores nos trabalhos dos ditos movimentos quer seja nos púlpitos das igrejas, quer
em trabalhos radiofônicos, ou quaisquer outros.
4-Determinar aos Conselhos que apliquem aos seus oficiais e membros de suas
comunidades o que acaba de ser exigido dos ministros – pastores do nosso Concílio.
6-Declarar que em face da situação criada pela infiltração das influências dos
chamados “movimentos de renovação espiritual”, mediante a presença de pregadores
pertencentes a tais movimentos nos púlpitos de nossas Igrejas sob a responsabilidade
de ministros e alguns presbíteros de nosso Concílio, nosso Presbitério vem há mais de
um mês, se reunindo em sessões extraordinárias e de tribunal, tratando desse assunto
que muito mal tem causado a todos nós.
As igrejas que maior influência sofreram desse “movimento” foram as de Vila Velha,
Itacibá e Afonso Cláudio.
Em 29 de dezembro de 1967, analisando a situação da Congregação da Cruz do
Campo que se tornara o “quartel general” de Gedelti e seus seguidores, à revelia da
igreja, o Conselho assim decidiu:
1-Considerando que foi criada apenas uma Escola Dominical funcionando das
15 horas e que Gedelti e Alcary, conluiados com o superintendente Itamar Alfredo
Médice, mudaram o horário da Escola para as 8 horas, dificultando a visita do pastor à
mesma, e transformaram aquele ponto de Escola Dominical em Congregação com
reuniões de culto em quase todos os dias da semana, inclusive aos domingos, à revelia
do Conselho da Igreja.
75
4-Considerando que o Rev. Milton Othon Albuquerque Leitão foi afastado do
ministério, preventivamente, por causa do “movimento de renovação espiritual”,
mostrando-se, todavia, desobediente, estando a exercer influência naquela
Congregação.
A nova igreja precisava dos préstimos de um pastor para organizá-la e Gedelti, para
isso, se serviu do Rev. Milton Othon de Albuquerque Leitão, que havia sido excluído
da Igreja Presbiteriana e necessitava de um “porto seguro” onde se estabelecer. Só que
esse “porto seguro”, não foi tão seguro assim pois, logo, logo, Milton Leitão foi
dispensado por Gedelti e procurou refúgio, novamente, na Igreja Presbiteriana,
arrependido de ter seguido Gedelti em seu movimento cismático.
Quase metade dos membros da Igreja Presbiteriana de Vila Velha seguiram Gedelti,
tendo sido excluídos do rol de membros da Igreja por terem assinado a ata de
organização da “Igreja Cristã Presbiteriana de Cruz do Campo”, conforme informação
dos Srs. João Fausto de Souza e Carmem Sabaine Ribeiro, ambos membros Fundadores
da mesma e o testemunho do pastor Milton Leitão.
Seus Nomes:
1- Hermínio Rocha
2- José Joaquim Ribeiro Filho
3- Alcary Simões
4- João Fausto de Souza
5- Abílio Teixeira Gueiros
6- Mauro Rodrigues Costa
7- Gedelti V. T. Gueiros
8- Itamar Alfredo Médice
9- João Pessoa de Matos
76
10- Moacir Cipreste
11- Nilo Rodrigues da Cunha
12- Teodolino Vieira
13- Valentin Pinto da Vitória
14- Wanderley Simões
15- Wanderley Simões Filho
16- Aziel Cezar do Amaral
17- Rafael Samã
18- Leôncio Marinho
19- Efigênia da Conceição Freire
20- Ivonete Alexandre da Cunha
21-Jurama Barrua Gueiros
22- Jerusa Margarida Gueiros Samu
23- Maria de Souza Pimenta
24- Raymunda Maria de Jesus
25- Sara Vitalino Gueiros
26- Carmem Sabaine Ribeiro
27- Arlete Ferreira dos Santos Vieira
28- Valdira Araújo Simões
29- Edna Junia Gueiros Freitas
30- Ana Marinho
31- Julia Marinho
32- Nilda Rodrigues Leitão
33- Luiz Gonzaga de Almeida
34- Miguel Pinto Lobo
35- Oséias Martins Araújo
36- Oneide Simões
37- Paulo silas Simões
38-Adelinda Dalva B. Simões
39- Adalzira Cipreste
40- Enilcéia Maria Simões
41- Marinete Lima Lobo
42- Nelly Rabelo Gueiros
43- Nilda Aguirre Nascimento
44- Rosa Batista Lobo
45- João Pinto Lobo
46- Nicodemos Henrique Machado
47-Vicente Moreira da Costa
48- Ana Almeida
49- Ana Lucia de Oliveira Batista
50- Ana de Oliveira Batista
51- Albacir Pinto dos Santos
52- Celi Batista Frasson
53- Leni Batista Loureiro
54- Marly Espíndula Simões
77
55- Rosaly Batista Lobo
56- Vera Lucia de Oliveira Batista
57- Eulina de Souza Rocha
58- Amélia Sonia da Rocha Costa
59- Odete Mattos Médice
60- Márcia Cristina M. Médice
61-Mônica Cristina M. Médice
62- Mércia Cristina M. Médice
63- Eleuzes Faria de Albuquerque
64- Eunice Faria de Albuquerque
65- Debaldina dos Santos Rocha
66- Maria da Gloria dos Santos Rocha
67- Antonio Correia
68- Almir de Oliveira e Silva
69- Waldemar Fernades Bourguignon
70- Manoel Vitorino Alves
71- Josias marinho, e outros…
Muitos dos que abandonaram a Igreja Presbiteriana para seguirem atrás de Gedelti
alardearam que a Igreja iria fechar suas portas porque metade dos membros estava
saindo para a Igreja Cristã Presbiteriana, inclusive os mais “importantes” e os mais
“ricos” e, com isto, a Igreja Presbiteriana não teria condições de subsistir.
Luiz Gonzaga de Almeida (33), em uma manhã de domingo, estava vindo de sua nova
“Igreja”, de bicicleta, e, ao passar na frente à Igreja Presbiteriana, por causa da chuva
que começara a cair, procurou abrigo na marquise da Igreja e assim se expressou
comigo:
-Tenho fé em Deus que nunca mais hei de voltar para essa Igreja!
O tempo passou e, num belo dia de domingo, estava eu a lecionar na Escola Dominical,
quando vi Luiz Gonzaga entrar no templo para assistir à Escola, nela permanecendo
até o final da lição.
78
Ao término da Escola, cumprimentei-o e dei-lhe as boas vindas.
Nunca relembrei, com ele, suas palavras de não mais retornar à Presbiteriana e ele
voltou a ser membro da Igreja, tendo pedido sua reintegração após três anos de seu
retorno, no que foi atendido, nela permanecendo até o dia em que veio a falecer, tendo
seu corpo sido velado no templo da Igreja.
Eu agora , posso dizer:
-Graças a Deus, o Luiz Gonzaga voltou.
Muitos outros voltaram. Até o braço direito de Gedelti no movimento separatista, que
foi Alcary Simões, ao final, se desentendeu com Gedelti e, anos depois, voltou a
freqüentar a Igreja Presbiteriana de Vila Velha, até seu falecimento há poucos anos.
Outro que veio para a Igreja Presbiteriana de Vila Velha foi o Sr. Delson Azevedo da
Silveira, em 21/03/70, ocasião em que expôs ao conselho as razões pelas quais estava
deixando a Igreja Cristã Presbiteriana, hoje, Igreja Maranata: relatou que os métodos e
bases doutrinárias daquela Igreja não eram daqueles que foram anunciados quando do
surgimento daquela denominação, não concordando com as diretrizes que ali estavam
sendo observadas.
Após o Cisma
Com a saída do pessoal ligado a Gedelti para formar a igreja hoje denominada
‘Maranata’, a paz voltou a reinar na Igreja Presbiteriana de Vila Velha e, em 28.04.68,
foram eleitos presbíteros os Srs. Ruy Carlos de Mattos Griffo, Joel Ribeiro Brinco e
Aylton Gomes Pereira, em substituição àqueles que abandonaram a Igreja para
constituírem a Igreja Cristã Presbiteriana, sendo ordenados em 02.06.68.
Como vimos, a razão dos membros da IPVV se dividirem entre partidários da família
Gueiros e os contrários àquela família, foi a eleição do Rev. Sebastião em lugar do Rev.
Jedaias para pastorear a igreja.
Jedaias, como não podia deixar de ser, passou para a igreja Cristã Presbiteriana,
organizada por seu irmão Gedelti. Porém, por lá não ficou muito tempo.
Bacharel em direito, fez concurso para juiz de Direito e, em 1987, era Juiz de Menores
em Vitória, quando o povo capixaba, através de reportagem no jornal “A Gazeta”, do
dia 25 de julho, sábado, tomou conhecimento de que ele fôra preso às 4 horas e 50
minutos da manhã do dia 24, numa operação conjunta da Polícia Federal e da Receita
Federal do Paraná, realizada na cidade de Medianeira, a cinquenta quilômetros da
divisa do Brasil com o Paraguai, conduzindo quinhentos mil cruzados de mercadorias
contrabandeadas, sendo autuado em flagrante.
Dirigia um automóvel Escort com placas ‘frias’, do Espírito Santo, como se estivesse
a serviço do poder judiciário e, em sua companhia, estavam um advogado e duas
mulheres. Foram recolhidos no Departamento de Polícia Federal de Foz do Iguaçu, no
Paraná.
79
Os agentes federais e os fiscais da Receita informaram ter iniciado a operação
às 22 horas do dia 23, quinta-feira, na Rodovia BR-277, que liga o Brasil ao Paraguai,
conhecida como a ‘rota dos contrabandos’ e, na madrugada do dia 24, sexta-feira, o
Escort guiado pelo magistrado foi obrigado a parar no posto de Medianeira.
Um agente da Polícia Federal contou que o Escort marrom escuro, dirigido pelo Juiz
estava com as placas ‘frias’ e no seu interior havia outro jogo de placas ‘frias’, ambas
do Espírito Santo.
O advogado que com ele viajava, de Vitória, continuou preso em Foz do Iguaçu, à
disposição da Justiça do Paraná.
Julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, Jedaias foi afastado da
magistratura capixaba, sendo o caso ‘abafado’ e não mais noticiado nos jornais.
Antes deste episódio do Paraná, Jedaias já fôra denunciado pelo Promotor de justiça da
Vara de Menores de Vitória, Jeovah Miranda Ferreira, de estar facilitando o tráfico de
bebês do Espírito Santo para os Estados Unidos e a Europa, através de dois advogados,
o que causou grande polêmica entre o juizado de Menores e o Ministério Público.
Jedaias negou o tráfico de bebês, porém admitiu que havia três adoções em curso,
inclusive que uma das crianças já se encontrava nos Estados Unidos e outra fôra
enviada para a Itália.
O caso dos bebês foi abafado, mesmo tendo o promotor requerido à Polícia Federal
para apurar o tráfico.
Tal ato foi denunciado nos noticiários dos jornais e das televisões, sendo aberta uma
sindicância pelo Corregedor Geral da Justiça, que não foi concluída.
E nem o será!
80
Tais fatos mostram que a Igreja Presbiteriana de Vila Velha agiu corretamente, sob a
orientação do Espírito Santo de Deus, ao não eleger o Rev. Jedaias como seu Pastor,
nas eleições de 1965.
Encerra aqui os fatos narrados por Dr. Joel Ribeiro Brinco em seu livro sobre a família Gueiros e o
surgimento da Igreja Cristã Maranata. Fonte: Joel Ribeiro Brinco; Livro: Igreja Presbiteriana de
Vilha Velha- 50 Anos de História; 25 de setembro de 2003 (Páginas 25 até 49)
Por meio do livro do Dr. Joel Ribeiro caiu por terra uma história espiritualizada que a
Igreja Maranata contou para seus membros há mais de 50 anos.
Mas, isso não teria sido possível se o seu relato não fosse tão bem feito e com detalhes
documentados que revelaram a consistência da história contada em seu livro.
Felizmente, hoje a verdade pode ser conhecida e muitas pessoas foram beneficiadas
com a libertação proporcionada pela edição do seu livro.
Como informações adicionais, em um diálogo com o Pr Sólon Pereira (ex pastor e
membro da ICM por mais de 20 anos) pensamos em algumas perguntas para fazer ao
Dr. Joel Ribeiro, sobre o presidente da ICM, Gedelti Gueiros (o dono da instituição)
essas perguntas foram escolhidas pois trata-se especificamente da pessoa de Gedelti,
coisa que o livro dele não aborta diretamente.
O foco principal do livro do Dr. Joel é a Igreja Presbiteriana de Vila Velha, cujo a
família Gueiros tivera passagem por esta e acreditando ter direito a usucapião, se
tornaram “donos” daquela igreja local.
O Dr. Joel Ribeiro era muito próximo a família Gueiros, conversando comigo, disse
que era amigo da família, conhecia de perto o dia a dia deles. Ele me disse fatos sobre
a família Gueiros que me deixou boquiaberto e por hora não poderia descrever aqui
por causa da informalidade da conversa.
O Dr. Joel bem lúcido, me respondeu gentilmente a essas perguntas em uma folha de
caderno escrita a mão e me enviou pelo Correios anexado ao seu Livro juntamente a
autorização de usá-lo neste trabalho.
81
Abaixo, a entrevista com o Dr. Joel Ribeiro Brinco:
Raphael Leonessa: Enquanto Gedelti era membro e presbítero da Igreja
Presbiteriana, ele era humilde, submisso e obediente ao Presbitério de Vitória e
ao pastor local (Sebastião Bitencourt dos Passos), considerando que a Igreja
Presbiteriana integrava a Obra de Deus e que pastores, ou reverendos, eram
ungidos de Deus e que, portanto, não poderia “tocar” neles?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: Gedelti nunca foi humilde e obediente ao pastor local e
nunca foi pastor da Igreja Presbiteriana. Ele foi apenas um presbítero como
qualquer outro.A família Gueiros comandou a igreja por muitos anos e quando
perdeu o controle, insubordinou-se e saiu fundando a Igreja Maranata.
Raphael Leonessa: Quando Gedelti iniciou o movimento separatista que culminou
na divisão da Igreja Presbiteriana de Vila Velha, ele já tinha feito o seminário
preparatório para o ministério pastoral da Igreja Presbiteriana? Chegou a ser
reconhecido ou ordenado como pastor, ou reverendo, no ministério da Igreja
Presbiteriana?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: Nunca estudou para ser pastor e nunca foi reconhecido
como tal. Gedelti nunca foi ordenado pastor. Ele era apenas formado em
odontologia.
Raphael Leonessa: Quando Gedelti iniciou o movimento separatista, por que razão
o Presbitério de Vitória não impôs a Gedelti uma disciplina formal, uma vez que
ele estava se insurgindo contra suas determinações?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: Quando o presbitério resolveu advertir o Gedelti ele
pulou fora da igreja o que foi ótimo para a Igreja Presbiteriana. O sossego voltou
a reinar no meio evangélico.
Raphael Leonessa: Gedelti saiu da Igreja Presbiteriana com a bênção do
Presbitério de Vitória? Se não, porque não houve uma exclusão formal de Gedelti
da membresia da Igreja Presbiteriana?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: Ele abandonou o sistema presbiteriano.
Raphael Leonessa: Ao iniciar os trabalhos da Igreja Cristã Presbiteriana, os
dissidentes se apropriaram de algum patrimônio da Igreja Presbiteriana?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: Apropriaram-se de uma congregação.
Raphael Leonessa: Ao iniciar os trabalhos da Igreja Cristã Presbiteriana, quem
ordenou Gedelti como pastor? E qual a origem ou de onde veio a autoridade da
pessoa que ordenou Gedelti como pastor?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: Ele nunca foi ordenado pastor. Ele pediu ao Rev. Milton
Leitão para organizar a então igreja Cristã Presbiteriana, hoje, Maranata. Quando
não precisavam mais do Milton esse foi escorraçado da Maranata.
82
Raphael Leonessa: No início dos trabalhos da Igreja dissidente, Gedelti convidava
ou aliciava membros da Igreja Presbiteriana para a sua igreja?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: A Igreja de Gedelti foi formada com aliciamento de
membros de outras igrejas.
Raphael Leonessa: Quando Gedelti afirma que iniciou a Igreja Cristã Maranata
com apenas 6 pessoas, que receberam uma revelação especial de Deus, isso é
verdade ou mentira?
Dr. Joel Ribeiro Brinco: É mentira que tenha começado sua igreja com apenas 6
pessoas. Nas páginas 42 a 45 do livro eu cito nominalmente 71 membros maiores
e 11 menores aliciados por Gedelti para começar a sua igreja. Revelação especial
de Deus nunca existiu, com certeza.
(...)
Com respeito e admiração pelo seu trabalho.
Joel Ribeiro Brinco
___________________________________________________________________
Diante desses fatos constatados a conclusão é que “quem revelou essa Obra”, não
foi Deus, nem Jesus Cristo e nem o Espírito Santo, mas sim Gedelti Gueiros, o
cabeça da igreja, juntamente a:
1-Manoel dos Passos Barros, engenheiro, professor universitário, diretor do
DER, primeiro presidente do presbitério.
2-Misael Alves Lacerda, oficial reformado da polícia militar do Espírito Santo
(Foi o responsável por secretariar a primeira reunião e quem lavrou a primeira
ata da ICM).
3-Jonas Marques, pastor evangelista, saiu da igreja Congregacional. Esse foi
o responsável por dar o nome a denominação: Igreja Cristã Maranata.
4- Sarah Victalino Gueiros, mãe de Gedelti, professora formada em
pedagogia e economia, e responsável pelo trabalho feminino e com crianças.
Foi quem avaliou os sinais proféticos que colaborou para a gênese da ICM. A
primeira reunião foi feita na casa dela.
(Cf Resumo Histórico, profético e doutrinário; GUEIROS Gedelti; ICM volume I Pág. 29, 32
e 36)
5-Com o falecimento do pastor Barros, em 1986, o professor Edward
Hemming Dodd assumiu a presidência do presbitério, permanecendo até julho
de 2007 quando veio a falecer.
Outros nomes:
6- Pastor Itamar Médice, já falecido, mas foi diácono da ICM.
7-Pastor Mauro Rodrigues da Costa, ainda atuante na área.
______________________________________________________
(Cf ORIGENS/ Pioneiros- Revista: Vem Maranata; 50 anos_edição especial março de 2018
pag. 12 e 13)
83
EM POUCAS PALAVRAS
Frase costumeira dentro desta instituição, não apenas na ICM mas em tantas outras
denominações cujo a liderança quer obter controle dos membros dentro da igreja local.
Textos bíblicos são distorcidos para essa finalidade, como por exemplo:
Não toqueis os meus ungidos e aos meus profetas não façais mal.
(1 Crônicas 16:22 ARC)
Todavia, a passagem mais citada é 1 Samuel 24:6 em que Davi, sendo pressionado
pelos seus homens para aproveitar a oportunidade de matar Saul na caverna, respondeu:
E então disse a seus soldados: "Que o SENHOR me livre de fazer tal coisa
a meu senhor, de erguer a mão contra ele; pois é o ungido do Senhor".
(1 Samuel 24:6 NVI)
[…] o problema não é a frase, mas sua interpretação, que resulta numa heresia
manipuladora. Aprendemos que todas as heresias têm um ponto de partida, a
Bíblia.
Esta frase, “não toqueis nos meus ungidos”, tem sido empregada em várias
ocasiões:
1. Para pregadores hereges se defenderem e ameaçarem seus críticos
2. Defender certos obreiros e líderes que estão em pecado
3. Para causar medo no rebanho
ELIAS, Tarles; Escravos das Heresias; 1 edição 2018 editora: Autor da Fé pág. 77 a 79
Por que é que eu não encontro na bíblia a queixa de Paulo a repreensão do tipo,
“como vocês ousam se levantar contra o ungido do Senhor”?
No Antigo Testamento, a unção era feita com óleo, e esse símbolo apontava a unção
da Nova Aliança, a unção do Espírito Santo em todos os salvos:
Homens de Deus devem dar as devidas respostas com trabalho, argumentos, verdade
e sinceridade.
Não toque no ungido do Senhor é apelação de quem não tem nem argumento.
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
(2 Timóteo 2:15 ACF)
85
Quimerismo
Fui surpreendido quando li na revista Veja, na sessão “informe publicitário”, uma nova
doutrina estranha da Igreja Cristã Maranata, denominada Quimerismo. A surpresa foi
pela publicação conter 3 páginas, valor milionário pago pela igreja, para a revista mais
conhecida do Brasil, pois a ICM nesses últimos anos vem se utilizando de meios
seculares para publicidade, ato condenado por eles mesmos no passado.
Minha surpresa também foi ao ler a matéria e a explicação sobre o tal Quimerismo,
uma crença que não encontramos respaldo bíblico, complexa e que foi enfiada goela
abaixo nos fiéis icemitas.
O Brasil vive uma pandemia nesse ano de 2020 por conta do COVID 19, após a
quinzena do mês de março os estados no Brasil foram entrando em quarentena
decretado por governadores de vários Estados, gradativamente cada estado foi
paralisando parcialmente as atividades em vários setores, entre esses, as igrejas foram
obrigadas a fechar suas portas.
O Quimerismo foi apresentado para os fiéis da ICM nesse período de quarentena, ou
seja, os fiéis também foram pegos de surpresa com uma nova doutrina que eles mesmos
nunca ouviram falar antes dentro dos templos ou fora deles, pois o tal Quimerismo não
faz parte da ortodoxia bíblica.
A nova doutrina fora anunciada na revista Veja, através de um artigo cujo o autor é o
Dr. Miguel Faria Lima, diácono e membro do grupo Ciência e fé da ICM. Após o
anúncio e apresentação, foi reportado no sábado, às 7 horas e no domingo as 14 horas,
no programa “Anunciando o Evangelho Eterno”, transmitido pela Rede TV. (Cf revista
VEJA 6 de Maio de 2020; edição 2685, ano 53, número 19 pág. 12)
No programa da TV, o responsável pela explicação sobre o a doutrina do Quimerismo,
ficou a cargo do médico e pastor da ICM, Amadeu Loureiro Lopes. (Cf
https://drive.google.com/file/d/1ayVpszgrp_nzWZ4aUD0k-burkohZSdvA/view )
A ICM é uma igreja com várias crenças estranhas ao analisar a teologia protestante, e
de fato essa é mais uma.
É necessário definir o Quimerismo como uma "doutrina", não apenas uma mera opinião
pessoal de um pastor, pois esse ensino já foi e está sendo divulgado amplamente em
vários meios de mídia, seja TV, revista, sites e blogs, até mesmo nas redes sociais.
Então o Quimerismo é uma doutrina oficial da ICM!
86
de genes diferentes, é raro isso, por exemplo a pessoa tem um olho verde e outro olho
castanho, isso é um tipo de Quimerismo.
Se fala em Quimerismo, se aplica alguma coisa quando você fala do transplante de
medula, o que acontece no transplante de medula? Você remove a medula doente do
paciente e introduz uma medula nova, medula vermelha, do doador.
Então o por que as pessoas falam de fenômeno de Quimerismo aí?
Porque o receptor, aquele que recebe a medula nova do doador, acontece um fato
interessante a característica genética desse sangue muda.
Por exemplo, se ele tem um tipo sanguíneo RH positivo e o doador dele for RH
negativo, ou agrupamento ABO, o agrupamento sanguíneo dele passa para o
agrupamento sanguíneo do doador, não aquele dele anterior que foi removido por causa
da enfermidade. Ele passa agora ter geneticamente um sangue daquele que foi o seu
doador.
Isso é muito interessante se nós quisermos aplicar isso dentro da doutrina bíblica, o
apóstolo Paulo, ele é muito enfático em mostrar a igreja como um corpo. E toda a
bíblia fala muito isso, a mudança do pacto lá na ceia mostra corpo e sangue. Isso é
interessante porque, como se aplica isso? Pela fé.
A igreja verdadeira, ela recebeu uma operação do Espírito Santo que é o sangue
de Jesus que é seu Espírito, que produz aí uma fé completamente diferente daquela
que as pessoas as vezes imaginavam.
Que é diferente, que é da obra criadora que não tem nada a ver com a obra redentora.
Essa fé diferente ela está ligada a genética do doador, porque quem doou esse sangue
que nos move nessa hora, que move essa igreja, que é seu Espírito foi o senhor Jesus.
Então agora aquilo que Paulo diz: ‘...eu não mais vivo, cristo vive em mim, a fé que
agora eu tenho eu a tenho no unigênito filho de Deus’, então é uma coisa diferente
então a aplicação da fé nesse caso aí ela passa a ser a fé, e essa é a fé verdadeira, é
aquela que veio pela operação do espírito santo em nós , ou seja o doador quem foi o
doador desse sangue que agora circula nesse corpo, que é a igreja e Paulo fala isso
várias vezes o sangue que circula nesse corpo, que é a igreja, agora é o sangue de Jesus,
é o sangue que foi derramado é o seu próprio Espírito” .
(QUIMERISMO NA TV ICM.mp4 - Google Drive https://drive.google.com/file/d/1ayVpszgrp_nzWZ4aUD0k-
burkohZSdvA/view )
Eu te pergunto, caro leitor, ao ler essa explicação sobre o que é o Quimerismo, você
conseguiu entender bem sobre essa crença?
Ao indagar alguns icemitas, nem eles mesmos conseguiram me explicar com exatidão
o que é o tal Quimerismo.
Ensinando essa doutrina tão peculiar, o que a ICM insinua aos seus membros é que eles
têm o Espírito Santo dentro deles, por isso é que estão na Quinta Medida, essa é a
resposta do porquê não estão "na letra”, a ICM recebe do próprio Espírito de Deus as
revelações pois “Cristo vive neles” através desse Quimerismo.
87
Alguns problemas do Quimerismo
1) Vocábulo
Embora alguém possa questionar algum dos diversos termos teológicos para defender
essa crença (Quimerismo), vale lembrar que a seita Maranata é contemporânea, todos
os outros termos doutrinários que lemos nos livros de teologia sistemática foram usados
por já existirem, a Maranata criou um termo novo.
Muitos dessas expressões, foram batizados com o nome do inventor da crença como:
arminianismo, calvinismo, pelagianismo, arianismo, marcionismo, sabelianismo etc.
Há também termos que se originaram por simples semântica, a exemplo de apologética
(defesa/resposta) imortalismo/ mortalismo (alma imortal/ alma mortal respectivamente)
entre outros.
Certa vez, um icemita tentou argumentar que a palavra trindade é um termo pagão,
disse que foi o imperador romano no terceiro século quem criou essa crença.
A doutrina da trindade não veio em meados do terceiro século seja pelo concílio de
Nicéia ou qualquer suposição, a trindade já havia sido de certa forma exposta no
Didaquê, anterior ao ano 90 d.C., e parece que Tertuliano, um dos pais da igreja (160–
225 d.C.), foi o primeiro a aplicar o termo Trindade a Deus. Tertuliano usa o termo
(triunidade) em Contra Práxeas, escrito em 213 para explicar e defender a Trindade
contra os ensinamentos de seu contemporâneo Práxeas, que defendia a heresia
88
monárquica. A partir daí, podemos avançar ao longo de um século de discussões,
cismas e debates da igreja até chegarmos ao Concílio de Niceia em 325, quando a
Trindade foi finalmente confirmada como doutrina oficial da igreja. A Trindade é um
neologismo cristão, e não pagão.
Aqui já refuto esse argumento.
Confesso que não tenho tanta resistência com termos teológicos seja qual for sua
origem, pois entendo ser ele pedagógico. O grande problema é o que ele representa.
Qual o problema do termo antropocentrismo por exemplo? Nenhum! O cristão aplicar
esse conceito em sua vida é o erro.
O termo Quimerismo, embora é muito estranho e creio que a ICM deveria pensar em
um nome melhor para essa crença, todavia, em si não me causa muito espanto, visto
que vem da mente dos professores da ICM. Mesmo assim me parece apenas uma
pedagogia e a problemática é o que ele representa.
Como estudante de assuntos teológicos há bastante tempo, não me choca mais esses
termos, como o tal Quimerismo, todavia não consigo entender como que um icemita
aceita uma crença com esse nome.
As irmãs que vão no culto de calças estão sendo influenciadas pelo demônio.
O irmão da ICM que casou com uma crente de outra denominação está em jugo
desigual e passa a ser irrelevante no meio icemita.
Crianças que usam camisetas estampadas de super-heróis de desenhos infantis estão
carregando uma imagem maligna no corpo, seus pais pecaram por isso.
Se alguém orar de costas para o púlpito pecou!
Homem que usa bermuda, barba também está em pecado.
Se escutou alguma música secular, pecou também!
Se foram em um casamento na igreja Católica, aí não tem mais jeito, é um pecador
mesmo!
Me parece que “qualquer coisa” na ICM é pecado, mas usar um termo doutrinário de
origem mitológica não é?
A Quimera é sem dúvidas uma ficção que nos leva ao paganismo da Grécia antiga,
onde o homem é semideus e o antropocentrismo e o humanismo são escancarados.
Monstros são divinos e homens são extremamente poderosos.
Os icemitas tem orgulho de se intitularem como servos valentes da Obra fiel, igreja fiel,
povo fiel, Obra do Espírito, a noiva, se opondo a tudo que pareça como algo originado
no paganismo, entretanto aceitam uma nova doutrina que lembra de algo pagão, mas
como foi “Deus quem revelou”, então não questionam.
2) Problema teológico
A ICM é uma denominação que crê na doutrina da trindade, vemos a exaltação a ela
em hinos como o Vive Em Mim, apontado como sendo a própria Igreja Cristã Maranata
a autora:
“Toma-me em Tuas mãos
Fala-me da Tua salvação
Mostra me a Trindade
Vive em mim”
90
A doutrina da Trindade é amplamente divulgada e ensinada nos maanains, nos cultos,
programas de rádio, TV, EBD´s.
O texto acima foi apresentado no dia 31 de janeiro de 2021 no boletim EBD, e o ensino
foi exatamente sobre a trindade.
Como você pôde ver, a ICM é trinitária e não há problemas nisso, eu creio que a
trindade é uma doutrina cristã ortodoxa. A Trindade é uma crença fundamental do
cristianismo!
“[...] Ele (o receptor) passa agora ter geneticamente um sangue daquele que foi o
seu doador”. Aqui o Dr Amadeu que também é pastor e professor da ICM, preciso
enfatizar isso, ele diz que o receptor (icemita), agora tem o mesmo gene do seu doador
(Jesus).
“[...] A igreja verdadeira, ela recebeu uma operação do Espírito Santo que é o
sangue de Jesus que é seu Espírito”. A igreja verdadeira, como vimos é a ICM, ela
recebe o sangue de Jesus que é seu Espírito.
Como assim, o Sangue de Jesus é o Espírito? Então o Espírito Santo não é uma pessoa,
mas sim o sangue de Jesus?
Aqui já fica evidente o desconhecimento sobre a doutrina trindade.
No dia em que fiquei meditando sobre essa fala do Dr Amadeu, automaticamente me
veio à mente algumas perguntas cômicas:
Meu espírito está no meu sangue também?
Se eu perder muito sangue em algum acidente, perderei uma parte de meu espírito?
Se eu receber sangue por transfusão, receberei o espírito do doador juntamente a meu
sangue?
Terei dois espíritos?
Se eu receber transfusão de sangue de um ímpio, como fica minha salvação?
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As perguntas até parecem idiotas, no entanto o Quimerismo é que me levou a esses
questionamentos tão bizarros, feitas a partir da cosmovisão Tricotômica, me parece que
esse é um pensamento comum dentro da ICM. (Cf: SEMINÁRIO DE JOVENS-MAANAIM
QUELUZ-Setembro de 2014 Tesouro em Vaso de Barro; Corpo Alma e Espírito)
“[...] o sangue que circula nesse corpo, que é a igreja, agora é o sangue de Jesus, é
o sangue que foi derramado é o seu próprio Espírito”. Amadeu insiste em afirmar
que o sangue de Jesus é o próprio Espírito Santo, e esse sangue foi derramado sobre a
igreja. A igreja Fiel, a Obra revelada é a ICM.
Se juntarmos as afirmações:
a) “O receptor passa a ter geneticamente o sangue do doador”.
b) “O sangue de Jesus é seu Espírito”
c) “O sangue de Jesus foi derramado”
Me valendo dessas premissas, usando o raciocínio lógico, não consigo chegar a outra
conclusão: O icemita é um semi-deus!
Não é um mero silogismo, chego essa conclusão em consequência do próprio ensino
do Quimerismo.
Em resumo, o Quimerismo é um fenômeno genético, onde o icemita passa a ter dois
DNAs diferentes, quando recebe esse sangue de Jesus, ele passa a ter a natureza do
doador que é Jesus Cristo.
Somente os icemitas tem o sangue de Cristo correndo em suas veias, o DNA de cristo.
Como o sangue de Jesus é o próprio Espírito Santo, o icemita tem em si tanto o
DNA de Jesus quanto o Espírito Santo.
Desde muito cedo a Igreja precisou formular uma doutrina a cerca desse assunto,
especialmente para se proteger de falsos ensinos que já desde a época apostólica
procuravam se introduzir na comunidade cristã, os quais eram influenciados pelo
gnosticismo, pelo platonismo e pelo próprio judaísmo.
De forma bastante resumida, podemos dizer que o ponto principal dessas heresias
atacava a divindade de Cristo e a pessoalidade do Espírito Santo.
O Credo Apostólico foi uma das primeiras confissões de fé que líderes cristãos
produziram para esclarecer as crenças básicas do cristianismo. Ainda que não tenha
sido escrito diretamente pelos apóstolos, o credo foi logo reconhecido como
92
representando fielmente seus ensinamentos mais básicos. Esse credo enfatiza a
humanidade verdadeira de Jesus, um fato que alguns hereges primitivos (especialmente
os Gnósticos) estavam negando.
“Creio em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. Creio em Jesus Cristo,
seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo, e
nasceu da Virgem Maria. Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos; foi crucificado,
morto e sepultado; desceu ao lugar dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos
céus; e está sentado à direita do Pai. Voltará para julgar os vivos e os mortos. Creio
no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos
pecados, na ressurreição do corpo, e na vida eterna. Amem”.
A palavra Trindade foi usada para explicar o relacionamento eterno entre o Pai,
o Filho e o Espírito Santo. Muitas passagens bíblicas evidenciam a Trindade.
Heresias e crenças falsas começaram a se multiplicar nos primeiros anos da
Igreja, o que continua a ocorrer hoje. Por isso, os Pais da Igreja primitiva
combateram tais erros principalmente em seus escritos, que apresentavam a
Trindade como sendo o ensinamento bíblico sobre Deus.
Eis aqui uma relação de Pais da Igreja que escreveram sobre a Trindade muito
antes do ano 300 d.C. (ou seja, antes do início do 4º século):
93
3) Paradoxo
Os ensinos supracitados são comuns na ICM. De onde foram extraídos esses ensinos?
Das escrituras? -Se sim, onde está escrito a palavra Quimerismo ou Quinta Medida na
bíblia? -Resposta: Em nenhum lugar encontramos esses ensinos!
Aqui é que entra o grande paradoxo na ICM.
Os icemitas sentem grande prazer em dizer que “são bíblicos” e que são usados pelo
Espírito Santo, mas a grande verdade é que os todos seus ensinos são teológicos!
Eles criticam a teologia, mas se utilizam da teologia- não a convencional, mas uma
nova teologia criada pelo presbitério Espírito-santense.
Os termos Quimerismo, Quinta Medida, por exemplo, são apenas nomes que definem
uma crença peculiar e excêntrica da ICM.
O grande paradoxo é esse, a Igreja Cristã Maranata se utiliza de uma teologia, mas é
contra teologia.
94
A teologia da ICM contraria os princípios da teologia ortodoxa usando outro tipo de
teologia, a QM, a resposta de tudo: Foi revelado!
É bem contraditório negar algo e usando-o.
Nos Maanains, nas transmissões pelo Satélite, no Youtube, nas revistas, etc, o que
vemos são gráficos, textos sublinhados, gibis escatológicos, gráficos parecendo plano
cartesiano, tudo isso com objetivo de doutrinar os icemitas, através da teologia da ICM.
O Quimerismo é uma doutrina que apela para a espiritualização do indivíduo icemita,
onde o sujeito não precisa de teologia para conhecer Deus, todavia a explicação
doutrinária é teológica.
Não há coerência no Quimerismo, como não há coerência em quase tudo na ICM.
A Quarta Trombeta
Ao serem indagados sobre alguma de suas doutrinas estranhas, iniciam sua defesa
dizendo que só conseguirá entende-las quem crê na revelação (a Quinta Medida da
ICM). Apelam para um texto bíblico, ao lermos percebemos que está totalmente fora
de contexto. Sendo refutados, apelam novamente para a revelação, então acusam os
questionadores de não serem convertidos/transformados pelo Espírito Santo.
95
Agradece a TV Globo pelo programa “Cidades e Soluções”, que é “extraordinário, é
notável”- Palavras de Gedelti. (Pag 42)- Me parece que Gedelti assistiu muitos
programas jornalísticos com teor sensacionalista e bem impactantes. Na minha opinião,
ao acompanhar essas notícias ele ficou impressionado de tal forma que foi influenciado
a fazer tais afirmações.
Gedelti não explica sobre a quinta Trombeta (Ap 9:1-12) sexta Trombeta (Ap 9:13-
21) e sétima Trombeta (Ap 10), apenas diz que a quarta trombeta é a última para a
igreja, não tenho informações sobre o que ocorrerá após a quarta trombeta na visão
escatológica icemita.
Não existem muitos materiais para a consulta sobre a ICM, e ao perguntar sobre
determinados assuntos aos próprios membros, não há uma homogeneidade de
pensamentos. Se tratando sobre a escatologia não é diferente. O pensamento mais
aceito na Maranata é de que a igreja não passará pela Grande Tribulação. Outro
pensamento padronizado entre os membros é de que estamos na nova aliança e não
devemos cumprir a Lei do Antigo Testamento, deduzo que a igreja é dispensacionalista/
pré-tribulacionista.
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A ICM peca por afirmar com certeza o que a bíblia não nos revela. Os professores
que deveriam trazer as devidas respostas, não dominam bem os assuntos, isso fica
evidente ao ler e assistir seus ensinos.
Em suma: “Cristão não afirma com certeza o que a bíblia não revela com clareza”.
A Rádio Maanaim
Divulgação em massa das doutrinas icemitas.
A ICM tem difundido seus ensinos estranhos de forma incessante por todo território
nacional, uma das ferramentas de divulgação é a Rádio Maanaim, Transmitindo a partir
de Vila Velha, estado do Espírito Santo, com informações sobre cultos, louvores e
várias notícias, focado fielmente em suas doutrinas próprias.
A rádio Maanaim não faz propaganda de trabalhos de outras denominações cristãs, não
tem o costume de divulgar notícias que vinculem ela a outros grupos evangélicos.
Também não exibem estudos ou pregações de mestres em teologia, tampouco reproduz
“músicas Gospel” (como é costume das rádios evangélicas), pois elas são de outras
denominações, e como sabemos os outros grupos cristãos são considerados como:
Movimento, Primos, Religião, Mescla, Eles, Movimento Religioso, Caídos, Seita,
Fracos, Ovelha desgarrada, Sambalates etc… Assim como habitualmente agem outras
denominações consideradas seita pseudocristã, procedem igualmente os icemitas com
um forte exclusivismo em todos setores de seus trabalhos. Você não vai ver nas
plataformas virtuais das Testemunhas de Jeová por exemplo, a divulgação de palestras
de teólogos de outras denominações. Já no meio evangélico, é comum esse tipo de
procedimento, cito como referência a Consciência Cristã, localizada em Campina
Grande-Paraíba, um evento anual com vários palestrantes cristãos de diversas
denominações que ministram cursos ou exposição da palavra de Deus tanto para defesa
da fé cristã quanto para a propagação do Evangelho.
Assim como outros grupos exclusivistas, a ICM também se aparta totalmente dos
outros grupos cristãos, não tem contato direto, nem debates, entrevistas, palestras etc.
Louvores proféticos segundo os icemitas, são louvores revelados por Deus, são
louvores iluminados pelo próprio Espírito Santo, já que a ICM está na Quinta Medida,
ou seja, estão “vivendo o profético, não na letra”.
Para os icemitas, louvor profético está em um patamar mais elevado dentro do
cristianismo na categoria louvor, não é um mero louvor “gospel”, mas uma música
escrita a partir de uma revelação, seja por sonhos, visões, algo que veio no coração no
momento ou qualquer outro tipo de revelação.
A frase: “é importante nós entendermos que o louvor cantado pela igreja Fiel é
operado na eternidade”, extraída da Revista Vem Maranata, me assegura dizer que a
ICM (a igreja Fiel) desqualifica outros louvores que não seja da ICM como louvores
genuínos e só os louvores cantados nos cultos ou na Rádio Maanaim é que produz
algum efeito na eternidade. A conclusão que chego é que somente os louvores da ICM
é que são autênticos, espirituais, embora sabemos que dentro dos cultos também é
comum ouvirmos louvores antigos, como por exemplo, aqueles hinos da harpa, hinos
e cânticos entre outros.
Mas o discurso padrão é que os louvores revelados são espirituais de fato. Como lemos
anteriormente, dizem os icemitas que a Rádio Maanaim foi cumprimento a uma
profecia que apontava como Projeto de Deus para a história de “Sua Obra”, esse tipo
de declaração é comum escutar dentro do movimento, porém essa não é a verdade pelo
que apurei.
Fui informado que a Rádio Maanaim não surge a partir de uma revelação ou profecia
como querem nos induzir a acreditar, mas ela surge a partir de uma guerra do sr. Gedelti
Gueiros, presidente da instituição, tentando usurpar a “Rádio Trombetas” cujo o dono
é o Radialista e pastor Samuel França. A Rádio Maanaim que foi inaugurada e
“Consagrada ao Senhor” em julho de 2012, só surgiu porque o sr. Gedelti Gueiros não
conseguiu ludibriar o dono da “Radio trombetas”.
Já que a versão oficial da ICM sobre os fatos é encontrado facilmente em artigos nos
sites, até mesmo em literatura, procurei o sr. Samuel França para o entrevistar e
gentilmente falou comigo sobre essa questão. Vale enfatizar que o sr. Samuel França
alega ter todas as provas de suas afirmações, algumas destas ele apresentou em um
programa de mais de uma hora na Rádio Trombetas.
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(confira: https://www.youtube.com/watch?v=lZHolVvMvw4 Pastor Samuel França, da Rádio
Trombetas - YouTube ) Outros documentos estão na justiça anexado a um processo judicial.
O sr. Samuel França me deu as respostas através de áudios no app Whatsapp (Confira:
https://www.youtube.com/watch?v=BeAPoPyDptA ) transcrevi a entrevista e adaptei para a
leitura.
Todo esse capítulo foi revisado pelo próprio sr. Samuel França para avaliação destas
pequenas alterações.
Segue a entrevista:
Raphael Leonessa: Como o sr. Começou a trabalhar com a ICM, qual o tipo de
vínculo com ela?
Samuel França: Conheci a ICM do estado do Espírito Santo em 2006, até então não
tinha conhecimento sobre ela. Eu sou comunicador de rádio desde 1984 sou oriundo
do Rio de Janeiro, e eles descobriram meu telefone e entraram em contato comigo
porque precisavam de um apresentador para fazer a abertura de uma grande reunião no
estádio Mineirão, em Minas Gerais no ano de 2006.
Me contrataram, fiz um acordo de prestação de serviços como profissional
comunicador, aceitei fazer esta abertura desse encontro no Mineirão, cobrei um valor
pelos serviços prestados e ali fiz meu trabalho. Foi a partir desse momento que eu
conheci a ICM, onde eu quero aqui ressaltar que fiquei em um hotel, todos me
receberam muito bem, recebi o cumprimento dos jovens, a organização fantástica então
disso não tenho nada a reclamar, pelo contrário, tenho que elogiar. O comportamento,
a discrição, a modéstia da maior parte é notória. Então foi a partir daí que eu conheci a
ICM, em 2006.
Então foi por esses motivos que eu saí da igreja, juntamente a minha esposa e nossos
filhos, por entender que a ICM usurpa a glória que pertence a Cristo Jesus, assim como
ela, existem outras igrejas contemporâneas que usurpam a glória de Deus. Querem ser
a mediadora... querer mediar a salvação é gravíssimo. Se os roubadores não herdam o
reino dos céus (1 Coríntios 6:10), imagina aqueles que querem roubar a glória de Jesus.
Então a aparência é interessante... liturgia interessante mas a doutrina não, eles negam
a bíblia como um todo por isso sai da ICM.
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No culto de despedida é comum a presença de pastores de outras igrejas da região, ali
estavam uns 10 pastores, nesse culto de despedida, em Alvorada II, uma pessoa se
levantou e disse que Deus havia revelado que o pastor Samuel França tinha que sair
dessa igreja e tinha que ir para outra. Estou contando esse fato, para ilustrar as mentiras
descabidas que eles usam em nome de “revelação” por que se foi revelado, quem vai
refutar a revelação? No primeiro culto, quando fui empossado na igreja de Castanheiras
em Praia da Costa, da mesma forma, levantou-se um pseudoprofeta e começou a falar
que Deus tinha preparado o meu lugar ali para eu pastorear e foi pura mentira, pura
invenção. Estou dizendo sobre estas, mas existem de centenas, milhares de profecias/
revelações que eles usam afirmando que foi Deus quem revelou; Só para ilustrar essa
questão da rádio Maanaim que surgiu através de uma revelação. Mentira descabida!
Mentira do Diabo! Eu sou profissional de rádio há 35 anos, comecei no Rio de Janeiro,
trabalhei lá nas grandes empresas do Rio, e até hoje eu milito na área de rádio e
agradeço muito a Deus por essa profissão que ele me deu.
A rádio surgiu porque eu milito na área. Antes o nome da rádio era Clarim e depois que
o pastor Clarício Ribeiro teve um problema grave de pecado, ele foi excluído da igreja.
Como os nomes “Clarim” e “Clarício” são muito semelhantes, resolvemos mudar o
nome para rádio Trombetas. Mas a rádio sempre foi do pastor Samuel França de
Santana, está no CPF dele a marcas e patentes está nesse nome. A Rádio Maanaim
surgiu porque tentaram usurpar como fizeram, estão tentando até hoje, já perderam em
três instâncias porque eles quiseram de qualquer maneira calar a minha boca, queriam
fechar a minha boca, para que eu não refutasse de maneira muito simples as doutrinas
que eles pregam para os incautos, para os indoutos, mas lá tem pessoas maravilhosas
inteligentes, sinceras e honestas. Mas todos lá sendo inteligentes, doutores ou indoutos
estão sinceramente sendo enganados. Essa história que a rádio Maanaim surgiu a partir
de uma revelação, é mais uma mentira, uma hipocrisia, uma falsidade, porque a história
não é essa, a rádio surgiu para que eles (os membros da ICM), a grande massa, não
continuasse ouvindo a verdade que é pregada na rádio Trombetas na qual eu estou
administrando há 11 anos.
São construções humanas que querem disseminar. Quando nós abrimos a boca para
falar a verdade eles tentaram de todas as formas calar a nossa boca para não perder
membros, não perder receita, e tem acontecido isso hoje, estão desesperados.
Perceba o contrassenso de tudo o que eles pregavam há alguns anos, eles diziam que
não iam para mídia, agora contrataram uma empresa de marketing, uma agência de
publicidade de uma marqueteira política* para dar um “up” na marca no nome da ICM,
102
porque a igreja ficou muito maculada quanto as questões de desvios de verbas, que
segundo o Ministério Público ocorreu e eu não quero entrar nesse mérito.
Isso é o de menos, porque roubo desvio de verbas é comum do ser humano, acontece
em todas as grandes denominações lamentavelmente, o que não era para acontecer, mas
onde têm ser humano existem falhas, erros e pecados, mas a questão maior é a doutrina
porque, eu creio em Mateus 23:15 que está escrito assim: “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o
terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.” Pensando nisso que
até hoje eu não me calo, não só para essa seita falsa, mas para todas as outras seitas
falsas ou para aquelas que passam a se desviar da verdade que é a palavra de Deus.
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Processos
Lemos em 1 Coríntios 6:1-8 uma advertência aos cristãos; Estes não devem ir à juízo
perante os incrédulos, mas sim resolver as questões perante os Santos (1 Coríntios 6:1).
Quando um cristão vai perante um juiz para resolver problemas com outro cristão e
querer algum tipo de reparação, ele já demonstrou sua derrota espiritual.
Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os
injustos, e não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o
mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de
julgar as coisas mínimas?
(1 Coríntios 6:1,2 ACF)
Cristãos não deveriam estar levando uns aos outros para o tribunal por causa de
assuntos relacionados a igreja, isso é vergonhoso, uma obra do Espírito é o amor que
provém de Deus (1 João 4:1-13).
Lembro de certa ocasião, aqui no Brasil, um pastor foi retirado do cargo e processou a
própria igreja que pastoreava pedindo cem mil reais de indenização. Isso gerou uma
grande repercussão negativa.
Deus foi engradecido? De forma nenhuma! O evangelho foi anunciado? De forma
nenhuma! A igreja que deveria estar pregando sobre a salvação e a volta de Cristo
estava naquele momento se defendendo judicialmente de seu oponente- um pastor da
própria instituição.
Os santos deveriam ter uma maturidade espiritual suficiente para não precisar dos
juízes descrentes deste mundo e resolver as diferenças dentro da igreja.
Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas
pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a
esta vida, pondes para julga-los os que são de menos estima na igreja? Para vos
envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa
julgar entre seus irmãos?
(1 Coríntios 6:3-5 ACF)
O processo civil deveria ser evitado de qualquer maneira, mas em alguns casos o
cristão vai precisar se defender do não-cristão judicialmente, como a proteção dos seus
próprios direitos, como no exemplo do apóstolo Paulo que pôde se apropriar da defesa
legal.
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de tudo o que os judeus me acusam. E especialmente feliz porque o senhor
conhece muito bem todos os costumes e questões dos judeus. Portanto, peço que
o senhor me escute com paciência...
(Atos 26,1-3 NTLH)
Eu mesmo já precisei de procurar meus direitos numa ocasião, por causa de um serviço
mal prestado por uma companhia de distribuição de força e luz. “Quem não precisou
de ir a juízo não-cristão que atire a primeira pedra”! (ironia) No entanto, processos
judiciais na vida de um cristão deveriam ser muito raros.
Tenho percebido que a ICM segue o texto de Mateus 18 de forma bem seletiva. Quando
a igreja se sente ameaçada de alguma forma, o departamento jurídico logo abre um
processo contra o cristão que o arguiu, considerando-o imediatamente como um gentio
e publicano (não-cristão/ descrente/ímpio). A ICM não tenta uma reconciliação, uma
aproximação ao ex membro, ou opositor teológico.
Não consigo entender qual é o medo dessas igrejas que processam. Jesus disse
que:“...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mateus 16:18). O inimigo nunca terá êxito em destruir a igreja de Deus.
Se o medo for a difamação, a calúnia: "Bem-aventurados serão vocês quando, por
minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra
vocês. (Mateus 5:11), a perseguição à igreja é vista de forma positiva nas escrituras,
obviamente ninguém gosta de ser caluniado, mas ainda assim este foi o que aconteceu
com Jesus Cristo, e diante das ofensas Jesus se calou (Isaias 53:7).
Uma árvore que produz bons frutos, é atacada com pau e pedradas para que o fruto seja
derrubado. Mas várias igrejas que tem o costume de processar não enxergam essas
realidades.
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Conheço muitos ex membros, boas pessoas que saíram machucadas, feridas
emocionalmente pelo tempo que dedicaram sua vida “na Obra”, muitos desses foram
processados por se voltarem contra a má teologia, eclesiologia da instituição.
Uma simples dona de casa, pessoa de boa índole, foi processada por apenas fazer um
comentário em uma publicação de outra pessoa no Facebook.
O papel da igreja é demonstrar o amor de Jesus, ser o sal da terra e a luz do mundo
(Mateus 5:13-14)
A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
(Tiago 1:27 ACF)
Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo
como a ti mesmo, bem fazeis.
Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei
como transgressores.
(Tiago 2:8,9 ACF)
Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem
obras é morta.
(Tiago 2:26 ACF)
Conclusão:
Usam as sagradas escrituras- a Revelação de Deus, de forma conveniente, seletiva e
mística- através da Quinta Medida, que é a revelação sobrenatural do deus deles.
Percebo que a ICM não pode fazer uma mudança radical se tornando como as demais
igrejas bíblicas, genuinamente cristãs, porque tudo foi revelado, se caso apresentarem
mudanças, isso confessará um Deus mutável. Não consigo imaginar um dia a ICM se
tornando uma igreja bíblica de fato.
Embora percebemos pequenas mudanças positivas dentro da denominação, o que eles
chamam de “Obra Dinâmica”, assim mesmo as mudanças são sutis e pouco relevantes.
Cito como exemplo, a antiga narrativa que a internet é coisa do diabo, atualmente a
ICM vem crescendo usando da rede de internet. O que antes era pecado, atualmente é
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benção. Essas pequenas mudanças tem uma resposta: a Obra é dinâmica! Bem
conveniente...
Na Maranata é tudo revelado- Será que o uso dos dízimos para pagar o custeio de
escritório de advocacia de alto padrão para processarem ex membros, também foi uma
revelação de Deus?
Essas questões são sinceras e gostaria muito de respostas.
Raphael Leonessa
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ANEXO
Lista atualizada (até 18/08/21) dos processados pela Igreja Cristã Maranata
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